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LÍNGUA

PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÕES
1. “Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens”. O sinal indicativo de
crase está correto em:
a) Sabemos que certas expressões pertencem à certos grupos.
b) Sabemos que certas expressões pertencem àqueles grupos mais estigmatizados.
c) Sabemos que certas expressões pertencem à alguns grupos.
d) Sabemos que certas expressões pertencem à mais de um grupo.
e) Sabemos que certas expressões pertencem à todos os grupos.

2. Assinale a alternativa na qual as regras da concordância foram obedecidas.


a) Antigamente também haviam marcas indicativas de variação linguística.
b) Não falta, no Brasil, pessoas que acham algumas variantes feias.
c) Já faz muitos anos que os linguistas defendem menos preconceito em relação às
variedades.
d) No Brasil, observa-se variedades de todos os tipos.
e) Quem de nós diríamos que falamos melhor do que os outros?

3. Em “Ninguém disse isso.”, a relação sintática que se estabelece entre disse e isso é de
natureza distinta daquela que se observa em:
a) Enquanto José Salvador Alvarenga narrava seu drama. (narrava e seu drama).
b) Eu não via a terra. (via e a terra).
c) Quando esse misterioso homem apareceu do nada nas Ilhas Marshall (apareceu e
nas Ilhas Marshall.
d) Ele oferecia preciosos detalhes (oferecia e preciosos detalhes).
e) Conquistava os incrédulos ouvintes (conquistava e os incrédulos ouvintes).

4. Observe o atendimento às normas da regência verbal, no trecho: “A leitura passa a ser


um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez, não
deseja desprender-se.”.
Assinale a alternativa na qual as normas da regência verbal estão igualmente atendidas.
a) A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor na
qual ele, por sua vez, deseja submeter-se.
b) A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor contra
a qual ele, por sua vez, não deseja lutar.
c) A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor à qual
ele, por sua vez, deseja participar.
Língua Portuguesa 3

d) A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor com
a qual ele, por sua vez, não deseja separar-se.
e) A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da
qual ele, por sua vez, deseja conviver.

5. A partir do último Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o verbo ‘ler’, na sua forma
de 3ª pessoa plural do presente do indicativo, passou a ser grafado sem acento. Outros
verbos também tiveram sua grafia modificada. Analise a grafia dos termos sublinhados
nos seguintes enunciados.
1.As crianças vêem muitos livros que não podem ler.
2.Espera-se que os pais dêm mais atenção aos livros que seus filhos leem.
3.Há educadores que não creem no poder transformador da leitura.
Está(ão) grafado(s) segundo o último Acordo Ortográfico o(s) termo(s) destacado(s) em:
a) 1, 2 e 3.
b) 1, apenas.
c) 2, apenas.
d) 3, apenas.
e) 1 e 3, apenas.

6. O uso do sinal indicativo da crase está corretamente empregado em:


a) A criança gosta de responder à tudo o que lhe perguntam.
b) O pomar se estendia à perder de vista.
c) O jornalista entregou o artigo à redatora-chefe.
d) Ele começou à nadar por recomendação médica.
e) Daqui à uma semana o inventor dará uma palestra.

7. “Em meados de junho, a nova-iorquina Rebecca Moore, 52 anos, esteve no Brasil pela
primeira vez.”
As opções abaixo reestruturam a sentença acima, mantendo o mesmo sentido e pontuação
adequada, EXCETO uma. Assinale-a.
a) Em meados de junho, pela primeira vez, a nova-iorquina Rebecca Moore, 52 anos,
esteve no Brasil.
b) Esteve no Brasil pela primeira vez, em meados de junho, a nova-iorquina Rebecca
Moore, 52 anos.
c) A nova-iorquina Rebecca Moore, 52 anos, esteve, pela primeira vez, em meados de
junho, no Brasil.
d) A nova-iorquina Rebecca Moore, 52 anos, esteve no Brasil em meados de junho, pela
primeira vez.
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e) A nova-iorquina Rebecca Moore, 52 anos pela primeira vez, esteve no Brasil em


meados de junho.

8. Em “Será árduo garimpar os números da família, amigos, contatos profissionais.”, as vír-


gulas são utilizadas para
a) isolar vocativo.
b) assinalar inversão.
c) destacar conjunção.
d) marcar enumeração.
e) indicar elipse verbal.

GABARITO
1. B

2. C

3. C

4. B

5. D

6. C

7. C

8. A

TEORIA: REGÊNCIA
ͫ Conceito: é o mecanismo que regula as ligações entre um verbo ou nome e seus com-
plementos. É a parte da gramática que estuda a subordinação de um termo da oração a
outro, estabelecendo diferentes relações. Essa subordinação e as várias relações que se
estabelecem entre um termo regente (ou subordinante) e um termo regido (ou subordi-
nado) são indicadas pelas preposições.
» PREPOSIÇÃO: classe de palavras invariável, que é um elemento de ligação.
» Regência nominal: quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou
advérbio). Ex.:
» amor a Belo Horizonte;
» fanático por Belo Horizonte natural de Belo Horizonte contente com Belo Horizonte
essencial para Belo Horizonte;
» perto de Belo Horizonte.
ͫ Regência verbal: quando o termo regente é um verbo.
Teoria: Regência 5

» Chegamos a Belo Horizonte.


» Moramos em Belo Horizonte
» Gostamos de Belo Horizonte.
» Simpatizamos com Belo Horizonte.
Os verbos e as transitividades:
» VTD: não exige preposição.
» VTI: exige preposição.
» VL: não exige preposição.
» VI: alguns exigem preposição.*
ATENÇÃO: O verbo intransitivo apresenta caráter residual, o que quer dizer que um verbo só será VI, se não
for VTD, VTI ou VL. Esse conceito vai de encontro ao que se costuma dizer que o VI tem “sentido ou significado
completo”, pois nem sempre isso ocorre. Ex.
» Moro em Belo Horizonte.
O verbo MORAR é VI, embora não tenha sentido completo. Sem o ADJUNTO ADVERBIAL (em
Belo Horizonte), a oração fica incompleta, levando o interlocutor a rejeitá-la.
A razão de esse verbo ser intransitivo é seu caráter residual, pois um verbo só é VTD, se houver
OD; VTI se houver OI; VL se houver Predicativo do Sujeito. Nessa oração, só há um termo circuns-
tancial, o que tornou o verbo intransitivo. Outro exemplo:
» Você agiu bem.
Nessa oração, o verbo AGIR é intransitivo (VI), em que pese não tenha o sentido completo.
O termo bem é um adjunto adverbial de modo. Logo, mais uma situação em que o verbo não é
VTD, pois não há OD; não é VTI, pois não há O.I. e não é de ligação, pois não há termo qualificador
(predicativo do sujeito).
O domínio correto da regência verbal ou nominal decorre do uso. Cada falante conhece a
regência dos verbos e dos nomes que faz parte do seu repertório. Porém, como todos os domínios
da gramática tradicional, pode ser que haja inadequação em relação ao uso correto, prescrito pela
norma culta. Muitos falantes desconhecem certas regências por elas não ocorrerem no uso popular.
ͫ Alguns casos de regência verbal:
» respeitar / desrespeitar: VTD
O candidato desrespeitou o regulamento do edital.
» obedecer / desobedecer: VTI (a)
O candidato desobedeceu ao regulamento do edital.
» preferir / preterir: VTD ou VTDI (a)
Prefiro água a vinho.
» pagar / perdoar / agradecer: VTD, VTI(a), VTDI(a)
O devedor pagou a dívida.
O devedor pagou ao credor.
O devedor pagou a dívida ao credor.
OBSERVAÇÃO: no uso desses verbos, o OD refere-se a coisa e o OI refere-se a pessoa.
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» informar / avisar / certificar / cientificar / notificar: VTDI (a) ou VTDI (de/sobre)


Informei o ocorrido ao general.
Informei o general do ocorrido.
Informei o general sobre o ocorrido.
Observação: o verbo comunicar é VTDI(a). Ex.:
Comuniquei o ocorrido ao general.
» existir / acontecer / ocorrer: VI
Existem divergências teóricas entre os autores.
Algo estranho aconteceu.
Ocorreram deslizes na partida.
» ir / chegar: VI (a)
Os atleticanos foram ao Estádio do Independência assistir ao jogo do Galo.
Chego a casa sempre tarde.
OBSERVAÇÃO: no uso popular, a tendência é empregar o verbo chegar com a preposição
em (chegar em), o que caracteriza erro gramatical.
» caber / competir: VTI (a)
Cabe ao cidadão comum o direito de propor ação popular. (Sujeito: o direito de propor ação
popular)
Compete ao Poder Legislativo a elaboração das leis. (Sujeito: a elaboração das leis)
» esquecer / lembrar: VTD × esquecer-se/ lembrar-se: VTI (de)
Esqueci a matéria da prova.
Esqueci-me da matéria da prova.
Ele lembrou a regra gramatical.
Ele se lembrou da regra gramatical.
ATENÇÃO: Esquecer-se e lembrar-se são verbos pronominais, isto é, são verbos que vêm acompanhados de um
pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito. Não confundir verbo pronominal com verbo reflexivo. Nos
reflexivos, pode-se substituir o pronome SE pelas formas a si mesmo (a), a si mesmos (as), ao passo que isso
não ocorre com o verbo pronominal. No verbo pronominal, o pronome oblíquo átono SE é chamado de PARTE
INTEGRANTE DO VERBO PRONOMINAL.
Os verbos pronominais podem ser essencialmente pronominais, isto é, são sempre conjugados
com o auxílio do pronome oblíquo átono: queixar-se (VTI-de), arrepender-se (VTI-de), suicidar-se (VI),
apiedar-se (VTI-com), ater-se (VTI-a), referir-se (VTI-a), abster-se (VTI- de), zangar-se (VTI-com) etc.
Podem ser acidentalmente pronominais, isto é, podem ser flexionados com ou sem o auxílio
do pronome átono: lembrar-se (VTI-de), esquecer-se (VTI-de), debater-se (VTI-com), enganar-se
(VTI-com), tornar-se (VL) etc.
Observação: há outras construções dos verbos esquecer e lembrar, que são:
Esqueceram-me os fatos passados. (sujeito = os fatos passados; O.I. = me)
Lembraram-te os dias passados. (sujeito = os dias passados; O.I. = te)
Teoria: Regência 7

Na primeira frase, o verbo esquecer apresenta o sentido de “cair no esquecimento”. É comum,


nesse caso, que o sujeito se refira a coisa e o objeto a pessoa. Na segunda frase, o verbo lembrar
significa “sugerir, trazendo algo à memória” e também apresenta o sujeito referindo-se à coisa e
o objeto àa pessoa.
Eu lembro a vocês o compromisso. (OI= a vocês; OD= o compromisso)
Renata lembrou ao irmão o combinado. (OI= ao irmão; OD = o combinado)
Nessa frase, o verbo lembrar é VTDI(a) e significa advertir, prevenir ou sugerir.
» simpatizar: VTI (com)
Não simpatizo com essa ideia.
Observação: o verbo simpatizar não é pronominal! A estrutura “Não me simpatizo com
essa ideia.” está, portanto, errada.
ͫ Outros casos de regência verbal - verbos que alteram o significado conforme alteram a
regência:
» assistir:
- “ver”- VTI(a)
Não assisti ao último capítulo da novela.
- “caber/competir”- VTI(a)
Assiste ao Ministério Público a denúncia na ação penal incondicionada.
- “morar”- VI(em)
Os deputados federais assistem em Brasília.
- “ajudar/prestar assistência”- VTD
Os policiais rodoviários assistiram as vítimas do acidente.
» aspirar:
- “almejar/objetivar”- VTI(a)
O candidato aspira a uma carreira estável.
- “inalar,sorver”- VTD
As vítimas aspiraram a fumaça do incêndio.
» visar:
- “ter em vista/objetivar”- VTI(a)
O candidato visa a uma carreira estável.
- “mirar”- VTD
O atirador visou o alvo errado.
- “assinar/passar visto”- VTD
A gerente visou a autorização do crédito.
Observação: os verbos assistir no sentido de ver, aspirar no sentido almejar e visar no sentido
de ter em vista, apesar de transitivos indiretos, não admitem o pronome oblíquo átono LHE sendo
o objeto indireto. Nesse caso, usam-se as formas tônicas A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS , exercendo
a função de O.I.
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» implicar:
- “acarretar/resultar”- VTD
A briga dos torcedores implicou a prisão de todos.
- “ter implicância”- VTI(com)
Eles implicam com o nosso jeito de falar.
- “envolver”- VTDI(em)
Implicaram o parlamentar na delação premiada.
» proceder:
- “realizar/dar início”- VTI(a)
O delegado procedeu ao inquérito.
- “ agir”- VI
Você procedeu mal durante a aula.
- “ ter fundamento”- VI
Seu argumento não procede.
- “ ter origem, provir”- VI(de)
Guimarães Rosa e Carlos Drummond procedem de Minas Gerais.
» custar:
- “ser custoso, ser difícil”- VTI (a)
Custou ao aluno assimilar a regra gramatical. (sujeito = assimilar a regra gramatical)
OBSERVAÇÃO: é comum na estrutura anterior o sujeito ser uma oração, isto é, oração
subordinada substantiva subjetiva (sujeito oracional). A frase “O aluno custou a assimilar
a regra gramatical.”, embora muito usada popularmente, está errada.
-”ter valor de, ter o preço”-VI
Aquela calça custa caro.
-”acarretar”- VTDI (a)
A elaboração do material custou-me muita dedicação.
» querer:
- “desejar”- VTD
Ela queria muitas joias.
- ”estimar, gostar”- VTI(a)
Eu quero aos meus amigos.
» precisar:
-”ter necessidade”- VTI(de)
Precisamos de mais tempo.
-”marcar com precisão”- VTD
O motorista não precisou o lugar correto.
» chamar:
Teoria: Regência 9

-”convocar”- VTD
O professor chamou os alunos para aula.
Observação: admite-se também com esse sentido o uso da preposição por: O mestre chamou
pelos alunos.
-” denominar, cognominar” - VTD + predicativo do objeto (com ou sem a preposição de)
VTI(a) + predicativo do objeto (com ou sem a preposição de)
Chamaram o jogador de talentoso. (OD = o jogador/ PO = de talentoso)
Chamaram o jogador talentoso. (OD = o jogador/ PO = talentoso)
Chamaram ao jogador de talentoso. (OI = ao jogador/ PO = de talentoso)
Chamaram ao jogador talentoso. (OI = ao jogador/ PO = talentoso)
ATENÇÃO: Alguns verbos, por força da fala cotidiana e popular, têm sido usados de forma incorreta. A exemplo
disso há o verbo namorar, que tem sido usado como VTI -com (namorar com), mas que é, segundo o uso formal,
VTD. Dessa forma, seguem alguns verbos e as respectivas transitividades:

Verbos transitivos diretos Verbos transitivos indiretos


abraçar
abençoar
acudir
adorar
ajudar
amar
compreender
convidar
caber
cumprimentar
convir
desrespeitar
desobedecer
entender
obedecer
estimar
pertencer
estimular
julgar
namorar
ouvir
prejudicar
respeitar
ver
visitar

Observação: não é correto dar um único complemento a verbos de regências diferentes.


Frases, como as seguintes, são consideradas incorretas:
Assisti e gostei do filme.
Ele entrou e saiu da mata.
Logo, com correção gramatical, elas devem ser reescritas:
Assisti ao filme e gostei dele. (assistir A × gostar DE)
Ele entrou na floresta e saiu dela. (entrar EM × sair DE)
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ͫ Alguns casos de regência nominal: em relação à regência nominal, não há tantos desen-
contros entre a norma culta e a fala cotidiana, ela apresenta um caráter mais intuitivo.
Atendo-se à própria fala, identifica-se a preposição correta.
» alheio a, de: Ele está alheio aos problemas da família. / Era uma vez um presidente
alheio de tudo que acontecia no país dele.
» ambicioso de: Ela tem um espírito ambicioso de realizações.
» análogo a: Um caso concreto análogo aos ditames da lei.
» ansioso de, para, por: Eu estava ansiosa de ver minha filha. / Os alunos estavam
ansiosos para fazer a prova. / Sinto-me ansiosa por encontrá-lo.
» apto a, para: Após o curso de formação, os policiais estão aptos ao trabalho. / Con-
sidero-me apta para o cargo de delegada.
» ávido de, por: Era um aluno ávido de conhecimento. / Pessoas ávidas por dominar.
» contemporâneo a, de: Colega contemporâneo ao curso de Letras. / Amigo contem-
porâneo do curso de Direito.
» contíguo a: Sala contígua ao quarto.
» curioso a, de: Aquele aluno era um exemplo curioso aos professores. / Ele era curioso
de tudo.
» falto de: O atleta caiu falto de energia.
» imbuído em, de: Ela estava imbuída na realização dos seus sonhos. / Estava imbuída
de boas intenções.
» incompatível com: O que faz é incompatível com meus valores.
» inepto para: A professora de gramática é inepta para a matemática.
» misericordioso com, para com: Era muito misericordiosa com os necessitados. / A
esposa foi misericordiosa para com o marido.
» preferível a: Estar saudável é preferível a estar doente.
» propenso a, para: Era propensa à advocacia. / O policial sempre foi propenso para
o bem.

TEORIA: CRASE
ͫ Conceito: é, em regra, a fusão de preposição a + artigo definido feminino a/as. Ex.: Aspiro
à carreira policial.
A crase pode decorrer também da fusão de preposição a + pronome demonstrativo a/as (=
aquela ou aquelas). Ex.: Sua proposta é idêntica à dos outros manifestantes. Ou da contração de
preposição a + pronome demonstrativo aquele, aquela, aquilo. Ex.: O edital não se referia àquela
matéria de crase.
ATENÇÃO! A crase é uma contração, não se tratando de acento! O acento usado para sinalizar a contração de
preposição com artigo é o grave. Em editais de concurso vê-se o seguinte: Uso do sinal indicativo de crase.
São três tipos de crase: facultativa, obrigatória e proibida.
» Crase facultativa:
Teoria: Crase 11

1º) Antes de nome próprio feminino: Refiro-me à Olívia.


Refiro-me a Olívia.
2º) Antes de pronome adjetivo possessivo feminino:
Graças à nossa persistência, passamos.
Graças a nossa persistência, passamos.
Observação: quando se trata de pronome substantivo possessivo, a crase é obrigatória.
Ex.: Sua blusa é igual à minha. (crase obrigatória, pois ocorre a fusão da preposição a
com o artigo definido feminino a.)
3º) Após a preposição até:
Fomos até à praia.
Fomos até a praia.
Observação: no primeiro e segundo casos de crase facultativa, o artigo definido feminino a é
facultativo. No terceiro caso, a preposição a é facultativa, pois a preposição até pode ser empregada
sozinha ou em locução com a preposição a (até a).
» Crase obrigatória:
Regra geral: a + a = à (havendo a preposição e o artigo definido feminino, a crase é obrigatória).
Ela aspira à carreira de atriz.
Na viagem, vistamos a Bahia de Todos os Santos. (Sem acento grave, pois o verbo é VTD, logo
não há preposição a.)
» Outros casos de crase obrigatória:
1º) Em expressões que indicam horas:
Às 7h30, inicia-se a aula.
De 7h30 a 11h10 temos aula.
Das 7h30 às 11h10min, temos aula.
OBSERVAÇÃO: atenção ao paralelismo sintático, termos em paralelo ou equilibrados,
quando se usam as expressões indicativas de horas para sinalizar intervalos.
Se antes da primeira expressão houver preposição (a), haverá necessariamente preposição
antes da segunda expressão (de). Se antes da primeira expressão houver a contração (de + a = da),
haverá necessariamente a contração antes da segunda expressão (à = a + a).
2º) Em expressões adverbiais femininas (ou locuções adverbiais femininas):
Fique à vontade.
Estou à disposição.
O problema veio à tona.
Vire à direita.
Eles vivem às margens da BR 381.
Pagamento à vista.
Usam sapatos à Luís XV.
Gol à Pelé.
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Nesses dois últimos exemplos, a expressão adverbial feminina à moda de/à maneira de está
implícita.
EXCEÇÃO: não é com todas as expressões adverbiais femininas que ocorre a fusão da preposição a com o artigo
a. As expressões adverbiais de instrumento não são craseadas. Ex.: Cortei o bolo a faca.

Observação: O acento grave, é, muitas vezes, empregado para evitar ambiguidades (A


noite chegou × À noite chegou. / Cheirava a gasolina × Cheirava à gasolina.) ou para res-
peitar uma tradição escrita.
3º) Em nomes de localidade femininos (cidade, estado, país etc.) antecedidos de artigo feminino:
Fomos a Fortaleza (× Voltamos de Fortaleza. – sem artigo)
Fomos à Bahia. (× Voltamos da Bahia. – com artigo)
Fomos a Diamantina. (× Voltamos de Diamantina. – sem artigo)
Fomos à Diamantina de JK. (× Voltamos da Diamantina de JK. – com artigo)
Memorize! Quem volta de, vai a, sem crase. Quem volta da, vai à, com crase.
» Crase proibida: na ausência da preposição ou do artigo definido feminino, a crase
será proibida.
A crase é proibida antes de:
» substantivo masculino:
Voltamos a pé.
Pagamento a prazo.
» verbo:
A partir de hoje, não haverá aula.
» pronome pessoal:
Enviei a ela o relatório.
» pronome relativo (exceto: a qual, as quais):
A questão a que me referi foi anulada. (x A questão à qual me referi foi anulada.)
» pronome demonstrativo (exceto: aquele, aquela, aquilo):
Aspirávamos a essa prova. (x Aspirávamos àquela prova.)
» pronome indefinido (exceto: outra):
Ele assiste a qualquer coisa na TV. (x Teoria e prática andam aliadas uma à outra.)
» pronome de tratamento (exceto: senhora, senhorita, dona):
Refiro-me a Vossa Excelência. (x Refiro-me à senhora.)
» das expressões casa ou distância não especificadas:
Chegamos a casa tarde. (x Chegamos à casa do Ricardo tarde.)
Ensino a distância. (x A vítima foi vista à distância de cem metros do local do crime.)
» Entre palavras repetidas:
Gota a gota, os reservatórios estão ficando abaixo do nível aceitável.
Teoria: Pontuação 13

OBSERVAÇÃO: a palavra TERRA no sentido de “terra firme, chão”, ou seja, opondo-se a


“bordo”, não recebe artigo definido, logo não ocorrerá a crase. Ex.: Depois de tantos dias
no mar, chegamos a terra.
Em outras situações de uso da palavra TERRA (inclusive a referência ao planeta), há o artigo,
logo ocorrerá a crase. Ex.: Vou à terra da minha avó. / Cheguei à terra natal. / O aluno referiu-se à
Terra.

TEORIA: PONTUAÇÃO
ͫ Sinais de pontuação:
1-Ponto final
2-Ponto de exclamação Finalizam o período.
3-Ponto de interrogação
4-Travessão
5-Parenteses Em regra, sinalizam termos explicativos.
6-Dois-pontos
7-Ponto e vírgula→ Separa, geralmente, elementos extensos dispostos em enumeração.
8-Vírgula
9-Aspas→ Usadas para destacar citação, estrangeirismos, sentido figurado, ironias etc.
10-Reticências► Finalizam o período, deixando a cargo do leitor a continuação do pensamento.
ͫ VÍRGULA
ͫ Conceito: sinal de pontuação mais cobrado em questões de concurso. Introduz pausa
breve entre os termos da oração, sinalizando deslocamentos, termos subentendidos,
ênfase etc.
ͫ Uso da vírgula
» Vírgula proibida:
1º) Separando os termos essenciais: sujeito de predicado.
Os manifestantes, se reuniram na Praça da Estação. (vírgula separando sujeito de verbo =
incorreto)
2º) Separando os termos integrantes► verbo de complementos verbais, agente da passiva
de locução verbal e complemento nominal dos nomes:
Os manifestantes protestavam, contra a Reforma da Previdência.. (vírgula separando verbo
de O.I.. = incorreto)
A PEC 37 foi proposta, por um Deputado Maranhense. (vírgula separando locução verbal de
agente da passiva = incorreto)
Ela tinha certeza, de que passaria. (vírgula separando complemento nominal de substantivo
= incorreto)
3º) Separando adjunto adnominal do substantivo.
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A proposta, do deputado, foi vetada. (vírgula separando o adjunto adnominal do substantivo


= incorreto)
» Vírgula obrigatória:
1º) Em adjunto adverbial deslocado.:
Em Belo Horizonte, não faz mais frio como antigamente.
Hoje deverá chover. (vírgula facultativa- adjunto adverbial pequeno)
OBSERVAÇÃO: em adjunto adverbial pequeno (aquele formado por uma palavra), a vír-
gula é facultativa. Há variação de entendimento entre os autores em relação ao que é
adjunto adverbial pequeno.
2º) Em enumerações - separando termos de mesma função sintática:
MG, RJ, ES e SP constituem o Sudeste brasileiro. (núcleos do sujeito enumerados)
A PEC foi rejeitada pelos professores, pelos estudantes, pelos médicos e pelos
enfermeiros. (enumeração de agentes da passiva)
3º) Em vocativo:
O objetivo do meu governo, caros brasileiros, é a educação.
Alunos, estudem mais a gramática tradicional!
OBSERVAÇÃO: conforme já elucidado na matéria de termos acessórios, o vocativo é
considerado um termo à parte da oração. Razão por que ele pode ficar no início, meio
ou fim do período.
4°) Em aposto explicativo:
Belo Horizonte, a capital dos mineiros, anda muito agitada no carnaval.
É centenária a capital dos mineiros, Belo Horizonte.
OBSERVAÇÃO: como o aposto explicativo é termo de caráter explicativo, admitem-se
vários sinais de pontuação nele. No primeiro exemplo, cabe também um par de traves-
sões ou os parênteses, ao passo que, no segundo exemplo, cabem os parênteses, um
travessão ou dois pontos.
5°) Em elipse→ termo subentendido:
Meu pai é engenheiro; minha mãe, professora. (elipse do verbo ser, flexionado na 3ªp.singular
do
presente do indicativo)
6º) Em expressões explicativas ou retificativas→ isto é, por exemplo, ou seja, aliás, ou melhor,
a saber etc.:
A prova será em abril, ou melhor, no fim de março.
7º) Em orações subordinadas adverbiais deslocadas:
Ordem direta: oração principal + oração subordinada adverbial
Mande lembranças, se o vir. (vírgula facultativa)
Se o vir, mande lembranças. (vírgula obrigatória)
Teoria: Acentuação Gráfica 15

OBSERVAÇÃO: considerando-se a ordem direta da oração subordinada adverbial (pri-


meiro exemplo), a vírgula é considerada pela maioria dos autores e pelas organizadoras
de concurso como facultativa.

TEORIA: ACENTUAÇÃO GRÁFICA


ͫ Regras de acentuação gráfica:
ͫ Palavras oxítonas acentuadas graficamente:
As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: jacaré,
cipó, cantar, anzol etc.
São acentuadas as oxítonas terminadas em:
» Oxítonas terminadas em vogais tônicas (a, as, e, es, o, os). Ex.: sofá, dominó, purê,
café etc.
» Oxítonas terminadas com -em ou -ens. Ex.: mantém; parabéns, refém, reféns etc.
» Oxítonas terminadas em ditongos abertos -ói,-óis, -éu, -éus, -éi,-éis. Ex.: chapéu;
papéis; heróis; corrói etc.
ͫ Palavras paroxítonas acentuadas graficamente:
As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica, como:
adorável, órgão, perfume, mesa etc.
As palavras paroxítonas não são geralmente acentuadas e representam a maioria das palavras
da língua portuguesa.
ͫ São acentuadas as paroxítonas terminadas em:
» Paroxítonas terminadas em -r. Ex.: ímpar, cadáver, caráter etc.
» Paroxítonas terminadas em -l. Ex.: fóssil, réptil, têxtil etc.
» Paroxítonas terminadas em -n. Ex.: hífen, éden, pólen etc.
» Paroxítonas terminadas em -x. Ex.: córtex, tórax, fênix etc.
» Paroxítonas terminadas em -ps. Ex.: bíceps, fórceps etc.
» Paroxítonas terminadas em -ã, -ãs, -ão, -ãos. Ex.: órfã, órgão, sótão etc.
» Paroxítonas terminadas em -um, -uns, -om, -ons. Ex: álbum, fórum, prótons etc.
» Paroxítonas terminadas em -us. Ex.: vírus, húmus, bônus etc.
» Paroxítonas terminadas em -i, -is.Ex.: júri, íris, tênis etc.
» Paroxítonas terminadas em -ei, -eis. Ex.: jóquei, hóquei, fizésseis etc.
» Paroxítonas terminadas em ditongo. Ex.: bromélia, relatório etc.
OBSERVAÇÃO: Acentuação das paroxítonas e o Novo Acordo Ortográfico.
Com a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, alguns acentos foram abolidos nas pala-
vras paroxítonas, tais como:
» acento agudo nos ditongos abertos oi e ei;
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» acento agudo na vogal i e na vogal u quando precedidas de ditongos, antigamente


chamado falso hiato;
» acento circunflexo nos ditongos oo e ee.
Escrita depois do acordo ortográfico:
» Palavras com oi: jiboia (antes: jibóia); boia (antes: bóia); paranoia (antes: paranóia);
heroico (antes: heróico); joia (antes: jóia) etc.
» Palavras com ei: ideia (antes: idéia); europeia (antes: européia); alcateia (antes:
alcatéia); geleia (antes: geléia); assembleia (antes: assembléia), epopeia (antes:
epopéia) etc.
» Palavras com i ou u ( falso hiato): baiuca (antes: baiúca); feiura (antes: feiúra) etc.
» Palavras com oo: abençoo (antes: abençôo); perdoo (antes: perdoo); voo (antes:
vôo); magoo (antes: magôo); enjoo (antes: enjôo) etc.
» Palavras com ee: eles deem (antes: eles dêem); eles creem (antes: eles crêem); eles
leem (antes: eles lêem); eles veem (antes: eles vêem) etc
ͫ Regra de acentuação das palavras proparoxítonas
As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica,
como: pássaro, cantássemos, gráfico, ênfase, espírito etc.
» Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.
» Proparoxítonas aparentes: são chamadas de proparoxítonas aparentes as proparo-
xítonas que terminam em -ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, entre outros. São assim
chamadas porque, antes da entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, podiam
ser consideradas paroxítonas ou proparoxítonas.
Exemplos: exíguo (e-xí-gu-o), gênio (gê-ni-o), glória (gló-ri-a), lírio (lí-ri-o), mágoa (má-go-a),
série (sé-ri-e), tênue (tê-nu-e), início (i-ní-ci-o), rádio (rá-di-o), régua (ré-gu-a), cárie (cá-ri-e),
miséria (mi-sé-ri-a), história (his-tó-ri-a) etc.
ͫ Acento diferencial
Usado para indicar a diferença entre as classes de algumas palavras (mas-conjunção x más-
-adjetivo), entre singular e plural (vem-singular x vêm-plural) etc. Com a entrada do Novo Acordo
Ortográfico, alguns acentos diferenciais foram abolidos e outros se mantiveram inalterados.
» O acento foi abolido nas palavras pára, pólo, pêlo e pêra, ficando para, polo, pelo
e pera.
» O acento é mantido nas palavras pôr (verbo), pôde (pretérito perfeito do infdicativo),
têm (plural) e vêm (plural), diferenciando-as de por (preposição), pode (presente
do indicativo), tem (singular) e vem (singular).

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