Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Heremes
Heremes
UNIVERSIDADE LICUNGO
CURSO DE FILOSOFIA
Beira
2023
4
Beira
2023
Índice
Introdução........................................................................................................................................3
5
Conclusão......................................................................................................................................15
Referências Bibliográficas.............................................................................................................16
3
Introdução
Feitas estas considerações, temos a o objectivo da obra que é descrever o sentido do fim da
história e o último homem em Fukuyama e por último analisar a democracia liberal na visão de
Fukuyama. O livro O Fim da História e o Último Homem, do filósofo Francis Fukuyama, teve
origem em um artigo intitulado O Fim da História? publicado três anos antes, em 1989 na
revista The National Interest. O autor sustenta que o liberalismo econômico seria o ápice da
evolução econômica da sociedade contemporânea. Esta viria acompanhada da democracia e da
igualdade de oportunidade. Todos seriam livres e capazes de conquistar os seus objetivos. A
democracia apenas seria possível para os países desenvolvidos economicamente com um
processo de industrialização já consolidado. Os demais países, pobres e “atrasados”, estariam
vulneráveis aos regimes totalitários, ao socialismo, ou ainda, aos regimes democráticos
dependentes dos países desenvolvidos.
Quanto a estrutura o trabalho, apresenta numa primeira fase, a vida e obra de Fukuyama;
de seguida a interpretação da obra, os contradiscursos feitos a ele e por fim as reações que ele
apresenta e que constam na conclusão. Para a realização desse trabalho me recorri ao método
hermenêutico. Tanto que temos a consulta bibliográfica como a técnica predominante.
4
1
Rand corporation, é uma empresa criada pelas forças dos Estados Unidos com objectivo de dar continuidade a
colaboração entre cientistas universitários e chefes militares.
5
O livro O Fim da História e o Último Homem, do filósofo Francis Fukuyama, teve origem
em um artigo intitulado O Fim da História?, publicado três anos antes, em 1989 na revista The
National Interest. Poucas obras que vieram ao público neste mesmo espaço de tempo causaram
tanta celeuma quanto esta. Celebrada por alguns e odiada por outros, o mundo acadêmico não
ficou indiferente a ela. Hoje, com uma leitura atenta da obra e um olhar mais acurado sobre o
contexto, é possível inferir que Fukuyama não foi bem compreendido por muitos e
possivelmente nem lido por outros tantos.
Fukuyama (1992 p.13) afirma que “as anteriores formas de governo eram caracterizadas
por graves imperfeições e irracionalidades, assim como também a falta de legitimidade foi um
factor determinante para o fracasso, que conduziriam ao seu eventual colapso, a democracia
liberal estava comprovadamente livre dessas contradições internas fundamentais. Apoiando-se da
hermenêutica de Hegel feita por Alexandre Kojeve, Fukuyama sustenta a tese de que a
humanidade chegou ao ponto final de seu progresso ideológico com o êxito da democracia
liberal sobre o fascismo e, mais contemporaneamente, sobre o comunismo.
Marx também tomou emprestada do filósofo George Wilhelm Friedrich Hegel e que se
encarregou de distorcê-la, sendo seguido nesta empreitada por seus sucessores. Tanto para Hegel
quanto para Marx,
Aqui o autor, aceita que sim a ciência natural moderna assim como a tecnologia têm
vantagens para a sobrevivência dos indivíduos, mas outrora, a mesma tecnologia prejudica o
próprio homem. Dai que, Fukuyama, (1992, p. 20) afirma que “a capacidade da tecnologia de
melhorar a vida humana depende estritamente de um processo moral paralelo ao do homem. Sem
este processo, o poder da tecnologia será usado para o mal e o homem ficará pior do que antes”.
Segundo Fukuyama (1992, p. 37) , “numa democracia liberal o Estado é, por definição,
fraco: a preservação de uma esfera de direitos individuais significa uma delimitação nítida do
poder do estado”. Os regimes autoritários, pelo contrário, usam o Estado como instrumento de
controle da esfera privada, e utilizam este controle de acordo com os seus interesses, seja para
promover a igualdade social ou para desenvolver a economia do país. Tal ação garantiria a
legitimidade de um regime mesmo que este não tivesse o apoio de toda a população. O autor cita
como exemplo, os governos militares na América Latina e o regime de Sadam Hussein no
Iraque. Durante o século XX, a humanidade conviveu com regimes totalitários. O conceito de
regime totalitário foi criado no final da Segunda Guerra Mundial para distinguir os regimes
tirânicos, na Alemanha nazista e na própria URSS, dos regimes democráticos, nos EUA, na
Inglaterra ou na França”. Para dar consistência filosófica às suas teses, Fukuyama foi buscar
em Hegel os fundamentos para sua teoria do fim da história, através de algumas passagens de seu
7
Para Fukuyama, a descrição hegeliana não materialista da história, baseada na ideia da luta pelo
reconhecimento humano, é, também, peça chave desta compreensão. As interpretações
económicas da história são incompletas e insatisfatórias, porque o homem não é simplesmente
um animal económico (1992, p. 16). Em especial, estas interpretações não podem explicar o por
que de sermos democratas, isto é, proponentes do princípio da soberania popular e da garantia
dos direitos básicos sob o império da lei.
exige o reconhecimento. Sendo que para Hegel, a história chegava ao fim com as Revoluções
Americana e Francesa, porque a aspiração que impulsionara o processo histórico deu a luta pelo
reconhecimento e que havia sido satisfeita numa sociedade caracterizada pelo reconhecimento
universal e recíproco. A luta pelo reconhecimento oferece nos uma visão da natureza da política
internacional.
Fukuyama, (1992, p. 20), cita Hegel ao afirmar que o desejo de reconhecimento que
esteve na origem da sangrenta batalha pelo prestígio entre dois combatentes individuais conduz,
logicamente ao imperialismo e ao domínio mundial. Um entendimento da importância do desejo
de reconhecimento como motor da história permite nos reinterpretar muitos fenómenos que nos
são aparentemente familiares, como a cultura, a religião, o trabalho, o nacionalismo e a guerra.
O homem difere fundamentalmente dos animais porque, além disso, deseja o desejo dos
outros homens. Especialmente, quer ser reconhecido como ser humano, isto é, como um ser com
certo valor ou dignidade. Exactamente porque o objetivo da luta não é determinado pela biologia,
Hegel o interpreta como o primeiro lampejo da liberdade humana.
Para Fukuyama (1992, p. 70), “o direito de participar do poder político pode ser
considerado como outro direito liberal, na verdade, o mais importante, e é por isto que o
liberalismo tem sido historicamente associado à democracia”. Portanto, é bastante provável que
paises como a China, a Correia do Norte ou, ainda, as teocracias islâmicas, não resistam por
muito tempo. O mundo caminha através da globalização para uma economia liberal. Esta
transformação pode ocorrer de forma pacifica ou por imposição dos países ricos, que precisam
de países pobres liberais, democráticos e globalizados para manter suas economias e seu nível de
desenvolvimento.
3
O último homem é a criatura que surge diante do fim da história, Fukuyama afirma, na
parte cinco de seu livro, que apesar dessa constatação, o autor se questiona sobre a condição
3
O thymos seria a parte da alma que exige o reconhecimento.
4
A expressão O último homem, foi usada pela primeira vez pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche.
9
deste homem final, neste caso encorara no Nietzsche esse termo “último homem” (Pereira, 2014,
p. 11).
Para o efeito autor apresenta duas possíveis respostas, ou melhor, críticas, aos questionamentos
acima formulados, uma fornecida pela direita e outra pela esquerda (Ibidem).
Para conceituar democracia, o autor faz uso de uma definição formal: um país é
democrático porque garante ao seu povo o direito de escolher o seu próprio governo através de
eleições periódicas, secretas, multipartidárias, baseadas no sufrágio universal adulto e igual. O
liberalismo em Fukuyama, é, portanto, um regime fundado simultaneamente nas esferas políticas
e económica. Em termos políticos, a base encontra-se na democracia liberal, enquanto que no
âmbito económico o cerne consiste em reconhecimento do direito à liberdade de actividade
económica e troca económica, com base na propriedade privada e nos mercados (Fukuyama,
p.72-74).
Torna-se importante expor a associação feita por Fukuyama entre o liberalismo económico
e a consolidação da democracia na esfera política, já que este é um sistema claramente defendido
por ele: aos países considerados mais desenvolvidos. A íntima relação entre política e economia
faz com que sua visão liberal perpasse ambos os terrenos, tornando-os os quase como que
inseparáveis durante sua análise (Ibidem).
Duas passagens de Fukuyama ilustram esta ideia, o direito de participar do poder político
pode ser considerado como outra lei liberal, na verdade a mais importante, e é por isso que o
liberalismo tem sido historicamente associado à democracia (1992, p. 70). O sucesso económico
de outros países recém-industrializados na Ásia, seguindo o exemplo do Japão, já é uma história
familiar. O que é importante do ponto de vista hegeliano é que o liberalismo político vem
seguindo o liberalismo:
11
Fukuyama retoma a noção de fim da história proclamada por Hegel e Kojève. Mais
especificamente, sua ideia seria que a democracia liberal pode constituir não apenas o fim da
Guerra Fria, ou a passagem:
actualidade, não é apenas o fim da Guerra Fria ou o término de um período específico da história
do pós-guerra, mas o fim da história enquanto tal: ou seja, o ponto final da evolução ideológica
da humanidade e a universalização da democracia liberal ocidental como forma última de
governo humano (Ibidem).
Na última parte do livro, chamada “O Último Homem”, Fukuyama esclarece que algumas
desigualdades e diferenças de dignidades nas democracias liberais são inerradicáveis. Ele
reconhece a importância do Estado de Bem-Estar social (Welfare State) que em muitos países
atuou na regulamentação do comércio, em políticas de redistribuição de renda dos ricos para os
pobres e promoção de programas de seguro social. Essas políticas foram importantes para a
“sociedade de classe média” – termo que ele considera ainda inadequado, uma vez que as
democracias modernas ainda têm uma estrutura mais piramidal do que igualitária. De todo modo,
as sociedades de classe média continuarão a ser não igualitárias sob muitos aspectos, mas isso
será mais em decorrência da desigualdade natural dos talentos, à cultura e divisão do trabalho.
Qualquer esforço, diz ele, para levar a igualdade social além desse ponto irá resultar no mesmo
fracasso do projeto marxista, pois os projetos que seguem essa linha necessariamente lançarão
mão de Estados totalitários.
O fato de a democracia liberal ter levado a menos descontentamento social que outras
formas de poder não significa que, se num futuro o mundo estiver repleto de democracias
liberais, as guerras e conflitos simplesmente irão desaparecer. Os homens, diz Fukuyama,
poderão lutar apenas pelo gosto de lutar, pelo tédio de viver em paz. Ele menciona dois exemplos
para corroborar esse pensamento: os movimentos estudantis em 1968 na França e a Primeira
Guerra Mundial.
Fukuyama conclui que nenhum modelo de sociedade pode satisfazer todos os homens em
todos os lugares, incluindo, é claro, a democracia liberal. Mesmo a liberdade e a igualdade geram
insatisfações e em alguns indivíduos o desejo de recomeçar a história. Em Platão o thymos não
era necessariamente bom ou mau, mas deveria ser ensinado a servir ao bem comum. A cidade
deveria ser governada a partir de um equilíbrio entre as três partes da alma: razão, desejo e
“espírito” (thymos). Se admitimos que a moderna democracia liberal é o sistema político que
melhor promove esse equilíbrio, então a ameaça principal a ela pode vir da hipervalorização do
reconhecimento, a megalothymia. Uma consequência do fim da história dominado pelas
democracias liberais seria, segundo Fukuyama, o término das guerras. Segundo o autor, o desejo
de reconhecimento não se manifestaria apenas nos indivíduos, mas também entre as nações5
(Ibidem)
Criticas feitas ao Fukuyama
5
Posta a tese chegamos ao ponto que, a democracia liberal teve como antíteses e se saiu vitoriosa não somente
contra o socialismo, mas também contra outros regimes totalitários como o fascismo e o nazismo e os autoritarismos
de direita representados pelos regimes militares latino-americanos como os do Brasil e Argentina, africanos como o
da África do Sul, e os asiáticos como o das Filipinas de Ferdinand Marcos
14
Conclusão
Referências Bibliográficas
Fukuyama, Francis. (1992). O Fim da História e o Último Homem. Rio de Janeiro: Editora
Rocco.
Anderson, P. (1992). O fim da história: de Hegel a Fukuyama. trad. de Álvaro Cabral, Rio de
Janeiro, Jorge Zahar.
16
Gomes, L. (1993). Fim da história justifica Nova Ordem. Princípios, São Paulo.