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Professor Daniel Marques

1. MORFOLOGIA - CLASSES DE PALAVRAS

As palavras da língua portuguesa distribuem-se em dez classes gramaticais.

Considerando, sobretudo, o critério sintático, podemos fazer, a seguir, o


estudo dessas classes gramaticais.

01. Substantivo 02. Artigo 03. Adjetivo 04. Numeral 05. Pronome 06. Verbo
07. Advérbio 08. Preposição 09. Conjunção 10. Interjeição

DETERMINANTES E DETERMINADOS – GRUPOS NOMINAL E VERBAL


O contexto em que a palavra é empregada é fundamental para a
identificação de sua classe gramatical. Desse modo, perceber a relação que
as palavras mantêm entre si, dentro da frase, é o caminho mais curto para a
correta análise gramatical.

A frase se organiza em pequenos grupos.

Em cada grupo, existe sempre uma palavra mais importante, que é o núcleo
do grupo. O núcleo é o termo determinado, elemento modificado por outras
palavras.

As palavras que acompanham o núcleo são chamadas de determinantes e


modificam-no, acrescentando-lhe informações, especificando seu sentido.

Em um grupo nominal, o núcleo é um termo de natureza substantiva


(substantivos, pronomes substantivos, numerais substantivos e termos
substantivados). O núcleo exige a concordância de seus determinantes que,
por sua vez, têm natureza adjetiva (artigo, adjetivo, locução adjetiva,
pronome adjetivo, numeral adjetivo).

EX: Todos os antigos empregados do curso ... Temos aqui a sequência –


pronome + + artigo + adjetivo + substantivo + locução adjetiva .

Repare que, no exemplo anterior, o substantivo “empregados” está no plural.


Com ele estão concordando (masculino plural) as palavras: “todos”, “os” e
“antigos”. Se o nome “empregados” estivesse no singular, todos os outros
termos teriam de ficar no singular. A esse fenômeno é que se nomeia
concordância nominal, pois todas as palavras acompanham o nome
(substantivo).

Em um grupo verbal, o núcleo é um verbo. As palavras e expressões de


natureza adverbial são modificadores dos verbos.

Não se pode afirmar que as palavras e expressões de natureza adverbial


são determinantes de verbos, uma vez que são invariáveis.

... viajarão amanhã bem tarde. = verbo + NÚCLEO + advérbio de


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intensidade + advérbio de tempo = MODIFICADORES

As palavras de natureza adverbial também são modificadores de


adjetivos e de orações e períodos, e as que expressam intensidade também
modificam outros advérbios.
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Valor Substantivo

Possui valor substantivo qualquer termo que ocupe o lugar do substantivo (nome) ou que venha
determinado por um artigo (pronome ou numeral de valor adjetivo). Tal qual o substantivo, a palavra que
assume o seu valor varia livremente. Veja os exemplos seguintes:

– Ela decidiu sair cedo.

(pronome substantivo)

– As cinco esperavam o resultado do exame.

(numeral substantivo)

– Seu olhar melhora o meu.

(substantivo)

Valor Adjetivo

Qualquer palavra que modifique (determine) um substantivo ou termo equivalente (de valor substantivo)
terá valor adjetivo e concordará com o substantivo.

– Minha prima mora em Salvador.

(pronome adjetivo)

– As cinco ondas atingiram o litoral brasileiro.

(numeral adjetivo)

– Triste sina era a de Juvenal.

(adjetivo)

Cumpre observar que, quando o advérbio modificar o substantivo 1, ele se transformará num pronome
indefinido e terá, por isso mesmo, valor adjetivo.

– Muitas pessoas saíram cedo.

(pronome indefinido: valor adjetivo)

– Todas as garotas ficaram com medo.

(pronome indefinido: valor adjetivo)

– Poucos alunos assistem ao último horário.

(pronome indefinido: valor adjetivo)

Com exceção dos advérbios: menos, alerta, abaixo, pseudo, salvo e tirante.

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Valor Adverbial

Já vimos que o advérbio é invariável e que modifica o adjetivo, o próprio advérbio, o verbo e, em alguns
casos, o substantivo. Confira os exemplos:

– Jennifer ficou muito perturbada.

(modifica um adjetivo: invariável)

– Ana estava todo triste.

(modifica um adjetivo: invariável)

– Fernanda ficou meio cansada.

(modifica um adjetivo: invariável)

– Elas cantavam mal.

(modifica um verbo: invariável)

– Descansaram bastante.

(modifica um verbo: invariável)

– Elas gritavam muito.

(modifica um verbo: invariável)

– Eles cantavam muito mal.

(modifica um advérbio: invariável)

– Descansaram bastante pouco.

(modifica um advérbio: invariável)

– Elas gritavam muito alto.

(modifica um advérbio: invariável)

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SUBSTANTIVO
É a palavra que dá nome aos seres.

Classificação dos substantivos


Os substantivos podem ser classificados como:

- Próprio ou comum
próprio — refere -se a um determinado ser da espécie: Europa.
comum — nomeia todos os seres ou todas as coisas de uma mesma espécie: menino.

Simples ou composto
■ simples — é formado por um só radical: roupa.
■ composto — é formado por dois ou mais radicais: guarda -roupa.

Concreto ou abstrato
■ concreto — não depende de outro ser para ter existência: escola.
■ abstrato — depende de outro ser para ter existência: tristeza.

OBSERVAÇÃO: O substantivo concreto nomeia os seres.


O substantivo abstrato nomeia as ações dos seres, as qualidades dos seres e os sentimentos dos
seres: homem — ser (concreto); trabalho — ação praticada pelo ser (abstrato); beleza — qualidade do
ser (abstrato); amor — sentimento do ser (abstrato).
O substantivo DEUS é sempre classificado como concreto.

Primitivo ou derivado
■ primitivo — não se origina de outra palavra: abacate.
■ derivado — tem origem em outra palavra: abacateiro.

Coletivo
Dá ideia de conjunto, reunião, coleção: alcateia.

Alguns substantivos coletivos:


alcateia (de lobos)
arquipélago (de ilha)
assembleia (de parlamentares, de membros de associações de companhias etc.)
banca (de examinadores)
banda (de músicos)
bando (de aves, de ciganos, de malfeitores etc.)
cabido (de cônegos)
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cacho (de bananas, de uvas etc.)


cáfila (de camelos)
cambada (de caranguejos, de chaves, de malandros etc.)
cancioneiro (conjunto de canções, de poesias líricas)
caravana (de viajantes, de peregrinos, de estudantes etc.)
cardume (de peixes)
choldra (de assassinos, de malandros, de malfeitores)
chusma (de gente, de pessoas)
concílio (de bispos)
conclave (de cardeais para eleição do Papa)
congregação (de professores, de religiosos)
congresso (conjunto de deputados e senadores, reunião de especialistas
em determinado ramo do saber)
consistório (de cardeais, sob a presidência do Papa)
constelação (de estrelas)
corja (de vadios, de tratantes, de velhacos, de ladrões)
coro (de anjos, de cantores)
elenco (de atores)
esquadra (de navios de guerra)
esquadrilha (de aviões)
falange (de soldados, de anjos)
fato (de cabras)
feixe (de lenha, de capim)
frota (de navios mercantes, de ônibus)
horda (de povos selvagens nômades, de desordeiros, de aventureiros, de
bandidos, de invasores)
junta (de bois, de médicos, de credores, de examinadores)
legião (de soldados, de demônios etc.)
magote (de pessoas, de coisas)
malta (de desordeiros)
manada (de bois, de búfalos, de elefantes)
matilha (de cães de caça)
matula (de vadios, de desordeiros)
molho (de chaves, de verdura)
multidão (de pessoas)
ninhada (de pintos)
quadrilha (de ladrões, de bandidos)
ramalhete (de flores)
récua (de bestas de carga, de cavalgaduras)
rebanho (de ovelhas)
repertório (de peças teatrais)
réstia (de cebolas, de alhos)
roda (de pessoas)
romanceiro (conjunto de poesias narrativas)
sínodo (de párocos)
súcia (de velhacos, de desonestos)
talha (de lenha)
tropa (de muares)
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turma (de estudantes, de trabalhadores)


vara (de porcos)

Flexão de gênero
Quanto ao gênero, os substantivos podem ser classificados em:

Biformes
Quando mudamos as desinências para formarmos o feminino: conde
— condessa, moço — moça, poeta — poetisa.
Curiosidade: Quando usamos palavra com radical totalmente diferente para
formar o feminino, chamamos de heterônimo: bode — cabra, cavaleiro — amazona.

Uniformes
Quando usamos uma mesma palavra para designar tanto o masculino quanto o feminino.
Subdividem -se em:

Epicenos
Designam animais e alguns vegetais: o sabiá (macho e fêmea), a cobra (macho e fêmea), o jacaré
(macho e fêmea), o mamão (macho e fêmea).

Sobrecomuns
Designam pessoas, sempre com o mesmo gênero: a criança (do sexo masculino ou do sexo
feminino), o carrasco (do sexo masculino ou do sexo feminino).

Comuns de dois gêneros


Designam pessoas, com mudança de gênero: o dentista — a dentista, o viajante — a viajante, o
artista — a artista, o jornalista — a jornalista.

+ Observações do gênero
Há várias particularidades, quanto ao gênero dos substantivos, que devem ser observadas.
- algumas palavras para as quais a gramática não fixa um gênero: o diabete / a diabete, o
personagem / a personagem, o pijama / a pijama.

- algumas palavras mudam de sentido quando mudam de gênero: o cisma (a separação) / a cisma
(desconfiança), o cabeça (o líder) / a cabeça (parte do corpo), o capital (dinheiro) / a capital (cidade),
o moral (ânimo) / a moral (ética, bons costumes).

- atenção:
são masculinos: o ágape, o anátema, o aneurisma, o champanha, o dó, o eclip se, o gengibre, o
guaraná, o plasma.

- são femininos: a alface, a apendicite, a cataplasma, a comichão, a omoplata, a ordenança, a rês,


a sentinela.

Flexão de número
Quanto ao número, os substantivos podem ser:
■ singular — um ser ou um grupo de seres: ave, bando.

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■ plural — mais de um ser ou grupo de seres: aves, bandos.

Para colocarmos os substantivos no plural, devemos separá-los em simples e compostos.

Formação do plural dos substantivos simples


- terminados em -ão:
anciãos, mãos, órfãos, cidadãos
anões, espiões, botões, limões
pães, capitães, alemães, cães
Curiosidade: Alguns admitem duas ou três formas: corrimãos, corrimões; sacristãos, sa cristães;
anciãos, anciães, anciões; vilãos, vilães, vilões.

- terminados em -s:
monossílabos e oxítonos recebem -es: gás — gases; mês — meses; freguês — fregueses; país — países.

paroxítonos e proparoxítonos ficam invariáveis: o lápis — os lápis; o ônibus — os ônibus.

- terminados em -r ou -z recebem -es: mulheres, oradores, trabalhadores, cruzes, juízes, arrozes.

- terminados em -m trocam por -ns: garagens, armazéns, homens, álbuns.

- terminados em -al, -el, -ol, -ul trocam o -l por -is: jornais, papéis, faróis, pauis.

- terminados em -il:

- oxítonas trocam o -l por -s: funis, barris.

- paroxítonas trocam o -il por -eis: fósseis, répteis, projéteis.

Fique esperto!!!!
mal = males
cônsul = cônsules
mel = meles ou méis

- terminados em -x ficam invariáveis: os tórax, os sílex, as fênix, as xérox

- terminados em -n:
■ acrescenta -se -es: hífenes, abdômenes, gérmenes, líquenes.
■ acrescenta -se -s: hifens, abdomens, germens, elétrons, prótons.

Plural dos diminutivos


Terminados em -zinho ou -zito fazem da seguinte forma:
fogãozinho = fogõe(s) + zinho + s > fogõezinhos
raizinha = raíze(s) + zinha + s > raizezinhas
cãozito = cãe(s) + zito + s > cãezitos
barrilzinho = barri(s) + zinho + s > barrizinhos

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Observações do número dos substantivos simples


alguns substantivos são usados apenas no plural: anais, alvíssaras, arredores, cãs, condolências,
férias, núpcias.

alguns substantivos tomam significados diferentes quando no singular ou plural: bem (virtude) /
bens (propriedades), costa (litoral) /costas (dorso), liberdade (livre de escolha) / liberdades
(regalias, intimidades), vencimento (fim de prazo) / vencimentos (salário).

Formação do plural dos substantivos compostos


Compostos sem hífen variam como os substantivos simples: aguardente — aguardentes; girassol —
girassóis; vaivém — vaivéns.

Quanto aos compostos com hífen, observa-se a classe gramatical de cada um dos termos
formadores do composto; se ela for variável, vai para o plural; caso contrário, continuará da
mesma forma.

Vão para o plural: substantivos, adjetivos, pronomes e numerais.


Ficam invariáveis: verbos, advérbios, interjeições e prefixos.

Analise a maneira correta de flexioná -los:


abelha -mestra > abelhas -mestras = abelha (subst.) / mestra (subst.)
amor -perfeito > amores -perfeitos = amor (subst.) / perfeito (adj.)
padre -nosso > padres -nossos = padre (subst.) / nosso (pron.)
quinta -feira > quintas -feiras = quinta (num.) / feira (subst.)
guarda -roupa > guarda -roupas = guarda (verbo) / roupa (subst.)
sempre -viva > sempre -vivas = sempre (adv.) / viva (adj.)
ave -maria > ave -marias = ave (interj.) / Maria (subst.)
vice -presidente > vice -presidentes = vice (pref.) / presidente (subst.)

Particularidades do número dos substantivos compostos


Varia apenas o primeiro elemento quando:
ligados por preposição: pés de moleque, mulas sem cabeça.

compostos formados por substantivo + adjetivo em que o segundo


determina o primeiro: navios -escola, mangas -rosa.

Varia apenas o segundo elemento quando formados por palavras repetidas: quero -queros, corre
-corres, tico -ticos, ruge -ruges.

Observação: Se as palavras repetidas forem verbos, ambas podem variar: corres-corres, ruges -
ruges.

Substantivos compostos formados com adjetivos reduzidos:


adjetivos reduzidos como prefixos são invariáveis: bel-prazeres, grão -duques.
adjetivos reduzidos como sufixos são variáveis: altares-mores, capitães -mores.
Particularidade: os arco -íris / os terras -nova.

Flexão de grau
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O grau dos substantivos exprime uma “variação” no tamanho do ser, podendo também dar-lhe
um sentido desprezível ou afetivo: bocarra, velhota, gatão, velhinha. Temos os graus:

Normal
Boca, velha, gato, pedra, corpo.

Aumentativo
Boca grande ou bocarra, gato enorme ou gatão.

Diminutivo
Boca pequena ou boquinha, pedra minúscula ou pedrinha.

Há dois processos para se obter os graus aumentativo e diminutivo:

Analítico: juntando à forma normal um adjetivo que indique aumento ou diminuição: obra
gigantesca, obra mínima, menino grande, menino pequeno.

Sintético: anexando à forma normal sufixos denotadores de aumento ou redução: bocarra


(aumentativo sintético); pedregulho (aumentativo sintético); estatueta (diminutivo sintético);
pedrisco (diminutivo sintético).

São muitos os sufixos indicadores de grau:


aumentativo:
-aça: barca — barcaça
-ão: cachorro — cachorrão
-arra: boca — bocarra
-az: prato — pratarraz
-ázio: copo — copázio
-ona: mulher — mulherona
-uça: dente — dentuça

diminutivo:
-acho: rio — riacho
-ebre: casa — casebre
-ejo: lugar — lugarejo
-eta: sala — saleta
-inho: livro — livrinho
-isco: chuva — chuvisco
-ulo: globo — glóbulo

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ADJETIVO

Toda palavra que caracteriza o substantivo, indicando-lhe um estado, aspecto ou modo de


ser, recebe o nome de adjetivo.

Classificação dos adjetivos


Quanto à flexão, o adjetivo pode ser:

Uniforme
Possui uma única forma para os dois gêneros: feliz, alegre.

Biforme
Possui formas distintas para cada gênero: bom / boa; mau / má; bonito / bonita.

Quanto à formação, o adjetivo pode ser:


Simples
Constituído de um único radical: vermelho, social, claro, escuro, financeiro.

Composto

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Constituído de dois ou mais radicais: vermelho-claro; sociofinanceiro; verde -escuro.

Adjetivo pátrio
É aquele que se refere a continentes, países, cidades, regiões: europeu, inglês, londrino,
calabrês.
oBS: Exemplos para estados e cidades brasileiros:
Acre: acreano, acriano
Alagoas: alagoano
Amapá: amapaense
Aracaju: aracajuano, aracajuense
Amazonas: amazonense
Belém: belenense
Belo Horizonte: belo -horizontino
Boa Vista: boa -vistense
Brasília: brasiliense
Cabo Frio: cabo –friense ...

PLURAL DOS ADEJTIVOS COMPOSTOS


I. Varia somente o segundo elemento nos adjetivos compostos, quando os dois são adjetivos.
encontros latino-americanos
cortinas branco-acinzentadas
sapatos verde-escuros
olhos azul-claros
torcidas rubro-negras

II. Quando o nome de cor é originário de um substantivo, fica invariável, quer se trate de palavra simples ou composta.
tons pastel
vestidos vinho
sapatos areia
colchas rosa
blusas verde-musgo
tintas vermelho-rubi
camisas amarelo-âmbar
olhos cor de mel

Exceções:
São invariáveis: bege, azul-marinho, azul-celeste e furta-cor.
Variam os dois elementos do adjetivo: surdo-mudo.
Substantivos empregados com valor adjetivo são invariáveis: homens monstro, gravatas cinza,

blusas laranja.

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Artigo

Critério Definição Exemplos Semântico • Determina ou indetermina os seres. O aluno saiu.


Um aluno saiu. Morfológico • Varia em gênero e número. o / a, os / as um / uma, uns / umas
Sintático • É uma palavra determinante do núcleo de um grupo nominal. Ele encontrou as
irmãs.
Os artigos são palavras que se relacionam exclusivamente com o substantivo, com a função
de especificá-lo ou generalizá-lo. Daí a existência de dois tipos de artigos: os definidos e os
indefinidos.

Observando-se o enunciado: “Os países descobrem na ajuda às vítimas do tsunami uma

causa planetária comum”, percebe-se o mesmo na relação entre “os” e “países”: a

notícia não tratará de países em sentido amplo e geral. Ao ler a reportagem, o leitor

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será com certeza informado sobre que países são esses a que a manchete se refere.

Algo diferente ocorre com a relação entre as palavras “uma” e “causa”. O artigo “uma” é
indefinido. Por trás dessa escolha, existe uma intenção do locutor: ele pretende não
particularizar a causa, mas generalizá-la, incluindo-a entre um conjunto de outras causas.
A distinção entre o, a, os, as (definidos) e um e uma (indefinidos) evidencia que, sob o ponto
de vista da flexão, os artigos aceitam as variações de gênero e número. Quanto à função,
exercem sempre papel de adjunto adnominal, já que só determinam, como vimos, os
substantivos.

Quando diante de um substantivo comum de dois gêneros, é também do artigo a

responsabilidade de indicar se a palavra é masculina ou feminina. É o que ocorre, por

exemplo, com “o estudante” e “a estudante”.

Particularidades do artigo

a) Substantivar qualquer palavra:

O “não” é uma palavra que expressa negação. — “não” vira substantivo.

Quem ama o feio, bonito lhe parece. — “feio” vira substantivo.

b) Evidenciar o gênero e o número dos substantivos:

O dó (masculino)

A coleta (feminino)

O lápis (singular)

Os lápis (plural)

c ) Revelar quantidade aproximada quando usado o indefinido diante de numerais:

Uns dez quilos

Umas trezentas pessoas

d) Combinar -se com preposições:

No = em + o

Das = de + as

À=a+a

Numa = em + uma

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Numeral
É a palavra que dá ideia de quantidade (um, dois, três...), sequência (primeiro, segundo,

terceiro...), multiplicação (dobro, triplo...) e divisão (metade, um terço, três quartos...).

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Emprego dos numerais

a) na indicação de soberanos, papas, séculos e partes de obras, usa-se o ordinal

até dez e, daí em diante, o cardinal; no texto legislativo, usa-se o ordinal até nove e,

daí em diante, o cardinal:

Henrique VIII (oitavo)

João XXIII (vinte e três)

Século X (décimo)

Século XI (onze)

Artigo 9º (nono)

§ 10 (parágrafo dez)

Curiosidade: Se o numeral vier anteposto ao substantivo, usamos o ordinal:

XX Salão do Automóvel = Vigésimo Salão do Automóvel

Se o numeral vier posposto ao substantivo, usamos o cardinal:

casa 2 = casa dois

página 23 = página vinte e três

b) na indicação do primeiro dia do mês, usamos o numeral ordinal; para os outros

dias, o numeral cardinal:

primeiro de abril

dois de abril

três de abril

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primeiro de julho

PRONOME
Classe de palavras que acompanha ou substitui o substantivo e que dá indicações

sobre aquilo que este expressa, limitando ou concretizando o seu significado.

Concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.

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Meu pai chegou. — meu: pronome adjetivo, pois acompanha um

substantivo.

Ele chegou. — ele: pronome substantivo, pois substitui um substantivo.

➢ PRONOMES PESSOAIS são aqueles que representam as pessoas do


discurso.

PRONOMES PESSOAIS
Pessoa do CASO CASO OBLÍQUO
discurso RETO
1ª pessoa do eu me, mim, comigo
singular
2ª pessoa do tu te, ti, contigo
singular
3ª pessoa do ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo
singular
1ª pessoa do plural nós nos, conosco
2ª pessoa do plural vós vos, convosco
3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si,
consigo

➢ PRONOMES POSSESSIVOS são palavras que se referem às pessoas do


discurso, atribuindo-lhes a posse de algo.

PRONOMES POSSESSIVOS
Pessoa Singular Plural
1ª meu, minha meus, minhas
2ª teu, tua teus, tuas
3ª seu, sua seus, suas
1ª nosso, nossa nossos, nossas
2ª vosso, vossa vossos, vossas
3ª seu, sua seus, suas

➢ PRONOMES DEMONSTRATIVOS são aqueles que indicam a posição


dos seres em relação às três pessoas do discurso.

PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Pessoa Variáveis Invariáveis
1ª este, esta, estes, estas isto
2ª esse, essa, esses, essas isso
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3ª aquele, aquela, aqueles, aquelas aquilo

➢ PRONOMES INDEFINIDOS são aqueles que se referem à terceira pessoa


do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica.

PRONOMES INDEFINIDOS
Variáveis Invariáveis
algum, alguma, alguns, algumas alguém
todo, toda, todos, todas tudo
outro, outra, outros, outras nada
muito, muita, muitos, muitas algo
pouco, pouca, poucos, poucas cada

PRONOMES INTERROGATIVOS introduzem frases interrogativas e se referem


à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São interrogativos os pronomes: que,
quem, qual (quais), quanto (quanta, quantos, quantas)

PREPOSIÇÃO
Preposição é a palavra invariável que relaciona dois termos; nessa relação, um

termo completa ou explica o sentido do outro.

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As preposições são uma espécie de conectivo. Sua função, portanto, é estabelecer a ligação
entre palavras e termos (cada qual com sua função sintática específica), relacionando-os
sintática e semanticamente.

Consideremos os dois enunciados seguintes:


A) A ajuda de um país é essencial para a nova geopolítica mundial.
B) A ajuda a um país é essencial para a nova geopolítica mundial.

Tanto em “A” quanto em “B”, a ligação do termo “ajuda” (núcleo do sujeito) ao termo “país”
(núcleo do adjunto adnominal e do complemento nominal, respectivamente) faz
estabelecer entre eles uma relação de dependência, primeiramente sintática. Afinal, o
leitor é conhecedor intuitivo do idioma e saberá que “de um país” e “a um país” são
estruturas que só podem estar relacionadas ao termo “ajuda”. Qualquer alteração nesse
relacionamento trará como consequência imediata a dissolução do enunciado tal como o
apresentamos e a criação de outro. Mas a dependência é também semântica. Para provar
isso, basta que percebamos a diferença de sentido provocada pela troca efetuada entre
“de” e “a”. Enquanto em “A”, o país é o agente da ação de ajudar, em “B” ele é alvo da ação
feita por outrem. O mesmo se pode dizer para o relacionamento entre “essencial” e “nova
geopolítica mundial”: só será possível alcançar o objetivo de se construir uma nova ordem
mundial caso os países se conscientizem de que é preciso concentrar esforços para a
adoção de políticas mais eficientes de ajuda humanitária.

Palavras como “a”, “de”, “para” são usadas nos atos comunicativos para cumprir esse papel.

São as preposições.

Preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, sem, sob, sobre, trás.

Preposições acidentais: são palavras que, embora pertençam a outras classes


gramaticais, podem exercer o papel de preposição: como, conforme, consoante, durante,
exceto, salvo, segundo.
Quando as preposições se ligam a artigo, pronome ou advérbio, sem perda de elementos
fonéticos, temos o que se chama de combinação. É o caso de a + o (ao), a + onde (aonde),
de + esse (desse), etc. Se essa ligação produz perda fonética, temos a contração. É o caso
de em + o (no), de + aí (daí), por + as (pelas), em + aquelas (naquelas), a + as (às), etc.

Se duas ou mais palavras se unem com o valor de preposição, temos as chamadas

locuções prepositivas: abaixo de, a respeito de, em cima de, junto a, por cima de,

acerca de, de acordo com, em frente a, junto de, por trás de, acima de, dentro de,

em redor de, perto de, ao lado de, graças a, por causa de.

Tipos de relação
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A relação que as preposições estabelecem entre dois termos é chamada de regência.


A) Ausência, falta: Uma vida sem alegrias é mais difícil.
B) Assunto: Mostram-se indecisos acerca do propósito da reunião.
C) Causa ou motivo: O velho morreu de fome.
D) Companhia: Sempre estudava com eles.
E) Concessão: Com apenas dois anos, já sabia ler.
F) Conformidade: Era capaz de viver conforme seus objetivos.
G) Direção: Dirigiu-se para o centro da cidade.
H) Especialidade: É perito em casos de homicídio.
I) Estado ou qualidade: Prédio em decadência.
J) Finalidade: Parou para descansar.
K) Instrumento: Prenderam-no com algemas.
L) Lugar: Passei a viver em Curitiba.
M) Matéria: Bebi suco de laranja.
N) Meio: Assistiu ao comício pela televisão.
O) Oposição: Gostaria de levantar um protesto contra a poluição do ar.
P) Origem: O poder emana do povo.
Q) Posse: Os livros do professor estão sobre a mesa.
R) Tempo: Dani nasceu em 1984.

CONJUNÇÃO

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O bom relacionamento entre as orações de um texto garante a perfeita


estruturação de suas frases e parágrafos. Interagindo com palavras de outras classes
gramaticais essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos, as
conjunções fazem parte daquilo que se pode chamar “arquitetura textual”: um conjunto
de relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso desse conjunto de relações
depende muitas vezes do valor relacional das conjunções.
Nos textos dissertativos, elas evidenciam, muitas vezes, a linha expositiva
ou argumentativa adotada – é o caso, por exemplo, das exposições e argumentações
construídas por meio de contrastes e oposições que conduzem ao uso de adversativas e
concessivas.

As conjunções são classificadas em coordenativas ou subordinativas, de acordo com

a relação que estabelecem entre as frases que relacionam. Entretanto, não se

deve memorizar tal classificação, mas descobri-la a partir das relações semânticas

de enunciados reais, ou seja, a partir do efetivo emprego dessas palavras em

frases da língua.

Nos textos narrativos, as conjunções estão muitas vezes ligadas à expressão de


circunstâncias fundamentais à conclusão da história, como noções de tempo, finalidade,
causa e consequência.

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TRATAREMOS MELHOR DE CONJUNÇÕES NO TÓPICO ORAÇÕES


(SINTAXE).

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ADVÉRBIO

Palavra invariável que funciona como modificador de um verbo, um adjetivo ou outro


advérbio. Conforme a circunstância que expressam, os advérbios classificam-se em:

■ de afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente etc.


■ de dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá etc.
■ de intensidade: muito, demais, bastante, pouco, menos, tão etc.
■ de lugar: aqui, ali, aí, cá, atrás, perto, abaixo, acima, dentro, fora, além, adiante etc.
■ de tempo: agora, já, jamais, ainda, sempre, nunca, cedo, tarde etc.
■ de modo: assim, mal, bem, devagar, depressa e grande parte dos
vocábulos terminados em -mente: alegremente, calmamente, afobadamente etc.
■ de negação: não, tampouco etc.

Locuções adverbiais
Uma locução adverbial é um conjunto de uma ou mais palavras que desempenham a
função de um advérbio.

Geralmente, é formada por: preposição + substantivo/adjetivo/advérbio.


a) preposição + substantivo: na verdade
b) preposição + adjetivo: de novo
c) preposição + advérbio: por aqui

■ modo: às pressas, à vontade, à vista, em silêncio, de cor, ao acaso etc.


■ tempo: à noite, de manhã, à tarde, em breve, de vez em quando etc.
■ lugar: ao lado, de longe, por ali, à direita, de cima etc.
■ afirmação: com certeza, sem dúvida etc.
■ negação: de modo nenhum, de forma alguma etc.
■ quantidade/intensidade: de pouco, de todo etc.

Advérbios interrogativos
As palavras onde, como, quando, usadas em frases interrogativas (diretas ou indiretas),
são chamadas advérbios interrogativos.
■ Onde expressa circunstâncias de lugar.
Onde você mora?
Quero saber onde você mora.
■ Como expressa circunstância de modo (de que maneira).
Como se chega à casa de José?

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Não sei como ele fez isso.


■ Quando expressa circunstância de tempo.
Quando você volta?

Grau do advérbio
Os advérbios são considerados palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero e
de número. No entanto, alguns advérbios sofrem flexão de grau como os adjetivos.

Grau comparativo
■ De igualdade — na formação do comparativo de igualdade, utilizamos o tão antes do
advérbio e o como ou quanto depois: Os alunos chegaram tão cedo quanto os
professores.
■ De superioridade — na formação do comparativo de superioridade, utilizamos o mais
antes do advérbio e o que ou do que depois: Os alunos chegaram mais cedo do que os
professores.
■ De inferioridade — na formação do comparativo de inferioridade, utilizamos o menos
antes do advérbio e o que ou do que depois: Os alunos chegaram menos cedo do que os
professores.

Grau superlativo
O grau superlativo dos advérbios pode ser analítico ou sintético.
■ Analítico — é formado com auxílio de um advérbio de intensidade:
Cheguei muito cedo à escola ontem.
■ Sintético — é formado pelo acréscimo do sufixo ao advérbio:
Cheguei cedíssimo à escola ontem.

Curiosidade: Os advérbios bem e mal admitem as formas de comparativo de


superioridade sintéticas, melhor e pior, respectivamente.

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INTERJEIÇÃO

Palavra invariável que exprime emoções e sensações.

Alegria: Ah! Oh!


Animação, encorajamento: Avante! Coragem! Eia! Força! Vamos! Sus!
Aplauso: Bem! Bis! Bravo! Viva!
Cansaço: Ah! Uf!
Chamamento (invocação): Alô! Ó! Olá! Psiu! Pst! Eh!
Descontentamento: Mau!
Desejo: Oh! Oxalá! Tomara!
Dor: Ai! Ui!
Encorajamento: Upa! Arriba!
Espanto, surpresa: Ah! Chi! Ih! Oh! Puxa!
Impaciência, irritação: Hum! Hem! Are! Irra!
Indignação: Are! Irra!
Medo: Ui!
Pedido de socorro: Socorro!

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VERBOS

Verbo é a classe de palavra que designa um estado, uma ação ou um


fenômeno natural.

Ana é feliz. (estado)


Ana comeu mamão. (ação)
Neva todo inverno no país de Ana. (fenômeno natural)

- MARQUES, COMO ASSIM?? É SÓ ISSO???

- CALMA , CALMA!!!! ESTUDAREMOS O “VERBO” EM UMA


UNIDADE MAIS DETALHADA ;)

Bons estudos, querida(o) aluna(o)!!!!

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