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A autora inicia o capítulo a partir da problematização de “metáfora”. Segundo Lenz, enquanto a Semântica é vista na
Linguística, na Lógica e na Filosofia como o estudo do sentido literal, o sentido metafórico aparece como competência da
Pragmática. Isso se dá porque fomos ensinados a pensar a metáfora como parte integrante da poesia e da retórica ou ainda como
recurso para suprir lacunas de vocabulário.
No início da década de 80, Lakoff e Johnson publicam o livro em que defendem a tese de que as metáforas são sistêmicas
e não meras elocuções elaboradas no momento da fala. Assim, os autores chamam de metáfora conceitual, o conceito e de
expressão metafórica sua realização linguística.
Os autores também destacam que os aspectos culturais são importantes na construção dos sentidos.
Outro importante autor – Kempson, questiona a separação entre Semântica e Pragmática. Nas palavras do autor,
A semântica como o estudo do significado em línguas naturais e a Pragmática como o
estudo de como a fala é interpretada poderiam ser um e o mesmo estudo. Dado que o
significado de uma expressão é a informação que tal expressão traz e que a interpretação
pelos usuários da língua é a recuperação da informação das expressões, é difícil visualizar
essa separação (1997, p. 561).
Apenas com o conhecimento linguístico não é possível alcançar uma análise semântica, “pois cada palavra é
compreendida em termos de um frame (ou MCI), onde o conhecimento de mundo, experiências, percepções, culturas,
comportamentos sociais, convenções etc”.
E assim, do incômodo de semanticistas diante do que fora exposto é que a Linguística Cognitiva surge. A Linguística
Cognitiva considera-se parte das ciências cognitivas e apresenta “uma conjunção de várias abordagens que compartilham os
mesmos princípios básicos, com o objetivo de investigar o sistema integrado global de estruturação conceitual da linguagem.
A semântica Cognitiva pode ser definida como uma área da Linguística Cognitiva que estuda os sistemas conceituais,
significados e inferência humanos, cujos princípios básicos podem ser assim sintetizados:
- a estrutura conceitual é corpórea;
- a estrutura semântica é a estrutura conceitual;
- a representação do significado (sentido) é enciclopédica;
- e a construção do significado (sentido) é a conceitualização.
O movimento que deu origem a Linguística Cognitiva surgiu como uma forma de pensar a relação linguagem-
pensamento, ao mesmo tempo em que se configurou como resistência ao estruturalismo.
Segundo Kemmer,
...a linha de pesquisa que se seguiu foi de examinar a relação da estrutura da língua com
coisas externas à linguagem: princípios e mecanismos cognitivos não específicos à língua,
incluindo os princípios de categorização humana; princípios pragmáticos e interacionais;
e princípios funcionais em geral, tais como iconicidade e economia (2012).
O significado, e não a sintaxe, é o elemento central dos estudos linguísticos, sendo este um dos pressupostos mais
importantes da área, compartilhado pelas abordagens.
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