Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Temos quatro aspectos centrais sob os quais um texto pode ser observado:
1. língua;
1
Aluno do 1 período do curso de Letras Português-Espanhol na UFRR
2
Professora Substituta do CCL, Departamento de Letras/UFRR; Graduada em Letras Português e Espanhol –
UERR; Mestre em Língua e Cultura Regional – UFRR.
1
2. cognição;
3. processamento
4. sociedade
Daí ele continuou retomando opiniões de pessoas como Beaugrande (1997: l0),
dizendo que o texto é um evento comunicativo em que convergem ações lingiiísticas,
cognitivas e sociais. E por sua vez afirmando que o grande problema está em resolver essa
convergência de maneira satisfatória e adequada.
Já o tópico discursivo é aquilo sobre o que se está falando num discurso, não
necessariamente considerando a frase. Para esse tipo de tópico a unidade é discursiva e não
frasal. O tópico discursivo é levado adiante em porções maiores e se desenvolve nos
processos enunciativos. No caso de uma interação face a face, por exemplo, ele é
desenvolvido interativamente. Pode ser introduzido, desenvolvido, retirado, reinhoduzido,
reciclado ou abortado; ele é dinâmico e não eslático.
A noção de tópico discursivo permite tratar de mais aspectos que a noção de tópico
frasal, inclusive da continuidade-descontinuidade discursiva em termos mais globais e até
mesmo a pâssagem de tópicos antigos para novos. Com a noção de tópico discursivo se pode
dar conta de fenômenos tipicamente discursivos, tais como as interrupções ou as intenções
fundadas em estratégias de manipulação tópica. O tópico discursivo não elimina a frase, mas
considera-a sempre relacionada tanto a âspectos co-textuais como contextuais.
2
Marcuschi admite que a questão refererciaÌ é central tanto na produção textual como
na compreensão. E esse continua um capítuÌo dos menos desenvolvidos, sendo que mantém
relação com várias outras questões como a continuidade tópica e o problema da coerência
textuaÌ, incidindo ainda sobre a atividade Inferencial. De uma maneira geral, pode-se
distinguir, na tradição dos estudos semântico-discursivos, duas tendências básicas no
tratamento da referência.
a) A primeira, mais antiga e ainda predominante nos estudos lógico semânticos, ó a que
se funda numa concepção objetiva e realista de linguagem como transparente e
referencialista (cxtensionalista), tendo por base uma visão instrumentalista de língua.
Esta posição garante uma relação extensional entre linguagen e mundo e vem sendo
postulada pelas teorias vericondicionais, entre outras.
b) A segunda posição postula uma noção de linguagern cono atividade sociocognitiva em
que a interação, a cultura, a experiência e aspectos situacionais interferem na
deterninação referenciaì. Esta posição não se confunde com o nominalismo.
Já no caso da posição (b), que toma a língua como atividade e postula o texto como
evento, não se admite que os referentes sejam sistematicamente objetos do mundo, tendo em
vista que se caracterizam como objetos de discurso. É nessa segunda posição que nos
situamos para resolver a questão da relação entre processos referenciais (referenciação) e
organização tópica (coerência) na atividade discursiva. Aqui os sentidos fundaram-se numa
3
atividade de interação e co-produção em que os conhecimentos partilhados têm um papel
crucial.
Em virtude do resumido anteriormente podemos dizer que Marcuschi propõe sete critérios
da textualidade para avaliar um texto ( coerência, coesão, intencionalidade, informatividade,
situacionalidade, intertextualidade, aceitabilidade) além desses critérios, Marcuschi também
destaca a importância da organização tópica do texto, que deve apresentar uma estrutura clara
e coerente, e do processo referencial, que consiste no uso correto e consistente de pronomes,
nomes, expressões referenciais e outras formas linguísticas para evitar ambiguidades e
garantir a compreensão do texto.
REFERÊNCIAS:
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.