Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PORTUGUESA - AULA
2
2
7. (AUTOR – 2021) Assinale a opção em que a palavra apresentada NÃO admite flexão para
o gênero feminino.
a) “seu”;
b) “tempo”;
c) “cansado”;
d) “atolado”;
e) “ansioso”.
8. (AUTOR – 2021) Assinale a opção CORRETA quanto àquilo que se afirma em relação à
palavra “muito” em: muito comum” e “muito normal”.
a) Em “muito normal”, é um qualificador da palavra “normal”.
b) Em “muito comum”, é um qualificador da palavra “comum”.
c) Nas duas ocorrências, trata-se de um intensificador da palavra que lhe sucede.
d) Nas duas ocorrências, trata-se de um intensificador da palavra que lhe antecede.
e) Nas duas ocorrências, trata-se de um qualificador da palavra que lhe sucede.
4
GABARITO
1. C.
2. D.
3. B.
4. E.
5. D.
6. C.
7. C.
8. C.
TEORIA: SUBSTANTIVO
ͫ Conceito: designa os seres, nomeando-os. É uma classe de palavras variável, podendo,
portanto, ser flexionada.
ͫ Flexões:
» gênero: masculino X feminino
» número: singular X plural
» grau: aumentativo X diminutivo
ͫ Função sintática: NÚCLEO!
Analise o período abaixo:
O aluno foi aprovado.
SUJEITO
Qual o sujeito dessa frase?
Para se definir isso, faz-se a primeira pergunta para o verbo.
Quem foi aprovado? O aluno (sujeito).
Qual a função sintática do substantivo ALUNO? Núcleo.
Parabenizei o aluno.
OBJETO DIRETO
Quem parabenizei o aluno? Eu (sujeito desinencial).
O verbo PARABENIZAR é transitivo direto, isto é, exige complemento verbal despreposicionado
(objeto direto). Logo, nesse período, o elemento O ALUNO é objeto direto, pois completa o sentido
do verbo. Contudo, o substantivo ALUNO é NÚCLEO do objeto direto.
ATENÇÃO!!
1º) Pode-se afirmar que o substantivo ALUNO exerça a mesma função sintática em ambas as
orações? SIM!
Em ambas as orações, ALUNO exerce a função de NÚCLEO.
TEORIA: SUBSTANTIVO 5
2º) Pode-se afirmar que a expressão O ALUNO exerça a mesma função em ambas as orações?
NÃO!
A expressão O ALUNO exerce a função de sujeito na primeira oração e de objeto direto na
segunda oração.
ͫ Subclassificação do substantivo:
ͫ Flexões do substantivo:
» Gênero: o gênero é uma classificação gramatical, não existindo correspondência
necessária entre gênero masculino e sexo masculino ou entre gênero feminino e
sexo feminino.
» biforme: aluno, aluna, professor, professora, presidente, presidenta etc.
» uniforme: a/o dentista, a/o indígena, a/o presidente, a testemunha, a vítima, o
cônjuge etc.
6
No caso do substantivo uniforme, os três primeiros são considerados comuns de dois gêne-
ros, ao passo que os três últimos são sobrecomuns. Os substantivos que designam animais são os
epicenos, que possuem uma só forma para o feminino e para o masculino. A distinção de gênero
é marcada pelos adjetivos macho e fêmea. Ex.: cobra macho – cobra fêmea, jacaré macho – jacaré
fêmea, onça macho – onça fêmea etc.
Alguns substantivos diferenciam o masculino do feminino por meio de um radical distinto para
cada gênero. São chamados de heterônimos. Ex.: boi – vaca, cavaleiro – amazona, cavalheiro – dama,
compadre – comadre, homem – mulher, pai – mãe, padrinho – madrinha, zangão – abelha etc.
» Número:
» singular
» plural
ͫ Formação do plural:
Plural dos substantivos simples:
» Substantivos terminados em vogal ou ditongo fazem o plural com o acréscimo de
um S. Ex.: cama – camas, relógio – relógios
» Substantivos terminados em ÃO tônico são pluralizados de três formas:
ãos: chãos, cristãos, pagãos, órgãos, cidadãos;
ões: falcão – falcões, espião – espiões, leão – leões;
ães: cão – cães, pão – pães, escrivão – escrivães.
Alguns substantivos terminados em ão admitem mais de um plural. Ex.: vilão – vilãos – vilões
– vilães, sultão – sultãos – sultões – sultães, corrimão – corrimãos – corrimões, refrão – refrões –
refrães, anão – anãos – anões, ancião – anciões – anciães etc.
» Substantivos terminados em L:
Quando precedidos de A, E, O, U (al,el,ol,ul), acrescenta-se IS, retirando-se o L. Ex.: canal –
canais, metal – metais, pastel – pastéis, anel – anéis, anzol – anzóis, sol – sóis etc.
Exceção: mal – males, cônsul – cônsules, aval – avais ou avales, mel – méis ou meles, fel – féis
ou feles.
» Substantivos terminados em L, precedidos de I (il), apresentam duas regras:
Nas oxítonas, o acréscimo do S provoca a queda do I. Ex.: barril – barris, anil – anis, funil –
funis, esmeril – esmeris etc.
Nas paroxítonas, o acréscimo do S transforma o IL em EIS. Ex. fóssil – fósseis.
Observação: réptil e projétil podem também ser pronunciados como oxítonos, por isso, admi-
tem duas formas de plural: répteis ou reptis, projéteis ou projetis.
» Substantivos terminados em M fazem o plural com o acréscimo de S, havendo uma
alteração gráfica de M para N. Ex.: jovem – jovens, homem – homens, álbum –
álbuns, item – itens etc.
» Exceção: o substantivo totem admite dois plurais, que são totens ou tótemes.
» Substantivos terminados em N fazem o plural com o acréscimo de S. Ex.: hífen –
hifens, pólen – polens.
Observação: cânon apresenta cânones como plural.
Há dois registros dicionarizados para: abdome – abdomes ou abdômen – abdomens; germe –
germes ou gérmen – germens; espécime – espécimes ou espécimen – espécimens.
TEORIA: SUBSTANTIVO 7
Veja que primeiro se pluraliza o substantivo, depois suprime-se o S, para em seguida acres-
centar o sufixo de diminutivo.
TEORIA: ADJETIVO
ͫ Conceito: modifica um substantivo, atribuindo a ele uma característica ou uma qualidade.
Restringe a significação do substantivo.
ͫ Analise os períodos abaixo:
O amor engrandece. (Sujeito: O amor)
O amor materno engrandece. (Sujeito: O amor materno)
Essas duas orações são semanticamente distintas, pois, em “amor materno”, o adjetivo não
somente caracteriza o substantivo AMOR, mas restringe a sua significação.
O adjetivo é um elemento de extrema importância textual, pois ele faz muito mais do que
qualificar ou caracterizar o substantivo. Muitas vezes é ele quem define a significação do substantivo.
O adjetivo pode ser classificado como:
» Restritivo: quando particulariza um subconjunto dentro de um conjunto de seres.
Ex.: fogo azul.
» Explicativo: quando não particulariza um subconjunto dentro de um conjunto. Ex.
fogo quente.
» Pátrio: designa nacionalidade, procedência, origem da pessoa ou coisa representada
pelo substantivo a que se refere. Ex.: povo português, clima belo-horizontino, música
brasileira, comida mineira etc.
ͫ Flexões:
» gênero: feminino X masculino
» número: singular X plural
» grau: comparativo X superlativo
ͫ Locução adjetiva: é o desdobramento do adjetivo, é uma expressão preposicionada que
cumpre o papel do adjetivo.
O amor de mãe engrandece. (locução adjetiva: de mãe)
É possível afirmar que para toda locução adjetiva haja um adjetivo correspondente? NÃO!
Exemplo: de mãe – materno; de pai – paterno; de irmão – fraterno; da chuva – pluvial; do
rio – fluvial; do Atlético – atleticano; da Polícia Federal – ?
O amor de mãe e o de pai são incondicionais. (locuções adjetivas: de mãe e de pai)
Os alunos da Polícia Federal estão se preparando com antecedência. (locução adjetiva: da
Polícia Federal)
Percebe-se que na primeira oração, as locuções de mãe e de pai apresentam adjetivos cor-
respondentes, ao passo que, na segunda, a locução da Polícia Federal não apresenta adjetivo
correspondente.
ͫ Funções sintáticas:
» adjunto adnominal – O aluno nervoso fez a prova. (Quem fez a prova? O aluno
nervoso)
10
» predicativo do sujeito – O aluno fez a prova nervoso. (Quem fez a prova? O aluno)
» predicativo do objeto – Achei o aluno nervoso. (Quem achei o aluno nervoso? Eu)
ATENÇÃO!!
Quando o adjetivo está “junto + junto + junto do substantivo”, ele tende a exercer a função
de adjunto adnominal. Estando longe do substantivo ao qual se refere, será predicativo do sujeito
(exemplos 1 e 2).
O predicativo do objeto é um adjetivo que se refere ao objeto, modificando a estrutura, isso
por se tratar de termo integrante. Para perceber essa modificação, reescreve-se a oração sem o
adjetivo. Ex.:
Achei o aluno nervoso. X Achei o aluno.
(Considerei o aluno nervoso.) X ( Encontrei o aluno)
Percebe-se que o elemento definidor da interpretação de ambas estruturas é o adjetivo, logo,
nessa situação, ele exerce a função de predicativo do objeto. Ex.:
Comprei uma gramática nova. X Comprei uma gramática.
Em ambas as estruturas, a interpretação do verbo COMPRAR se mantém a mesma, isto é,
“troca mediante preço”. Não se evidencia, nesse exemplo, a mudança semântica que se percebeu
no exemplo anterior, dessa forma, o adjetivo exerce a função de adjunto adnominal.
ͫ Flexões do adjetivo:
» Gênero:
» biforme: nervoso, nervosa, belo, bela etc.
» uniforme: gentil, inteligente, útil, grande etc.
» Número: singular X plural
Plural de adjetivos compostos:
Comprei duas blusas verde-claras.
Comprei duas blusas verde-musgo.
No adjetivo composto, o primeiro elemento é invariável. O segundo elemento só variará se
for um adjetivo; sendo um substantivo, mantém-se invariável. Dessa forma:
ADJETIVO + ADJETIVO
invariável variável
ADJETIVO + SUBSTANTIVO
invariável invariável
Outros exemplos:
contextos histórico-culturais
medidas político-administrativas
teorias socrático-platônicas
Observação: são invariáveis os adjetivos compostos azul-marinho (blusas azul-marinho), furta-
-cor (tecidos furta-cor) e ultravioleta (raios ultravioleta). O adjetivo composto surdo-mudo apresenta
os dois elementos variáveis (crianças surdas-mudas, bebês surdos-mudos).
ATENÇÃO!! Não confunda as terminologias: ADJETIVO, LOCUÇÃO ADJETIVA e ADJETIVO
COMPOSTO!!!
TEORIA: ADJETIVO 11
TEORIA: ADVÉRBIO
ͫ Conceito: modifica um verbo, um advérbio, um adjetivo ou uma oração, exprimindo uma
circunstância.
Verbo: Ele dirige mal. (advérbio de modo)
Advérbio Advérbio: Ele dirige mal demais. (advérbio de modo, advérbio de intensidade)
Adjetivo: Ele é muito imprudente. (advérbio de intensidade)
ͫ Flexões: não varia em gênero nem em número, permanecendo no masculino-singular.
MASCULINO SINGULAR
MACHO SOLTEIRÃO
Analise o período abaixo:
Aquela cerveja desce redonda.
Percebe-se que essa oração apresenta erro gramatical, pois o advérbio é “macho -solteirão”,
o que significa dizer que é uma palavra que não pode ser flexionada no feminino nem no plural.
Logo, com correção gramatical, a oração deve ser reescrita como:
Aquela cerveja desce redondo. (redondo: advérbio de modo)
ͫ Locução Adverbial: é uma expressão que cumpre o papel do advérbio, exprimindo
circunstância.
ATENÇÃO! A locução adverbial, da mesma forma que a locução adjetiva, é um desdobramento
da classe, isto é, é uma expressão que cumpre o papel da classe.
Estamos em Belo Horizonte. (locução adverbial de lugar)
Fez calor de manhã. (locução adverbial de tempo)
O detento saiu da prisão com o agente penitenciário. (loc.adv.de lugar/ loc.adv.companhia)
A noiva cortou o bolo com a faca. (locução adverbial de instrumento)
ͫ Circunstâncias:
» Tempo: hoje, amanhã, agora, nunca, jamais etc.
» Modo: lentamente, mal, bem etc.
» Lugar: aqui, lá, acolá etc.
» Intensidade: mais, menos, muito, demais etc.
» Dúvida: talvez, provavelmente, acaso, porventura etc.
TEORIA: PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 13
ͫ Derivação
» por prefixação: colocação de prefixo. Ex. desleal, concidadão etc.
» por sufixação: colocação de sufixo. Ex. lealdade, cidadania etc.
» parassintética: é a colocação simultânea de ambos os afixos. Ex. emudecer, apo-
drecer etc
» regressiva: é a retirada de elementos finais de uma palavra. Forma substantivos
abstratos. Ex.: amparo (amparar), ajuda (ajudar), luta (lutar), etc.
» imprópria: caracterizada pela manutenção do vocábulo, com a troca da sua classi-
ficação, isto é, é a troca de classes. Ex.
O rapaz é alto. (alto = adjetivo)
O rapaz fala alto. (alto = advérbio)
ͫ Hibridismo: os elementos que constituem o vocábulo são oriundos de diferentes lín-
guas. Ex: abreugrafia (português+grego), automóvel (grego+latim), sambódromo
(africano+grego).
ͫ Onomatopeia: a onomatopeia é a formação da palavra que se dá pela assimilação do
som, ou seja, é uma palavra imitativa.
O tique-taque do relógio me incomoda.
TEORIA: PRONOME
ͫ Conceito: é a classe que, sem significado próprio ou fixo, acompanha ou substitui o sub-
stantivo, representando uma das pessoas do discurso.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, responde pela prática de vários
crimes. Ele alegou, em sua defesa, que não cometeu nenhum crime e que não tem outras fontes
de renda que não sejam declaradas.
Quantos são os pronomes desse trecho? 6
Quantos acompanham o substantivo? 4 (elementos com setas)
Quantos substituem o substantivo? 2 (elementos sublinhados)
» Pronome adjetivo: acompanha o substantivo. → adjunto adnominal
» Pronome substantivo: substitui o substantivo. → núcleo
ͫ Flexões:
» gênero: masculino x feminino
» número: singular x plural
» pessoa: 1ª, 2ª, 3ª.
ͫ Análise do discurso (Ato da fala):
» Emissor: quem fala → 1ª pessoa
» Interlocutor/receptor: com quem se fala → 2ª pessoa
» Mensagem/assunto: de quem se fala ou do que se fala → 3ª pessoa
Categorias pronominais:
pronome pessoal
PRONOME PESSOAL 15
pronome de tratamento
pronome possessivo
pronome relativo
pronome indefinido
pronome demonstrativo
pronome interrogativo
PRONOME PESSOAL
ͫ Pronome pessoal: acompanha ou substitui o substantivo, representando uma das pessoas
do discurso.
» Pronome pessoal reto: substitui o sujeito das orações.
» Pronome pessoal oblíquo: substitui os complementos das orações.
A partir de agora, faz-se uma segunda pergunta para o verbo, a qual visa à identificação do
complemento da oração, isto é, do objeto direto ou do objeto indireto.
Verbo transitivo (VT): apresenta sentido incompleto, necessitando de complemento.
O que é, então, complemento?
Complemento é um termo que completa sentido e é indispensável em caso de verbo transi-
tivo (VT), podendo este ser VTD ou VTI. Em caso de VTD, o complemento se chama complemento
verbal despreposicionado (OBJETO DIRETO), e, no caso de VTI, complemento verbal preposicionado
(OBJETO INDIRETO).
Analise o período:
A professora parabenizou o aluno.
Quem parabenizou o aluno? A professora (SUJEITO).
Quem parabeniza, parabeniza alguém. A professora parabenizou quem? O aluno. (OBJETO
DIRETO)
Quais pronomes pessoais substituirão o sujeito e o complemento dessa oração?
ELA – pronome reto – substitui o sujeito
O – pronome oblíquo átono – substitui o objeto direto
Ela parabenizou-o.
Ela o parabenizou.
PRONOMES PESSOAIS
RETOS OBLÍQUOS
ÀTONOS TÔNICOS
1ª EU ME MIM/COMIGO
2ª TU TE TI/CONTIGO
3ª ELE/ELA SE/O/A/LHE SI/COSNSIGO/ELE/ELA
16
Sujeito: indeterminado
Objeto direto: o violão
Adjunto adnominal: te
Os vizinhos nos estão gratos. (estar: VL)
Sujeito: os vizinhos
Predicativo do sujeito: gratos
Complemento nominal: nos
SE: PRONOME REFLEXIVO X PRONOME RECÍPROCO
Ex:
A atriz atribuiu-se muito valor. ( SE = pronome reflexivo)
Eles se abraçaram emocionados. ( SE= pronome recíproco)
Observações:
» entre mim e ti: os pronomes EU e TU não podem vir regidos de preposição.
Errado: Nada há entre eu e tu.
Correto: Nada há entre mim e ti.
Errado: O réu estava entre eu e o juiz.
Correto: O réu estava entre mim e o juiz.
» para eu X para mim:
Ex.: Para mim estudar a gramática é sempre difícil.
Essa frase está certa ou errada? Certa!
Nessa construção, o pronome oblíquo MIM não é o sujeito do verbo estudar. Houve apenas
uma inversão na ordem natural da frase, que, na ordem direta, seria:
Estudar a gramática é sempre difícil para mim.
Para deixar clara a função de complemento da expressão para mim, recomenda-se separá-la
do verbo por vírgula (mas ela não tem caráter obrigatório!).
Empreste a gramática para eu estudar.
Em frases desse tipo, a preposição PARA não está regendo o pronome pessoal reto EU, que é
o sujeito do verbo estudar.
» pronomes átonos (me, te, se, o, a, nos, vos, os, as) exercendo função de sujeito:
Excepcionalmente, pronomes átonos podem exercer função de sujeito. Isso ocorre com os
verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir (verbos causativos e sensitivos :defama vos) segui-
dos de um verbo no infinitivo. Nesse caso, os pronomes átonos serão o sujeito do infinitivo. Ex.:
Fizeram-me falar. (= Fizeram que eu falasse.)
Deixe-os entrar. (= Deixe que eles entrem.)
» Ela gosta de si mesma X Ela gosta dela mesma:
Os pronomes oblíquos tônicos SI e CONSIGO só podem funcionar como reflexivos. Dessa forma,
o uso reflexivo dos pronomes tônicos ELE/ELA é gramaticalmente incorreto. Ex.:
Os políticos só pensam nele mesmos. (Errado)
PRONOME DE TRATAMENTO 19
PRONOME DE TRATAMENTO
ͫ Conceito: usado para indicar o interlocutor, mas exige o verbo e demais pronomes na 3ª
pessoa. O pronome de tratamento apresenta comportamento gramatical de 3ª pessoa.
ͫ Esses pronomes devem vir precedidos de vossa quando se fala diretamente com a pessoa
representada pelo pronome e por sua quando se fala dessa pessoa. Ex.:
Vossa Excelência e seus assessores irão a Belo Horizonte.
Sua Excelência e seus assessores irão a Belo Horizonte.
PRONOME POSSESSIVO
ͫ Conceito: associa a ideia de posse às pessoas do discurso. Concorda em gênero e
número com a coisa possuída e em pessoa com o possuidor.
PRONOME RELATIVO
ͫ Conceito: substitui ou retoma o termo antecedente, unindo duas orações em um único
período. Ex.: que, qual, quem, onde, cujo, quanto.
ͫ Todo pronome relativo inicia oração subordinada adjetiva. Analise os exemplos:
Encontrei o aluno. O aluno foi aprovado.
Encontrei o aluno que foi aprovado.
O pronome relativo QUE retoma o substantivo aluno, unindo as duas orações em um único
período.
O homem provou que supera limites.
Esse QUE é pronome relativo? NÃO!!
Trata-se de conjunção integrante!
Muito cuidado, pois se faz muito esse tipo de abordagem em prova, isto é, afirmar que o QUE
seja pronome relativo, mas, na verdade, apresenta, na oração em que se insere, outra classificação.
Esse “fenômeno” é a derivação imprópria, ou seja, a troca de classes.
retoma pessoa, coisa ou lugar;
QUE pode ser substituído por: o qual, a qual, os quais, as quais;
pode surtir ambiguidade textual.
O candidato/que persiste/passa.
(o pronome relativo QUE retoma candidato, que é pessoa, e pode ser substituído por O QUAL)
A prova/que alguns alunos farão/será realizada em breve.
(o pronome relativo QUE retoma prova, que é coisa, e pode ser substituído por A QUAL)
A cidade/em que moro/é populosa.
(o pronome relativo QUE retoma cidade, que é lugar, e pode ser substituído por NA QUAL:
em + a qual)
A equipe/de que faço parte/é muito qualificada.
(o pronome relativo QUE retoma equipe, que é “pessoa”, e pode ser substituído por DA QUAL:
de + a qual)
ATENÇÃO!! Todo e qualquer pronome relativo inicia a chamada oração subordinada adjetiva,
que é cobrada em todas as provas de concurso. Logo, no período em que há pronome relativo, há
duas orações: ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA.
A oração adjetiva pode vir intercalada na oração principal ou finalizando o período após a
oração principal. Essa análise é muito simples, bastando identificar o pronome relativo para marcar
o início da oração adjetiva e pela coerência (ou nexo) percebe-se o fim dessa oração. Para destacar
isso nos exemplos abaixo, separaram-se as orações com barras. Ex:
A cidade/que é a capital de Minas Gerais/é Belo Horizonte.
A capital de Minas Gerais é Belo Horizonte/que é uma cidade muito agradável.
ATENÇÃO!! Se o verbo ou uma expressão da oração subordinada adjetiva exigir preposição,
essa preposição fica antes do pronome relativo. Razão pela qual, nos exemplos 3 e 4, há preposições
antes do relativo, formando EM QUE ou DE QUE:
22
Segue-se, nessas orações, a mesma linha de raciocínio que se vem adotando ao longo do estudo
dos pronomes relativos: se o verbo ou alguma expressão da oração adjetiva exigir preposição, essa
preposição ficará antes do pronome relativo.
QUEM: retoma pessoa ou pronome pessoal, pode ser substituído por: que, o qual, a qual, os
quais, as quais.
O homem com quem ela se casou é policial.
(pronome relativo QUEM retomando o substantivo homem, podendo ser substituído por:
com que ou com o qual)
Fui eu quem elaborei o material.
(pronome relativo QUEM retomando pronome pessoal reto EU, podendo ser substituído por:
que)
QUANTO
QUANTA retomam pronome indefinido;
QUANTOS podem ser substituídos por: QUE.
QUANTAS
O advogado trouxe tudo quanto pôde. (que)
PRONOME INDEFINIDO
ͫ Conceito: refere-se de maneira vaga, imprecisa a elementos de terceira pessoa. Ex.: algo,
algum(a),bastante, cada, certo(a), demais, mais, menos, muito(a),nada, ninguém, nen-
hum(a), qualquer(quaisquer), quem, outro(a),outrem, tudo, todo(a),vário(a), vários(as),etc.
Muitos alunos fizeram a prova. Vários foram aprovados.
Percebe-se que não se define quantos alunos fizeram a prova nem quais passaram, isso porque
o pronome indefinido traz uma informação inexata, imprecisa.
O pronome indefinido pode ser cobrado em vários tipos de questões. Uma delas é a que
envolve a derivação imprópria. A seguir alguns exemplos:
Pron. ind.: Os peritos encontraram alguma pista. (positivo)
ALGUM(A)
Adj.: Os peritos encontraram pista alguma. (negativo)
Pron. ind.: Os brasileiros pagam bastantes tributos. (bastante = muito)
BASTANTE Adj.: Juliana comeu doces bastantes na festa. (bastante = suficiente)
Adv.: O aluno estudou bastante para a prova. (advérbio de intensidade
Pron. ind.: Toda criança tem direito à educação básica. (toda = qualquer)
TODO Adj.: O professor conhece a legislação tributária toda. (toda = inteira)
Adv.: O gato da professora está todo sujo. (advérbio de intensidade)
Observações:
» cada X cada um:
O pronome indefinido CADA não deve ser usado desacompanhado de substantivo ou numeral.
Ex.:
24
PRONOME DEMONSTRATIVO
ͫ Conceito: demonstra, aponta a posição de um ente, tomando, espaço, tempo e contexto
como referência. Ex.: este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, o, a, os, as etc.
NOÇÃO ESPACIAL
» este, esta, isto: apontam algo próximo do emissor;
» esse, essa, isso: apontam algo próximo do interlocutor (ou receptor);
» aquele, aquela, aquilo: apontam algo distante de ambos.
Ex.:
Henrique, esta blusa é minha!
COM QUEM A BLUSA ESTÁ?
a) com Henrique;
b) com o interlocutor;
c) com o emissor;
d) com nenhum deles.
Resposta: c
NOÇÃO TEMPORAL
» este, esta, isto: situam um fato no presente:
Nesta semana, tem feito frio em BH.
» esse, essa, isso: situam um fato no passado ou futuro próximos:
Nesse fim de semana, o Atlético jogará pelo Campeonato Brasileiro.
» aquele, aquela, aquilo: referem-se a um fato em um tempo remoto:
Aquele ano de 54 saiu do Catete e entrou para a história.
NOÇÃO CONTEXTUAL
» este, esta, isto: apresentam uma informação não dada, não mencionada. Tal recurso
é um desdobramento da coesão referencial, sendo denominado CATÁFORA. Ex.
Esta oração contém erro gramatical: Enviarei-lhes os exercícios.
» esse, essa, isso: retomam uma informação dada ou prestada. Tal recurso é também
um desdobramento da coesão referencial, sendo denominado ANÁFORA. Ex.
» Enviarei-lhes os exercícios. Essa oração contém erro gramatical.
ͫ Outros demonstrativos: o, a, os, as
PRONOME DEMONSTRATIVO 25
PRONOME INTERROGATIVO
ͫ Conceito: é usado para formular frases interrogativas diretas (?) ou indiretas (.). A frase
interrogativa direta é sinalizada com ponto de interrogação e a indireta com ponto final.
Ex.: que, quem, qual e quanto.
Quem veio à última aula de gramática? (Pergunta direta)
Gostaria de saber quem veio à última aula de gramática. (Pergunta indireta)
ADVÉRBIO INTERROGATIVO
ͫ Conceito: da mesma forma que o pronome interrogativo, o advérbio interrogativo é
usado para formular frases interrogativas diretas ou indiretas. Contudo, diferentemente
daquele, este, no ato da pergunta, exprime uma circunstância (modo, tempo, lugar ou
causa). Ex. onde, aonde, como, quando, por que, por quê etc.
Onde você mora? (lugar)
Gostaria de saber aonde você vai. (lugar)
Como e quando você chegará a Belo Horizonte? (modo e tempo)
Por que não vem a Belo Horizonte com mais frequência? (causa)
TEORIA: VERBO
ͫ Conceito: exprime ação, fenômeno da natureza ou estado. Os verbos de ação e fenômeno
são chamados de significativos, ao passo que os verbos de estado são denominados
verbos de ligação.
ͫ É comum se memorizar uma lista com vários verbos de ligação, contudo qualquer verbo,
dependendo do contexto e da intenção do emissor, pode exprimir estado. Ex.:
Lívia deu uma linda noiva.
Nessa oração, o verbo DAR não está na literalidade, exprimindo uma ação. Ele está sendo
empregado com o sentido de SER, ESTAR ou FICAR.
Lívia foi uma linda noiva.
Lívia esteve uma linda noiva.
Lívia ficou uma linda noiva.
Logo, para saber se o verbo exprime estado, é preciso analisar o contexto, e não apenas
memorizar uma lista extensa com vários verbos.
ͫ Flexões:
» número
» pessoa
» modo
» tempo
» Verbo regular: é o verbo cujo radical não se altera, seguindo o modelo das
conjugações.
TEORIA: VERBO 27
Identifica-se o radical de um verbo, isolando do infinitivo as terminações ar, er, ir. Ex.: cantar
– radical - cant.
Presente Pretérito Perfeito
EU canto EU cantei
TU cantas TU cantaste
ELE canta ELE cantou
NÓS cantamos NÓS cantamos
VÓS cantais VÓS cantastes
ELES cantam ELES cantaram
» Verbo irregular: não segue o modelo das conjugações, apresentando alterações ou
no radical ou nas desinências. Logo, a irregularidade de um verbo pode-se revelar
tanto pelo radical quanto pelas terminações. Ex.: ouvir e estar --radical – ouv e est.
Presente Pretérito Perfeito
EU ouço estou EU ouvi estive
TU ouves estás TU ouviste estiveste
ELE ouve está ELE ouviu esteve
NÓS ouvimos estamos NÓS ouvimos estivemos
VÓS ouvis estais VÓS ouvistes estivestes
ELES ouvem estão ELES ouviram estiveram
A irregularidade do verbo ouvir apresenta-se no radical, pois houve alteração de OUV para
OUÇ na 1ª pessoa do presente. O verbo estar apresenta a irregularidade nas terminações, pois a
terminação da 1ª pessoa do presente do indicativo (eu estou) é diferente da terminação dos verbos
de 1ª conjugação: amar – eu amo, cantar -- eu canto.
» Vogal temática: é a vogal que, acrescentada ao radical de uma palavra,
possibilita a ligação entre o radical e uma desinência. Pela vogal temática, identifi-
ca-se a conjugação verbal.
ͫ Formas Nominais:
As formas nominais, quando sozinhas, não estão relacionadas a nenhum tempo e modo verbal.
Chamam-se nominais porque podem desempenhar funções exercidas por nomes, como substan-
tivos, adjetivos e advérbios.
» Infinitivo: indica a ação propriamente dita, sem situá-la no tempo, desempenhando
função semelhante à do substantivo. Subdivide-se em infinitivo impessoal e pessoal.
Ex.:
É importante votar certo.
O meu desejo era encontrarmos os culpados.
» Gerúndio: indica uma ação em curso, enfatizando a continuidade, desempenha fun-
ção semelhante à dos adjetivos e advérbios. Não apresenta flexão e caracteriza-se
pela terminação: - ndo. Ex.: amando, vendendo, partindo etc.
Homens trabalhando.
» Particípio: indica uma ação já acabada, desempenhando função semelhante à dos
adjetivos. Não apresenta flexão de modo, tempo e pessoa, mas admite flexão de
gênero e número. Dividem-se em particípio regular (-do) e particípio irregular (-go,
-to, -so). Ex.:
Terminada a aula, conversaremos.
Contas, pagas com atraso, oneram orçamento.
LOCUÇÃO VERBAL
ͫ Conceito: dois ou mais verbos que se referem a um mesmo sujeito. O primeiro é denomi-
nado auxiliar, é desprovido de sentido próprio e se mantém flexionado; o último se chama
principal, é responsável pelo sentido e pela transitividade da locução, mantendo-se no
infinitivo, no gerúndio e no particípio, isto é, em uma das formas nominais. Pode ocorrer
preposição entre os verbo auxiliar e o verbo principal.
IX. A. + V.P. (infinitivo/gerúndio/particípio)
FLEXÕES SENTIDO
Os alunos estão se preparando para a prova da PF com antecedência.
X. A. V.P.
A prova da Receita Federal era realizada pela ESAF.
XI. A. V.P.
Muitos candidatos irão fazer essa prova.
XII. A. V.P.
Você pode estar sendo filmado.
XIII. A. V.P.
Ninguém a viu chegar. (?!)
ATENÇÃO! Nessa oração, não há locução verbal, dado que cada verbo possui um sujeito dife-
rente, logo há duas orações (oração principal + oração subordinada).
Ninguém a viu chegar. (= Ninguém viu que ela chegou.)
30
VERBOS IMPESSOAIS
ͫ Conceito: não apresentam sujeito, permanecendo flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.:
» HAVER: quando o verbo haver é empregado como sinônimo dos verbos existir, ocor-
rer, acontecer ou exprimindo tempo transcorrido (passado), ele é impessoal.
→ “existir”: Havia muitos alunos na sala. (muitos alunos = O.D.)
→ “ocorrer, acontecer”: Houve deslizes no jogo do Atlético. (deslizes = O.D.)
→ indicando tempo transcorrido: Há vinte anos, moro em BH. (há vinte anos = adjunto adver-
bial de tempo)
ATENÇÃO! As três estruturas não apresentam sujeito, dada a impessoalidade do verbo haver
quando empregado com essas acepções. Porém, se essas orações forem reescritas na literalidade,
isto é, com os respectivos verbos pessoais, o comportamento gramatical das orações se alterará,
e elas passarão a ter sujeito.
Havia muitos alunos na sala. (muitos alunos = O.D.) X Existem muitos alunos na sala. (muitos
alunos = sujeito)
Houve deslizes no jogo do Atlético. (deslizes = O.D.) X Ocorreram deslizes no jogo do
Atlético. (deslizes = sujeito)
ATENÇÃO! Não se usam o verbo HAVER, exprimindo tempo transcorrido, e o advérbio ATRÁS
na mesma estrutura, pois o verbo haver, referindo-se a tempo, sempre indica tempo passado. Logo
a estrutura se torna redundante, pleonástica! Ex.:
Há vinte anos atrás, mudei-me para BH. (estrutura incorreta)
Há vinte anos, mudei-me para BH. (estrutura correta)
Vinte anos atrás, mudei-me para BH. (estrutura correta)
» FAZER
→ indicando tempo cronológico: Faz três anos que ele partiu.
→ indicando condição climática: Faz frio e calor ao mesmo tempo em BH.
» ESTAR
→ indicando condição climática: Está muito frio em Munique.
» SER
→ indicando condição climática: É quente no sertão o ano todo.
→ indicando hora: São 15h20min. em Brasília. / Era 1h da manhã quando o crime ocorreu.
→ indicando data: São 12 de julho. / Era 1º de julho quando ele faleceu.
ATENÇÃO! O verbo SER, embora impessoal indicando data e hora, concorda com a expressão
numérica. Veja essa regra aplicada nos exemplos acima.
» VERBOS DE FENÔMENO
→ chover, nevar, ventar, etc.
Obs.: Esses verbos só serão impessoais se indicarem fenômeno na literalidade. Ex.:
Choveram aplausos após o show.
VERBOS ABUNDANTES 31
VERBOS ABUNDANTES
ͫ Conceito: é o verbo que apresenta mais de uma forma para uma mesma flexão.
ͫ A “abundância” é notada com mais frequência no particípio de alguns verbos, os
quais, nessa situação, apresentam ambas as formas do particípio: regular e irregular. Ex.
4º) Concordância com sujeito que apresenta expressões que sugerem valor aproximado (cerca
de, mais de, menos de etc.): o verbo concorda com a expressão numérica. Ex.:
Cerca de doze mil pessoas acompanharam o bloco Chama o Síndico no centro de BH. (verbo
concordando com a expressão numérica DOZE)
Mais de 10 mil se concentravam na Praça da Estação. (verbo concordando com o numeral DEZ)
Mais de um aluno passou no concurso. (o verbo concorda com o numeral UM)
ATENÇÃO! Nesse último exemplo, a concordância do verbo não condiz com a interpretação,
pois, embora o verbo esteja no singular, a ideia a ser interpretada é pluralizada).
5º) Concordância com as expressões partitivas (a maioria de, a minoria de, grande parte de,
menor parte de etc.): o verbo concorda com o núcleo ou com o termo que o especifica. Ex.:
A maioria dos foliões permanecerá no centro. (verbo concordando com o NÚCLEO:
maioria)
A maioria dos foliões permanecerão no centro. (verbo concordando com o termo especifica-
dor: foliões)
Observações:essa regra é válida para sujeito que apresenta substantivo coletivo como núcleo.
Ex.:
O bando invadiu a aldeia. (só se admite o verbo no singular concordando com o núcleo).
O bando de arruaceiros invadiu a aldeia. / O bando de arruaceiros invadiram a aldeia.(o verbo
concorda no singular com o núcleo ou com o termo que o especifica.)
6º) Concordância com as expressões alguns de nós, alguns de vós, quais de nós, quais de vós,
etc.: o verbo concorda no plural com o núcleo ou com o termo que o especifica. Ex.:
Alguns de nós dominam a gramática normativa. (verbo na 3ªp.pl.concordando com o NÙCLEO)
Alguns de nós dominamos a gramática normativa. (verbo na 1ªp.pl.concordando com o termo
especificador)
7º) Concordância com as expressões: algum de nós, qual de nós, quem de vocês, um deles,
cada um de nós, nenhum de nós etc.: o verbo concorda no singular. Ex.:
Qual de vós jogará a primeira pedra? (verbo concordando na 3ª p.sing. com o núcleo QUAL)
ATENÇÃO! Só se admite a concordância lógica nesse caso!
Observação: as expressões do sétimo caso de concordância verbal são facilmente formadas
pela união de pronomes indefinido e interrogativo mais qualquer tipo de especificador. Ex.:
Qual dos professores de gramática é advogado?
Nenhum dos professores de gramática é advogado.
Cada um dos alunos trará uma gramática na próxima aula.
8º) Concordância com expressões pluralizadas: se a expressão pluralizada vier antecedida de
artigo, o verbo concorda no plural (concordância lógica); na ausência do artigo, a concordância se
dá no singular (concordância ideológica). Ex.:
Os Estados Unidos se recuperaram da crise.
Estados Unidos se recuperou da crise.
Pêsames é difícil.
Os pêsames são difíceis.
TEORIA: CONCORDÂNCIA VERBAL 37
1º) um adjetivo concordando com dois ou mais substantivos: para se definir a concordância
do adjetivo, é preciso saber a posição dele em relação ao substantivo.
1.a) um adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos: só é admitida a concordância atrativa.,
salvo em caso de substantivos próprios, em que se faz a concordância lógica.
Comprei novo dicionário e gramática.
Comprei nova gramática e dicionário.
Os talentosos Marta e Ronaldinho Gaúcho estiveram em BH.
1.b) um adjetivo posposto a dois ou mais substantivos: são admitidas as concordâncias atrativa
e lógica. A lógica dá preferência às flexões de masculino/plural.
Comprei dicionário e gramática nova.
Comprei dicionário e gramática novos. (Deu-se a preferência ao masculino/plural)
Pago água, aluguel e luz cara.
Pago água, aluguel e luz caros. (Deu-se a preferência ao masculino/plural)
Pago água e luz cara.
Pago água e luz caras. (Não se deu a preferência ao masculino/plural, pois não há substantivo
masculino que justifique essa primazia.)
2º) dois ou mais adjetivos concordando com um substantivo:
Ela fala as línguas alemã e inglesa.
Ela fala a língua alemã e a inglesa.(o substantivo LÍNGUA está subentendido)
Elis leciona os direitos administrativo e eleitoral.
Elis leciona o direito administrativo e o eleitoral. (o substantivo DIREITO está subentendido
3º) Concordância do predicativo do sujeito em estruturas que apresentam → SUJEITO + V.L.+
PREDICATIVO DO SUJEITO: se o núcleo do sujeito vier antecedido de determinante, o predicativo
do sujeito concorda com ele, na ausência do artigo, o predicativo se mantém invariável. Ex.:
A entrada de crianças é proibida. (Núcleo ENTRADA precedido de artigo)
Entrada de crianças é proibido. (Núcleo ENTRADA não precedido de artigo)
Esta fruta de época é barata. (Núcleo FRUTA precedido de pronome)
Fruta de época é barato. (Núcleo FRUTA não precedido de pronome)
4º) Concordância dos termos ANEXO e OBRIGADO: concordam com o substantivo ao qual se
referem. Ex.:
Seguem anexas as cotações de materiais esportivos.
Segue anexo o cronograma do semestre.
Muito obrigada, disse a mulher.
Muito obrigado, disse o homem.
Observação nº1
A expressão EM ANEXO permanece invariável. Ex.: Seguem, em anexo, as cotações de materiais
esportivos. / Segue, em anexo, o cronograma do semestre.
Observação nº2
40
As palavras INCLUSO, APENSO, QUITE, MESMO, PRÓPRIO e LESO concordam com o substantivo
o qual se referm. Ex.:
Crime de lesa pátria.
Eu estou quite com meus credores.
Elas mesmas falaram.
Observação nº3
ALERTA, MENOS e PSEUDO são invariáveis. Ex.: Havia menos pessoas na aula de ontem./ Os
soldados permaneceram alerta.
4º) SÓ X SÓS/A SÓS: só, quando equivale a somente, é advérbio, logo invariável. Só, equiva-
lendo a sozinho, é adjetivo, então variável. A expressão a sós é invariável. Ex.: Só elas discordam
do tema. / Elas saíram sós. / Quero ficar a sós para pensar na vida.
5º) Concordância das expressões O MAIS CLARO POSSÍVEL e OS MAIS CLAROS POSSÍVEIS: nes-
sas expressões, o elemento possível concorda com o artigo. Ex.: Buscava exemplos os mais claros
possíveis. / Buscava exemplos o mais claros possível.
TEORIA: REGÊNCIA
ͫ Conceito: é o mecanismo que regula as ligações entre um verbo ou nome e seus com-
plementos. É a parte da gramática que estuda a subordinação de um termo da oração a
outro, estabelecendo diferentes relações. Essa subordinação e as várias relações que se
estabelecem entre um termo regente (ou subordinante) e um termo regido (ou subordi-
nado) são indicadas pelas preposições.
» Preposição: classe de palavras invariável, que é um elemento de ligação.
» Regência nominal: quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou
advérbio). Ex.:
amor a Belo Horizonte
fanático por Belo Horizonte natural de Belo Horizonte contente com Belo Horizonte essencial
para Belo Horizonte
perto de Belo Horizonte
» Regência verbal: quando o termo regente é um verbo.
Chegamos a Belo Horizonte.
Moramos em Belo Horizonte
Gostamos de Belo Horizonte.
Simpatizamos com Belo Horizonte.
Os verbos e as transitividades:
VTD: não exige preposição
VTI: exige preposição
VL: não exige preposição
VI: alguns exigem preposição*
TEORIA: REGÊNCIA 41
ATENÇÃO! O verbo intransitivo apresenta caráter residual, o que quer dizer que um verbo só
será VI, se não for VTD, VTI ou VL. Esse conceito vai de encontro ao que se costuma dizer que o VI
tem“sentido ou significado completo”, pois nem sempre isso ocorre. Ex.
Moro em Belo Horizonte.
O verbo MORAR é VI, embora não tenha sentido completo. Sem o ADJUNTO ADVERBIAL (em
Belo Horizonte), a oração fica incompleta, levando o interlocutor a rejeitá-la.
A razão de esse verbo ser intransitivo é seu caráter residual, pois um verbo só é VTD, se hou-
ver O.D.; VTI se houver O.I.; VL se houver Predicativo do Sujeito. Nessa oração, só há um termo
circunstancial, o que tornou o verbo intransitivo. Outro exmeplo:
Você agiu bem.
Nessa oração, o verbo AGIR é intransitivo (VI), em que pese não tenha o sentido completo. O
termo bem é um adjunto adverbial de modo. Logo, mais uma situação em que o verbo não é VTD,
pois não há O.D.;não é VTI, pois não há O.I. e não é de ligação, pois não há termo qualificador (
predicativo do sujeito).
O domínio correto da regência verbal ou nominal decorre do uso. Cada falante conhece a
regência dos verbos e dos nomes que faz parte do seu repertório. Porém, como todos os domínios
da gramática tradicional, pode ser que haja inadequação em relação ao uso correto, prescrito pela
norma culta. Muitos falantes desconhecem certas regências por elas não ocorrerem no uso popular.
ͫ Alguns casos de regência verbal:
» respeitar / desrespeitar : VTD
O candidato desrespeitou o regulamento do edital.
» obedecer / desobedecer: VTI (a)
O candidato desobedeceu ao regulamento do edital.
» preferir / preterir: VTD ou VTDI (a)
Prefiro água a vinho
» pagar / perdoar / agradecer: VTD, VTI(a), VTDI(a)
O devedor pagou a dívida.
O devedor pagou ao credor.
O devedor pagou a dívida ao credor.
Observação: no uso desses verbos, o O.D. refere-se a coisa e o O.I. refere-se a pessoa.
» informar / avisar / certificar / cientificar / notificar: VTDI (a) ou VTDI (de/sobre)
Informei o ocorrido ao general.
Informei o general do ocorrido.
Informei o general sobre o ocorrido.
Observação: o verbo comunicar é VTDI(a). Ex.: Comuniquei o ocorrido ao general.
» existir / acontecer / ocorrer: VI
Existem divergências teóricas entre os autores.
Algo estranho aconteceu.
Ocorreram deslizes na partida.
» ir / chegar: VI (a)
42
→“ver”- VTI(a)
Não assisti ao último capítulo da novela.
→“caber/competir” – VTI(a)
Assiste ao Ministério Público a denúncia na ação penal incondicionada.
→“morar” – VI(em)
Os deputados federais assistem em Brasília.
→“ajudar/prestar assistência” – VTD
Os policiais rodoviários assistiram as vítimas do acidente.
» aspirar:
→ “almejar/objetivar” – VTI(a)
O candidato aspira a uma carreira estável.
→ “inalar, sorver” – VTD
As vítimas aspiraram a fumaça do incêndio.
» visar:
→ “ter em vista/objetivar” – VTI(a)
O candidato visa a uma carreira estável.
→“ mirar” – VTD
O atirador visou o alvo errado.
→“ assinar/passar visto” – VTD
A gerente visou a autorização do crédito.
Observação: os verbos assistir no sentido de ver, aspirar no sentido almejar e visar no sentido
de ter em vista, apesar de transitivos indiretos, não admitem o pronome oblíquo átono LHE sendo
o objeto indireto. Nesse caso, usam-se as formas tônicas A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS , exercendo
a função de O.I.
» implicar:
→ “acarretar/resultar” – VTD
A briga dos torcedores implicou a prisão de todos.
→ “ter implicância” – VTI(com)
Eles implicam com o nosso jeito de falar.
→ “envolver” – VTDI(em)
Implicaram o parlamentar na delação premiada.
» proceder:
→ “realizar/dar início” – VTI(a)
O delegado procedeu ao inquérito.
→ “ agir” – VI
Você procedeu mal durante a aula.
→ “ ter fundamento”– VI
44
» curioso a, de: Aquele aluno era um exemplo curioso aos professores. / Ele era curioso
de tudo.
» falto de: O atleta caiu falto de energia.
» imbuído em, de: Ela estava imbuída na realização dos seus sonhos. / Estava imbuída
de boas intenções.
» incompatível com: O que faz é incompatível com meus valores.
» inepto para: A professora de gramática é inepta para a matemática.
» misericordioso com, para com: Era muito misericordiosa com os necessitados. / A
esposa foi misericordiosa para com o marido.
» preferível a: Estar saudável é preferível a estar doente.
» propenso a, para: Era propensa à advocacia. / O policial sempre foi propenso para
o bem.