Você está na página 1de 4

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE COMUNICAÇÃO, LETRAS E ARTES - CCLA
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL I/PRODUÇÃO TEXTUAL

Avaliação dos sete critérios da textualidade,


organização tópica e processo referencial.
Kevin Alejandro R. Salazar1
Profª: Socorro Maria L. dos Santos2

O texto aqui resumido, é parte da obra “Produção textual, análise de gêneros de


compreensão” do autor Luis Antônio Marcuschi trata-se dos capítulos 1.11(Avaliação dos
sete critérios da textualidade), 1.12(Organização tópica), 1.13(Processo referencial) no qual o
autor inicialmente esclarece as ideias do leitor avaliando os sete critérios da textualidade e
posteriormente explica de maneira concisa e clara a organização tópica e o processo
referencial à hora de ler ou produzir um texto.

O autor diz, acerca dos sete critérios da textualidad (coesão, coerência,


intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade) que
eles não são um exemplo a seguir na hora de elaborar um texto, más sim como princípio de
acesso ao sentido textual e isso não é decidido pelos ‘princípios’, mas pela maneira como
operâmos com eÌes enquanto critérios. Ele tambem tomou a seguinte afirmação destes
critérios, feita por Beaugrande/Dresler (1981: 20);

a) Dois deles são orientados pelo texto (coesão e coerência)

b) Dois pelo aspecto psicológico (intencionalidade e aceitabilidade)

c) Um pelo âspecto computâcional (informatividade)

d) Dois pelo aspecto sociodiscursivo (situacionalidade e intertextualidade).

Temos quatro aspectos centrais sob os quais um texto pode ser observado:

1. língua;

1
Aluno do 1 período do curso de Letras Português-Espanhol na UFRR
2
Professora Substituta do CCL, Departamento de Letras/UFRR; Graduada em Letras Português e Espanhol –
UERR; Mestre em Língua e Cultura Regional – UFRR.
1
2. cognição;

3. processamento

4. sociedade

Daí ele continuou retomando opiniões de pessoas como Beaugrande (1997: l0),
dizendo que o texto é um evento comunicativo em que convergem ações lingiiísticas,
cognitivas e sociais. E por sua vez afirmando que o grande problema está em resolver essa
convergência de maneira satisfatória e adequada.

Já no capítulo 1.12 ele começa explicando a organização tópica e a distinção entre o


tópico frasal (TF) e o tópico discursivo (TD), dizendo que o primeiro é de natureza sintática e
se restringe ao nível da frase essa noção funcional de tópico (equivalente ao tema),embora de
cunho essencialmente semântico-pragmático, é de natureza sintática em certo sentido
equivale ao sujeito do enunciado, por ser aquilo sobre o qual se fala. Contudo, o tópico frasal
não se confunde com o sujeito sintático da frase e pode ser caracterizado pela entoação ou por
um processo de alçamento chamado topicalização. Trata-se de uma visão em que forma e
função são conjugadas no processo de linearização discursiva.

Já o tópico discursivo é aquilo sobre o que se está falando num discurso, não
necessariamente considerando a frase. Para esse tipo de tópico a unidade é discursiva e não
frasal. O tópico discursivo é levado adiante em porções maiores e se desenvolve nos
processos enunciativos. No caso de uma interação face a face, por exemplo, ele é
desenvolvido interativamente. Pode ser introduzido, desenvolvido, retirado, reinhoduzido,
reciclado ou abortado; ele é dinâmico e não eslático.

A noção de tópico discursivo permite tratar de mais aspectos que a noção de tópico
frasal, inclusive da continuidade-descontinuidade discursiva em termos mais globais e até
mesmo a pâssagem de tópicos antigos para novos. Com a noção de tópico discursivo se pode
dar conta de fenômenos tipicamente discursivos, tais como as interrupções ou as intenções
fundadas em estratégias de manipulação tópica. O tópico discursivo não elimina a frase, mas
considera-a sempre relacionada tanto a âspectos co-textuais como contextuais.

2
Marcuschi admite que a questão refererciaÌ é central tanto na produção textual como
na compreensão. E esse continua um capítuÌo dos menos desenvolvidos, sendo que mantém
relação com várias outras questões como a continuidade tópica e o problema da coerência
textuaÌ, incidindo ainda sobre a atividade Inferencial. De uma maneira geral, pode-se
distinguir, na tradição dos estudos semântico-discursivos, duas tendências básicas no
tratamento da referência.

a) A primeira, mais antiga e ainda predominante nos estudos lógico semânticos, ó a que
se funda numa concepção objetiva e realista de linguagem como transparente e
referencialista (cxtensionalista), tendo por base uma visão instrumentalista de língua.
Esta posição garante uma relação extensional entre linguagen e mundo e vem sendo
postulada pelas teorias vericondicionais, entre outras.
b) A segunda posição postula uma noção de linguagern cono atividade sociocognitiva em
que a interação, a cultura, a experiência e aspectos situacionais interferem na
deterninação referenciaì. Esta posição não se confunde com o nominalismo.

De especial interesse no caso da perspectiva teórica (a), e a crença na posibilidade de


dizer o mundo de forma objetiva, distinguindo rigidamente entre fatos e crençâs. Além disso,
essa perspectiva caracteriza-se por produzir teorias da compreensão e da produção textual em
que, de um lado, está o texto com conteúdos objetivamente inscritos e, de outro, indivíduos
que, em condições específicas, podem captar os conteúdos sem maiores problemas. para esses
autores, tânto a linguagem como o mundo estão previamente discretizados e podem ser
correlacionados biunivocamente. A referência. Seria, nesse câso, uma contraparte
extremamente para um conceito ou uma expressão linguística. Os referentes, nessa teoria, são
objetos do mundo e a atividade de referi-los é um processo de designaçâo extensional.

Já no caso da posição (b), que toma a língua como atividade e postula o texto como
evento, não se admite que os referentes sejam sistematicamente objetos do mundo, tendo em
vista que se caracterizam como objetos de discurso. É nessa segunda posição que nos
situamos para resolver a questão da relação entre processos referenciais (referenciação) e
organização tópica (coerência) na atividade discursiva. Aqui os sentidos fundaram-se numa

3
atividade de interação e co-produção em que os conhecimentos partilhados têm um papel
crucial.

Em virtude do resumido anteriormente podemos dizer que Marcuschi propõe sete critérios
da textualidade para avaliar um texto ( coerência, coesão, intencionalidade, informatividade,
situacionalidade, intertextualidade, aceitabilidade) além desses critérios, Marcuschi também
destaca a importância da organização tópica do texto, que deve apresentar uma estrutura clara
e coerente, e do processo referencial, que consiste no uso correto e consistente de pronomes,
nomes, expressões referenciais e outras formas linguísticas para evitar ambiguidades e
garantir a compreensão do texto.

REFERÊNCIAS:
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Você também pode gostar