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UNIVERSIDADE LICUNGO
Beira
2023
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Docente: Remígio
Beira
2023
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Índice
Introdução..................................................................................................................................4
Conclusão.................................................................................................................................16
Referências Bibliográficas.......................................................................................................17
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Introdução
O presente trabalho disserta-se em volta de: O fim da história e o último homem em
Francis Fukuyama, sobre a derrocada dos regimes socialistas no Leste europeu e em especial
na ex-União Soviética e a consequente vitória da economia de mercado e da democracia
liberal.
Descrever o sentido do fim da história e o último homem em Fukuyama e por último analisar
a democracia liberal na visão de Fukuyama.
Quanto a estrutura o trabalho, apresenta numa primeira fase, a biografia do autor; de seguida
o seu pensamento sobre o tema em causa.
Nesta época, publicou em um jornal o artigo profetizando a sua tese sobre o fim da
história e o ultimo homem. Posteriormente o artigo virou livro em 1992, dilatando muitas
controvérsias que também custou muitos exames ao Fukuyama (Ibidem).
Sobre sua vida pessoal, cabe destacar o casamento com Laura Holmgren, que ele
conheceu logo no início de seu trabalho na RAND Corporation. O casal têm três filhos, Júlia,
David e John, e a dedicatória de sua mais conhecida obra, “O Fim da História e o Último
Homem”, é direccionada para dois deles, tendo David nascido ao longo da redacção do livro
e John logo após o seu lançamento (Ibidem, p. 36-37).
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Rand corporation, é uma empresa criada pelas forças dos Estados Unidos com objectivo de dar continuidade a
colaboração entre cientistas universitários e chefes militares.
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Na obra, Fukuyama faz uma advertência ao mundo, ele pensa que o avanço da
tecnologia tem sido mais rápido que a nossa capacidade de discutir a criação de instituições
nacionais e internacionais que lidem com os frutos desse progresso (Ibidem).
Este progresso biotecnológico sobre o homem, tanto está pronto para promover a
felicidade como um inultrapassável abismo à humanidade, por um lado, este progresso
promete a cura para as doenças que mais nos afligem:
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Esta obra nasce a partir de um artigo publicado por ele em 1989. Este artigo nasce de uma conferência
ministrada por Fukuyama com o mesmo titulo ditado por encargo dos professores Natham Tarcov e Allan
Bloom no centro John M. Olin Center para investigação da teoria e pratica da democracia no ano académico de
1988-1989. Alguns anos depois, um dos editores da revista norte-americana do pensamento político e relações
internacionais the nation interest, Own Harris pressionou-lhe para que transformasse a conferência em um artigo
definitivo com o título O fim da história?
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3. A confiança (1961)
Nesta obra, Fukuyama faz uma reflexão da forma como as relações sociais
influenciam a economia. Mostra que, se for examinado o despenho económico de uma nação
medido pelo bem-estar e pela capacidade competir pode se concluir que ele é condicionado
por uma única e abrangente característica cultural: o nível da confiança entre aos agentes da
sociedade civil, empresas, sindicatos, igrejas, clubes, associações comunitárias 3 e média,
entre outros.
Esta obra é constituída por três partes: Na primeira parte Fukuyama debruça-se em
torno da grande ruptura, concebida como o declino, o qual se traduziu por uma tradução do
capital social4, e é mais bem legível nas seguintes estatísticas: criminalidade, crianças sem
pais, fraco rendimento escolar, redução das oportunidades e quebra de confiança. Esses
fenómenos tiveram lugar em todos os países desenvolvidos e especificamente do mundo
ocidental (Idem, 2000, p.21).
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Organizações não governamentais
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Capital Social é entendido como sendo a capacidade das pessoas trabalharem em conjuntos, grupos e
organizações que constituem a sociedade civil. Nesse sentido a confiança nasce da partilha de valores que tem,
como veremos, um vasto e imensurável valore económico
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Fukuyama inicia seu ensaio afirmando que o liberalismo ou democracia liberal, desde
seu surgimento na modernidade, travou disputas na arena ideológica e material
primeiramente contra o absolutismo para logo em seguida se confrontar com o bolchevismo,
os fascismos e por fim com o que ele conceituava como sendo um marxismo actualizado, ou
seja, o modelo político económico que vingou no Leste Europeu e ex-União Soviética e que
se ambientou no contexto da Guerra Fria (1992, p. 6).
Afirma ainda Fukuyama que a ideia do fim da história teve como grande propagador o
filósofo alemão Karl Marx , para quem as contradições existentes no modo de produção
capitalista acabariam por provocar:
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A mesma expressão (hermenêutica) é bastante utilizada nos últimos tempos pelos defensores das teorias
económicas neoliberais tal é o caso de Fukuyama
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Marx também tomou emprestada do filósofo George Wilhelm Friedrich Hegel e que
se encarregou de distorcê-la, sendo seguido nesta empreitada por seus sucessores. Tanto para
Hegel quanto para Marx,
Ao mesmo tempo, pode-se afirmar que Hegel acreditava que haveria um fim da
história, não no sentido de que, com a construção de uma sociedade superior e livre, a história
da humanidade iria terminar, e sim como manifestação da realização plena da ideia absoluta
(Ibidem)
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Em suma é um momento de uma culminação absoluta, em que a razão como liberdade na terra foi consumada
nas instituições de um Estado liberal.
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Para dar consistência filosófica às suas teses, Fukuyama foi buscar em Hegel os
fundamentos para sua teoria do fim da história, através de algumas passagens de seu livro, é
possível entendermos a importância de Hegel para a construção da ideia do fim da história e
do porquê de tê-lo escolhido como base teórica (Anderson, 1992, p. 67).
Em especial, estas interpretações não podem explicar o por que de sermos democratas,
isto é, proponentes do princípio da soberania popular e da garantia dos direitos básicos sob o
império da lei (Ibidem).
O homem difere fundamentalmente dos animais porque, além disso, deseja o desejo dos
outros homens. Especialmente, quer ser reconhecido como ser humano, isto é, como um ser
com certo valor ou dignidade. Exactamente porque o objectivo da luta não é determinado
pela biologia, Hegel o interpreta como o primeiro lampejo da liberdade humana (Ibidem).
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A expressão O último homem, foi usada pela primeira vez pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche.
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Para o efeito autor apresenta duas possíveis respostas, ou melhor, críticas, aos
questionamentos acima formulados, uma fornecida pela direita e outra pela esquerda
(Ibidem).
Desta forma se garante que a soberania não seja um privilégio de quem governa, mas dos
governados, é o que escreve Marsílio de Pádua quando afirma em seu Defensor Pacis que o
poder executivo não é o poder soberano, uma vez que este pertence ao povo, mas cabe ao
executivo governar conforme lhe é determinado pelas leis (Ibidem)
De forma similar, Rousseau com seu conceito de vontade Geral, atribui ao legislativo,
enquanto representante do povo, poder hegemônico chegando inclusive a admitir a
possibilidade de sublevação popular quando o governo perde sua representatividade junto à
sociedade civil (Bobbio, 1998, P. 319-329).
A construção teórica feita por Fukuyama o leva a tecer inúmeros elogios ao liberalismo.
Para ele, a universalidade do estado liberal resolveria os conflitos de classe e traria melhores
condições económicas para grupos sociais:
Para conceituar democracia, o autor faz uso de uma definição formal: um país é
democrático porque garante ao seu povo o direito de escolher o seu próprio governo através
de eleições periódicas, secretas, multipartidárias, baseadas no sufrágio universal adulto e
igual (Fukuyama, 1992, P.72-3).
A revolução liberal ainda não está realizada em toda a parte. Mas na ausência de
quaisquer competidores, a história parece realmente ter chegado a seu termo. É essa
aparência conclusiva? Passando para a segunda parte:
Fukuyama retoma a noção de fim da história proclamada por Hegel e Kojève. Mais
especificamente, sua ideia seria que a democracia liberal pode constituir não apenas o fim da
Guerra Fria, ou a passagem:
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Posta a tese chegamos ao ponto que, a democracia liberal teve como antíteses e se saiu vitoriosa não somente
contra o socialismo, mas também contra outros regimes totalitários como o fascismo e o nazismo e os
autoritarismos de direita representados pelos regimes militares latino-americanos como os do Brasil e Argentina,
africanos como o da África do Sul, e os asiáticos como o das Filipinas de Ferdinand Marcos
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Conclusão
Falávamos ao longo do trabalho em volta de: fim da história e último homem em
Fukuyama, entretanto expressão fim da história é bastante utilizada nos últimos tempos pelos
defensores das teorias económicas neoliberais, (tal é o caso de Fukuyama) que designam a
derrocada da filosofia da história e, o surgimento da multiplicidade dos horizontes de sentido.
Com o desmoronamento das grandes visões filosóficas, políticas e religiosas do mundo bem
como com o declínio ou enfraquecimento do mito do progresso e da emancipação, e das
visões integradas e coerentes de mundo que explicam todos os aspectos da realidade,
Referências Bibliográficas
Fukuyama, F. (1992). O Fim da História e o Último Homem. Rio de Janeiro: Editora Rocco.
Anderson, P. (1992). O fim da história: de Hegel a Fukuyama. trad. de Álvaro Cabral, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar.
Gomes, L. (1993). Fim da história justifica Nova Ordem. Princípios, São Paulo.
Japiassú, H. & Marcondes, D. (2001). Dicionário Básico de Filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro.