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LÍNGUA PORTUGUESA

2º Ano – Ensino Médio

Língua Portuguesa

Capítulo I Pronomes, Prefixo e Sufixo, Grau Aumentativo e Diminutivo.


Capítulo II Tempo Simples e Tempo Composto (Classificação dos Verbos).
Capítulo III Literatura: Humanismo e Classicismo.
Capítulo IV Dissertação.
Capítulo V Voz Ativa e Passiva, Objeto Direto e Indireto e Verbo Transitivo Direto
e Indireto.
Capítulo VI Literatura: Romantismo, Realismo – Naturalismo e Parnasianismo.
Capítulo VII Sujeito, Predicado, Predicativo, Complemento Verbal e Nominal e
Aposto e Vocativo.

Obs.: A cada termino de capítulo, resolver os exercícios propostos no caderno de


atividades.
LÍNGUA PORTUGUESA
CAPÍTULO I – PRONOMES, PREFIXO E SUFIXO, GRAU
AUMENTATIVO E DIMINUTIVO.

Pronome
É a palavra que substitui ou determina o nome.
Classificação: Os pronomes classificam-se em pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
interrogativos e relativos.

Pronomes Pessoais
Designam as três pessoas do discurso:

Retos
Singular Plural
Eu, nós
Tu, vós
Ele, ela eles, elas.

Oblíquos
Átonos Tônicos
Me, mim, comigo
Te, ti, contigo
Se, lhe, o, a si, consigo
Nos, conosco
Vos, convosco
Se, lhes, os, as si, consigo.

Observações:
 Os pronomes eu/tu são usados apenas na função de sujeito.
Isto é para eu fazer.
Entregaram o documento para tu leres.
Nada houve entre mim e ti.
É difícil para mim, viajar de avião.
 Os pronomes si/consigo são necessariamente reflexivos (sujeito e complemento na mesma pessoa):
Ela só pensa em si.
A moça trouxe consigo belas flores.
 Com nós / com vós são formas corretas, desde que empregadas com reforço:
Ele cantou com nós três.
Deveis conversar com vós mesmos.

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Pronomes de tratamento:
Você, Vocês.
Senhor, senhores, senhora, senhoras, senhorita, senhoritas.
Vossa Alteza - para príncipes e princesas.
Vossa Eminência - para cardeais.
Vossa Excelência - para autoridades do governo e das forças armadas.
Vossa Magnificência - para reitores de universidades.
Vossa Majestade - reis ou rainhas e imperadores.
Vossa Onipotência - para Deus.
Vossa Reverendíssima - para autoridades religiosas.
Vossa Santidade - para o papa.
Vossa Senhoria - para funcionários graduados e na linguagem Comercial.

Observação:
Usa-se vossa quando se fala diretamente com a pessoa e sua quando
Se fala sobre a pessoa:
Como está Vossa Excelência?
Sua Excelência nos disse que está bem.

Pronomes Possessivos
Indicam posse em relação às pessoas do discurso:
Singular Plural
MEU(s) / MINHA(s) 1ªpess. NOSSO(s) / NOSSA(s)
TEU(s) / TUA(s) 2ªpess. VOSSO(s) /VOSSA(s)
SEU(s) / SUA(s) 3ªpess. SEU(s) / SUA(s)

Pronomes Demonstrativos
Indicam lugar ou posição dos seres com relação às pessoas do discurso.
1ª pessoa: Este(s) / Esta(s) / Isto
2ª pessoa: Esse(s) / Essa(s) / Isso
3ª pessoa: Aquele(s) / Aquela(s) / Aquilo

Observações:
 Este e suas flexões indicam o que está fisicamente no âmbito do emissor ou referem-se ao que
ocorre no momento atual ou futuro em relação ao momento da fala.
 Este ano iremos a Roma.
 Isto é verdade.
 Esse e suas flexões fazem referência ao que está fisicamente no âmbito do receptor ou indicam
passado em relação ao momento da fala.
 Essa gravura é linda.
 Esse teu casaco parece quente.

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 Aquele e suas flexões servem para indicar o que está no âmbito do referente ou distante das duas
primeiras pessoas, ou referem-se há um tempo distante no passado em relação ao momento da fala.
 Naquele momento, a sala toda ficou calada.
 Aqueles guarda-chuvas são das crianças.
 Este / Aquele podem indicar a posição do substantivo que substituem na frase. Assim, ESTE refere-
se ao substantivo mais próximo do demonstrativo e AQUELE ao mais distante:
O velho e o menino caminhavam vagarosamente. Aquele porque estava doente, este porque estava faminto.

São também demonstrativos:


O, A, Os, As:
Não sei o que queres (= aquilo).
As chaves de Paulo são as que ficaram em casa (= aquelas).
Mesmo, Mesma, mesmos, mesmas:
Elas mesmas fizeram o trabalho.
Próprio, Própria, Próprios, Próprias.
Ele próprio serviu os amigos.
Semelhante, Semelhantes
Quem teve semelhante ideia?
Tal, Tais
Tais coisas sempre preocupam.

Pronomes Indefinidos
De um modo geral, baseiam-se na ideia coisa, referindo-se de modo vago a terceira pessoa, ou expressam
quantidade indeterminada.
Podem ser:

a) Variáveis:
Algum/a(s), outro/a(s), nenhum/a(s), todo/a(s), quanto/a(s), tanto/a(s), muito/a(s), pouco/a(s), qual
(quais), certo/a(s), vário/a(s), diverso/a(s), qualquer (quaisquer), um/a(s):
Muitos já elogiaram este filme.
Encontrei vários recados dele.
Uns cantam, outros dançam.
Pegue algumas maçãs.

b) Invariáveis:
Algo, alguém, nada, ninguém, tudo, outrem, cada, que, quem:
Nada é eterno.
Que horas são?
Locuções pronominais indefinidas: cada um, cada qual, qualquer um, todo aquele que, seja qual, seja quem
for, tal e tal, um e outro, a gente, etc.:
Cada qual sabe de si.

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Pronomes Interrogativos
São os indefinidos quem/que/qual (quais) /quanto/as) usados nas interrogações diretas ou indiretas:
Qual é seu nome? (Interrogação direta)
Não sei qual é seu nome. (Interrogação indireta)

Pronomes Relativos
Relacionam-se a um nome mencionado anteriormente (antecedente), introduzindo-o na oração seguinte.
São eles:
 Variáveis:
Qual (quais), cujo/a(s), quanto/a(s) (precedidos dos indefinidos tudo/todo, tanto e variações):
Esta é a menina cujo pai ganhou o prêmio.
Pense em todos quantos te apoiaram.
 Invariáveis:
Que, quem, onde:
Você sabe a quem procurar?
É bonita a cidade onde moramos.

Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos


a) substantivos - são os que substituem um substantivo:
O carro verde é meu.
b) adjetivos - são os que modificam um substantivo:
Meu carro é verde.

Prefixo e sufixo
Existem alguns processos mais produtivos e sistemáticos, usados para a formação de palavras. Os mais
comuns são:
a) Derivação: por meio de prefixos e sufixos.
b) Composição: por meio da união de duas ou mais palavras.

A formação de palavras por derivação prefixal (ou por prefixação) se dá com a anteposição de um
elemento inicial, chamado prefixo. Veja alguns casos de derivação prefixal:
 Superespirituoso: super + espirituoso
 Desmiolado: des + miolado
 Infeliz: in + feliz
 Impossível: im + possível
 Prever: pre + ver

Repare que, da união entre uma palavrinha inicial chamada prefixo e mais alguma outra palavra, surge um
vocábulo novo. Entre os prefixos mais usados estão os seguintes: anti – (que dá ideia de ser contra); ante –
(anterioridade, que vem antes no tempo ou no espaço); ab -, abs – (afastamento, separação); com -, con -, co –
(companhia, sociedade, concomitância); contra – (oposição); de, des -, in -, a – (ideia de negação); es –, e - , ex –
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(movimento para baixo, separação, negação); per – (através de, coisa ou ação completa); pré – (anterioridade,
superioridade); -super -, hiper – (ideia de aumentativo e superlativo); re – (ideia de duplicidade, movimento para
trás, repetição); trans – (ideia de ir além, ultrapassar); retro – (ideia de voltar atrás) etc.
Outra maneira de formar palavras por derivação é a derivação sufixal, ou seja, com o acréscimo de um
sufixo. Veja estes casos:
 Porteira: port + eira
 Mulinha: mul + inha

Entre os sufixos mais comuns encontramos os seguintes: - aço, - agem, -ário, - eiro, - eiro, - inho, - ismo,
- ista, - eza, - agem, - mento, - al, - ico, - ino, - oso, - tório etc. Podemos derivar substantivos, de adjetivos ou de
verbos; do mesmo modo que podemos derivar adjetivos de outros adjetivos, de substantivos de verbos.
Às vezes, prefixos e sufixos podem vir adicionados numa mesma palavra. Nesse caso, temos a formação
por prefixação e sufixação simultaneamente. Esse processo de aglutinação dupla também é chamado de
parassíntese. Veja estes casos:
 Endinheirado: en + dinheiro + do
 Desesperançado: des + esperança + do

Esses casos de parassíntese ou de aglutinação simultânea de sufixo e prefixo na mesma palavra são menos
comuns que os casos específicos (só por sufixação ou só por prefixação).
Para completar as observações sobre os processos de formação de palavras, analisaremos o processo de
composição. Neste caso, temos duas alternativas mais comuns:
a) Composição por justaposição: duas palavras unidas uma à outra.
Exemplo: passatempo: passa + tempo.
Outros casos: pé – de – cabra; guarda – chuva; porta – luvas; guarda – costas; velha – guarda; boa – praça;
baixo – astral etc.
b) Composição por aglutinação: palavras unidas, mas com alguma perda.
Exemplo: fidalgo: filho + de + algo.

Grau aumentativo e diminutivo


Além do grau normal, os substantivos admitem os graus aumentativo e diminutivo. Exemplo:
Grau normal – gato
Grau aumentativo – gatão
Grau diminutivo – gatinho
Formação do grau
O grau, nos substantivos, pode ser expresso de duas formas:

 Forma analítica: utilizando adjetivos que indicam aumento ou diminuição.


Aumentativo analítico Diminutivo analítico
Nariz grande Nariz pequeno
Nariz imenso Nariz minúsculo
Veja outros exemplos de aumentativo analítico:

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Ressoaram enormes aplausos.
Junto do tanque de lavar roupa costumava ficar uma bacia grande de enxaguar.

 2) Forma sintética: utilizando sufixos


Aumentativo sintético Diminutivo sintético
Narigão Narizinho

A caneca era ao mesmo tempo xicrinha de cafezinho, taça de café grande, copo para água e prato para
sopa.
Eis alguns sufixos indicadores de grau em português:
Grau aumentativo
ão menino meninão
aça barba barbaça
arra boca bocarra
az ladrão ladravaz
ázio copo copázio
ona mulher mulherona

Grau diminutivo
inho ou zinho = bolo – bolinho
cão – cãozinho

ebre casa casebre


eta sala saleta
ejo lugar lugarejo
acho rio riacho
ote velho velhote
im espada espadim

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo 1 – Pronomes, Prefixo e sufixo, Grau aumentativo e
diminutivo.

CAPÍTULO II - TEMPO SIMPLES E TEMPO COMPOSTO


(CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS)
Quanto à formação, os tempos podem ser primitivos e derivados. São considerados primitivos os seguintes
tempos; o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal. Os outros tempos são
derivados:

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Derivados do presente do indicativo
 Pretérito imperfeito do indicativo
É formado do radical do presente mais as terminações: ava, - avas, - Ava, - ávamos, - áveis, - avam para
os verbos da 1ª conjugação e as terminações – ia, - ias, - ia, - íamos, - íeis, - iam para os verbos da 2ª e 3ª
conjugação. Tomemos como exemplo os verbos falar, comer e partir:
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Radical do presente fal- com- part-
falava comia partia
falavas comias partias
Pretérito imperfeito falava comia partia
do indicativo falávamos comíamos partíamos
faláveis comíeis partíeis
falavam comiam partiam

 Presente o subjuntivo
É formado pelo radical da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo mais as terminações – e, - es, - e,
- emos, - eis, - em para os verbos da 1ª conjugação e as terminações – a, - as, - a, - amos, - ais, - am para os verbos
da 2ª e 3ª conjugação.
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Radical da 1ª pessoa
do singular do fal- com- part-
presente do indicativo
fale coma parta
Presente do subjuntivo fales comas partas
fale coma parta
falemos comamos partamos
faleis comais partais
falem comam partam

 Imperativo
O imperativo pode ser afirmativo e negativo.
O imperativo afirmativo é derivado do presente do indicativo na 2ª pessoa do singular e na 2ª pessoa o
plural, suprindo – se o “s” final. As outras pessoas são as mesmas do presente do subjuntivo.
O imperativo negativo é totalmente formado pelo presente do subjuntivo.
Presente do Imperativo Presente do Imperativo
indicativo afirmativo subjuntivo negativo
falo - fale -
falas (-s) fala tu fales não fales
fala fale você fale não fale
falamos falemos nós falemos não falemos
falais (-s) falai vos faleis não faleis
falam falem vocês falem não falem

Derivados do pretérito perfeito do indicativo


Do tema do perfeito (radical do perfeito + vogal temático) formam – se os seguintes tempos:
 Pretérito mais – que – perfeito do indicativo
É formado pelo tema do perfeito mais as terminações: ra, - ras, - ra, - ramos, - reis, - ram. Assim:

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1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Tema do perfeito
(radical do perfeito + fala- come- parti-
vogal temática)
falara comera partira
Pretérito mais que falaras comeras partiras
perfeito do indicativo falara comera partira
faláramos comêramos partíramos
faláreis comêreis partíreis
falaram comeram partiram

 Pretérito imperfeito do subjuntivo


É formado pelo tema do perfeito mais as terminações –sse, - sses, - sse, - ssemos, - sseis, - ssem:
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Tema do perfeito
fala- come- parti-

falasse comesse partisse


Pretérito imperfeito falasses comesses partisses
do subjuntivo falasse comesse partisse
falássemos comêssemos partíssemos
falásseis comêsseis partísseis
falassem comessem partissem

 Futuro do subjuntivo
É formado pelo tema do perfeito mais as terminações –r, - res, - r, - rmos, - rdes, - rem:
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Tema do perfeito
fala- come- parti-

falar comer partir


falares comeres partires
Futuro do subjuntivo falar comer partir
falarmos comermos partirmos
falardes comerdes partirdes
falarem comerem partirem

Derivados do infinitivo impessoal


 Futuro do presente do indicativo
É formado pelo infinitivo impessoal mais as terminações – ei, - ás, - á, - emos, - eis, - ão:
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Infinitivo impessoal
falar comer partir

falarei comerei partirei


Futuro do presente do falarás comerás partirás
indicativo falará comerá partirá
falaremos comeremos partiremos
falareis comereis partireis
falarão comerão partirão

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 Futuro do pretérito do indicativo
É formado pelo infinitivo impessoal mais as terminações – ia, - ias, - ia, - íamos, - íeis, - iam:
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Infinitivo impessoal
falar comer partir

falaria comeria partiria


Futuro do pretérito do falarias comerias partirias
indicativo falaria comeria partiria
falaríamos comeríamos partiríamos
falaríeis comeríeis partiríeis
falariam comeriam partiriam

 Infinitivo pessoal
É formado pelo infinitivo impessoal mais as terminações - es (2ª pessoa do singular), - mos, - des, - em:
1ª Conjunção 2ª Conjunção 3ª Conjunção
Infinitivo impessoal
falar comer partir

falar comer partir


Infinitivo pessoal falares comeres partires
falar comer partir
falarmos comermos partirmos
falardes comerdes partirdes
falarem comerem partirem

 Gerúndio
Para se formar o gerúndio, substitui – se o –r do infinitivo impessoal pela desinência – ndo:
Falando – comendo – partindo

 Particípio
Para os verbos regulares da 1ª conjugação, substitui – se o – r do infinitivo pela desinência – ado. Para
os verbos regulares da 2ª e 3ª conjugação, substitui – se o – r do infinitivo pela desinência – ido:
Falado – comido -partido

Tempo composto – Classificação dos Verbos


Na formação dos tempos compostos, emprega-se um verbo auxiliar (ter ou haver) mais o particípio do
verbo principal.
Indicativo:
a) Pretérito perfeito - presente do auxiliar + particípio: eu tenho falado.

b) Pretérito mais-que-perfeito - pretérito imperfeito do auxiliar + particípio: eu tinha falado.

c) Futuro do presente - futuro do presente do auxiliar + particípio: eu terei falado.

d) Futuro do pretérito - futuro do pretérito do auxiliar + particípio: eu teria falado.

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Subjuntivo:
a) Pretérito perfeito - presente do auxiliar + particípio: que eu tenha falado.

b) Pretérito mais-que-perfeito - pretérito imperfeito do auxiliar + particípio: se eu tivesse falado.

c) Futuro - futuro do auxiliar + particípio: quando eu tiver falado.

Formas nominais
a) Infinitivo impessoal - infinitivo impessoal + particípio: ter falado.

b) Infinitivo pessoal - infinitivo pessoal + particípio:


Ter falado Termos falado
Teres falado Terdes falado
Ter falado Terem falado

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno
de atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo II – Tempo Simples e Tempo Composto
(Classificação dos verbos).

CAPÍTULO III- LITERATURA MEDIEVAL - HUMANISMO (SÉCULO


XV), CLASSICISMO.

Humanismo

Início: nomeação de Fernão Lopes para cronista-mor da Torre do Tombo. (1418)


Término: Sá de Miranda traz da Itália a Medida Nova e outras inovações (1527)

Painel de época
 Antropocentrismo: homem como centro do universo.
 A poesia independe da música.
 Transição entre a Idade Média e o Renascimento.
 Início da ascensão da burguesia.
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 Nova realidade Mercantil.
 Crise do sistema feudal.
 Crise na Igreja.
 Fortalecimento da figura do rei.
 Resolução de Avis em Portugal.

Produção Literária
I. Historiografia Portuguesa: Fernão Lopes
 União do literário e do histórico.
 Crônica histórica.
 Imparcialidade na visão dos acontecimentos.
 Interesse pelo lado humano dos acontecimentos que determinaram à história.
 Crítica o rei e os nobres em seus textos.
 Causas econômicas e psicológicas do processo histórico.
 Estilo coloquial.
 Retrato psicológico dos personagens.
 Três importantes crônicas: Crônica Del-Rei D. Pedro, Crônica Del-Rei D. Fernando e Crônica Del-
Rei D. João I.

II. Teatro Popular: Gil Vicente (1465 – 1536)


 Iniciador do teatro popular em Portugal: Auto da Visitação.
 Influencia de Juan Del Encina.
 Satiriza o clero, a nobreza e o povo.
 Retrata os valores populares e cristãos da vida medieval.
 Crítica, de forma contundente, a sociedade.
 Temas de caráter universal.
 Tipos humanos: o papa, o clero, o rei, a mulher adúltera, a beata, diabos, velho inocente, judeus etc.
 Peças de caráter crítico-social: Quem tem farelos? O Velho da horta, A Farsa de Inês Pereira etc.
 Peças religiosas: Auto da Alma, Trilogia das barcas etc.

Explicação das peças:


 Quem tem farelos? - história do escudeiro pobre que deseja namorar uma jovem, mas é repelido
por sua mãe.
 O Velho da horta - ridiculariza o velho que se apaixona por uma jovem.
 A Farsa de Inês Pereira - fala da mulher que deseja casar (“mais quero um asno que me carregue
que um cavalo que me derrube”).
 Trilogia das barcas - retrata as almas dos mortos e sua espera pelas embarcações que as levarão ao
seu destino: inferno, céu.
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III. Poesia palaciana: Garcia de Resende


 Elaborou o Cancioneiro Geral: compilação de mil poemas publicada em 1516.
 Separação da poesia do canto e da música.
 Permanecem ainda características do estilo das cantigas do Trovadorismo.
 Predomínio das redondilhas.
 Surgem o mote e a glosa.

Novelas de Cavalaria
Circulavam no ambiente da corte traduções e adaptações de novelas de cavalaria, narrativas em prosa que
exaltavam os feitos heroicos dos cavaleiros medievais em combates e aventuras sangrentas contra monstros e
guerreiros pagãos, por Deus e pelo amor e dedicação a uma bela dama.
As novelas de cavalaria compreendem três ciclos:
 O ciclo bretão ou asturiano: narrativas sobre os feitos do rei Artur e os cavaleiros da Távola redonda;
 O ciclo carolíngeo: narrativas sobre os feitos de Carlos Magno e os doze pares da França;
 O ciclo clássico: narrativas sobre personagens e acontecimentos da Antiguidade Greco – latina.

As novelas de cavalaria inspiram ainda o romance, o teatro, a poesia e o cinema. Do ciclo arturiano, os
mais célebres protagonistas, Lancelot, Gallaaz, Perceval e o rei Artur ainda servem de modelo para muitos heróis
modernos e intergalácticos.

Era Clássica - Classicismo (século XVI)

Início: Sá de Miranda traz da Itália o soneto e outras inovações. (1527)


Término: decadência de Portugal e domínio Espanhol. (1580)

Painel de época
 Renascimento, renovação cultural.
 Crescimento da burguesia.
 Aumento das atividades econômicas.
 Melhoramentos técnicos e invenções.
 Grandes navegações.
 Arte e cultura greco-romana.
 Antropocentrismo.
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 Surgimento das universalidades.
 Reforma e contrarreforma.
 Portugal busca novo caminho para as Índias.
 Onda de ufanismo.
 Racionalismo / universalismo.
 Perfeição formal.

Produção Literária: Épico e Lírico


I. CAMÕES ÉPICO - Os Lusíadas
 Publicado em 1.572.
 Recria a história do povo português usando a Antiguidade greco-romana como pano de fundo.
 Poema narrativo com a figura de um herói: Vasco da Gama.
 Estrutura: Dez contos divididos em cinco partes: proposição, invocação, dedicatória, narração e
epílogo.
 Os episódios mais importantes:
 A Morte de Inês de Castro
 O Velho do Restelo
 O Gigante Adamastor
 A Ilha dos Amore
 Inês de Castro e a Ilha dos Amores são episódios com características líricas dentro do épico

II. CAMÕES LÍRICO - Rimas


 Dois tipos: seguindo o modelo medieval - medida velha e seguindo o modelo Renascentista.
 Temas: o amor, a busca da perfeição, o desconcerto do mundo, a mudança constante de tudo, a
pátria, Deus, a figura feminina.
 Procura o universal.
 O amor é abordado através da antítese amor platônico X amor carnal.
 Figura idealizada da mulher X beleza física.
 Presença de antíteses e paradoxos.

Autores do Classicismo Português


Luís Vaz de Camões (1.525 – 1.580). O escritor mais representativo do Classicismo português. Escreveu
poesia lírica e épica, além das peças teatrais e de Os Lusíadas, sua obra mais importante.
Francisco Sá de Miranda (1.495 – 1.558). Dedicou – se à poesia e à comédia. Tendo vivido alguns anos
na Itália, berço do Renascimento europeu, introduziu em Portugal novos conceitos da arte renascentista e uma nova
forma poética, o soneto.
Bernardim Ribeiro (1.482 – 1.552). Escreveu Menina e moça, pubilcado em 1554.

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Antônio Ferreira (1528 – 1569). Sua obra mais importante é o A Castro (ou tragédia de d. Inês de
Castro), escrita em versos, introduzindo a tragédia em Portugal, em 1587.

TRECHOS DA MORTE DE INÊS DE CASTRO


“Tu, só tu, puro amor (1), com força crua (2),
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa a molesta morte sua (3),
Como se fora pérfida (4) inimiga.
Se dizem, fero Amor (5), que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga (6),
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras (7) banhar em sangue humano.
Estavas linda, Inês, posta em sossego (8),
De teus anos colhendo doce fruito (9),
Naquele engano da alma, ledo (10) e cego,
Que a Fortuna (11) não deixa durar muito;
Nos saudosos campos do Mondego (12),
De teus formosos (13) olhos nunca enxuito (14),
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.”

1 O amor comum, o sentimento, com letra minúscula: com crueldade;


2 À infeliz morte de Inês;
3 Traidora, maldosa;
4 Feroz Amor, com letra maiúscula, personificado, entidade mitológica;
5 Se sacia, se satisfaz;
6 Altares de sacrifícios;
7 Morta (eufemismo);
8 Fruto;
9 Alegre;
10 Destino, sorte: com maiúscula, por ser figura mitológica;
11 É um rio que banha Coimbra e às margens do qual Inês de Castro foi enterrada, segundo consta;
12 Formosos;
13 Enxuto.

Características da literatura renascentista


 Imitação dos autores Greco – latinos: Homero, Sófocles, Ésquilo, Eurípides, Aristóteles (gregos);
Cícero, Virgílio, Ovídio, Plauto, Horácio (latinos) etc.
Compare:

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Canto as armas e o varão As armas e os barões assinalados
que, impelido pelo Destino, Que, da Ocidental praia Lusitana,
veio primeiro das plagas Por mares nunca de antes navegados
de Tróia para a Itália. Passaram ainda além da Taprobana.
(Virgílio, Eneida) (Camões, Os Lusíadas)

 Preocupação com a reforma: Rigorosa exigência quanto à métrica e à rima; acentuada preocupação
com a correção gramatical, com a clareza na expressão do pensamento, com o equilíbrio, a sobriedade a lógica;
cultivo e observância das distinções entre os gêneros literários.
 Construção frasal tendendo à inversão dos termos a oração e das orações no período, por influência do
latim.
 Utilização da mitologia Greco – latina para efeitos artísticos, considerando – se também que as
sonagens mitológicas simbolizam ações, sentimentos e atitudes humanas.
 Universalidade e impessoalidade: Preocupação com as verdades eternas e universais, evitando – se o
particular e o pessoal.
 Os descobrimentos e a expansão como temas: preocupação com a história e com as realizações
humanas.
 Idealismo: Apesar de objetiva, a arte clássica não era naturalista; a realidade sensível devia ser
idealizada pelo artista. A mulher amada não era descrita como criatura humana, mas como um ser angelical; a
natureza era vista como uma região paradisíaca.
Resumo de Os Lusíadas
CANTO Síntese
Canto I O poeta indica o assunto do poema: os feitos dos portugueses. Invoca as Musas, dedica o poema a
d. Sebastião e inicia a narração. A frota de Vasco da Gama já está no oceano Índico, quando se
realiza o Concílio dos deuses, Baco é contrario aos portugueses, que são defendidos por Vênus. Os
portugueses aportam em Moçambique e seguem, depois, para Mombaça.
Canto II O rei de Mombaça tenta destruir a armada portuguesa, salva por Vênus. Júpiter manda Mercúrio a
terra para orientar os portugueses. A armada chega a Melinde, onde é bem recebida. Vasco da
Gama conta a história de Portugal.
Canto III Vasco da Gama invoca a musa Calíope e conta a historia de Portugal até a primeira dinastia (d.
Fernando).
Canto IV Vasco da gama continua a contar a história de Portugal até sua partida das naus, aparece do
Restelo e critica a ambição de conquistas dos portugueses.
Canto V Vasco da Gama termina a narrativa da história de Portugal, referindo-se aos acontecimentos das
viagens, entre eles o episódio do gigante Adamastor, simbolizando o cabo das Tormentas. Ali, um
gigante ameaça os navegantes lusos.
Canto VI Vasco da Gama continua a viagem para as Índias, que avista, depois de vencer, com a ajuda de
Vênus, uma tempestade provocada por Baco.
Canto VII A armada chega a Calicute, onde são bem recebidos.
Canto VIII Vasco da Gama chega às Índias. Baco tenta armar ciladas contra os portugueses
Canto IX Vasco da Gama livra-se dos problemas e inicia a viagem de regresso. Camões descreve a Ilha dos
Amores, onde os portugueses são recepcionados por Vênus e Cúpido, para o descanso e
recompensa pelos seus esforços e sofrimentos. Os marinheiros se divertem com as Ninfas.
Canto X A deusa Tétis oferece um banquete aos portugueses. Depois, Tétis conduz Vasco da Gama para o
alto de um monte onde descreve o mundo, principalmente as regiões onde os portugueses
destacaram. Camões, depois de narrar a partida dos portugueses e a chegada a Portugal, queixa-se
da decadência de sua pátria.

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LÍNGUA PORTUGUESA

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de atividades e
responda os exercícios referentes ao Capítulo III – Humanismo e Classicismo.

CAPÍTULO IV – DISSERTAÇÃO
Dissertação é o estilo de composição em que predomina a defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou
então um questionamento acerca de determinado assunto. Dessa forma, uma dissertação depende de análise, de
capacidade de argumentação, de raciocínio lógico. Entre suas características podemos citar: expor aos leitores uma
determinada posição ou mesmo levantar elementos para uma possível análise ou reflexão. O autor do texto
dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utilizam para sedimentar e solidificar o
desenvolvimento de sua tese ou sua posição final.
Pelas razões apresentadas acima, a dissertação exige um trabalho de preparação, um plano inicial, que se
subdivide, via de regra, em três etapas: introdução, desenvolvimento ou argumentação e conclusão.
Ao se iniciar uma dissertação, convém tornar claro e explícito o tema que vai ser abordado, daí a
importância da introdução; por outro lado, também não se deve esquecera conclusão. Perceber que, dependendo
do encaminhamento dado ao texto, à conclusão pode até ser ainda, a posição clara, categoria, do autor sobre o tema
desenvolvimento. O importante é dar um fechamento aos pontos levantados.
Quanto aos aspectos formais, a dissertação dispensa o uso abusivo de figuras de linguagem, bem como o
valor conotativo das palavras (veja bem: estamos falando que não se deve abusar). Por suas características, o texto
dissertativo requer uma linguagem mais sóbria, denotativa, sem rodeios (afinal, convence – se o leitor pela força
dos argumentos, não pelo cansaço); daí ser preferível o uso da terceira pessoa.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno
de atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo IV – Dissertação.

CAPÍTULO V - VOZ ATIVA, VOZ PASSIVA, OBJETO DIRETO, OBJETO


INDIRETO E VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO.
Voz é a forma assumida pelo verbo para indicar a relação entre ele e seu sujeito.
Nessa relação, o sujeito pode:
a) Praticar a ação expressa pelo verbo (voz ativa):
A mãe penteou a criança.
b) Sofrer a ação expressa pelo verbo (voz passiva):
A criança foi penteada pela mãe.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Voz Ativa
Pedro chutou a bola.
Na frase acima, Pedro pratica a ação expressa pelo verbo. É um sujeito agente. Bola recebe a ação
expressa pelo verbo. É um objeto.
O alemãozinho levou um tabefe de estilo.
O sujeito alemãozinho é também considerado agente, embora não pratique ação nenhuma.

Voz Passiva
A bola foi chutada por Pedro.
A bola sofre a ação expressa pelo verbo. É um sujeito paciente. Pedro é o elemento que pratica a ação de
chutar. É o agente da passiva.
A voz passiva pode ser:
a) Analítica: formada pelo verbo ser + o particípio do verbo principal.
Exemplo: Foram analisados todos os problemas.
b) Sintética ou pronominal: formada pelo verbo principal na 3ª. Pessoa, seguido do pronome se.
Exemplo: Analisaram – se todos os problemas.

Objeto direto e indireto


Os complementos do verbo são dois: objeto direto e objeto indireto.
Objeto Direto - é o complemento de verbo transitivo direto e um dos complementos do verbo transitivo
direto e indireto; normalmente está ligado ao verbo sem preposição.
Ele quer uma xícara de chá. (Transitivo direto)
Entreguei o presente a João. (Transitivo direto e indireto)
O objeto direto pode ser: pleonástico, cognato ou preposicionado.

 Objeto Direto Pleonástico


Por motivos puramente estilísticos, como, por exemplo, para chamar a atenção sobre o próprio objeto
direto, pode esse termo aparecer repetido na oração.
Não é exigência verbal, é apenas uma forma enfática que pode ser retirada da oração sem qualquer ônus
para o entendimento.
A esse pleonasmo é dado o nome de objeto direto pleonástico, justamente por ser a repetição do objeto
direto normal.
Nesse caso, uma das formas é sempre um pronome átono.
Estas belas flores, comprei-as ontem.
Os livros, leio-os saboreando como fruta madura.

 Objeto Direto Cognato (Ou Interno)


Pode o verbo intransitivo ser usado transitivamente (sempre transitivo direto, jamais indireto). A mudança
de predicação só é possível se usarmos como objeto direto complemento representado por substantivo do mesmo

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LÍNGUA PORTUGUESA
radical do verbo (termo cognato) ou substantivo que pertença ao mesmo grupo de idéias do verbo e é comum que
tal complemento venha acompanhado de expressão qualificadora.
"E rir meu riso e derramar meu pranto."
As crianças dormiam um sono tranquilo.

 Objeto Direto Preposicionado


Não é raro encontrar o objeto direto precedido de preposição. Nesses casos, a preposição não é exigência
do verbo, mas necessidade estrutural do próprio termo núcleo do objeto direto.
Há casos em que o emprego do objeto direto preposicionado é facultativo e outros em que é obrigatório.
Casos em que é facultativo:
a) Com pronomes de tratamento:
Estimo a Vossa Senhoria.
b) Quando o objeto direto precede o verbo:
Aos meninos não convidou.
c) Quando o objeto direto é nome próprio de pessoa:
Censuraram a Paulo.
d) Quando o objeto direto é composto, sendo o primeiro núcleo um pronome átono:
Respeita-me e a meus amigos.
e) Quando há ideia de comparação:
Olhou-te como a um inimigo.
f) Quando há ideia de partitivo:
Beba do leite.
g) Quando se quer enfatizar o objeto direto:
Ele sacou da arma.
h) Com pronomes indefinidos:
Elogiamos a todos.
i) Com o pronome QUEM se ele não possuir antecedente:
A quem encontraremos na festa?
j) Com numerais:
Sempre trataste aos dois com o mesmo carinho.

Casos em que é obrigatório:


a) Com o nome Deus:
Louvamos a Deus.
b) Quando houver ambiguidade de sentido quando houver ambigüidade de sentido:
"A mãe ao próprio filho não conheça." (Camões).
c) Quando os pronomes pessoais mim, ti, si, nós, vós, ele(s), ela (s) exercem função de objeto direto:
Ele chamou a ti.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Objeto Indireto - é o complemento de verbo transitivo indireto ou um dos complementos do verbo
transitivo direto e indireto; representa o ser ou coisa a que se destina a ação, ou em cujo proveito ou prejuízo à ação
se realiza.
Quando não representado por pronome átono, virá obrigatoriamente regido de preposição exigida pelo
verbo.
Confie neles.
Entregue este bilhete a Maria.
O objeto indireto pode ser pleonástico.

Objeto Indireto Pleonástico


Por uma questão de estilo ou quando se quiser realçar o objeto indireto, costuma-se repetir esse termo.
Nesse caso, uma das formas é necessariamente um pronome pessoal átono. Ao termo que repete o objeto indireto
dá-se o nome de objeto indireto pleonástico.
A ele, dei-lhe todo o meu amor.
Ofereci-lhes, a José e João, nossa ajuda.

Verbo Transitivo direto e indireto


Verbo de ligação
Quanto à predicação o verbo pode ser: intransitivo, transitivo ou de ligação.

Intransitivo
É intransitivo o verbo que tem sentido completo, não precisando, portanto, de complemento verbal
(objeto). São intransitivos:
Chorar
Dormir
Entrar
Voar etc.
Ex.: O bebê dormiu.

Transitivo
É transitivo o verbo que não tem sentido completo e por isso precisa de um complemento verbal (objeto). O
verbo transitivo divide-se em direto, indireto e direto e indireto:
a) Direto - é o verbo que se liga a seu complemento (objeto direto) sem o auxílio de preposição. São
transitivos diretos:
Abrir
Amar
Comprar
Ver etc.
Ex.: O menino contava as balas.

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LÍNGUA PORTUGUESA
b) Indireto - é o verbo que se liga a seu complemento (objeto indireto) com o auxílio de preposição.
São transitivos indiretos:
Acreditar
Concordar
Confiar
Crer
Precisar etc.
Ex.: Cremos em Deus.

c) Direto e indireto - é o verbo que precisa de dois complementos, um sem preposição (objeto
direto) e o outro com preposição (objeto indireto). São transitivos diretos e indiretos:
Atear
Contar (= narrar)
Dar
Preferir etc.
Ex.: Conte uma história às crianças.

Verbo de Ligação
É o verbo cuja função é apenas ligar o sujeito a um estado, qualidade ou atributo. É claro que haverá
sempre, na oração um nome que representará o estado, a qualidade, ou o atributo. Esse termo chama-se
predicativo. Ex:
Ela é feliz.
Ela é generosa.
Ela é minha irmã.

São verbos de ligação:


Andar
Continuar
Estar
Ficar
Parecer
Permanecer
Ser
Tornar-se
Lembre-se de que o verbo só é de ligação se estiver acompanhado de predicativo (estado, qualidade ou
atributo), caso contrário não terá a função de ligar o sujeito ao predicativo. Será então classificado como
intransitivo:
Ela continua contente (de ligação).
Ela continua na escola (intransitivo).

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LÍNGUA PORTUGUESA

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo V – Voz ativa, voz passiva, objeto direto e indireto,
verbo transitivo direto e indireto.

CAPÍTULO VI –ROMANTISMO, REALISMO – NATURALISMO E


PARNASIANISMO

Romantismo

Início: fim do século XVIII e início do século XIX.


 Portugal - publicação do poema Camões de Almeida Garrett. (1.825)
 Brasil - publicação de suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães.
(1.836)

Término:
 Portugal - Questão Coimbrã. (1865)
 Brasil - Abolicionismo.

Painel de época: (caracteríticas)


 Processo crescente de industrialização.
 Importância da Revolução Francesa.
 Ascensão da burguesia.
 Oposição ao clássico.
 A literatura torna-se mais popular.
 Desenvolvimento de temas nacionais.
 Exaltação da natureza pátria.
 Criação do herói nacional (no Brasil? o índio).
 Exaltação do passado histórico: culto a Idade Média.
 Supervalorização das emoções pessoais.
 Egocentrismo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
 Fuga da realidade: álcool, doenças, suicídios, mortes.

PRODUÇÃO LITERÁRIA: PORTUGAL / BRASIL


Gráfico de síntese do Romantismo em Portugal Romantismo (1.825, poema Camões de Almeida
Garrett).

1ª GERAÇÃO Influências 2ª GERAÇÃO Ultrarromantismo;


Princípios neoclássicos exagero.
 Alemanha: Goethe
Almeida Garrett: características árcades (Wherther) e Schiller Camilo Castelo Branco: estilo novela,
(no início); poemas históricos, poesia (Guilherme Tell). poucas descrições, narrativa rápida;
tipicamente romântica. Teatro português novela passional; o martírio do amor.
(nacional).  Inglaterra: Lord
Byron (Poesias) e Walter Scott
Alexandre Herculano: funda a revista (Ivanhoé).
Pano-rama; novelas históricas; romance
histórico.

Gráfico de síntese do Romantismo no Brasil ROMANTISMO (1.836 Suspiros Poéticos e Saudades,


Gonçalves de Magalhães).

1ª GERAÇÃO 2ª GERAÇÃO 3ª GERAÇÃO


(Nacionalista ou Indianista) (geração Byroniana) (Condoreira)
Castro Alves: egocentrismo;
Gonçalves de Magalhães: poesia Álvares de Azevedo: mal-do-século; subjetivismo; observação da
religiosa; poema épico - Suspiros amor, morte, mulheres idealizadas; realidade; poesia social; luta
Poéticos e Saudades. influência de Byron. abolicionista: Navio Negreiro.

Gonçalves Dias: indianismo, Obras: poesia – Lira dos vinte anos Obras: poesia – Espumas flutuantes
natureza pátria, religiosidade, (1853); Conde Lopo (1866). (1870); A cachoeira de Paulo Afonso
sentimentalismo e brasilidade - (1876); Os escravos (1883).
Canção do Exílio. Conto: Noite na taverna (1855).
Teatro: Gonzaga ou a Revolução de
Obras Teatro: Macário (1855). Minas (1875).
Poesia: Primeiros cantos (1846);
Segundos cantos (1848); Sextilhas de Casimiro de Abreu: repetição do Sousândrade (Joaquim de Sousa
frei Antão (1848); Últimos cantos estilo dos outros autores. Andrade): causas abolicionistas e
(1851); Os timbiras (1857); republicanas; experiências de
Obras: poesia – Primaveras (1859). viagens; padrões diferentes do
Teatro: Beatriz Canci (1843); Leonor Romantismo.
de Mendonça (1847). Teatro: camões e o jau (1856).

Outros: Brasil e Oceania (1852); Junqueira Freire: tema do celibato,


Dicionário da língua tupi (1858). análise da religião, morte (fuga).

Fagundes Varela: sintetizou todos


os temas do romantismo.

Obras= poesia: Noturnas (1861); O


estudante auriverde (1863); Vozes da
América (1864); Cantos meridionais
(1869); Cantos religiosos (1878).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Romantismo no Brasil/Prosa
Características Gerais
 A conquista de um novo público leitor.
 Popularização da literatura.
 Surgiram quatro tipos de Romances:
a) Romance urbano: vida social das grandes cidades com intrigas amorosas.
b) Regionalista: características de cada região; as pessoas que vivem longe das cidades.
c) Indianista: idealização do índio que vira um herói convivendo com o homem branco.
d) Histórico: construção do passado colonial brasileiro.

PRODUÇÃO LITERÁRIA
I. Joaquim Manuel de Macedo
 Boa estruturação nos enredos.
 Linguagem coloquial.
 Costumes da sociedade carioca (descrição).
 Tramas suaves.
 Final feliz.
 Poder incontestável do amor.
 O casamento como tema.
 Tipos do universo burguês.
 Obras principais: A Moreninha; O Moço Loiro; Os Dois Amores; etc.

II. Manuel Antônio de Almeida


 Precursor do Realismo: Memórias de um Sargento de Milícias.
 Tratou os personagens de forma imparcial.
 Proximidade com o real.
 Romance de costumes do século XIX.
 Descrevia o povo simples dos subúrbios cariocas.
 Criou um anti-herói ou herói pitoresco.
 O acontecimento é mais importante que o personagem.

III. José de Alencar


 Romances urbanos, regionalistas, indianistas e históricos.
 Destacou-se como um dos maiores romancistas do Romantismo brasileiro.
 Faz um grande painel do Brasil mostrando todos os seus cantos.
 “Linguagem brasileira”.
 Idealização extrema de seus personagens.

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LÍNGUA PORTUGUESA
 Valorização do índio.
 Aprovação da união entre colonizador e colonizado em suas obras indianistas.
 Apresenta caráter medieval em algumas obras.
 Nos romances urbanos faz uma representação crítica da sociedade da época.
 É descritivo e detalhista.
 Romances urbanos: romance de costume; sentimento como enredo; retrato da vida urbana da
burguesia. (Lucíola, A Pata da Gazela, Senhora etc).
 Romances regionalistas: relacionamento do ser humano e a região que habita. Idealização do
personagem. (O Gaúcho, O Sertanejo, O tronco do Ipê).
 Romances indianistas: exaltação do herói romântico brasileiro; nacionalismo; a exaltação da
natureza (O Guarani; Iracema etc).

Realismo – Naturalismo

Início: A questão Coimbrã (1.865).


Término: Publicação de Varistos, de Eugênio de Castro, com modelo simbolista.

Painel de época
 Desenvolvimento do pensamento científico e das doutrinas filosóficas e sociais (Comte, Marx e
Engels, Darwin).
 Questão Coimbrã: conflito das transformações políticas, sociais e econômicas.
 Objetivismo com negação ao Romantismo.
 Determinismo: mei, momento e raça.
 Importante ficcionista do Realismo Português.
 Triângulos amorosos.
 Análise do clero português.
 Constituição moral da sociedade e das famílias.
 Predominou no Brasil na segunda metade do século XIX.

Algumas teorias, surgidas em decorrência das solicitações materiais da época, deram fundamento
ideológico à literatura de Realismo – Naturalismo. São elas:
 Teoria determinista – (Hippolyte Taine, 1825 – 1893). Apregoa que o comportamento humano é
determinado pela hereditariedade, pelo meio e pelo momento (circunstância).
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LÍNGUA PORTUGUESA
 Evolucionismo – (Charles Darwin, 1809 – 1882). Defende a tese de que o homem descende dos
animais inferiores e que na vida animal há uma luta contínua pela existência, da qual resultaria a sobrevivência dos
mais aptos, por um processo de seleção natural.
 Filosofia positivista – (Augusto Comte, 1789 – 1857). Aplicando o conceito de “evolução” ao
pensamento humano, defende a tese de que a humanidade estaria entrando no terceiro ciclo de sua evolução, o ciclo
“positivo” da era científica, depois de ter passado pelo teológico (que produzira o pensamento mítico) e pelo
metafísico (no qual se entregara às abstrações). Defende ainda que os únicos meios de se atingir o conhecimento
válido são a observação, a experimentação e a comparação.
 Defesa dos ideais socialistas.
 Acontecimentos da questão Coimbrã.
 Reflexão metafísica e pessimismo.
 Camada social marginalizada.
 Retrata grupos humanos.
 Homens comparados a animais.
 Cenários sujos, marginais.
 Personagens naturalistas: o comportamento é determinado pelo meio em que vivem.
 Maior obra: O Cortiço.

I. Aluísio Azevedo
 Nasceu a 14 de abril de 1857, em São Luís do Maranhão, e morreu a 21 de janeiro de 1913, em
Buenos Aires. Trabalhou como caricaturista na imprensa, tendo atacado em seus romances os conservadores, a
sociedade do Maranhão e o clero. Escreveu o primeiro romance naturalista brasileiro, intitulado O mulato.

O CORTIÇO
(Fragmento do Capítulo I, em que é narrada a relação entre Miranda e sua esposa Estela).
“Odiavam-se. Cada qual sentia pelo outro um profundo desprezo, que pouco a pouco se foi transformando
em repugnância completa. O nascimento de Zulmira veio agravar ainda mais a situação; a pobre criança, em vez
de servir de elo aos dois infelizes, foi antes um novo isolador que se estabeleceu entre eles. Estela emava-a menos
do que lhe pedia o instinto materno por supô-la filha do marido, e este a detestava porque tinha convicção de não
ser seu pai.”
“Uma bela noite, porém, o Miranda, que era homem de sangue esperto e orçava então pelos seus trinta e
cinco anos, sentiu-se em insuportável estado de lubricidade."

II. Machado de Assis


 Mostra a sociedade urbana hipócrita.
 O personagem é a porta para o autor falar do mundo.
Após Memórias Póstumas de Brás Cubas: maior originalidade na construção da personagem; o
interior, o eu é explorado; o personagem mais importante que a trama; o pensar sobre a vida mostrando a
sociedade da época e seus temas. (Quincas Borba; D. Casmurro; Esaú e Jacó; Memorial de Aires --
Romances psicológicos).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Realismo e Naturalismo: distinções
O Naturalismo não é independente do Realismo. Ambos têm como objeto de observação a realidade
exterior; ambos são postos em relevo pela literatura no mesmo período. O Naturalismo incorporou ao Realismo o
cientificismo da época, o determinismo e a crença de que os homens estariam condicionados pela hereditariedade,
pelo meio e pelas circunstâncias, criando daí romances que são verdadeiras teses científicas, nos quais o artista cria
situações de causa e efeito para melhor descrever atitudes e personalidades, evidenciando preocupações
patológicas.

Características do Realismo
Veracidade: Desprezando a imaginação romântica, o realista procura narrar fatos que tenham seus
correspondentes na realidade exterior, evitando, portanto, situações que possam parecer artificiais ou improváveis.
Contemporaneidade. Ao contrário dos românticos, que se evadiam para um mundo situado no passado ou
no futuro, o realista procura a realidade que lhe é contemporânea.
Retrato fiel das personagens: Na busca da verdade, o realista prefere retratar tipos concretos, vivos, não
idealizados. Por coincidir com o desenvolvimento da psicologia, o Realismo, além de retratar, procura interpretar
o caráter da personagem e os motivos de suas ações. É comum a caracterização de indivíduos que representem
aspectos negativos da natureza humana: o avarento, o covarde, o ambicioso, o fraco, o mesquinho, a adúltera, a
prostituta etc.
Gosto pelos detalhes específicos. Objetivando precisão e fidelidade, o realista não abre mão dos detalhes e
minúcias na caracterização das personagens e ambientes, na observação de atitudes e sentimentos. Isso também
contribui para uma certa lentidão da narrativa.
Materialização do amor. Ao contrário do romântico, que tem uma visão espiritual e sentimental do amor,
o realista volta – se para o aspecto físico. O homem passa a ver a mulher como objeto de prazer e é comum a
temática do adultério e dos crimes passionais.
Denúncia das injustiças sociais. Acreditando numa função social da arte, os realistas fazem dela uma
arma de combate e denúncia das diferenças sociais, mostrando os preconceitos, a hipocrisia, a ambição dos homens
e a exploração das classes menos favorecidas.
Determinismo e relação entre causa e efeito. O realista procura uma explicação lógica para as atitudes
das personagens, considerando a soma de fatores que justificam suas ações. Na literatura naturalista, dá – se ênfase
ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes dom comportamento dos indivíduos.
Linguagem próxima à realidade e preocupação formal. O universo semântico do realista retrata a
realidade cotidiana. Enquanto o romântico tem como palavra – chave “estrela”, “sonhos”, “ave”, “lua”,
“sentimento”, “mar” etc. O realista utiliza – se de palavras menos “nobres” e até mesmo vulgares: “peixaria”,
“tuberculose”, “moléstia”, “moedas”, “cebolas”, “carne”, “podridão” etc. A linguagem realista é simples, natural,
correta, clara e equilibrada.

Características do Naturalismo
O Naturalismo acentuou as características do Realismo e destacou – se pela incorporação dos seguintes
elementos:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Visão determinista e mecanicista do homem. O homem é considerado como um animal sujeito a forças
que determinam o seu comportamento: o meio, o instinto, a hereditariedade e o momento.
Cientificismo. Os naturalistas procuravam observar o homem objetivamente, considerando – o como um
“caso” a ser analisado cientificamente.
Personagens Patológicas. Procurando comprovar suas teses deterministas, os naturalistas preferiam
personagens mórbidas, adúlteras, psiquicamente desequilibradas, assassinos, bêbados, miseráveis, doentes,
prostitutas etc.
Crítica social e reformismo. Denunciando o drama da existência, os naturalistas visavam a modificações
que alterassem o quadro negativo da realidade social.
Incorporação de termos científicos e profissionais. É Comum o vocabulário ligado à medicina, à
biologia, à psicologia e às atividades profissionais, sobretudo as exercidas pelas camadas menos favorecidas.

Parnasianismo

Características Gerais:
 A poesia deixa de ser sentimento exacerbado e denuncia as injustiças.
 Forma perfeita: rimas raras; vocábulos sonoros.
 Princípio da arte pela arte; o objeto da poesia é ela mesma.
 A Tríade Parnasiana: Albertto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.
 Versos longos, decassílabos ou Alexandrinos.
 É o representante mais perfeito dessa poesia.
 Culto pela beleza inigualável.
 Empolgado com a epopéia bandeirante, cantou o herói nacional da época, os Bandeirantes.
 Em Portugal - poesia O aristos, de Eugênio de Castro.
 O cansaço causado pelo culto da forma (Parnasianismo) facilita o nascimento de uma forma
estética mais solta, mais humana e subjetiva.
 Na França: Baudelaire, Mallarmé e Verlaine.
 É o fim da literatura com visão científica e determinista do mundo.
 A busca da musicalidade das palavras.
 Presença de sinestesia: apelo para os sentidos do homem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
O Parnasianismo movimenta essencialmente poético, aparece a partir da segunda metade do século XIX,
reagindo contra o sentimentalismo e subjetivismo românticos. Os parnasianos procuravam uma poesia mais
cerebral, em que o belo deveria ser alcançado por meio de um trabalho meticuloso.
O Parnasianismo corresponde, na poesia, ao Realismo – Naturalismo na prosa.
O nome da escola literária teve a sua origem em Paris e está ligado à publicação de antologias poéticas sob
o título Parnaso contemporâneo, a partir de 1866 incluindo poemas dos precursores do movimento: Théophile
Gautier, Leconte de Lisle, Theodore de Banville, Charles Baudelaire, além de outros poetas.
O movimento retira o seu nome do monte Parnassus, situado em lendária região de Grécia habitada por
poetas, o que já revela o gosto parnasiano pela Antiguidade clássica.
No Brasil, a publicação do livro Fanfarras, e Teófilo Dias, em 1882, assinala, didaticamente, o início do
movimento entre nós.
Os três maiores representantes brasileiros do movimento são Raimundo Correia, Alberto de oliveira e
Olavo Bilac, aos quais se somam Vicente de Carvalho, Francisca Júlia e Bernardino Lopes.

PRODUÇÃO LITERÁRIA: Brasil / Portugal


I. Alphonsus de Guimaraens - Brasil
 Literatura gótica próxima aos escritores românticos.
 Poesia uniforme e equilibrada.
 Influências Árcades e Renascentistas sem cair no formalismo parnasiano.

II. Cruz e Souza - Brasil


 Aspectos noturnos do Simbolismo, herdado do Romantismo: culto da noite, o pessimismo, a morte,
etc.
 Inclinação para uma poesia meditativa e filosófica que o aproxima de Antero de Quental.
 Destaque pela musicalidade acompanhada por sinestesia, metáforas, símbolos, ambiguidades,
fragmentação das imagens auditivas e visuais.

III. Camilo Pessanha - Portugal


 Poema de abertura: Clepsidro; influenciou o Modernismo em Portugal.
 Destaque pela musicalidade acompanhada por sinestesia, metáforas, símbolos, ambiguidades,
fragmentação das imagens auditivas e visuais.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo VI – Romantismo, Realismo – Naturalismo e
Parnasianismo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
CAPÍTULO VII – SUJEITO, PREDICADO, PREDICATIVO,
COMPLEMENTO NOMINAL, COMPLEMENTO VERBAL, APOSTO E
VOCATIVO.

Sujeito
É o ser (pessoa, animal ou coisa) sobre o qual se faz uma declaração:
Ele está escrevendo cartas.
Núcleo do Sujeito
O núcleo do sujeito é a palavra à qual está ligada a declaração contida no predicado:
Aquela casa branca foi vendida.

Classificação do Sujeito
1. Simples - o que possui apenas um núcleo:
Minha irmã foi ao mercado.
Vocês conhecem meu pai?

2. Desinencial, Oculto ou Elíptico - o que é determinado pela desinência verbal:


És um bom amigo. (= Tu).
Iremos à praia. (= Nós).

3. Composto - o que possui mais de um núcleo:


Pedro e Paulo chegaram agora.
O livro, o caderno, a caneta e a régua estão naquela gaveta.

4. Indeterminado - o que não de pode ou não se quer determinar. O verbo pode estar:
a) Na 3ª pessoa do plural - equivalente a eles, sem informação a respeito da pessoa:
Quebraram a vidraça.
Observação - na frase "Ela e o irmão saíram cedo; só voltarão à noite", embora o verbo da segunda oração
esteja na 3ª pessoa do plural e o sujeito não esteja expresso, sabemos qual é o sujeito, pois o pronome eles nos
remete a Ela e o irmão, sujeito da 1ª oração; trata-se apenas de um sujeito desinencial.

b) na 3ª pessoa do singular (intransitivo, transitivo indireto ou de ligação) com o pronome SE, que
será índice de indeterminação do sujeito:
Vive-se bem aqui.
Precisa-se de operários...
Observação - se o verbo for transitivo direto é voz passiva, tem sujeito (simples ou composto) e é preciso
fazer concordância:

30
LÍNGUA PORTUGUESA
5. Oração Sem Sujeito ou Inexistente - quando a oração é uma simples anunciação de um
fenômeno, é a informação da ocorrência ou existência de algo ou apenas a indicação de tempo, quantidade ou
distância.
Nesse caso, a estruturação expressiva centra-se em verbo considerado impessoal.
Desta forma, nas situações abaixo os verbos são considerados impessoais e, por conseguinte, a oração não
tem sujeito:
a) verbos que indicam fenômenos da natureza:
Anoiteceu...
Observação: caso o verbo indicador de fenômeno meteorológico seja empregado conotativamente, a oração
passará a ter sujeito normalmente.
A cidade anoitecia aos poucos (sujeito: a cidade).

b) verbo haver quando sinônimo de existir ou acontecer, ou ainda indicando


tempo:
Havia pessoas no jardim...
Ele partiu há dois anos.
Observação - o verbo existir não é impessoal:
Existe um lustre na sala. / Existem lustres na sala.

c) ser indicando hora, data, quantidade ou distância (único caso de oração sem sujeito em que o verbo
pode ficar na 3ª pessoa do plural):
É uma hora. / São duas horas.
É primeiro de outubro. / São vinte de dezembro.

Daqui até lá é um quilômetro. / São muitos quilômetros.

d) Ser, estar, ficar, continuar, fazer, ir, passar, etc. indicando fenômeno da natureza ou tempo
decorrido:
É primavera.
Estava tão quente!
Fez frio. / Fez dois anos que ele partiu.
Vai para cinco anos que nos conhecemos.
Já passa de um ano que trabalho lá.

e) verbos chegar e bastar seguidos da preposição de indicando ordem ou comando:


Chega de tanta conversa...
Basta de reclamações.
Observação - na locução verbal o auxiliar assume a flexão do verbo principal; sendo impessoal, a locução
será impessoal, pois a pessoalidade ou impessoalidade é determinada por ele:
Existem tantas pessoas bondosas! / Devem existir tantas pessoas bondosas! (Verbo pessoal)

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Há muitos meninos na praça. / Deve haver muitos meninos na praça. (Verbo impessoal)

Predicado
É a declaração que se faz sobre o ser:
Alguns garotos gostam de nadar.
Observação - nas orações com sujeito desinencial, indeterminado ou inexistente (oração sem sujeito), a
oração é formada apenas pelo predicado:
Estou cansado.
Gritaram lá fora.
Havia fila diante do cinema.

Classificação do Predicado
O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal:
1. Verbal - é aquele que tem como núcleo um verbo (intransitivo ou transitivo):
Maria brincava no parque no parque. (Intransitivo)
Vocês já comeram o bolo? (Transitivo direto)
Acredito em você. (Transitivo indireto)
Entregue o embrulho a teu tio. (Transitivo direto e indireto)

2. Nominal - é aquele que tem verbo de ligação e cujo núcleo é um nome, que se chama predicativo:
Elas são enfermeiras.

3. Verbo-nominal - é aquele que tem dois núcleos: um verbo (intransitivo ou transitivo) e um nome
(predicativo):
Ele chegou febril.
Compramos a casa felizes.
Preciso de você otimista.
Os pais emprestaram o carro a Pedro preocupados o carro a Pedro preocupados.

Predicativo
Predicativo é o termo que indica estado, qualidade ou atributo:

Ele viajou resfriado.


Ele tornou-se culto.
Ele é vendedor.

Classificação do Predicativo
1. Predicativo do sujeito - é o que se refere ao sujeito:
Minha prima está satisfeita. (Minha prima é sujeito).

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2. Predicativo do objeto - é o que se refere ao objeto (direto ou indireto):
Encontrei minha prima satisfeita. (Minha prima é objeto direto).
Gosto de minha prima satisfeita. (Minha prima é objeto indireto).

Complemento Nominal
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) não têm significado completo. Precisam de um
complemento do mesmo modo que os verbos transitivos. Esse termo que vai completar o significado do nome
chama – se complemento nominal. Esses nomes de sentido incompleto são, geralmente, derivados de verbos
transitivos.
O complemento nominal pode ser representado por:
a) Substantivo ou expressão substantivada:
Ex: A automatização do telefone começou, no Brasil, em 1.919.

b) Pronome:
Ex: Esse fato foi desagradável a todos.

c) Numeral:
Ex: Tal atitude foi prejudicial aos dois.

d) Oração:
Ex: Correu a notícia de que Zumbi se achava vivo.
Nesse caso, a oração será classificada como oração subordinada substantiva completiva nominal.
 É o termo que completa a significação de um nome transitivo. Vem ligado ao nome através de uma
preposição obrigatória.
Ex: Esse remédio é prejudicial ao organismo.
O juiz decidiu favorável ao réu.

Obs.: O complemento nominal pode ser representado por um pronome oblíquo.


Nesse caso a preposição está implícita no pronome.

Ex: Caminhar a pé lhe era saudável.


Não confunda Objeto Indireto com Complemento Nominal.

Ex: Confio em Deus. OI - Confia em quem? Em Deus.


Tenho confiança em Deus. C. Nominal - Confiança em quem? Em Deus.

Complementos Verbais
Objeto direto: É um complemento de um VTD, ou seja, o complemento que normalmente vem ligado sem
preposição.

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Objeto indireto: É um complemento de um VTI, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de
preposição obrigatória.

Aposto e Vocativo
Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo. O aposto é sempre um
equivalente do nome a que se refere.
O tempo, inimigo impiedoso, foge apressado.
Ex: Jorge, o cozinheiro, lembrou que peixe cru é muito nutritivo.
O aposto vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois – pontos ou travessão:
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. (Monteiro Lobato)

Tipos de aposto
 Enumerativo
É o aposto que enumera idéias que vêm resumidas num termo antecedente:
Ex: Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de retirantes se arranchara: uma velha, dois homens,
uma mulher nova, algumas crianças.

 Recapitulativo.
Resume termos que o antecedem. Geralmente expressa – se através de um pronome indefinido:
Ex: Dinheiro, amor, férias, nada seduzia Mariângela.

 Especificador
É um nome próprio de pessoa ou lugar que restringe o significado de um nome comum, O substantivo
comum que antecede esse aposto deve denotar a espécie a que pertence o ser designado pelo nome próprio.
Ex: O presidente Vargas cometeu suicídio.
Diferença entre adjunto adnominal e aposto
Não se deve confundir aposto especificador com o adjunto adnominal.
Compare:
A cidade de Fortaleza continua linda. Aposto especificador
(É possível estabelecer a igualdade Fortaleza = cidade).
O clima de Fortaleza é bastante quente. Adjunto adnominal
(Não é possível estabelecer a igualdade Fortaleza = clima).

Vocativo
Vocativo: termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem sempre entre vírgulas e
admite a anteposição da interjeição Ó! Olá! Eh! Ei
Ex: Amigos, eu os convido a sentar.
- Escravo, aproxima – te.
Teu futuro espelha esta grandeza, terra adorada.

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ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo VII – Sujeito, Predicado, Predicativo, Complemento
Nominal e Verbal, Aposto e Vocativo.

BIBLIOGRAFIA
TUFANO Douglas, SARMENTO Leila Lauar, Português - Literatura, Gramática, Produção de texto
Editora Moderna, volume 2º ano Ensino Médio.
PONTARA Marcela, ABAURRE Maria Bernadete M., ABAURRE Maria Luiza M., Português -
Contexto, interlocução e sentido, Editora Moderna, volume 2º ano Ensino Médio.
PONTARA Marcela, ABAURRE Maria Luiza M., Gramática - Análise e construção de sentido Editora
Moderna, volume 2º ano Ensino Médio.

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