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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Ciências Políticas e Relações Públicas

O contributo do texto argumentativo na melhoria do desempenho linguístico

Salvador Alberto Mariosse: 81232145

Nampula, Março de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Curso de Licenciatura em Ciências Políticas e Relações Públicas

O contributo do texto argumentativo na melhoria do desempenho linguístico

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ciências Políticas e
Relações Públicas da UnISCED.
Tutor: Maura Rodrigues

Salvador Alberto Mariosse: 81232145

Nampula, Março de 2023


Índice

CAPÍTULO I: INTRODUCAÇÃO ................................................................................. 3

1.1. Introdução ......................................................................................................... 3

1.2. Problema ........................................................................................................... 3

1.3. Metodologia ....................................................................................................... 3

CAPÍTULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ................................ 4

2.1. O contributo do texto argumentativo na melhoria do desempenho linguístico ..... 4

2.2. Argumentos baseados na estrutura do real e ethos ............................................. 5

2.3. Coerência Discursiva ........................................................................................... 6

2.4. Factores da Predição das Relações de Coerência Discursiva ............................. 6

CAPÍTULO III: CONCLUSÃO ...................................................................................... 7

3.1. Considerações finais ............................................................................................ 7

Bibliografia................................................................................................................... 8
CAPÍTULO I: INTRODUCAÇÃO

1.1. Introdução

O trabalho apresenta algumas reflexões sobre a organização textual-discursiva do


contributo do texto argumentativo na melhoria do desempenho linguístico,
observando os recursos linguísticos que dão suporte à organização retórico-
argumentativa utilizada em propagandas institucionais para a construção do ethos,
recorre-se aos fundamentos da linguística textual, da teoria da argumentação e da
teoria da enunciação.

A argumentação é uma actividade estruturante do discurso, pois é ela que marca as


possibilidades de sua construção e lhe assegura a continuidade. É ela a responsável
pelos encadeamentos discursivos, articulando entre si enunciados ou parágrafos, de
modo a transformá-los em texto: a progressão do discurso se faz, exactamente,
através das articulações da argumentação,

1.2. Problema

Diante do tema proposto, surge a seguinte indagação: “Qual é o contributo do texto


argumentativo na melhoria do desempenho linguístico?”.

1.3. Metodologia

Para a efectivação deste trabalho, recorreu-se ao método de pesquisa bibliográfica.

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CAPÍTULO II: CONTEXTUALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

2.1. O contributo do texto argumentativo na melhoria do desempenho


linguístico

Segundo Koch, (2002), “a linguagem é uma forma de acção sobre o mundo, dotada
de intencionalidade, veiculadora de ideologias, caracterizando-se, portanto, pela
argumentatividade”.

Ainda, afirma a autora:

A argumentatividade permeia todo o uso da linguagem humana,


fazendo-se presente em qualquer tipo de texto e não apenas
naqueles tradicionalmente classificados como argumentativos.
Não há texto neutro, objectivo, imparcial: os índices de
subjectividade se introjetam no discurso, permitindo que se
capte a sua orientação argumentativa.

A autora define argumentação como sendo:

“[…] uma actividade estruturante do discurso, pois é ela que


marca as possibilidades de sua construção e lhe assegura a
continuidade. É ela a responsável pelos encadeamentos
discursivos, articulando entre si enunciados ou parágrafos, de
modo a transformá-los em texto: a progressão do discurso se
faz, exactamente, através das articulações da argumentação”.
(Koch, 2002).

De acordo com Koch (2008),

[...] os articuladores textuais têm a função de relacionar


elementos significativos, ou seja, situar que o enunciado fala no
espaço e/ou tempo, e/ou estabelecer entre eles relações de tipo
lógico-semântico (causalidade, condicionalidade, conformidade,
disjunção, etc), assim como, sinaliza relações discurso-
argumentativas; podem funcionar como organizadores textuais,

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ou, ainda, exercer, no texto, funções de ordem metadiscursiva.
(Koch, 2008).

Assim, reflectimos sobre a argumentação na perspectiva da linguagem que se apoia


no sujeito que age e constrói seus discursos. Esses discursos são marcados por um
modo de dizer e pela relação que se estabelece entre os interlocutores e também
entre leitor e texto.

Para Carvalho (1996), “falar é argumentar” e a argumentação se fundamenta em


fatos e valores inscritos que se materializam na linguagem por mecanismos inerente
à língua. Desse modo, os elementos argumentativos da língua, como por exemplo,
os operadores argumentativos são responsáveis por apontar a força argumentativa
dos enunciados.

Conforme Koch (2001), os operadores argumentativos indicam a força


argumentativa dos enunciados, o sentido para o qual apontam. Segundo a autora,
os operadores argumentativos desempenham diferentes funções na repetição dos
enunciados.

Conforme o estudo da autora (2001), existem operadores que somam argumentos a


favor de uma mesma conclusão, como por exemplo e, também, ainda, nem, não
só... mas também, tanto...como, além de, entre outros. Há operadores que
introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado anterior, como
porque, que, já que, pois, por isso; há operadores cuja função é introduzir no
enunciado conteúdos pressupostos como já , ainda, agora etc.

2.2. Argumentos baseados na estrutura do real e ethos

A produção de argumentos depende dos usos que fazemos da linguagem. De


acordo com Koch (2002) a argumentação se concretiza nas diversas práticas sociais
de interacção; assim, entendemos que argumentar é convencer, isto é, vencer por
meio das ideias, e persuadir, ou seja, fazer agir por meio das emoções.

Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005) postulam que as técnicas argumentativas se


dividem em argumentos quase lógicos e argumentos baseados na estrutura do real.
Em nosso estudo, privilegiaremos os argumentos baseados na estrutura do real.

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De acordo com Reboul (2004) os argumentos baseados na estrutura do real, versam
sobre argumentos que se referem a algo que já existe, que é real e, sendo assim,
são favoráveis aos argumentos admissíveis como fazendo parte da realidade. São
argumentos aceitos pela sociedade como reais, como verdades que podem implicar
um deslocamento de verdades, crenças, valores que se quer admitir; são ainda
argumentos que se firmam na descrição de fatos como reais verdades;
considerando que o real é o que é admitido pelo auditório como existente.

Para Maingueneau (2004) o ethos se configura no discurso, é a palavra que constrói


uma tonicidade, isso porque a palavra é carregada de sentidos: discursivos,
ideológicos e sociais logo, constroem sua imagem; é pela interacção que a
cenografia criada permite instituir como sujeito, buscando revelar os co-
enunciadores sujeitos empíricos participantes da enunciação.

2.3. Coerência Discursiva

Coerência é um outro rótulo de textualidade que é inseparável da coesão textual.


Beaugrande & Dressler (1981), pretendendo distinguir a coerência da coesão,
colocam a paridade entre o mundo textual e o mundo real na sua definição.

Segundo Beaugrande e Dressler, o mundo textual pode ou não concordar com o


mundo real. A coerência seria uma chamada à lógica interna de um texto em que o
assunto abordado tem que se manter intacto, facilitando o entendimento da
mensagem como conforme à realidade. Nisto, se o mundo textual não concorda com
o mundo real, então não há coerência.

2.4. Factores da Predição das Relações de Coerência Discursiva

As relações discursivas, para efeitos da presente investigação, expressam-se em


moldes sintácticos construções de coordenação e construções de subordinação e
ocorrem ao nível de inferências.

Os nexos semânticos entre as situações descritas nos textos são marcados através
de operadores e inferidos pela interacção entre os conteúdos proposicionais, o
conhecimento do mundo, schemata, a cognição social e o conhecimento partilhado.

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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

3.1. Considerações finais

De acordo com a pergunta citada no problema, foi possível esclarecer a contribuição


dos textos argumentativos na melhoria do desempenho linguístico, alcançado desse
jeito os objectivos propostos.

O fundamento implicou na consideração de que todo o texto é uma unidade


linguística da forma e função, não sendo concorrente para distribuição descontínua
dos significados iniciados.

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Bibliografia

______ (2008). As marcas de articulação na progressão textual. In: ______. As


tramas do texto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Beaugrande, R. & Dressler, W. U. (1981). Instruction to Text Linguistics. London:


Longman.

Carvalho, N. (2004). Publicidade: a linguagem da sedução. São Paulo: Ática.

Koch, I. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2001.

Koch, I. G. V. & Travaglia, L. C. (1997). Texto e Coerência. 5ª ed. São Paulo: Cortez
Editora.

Koch, I. V. (2007). A Coesão Textual. 21ª edição. São Paulo: Editora Contexto.

Maingueneau, D. (2004). Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez.

Perelman, C.; Olbrechts-Tyteca, L. (2005). Tratado da argumentação: a nova


retórica. Tradução de Maria Ermantina Prado Galvão. São Paulo: Martins
Fontes.

Reboul, O. (2004). Introdução à Retórica. São Paulo: Martins Fontes.

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