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AMBIGUIDADE

Profª. Esp. Nadja Araújo Maciel


Ambiguidade
“Circunstância de uma comunicação linguística se prestar
a mais de uma interpretação”. Mattoso Câmara (1986).

Segundo Tânia Serrano Nakamura a função da


ambiguidade é sugerir significados diversos para uma
mesma mensagem. É uma figura de palavra e de
construção. Embora funcione como recurso estilístico, a
ambiguidade também pode ser um vício de linguagem, que
decorre da má colocação da palavra na frase. Nesse caso,
deve ser evitada, pois compromete o significado da
oração.
Deixo os meus bens a minha irmã não a meu sobrinho
jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
• Deixo os meus bens a minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

• Deixo os meus bens a minha irmã? Não. A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

• Deixo os meus bens a minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais.


Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.

• Deixo os bens a minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais. Será


paga a conta do alfaiate? Nada. Aos pobres.

• Deixo os meus bens? Não a minha irmã e a meu sobrinho. Jamais


será paga a conta do alfaitate. Nada aos pobres.
A ambiguidade pode se originar do fato da frase ter uma
estrutura sintática suscetível de várias interpretações. O que
gera a ambiguidade são as diferentes possibilidades de
reorganizar as sentenças, ou seja, possibilidade de ocorrência
de diferentes estruturas sintáticas na mesma sentença. Assim,
na frase a seguir há duas interpretações:

O magistrado julga as crianças culpadas.

a) O magistrado julga que as crianças são culpadas.


b) O magistrado julga as crianças que são culpadas.
Ambiguidade sintática
Não é necessário interpretar cada palavra individualmente
como ambígua, mas se atribui a ambiguidade as distintas
estruturas sintáticas que originam as distintas
interpretações: uma sequência de palavras pode ser
analisada em um grupo de palavras de vários modos.

Exemplo: Jorge ama Rosa tanto quanto João.

É possível inferir que:


a) Jorge ama Rosa tanto quanto João ama Rosa.
b) Jorge ama Rosa tanto quanto ele ama João.
1. O cadáver foi encontrado perto do banco.

Não sabemos se o cadáver foi encontrado perto de uma


casa bancária ou ao lado de um banco de jardim. A
ambiguidade nasce da palavra banco, que pode ser usada em
diferentes acepções.

2. Pedro pediu a José para sair.

Neste caso, a ambiguidade não nasce de uma palavra de


duplo sentido, mas, sim, da própria estrutura da frase. Que
ideia a frase expressa:
a) Pedro pediu permissão a José para sair um pouco ou
b) Pedro pediu a José que fizesse o favor de sair um pouco?
3. O advogado disse ao réu que suas palavras convenceriam
o juiz.

As palavras de quem convenceriam o juiz: do réu ou do


advogado?

4. Crianças que comem doce frequentemente têm cáries.

A posição do adjunto adverbial complica tudo na frase: as


crianças têm cáries porque comem doce com frequência ou
há mais probabilidade de ocorrerem cáries em crianças que
comem doces?
Ambiguidade de escopo
A ambiguidade de escopo sempre envolve a ideia de
distribuição coletiva ou individual.

Exemplo: As meninas tinham 6 bonecas.

Pode-se interpretar que cada menina tem 6 bonecas ou


que 6 bonecas são distribuídas entre todas elas.
Ambiguidade visual
São imagens nas quais vemos coisas diferentes, conforme o
enfoque. Com tais imagens, deve-se procurar sempre algo a
mais do que o primeiro olhar nota.
Ambiguidade lexical
A ambiguidade lexical consiste na dupla interpretação
que incide apenas sobre o item lexical. Segundo Mattoso
Câmara (1986), a ambiguidade é consequência da
homonímia, polissemia e deficiência dos padrões
sintáticos.

Exemplo: Preciso limpar minha manga. (Manga – fruta /


Manga – parte do vestuário)
Ironia

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