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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes


Português

Estudantes: André Gouvêa Horst e Jorge Heleno de Oliveira Soares

1. Em que consiste a análise transfrástica? Quais são os seus princípios


fundamentais?

A análise transfrástica são fenômenos que não conseguem ser explicados


pelas teorias sintáticas e/ou pelas teorias semânticas que ficassem
limitadas ao nível da frase; em um segundo momento, com a euforia
provocada pelo sucesso da gramática gerativa, postulou-se a descrição
da competência textual do falante, ou seja, a construção de gramáticas
textuais; em um terceiro momento, o texto passa a ser estudado dentro de
seu contexto de produção e a ser compreendido não como um produto
acabado, mas como um processo, resultado de operações comunicativas e
processos lingüísticos em situações sociocomunicativas; parte-se, assim,
para a elaboração de uma teoria do texto. Na análise transfrástica, parte-
se da frase para o texto. Exatamente por estarem preocupados com as
relações que se estabelecem entre as frases e os períodos, de forma
que construa uma unidade de sentido, os estudiosos perceberam a
existência de fenômenos que não conseguiam ser explicados pelas
teorias sintáticas e/ou pelas teorias semânticas: o fenômeno da co-
referenciação, por exemplo, ultrapassa a fronteira da frase e só pode ser
melhor compreendido no interior do texto.

2. Cite os postulados das gramáticas textuais.

Nas primeiras propostas de elaboração de gramáticas textuais, nas


palavras de Marcuschi (1998), tentou-se construir o texto como objeto da
Lingüística. Apesar da ampliação do objeto dos estudos da ciência da
linguagem, ainda se acreditava ser possível mostrar que o texto possuía
propriedades que diziam respeito ao próprio sistema abstrato da língua.
Dizendo de outra forma, as primeiras gramáticas textuais representaram
um projeto de reconstrução do texto como um sistema uniforme, estável
e abstrato. Neste período, postulava-se o texto como unidade teórica
formalmente construída, em oposição ao discurso, unidade funcional,
comunicativa e intersubjetivamente construída.
3. Segundo Fávero e Koch, quais deveriam ser as competências para a
elaboração das gramáticas textuais?

Segundo Fávero e Koch, existem três competências:

a) verificação do que faz com que um texto seja um texto, ou seja, a busca da
determinação de seus princípios de constituição, dos fatores responsáveis por
sua coerência, das condições em que se manifesta a textualidade;
b) levantamento de critérios para a delimitação de textos, já que a
completude é uma das características essenciais do texto;
c) diferenciação de várias espécies de textos."

4. De acordo com Marcuschi (1988), qual é a noção predominante em


relação às abordagens do texto no final da década de 70? Explique-a.

De acordo com Marcuschi (1998), no final da década de setenta, a palavra de


ordem não era mais a gramática de texto, mas a noção de textualidade,
compreendida por Beaugrande como um "modo múltiplo de conexão
ativado toda vez que ocorrem eventos comunicativos". As mudanças
ocorridas em relação às concepções de língua (não mais vista como um
sistema virtual, mas como um sistema atual, em uso efetivo em
contextos comunicativos), às concepções de texto (não mais visto como
um produto, mas como um processo), e em relação aos objetivos a
serem alcançados (a análise e explicação da unidade texto em
funcionamento ao invés da análise e explicação da unidade texto formal,
abstrata), fizeram com que se passasse a compreender a Lingüística de
Texto como uma disciplina essencialmente interdisciplinar, em função das
diferentes perspectivas que abrange e dos interesses que a movem.

5. Como a disciplina Linguística Textual se apresenta inicialmente?

Era considerada uma disciplina de caráter multidisciplinar, dinâmica,


funcional e processual, considerando a língua como não-autônoma nem
sob seu aspecto formal.

6. Faça um levantamento dos conceitos do texto apresentado.

Conceito de texto, a construção de sentidos de um texto, coerência textual e


coesão textual.
7. Qual é a importância do estudo da coerência textual?

Quando falamos em coerência textual, falamos acerca da significação do texto,


e não mais dos elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar
perfeitamente coeso, porém incoerente. Sendo assim, é importante o estudo
para possibilitar a produção de textos coerentes.

8. De acordo com Koch e Travaglia, o que é textualidade?

A textualidade ou a textura é aquilo que faz de uma sequência linguística


um texto e não um amontoado aleatório de palavras.

9. Para Beaugrande e Dressler, o que é texto incoerente?

O texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) não


consegue descobrir qualquer continuidade de senado, seja pela discrepância
entre os conhecimentos ativados, seja pela inadequação entre
conhecimentos e o seu universo cognitivo.

10. Quais são os fatores que permitem a verificação da coerência ou


incoerência de um texto? Observe os exemplos.

A partir de três princípios podemos verificar a coerência: princípio da não


contradição; princípio da não tautologia; princípio da relevância;

11. O que é coesão textual?

Coesão textual são mecanismos linguísticos que permitem uma sequência


lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases,
parágrafos, etc.

12. Quais são os mecanismos de coesão textuais apresentados? Explique-


os.

a) Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou


ideias que se contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.
b) Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que
consiste n a repetição de alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto
coerente precisa transmitir alguma informação, mas quando há repetição
excessiva de palavras ou termos, o texto corre o risco de não conseguir
transmitir a informação. Caso ele não construa uma informação ou mensagem
completa, então ele será incoerente.
c) Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos
diferentes, e que não se relacionam entre si, acabam tornando o texto
incoerente, mesmo que suas partes contenham certa coerência individual.
Sendo assim, a representação de ideias ou fatos não relacionados entre si, fere
o princípio da relevância, e trazem incoerência ao texto.

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