O documento discute as propriedades semânticas da ambiguidade e da vagueza. A ambiguidade ocorre quando uma palavra ou expressão tem dois ou mais sentidos distintos, enquanto a vagueza ocorre quando o contexto acrescenta especificidade a uma palavra ou expressão de sentido mais geral. O documento também descreve sete tipos de ambiguidade linguística, incluindo ambiguidade lexical, sintática, de escopo e por correferência.
O documento discute as propriedades semânticas da ambiguidade e da vagueza. A ambiguidade ocorre quando uma palavra ou expressão tem dois ou mais sentidos distintos, enquanto a vagueza ocorre quando o contexto acrescenta especificidade a uma palavra ou expressão de sentido mais geral. O documento também descreve sete tipos de ambiguidade linguística, incluindo ambiguidade lexical, sintática, de escopo e por correferência.
O documento discute as propriedades semânticas da ambiguidade e da vagueza. A ambiguidade ocorre quando uma palavra ou expressão tem dois ou mais sentidos distintos, enquanto a vagueza ocorre quando o contexto acrescenta especificidade a uma palavra ou expressão de sentido mais geral. O documento também descreve sete tipos de ambiguidade linguística, incluindo ambiguidade lexical, sintática, de escopo e por correferência.
exercícios. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2018. As propriedades semânticas aqui estudadas seguirão a perspectiva referencial. perspectiva referencial. Ambiguidade perspectiva cognitiva. perspectiva situacional (atos de fala).
Importante: “Efeitos contextuais podem direcionar os
significados das palavras para diferentes caminhos.
Vejamos: Qual o sentido de “quebrar”?
a.O Paulo quebrou o vaso com um martelo. b.O Paulo quebrou o vaso com o empurrão que levou. c.O Paulo quebrou sua promessa. d.O Paulo quebrou a cabeça no acidente. e.Paulo quebrou a cabeça com aquele problema. 1. Ambiguidade X Vagueza
❖ Se cada ocorrência de “quebrar” tiver um sentido
diferente, então “quebrar” é ambíguo;
❖ Mas, se “quebrar” compartilhar um mesmo sentido mais
geral, então “quebrar” será apenas vago.
Em exemplos de vagueza, o contexto pode acrescentar
informações que não estão especificadas no sentido;
E, em exemplos de ambiguidade, o contexto
especificará qual o sentido a ser selecionado. Kempson (1977) propõe um teste como estratégia para fazer a distinção entre as duas noções (ambiguidade e vagueza) O primeiro teste consiste no uso da palavra também.
Ex: a. O Carlos adora sorvete, a Maria também.
b. O João corria todos os dias; a Maria também. (existe uma convenção de identidade entre a primeira sentença e a sentença inferida a partir da palavra também).
c. O João adora aquele canto; a Maria também.
(nesse caso, a palavra “canto” tem dois significados. É possível ter uma interpretação em que a 1ª refere-se à música e a 2ª ao lugar. Outro exemplo: d. O João beijou a Maria; o Paulo também. (no rosto, na mão,...)
❖ Quando a sentença é vaga, a interpretação da
mesma especificidade da 2ª (com também) não fica restrita à especificidade da primeira, diferentemente das sentenças ambíguas.
Outro teste: é verificar se, a cada uma das possíveis
interpretações de uma ambiguidade, estará associada uma rede de sentidos específica. Essa relação semântica específica não pode ser transferida de um sentido para o outro. Ex: “quebrar” pode estar associado a 2 sentidos distintos. Retomando a noção de vagueza
A vagueza é uma propriedade da língua muito útil.
Trata-se de uma maneira econômica e, contraditoriamente, exata de nos expressarmos, sem que sejamos obrigados a determinadas escolhas, às vezes, muito complicadas no uso da língua. [...] Em geral, o contexto acrescenta a informação adequada para especificar o tipo de vagueza em jogo.
Outro elemento importante é a indicialidade!
A indicialidade está em expressões cujas referências variam de contexto para contexto, mas seus sentidos permanecem constantes. A indicialidade está associada às palavras dêiticas. Ex: Nós adoramos estudar semântica. Resumindo
Ambiguidade e Vagueza são fenômenos semânticos
que só podem ser resolvidos no contexto.
A diferença entre as duas é que, para a ambiguidade, o
contexto tem a função de selecionar qual dos possíveis sentidos será utilizado;
Para a vagueza, o contexto pode apenas acrescentar
alguma especificidade que não está contida na própria expressão. 2. Tipos de ambiguidade
2.1. ambiguidade lexical;
2.2. ambiguidade sintática; 2.3. ambiguidade de escopo; 2.4. ambiguidade por correferência; 2.5. atribuição de papéis temáticos; 2.6. construções com gerúndios; 2.7. ambiguidades múltiplas.
Vejamos como funciona cada uma delas:
2.1. Ambiguidade lexical A dupla interpretação incide somente sobre o item lexical. A ambiguidade lexical pode ser gerada por dois tipos de fenômenos distintos: a homonímia e a polissemia.
A homonímia ocorre quando os sentidos da palavra
ambígua não são relacionados. Existem palavras homógrafas (=grafia e som; e, ≠sentido) e homófonas (=som e, ≠grafia e sentido). A polissemia ocorre quando os possíveis sentidos da palavra ambígua têm alguma relação entre si. Ex: pé de cadeira, pé de mesa, pé de página... Palavras polissêmicas serão listadas como tendo uma mesma entrada lexical, com algumas características diferentes; as palavras homônimas terão duas (ou mais) entradas lexicais. Pasta = pasta de dente, pasta de comer polissêmica
(sentido homônimabásico-massa)
Pasta = pasta de couro, pasta ministerial
(sentido básico-lugar específico. - Ambiguidade ou vagueza com preposições? Ex: O quadro da Maria é muito bonito. “...preposições são itens lexicais “leves”, ou seja, podem ter vários sentidos, que só serão estabelecidos a partir da composição com seu complemento e, às vezes, até mesmo em composição com o verbo. - Outro caso: vagueza ou implicatura? a. Todo número é par ou ímpar. Não tem ambiguidade
b. Você quer café ou leite? Sugere: ou um ou outro
ou os dois (vagueza) Chierchia (2003, p. 255) assume outra possibilidade para a ocorrência do ou: inclusivo/disjuntivo.
Do ponto de vista pragmático, podemos associar ao ou
apenas uma das leituras possíveis, deixando a segunda por conta de uma inferência guiada pelo contexto, ou seja, uma implicatura. 2.2. Ambiguidade sintática
O que gera a ambiguidade são as diferentes
possibilidades de reorganizar as sentenças, ou seja, a possibilidade de ocorrência de diferentes estruturas sintáticas na mesma sentença.
Ex: a. Eu estou com vontade [de comer chocolate de
novo]. b. Eu estou [com vontade de novo] de comer chocolate. 2.3. Ambiguidade de escopo A ambiguidade decorre de uma estrutura, mas não da estrutura sintática, e, sim, da estrutura semântica da sentença, que gera as duas interpretações.
Ex: Todos os alunos comeram seis sanduíches.
- Foram seis sanduíches para cada aluno? - Foram apenas seis sanduíches para dividir entre todos os alunos? A diferença básica entre ambiguidade sintática e ambiguidade de escopo é que, quando há a sintática, você consegue reorganizar a mesma sentença em diferentes estruturas lineares; quando há de escopo, não têm duas formas lineares de organizar a sentença, mas se têm duas estruturas subjacentes (ou formas lógicas) distintas. 2.4. Ambiguidade por correferência
Nesse caso a ambiguidade é gerada pelo fato de
os pronomes poderem ter diversos antecedentes. Ex: O ladrão roubou a casa de José com sua própria arma. José falou com seu irmão? 2.5. Atribuição de papéis temáticos Assume-se que a partir da relação do sentido que o verbo estabelece com o sujeito e com seu complemento, seus argumentos, ele atribui uma função semântica, um papel, dentro da sentença e esses argumentos.
Ex: João cortou o cabelo
O doutor João operou o nariz. 2.6. Construções com gerúndios Apesar de não ser uma ambiguidade muito aceita pelos falantes, alguns manuais apresentam construções com gerúndio como sendo ambíguas. Ex: Estando atrasado aquele dia, o João não entrou na sala.
O João não entrou na sala , quando estava atrasado
(tempo). O João não entrou na sala porque estava atrasado (causa). 2.7. Ambiguidades múltiplas Trata das sentenças que nem sempre apresentam ambiguidades de um único tipo.
Ex: Jorge não tinha ouvido.
- Ouvido como sendo um nome que tem como sentido
habilidade musical. Jorge [não tinha] [ouvido]. - Ouvido como particípio do verbo ouvir. Jorge [não tinha ouvido] ATIVIDADE SOBRE AMBIGUIDADE