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Texto argumentativo na aula de português: Uma proposta de análise de texto


pelos estudantes do 2ºAno da Universidade Licungo

Elina Chicala
Júlia Tapera Pita
Leonora Adelino
Luisa Miguel
Manuela Mário

RESUMO

Este artigo apresenta uma análise de texto e operadores argumentativos utilizados na construção
da fundamentação teórica de artigos científicos e tem como objectivo compreender a
argumentatividade na escrita científica, especificamente na fundamentação teórica. Para a
construção do estudo, duas vertentes da linguística foram utilizadas, o primeiro foi o estudo de
texto e operadores argumentativos, este é pautado nos postulados de Ingedore Koch na vertente
da argumentação e linguagem.
E o segundo, uma metodologia empírica, de natureza tanto quantitativa quanto qualitativa, pois
segue os postulados da Linguística de corpus. O método aplicado possibilitou verificar a
frequência de cada um dos operadores e oportunizaram uma discussão acerca das escolhas
argumentativas e suas respectivas funções. Sendo assim, é importante considerar a continuidade
dos estudos a fim de aplicar a teoria abordada e familiarizar os estudantes na escrita académica
com o diálogo científico e apresentar as possibilidades argumentativas.
Palavras-chave: Artigo Científico; Fundamentação Teórica; Linguística Textual; Operadores
Argumentativos.

Introdução
Cada vez mais cresce o interesse e investimentos em pesquisas científicas, pois estes estudos
visam à melhoria e aperfeiçoamento em diversas áreas do conhecimento. Nas universidades há
grande parcela de incentivo para a escrita científica por parte dos docentes, que introduzem ao
académico o género textual.
Desta forma, os discentes precisam entender todo o processo pelo qual o artigo científico é
desenvolvido, desde aprender a ler esse género até sua produção, ou seja, a sua estrutura textual,
elaboração e exposição das ideias e argumentos, métodos, resultados, discussões e estilo de
escrita. Visando a melhoria e acesso a essa área específica.
Este artigo pretende analisar um dos actos que corroboram para a produção de um texto – a
argumentação. De acordo com as premissas de Koch (2011), existe em toda língua operadores
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argumentativos que possibilitam ao locutor argumentar. A comunicação, oral ou escrita, não é


passiva ou neutra, mas sim, uma combinação de elementos, tais como a argumentação, descrição,
opinião, afirmação e negação que juntos promovem o diálogo interacional.
Com relação à escrita de um artigo científico, na sessão de fundamentação teórica, a
argumentação é essencial, pois contrapõem e discute as referências bibliográficas promovendo
uma compreensão e esclarecimento da escolha do assunto para a determinada investigação.
Neste viés, a presente pesquisa visa observar quais elementos argumentativos são
frequentemente utilizados na sessão de fundamentação teórica e, se estes, estão de acordo com o
que é requerido para a produção escrita de artigos científicos.

Argumentação: historial e conceito


De acordo com Breton (2003), em sua abordagem, nos diz que a argumentação se estabeleceu como
um saber sistemático no século V antes de Cristo com o nome de retórica e “durante dois mil e
quinhentos anos, até a explosão das disciplinas do fim do século XIX, a retórica foi o centro de todo
o ensino” (BRETON, 2003, p. 24).

Segundo esse mesmo pesquisador, “o estudo da argumentação como parte da antiga retórica, foi feito
durante muito tempo por filósofos por um lado, e por especialistas literários da linguagem por outro
lado” (BRETON, 2003, p. 14). De acordo com esse estudioso, os filósofos situavam a argumentação
de forma ambígua, já que se perguntavam se nela havia procedimentos que pudessem nos permitir
chegar à verdade de algo ou provar a falsidade. Para Breton, considerando-se que, no âmbito da
comunicação, cada mensagem é vista como uma opinião que pode ser argumentada, a questão
levantada pelos filósofos deixava de ser relevante, já que não se busca com a argumentação uma
verdade ou um erro.
No que se refere ao papel dos literários ante os estudos da argumentação, Breton (2003) indica que,
para eles, na maioria das vezes, argumentar equivalia a “uma apresentação estética na qual se fazia
mais uso da sedução do belo que do raciocínio rigoroso.” Nessa perspectiva, a retórica se
desenvolveu como matéria de ensino, cujo objectivo era iniciar os jovens na arte suprema do
discurso. Decorre daí a associação da retórica à arte do bem falar, já que a preocupação maior
consistia em formar oradores que, por meio de um discurso eloquente, conseguissem a adesão de um
auditório com as opiniões apresentadas/defendidas pelo orador. Para isso, é importante que o orador
conheça o seu auditório. Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005, p. 33) acerca desse aspecto enfatizam: a
natureza do auditório ao qual alguns argumentos podem ser submetidos com sucesso é que determina em
ampla medida tanto o aspecto que assumirão as argumentações quanto o carácter, o alcance que lhes são
atribuídos.
Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005) introduzem, nesse contexto, uma distinção entre auditório
particular e auditório universal. Segundo esses estudiosos, “a argumentação efectiva tem de conceber
o auditório presumido tão próximo quanto possível da realidade, e ainda sustentam, ainda que o
conhecimento daqueles que se pretende conquistar é uma condição prévia de qualquer argumentação.
Isso porque, ao conhecer seu auditório, o orador teria conhecimento sobre os pontos de partida e as
premissas aceitas pelos seus interlocutores. “O importante na argumentação não é saber o que o
próprio orador considera verdadeiro ou probatório, mas qual é o parecer daqueles a quem ela se
dirige. Auditório universal como àquele formado “por todos os homens adultos e normais” (p.34) e
registam que “uma argumentação dirigida a um auditório universal deve convencer o leitor do
carácter coercivo das razões fornecidas, de sua evidência, de sua validade absoluta, independente das
contingências locais ou históricas.
O auditório, após o ato argumentativo, não dispõe simplesmente de uma opinião “a mais” sobre o que ele
pensava (se fosse este o caso, estaríamos num procedimento estritamente informativo), mas precisa mudar
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seu ponto de vista ou até sua visão de mundo, ao menos partes desta visão que estão ligadas ao argumento
apresentado. (BRETON, 2003, p. 34)

O texto argumentativo
Vários autores compreendem que a argumentação necessita de algumas condições básicas para sua
ocorrência: a) existência de um tema passível de debate (LEAL e MORAIS, 2006) ou situações
sociais controversas, mas admissíveis (SOUZA, 2003); b) existência de uma ideia a ser defendida
(proposição, declaração, tese); c) proposições que justifiquem ou refutem a declaração (através de
evidências, justificativas, contra-argumentação) (LEAL e MORAIS, 2006); d) um
antagonista/opositor, que pode ser real ou virtual (LEAL e MORAIS, 2006). Golder apud Souza
(2003), confirmando essa ideia, julga que, para argumentar, é preciso ter uma tese discutível, ter
argumentos opostos que coloquem em jogo os sistemas de valores do próprio locutor.
Percebemos então que, para argumentar, um sujeito necessita de lançar mão de algumas estratégias
linguísticas-discursivas que têm como papel desenvolver um debate de forma ordenada e coerente,
visando à modificação da opinião de seu interlocutor.
Quando o texto argumentativo for marcado pela objectividade, expressando um raciocínio lógico,
objectivando conduzir o interlocutor à certeza por meio de evidências, a argumentação ocorre por
convencimento.
Um texto argumentativo seria àquele caracterizado pela apresentação de uma tese a ser defendida por
meio de argumentos, com o objectivo de fundamentar e validar o que está sendo posto pelo
locutor/autor do texto até chegar-se a uma resposta. Os argumentos, segundo Savioli e Fiorin (2001),
não são necessariamente uma prova de verdade. Trata-se antes de um recurso de natureza linguística
e discursiva destinado a levar o interlocutor a aceitar os pontos de vista daquele que fala e se
constroem a partir dos conhecimentos prévios e experiências sócio-histórico-culturais dos produtores
de texto. Por meio dessas estratégias, o produtor do texto busca fazer com que seu texto tenha
consistência de forma a conseguir a adesão do seu auditório.
Por esse percurso, o texto argumentativo tem seu conteúdo revelado por um processo que implica
sucessivas regulações, fazendo com que as ideias nele defendidas sejam construídas, reconstruídas,
analisadas e organizadas, de acordo com a demanda de interacção, com vistas a conseguir a adesão
de um auditório (CITELLI, 1994).
Sobre o que constitui um discurso argumentativo
Com base nos contextos de uso, nas finalidades e nos tipos textuais dominantes, Schneuwly e Dolz
(2010) apresentam uma classificação de géneros textuais em cinco agrupamentos, na qual os textos
da ordem do argumentar são descritos no âmbito daqueles que têm base na discussão de problemas
sociais controversos e se caracterizam pela sustentação, refutação e negociação de tomadas de
posição. Nessa classificação, indicam como géneros argumentativos escritos os textos de opinião, a
carta do leitor, a carta de reclamação, a resenha crítica, o ensaio, o editorial e os artigos de opinião.
É claro, que as interacções sociais não se estabelecem por modelos estanques ou rígidos de texto,
mas consideraremos que em situações de produção de textos argumentativos escritos, as estratégias
mínimas discursivas (tese, apresentação de argumentos, conclusão) serão mobilizadas, ainda que nem
todas possam estar presentes num mesmo texto dessa ordem. Dolz (1995) declara que não existe uma
fórmula única de organizar um discurso argumentativo, porque ele se desenvolve na interacção. Os
argumentos são colocados em razão dos objectivos, das características do destinatário, da tese que se
quer defender, e dependem, sobretudo, da situação argumentativa.
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Argumentar
A palavra é formada pela raiz latina argu, que significa fazer brilhar, cintilar. O argumento,
segundo Fiorin (2017, p. 22), “é o que realça, o que faz brilhar uma ideia”. O autor afirma que a
argumentatividade é intrínseca à linguagem humana, que ela está presente em todos os
enunciados, e com ele corroboram Para Weston (2009, p. XI), argumentar significa “apresentar
um conjunto de razões ou provas que fundamentam uma conclusão”. O autor explica ainda que
Um argumento não é meramente a afirmação de certos pontos de vista, e não é pura e
simplesmente uma disputa. Os argumentos são tentativas de fundamentar determinados pontos
de vista com razões. Nesse sentido, aliás, argumentar não é inútil; com efeito, é essencial.
(BAKHTIN, 1970a, apud FIORIN, 2017, p. 120). Conforme mencionamos, argumentamos o
tempo todo no dia-a-dia. Nas conversas com familiares e amigos, mostramos nossos pontos de
vista, tentamos persuadir nosso interlocutor nas interacções comunicativas, expomos nossas
opiniões nas redes sociais, trocamos ideias, tomamos posições, discutimos... tudo isso tem a ver
com argumentação, omnipresente em nossa vida. Porém, quando sentamos nos bancos escolares,
parece que nos esquecemos disso. Em exames e concursos então, além de nos esquecermos de
que essa actividade é corriqueira, ainda nos enchemos de angústia e ansiedade. Como falantes de
uma língua, competentes argumentativamente, “é preciso transformar as nossas práticas
argumentativas em objecto de reflexão” (KOCH; ELIAS, 2020, p. 10). Argumentar faz parte de
um processo interactivo, ou seja, configura uma actividade constitutiva das nossas interacções
sociais. É um equívoco achar que escrever é um dom, que serve apenas poucos privilegiados.
Nossa experiência nos leva a defender que escrever bem é uma habilidade que aprendemos com
conhecimento e, sobretudo, com a prática. “Todos nós podemos escrever textos que atendam aos
nossos objectivos, com adequação à situação prevista. E podemos fazê-lo muito bem!” (KOCH;
ELIAS, 2020, p. 159). As autoras afirmam, ainda, que escrever é trabalho, trabalho de definir um
tema, seleccionar e organizar ideias, rever, reescrever, Esse trabalho requer o desenvolvimento
de estratégias.

Estrutura do texto argumentativo


Na sua estrutura o texto argumentativo apresenta três partes que são introdução: onde o autor faz
afirmação geral sobre o assunto, consideração do tipo histórico filosófico, citação, comparação,
Uma ou mas pergunta e narração.
Desenvolvimento: aqui ele precisa persuadir desenvolver o tema valendo-se da argumentação por
citação, comprovação ou raciocínio lógico, o escritor precisa tomar posição sobre o que escreve.
Conclusão: precisa ser um resumo forte e breve de tudo o que já foi escrito, responder a questão
proposta na introdução, expor uma avaliação do assunto.
Marcas gramáticas argumentativas

Parafraseando BRUM, GOTTSCHALK E MOITA (s/d:155), lógica dos argumentos revelam-se a


partir de marcas gramaticais presentes na articulação de sequências textuais que obedecem à relações
lógicas, podendo ser por meio de :
Conjunção (adição de dois elementos _ A e B);
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Disjunção (alternativa entre dois elementos _ A e B);


Oposição (relação de contrários ou contradição de dois elementos _ A≠B);
Causa/ efeitos/ consequência (o segundo elemento explica o primeiro e vai dar origem ao terceiro _
A→B→C).
FIGUEIREDO e BIZARRO (2004:198) e FIGUEIREDO e FIGUEIREDO (2009:85) acrescentam
outros elementos essenciais na organização discursiva da argumentação, a saber:

Conectores do discurso argumentativo que podem exprimir:


a) A mesma ideia – mais, assim, como, por exemplo.
b) A diferença – excepto, salvo erro, salvo, ou.
c) A oposição – mas, no entanto, embora, ora.
d) A causa – porque, com efeito, sendo dado que, por causa de.
e) A consequência – pois, por conseguintes, é por isso que.

Elementos linguísticos que se combinam entre si para actualizar a estrutura argumentativa:


a) Verbos de opinião, de crença, de dizer – os verbos achar, pensar, crer, dever, ser preciso, gostar,
querer, dizer, concordar.
b) Tempos verbais de sistema do presente do indicativo (presente, pretérito perfeito e futuro): estes
tempos estão ancorados na situação de enunciação (eu, aqui, agora);
c) Conectores e organizadores textuais: que se apresentam como marcadores do discurso e guias
para o processamento da informação, podendo introduzir vários tipos de argumentos:
Uns mais débeis (embora, apesar de, se bem que… - apesar de dizer que ele é uma pessoa séria, eu
não partilho da mesma opinião);
Outros que introduzem um argumento forte, substituindo a validade do primeiro argumento pela
validade do segundo (mas, sem embargo, não obstante
Ele é um sem carácter não merecia ser rico.
Gostei do celular isso do resulta demasiado caro.
E os outros que relacionam duas informações sem que se produza uma operação de oposição,
contraste, ou contra-argumentação entre elas (de todas as formas, de todos os modos, de todas as
maneiras – Esqueci-me de comprar o peixe. De todas as formas, não me convém almoçar.

Outros Procedimentos linguísticos:


a) Conjunção causal: a causalidade é o fundamento da relação argumentativa:
Ex: cheguei tarde a universidade porque acordei tarde.
No entanto, há outros tipos de relações lógicas que se inscrevem directamente numa relação
argumentativa e tomam o valor de causalidade.
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b) Conjunção copulativa: a conjunção e pode exprimir uma relação de argumentação Ex: acorde
cedo de manhã, comprarás mercadoria que precisas, na situação: “acorde cedo demanha comprarás
mercadoria que precisas ”

c) Conjunção disjuntiva: quando o ou é acompanhado de uma negação serve para exprimir uma
relação de causalidade.
Ex: ambos não irão almoçar.
A disjuntiva ou exprime uma relação de causalidade, logo uma relação argumentativa: “Se não
estudares então não irás transitar”

d) Conjunção adversativa: as adversativas têm normalmente um valor restritivo:


Ex: Ele é esperto, no entanto não percebe.

e) Expressões disjuntivas ou alternativas: a distribuição de uma lista de argumentos pode ser dada
por expressões como: por um lado…por outro lado; enfim…quer…quer; ou…ou; seja….seja, etc.
NB: Além do emprego sistemático ou pontual de certas estruturas da língua, também a argumentação
pode utilizar modos de organização do discurso como a definição, a comparação, a citação, a
reiteração, para produzir efeitos de persuasão.

Definição: a definição serve para produzir um efeito de evidência e de saber por parte do sujeito que
argumenta.
Ex: brincar é divertir-se, distrair-se.

Comparação: a comparação, no quadro de uma argumentação, serve para reforçar a prova de uma
conclusão ou dum juízo.
Ex: o preço de cereais dispara como uma arma.
As marcas de comparação podem ser dadas por palavras gramaticais (morfemas): como, do mesmo
modo que, como se, mais do que, …ou por palavras lexicais (lexemas): parecer, corresponder,
comparar, ter em comum, diferenciar, opor…

Citação: a citação, no quadro de uma argumentação, tem o papel de produzir um efeito de


autenticidade.
Ex: Eu disse “compraria o vestido amanha e não hoje”.

Reiteração: a reiteração consiste em utilizar vários argumentos para servir uma mesma prova. Ex: O
caril está sem sabor porque quando estava cozinhar queimou, coloquei muito óleo e sal.

Análise de textos produzidos pelos estudantes do 2º ano da universidade licungo


Após a leitura feita sobre o texto argumentativo conseguimos perceber que: o autor durante a
argumentação em nenhum momento deve se contradizer excepto se for em forma de uma pergunta,
pois não é o que constatamos no texto que tem como tema HIV SIDA no segundo paragrafo.
Constatamos também que à erros ortográficos e, por sua vez, à falta de coerência e coesão visto que
esse é um aspecto muito importante para produção de um texto.
Quanto a estrutura apresenta três partes que são: introdução, desenvolvimento e conclusão, e o texto
tem como o tema HIV SIDA, tendo em conta o contexto quotidiano uma pessoa que for testado sere
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positivo já é normal, portanto, vai caber a pessoa ter o interesse de se medicar para ter uma vida
saudável, pois o texto aborda sobre como a sociedade age quando percebe, ou seja, como comporta-
se quando depara com uma situação igual sabendo que cada pessoa tem atitude diferente, alguns
tentam espalhar a doença e outros são afectados por objectos cortantes. O texto fala também se a
sociedade normaliza a doença é porque em algum momento ajuda a diminuir a descriminação,
portanto, afirma-se que HIV-SIDA é normalizada de forma estranha, e que a doença é muita
perigosa.
Quanto a conclusão ou justificativa, o texto diz que mesmo sendo uma doença perigosa as pessoas já
não cuidam-se alguns não usam o preservativo. O texto trata um assunto de estrema importância para
a sociedade em geral, são situações que acontecem diariamente, bom cada pessoa que for
transportador da doença e preciso que não pense em prejudicar o outro, tem de prevenir-se e tomar
cuidado em partilhar objectos cortantes e entre outros objectos. Como conclusão o texto expõe o
seguinte: o HIV é uma doença que é transmitida sexualmente, e que não tem cura mas pode medicar
para viver uma vida saudável e quanto quanto ao tipo é argumentativo.
Doença e Discriminação
A doença e a discriminação estão entre os principais obstáculos para a prevenção, tratamento,
cuidado em relação ao HIV. O estigma e a discriminação prejudicam os esforços no enfrentamento a
epidemia do HIV, ao fazer com que as pessoas tenham medo de procurar por informações, serviços e
métodos que reduzam o risco de infecção e de adoptar comportamentos mais seguros com receio de
que sejam levantadas suspeitas em relação ao seu estado traumático. Por exemplo, uma pessoa pode
deixar de usar um preservativo (ou não pedir para o parceiro usar o preservativo) ou deixar de fazer
um teste para o HIV em um posto de saúde, com medo de que suspeitem que ele ou ela tenha o HIV.
A doença e a discriminação também pode estar ligado ao medo da violência, desencoraja pessoas que
vivem com o HIV a revelar sua trauma até mesmo aos familiares e parceiros sexuais, além de
prejudicar sua capacidade e vontade de acessar e aderir ao tratamento. Assim, o estigma e a
discriminação enfraquecem a possibilidade de indivíduos e comunidades de se protegerem do HIV e
de se manterem saudáveis caso já estejam vivendo com o vírus. O estigma relacionado ao HIV
refere-se às crenças, atitudes e sentimentos negativos em relação às pessoas vivendo com o HIV
(como também em relação seus familiares e pessoas próximas) e outras populações que estão em
maior risco de infecção pelo vírus (populações-chave), como gays e outros homens que fazem sexo
com homens, profissionais do sexo e travestis e transexuais. A discriminação relacionada ao HIV
refere-se ao tratamento desigual e injusto (por acção ou omissão) de um indivíduo baseado em seu
estado HIV real ou percebido. A discriminação, no contexto do HIV, também inclui o tratamento
desigual daquelas populações mais afectadas pela epidemia. Discriminações relacionadas ao HIV
normalmente baseiam-se em atitudes e crenças estigmatizantes em relação a comportamentos,
grupos, sexo, doenças e morte. A discriminação pode ser institucionalizada através de leis, políticas e
práticas que focam negativamente em pessoas que vivem com o HIV e grupos marginalizados. Neste
caso não deve-se ter o comportamento discriminatório, porem, a sociedade deve sensibilizar aos
afectados e os demais, em aconselhamento e acompanhamento médico e familiar.

A percepção dos jovens relativamente ao crime e á violência

A fase de juventude está intimamente ligada à formação de identidade, à afirmação pessoal e à


busca por pertencimento. Esse processo está relacionado em ser diferente, mesmo que isso
signifique ser igual a todo mundo. A forma de se vestir, de pensar e agir constitui uma linguagem
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simbólica, permeada e inseparável, de valores sociais e culturais. A violência aparece também


como um recurso à preservação da auto-imagem: ser violento ou envolvido com a criminalidade
confere status social. A vida social compartilhada em grupos é fundamental para o jovem, pois
oferece apoio e protecção.
Um dos principais factores que influenciam a questão da violência e da criminalidade é a
sensação de segurança ou insegurança gerada a partir da percepção sobre a ocorrência de crimes
no ambiente em que se vive, se formos a questionar os jovens sobre quais tipos de violência que
ocorrem com maior frequência no bairro onde moram; encontrarmos visões bastante similares
em relação a essa percepção como as brigas, consumo de drogas, estupros e assaltos. Embora
estas violências sejam bastante percebidas nos bairros, tanto por homens quanto por mulheres.
A percepção das brigas e ameaças está ligada ao envolvimento dos jovens, quanto mais eles
brigam e são ameaçados, mas sentem que essas acontecem; isso significa que a violência como
instrumento de afirmação identitária perde função à medida que os jovens ficam mais velhos e
começam a entrar na vida adulta, dando lugar a métodos mais pacíficos de resolução de
conflitos. Existe alguns factores que tem influenciado para que os adolescentes comentam
crimes, dentre eles o mais importante é o factores familiar, Pós encarregados de educação
influencia bastante na atitude dos filhos. Olhando para um mosaico, ou seja para uma
heterogeneidade social, onde são notórias famílias bem posicionadas socialmente e aquelas
desfavorecidas, dá para perceber como os adolescentes desenvolvem as suas atitudes de acordo
com o meio onde estão inseridos.
De facto é responsabilidade familiar e competência dos pais na forma de educar, dirigir e de
aconselhar os seus filhos na necessidade destes, prestarem especial atenção à escola para
formação da personalidade.
As famílias e particularmente as figuras parentais, são, nos dias de hoje, a base de sustentação
afectiva, social e financeira dos jovens até muito mais tarde que outrora. Para tal é necessário que
a família desempenhe um papel fundamental, um acompanhamento contínuo e afectivo dos
jovens desde o seu nascimento. A criança após o seu nascimento e o seu desenvolvimento físico
e psicológico tem a necessidade de ingressar na escola de forma a desenvolver as capacidades e
as atitudes face ao estudo organizado e sistematizado, sob a direcção do professor para o
desenvolvimento multiceutico e da sua personalidade.

A Delinquência Juvenil
O corpus em análise não representa a tipologia argumentativa, mas sim explicativa por razões
seguintes:
Primeiramente sabemos que a principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor a cerca
de um procedimento fornecendo informações do assunto tratado no texto.
O texto explicativo consiste em género textual que faz compreender de um problema da ordem do
saber. A partir do problema, ou seja , do assunto tratado, apresentado ao interlocutor a solução do que
é tratado no texto como ilustra no exemplo seguinte do texto em análise " Na sua maioria
provenientes de bairros degredados e de famílias que não conseguem educar uma criança.."
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A estrutura de um texto explicativo desenvolver-se geralmente em três fases: Fase de questionação


( que contém de forma explícita ou implícita uma questão que se vai responder ao longo do texto, ou
simplesmente pela anunciação do tema/ assunto/ problema de exposição) correspondente a
introdução " A delinquência juvenil" .
A fase da resolução que corresponde ao corpo explicativo ou desenvolvimento; o autor expõe as
principais conclusões sobre o assunto tratado no texto. Exemplo " no entanto, não devemos remeter
estes jovens para um estatuto de incapazes, vendo-os como uns coitadinho.."
E a fase de conclusão onde o autor concluí a sua tese. Exemplo " A droga provoca um fraco
rendimento escolar na camada juvenil, o que origina o abandono dos estudos" .
No texto constatamos erros ortográficos de algumas palavras, má colocação de pronominalização,
algumas palavras estão no singular mas que deviam estar no plural. Má colocação de determinante ou
artigo, exemplo " no seu dia-a-dia a assistir a situações ilícitas”. A frase não tem coerência e coesão,
perdeu o seu sentido neste caso. A falta de colocação de preposição em algumas frases que também
perderam o seu sentido. Exemplo" bairros degredados e de família não conseguem..." .

A delinquência juvenil
A delinquência juvenil tem-se tornado um problema muito grave e com consequência preocupante na
sociedade nos últimos anos. Talvez por existir cada vez mas informação sobre práticas desses jovens
na sua grande parte, aparece agora vozes que tentam sensibilizar a opinião pública para a solução
desta questão.
Os tribunais conhecem cada vez mas os casos de roubos, drogas, posse de armas, agressão e abuso
sexual praticados do por jovens que ainda não atingiram a idade adulta.
Na sua grande maioria proveniente de bairros degradados e de família que não consegue educar uma
criança de modo a esta possa distinguir o bom e o mal, o sertão e o errado, parece simples e
demasiado fácil mas temos que começar por algum lado. Se conseguirmos que uma criança habituada
a assistir situações ilícitas moralmente condenáveis, adquirir essa percepção básica do que é viver em
sociedade, é princípio para poder se reduzir a delinquência dos jovens.
No entanto, não devemos remeter estes jovens para um estatuto de incopazos, vendo-os como os
coitadinhos, temos é de compreender o meio que se envolve e o modo como vivem. A maioria deles
reside nos bairros fechados, onde não há mistura social, onde se consentiram referências negativas.
Então estaríamos numa sociedade onde a prevenção já não obtinha qualquer efeito apenas a
repreensão continua.

Os Mambas fazem história

O seleccionador nacional vai anunciar a lista dos convocados para os dois jogos diante do
Senegal, referentes à terceira e quarta jornadas do grupo L de qualificação para o CAN 2023, na
Costa do Marfim. O anúncio será feito via comunicado, uma vez que o seleccionador nacional
está em Portugal e vai partir daquele país europeu para Dakar, cidade que vai acolher o estágio
da selecção nacional para o embate diante dos Leões de Teranga.Faltam 10 dias para o embate da
terceira jornada da fase de grupos de qualificação para o Campeonato Africano das Nações da
Costa do Marfim, que vai decorrer em Janeiro de 2024, e que Moçambique vai defrontar
Senegal, em Dakar.A preparação para este embate já começou ao nível dos bastidores e da
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organização do jogo para os Mambas, relativamente à questão da convocatória, para se


conhecerem os jogadores confiados por Chiquinho Conde para este embate.

O seleccionador nacional deverá chamar 23 jogadores para esta empreitada que se vai dar a 24 de
Março, e serão os mesmos que vão defrontar novamente o Senegal para a quarta jornada, quatro
dias depois, em Maputo.Há cerca de duas semanas, Chiquinho Conde apresentou à Federação
Moçambicana de Futebol uma lista com mais de trinta jogadores pré-convocados para esta
“Operação Senegal”, numa miscelânea entre os atletas que estiveram no CHAN 2022, na
Argélia, e os que actuam no estrangeiro e que geralmente são clientes assíduos dos Mambas.Por
isso mesmo, espera-se que a convocatória não traga muitas novidades, embora a equipa técnica
não vá contar com alguns jogadores inicialmente pré-seleccionados e que se encontram
lesionados e não poderão dar o seu contributo ao combinado nacional.Dentre os lesionados “fora
do baralho” constam nomes como o do guarda-redes Ernan, dos defesas Reinildo Mandava e
Kamo Kamo e do médio Geny Catamo.

Entretanto, dos que actuam internamente e que não estiveram no CHAN, a possibilidade da sua
chamada aos Mambas pode ser reduzida, tendo em conta que as provas provinciais se iniciaram
há pouco tempo, apenas na Cidade de Maputo, o que dificulta a sua apreciação por parte do
seleccionador adjunto, Victor Matine, que se encontra no país. Assim, os convocados podem não
fugir da última convocatória, aquando dos dois embates das primeiras duas jornadas, com
excepção dos lesionados. Para já, os jogadores que poderão fazer parte da convocatória dos
Mambas, principalmente os que actuam fora de portas, continuam em grande nos seus clubes e
em brilharetes. Na vizinha África do Sul, os internacionais Dominguez e Edmilson Dove estão
em festa após a sua qualificação para os quartos-de-final da Taça local. O Royal AM, do capitão
Dominguez, derrotou o Golden Arrows por 3-1, num jogo em que o moçambicano foi titular e
ajudou a equipa a alcançar a vitória, tendo sido substituído aos 89 minutos.

Considerações Finais

Essa pesquisa teve como propósito abordar a importância da escrita argumentativa em fundamentações
teóricas de artigos científicos. Foram analisados apenas os operadores morfológicos que em determinados
contextos atribuem o valor de argumentar.

A partir dessa análise, observando a língua numa perspectiva probabilístico-argumentativa,


pode-se constatar que as argumentações ocorrem com maior frequência quando somados os
elementos argumentativos, conduzindo o leitor a uma conclusão já previamente definida pelo
autor, neste caso, o operador argumentativo “e”. Argumentos que remetem a enunciados
anteriores “ainda”, “já que”, e “pois” tiveram uma frequência considerável, comprovando que
nos textos redigidos, o diálogo científico acontece e permite expor ao leitor a importância e o
valor que a específica análise possui.
Argumentos comparativos como o uso do “mais que” tiveram baixam frequência nas
fundamentações teóricas analisadas. Possibilitando futuros estudos e análises para serem
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discutidas se esse tipo de argumentação é menos eficaz que as outras ou se é pelo fato desse
operador argumentativo não ser muito conhecido por aqueles que escrevem artigos científicos.

Referências bibliográficas

Brum,gott.schalk sd, português A, parte2º, texto editora.


Breton,p.A argumentação na comunicação 2ºed são Paulo edusc.2003.
Fiorin José luiz, argumentação. Ed3º reiprensao.sao Paulo.. cultrix 2014.
12
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15

Sintomas, Diarreias,. manchas, Ela não pode curada mas pode medicar para poder viver de uma
forma saudável.
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