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1. TEXTO E DISCURSO
1.1. O que é um texto?
…………………………………………………….………. 03
1.2. Textualidade
………………………………………………………………….. 04
1.3. Estruturas, temática e informacional
…………………………………………..… 07
1.4. O texto como processo
semiótico……………………………………………….. 07
2. AS COMPETÊNCIAS COMUNICATIVAS
………………………………………...….13
2.1. Enunciação e discurso
…………………………………………………………..14
2.2. Actos de fala
……………………………………………………………….…..15
3. COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO
LINGUÍSTICA………………………………………..16
3.1. Tipos de comunicação
………………………………………………………..….16
3.2. Regras sociais do uso da língua
………………………………………………… 19
3.3. Adequação discursiva e intencionalidade comunicativa
………………………….… 22
Iº Ano - ISPOCAB
Benguela - 2023
1. TEXTO E DISCURSO
Mecanismos de textualização
(Coerência temática – Processos isotópicos)
– Conexão
– Coesão nominal
– Coesão verbal
1.2. TEXTUALIDADE
A frase acima está dentro dos critérios da língua e pode ser utilizada. No
entanto, ela não apresenta fluidez, devido à repetição do nome “Pedro” e à
falta de conexão entre as sentenças. Uma possibilidade de correcção seria:
Pedro acorda e, em seguida, escova os dentes para que, por fim, ele possa
ir trabalhar.
A sentença acima utiliza o conectivo “em seguida” para dar ideia de
continuidade e evitar repetições. Mais do que isso, o uso do pronome “ele”
evita que o substantivo “Pedro” se repita.
TEXTO E TEXTUALIDADE
TEXTUALIDADE E DISCURSIVIDADE
Se a textualidade determina os critérios para definirmos que uma escrita se
trata de um texto, a discursividade é o processo para definir um
discurso. Diferentemente do texto, o discurso é uma junção de elementos
linguísticos (textuais) com ideológicos (crenças e formação dos sujeitos)
atravessados pela história (contexto sócio-histórico). Assim, enquanto a
textualidade verifica elementos como coesão, coerência, intencionalidade,
situacionalidade, informatividade e intertextualidade, a discursividade é
responsável pelas relações ideológicas que os textos estabelecem com o
contexto histórico, as concepções e as crenças formadoras daqueles que
falam e as relações de poder entre emissor e receptor.
ANÁLISE DO TEXTO
2. AS COMPETÊNCIAS COMUNICATIVAS
TIPOS DE COMUNICAÇÃO:
COMUNICAÇÃO ASSERTIVA
É primordial para líderes, gestores e pessoas que desejam aprimorar a sua
expressão verbal. É um método que visa trabalhar a comunicação de modo
claro, conciso e sem dar margem a erros, para que o emissor mantenha o
equilíbrio e a segurança com seus receptores e como forma também de
evitar conflitos. A linguagem assertiva expressa desejos, ideias e
sentimentos de forma directa e apropriada. O objectivo é comunicar.
A comunicação assertiva está directamente ligada com a inteligência social
de uma pessoa, a capacidade que ela tem se de se relacionar com os
outros, conquistando a confiança e colaboração da do interlocutor. Não é
uma tarefa simples ser assertiva.
A comunicação assertiva não se resume à fala apesar do item anterior ser
de extrema importância, uma dica de comunicação assertiva importante é
que assertividade engloba mais do que palavras. A expressão corporal é
um complemento essencial. Isso significa: prestar atenção aos gestos,
expressões faciais, postura e olhares.
Repare:
4. ANÁLISE DO DISCURSO
4.1. DISCURSO
Cabe ao indivíduo, portanto, construir suas ideias com base nos vários
enunciados que existem, podendo ou não tomar uma posição diante deles.
Esta relação se estabelece pela utilização dos enunciados de forma
combinada, dando origem às formações discursivas e ideológicas.
AS FORMAS DE DISCURSO
O DISCURSO POLÍTICO
O DISCURSO CIENTÍFICO
DISCURSO DA MÍDIA
Critérios e Fases
Textos
1- tratar objectos de estudo como sendo textos (colocados em
palavras)
2- explorar conotações, associação livre Objectos
3- procurar objectos nos textos
4- tratar a fala acerca desses objectos como objecto de estudo
Sujeitos
5- especificar sujeitos (pessoas, assuntos, temas, etc.), como tipos de
objectos no texto
6- especular acerca de como eles podem “falar”
Sistema
7- traçar uma imagem do mundo, redes de relações
8- indicar as estratégias defensivas desses sistemas contra possíveis
ataques
Reflexão
11- relacionar maneiras de falar para audiências diferentes
12- escolher rótulos ou designações das formas de falar, os discursos
História
13- analisar com atenção como esses discursos emergem
14- questionar como os discursos contam a sua história acerca da sua
origem
Instituições
15- identificar instituições reforçadas pelos discursos
16- identificar instituições que são atacadas pelos discursos
Poder
17- analisar que categorias de pessoas ganham e perdem
18- questionar quem os promoverá e quem se lhes oporá
Ideologia
19- analisar como eles se ligam com outros discursos opressivos
20- descrever como eles justificam o presente
A Análise envolve voltar aos dados várias vezes; ao mesmo tempo que se
vão ouvindo as gravações ou lendo transcrições, documentos, anotando
características, alguns aspectos de interesse podem-se realçar o que não
implica fazer algo de imediato. Envolve trabalhar “através” dos dados
durante um longo período, voltando a eles várias vezes. Uma Análise do
Discurso não se realiza numa ou duas sessões
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia
onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para
quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins,
muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na
pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo, principalmente
o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da
ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne.
Nem todos os dias se pega uma posta de carne. Não basta procurá-la; é
preciso que ela exista, o que costuma acontecer dentro de certas limitações
de espaço e de lei. Aquela vinha até eles, debaixo da ponte, e não estavam
sonhando, sentiam a presença física da posta, o amigo rindo diante deles, a
posta bem palpável, comível. Fora encontrada no vazadouro, supermercado
para quem sabe frequentá-lo e aqueles três o sabiam, de longa data e
olfactiva ciência.
1ª Leitura:
O texto mostra que ele conta uma história. Portanto, é uma narração. É uma
história relativamente simples: trata-se de personagens que vivem em
miséria absoluta e moram debaixo da ponte; certo dia conseguem comida,
comem, são envenenados e morrem. Portanto, é possível fazer a análise do
discurso sem complexidade. Pode-se dizer que esta narrativa tem na sua
base certos valores que são antagónicos, como a fartura versus a miséria, a
morte versus a vida e que esses valores podem aparecer em muitos outros
textos e criar muitas outras narrativas. Isto leva à conclusão de que um
texto é formado por uma estrutura que articula diferentes elementos e
constitui um sentido coeso e coerente.
UM NÍVEL FUNDAMENTAL
UM NÍVEL NARRATIVO
NÍVEL DISCURSIVO
A França, por exemplo, tem uma longa tradição nesses estudos, sendo
Michel Pechêaux, Michel Foucault, Julia Kristeva, Dominique Maingueneau
e Patrick Charaudeau alguns dos nomes mais conhecidos. Helena Namine
Brandão, no livro Comunicação e Análise do Discurso, organizado por
Roseli Fígaro (Editora Contexto, 2015), destaca que a Análise do Discurso
tem como objectivo analisar não somente os aspectos linguísticos dos
discursos, como também a dimensão extra-linguística. Assim, a ideia é que
esta teoria possa ajudar a desvelar o que está por detrás dos enunciados e
como se dão as suas construções de sentido no mundo e num determinado
tempo histórico.
Assim, um ponto que deve ser sempre lembrado é a sua preocupação com
as condições de produção do discurso. A noção de condições de produção
pode ser definida como o conjunto dos elementos que cerca a produção. No
sentido mais restrito, diz respeito à situação de enunciação que
compreende o eu-aqui-agora; num sentido amplo, compreende o contexto
sócio-histórico-ideológico que envolve os interlocutores, o lugar de onde
falam, a imagem que fazem de si, do outro e do objecto de que estão
tratando. Para além da observação das condições de produção do discurso,
uma característica relevante da Análise do Discurso é que ela busca
compreender as implicações sociais dos sentidos dos discursos analisados.
Não se trata de entender os “efeitos” dos enunciados, mas como eles
podem reforçar, reproduzir ou mesmo contestar valores da nossa
sociedade. Diferentemente de outras análises, a Análise do Discurso
preocupa-se em entender as mensagens, não como “conteúdos” com
sentido fechados do início ao fim, mas com discursos sempre abertos a
intervenções dos sujeitos. Contudo, vale destacar que mesmo se
posicionando como uma teoria, podemos utilizá-la no âmbito metodológico.
A Análise do Discurso resulta de uma interdisciplinaridade que envolve a
Linguística, a História e também a Psicanálise.
ANÁLISE DE CONTEÚDO
2. Fazer a primeira leitura do material (olhar cambiante): Esse processo ajuda a pensar
como o material está organizado nos termos do que a pesquisa pretende enquanto
objectivo.
5. Definir as categorias de análise: Elas são o centro da AC. As categorias podem ser
entendidas como o conjunto coerente das unidades de análise. Para chegar nelas, só
mesmo identificando as unidades da análise de forma dinâmica, observando os pontos
em comum. É importante destacar que as categorias, podem não ser sempre as
mesmas do início ao fim do trabalho: conforme vai lendo e nos aprofundando
teoricamente, novas categorias podem surgir.
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POLIFONIA
POLIFONIA NO JORNALISMO
Além disso, uma notícia nunca vem sozinha. Ela compartilha secções,
páginas, blocos de uma mesma edição de uma dada mídia informativa, da
mesma forma que se relaciona – de diferentes modos – com a variedade de
notícias postas em circulação na emergência periódica das mídias
informativas (seja no ritmo de suas edições ou actualizações). Assim, por
exemplo, um acompanhamento do tratamento jornalístico de um tema
complexo, como a homofobia, tal como o feito por Leal e Carvalho (2012),
pode verificar a emergência de relações polifónicas para além de uma dada
notícia, no âmbito – contraditório e multifacetado – de jornais impressos,
revistas e telejornais. Tais relações, por sua vez, dependem fortemente do
modo como as notícias são compostas, como “lembram”, “esquecem”,
“reafirmam” ou “negam” outras notícias. A noção central da polifonia como
concerto de vozes sociais imiscíveis nem sempre é levada em consideração
em alguns estudos sobre as interconexões entre jornalismo e polifonia,
criando simultaneamente problemas de ordem teórica e metodológica. Se
tivermos clareza que polifonia surge para Bakhtin como um conceito em
oposição àquilo que ele havia detectado como autoritarismo do autor no
HETEROGENEIDADE DO DISCURSO
De acordo com Bakhtin (2010), a língua, no seu uso real, não considerada
apenas como um conjunto abstracto de signos, tem a propriedade de ser
dialógica. Aqui o autor não se refere apenas à interacção presencial, ao
diálogo face a face. Refere-se à realidade de que, para construir o seu
discurso, o enunciador, necessariamente, considera o discurso de outrem.
Assim, o dialogismo deve ser pensado não em termos semânticos ou
lógicos, mas em termos de ponto de vista de sujeitos sociais sobre uma
realidade dada. Com base nos princípios bakhtinianos, a Análise do
Discurso de linha francesa propõe o princípio da heterogeneidade, a ideia
de que a linguagem é heterogénea, ou seja, de que o discurso é tecido a
partir do discurso do outro, que é o “exterior constitutivo”, o “já dito”, sobre o
qual qualquer discurso se constrói. Para Jaqueline Authier-Revuz o discurso
O mito entre os clássicos é tido como uma forma inferior ou até mesmo
deformada do pensamento intelectual, ou seja, os gregos atribuíram ao mito
apenas uma verossimilhança com a verdade. Juntamente com essa
inferioridade atribuída ao mito, em determinados casos, é atribuída uma
validade religiosa e moral. Essa atribuição se dá devido a incapacidade de
se poder demonstrar claramente a sua validade através de raciocínios
abstractos o que no campo da moral e da religião, não se faz mister provar
a sua validade através de raciocínios lógicos. A função do mito não é,
primordialmente, explicar a realidade, mas acomodar e tranquilizar o
homem num mundo assustador. A concepção de mito que temos é uma
herança de nossa cultura ocidental. O mito nos é apresentado como aquilo
que não é. Ele se opõe ao real, por um lado, e ao racional, por outro. Dessa
maneira, para obter uma compreensão do que é o pensamento mítico,