HERBALISMO

MÁGICO
 BEM VINDE!
Este é o nosso Curso de Herbalismo Mágico.
Aqui você aprenderá as ferramentas necessárias para
começar a cuidar da sua própria saúde, explorando o
reino vegetal e o trabalho medicinal com as plantas,
bem como a história e ancestralidade dessa prática e
como ela persiste nos dias de hoje. Pra começar, va-
mos no conhecer!

SESTRA é uma palavra de origem eslava que quer dizer Irmã.

E é isso que somos, três irmãs de alma, três bruxas naturais, três
herbalistas. Ligadas pelos fios invisíveis da roda da vida e comparti-
lhando o amor pela natureza, pela magia e pela ideia de que a terra
nos oferece tudo aquilo que necessitamos para a nossa vida, nutri-
ção, cura, cuidado e infinita abundância.
Nossa principal missão é oferecer produtos de qualidade, feitos
artesanalmente e ritualisticamente, imbuídos de intenção e magia
em cada estágio da produção. Trabalhamos com as fases da lua, as
estações do ano, a roda zodiacal, com todo o movimento cíclico da
natureza. Respeitamos o tempo das medicinas e das plantas alia-
das, plantando e colhendo tudo o que podemos de forma sustentá-
vel ou obtendo os demais ingredientes de produtores locais.

2
NOSSO
OBJETIVO
Quando falamos em medicina, o que vem à
sua mente?

Em uma época onde a especialização

médica é cada vez maior, escolher tomar
as rédeas da nossa saúde de forma integral
pode parecer quase um ato de rebeldia
contra essa ciência que busca nos empaco-
tar em caixas.

Antigamente nossa medicina era, também,

uma prática holística. Nossos médicos
eram nossos xamãs, nossa cura vinha das
plantas, das histórias e tradições que trazí-
amos conosco.

Este curso tem os objetivos de te oferecer

as primeiras ferramentas para que você
possa reconhecer e inserir a medicina do
dia a dia, do corpo e da alma em sua vida
de forma integral e mágica.

Esperamos que desfrute desse conheci-

mento compartilhado por nós ao máximo!

Um abraço,
Bruna, Mari e Meela.

3
ÍNDICE

5. FITOTERAPIA História da Fitoterapia. A importância das mulheres na dis-

E HERBALISMO
seminação dos saberes herbalistas. Paracelso e a Botânica
Oculta. Fitoterapia x Herbalismo. O auto conhecimento no
processo herbalista. Herbalismo Mágico.

15. PARA SE O que é preciso para se tornar herbalista? Ciência da Parti-

TORNAR
cularidade. Janela Terapêutica. Instrumentos necessários.
Como utilizar as plantas. Partes das plantas. O Herbalismo e
HERBALISTA a Alimentação. Processos de beneficiamento e conservação.
Formas de extração de componentes.

27. A MAIOR O que é magia?. O Paganismo e a BruxarIa. A Bruxaria e a Wic-

FERRAMENTA
ca. Alta Magia e Baixa Magia. Intenção. Como utilizar a magia
no herbalismo. O sistema de Chacras.
DA BRUXA
É A INTENÇÃO

35. CONSAGRANDO Consagrando seu produto. Consagração pelos elementos.

E RITUALIZANDO
Consagração por energias e emoções. Consagração pelas
divindades. Carregando seus produtos. Purificação. A Magia e
SEU PRODUTO as fases da Lua. Magia de Cozinha.

HERBALISTA

43. O HERBALISMO Tinturas. Florais. Óleos. Bálsamo. Azeite de ervas. Fermento

NA PRÁTICA
de gengibre. Velas. Pós mágicos. Banhos mágicos. Medicina
da Fumaça (incenso natural).

59. COMPÊNDIOS Nossas referências. Classificação fitoterápica das ervas. Algu-

E EXTRAS
mas classificações mágicas de ervas e botânicos de acordo
com intenções. Correspondências mágicas das ervas. Tabelas
de correspondências. Diário de Herbalismo e Caderno de
Formulações Herbais. 30 dias de herbalismo.

4
FITOTERAPIA
E HERBALISMO
HISTÓRI A , DI F ERENÇAS E
CONC EI TOS

5
 HISTÓRIA DA
FITOTERAPIA
Os primeiros registros relação dos homens com as plantas
datam de 60 mil anos atrás. Oito plantas medicinais foram
descobertas em uma escavação em túmulos iraquianos, o que
sugere que as plantas representavam tanto um papel medici-
nal quanto litúrgico para a comunidade que ali habitava.

Em uma sociedade estruturalmente baseada no próprio

trabalho e sustento provido pela terra, faz sentido pensarmos
que tudo aquilo que era abatido, plantado e colhido era apro-
veitado integralmente, extraindo-lhes todas as propriedades
de forma prática e reverente até seu último recurso. Muitas
plantas eram utilizadas para a produção de óleos, fibras para
tecidos, combustíveis, bases para cosméticos e remédios para
doenças diversas.
Era justamente por suas muitas atribuições medicinais e pelo
papel vital que representavam nas comunidades que as plan-
tas começaram a ter suas atribuições espirituais e energéticas
percebidas e registradas. Porém, em 500 A.E.C, Hipócrates
começou a questionar essas mesmas funções extrafísicas,
rompendo com as origens místicas da medicina.
De lá pra cá o mundo se globalizou cada vez mais: o comércio
que surgiu entre a Europa, Oriente Médio, Índia e Ásia já havia
se estabelecido em meados do século II A.E.C. e o conheci-
mento, que antes estava “preso” em algumas partes do globo,
começou a se disseminar. Tradições medicinais e espirituais
das Filipinas, Ilhas Moluscas, Egito, China e outros começaram
a alcançar novos locais ao passo que suas ervas eram expor-
tadas. Quando a Europa e o Egito recebiam o cravo das Filipi-
nas, recebiam também as suas informações de uso tradicional
e, o que antes pertencia a um único grupo, povo ou tribo
específica, agora era de todos. A humanidade passava lenta-
mente de uma medicina regional para uma mais globalizada,
com a expansão do comércio fomentando uma curiosidade
sobre as plantas medicinais, sobre o “novo” e sobre a ciência.
Outro nome importante dentro da fitoterapia é Galeno
(131-201 D.E.C.), médico do imperador romano Marco
Aurélio. Ele se baseou na ideia dos quatro humores de
Hipócrates e criou as diretrizes do que hoje chamamos
de medicina tradicional galênica. Na Índia e China, os
sistemas medicinais vigentes lembravam a teoria dos
quatro humores, ainda que não se tratassem da mesma
coisa. São esses sistemas que chegam até nós hoje como
aquilo que entendemos como “medicina integral”: a me-
dicina que considera o corpo e o espírito e que trata as
doenças olhando para o todo e não isoladamente.
Pode-se afirmar que, no entanto, que a quantidade de
informações coletadas pelos Impérios Romano e Grego
não teria chegado até nós não fosse pelo florescimento
da cultura árabe, após o declínio das duas anteriores.
A propagação da cultura islâmica permitiu que fossem
criadas escolas de medicina - e aqui percebe-se como
ela já caminhava para ser a medicina ocidental e con-
vencional que conhecemos hoje (institucionalizada,
especializada e academicista) - por toda a Itália, Portugal
e Espanha, dando origem a escolas famosas como a de
Córdoba, na Espanha, e Salerno, na Itália. Essa última foi
muito famosa por que, além de aceitar estudantes de
todas as religiões, também aceitava mulheres, dentre as
quais a obstetra Trotula foi uma das mais famosas.

Em I E.C, o médico grego Dioscórides escreveu a primeira

farmacopeia europeia, que continha 600 plantas catalogadas
com suas funções terapêuticas. Seu ato foi tão relevante que
essa foi a farmacopeia mais utilizada pela população europeia
até meados do século XVII, tendo sido traduzida para diver-
sas línguas e sendo hoje uma grande influência na medicina
ocidental.

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 De 1400 a 1700 a Europa foi inundada com conhecimento. Tal-
vez, se isso não tivesse acontecido, as repercussões da peste
de 1343 seriam piores, vistas as condições insalubres nas quais
viviam os europeus. A doença continuou matando milhões
de pessoas sem que qualquer tratamento mineral ou vegetal
pudesse curá-la. O fato de que nessa época a medicina mais
praticada era a de Galeno não ajudava no panorama. Porém,
foi aqui também que aconteceu a ruptura que hoje nos é tão

Os árabes levaram a fitoterapia a um outro nível, apren- acentuada dentro da medicina: as crescentes criações de me-

dendo não apenas a extrair os componentes que dese- dicamentos com minerais, tal qual o mercúrio, fez com que

javam, mas a deixar os remédios mais palatáveis. Isso houvesse um aumento na concepção de fórmulas químicas.

só era possível devido ao seu conhecimento adquirido Isso culminou na separação da medicina convencional (labo-

sobre as tradições indianas e chinesas e seus aromas e ratorial) da fitoterápica (baseada nas plantas).

combinações.

A medicina então encontrou seu apogeu. Milhares de

pessoas se dedicavam ao estudo das artes da cura,
bebendo da Ayurveda e outros ensinamentos, fazendo
experiências, abrindo hospitais e maternidades, cultivan-
do plantas medicinais e formulando novos remédios. O
conhecimento medicinal evoluiu de maneiras que não
conseguimos compreender inteiramente, sempre pro-
gredindo por meio das observações empíricas, tradicio-
nais e científicas feitas ao longo dos anos.

A medicina parecia ter se desvencilhado de vez da

religião naquelas terras, mas do outro lado do globo as
culturas da América Central e do Sul - maias, astecas
e incas - ainda tinham suas práticas medicinais ligadas
às espirituais, o que não significava que estavam muito
atrás de seus contemporâneos. Há registros que provam
o deslocamento de herbalistas de diversas regiões do
Peru para sua capital, Cusco, a fim de melhorar sua práti-
ca. Tudo indica que eram muito bem instruídos, conse-
guindo inclusive cultivar o fungo produtor da penicilina
em cascas de bananas verdes.

A unificação da Ásia por Gengis Khan juntamente à

explosão do comércio fez com que muitos ingredientes
novos entrassem em circulação. Enquanto as pequenas
comunidades continuaram utilizando apenas plantas
medicinais que conseguiam cultivar em suas regiões, as
escolas de medicina começaram a abrir cada vez mais o
seu leque de conhecimento.

7
 A IMPORTÂNCIA DAS MULHERES
NA DISSEMINAÇÃO DOS SABERES
HERBALISTAS
Falar sobre o desenvolvimento do herbalismo é, natural-
mente, falar sobre a história das mulheres sábias que man-
tiveram esse conhecimento vivo por séculos de ignorância e
repressão. O afastamento mandatório da natureza, pregado
pelas religiões monoteístas ou abraâmicas, fez com que o
desenvolvimento científico e medicinal se atrasasse profun-
damente.
Os conhecimentos tradicionais - passados de geração em
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geração - e os ensinamentos sobre a comunhão com a natu-
reza e seus poderes curativos foram lenta e propositalmente
difamados, desencorajados e punidos. Conectar-se com o
mundo natural e perceber o seu poder era uma ameaça para
as recentes religiões patriarcais: ao reconhecer o poder do
que nos cerca reconheceríamos o poder em nós mesmas, o
que nos faria questionar o fato de que a salvação só poderia
ser obtida através dessas religiões, de seu Deus e de seus
sacerdotes.
Contudo, o conhecimento da natureza, das plantas sagra-
das, da cura e da disseminação da abundância da terra
jamais poderiam ser completamente extintos: a Deusa não
permitiria. Por gerações e gerações, mulheres sábias, curan-
deiras, sacerdotisas da terra foram perseguidas, torturadas e
mortas por apenas pregar que toda a cura que necessitamos
se encontra ao nosso redor.
A história do herbalismo seria muito diferente sem a cora-
gem e a insistência dessas sábias mulheres e, por mais que
devamos uma boa parcela da expansão desse conhecimen-
to aos comércios de ervas, navegações por terras desconhe-
cidas e à própria evolução da ciência formal, para sempre
honraremos aquelas que mantiveram a chama acesa nos
períodos mais escuros da nossa história.
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 PARACELSO E A
BOTÂNICA OCULTA
Em meados desses mesmos anos surgiu Paracelso (1493-
1541), botânico ocultista que revolucionou e expandiu muitas
das áreas da alquimia, química, fitoterapia e botânica oculta.
Focando aqui no uso medicinal das ervas, Paracelso dei-
xou claro que não bebia de Galeno, Hipócrates ou qualquer
outro médico, mas que fazia seus próprios experimentos,
sempre muito focado na dosagem para determinar quais
plantas eram veneno e quais não.
Como resultado, suas pesquisas influenciaram de forma
definitiva o futuro da química, fitoterapia e homeopatia. Ele
também foi um defensor do herbalismo regional - ainda que
não utilizasse esse nome -, como bem o seguiu Culpeper,
médico inglês que auxiliava os pobres que não tinham como
pagar por seus tratamentos após a Guerra Civil Inglesa. Cul-
peper se utilizava da fitoterapia e astrologia em combinação
com as plantas regionais de seu local para curar as pessoas
que iam até ele. A farmacopeia criada por ele foi um best
seller e, assim como Paracelso, seus estudos de fitoterapia e
botânica oculta ainda hoje são utilizados.
A prensa tipográfica foi criada e logo as casas estavam
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cheias dos diversos compêndios que começaram a apare-
cer país afora. As casas e lares domésticos persistiram na
medicina das plantas, mas as escolas e os próprios médicos
estavam focados nas composições minerais. Embora Para-
celso houvesse alertado para o uso excessivo de minerais, as
gerações mais recentes não deram ouvidos e começaram a
introduzir doses cada vez maiores de tais substâncias. Uma
delas, um purgante derivado do mercúrio conhecido como
calomelano, chegou a ser considerada a cura para tudo, ao
lado da sangria. A medicina caminhou por alguns locais obs-
curos, mais torturando do que curando as pessoas, ao passo
que se afastava continuamente das plantas.
Quando as curas químicas ganharam poder, a ênfase na
energia vital das plantas e na conexão com o meio deixou
de ser uma grande questão, de forma que aqui a ciência se
tornou de toda material, não detendo qualquer parcela de
conexão energética ou espiritual com a cura procurada ou
as plantas utilizadas. O posterior pensamento cartesiano
de separação entre corpo e mente veio para solidificar a ma-
neira pela qual a medicina ocidental/convencional veria as
doenças e corpos que tratava.
Em 1803, alcalóides narcóticos (a morfina) da papoula
foram isolados em laboratório. Um ano depois a inulina
era extraída da ínula. Em 1838, o composto químico que
daria origem à aspirina foi isolado da casca do salgueiro-
-branco, sendo sintetizado em laboratório em 1860. Em
1858 foi lançada uma proposta no Parlamento Britânico
para a proibição da fitoterapia e da prática médica por
quem não fosse formado em uma escola. A proposta
foi negada mas, em países como França, Espanha, Itália
e alguns estados dos Estados Unidos, essas leis foram
aderidas, colocando em risco a vida de todos os herba-
listas que tinham na arte da cura o seu sustento e dando
monopólio nesses locais à medicina convencional.
Prevendo uma ação parecida na Grã-Bretanha em 1864,
foi criada a primeira organização profissional de fitote-
rapeutas do mundo. Em 1899 a aspirina - uma fórmula
totalmente nova - foi criada na Alemanha. Esses foram
os primeiros passos para a medicina convencional tomar
seu espaço em um mundo dominado pelas plantas (a
medicina familiar ainda era feita pelas farmacopeias).
Até cerca de 1930, de todos os remédios receitados, 90%
eram de origem vegetal. Essa constatação pode parecer
estranha, mas foi somente nos últimos 70 anos que os
remédios laboratoriais se popularizaram. Mesmo durante
a Primeira Guerra, os soldados ainda utilizavam alho e
esfagno para combater infecções nas trincheiras.
Quando os primeiros componentes começaram a ser
isolados (como a morfina da papoula, a cocaína da coca,
os glicosídeos cardíacos da dedaleira), os cientistas fize-
ram avanços enormes no que concerne à compreensão
e catalogação de substâncias químicas, isolando-as e
analisando como estas afetavam o corpo na saúde e na
doença. Foi nessa época que doenças como a tuber-
culose e a malária tiveram suas causas reconhecidas. A
grande virada das pílulas laboratoriais aconteceu quando
a penicilina foi reinventada: doenças que antes matavam
milhares e deixavam outros em estados gravíssimos,
como a sífilis, pneumonia e tuberculose, agora podiam
ser evitadas.
A tecnologia avançou e logo outros remédios isolados
entraram no mercado, como os esteróides anti infla-
matórios. Era apenas uma questão de tempo para que
aquela ciência com suas pílulas milagrosas tomasse con-
ta de tudo. Afinal, ela trazia remédios e curas práticas:
alívio rápido, pílulas fáceis de serem tomadas, transportadas e
guardadas. Além disso, não era necessária a presença de uma
pessoa vinculada à medicina após a indicação do tratamen-
to. A nova medicina se tornou sinônimo de status. Ao passo
que os países mais ricos trocavam seus sistemas médicos,
os próprios praticantes dentro desses hospitais e clínicas
começaram a desvalidar o saber das ervas, rotulando-o como
ultrapassado, de último mundo e supersticioso. Onde a fito-
terapia não foi extinta, ela foi proibida, sendo mantida apenas
nos locais onde sua prática fora defendida com mais fervor,
ou dentro das casas da população.
Contudo, também não demorou para que os efeitos adver-
sos da medicina laboratorial fossem descobertos. Quando na
Alemanha de 1962 nasceram 3 mil bebês deformados pelo uso
de talidomida durante a gravidez, a população notou o custo
alto daquela medicina, deixando a desvalidação da fitoterapia
de lado por um tempo. A vitória de Mao Tsé-tung na China
em 1949 fez com que a população, que não tinha acesso a
hospitais e à nova medicina, se voltasse e expandisse suas
práticas tradicionais (o que conhecemos hoje como kampo e
acupuntura).
Alguns anos após, a China criou o método dos “médicos des-
calços”, pessoas formadas na arte da fitoterapia, acupuntura
e algumas práticas ocidentais, que eram enviadas para todo o
país a fim de cuidar da população em situação mais precária.
Isso chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde,
que instituiu na inclusão de praticantes de fitoterapia tradi-
cional na organização dos cuidados básicos em países em
desenvolvimento.
De lá para cá, ambas as medicinas ganharam seus espaços,
com alguns locais e países praticando mais uma ou outra, ou
uma mescla das duas. É importante frisar que, mesmo dentro
das medicinas tradicionais, pode-se ter uma variação muito
grande de abordagem com as plantas, mas que a fitoterapia
11
 - sendo esse guarda chuva no ato de lidar com as ervas -
também tem sua face para além de cada uma dessas, pois
é a união de todos os saberes. A medicina convencional
conseguiu controlar muitas doenças sérias, mas é sabido
que os microorganismos estão se tornando mais fortes e
resistentes aos remédios laboratoriais e que as doenças
crônicas e as dependências de químicos estão aumentando
cada vez mais.
Já sabemos quando usar cada uma dessas medicinas,
mas em alguns locais continuamos procurando remédios
potentes demais para doenças que não precisam deles. A
força com a qual essas substâncias isoladas afetam nossos
corpos nos chamou a atenção para um posicionamento que
precisamos mudar, e vemos o reflexo desse pensamento na
reestruturação em andamento de nossa sociedade atual,
na busca por tratamentos mais naturais e por abordagens
integrais e holísticas que olhem para o corpo sem comparti-
mentalizá-lo, nos vendo como um ser humano e não como
um órgão disfuncional ou uma questão de pele.
Outros cientistas continuam defendendo que a fitoterapia
trabalha com efeito placebo, sendo uma medicina do pas-
sado e ineficaz atualmente. Ainda assim, quando postas à
prova, as ditas medicinas tradicionais muitas vezes mostram
FITOTERAPIA X HERBALISMO
O que hoje chamamos de herbalismo nada mais é do que
a prática e a conexão com a Natureza, compreendendo
o que dela podemos utilizar em função de nossa saúde,
quando, de que forma, se no corpo físico ou no energéti-
co, etc; Em outras palavras,
é o estudo e o desenvolvimento de
uma relação com o ambiente vegetal
que nos cerca. É compreender que
participamos dele como figuras ativas
e receptivas e que cada planta e todo
o mundo ao nosso redor possui uma
consciência e que podemos criar vín-
culos profundos com tais seres vivos.
12
uma eficácia maior na cura de doenças do que a medicina
convencional, ainda que não sejam encontradas explicações
científicas para muitas das plantas ou métodos aplicados -
seja por não terem sido encontrados ou por não terem sido
feitas pesquisas em cima deles.
Ainda que esses povos ou tradições populares não enten-
dessem, de maneira científica e isoladamente, quais os
componentes daquela planta, como agem e por quê, eles
sabiam como e quando utilizar cada uma das ervas disponí-
veis em suas regiões. Os antibióticos que foram isolados e
produzidos no século XX, por exemplo, são uma outra face
das técnicas (fungos antibióticos) já utilizadas para com-
bater infecções no Egito e Peru do século XIV, bem como
na medicina popular europeia, mostrando a força, poder e
relevância que a nossa ancestralidade, a observação e a ma-
nipulação da natureza e das plantas medicinais nos deixou.
Hoje podemos trabalhar para unir esses dois caminhos e
entender o mais profundo que desejarmos sobre alguma
planta, mas também para honrar sua manipulação, de ma-
neira que nossa medicina seja a mais benéfica para o nosso
corpo, e também nossa fonte de conexão com o chão em
que pisamos e com a vida e cura que ele provê.
Dentro dessa ideia, abrimos um parênteses para diferen-
ciar a fitoterapia do herbalismo: Enquanto o primeiro se
designa por se utilizar das plantas para tratar patologias
e criar remédios naturais, o segundo o engloba e passa à
frente, envolvendo a conexão ativa com a planta e outras
formas de levar sua medicina para sua vida, como a ali-
mentação, cosméticos, produtos naturais, produtos para
cabelo e etc, bem como a prática de honrar a natureza,
seus ciclos e medicinas.
Dessa forma, olhamos para o herbalismo como uma prá-
tica que ultrapassa o remédio, tornando-se uma escolha
de vida e saúde. Fazer isso em conjunto com uma crença
mágica pode funcionar para você, mas não é uma obriga-
toriedade.
 O AUTO
CONHECIMENTO
NO PROCESSO
HERBALISTA
Herbalistas não são
enciclopédias!
São pessoas estudiosas e científicas. Não se trata
de decorar para que se utiliza uma erva, mas de
fazê-lo de maneira prática, analisando os efeitos
gerados por cada planta e quais outras observa-
ções podem ser acrescidas aos conhecimentos já
consolidados e previamente estudados. É aceitar
a conexão e o estudo das plantas como uma via
de mão dupla e abrir espaço para o reino vegetal
dentro de suas necessidades.

As plantas agem de forma complexa. Por essa

razão, precisamos entender que também traba-
lharão com complexidade em nossas questões,
agindo física, emocional e energeticamente, bem
como mexendo em nossos sistemas imunológi-
co, nervoso e endócrino. Dentro do herbalismo
enxergamos a planta inteira, compreendendo que
algumas coisas que nela residem serão pessoais
na relação desenvolvida com ela e que é preciso
criar essa conexão e conhecimento de como a
mesma age em nossos corpos e no coletivo para
saber como e para que usá-la.

Não obstante, ainda existem componentes que

são gerados pela combinação dos compostos
químicos existentes dentro da planta, ainda que
não tenhamos a capacidade empírica de conhecer
suas origens, colocando de novo a importância de
se olhar para a planta como um todo na hora de
utilizá-la como medicina.

13
 Para tanto, conheça as plantas e conheça o seu corpo. O
que funciona para você pode não funcionar para outra
pessoa, então se atenha ao seu próprio corpo em um
primeiro momento. Mantenha um caderno de anotações
e acompanhe a si mesma(o), registre as experiências que
realizar e as plantas que escolher trabalhar, e como todas
essas percepções interagem. Ouça os pedidos de seu
corpo, tente perceber se existe algum padrão ou se o seu
organismo te notifica sobre alguma necessidade real e
material.

Muitos são os caminhos herbais que podemos seguir

para receber as medicinas que o corpo pede. Algumas
linhas de estudo e relacionamento com esse reino mais
conhecidas são a Ayurveda, a Medicina Tradicional
Chinesa, a Naturopatia e a Bioenergética. Todas têm em
comum a utilização das plantas como base de trabalho,
sendo necessária uma proximidade e identificação pes-
soal com algum destes caminhos, frisando ainda mais a
nossa responsabilidade no que concerne encontrar nossa
própria saúde.

O herbalismo mágico traz o processo da

magia para o processo ativo do trabalho
herbalista:
Além de todo o trabalho com as ervas,
HERBALISMO acrescenta-se o trabalho com divinda-

MÁGICO des, elementais da natureza, essências

energéticas e vibracionais das plantas,
correspondências mágicas, elementais
e astrológicas, bem como a ritualização
dos processos e produtos obtidos.

14
PARA SE
TORNAR
HERBALISTA

15
 O QUE É PRECISO
PARA SE TORNAR
HERBALISTA?

PACIÊNCIA E HUMILDADE ENTENDER

VONTADE
Os processos da natureza levam
tempo, e é preciso aprender a res-
peitá-los e honrá-los.
As medicinas da natureza são, na
maioria dos casos, preventivas. Às
vezes o uso de laboratoriais será
necessário, e tudo bem.
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
Não cair nos terrorismos é impor-
tante para buscar seu próprio co-
nhecimento, mas também é im-
portante ficar atenta.

CIÊNCIA DA
PARTICULARIDADE
É muito comum encontrarmos usos, opiniões e estudos
divergentes, sejam eles por meio de livros, artigos, pes-
quisas ou conhecimento popular. Ouça a todos e veja
o que funciona para você. Sempre se lembre de que

O herbalismo não é uma ciência da certeza, mas da particulari- cada planta, cada corpo e cada prática terá um tempo

dade. Cada corpo funciona de uma forma. Quando houvermos de resposta e que, diferente da medicina convencional,

entendido isso, então poderemos perceber as nuances que a botânica (ou tradicional) funciona de forma menos

cada indivíduo e tratamento pedem. intensa, lenta e geral.

A internet está cheia de informações. Portanto, criar um olhar Isso significa que, ainda que você esteja usando uma

crítico para tudo que lemos é extremamente importante para planta para um tratamento específico, a diversidade

não acabarmos machucando a nós mesmas ou a outras pesso- de componentes presentes nela agirão sobre diversas

as. Sempre pense em termos de saúde: se estamos buscando partes de seu corpo.

melhorá-la, trabalhar de forma mais cautelosa com ervas des- Atenção! Isso não quer dizer que ela sirva para tratar

conhecidas é importante, mas não precisamos ficar excessiva- todas as mazelas, algo que muitos textos alegam para

mente receosas ao nos debruçarmos sobre uma nova aliada. diversas plantas.

16
 JANELA
TERAPÊUTICA
Um conceito importante para nos atentarmos ao começar
nosso trabalho com as plantas é o da JANELA TERAPÊUTICA.

Ela consiste nas dosagens necessárias para uma planta co-

meçar a fazer efeito em um corpo, de maneira generalizada,
e a partir de qual quantidade ela se torna tóxica para esse
organismo.

Também podemos chamar de janela terapêutica as dosa-

gens relacionadas às suas ações em corpos específicos, por
exemplo: “a minha janela terapêutica no que concerne os
efeitos do chá, do café, é de 2 xícaras por dia”.

OBSERVAÇÃO BUSCA DE OLHAR

DA NATUREZA REFERÊNCIAS CRÍTICO

Observe e se relacione com os ciclos das Não precisa de curso, não precisa Não aceite como verdade absolu-
estações, floradas e colheitas, as fases de formação, mas a busca por re- ta todas as informações que che-
da lua e seu efeito em seu corpo e seu ferências é sempre agregadora. É garem até você.
espaço. Fique atenta ao que cresce ao só por meio dela que saberemos Teste. Teste. Teste de novo.
seu redor ou aquilo que lhe chama aten- utilizar bem as plantas.
ção especial. Muitas vezes o fato de de-
terminada planta crescer em uma região
significa que uma doença ligada a ela irá
vir na estação futura.

A curiosidade e mentalidade investigativa serão sempre
algumas das maiores ferramentas de uma herbalista. Como já
falamos anteriormente, o fato de trabalharmos com as plantas
inteiras, sem isolar os seus componentes ativos, faz com que as percep-
ções e resultados possam ser muito diferentes de pessoa para pessoa,
o que gera uma miríade de indicações diferentes, às vezes até mesmo
conflitantes, para a mesma planta.
Vemos exemplos disso para todos os lados: algumas pessoas conside-
ram alecrim uma planta estimulante e vasodilatadora, enquanto outras
utilizam para baixar a pressão. Não cabe a nós dizer quem está certo ou
errado, mas sim nos cercar do maior número de informações possíveis,
tanto externas como de nossa própria percepção, para que possamos
fazer escolhas mais informadas e conscientes. A prática de cruzar nossas
informações durante as pesquisas é muito útil para o estudo de herba-
lismo. Nos faz separar o joio do trigo e encontrar os denominadores em
comum da ação física e energética de muitas plantas.
Por isso sempre insistimos: não baseie suas pesquisas em uma única refe-
rência, beba de muitas fontes, leia artigos científicos, livros de compên-
dios e também publicações de herbalistas na internet. Junte a tudo isso
sua percepção pessoal e encontre a melhor forma de trabalhar com cada
planta.

17
 INSTRUMENTOS
NECESSÁRIOS

BALANÇA / BOLINE / FACA /

MEDIDORES
Para as receitas que exigem maior preci-
são nas proporções (normalmente cos-
méticos e alimentícios) ou para quando
houver a necessidade de replicá-las
de forma fidedigna. Para além dessas
duas necessidades específicas, receitas
prontas são boas para adquirirmos uma
base de conhecimento e prática, mas as
proporções não precisam ser rigorosas
e cientificamente precisas. Cada planta
tem suas particularidades e precisamos
respeitá-las a fim de criar uma medicina
que carregue todo o seu poder.
TESOURA
Pra nós, a principal ferramenta de uma
herbalista! Carregue sempre uma con-
sigo para realizar a colheita de alguma
planta que lhe chamar a atenção em seu
caminho. Já durante o processamento,
sempre que possível, utilize suas pró-
prias mãos para cortar/quebrar as er-
vas, aumentando a conexão pessoal
tanto com a planta quanto com o pro-
duto que estiver sendo preparado.

PILÃO
Para macerar, quebrar, triturar e moer.
Você pode fazer com as mãos ou utilizar
um martelo/colher de pau e um pano
de prato. Se for uma herbalista moder-
na, pode até utilizar o processador de
alimentos ou liquidificador. Contudo o
pilão, além de evitar acidentes, é muito
mais mágico, interessante, e conectivo.
RECIPIENTES DE
VIDRO
Para preparar e armazenar seus produ-
tos e insumos. Evite o uso de plástico
ao máximo: ele libera toxinas e resíduos
(além de contribuir com a poluição).

Outros instrumentos comumente utilizados e facilitam o

trabalho, mas que não são essenciais (de verdade!), são:
Termômetro
Copos de becker
Bowls de aço inox/cirúrgico
Garrafas e vidros de cor âmbar
Coador de voal
Coador de papel
Panela elétrica de cozimento lento (slow cooker)
Tapete/manta térmica
Funil
Bandeja de alumínio/inox telada

18

A partir dessa combinação pode-se fazer: tinturas, glicera-
tos, banhos e escalda pés, incensos naturais, temperos, etc.
As tinturas também podem ser feitas com ervas secas, de-
pendendo do tipo de composto a ser extraído.
Para bases oleosas, de manteiga ou cera, é preciso utilizar
ervas secas ou resinas. Aqui o processo muitas vezes exige
COMO UTILIZAR
AS PLANTAS
No herbalismo tudo é possível, e o limite de pos-
sibilidades de produtos e composições é até onde
sua criatividade consegue alcançar. É possível criar
produtos cosméticos (como óleos para rosto e
corpo, hidratantes, manteigas corporais, sabo-
netes, maquiagem, etc.), fitoterápicos (pomadas,
tinturas, emplastros, cápsulas, óleos e mantei-
gas, infusões, sal com ervas, escalda pés, dentre
outras), culinários (xaropes, bebidas, temperos,
geleias, balas de ervas, dentre outras), mágicos/
energéticos (incensos, velas, poções, óleos de un-
ção, sais, amuletos, patuás, banhos), e mais.
A grande questão para o trabalho herbalista é
entender o suficiente sobre as plantas e ervas a
serem utilizadas para cada preparo: saber quais
partes utilizar, como preparar e processar cada
erva é essencial para estruturar uma base de
conhecimento e possibilitar que sua mente faça as
mais incríveis criações.
Como já dissemos, cada planta e cada componen-
te necessitam de um tipo de extração diferente.
De forma caseira (sem instrumentos laborato-
riais), podemos extrair três tipos de compostos de
nossas ervas: os solúveis em água, em óleos e em
álcoois. Para a extração dos compostos hidrosso-
lúveis, devemos usar solventes com alta compo-
sição de água (mel, vinagre, glicerina vegetal) ou
a própria água em si. Vale lembrar que, se vamos
extrair os componentes hidrossolúveis, essas
plantas precisam estar necessariamente frescas, e
matéria fresca não deve ser adicionada em meios
oleosos pois gera grande proliferação de bactérias
e fungos.
uma temperatura média constante, como é o caso de ex-
trações no óleo com plantas infusionadas, a fim de que ele
penetre melhor nos insumos e extraia mais componentes
das ervas.
Com essas combinações é possível criar: pomadas, tempe-
ros, cremes, loções, bálsamos, velas, sabonetes e óleos.
19
 PARTES DAS
PLANTAS
Podemos plantar e colher ervas de acordo com as partes
que desejamos utilizar e a estação correspondente de maior
poder/energia.
O inverno é a melhor época para se colher raízes, tubérculos
e bulbos, uma vez que a energia da planta está toda dentro
do solo e concentrada nas partes inferiores das plantas, pos-
sibilitando que, quando colhidas, contenham mais nutrien-
tes e energia do que em outros períodos. É também por isso
que as plantas são melhor podadas nessa época.
for seguir pelo caminho mágico, além da permissão, deixe
uma oferenda em agradecimento: pode ser simples e com
o que você tiver à mão, como um fio de cabelo, até oferen-
das mais complexas, como terra preparada, adubo, ou até
mesmo fluidos corporais como sêmen ou sangue menstrual
(vide o movimento de Plantar a Lua). O recado aqui é:
Medite e se conecte à sua região e às
plantas que crescem nela.

Na primavera nós vemos o desabrochar das flores e o

começo da subida dos nutrientes das plantas. Nesse mo-
mento, a energia se concentra no caule, nas folhas que o
rodeiam e nas flores, que possuem, nessa estação, uma
quantidade ainda maior de componentes terapêuticos.

O verão chega e com ele o ápice de energia da planta toda.

A seiva e energia circula livremente, mas está concentrada
nas partes aéreas, sendo a época ideal para colher as folhas,
frutos e flores. Ervas colhidas nessa época estão, assim
como a natureza, em seu momento de maior poder, sendo
excelentes também para o trabalho mágico.
Tabela de correspondência

O outono vem e a seiva torna a descer, estando agora planetária das ervas, por

presente de novo nas folhas, frutos e caule. Essa é a melhor Paracelso

época de se colher folhas, frutos, cascas e resinas. E quando

chega o inverno, tudo começa de novo.

Acompanhando as estações, vemos que podemos estar em

contato com nossa região nos utilizando das medicinas cor-
respondentes à sua floração/amadurecimento. Há uma lei
indígena que diz que “a cura para toda a doença está ao seu
redor”. O que nos rodeia é a medicina de que precisamos, e
aquilo que cresce em sua época natural de amadurecimento
terá mais poder.

Para desenvolver uma relação energética e familiar com a

planta que desejar colher, lhe peça permissão antes de co-
letá-la, e o faça com reverência, respeito e sutileza. Se você Tabela de correspondência
elemental das ervas, por
Paracelso

20
Fluxo da seiva de acordo
com as fases lunares

CHEIA

QUARTO QUARTO
CRESCENTE MINGUANTE

NOVA

21
 O HERBALISMO E
A ALIMENTAÇÃO
Uma das formas mais fáceis de levar o herbalismo para
nossa vida é lembrar que ele parte das plantas, frutas,
legumes, verduras, castanhas e tantos outros botânicos
que fazem parte de nossa alimentação. Não é à toa que
sempre ouvimos que uma boa alimentação é o melhor
remédio e que a saúde começa pela boca. Nossos corpos
consomem vinte e quatro horas por dia tudo que ingeri-
mos ou colocamos sobre a pele. Quando falamos de uma
saúde que parte da alimentação, também falamos de
uma saúde que tem como foco a prevenção de doenças
e a manutenção da vitalidade do corpo, no geral.

Muitas sociedades desenvolveram dietas específicas e

essas sempre estão intimamente ligadas à região, rela-
ção com o corpo, saúde, cultura e plantas regionais. A
ayurveda e a medicina tradicional chinesa são talvez as
duas vertentes mais conhecidas de hábitos alimentares
medicinais. Esses hábitos não se restringem às dietas,
mas envolvem sistemas filosóficos e práticas físicas que
suportam o que é trabalhado na alimentação.

A verdade é que toda alimentação consciente de si é

uma alimentação medicinal, desde que busque pela nu-
trição e manutenção da saúde do corpo. Ler sobre dietas
específicas, o por quê de seus pratos serem considerados
terapêuticos, sobre as propriedades de frutas, legumes e
outros botânicos: tudo isso pode nos trazer ferramentas
sobre como criarmos uma dieta que nos suporte da ma-
neira que desejamos, tratando aspectos específicos de
uma maneira mais holística, inserindo os botânicos nas
suas mais diversas formas, sabores e processamentos em
nosso dia a dia.

Além dos botânicos, frutas e vegetais que podemos in-
cluir conscientemente em nossa alimentação, as bacté-
rias saudáveis também auxiliam profundamente nossos
corpos a funcionar de forma equilibrada. Iogurtes, kefir,
sauerkraut, kombucha, levain e outros fermentados no
geral são ótimas fontes de probióticos - microorganismos
vivos benéficos para a microbiota intestinal - e alimentos
que podem facilmente ser inseridos em nosso cotidiano a
fim de cuidar de nossa saúde.
Os prebióticos, por outro lado, são os
alimentos que estimulam a proliferação de determina-
dos microorganismo benéficos que já existem em nosso
sistema, sendo também um ótimo acréscimo em nossas
refeições. Alguns exemplos são a banana, repolho, melão,
cereais integrais e cebola.

22
PROCESSOS DE BENEFICIAMENTO
E CONSERVAÇÃO

Assim como trabalhamos com os ciclos da natureza, respeitando as estações e nos beneficiando de tudo
aquilo que a Terra nos oferece em cada uma, também entendemos que, muitas vezes, as medicinas de que
necessitamos não estarão disponíveis quando precisarmos delas. É antigo o costume de secar, desidratar,
salgar e buscar outras formas de conservação dos alimentos e botânicos para consumo posterior.
Aqui iremos listar os principais métodos utilizados dentro do herbalismo.

SECAGEM /
DESIDRATAÇÃO
A secagem é um dos processos mais antigos utilizados pelo homem na conservação de ervas e alimentos. Esse
processo diminui a umidade da planta, retirando boa parte da matéria líquida e aquosa e criando condições
desfavoráveis para o crescimento microbiano no botânico.
Pode ser realizada de forma natural - deixando as plantas em contato com a luz solar e circulação de ar/vento
pelo tempo necessário para que a planta seque -, ou artificial. A secagem artificial é chamada de desidratação,
e é realizada com a utilização de fontes de calor e ar combinadas (desde uma fogueira e um abanador até o
forno convencional semi aberto ou um desidratador - forno próprio para este fim).

CURA

O processo de cura elimina a aspereza no sabor e no aroma das ervas, além de melhorar a potência dos prin-
cípios ativos da planta. Durante o processo, os açúcares e o amido são convertidos pela planta em outras
moléculas, resultando no aumento dos princípios ativos finais. A cura é feita com o máximo de ausência de ar
e luminosidade: é necessário colocar o máximo possível da erva em um pote de vidro escuro e bem vedado e
mantê-lo armazenado em local escuro por no mínimo 1 mês, fazendo a troca de ar de forma esporádica. Para
saber se a erva está curada, é necessário testar: dobre um dos ramos e observe como ele quebra. Ele precisa
estar quebradiço, mas não pode estar frágil. Ao quebrá-lo, as duas partes precisam separar-se facilmente. Os
botões devem estar bem secos, mas não quebradiços.

CRISTALIZAÇÃO E
SALGA
A cristalização é o processo de substituir a água dos botânicos por açúcar. É comumente utilizada para a con-
servação de frutas, e sua realização consiste em cobrir ou mergulhar as frutas com açúcar e deixá-las repou-
sando até que estejam “desidratadas”.
A salga, por sua vez, é esse mesmo procedimento realizado com o sal em vez do açúcar. Em ambos, a pressão
osmótica do alimento aumenta, impedindo a proliferação de microorganismos.

23
 PROCESSOS DE BENEFICIAMENTO
E CONSERVAÇÃO
FERMENTAÇÃO

Ao contrário das técnicas anteriores, das quais

o principal objetivo é impedir a atividade me-
tabólica de microorganismos através da exclu-
são da água, a fermentação tem como principal
objetivo o cultivo controlado de microorganis-
mos presentes ou inoculados nos alimentos:
esses microorganismos, que não são nocivos à
saúde, se reproduzem e impedem a prolifera-
ção dos patógenos, protegendo assim o meio
de conservação. Há tantas técnicas de fermen-
tação quanto bactérias e fungos atuantes nes-
se processo, então é necessário compreender
qual fermentação é desejada para descobrir
como realizá-la.

OXIDAÇÃO

A oxidação é uma reação química natural que ocorre quando as substâncias de uma erva ou alimento entram
em contato com o oxigênio. O exemplo mais clássico é o da maçã que, quando aberta, começa a escurecer.
Esse processo altera a estrutura molecular dos botânicos, ocasionando em alterações de textura, sabor e pro-
priedades. O processo consiste em manter as ervas em ambiente com temperatura e umidade controladas e
ligeiramente elevadas, por horas ou dias, dependendo do nível de oxidação desejado. É comum em processa-
mentos da planta Camellia sinensis, para a produção dos diferentes tipos de chá.

VAPORIZAÇÃO OU
WOK
Esse processamento tem a intenção exclusiva de desnaturalizar as enzimas das folhas, interrompendo o pro-
cesso de oxidação das plantas. Em uma panela Wok ou vaporizador de ervas, as folhas são colocadas e revol-
vidas regular e gentilmente por um curto tempo.

ENROLAMENTO OU
CORTE
Processamento comum na produção de chás, pode ser aplicado em quaisquer ervas. Consiste no corte em ta-
manhos/formatos específicos ou no enrolamento das folhas. Em ambos os métodos, as células das folhas são
rompidas, desenvolvendo o sabor do chá.

24
 FORMAS DE
EXTRAÇÃO DE
COMPONENTES
Os Métodos de Preparo são as formas como extraímos os componentes e princípios ativos de cada botânico. Cada método
tem suas particularidades, cada botânico tem sua extração favorecida por um ou outro método. Conhecê-los, estudar e pra-
ticar é essencial para descobrir e entender qual técnica utilizar para cada objetivo.
A seguir, listamos os principais métodos que utilizamos e conhecemos:

DECOCÇÃO INFUSÃO

Utilizada para raízes, cascas e frutos duros, é a forma de extração
mais agressiva, mas também a mais potente para esses materiais.
É feita adicionando a planta ao solvente escolhido (normalmente
água) e fervendo a mesma por um período que pode variar de
minutos a horas, dependendo do material e da quantidade de ex-
tração desejada.
É o ato de verter um líquido qualquer dentro de um recipiente
com algo dentro.
Aqui, trata-se da imersão do botânico no meio de escolha, pelo
tempo necessário para que a infusão fique pronta. É normalmente
feito com folhas e flores e pode ser feita com diversos solventes.
As infusões mais comuns são feitas em água, álcool ou óleo e po-
dem ser feitas a quente ou a frio.

CHÁ, INFUSÃO OU INFUSÃO SOLAR

TISANA? OU LUNAR
Esse é um ponto que sempre gera dúvidas e confusões As infusões solares e lunares são infusões comuns, normalmente
dentro do herbalismo e do mundo dos chás e infusões. a frio, e que são polarizadas ou lunarizadas, ou seja, recebem a
Mesmo com a definição colocada aqui, ainda há quem defi- incidência da luz do sol ou da lua para que o líquido receba suas
na de formas diferentes. Esta explicação é a que encontra- energias e vibrações. Enquanto a infusão solar capta luz e calor,
mos de forma mais recorrente: sendo possível inclusive aliar a cromoterapia ao processo, a infu-
são lunar recebe as cargas energéticas da fase da lua.
O líquido resultante da infusão ou decocção de ervas na
água pode receber três nomes: chá, infusão ou tisana.
Enquanto o chá é o nome do líquido originado da planta
do chá (Camellia sinensis), a infusão e a tisana significam
praticamente a mesma coisa: o líquido originado da infusão
de uma ou mais ervas e/ou partes de ervas juntas.

Pronto, agora chega de confusão!

25
 FORMAS DE
EXTRAÇÃO DE
COMPONENTES
MACERAÇÃO
Trata-se de extrair os componentes da planta por um método fí-
sico e depois químico. Primeiro abre-se a superfície de contato
da planta, forçando a saída dos componentes de dentro da cé-
lula. Esse processo pode ser feito com um pilão, com as mãos,
faca/tesoura ou um processador. Depois, a planta é colocada na
água, álcool, glicerina ou qualquer outro solvente para extração,
deixando pelo tempo necessário para que o extrato fique pronto.
VIBRAÇÃO
A vibração é o método de extração energética das plantas, bo-
tânicos e outros elementos da natureza. Seu processo consiste,
resumidamente, no contato ou aproximação daquilo que se de-
seja vibracionar (água, ou um óleo, por exemplo) com o elemento
que irá ceder essa energia. É o método utilizado na produção de
florais e águas energizadas com cristais.
TEM MAIS!
No final dessa apostila você encontra todos os compêndios de ervas
e suas correspondências fitoterápicas e mágicas, nossas principais
referências e nossa sugestão de diário de anotações. :)
26
PRENSAGEM
É o método de extração de óleos de sementes, frutas e nozes. A
prensagem pode ser quente - fazendo a prensa da matéria com
uma fonte de calor, o que faz extrair mais óleo, mas também gera
mais resíduos e impurezas - ou fria, quando a matéria é moída e
triturada, forçando o óleo para fora. O procedimento a frio produz
óleos de qualidade superior, com altos níveis de pureza, preser-
vando as propriedades naturais dos botânicos.
DESTILAÇÃO
É o processo utilizado para a produção de óleos essenciais. Na
destilação a matéria-prima recebe uma corrente de vapor, ocor-
rendo a difusão dos óleos essenciais. Os óleos voláteis e a água
são condensados e, devido à diferença de densidade ,são separa-
dos por decantação, gerando o óleo essencial e o hidrolato.
A MAIOR
FERRAMENTA
DA BRUXA É
A INTENÇÃO
INC LUI NDO A MAGI A N O
PR O CESSO H ERBA L IS TA

27
 O QUE É
MAGIA?
Magia, da forma que compreendemos e aplicamos em
nossas práticas, é a manipulação consciente de energias,
intentos e variáveis para a obtenção de um objetivo.
Assim sendo, entendemos a magia como um processo
estruturalmente mental e a intenção como a forma de
focalizar essas energias. O processo mágico pode ser tão
simples quanto uma meditação focalizada, decreto ou
afirmação, ou tão complexo quanto um feitiço tradicional
com inúmeros ingredientes.

Mas então por que realizamos feitiços,

rituais e consagrações? Por que utili-
zamos ervas, cristais, aromas e divin-
dades em nossas práticas?

A resposta é simples e complexa: ao mesmo tempo que

entendemos que, sim, a magia é um processo funda-
mentalmente mental e a intenção é, no final das contas,
a maior ferramenta de uma bruxa, também sabemos que
nossas mentes não são tão treinadas a ponto de realizar
feitos mágicos apenas com o intento. Nos apoiamos nas
energias e práticas ancestrais que, por terem sido repeti-
das por inúmeras gerações de praticantes, criaram aquilo
que chamamos de egrégora.

Egrégoras são energias poderosas e uma bruxa cons-

Uma egrégora nada mais é do que
a força espiritual criada a partir da
soma de energias coletivas, físicas,
emocionais e/ou mentais.
ciente sabe utilizar-se das mesmas para dar ainda mais
potência aos seus trabalhos. Contudo, a magia não é
feita apenas de uma junção de ingredientes ou energias,
como uma receita de bolo.
Magia requer INTENÇÃO e ATENÇÃO

Uma das práticas mais importantes desse processo é a

Egrégoras poderosas são criadas por dezenas de ge-
meditação e a capacidade de concentração. Realizar um
rações trabalhando com uma energia, divindade, erva,
feitiço sem colocar ativamente seu intento e estar pre-
cristal, focalizando seu uso, culto ou trabalho em uma
sente de corpo e alma durante o processo é como jogar
ou mais características principais. Quando dizemos que
uma bola de boliche em direção aos pinos sem olhar para
a rosa é uma flor poderosa para o trabalho com o amor,
onde está indo. Existe sim, uma probabilidade de seu
entendemos que essa flor tem sido utilizada para esse
trabalho dar frutos, mas é infinitamente mais difícil.
propósito por tantos anos e tantas vezes, que ela já
possui em si, de forma latente, essas energias sutis.

28 28
 O PAGANISMO E
A BRUXARIA
A bruxaria é um conjunto de crenças e práticas centradas na adoração
e celebração da natureza e seus ciclos, na compreensão das energias
duais da natureza em suas representações masculinas e femininas e no
reconhecimento da Deusa como figura central de sua mitologia, repre-
sentada como a própria natureza que se transforma mas nunca morre.

A bruxaria como entendemos hoje se enquadra dentro do guarda-

chuva das religiões neopagãs, que bebem da fonte do paganismo origi-
nal pré-cristão e buscam adaptá-lo às necessidades do mundo moderno
enquanto alimentam suas raízes tradicionais.

Paganismo foi um termo criado pelos romanos para designar todas as

pessoas que viviam fora do escopo das religiões urbanas. Paganus signi-
fica simplesmente “que vem da terra/campo” e era comumente utilizado
para descrever os camponeses e pessoas que viviam em áreas rurais e
que ainda se conectavam - devido às suas práticas agrícolas - com as
divindades e os ciclos da natureza. Ainda hoje é um termo utilizado para
referenciar tradições religiosas politeístas.

A BRUXARIA E A
WICCA
Durante a década de 50 Gerald Gardner, um estudioso das religiões
originárias da Grã-Bretanha, criou e formatou a Wicca. De acordo com
Gardner, a Wicca foi criada a partir dos princípios celtas pré-cristãos,
suas celebrações agrícolas e sazonais e suas divindades. Apesar de
reconhecermos a importância da Wicca como porta de entrada para o
neopaganismo moderno e a vertente de muitos dos praticantes, hoje
entendemos que ela não se trata de uma religião reconstrucionista (uma
religião tradicional sendo revivida em tempos modernos), mas sim uma
amálgama de práticas folclóricas, ocultistas e ritualísticas, com suas leis
e dogmas particulares.
Nos anos 80 e 90 a Wicca se popularizou e tornou-se referência em
questões voltadas à bruxaria moderna. Ainda hoje algumas pessoas
insistem que a Wicca e a bruxaria moderna são sinônimos porém, como
praticantes de bruxaria natural que não subscrevem a particularidades
Gerald Gardner, fundador
e dogmas wiccanianos, nós discordamos. A Wicca é uma religião rica e
da Wicca
extremamente respeitada, mas não abarca todas as práticas do paga-
nismo e bruxaria.
29
 ALTA MAGIA E
BAIXA MAGIA
Existem dois conceitos muito importantes ao se falar so-
bre trabalho mágico: a alta magia e a baixa magia. São duas
perspectivas diferentes, possivelmente complementares e
igualmente poderosas.
A alta magia tem suas origens na magia cerimonialista
Europeia, muitas vezes fortemente baseada nos conceitos
da Mística cristã. Ordens como a Rosacruz, a Maçonaria, o
Hermetismo e a Gnose praticam a alta magia. Praticantes
dessa vertente costumam basear seus trabalhos mágicos em
contato com seres não encarnados, demônios, divindades,
anjos ou guias. Normalmente trabalham em ordens iniciáticas
hierárquicas e seguem sistemas de estudo tradicionais.
Já a baixa magia, como o próprio nome indica, não está tão
ligada aos mais altos níveis de evolução espiritual. A baixa
magia trata muito mais das questões terrenas e seu poder
não vem de entidades não corpóreas, mas sim da natureza ao
nosso redor. Praticantes de baixa magia são mais comumen-
te solitários, desenvolvem suas próprias crenças e dogmas
pessoais, e tratam da magia como algo intrínseco e natural a
todo ser humano. A baixa magia pode também ser chamada
de feitiçaria: as práticas comuns de manipulação física e ener-
gética apoiadas pela utilização de elementos naturais e poder
pessoal.
É muito comum hoje em dia que os praticantes de bruxaria
não se atenham exclusivamente à prática da alta ou baixa ma-
gia, mas sim que se utilizem de seus sistemas de acordo com
seus propósitos específicos.

A bruxaria pode ser considerada um caminho religioso ou um conjunto de práticas

de manipulação física e energética. Esse segundo conceito, muitas vezes co-
nhecido como feitiçaria, é aproveitado por todas as tradições espirituais de uma
forma ou de outra. Exemplos comuns que podemos ver em nosso dia a dia são as
bênçãos de pessoas ou objetos, os sacramentos ou as consagrações, as repetições
afirmativas de mantras e orações em rosários e japamalas, os batismos ou purifi-
cações, dentre tantos outros.

Exemplos de altares de ritos

de Alta Magia e Baixa Magia

30
VAMOS FALAR
SOBRE INTENÇÃO
A gente sempre diz:

“a intenção é a maior ferramenta de

uma bruxa”.

Essa afirmação vem de acordo com o primeiro princípio

hermético e é uma das maiores leis que regem nossa
existência: o universo é mental. Nossa capacidade inten-
cional possui o poder de alterar realidades - isso é magia.

Quando trazemos o foco para intenção e a consideramos

como o maior ingrediente para realização dos processos
mágicos, estamos dizendo que de nada adianta seguir-
mos feitiços complexos, juntarmos dezenas de ervas
e executarmos movimentos coreografados se a nossa
intenção e atenção não estiverem conosco.

A feitiçaria não se realiza como uma

receita de bolo. Precisamos estar pre-
sentes, conscientes e atentas, focan-
do nossa energia em cada etapa do
processo se desejarmos que ele seja
efetivo.

enquanto estou executando-o. Esse é apenas um dos

De acordo com o princípio de que a intenção é uma das
principais ferramentas para o nosso processo de feiti-
çaria, devemos sempre levar em consideração nossas
percepções, compreensões e vivências durante a criação
e execução de feitiços.
Por exemplo: um feitiço para amor pode tradicional-
mente utilizar rosas vermelhas, já que esta é uma planta
consagrada a muitas Deusas do amor e carrega suas
energias. Acontece que se eu possuo uma experiência
pessoal que afeta minha percepção da rosa vermelha
como uma flor amorosa, isso com certeza irá afetar
o meu feitiço, pois irá afetar meu estado emocional
exemplos através dos quais podemos utilizar nossa intui-
ção dentro da magia.
As classificações herbais tradicionais existem para nos
ajudar a perceber as energias latentes presentes nas
plantas e reforçadas por inúmeras gerações. Porém nada
será mais forte do que nossa percepção pessoal, essa é
capaz de superar até mesmo as egrégoras mais podero-
sas.
Por isso, se empodere sua prática mágica, mesmo que
utilize feitiços prontos ou tradicionais, adicione sua intui-
ção e suas vivências nesses processos e eles serão ainda
mais poderosos.

31
 COMO UTILIZAR A MAGIA
NO HERBALISMO
As ervas e botânicos são aliados das bruxas e mulheres sábias
desde que o mundo é mundo. Utilizadas não apenas para fins
medicinais, estando muitas vezes a anos luz da compreensão
da medicina ocidental, mas também de forma sutil e mágica.
Bruxas e plantas caminham juntas e sempre caminharão.
Quando adicionamos o poder das plantas aos nossos rituais,
feitiços ou intentos, estamos comungando de sua energia,
egrégora ancestral e poder. Essa é uma relação de extremo
respeito, acima de tudo.
Você pode trazer aspectos mágicos para muitas fases do seu
trabalho com o herbalismo, como por exemplo na escolha
das ervas, buscando correspondências energéticas, mágicas,
planetárias, astrológicas ou elementais que possam auxiliar
no processo físico.
Se for colher ervas frescas para o trabalho sempre busque se
conectar com o espírito daquela planta, pedir sua permissão e
bênção para seu trabalho ou intento, e agradecer ou oferecer
32
algo como troca. Passe um tempo com a planta viva, expli-
que-lhe por que está sendo colhida, peça sua permissão e só
colha aquilo que for usar.
Você pode, também, escolher o melhor momento para colher
suas ervas, buscando as correspondências das efemérides
astrológicas, as fases da lua que estão de acordo com o seu
propósito, as horas ou dias da semana tradicionalmente rela-
cionadas aos planetas ou divindades.
Se for utilizar ervas secas, compradas ou processadas, busque
a melhor procedência possível - de lugares com alta rotativ-
idade de produtos (esses lugares têm o estoque renovado
mais rapidamente, garantindo a aquisição de ervas mais
novas), que sejam os responsáveis pelo beneficiamento, ou
de procedência orgânica - e também realize algum tipo de
conexão ou meditação com as mesmas, pois sua energia
ainda permanece.
Tabela de horário planetário
 Durante o manuseio e preparo com ervas (ou
com qualquer outra coisa, a regra vale pra qual-
quer manipulação), a magia também pode estar
presente. Podemos purificar energeticamente as
ferramentas de trabalho através de defumações,
por exemplo, livrando esses instrumentos de
qualquer influência externa anterior que possa
interferir nesse novo processo. Podemos traçar
algum espaço sagrado (como um círculo mágico,
por exemplo) durante o preparo, ou escolher a
melhor hora/dia para a realização.
Muitas bruxas mexem suas poções no sentido
dextrógiro (horário), quando desejam atrair ener-
gias - em trabalhos para atrair prosperidade ou
amor, por exemplo - e no levógiro (anti-horário)
para banir energias, como medos, dúvidas ou
qualquer energia indesejada.

Uma outra forma de adicionar mais magia é

consagrar seus preparos herbais. Falaremos mais
sobre as razões para a consagração e alguns
métodos um pouco mais adiante.
Por agora basta dizer que:

consagrar é tornar algo sagrado:

transformar algo mundano em
algo mágico, adicionar as ener-
gias de divindades ou elementos
para potencializar seus intentos.

No final desta apostila deixamos algumas classificações mágicas e energéticas de ervas e botâni-
cos para suas práticas. Queremos, no entanto, frisar que o mais importante é que essas atribuições
sirvam para facilitar e não limitar seus trabalhos. Como dissemos, existe um poder inerente, uma
egrégora tradicional presente nessas plantas, mas de nada adianta você usar uma erva tradicional
sem se relacionar com essa energia em um nível mais profundo. Ainda no exemplo da Rosa:

Vamos supor que a sua experiência com essa planta de nada tenha a ver
com amor e que você a relacione, por exemplo, com morte e funerais, a
ponto de o simples aroma das rosas já te transportar para esse local emo-
cional. Nesse caso seria muito mais produtivo buscar uma planta que não
traga uma correspondência tão poderosa e distinta do seu propósito.

Sempre inclua você - suas percepções, emoções, memórias e

associações - no processo mágico.

33
 O SISTEMA DE CHACRAS
Os chakras são centros de energia que existem em diferentes locais de nossos corpos físico, emocional, mental e energético,
conectando-os. Eles dão manutenção a determinadas energias e vibrações que contribuem para nosso equilíbrio geral. Não
são apenas sete (os tradicionais que sempre são representados), mas muitos, porém falaremos apenas dos mais trabalhados.
Ao longo da espinha dorsal nós temos os seguintes centros energéticos:
CHACRA SACRAL (SWADISTHANA) CHACRA BÁSICO/RAIZ (MULADHARA)
Responsável pela sexualidade, libido e criatividade. É a fonte de nossa
energia vital e está vinculado ao prazer e bem-estar geral, auxiliando
a aproveitar e gozar da vida, atravessando e equilibrando nossas má-
goas, culpas e ressentimentos. Usa-se a calêndula, manga, laranja, ma-
mão e gardênia. Corresponde aos órgãos reprodutores, bexiga, rins e
glândulas linfáticas.
34
CHACRA CORONÁRIO (SAHASHARA)
Esse é nosso centro de conexão com o divino, local de transcendência e traba-
lho onírico. Regula a inspiração, esperança e conexão com o coletivo. O lótus é
sua planta mais tradicional. Outros botânicos que também podem ser utiliza-
dos são: lavanda, sálvia, camomila, violetas e amoras. Corresponde à glândula
pineal e ao sistema nervoso central e autônomo.
TERCEIRO OLHO (AJNA)
Aqui reside nossa intuição, clarividência, abertura de mente. A polaridade
mental entre o intuitivo e o racional faz com que nossa consciência aqui es-
tabelecida lide com os tópicos vinculados ao cinismo, conexão mente e corpo
e o processo de entrega e desenvolvimento de nossa intuição. Também diz
respeito aos sonhos, o lúdico e a imaginação. Usa-se a lavanda, artemísia, ju-
nípero, amoras, sálvia e uvas. Corresponde à hipófise, ao sistema endócrino, à
área craniana superior, olhos e ouvidos.
CHACRA LARÍNGEO (VISHUDA)
Esse centro é a fonte de nosso poder de comunicação, expressão e liberação
emocional. Mantê-lo equilibrado permite que tenhamos uma voz no mundo e
que saibamos comunicá-la com sabedoria. Botânicos de cor azul, como mirtilo
e zimbro, podem servir para ajudar a equilibrar esse centro, bem como o trevo
vermelho, hortelã e melissa. Corresponde à tireoide, nariz, aparelho respirató-
rio, traqueia, esôfago, cordas vocais, laringe e sistema linfático.
CHACRA CARDÍACO (ANAHATA)
É responsável pelo equilíbrio das energias vinculadas ao amor, perdão, com-
paixão e conexão com o outro. Trata de nossa abertura emocional para conos-
co e com o mundo. Para equilibrar esse centro nos utilizamos de alimentos
e ervas que trabalhem diretamente com o sistema cardíaco, tais quais: rosa,
kiwi, cacau, maçã e pimenta caiena. Corresponde ao coração, timo, sistema
imunológico, respiratório e circulatório.
PLEXO SOLAR (MANIPURA)
É a casa do ego e também por onde nos relacionamos com o outro. Esse
chakra se relaciona com poder pessoal, realização e expansão, tratando de as-
suntos como vontade, egoísmo, humores, raiva e satisfação pessoal. Usa-se
ervas e alimentos amarelos, como banana, bergamota e gengibre, bem como
comidas picantes e outros botânicos que aceleram o metabolismo e/ou aju-
dam na digestão (canela, alecrim, pimentas no geral). Os órgãos vinculados a
esse chakra são: estômago, musculatura abdominal, fígado, vesícula, baço e
pâncreas.
Esse centro é responsável por nossa sensação de segurança, proteção e ater-
ramento, regulando aspectos que giram em torno do medo e coragem, ins-
tintos, senso de sobrevivência e funções básicas (comer, dormir, beber, sexo,
etc). Botânicos indicados para equilibrar esse chakra são raízes e tubérculos no
geral (batata, gengibre, raiz de dente de leão), bem como alimentos ou ervas
de cor vermelha (morango, beterraba, amora, hibisco). Os órgãos vinculados a
esse centro são: glândulas supra-renais, coluna vertebral, rins, ossos, dentes,
intestino grosso, ânus e reto.
CONSAGRANDO
E RITUALIZANDO
SEU PRODUTO
HERBALISTA

35
 CONSAGRANDO
SEU PRODUTO
Como dito anteriormente, consagrar quer dizer
tornar algo sagrado. É uma prática muito comum
em diversas religiões e espiritualidades e temos
um apreço muito especial por ela dentro da Bru-
xaria. Quando consagramos algo, transformamos
aquilo que poderia ser considerado mundano em
muito mais: incorporamos o elemento divino e
espiritual, tornando nosso trabalho muito maior
do que a soma de suas partes.

Comumente, bruxas consagram seus instrumen-

tos de trabalho mágico (caldeirões, varinhas,
athames, tarots, cristais, etc) para seus propósitos
específicos. Isso significa que esses objetos agora
só devem ser utilizados de forma sagrada, em
trabalhos mágicos ou devocionais. Para bruxas
que trabalham com divindades é também comum
consagrar algo para seu(s) Deus(es) e Deusa(s)
de culto. Isso pode ser feito pedindo por uma
bênção da Deusa ou Deus em questão para o seu
propósito, feitiço ou medicina, ou consagrando
algum objeto, instrumento, alimento (realmente,
qualquer coisa que você queira e sinta) para que
só seja utilizado em momentos de comunhão ou
devoção com aquela divindade .

Como tudo na bruxaria, existem tantas formas de

realizar uma consagração quanto existem prati-
cantes. Não existe um jeito certo ou errado de se
consagrar algo: quando temos a compreensão
do processo e sua finalidade, podemos adaptar o
rito de acordo com a nossa visão. Traremos três
opções básicas e mais tradicionais de consagra-
ção, mas indicamos que você as realize da forma
que sentir mais confortável, com suas próprias
palavras, adaptando o que seja necessário para
atender suas necessidades.

36
 CONSAGRAÇÃO
PELOS
ELEMENTOS
Essa é uma das consagrações mais básicas e abrangentes e é muito
utilizada por diversas linhas da bruxaria moderna. Ela permite que você
consagre algo sem necessariamente limitar ou focalizar o propósito da-
quilo de acordo com uma divindade ou intenção.
Você pode, sim, consagrar algo para algum elemento específico como
oferenda ou como forma de conexão com o mesmo, mas também, ao
consagrar para todos os elementos, você traz a energia da adoração da
Natureza e dos poderes criativos do planeta em que vivemos.
A seguir, um exemplo de ritual:

Tenha representações dos quatro elementos, Por exemplo:

quantas quiser: “Eu chamo aqui os poderes e os espíritos elementais ar.
Peço que estejam aqui presentes e abençoem essa medi-
Para o Ar pode-se usar incenso, penas, sinos,
cina com seu poder de (aqui você pode inserir os atribu-
flautas, sons, sopros, músicas, mantras, palavras
tos ligados ao ar que você deseja) e torne-a sagrada”.
de poder ou livros.

Para o Fogo traga velas, pedras vulcânicas, cris- Algumas atribuições comuns aos elementos são:
tais vermelhos ou laranjas ou carvões em brasa.

Para a Água use cálice com água, conchas, peixes, Ar: movimento, leveza, ritmo, criatividade, inte-

cristais azulados, sons de água correndo ou mar. lecto, desprendimento.

Para a Terra traga alimentos, flores, folhas, ga- Fogo: transformação, iluminação/luz, calor, clara

lhos, pedras, plantas vivas ou sementes. visão

Água: intuição, sabedoria, emoção, sentimentos,

Monte um altar com os quatro elementos da forma que fluidez, formação/molde

sentir mais agradável. Se quiser demarcar os quadrantes Terra: estrutura, força, resiliência, resistência,
dos elementos de acordo com as direções cardinais as abundância, cura, estabilidade
correspondências são:

Você pode passar o tempo que quiser em cada elemento,

Ar no Leste, Fogo no Sul, Água no oeste e Terra no Norte.
chamando sua presença, sentindo suas energias, imbuin-
do seus poderes naquilo que deseja consagrar. Depois
Pegue seu produto, medicina ou objeto e o posicione
de passar pelos quatro elementos, segure novamente o
no centro do círculo. Medite, se concentre, traga sua
objeto perto de si e diga algo como:
energia e atenção para o momento presente, para o seu
corpo e para o trabalho que vai realizar. Esse é um dos
“Eu (seu nome) decreto agora que essa medicina está
passos mais importantes, então tome o tempo necessá-
consagrada pelos poderes da Natureza e seus elementos.
rio aqui.
Que assim seja e assim se faça”.

Quando estiver pronta(o), pegue o objeto a ser consa-

Despeça-se dos elementos, agradeça suas bênçãos e
grado nas mãos e passe-o por cada um dos elementos,
poder.
chamando suas presenças, atributos e bênçãos.

37
 CONSAGRAÇÃO
POR ENERGIAS E
EMOÇÕES

Você pode também buscar alguma energia que esteja querendo tra-
balhar e consagrar sua medicina especificamente para esse propósito.
Nessa consagração os processos são bem mais intuitivos e você pode
buscar correspondências tradicionais para trazer essas energias ou utili-
zar aquilo que as desperta em você em um sentido mais pessoal.
Abaixo apresentamos uma sugestão de como fazer:

Vamos dizer que consagraremos uma medicina para o Amor. Traga ervas e botânicos para essa energia (vide com-
pêndio em anexo), cristais como quartzo rosa, rodocrosita e água marinha, velas cor de rosa ou verdes e aromas
de flores ou adocicados.

Monte seu altar intuitivamente e posicione sua medicina no centro. Medite, traga sua atenção para o momento
presente e busque sentir a energia do Amor dentro de seu corpo. Sinta o Amor vibrar em todo o seu ser, até que
você esteja completamente tomada(o) por ele. Então, invoque sua presença dizendo algo como:

“Eu (seu nome) chamo aqui a energia do Amor. Que o Amor esteja presente e integre esse espaço, trazendo seu
poder para essa medicina que hoje consagro. Que toda vez que eu a utilizar esteja em contato com a energia do
Amor e possa senti-la fluindo em mim e em tudo que me cerca. Que assim seja e assim se faça”.

Pegue sua medicina nas mãos e traga-a de encontro ao seu coração ou imponha suas mãos sobre a mesma e sin-
ta toda a energia que chamou impregnando sua medicina. Tome o tempo que precisar nesse momento.

Depois disso agradeça a energia que chamou e despeça-se da mesma com igual respeito.
Use sua medicina sempre que quiser acessar essa energia, trabalhar ou honrar a mesma.

38 38
 CONSAGRAÇÃO
PELAS
DIVINDADES
Se você trabalha ou tem interesse de trabalhar com Deusas e/ou Deu-
ses, a consagração para divindades é bastante utilizada e com bons
resultados. Escolha uma divindade com a qual tenha afinidade ou culto,
pesquise sobre ela, trabalhe magicamente com ela e consagre suas
medicinas para ela.
Para isso, busque montar um altar simples com representações da
Deusa ou Deus escolhida(o). Inclua símbolos, oferendas, cores e aromas
tradicionalmente relacionados a essa divindade, ou que você sinta que
se encaixam com a energia dela e/ou seu propósito.
Veja nossa sugestão:

Vamos usar como exemplo uma deusa muito conhecida e adorada:

Afrodite. Um altar para essa deusa poderia conter uma imagem da mes-
ma, flores - como rosas ou margaridas -, conchas, símbolos do elemento
água, aromas como baunilha, canela ou rosas vermelhas, velas cor-de-
-rosa, azul claras ou vermelhas.

Monte seu altar de acordo com as correspondências que pesquisou e

intuiu e coloque no meio aquilo que deseja consagrar. Traga sua atenção
para o momento presente, centre-se, medite, aterre suas energias.
Depois, faça um chamado para a divindade que irá trabalhar da forma
que preferir. Você pode usar seus atributos ou títulos tradicionais ou
seguir sua intuição. Por exemplo:

“Afrodite, Senhora nascida do mar, Deusa do Amor, da beleza e da

sensualidade. Filha do tempo e das águas, a mais bela das Deusas, eu
chamo aqui sua presença para que venha abençoar meus trabalhos e
propósitos. Traga sua energia de amor para minha medicina, que sua
força esteja presente neste objeto e que, através de seu poder sagrado
eu possa acessar o seu Amor. Que assim seja e assim se faça”.

Pegue seu objeto nas mãos, imagine a energia da deusa fluindo para
dentro dele e impregnando-o por completo. Agradeça e se despeça da
deusa com a mesma reverência com que a chamou.

39
 CARREGANDO
SEUS
PRODUTOS
O ato de carregar, diferente da consagração, pode ser feito diversas
vezes, com o intuito literal de carregar com alguma energia específica o
seu produto, instrumento ou objeto.

Costumamos utilizar alguns métodos comuns e ancestrais para essas

práticas. Podemos carregar algo com a força da lua (preferencialmen-
te cheia, mas pode variar de acordo com o seu propósito) deixando-o
tomando um banho de lua durante a noite; com o sol da mesma forma;
podemos carregar com a energia de cristais, posicionando o que dese-
jamos em cima de algum cristal poderoso ou criando uma mandala ao
redor; ou carregar com as nossas intenções, em meditação ou atenção
focada.

O ato de carregar pode ser feito periodicamente - a cada lua cheia, por
exemplo - ou sempre que você sentir necessidade. E, como tudo dentro
da bruxaria e feitiçaria, pode ser tão simples e direto, ou complexo e
ritualístico quanto você desejar.

PURIFICAÇÃO
É bastante comum em tradições mágicas o costume de purificar os
itens, instrumentos e/ou ingredientes que serão utilizados magicamen-
te. Isso é feito para que todas as energias acumuladas que não estão de
acordo com o seu propósito e que porventura estejam presentes sejam
limpas e não influenciem em suas intenções.

Existem diversas práticas comuns de purificação, mas uma das mais

utilizadas é a defumação: Usando a queima de alguma erva, resina ou
incenso, passe aquilo que deseja purificar através da fumaça gerada, vi-
sualizando todas as energias ali impregnadas se dissipando no processo.

Outro elemento comum usado para purificação e limpeza é a água:

Lave, espirre água ou deixe debaixo da chuva para que a mesma faça o
trabalho. Se não puder realizar algo externo, lembre-se sempre que a
intenção é a sua maior ferramenta. Medite, visualize as energias impreg-
nadas e assopre-as embora, dissolva-as com o poder da sua mente ou
apenas decrete que se vão e não influenciem em seus trabalhos.
40 40
 A MAGIA E AS
FASES DA LUA
Uma das principais formas de potencializar nossos trabalhos mágicos é alinhá-los com o astro mais próximo do nosso planeta e
que mais influencia nossas energias e vidas na Terra: a Lua. Ao trabalharmos com as energias das fases da Lua em concordância
com nossas intenções, podemos sentir sua energia nos apoiando, e assim realizamos trabalhos extremamente poderosos. Nossos
ancestrais marcavam o tempo através das fases e ciclos da Lua e, ainda hoje, muitas pessoas se guiam pelo seu movimento.
LUA CRESCENTE
A lua crescente traz consigo as energias dos inícios,
da criatividade e da expansão. É um bom momen-
to para realizar trabalhos relacionados à motivação,
para iniciar novos projetos, para abertura de cami-
nhos ou para energias atrativas no geral.
LUA MINGUANTE
A Lua começa a perder sua luz e nós somos convi-
dadas a observar quais energias devem ser deixadas
para trás nesse ciclo que está se encerrando. A lua
minguante é extremamente efetiva para a execução
de trabalhos mágicos relacionados a purificações e
limpezas de energias estagnadas.
LUA BALSÂMICA
Os três últimos dias da lua minguante são conside-
rados como o período da lua negra ou lua balsâmica.
A Lua caminha, finalmente, para sua morte e renas-
cimento e esse é um período comumente utilizado
para o recolhimento, reflexão e introspecção. A lua
balsâmica é extremamente poderosa para traba-
lharmos com banimento de energias que não nos
servem, com a força dos oráculos e com divindades
sombrias ou limítrofes.
Atualmente, ao seguirmos o calendário gregoriano, tentamos
muitas vezes encontrar pontos coincidentes entre nossos me-
ses solares e os ciclos lunares.
Nessa tentativa desesperada de fazer um círculo caber dentro
de um quadrado, criamos termos sem o menor sentido como
lua azul, lua rosa, lua de morango, lua de abacaxi etc, que
absolutamente de nada têm a ver com os ciclos da natureza. A
LUA CHEIA
Quando a Lua alcança seu ápice energético, rea-
lizamos feitiços extremamente poderosos. A lua
cheia pode nos servir para qualquer trabalho que
iniciamos na lua crescente ou qualquer outro traba-
lho relacionado às energias “luminosas”. É um bom
momento para realizar feitiços de amor e prosperi-
dade, por exemplo. Na lua cheia também é comum
carregarmos nossos instrumentos mágicos (princi-
palmente cristais), deixando-os expostos à sua luz,
na noite de iluminação máxima, para que carreguem
suas energias.
LUA NOVA
O ponto mais escuro do ciclo lunar é também o iní-
cio de seu crescimento luminoso. Na lua nova entra-
mos debaixo da terra, como sementes, e plantamos
nossas intenções para o novo ciclo. É o último mo-
mento para verificarmos quais são as pontas soltas
e finalizações que deixamos para trás e o que de-
sejamos trazer para esse início. Práticas reflexivas,
diários, jornadas astrais e oráculos são também ex-
tremamente potentes nesse período.
melhor forma e mais simples de trabalhar com a Lua é observar
suas fases e, se fizer parte de sua prática, o signo astrológico
em que ela se encontra.
Não entraremos no mérito das correspondências astrológicas
mas, com esse breve resumo, você pode começar a ter ideias
de feitiços e trabalhos mágicos que podem ser executados
durante cada fase da Lua.
41
 MAGIA DE
COZINHA
A bruxaria, em muitos pontos, se assemelha e se utiliza
de instrumentos e atividades domésticas. Isso se dá pelo
fato de que a perseguição às mulheres sábias era tão
intensa que suas práticas tinham que ser escondidas e/
ou passar despercebidas.

A cozinha, então, se tornou um dos locais mágicos pre-

feridos de muitas bruxas, tanto pelo natural afastamento
dos homens retrógrados que não participavam dessas
“atividades de mulher”, quanto pela intrínseca simbologia
desse ambiente mágico. É na cozinha que realizamos as
maiores alquimias do nosso dia a dia: transformamos tri-
go em pão, alimentos possivelmente tóxicos quando crus
se tornam saborosos e nutridores, realizamos experimen-
tos mágicos poderosos e vemos seus resultados imedia-
tos. Na cozinha também trabalhamos com a presença
dos quatro elementos: o fogo presente no fogão, a água
que tudo permeia, o ar dos aromas que nos cercam e a
terra que são os próprios alimentos que manipulamos e
transformamos.

Como tudo na bruxaria, a intenção importa muito mais

do que os materiais ou ferramentas. Então, da próxima
vez que estiver cozinhando para si ou para as pessoas
que ama, experimente colocar um pouco mais de magia
durante esse processo - seja se utilizando de alguma
erva mágica, alguma ritualização específica ou apenas
imbuindo o alimento com as energias que gostaria de A seguir, algumas ideias de práticas que podem ser fei-

oferecer e receber. tas dentro da cozinha mágica:

- Escolha ervas e botânicos com propriedades e energias
específicas para serem utilizadas no preparo dos alimen-
tos.
- Ao mexer sua panela, xícara, ou tigela, experimente
girar a colher no sentido horário quando quiser atrair
energias específicas (sempre mentalizando fortemente
seu propósito) e no sentido anti-horário quando quiser
banir ou afastar energias específicas.
- Grave símbolos sagrados, sigilos ou runas em suas
colheres de pau, panelas etc. Você também pode dese-
nhá-los de forma invisível com seus dedos ou varinha por
cima do alimento, como uma benção.
- Ao cozinhar uma oferenda para uma divindade ou um
feitiço comestível, considere ingeri-lo por completo ou
uma porção para que absorva suas energias integre-as
ao seu corpo.

- Designe instrumentos e ferramentas específicas e con-

sagre-os apenas para uso mágico na sua cozinha.

42
O HERBALISMO
NA PRÁTICA

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 TINTURAS
As tinturas são extratos concentrados de ervas, normalmente
obtidos através da infusão das plantas em solventes alcoólicos
(vodka, brandy, álcool de cereais) ou não alcoólicos (glicerina
vegetal, vinagre) durante um período de 6 a 8 semanas para
que todas as suas propriedades sejam extraídas. São formas
práticas de receber a medicina das plantas: como são ex-
tremamente concentradas, podem ser utilizadas em menores
quantidades e em intervalos maiores de tempo. As tinturas à
44
base de álcool ainda têm o benefício de extrair algumas pro-
priedades específicas das ervas que são apenas solúveis nesse
meio, além daquelas solúveis em água.
Podem ser utilizadas tanto internamente - recomenda-se
dissolver a quantidade desejada em um pouco de água para
uma absorção mais lenta e suave - quanto externamente ou
na composição de outros produtos herbais.
MATERIAIS
NECESSÁRIOS:
- Erva ou botânico de sua escolha (folhas, flores,
cascas, raízes ou frutos podem ser utilizados)
- Pote de vidro com tampa de rosca
- Álcool com graduação mínima de 35% e máxima
de 50% (para uso interno) ou até 95% para uso
externo. Indicamos vodka, cachaça, álcool de
cereais (diluído de acordo com o propósito) ou
algum solvente alcoólico claro.
- Tesoura / faca / boline / pilão
MÉTODO DE
PREPARO

FLORES E FOLHAS FLORES E FOLHAS

FRESCAS
1. Picar a matéria fresca de forma a aumentar a su-
perfície de contato. Não é necessário pulverizar ou
processar a erva.
2. Encher o recipiente de vidro escolhido até quase
a boca, deixando um espaço de um ou dois dedos.
SECAS
1. Normalmente não é necessário picar essas ma-
térias, mas se necessário pode ser feito.
2. Encher metade do recipiente de vidro com a
matéria seca

RAÍZES, CASCAS, RAÍZES, CASCAS,

GALHOS E FRUTOS GALHOS E FRUTOS
FRESCOS SECOS
1. Picar a matéria fresca de forma a aumentar a su- 1. Picar ou pilar (no caso de raízes ou cascas mui-
perfície de contato. Não é necessário pulverizar ou to duras) a matéria para aumentar a superfície de
processar a erva. contato. Não é necessário pulverizar ou processar.
2. Encher metade do recipiente de vidro com a 2. Encher metade do recipiente de vidro com a
matéria. matéria.

3. Despejar o solvente escolhido sobre as ervas, cobrin-
do-as completamente e enchendo o recipiente o máxi-
mo possível para evitar oxidação.
4. Tampar o recipiente e mexer cuidadosamente para
misturar.
5. Guardar em local escuro e fresco de 4 a 8 semanas, me-
xendo o pote periodicamente para facilitar a maceração.
6. Após esse período, coar as ervas com auxílio de um
coador de pano com malha fina, pressionando o máximo
possível para extrair a maior quantidade de líquido conti-
do dentro da planta.
7. Envasar em frascos de conta-gotas, preferencialmente
âmbar, e armazenar em local ao abrigo da luz e do calor.
Validade: até 5 anos

DICA
IMPORTANTE!
Sempre coloque etiquetas em seus recipientes, para controle e análise de
resultados. As etiquetas devem conter informações como: nome da planta ou
plantas utilizadas, parte utilizada (folha, flor, raiz), forma (fresca ou seca), tipo de
solvente, graduação alcoólica do mesmo e data de início da maceração.
Depois de coada, a tintura deve ser etiquetada também em seu recipiente final.

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 FLORAIS
Os florais são terapias vibracionais que têm como foco o cui-
dado do corpo emocional. São feitos a partir do processo de
solarização das flores inteiras ou em pétalas em um recipiente
de cristal ou vidro com água proveniente de fontes naturais.
São medicinas potentes que acessam partes profundas de
nosso campo psíquico e emocional, trabalhando questões que
variam desde medo até amor. O sistema mais conhecido é o
de Bach, que separa sua terapia em 38 essências, divididas em
7 categorias: medo, insegurança, perda de interesse, soli-
dão, sensibilidade aumentada, desesperança e desespero, e
preocupação. Nós da SESTRA não trabalhamos com o sistema
de Bach, de forma que temos mais liberdade de escolha dos
botânicos e temas que exploraremos.
Coragem, trabalho de sombra, cura emocional, intuição:
muitos são os caminhos que podemos tomar. Seja partindo da
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planta ou da cura que desejamos fazer, sempre pesquisamos
e buscamos aprender o máximo sobre a planta e suas fun-
ções vibracionais. Sites, vídeos, livros, conversas com outras
pessoas: tudo isso pode ser fonte de informações sobre o
botânico. Se você não encontrar nada em suas pesquisas, pro-
cure estabelecer um relacionamento com a planta, observe-a
na natureza, quais são suas propriedades físicas, medicinais,
estéticas e/ou mágicas. Faça o floral, tome e anote suas expe-
riências. Explore!
Para o tratamento, indicamos começar com 3-5 gotas, cinco
vezes ao dia durante 1-2 semanas, diminuindo para três vezes
ao dia durante mais uma semana, e então ajustar ao que per-
ceber melhor. O floral é uma medicina que trabalha de forma
lenta e profunda, então tire um tempo para estar com você e
se perceber.
MATERIAIS
NECESSÁRIOS:
- Pote de vidro com tampa (pode ser pequeno,
de 100 a 200ml, tipo esses de conserva mesmo)
- 50 a 100 ml conhaque/brandy (caso não consi-
ga a dose reduzida ou não queira comprar uma
garrafa inteira, você pode usar a mesma vodka
das tinturas sem problemas!)
- recipiente de vidro transparente ou cristal com
boca estreita (uma taça, uma tigela pequena)
- água mineral ou de fonte natural fresca
- flores vivas, inteiras, não podadas ou cortadas
(ainda no pé)
MÉTODO DE
PREPARO

PARTE 1:
SOLARIZAÇÃO
1. Em um dia de sol, preferencialmente pela ma-
nhã, preencha o recipiente com água.
2. Colha as flores com as mãos de forma gentil e
suave, pedindo permissão ao espírito da planta
para sua retirada.
3. Posicione as flores ou pétalas no recipiente, co-
brindo toda a superfície da água.
4. Deixe o recipiente em um local que receba a luz
direta do sol pelo máximo de tempo possível, sem
sombras. O floral deve permanecer solarizando
por no mínimo 4 horas, e deve ser recolhido antes
do sol se pôr.
PARTE 2:
ARMAZENAGEM
5. Ao recolher, descarte as flores e pétalas. Se ne-
cessário, passe a água por um voal ou filtro para
retirar as impurezas.
6. Armazene em um recipiente com tampa e com-
plemente com a mesma quantidade de cohaque/
brandy (para 50ml de água, 50ml de álcool, por
exemplo).
Essa é a essência mãe. Para preparar um floral in-
dividual, pingue uma gota da essência mãe para
cada 10ml de água com conhaque/brandy (meta-
de água, metade álcool).

DICA DE
HERBALISTA!
O processo de criação de florais é extremamente delicado. Por ser um trabalho
com energias e vibrações muito sutis, é importantíssimo que nada contamine
ou “mate” as energias da flor. Não retire as flores com nada que não sejam as
suas mãos e não utilize metais. Mantenha a sua energia pessoal vibrando em
tranquilidade, gratidão e amorosidade do começo ao fim, e aproveite para tor-
nar esse preparo um ritual único.

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 ÓLEOS
O óleo essencial, assim chamado por não se misturar à carreador. Não se engane com a cara inofensiva desta medicina:

água e por conter o aroma da planta (ou seja, a “essência”), é um é necessário estudo para preservar a saúde. Também é impor-

conjunto de compostos químicos voláteis que variam de planta tante lembrar que, no que tange a aromaterapia, o tratamento

para planta e dão a elas suas diversas propriedades medicinais só acontece quando lidamos com óleos essenciais verdadeiros, e

e aromáticas. A extração acontece apenas por um processo de não essências sintéticas que visam emular o aroma das plantas e

destilação, onde a planta é fervida em água num destilador e os óleos, sem conter nenhuma de suas propriedades medicinais.

óleos voláteis evaporam, para serem resfriados e separados do

composto aquoso também obtido (hidrolato). Os óleos essen- O recém interesse nos óleos voláteis lançou o mercado em uma

ciais são fitoquímicos e terapêuticos extremamente fortes, extração desenfreada das plantas mais procuradas, tornando,

podendo, por essa razão, ser tóxicos mesmo em doses baixas. inclusive, algumas espécies ameaçadas de extinção. É importan-
te que o uso dos óleos essenciais seja feito de maneira crítica,

O mais comum é que os óleos voláteis sejam retirados das partes responsável e moderada quando houver o entendimento de que

aéreas, pétalas e folhas das plantas. São potentes medicinas é realmente a medicina necessária. Quando adquirir, busque

específicas - variando bastante as funções de composto para tomar todas as providências possíveis para que o produto que

composto - que devem ser guardadas a salvo da luz e do ar. A você compre provenha de plantas extraídas e processadas corre-

forma mais simples de utilizar os óleos essenciais é pela aro- tamente, de forma sustentável e com a menor agressão possível.

materapia, sempre lembrando de diluir as gotas em um óleo

Os óleos vegetais são gorduras extraídas das plantas, comu-

mente usados como óleo de cozinha, em farmacêuticos, cosmé-
ticos, na indústria e outros. São extraídos de grãos e sementes
através da prensagem. Podem servir como ingredientes podero-
sos em receitas, carregando vitaminas, minerais, ácidos graxos e MATERIAIS
outras químicas benéficas para dentro de nossos corpos.
NECESSÁRIOS:

Na cosmetologia natural, são largamente usados em cremes e

- Erva ou botânico de sua escolha seca ou curada
séruns, óleos corporais, produtos para o cabelo e sabonetes. A
forma mais comum de escolher o melhor óleo é estudando as
- Óleo vegetal leve de pouco aroma. Exemplos:
diferenças entre os ácidos graxos, uma vez que eles serão “a es-
óleo de semente de uva, amêndoas, girassol, oli-
trela” do trabalho terapêutico. É importante lembrar que a forma
va, canola. Busque um óleo de boa procedência
de preparo do óleo para a ingestão irá garantir que seus efeitos
para melhores resultados e sempre verifique se
permaneçam ativos: o melhor é evitar que passe da temperatura
ele não é diluído em óleo mineral.
de 60°C, armazenando-o em um ambiente a salvo de luz sempre
que possível.
- Recipiente de vidro

Os óleos vegetais são um dos ingredientes mais versáteis dentro

- Tesoura / faca / boline / pilão
do caminho herbalista. Ainda assim, é importante lembrar que
também são fonte de grande poluição em nosso meio ambiente,
- Slow cooker, tapete térmico ou recipientes para
graças ao processamento pelos quais passam e a maneira que
banho-maria (para método rápido)
os descartamos. Utilize-os com consciência, mas explore os dife-
rentes tipos de óleos que existem - e são muitos! Nossa dica é
- Termômetro (para método rápido)
começar pelo óleo de semente de uva, amêndoas doce e coco.

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 MÉTODO DE
PREPARO
O extrato oleoso, também conhecido como óleo infusio-
nado ou oleato, é uma extração que tem como veículo um óleo
vegetal. Ele captura os componentes lipossolúveis de alguns
botânicos, podendo ser utilizado depois como ingrediente em
receitas medicinais, óleos de unção, óleos de massagem, loções
corporais, loções faciais, óleos para o cabelo, bálsamos, poma-
das, perfumes, e o que sua imaginação permitir. Suas funções
podem variar desde a reconstrução da pele quanto ao trata-
MÉTODO
LENTO
1. Picar ou pilar a planta seca escolhida se necessá-
rio para aumentar a superfície de contato.
2. Encher o recipiente de vidro até a metade com a
matéria e cobrir a mesma com o óleo escolhido até
a boca para evitar oxidação.
3. Tampar e mexer suavemente.
4. Deixar em ambiente escuro e fresco de 4 a 8 se-
manas, se possível colocando o vidro de molho em
água quente periodicamente por 20 a 30 minutos
(uma vez por semana, no mínimo ou diariamente).
Se possuir um tapete térmico, deixar com uma
temperatura baixa (25 a 30 graus) e mexer o óleo
periodicamente.
5. Após o período de maceração, coar em coador
de pano ou papel, pressionando as ervas para ex-
trair o máximo possível do óleo das mesmas.
6. Guardar em recipiente de vidro preferencial-
mente âmbar para uso e manter ao abrigo da luz
e do calor.
Validade: 2 anos.
DICA
IMPORTANTE!
Sempre coloque etiquetas em seus recipientes, para controle e análise de
resultados. As etiquetas devem conter informações como: nome da planta ou
plantas utilizadas, parte utilizada (folha, flor, raiz), forma (fresca ou seca), tipo de
óleo, e data de início da maceração.
Depois de coado, o óleo deve ser etiquetado também em seu recipiente final.
mento de uma inflamação cutânea, estética capilar, hidratação,
elasticidade e muito mais.
As preparações devem garantir que os óleos não passem da
temperatura de 60°C. Botânicos leves precisam de menos tempo
de infusão - algo como 3-6 horas - enquanto raízes, cascas e
grãos podem necessitar de mais tempo para que a gordura real-
mente penetre nas células da planta e extraia os componentes.
MÉTODO
RÁPIDO
1. Picar ou pilar a planta seca escolhida se necessá-
rio para aumentar a superfície de contato.
2. Colocar a erva na slow cooker ou na panela para
banho maria e cobrir com o óleo de sua escolha
cobrindo um ou dois dedos acima da matéria.
Muito cuidado para não deixar água ou vapor en-
trar em contato com a mistura.
3. Aquecer cuidadosamente a mistura, cuidando
para que o óleo não ultrapasse 60ºC.
4. Manter a temperatura de 1 a 5 horas, ou até que
o óleo adquira a coloração ou o aroma da erva.
5. Deixar esfriar e coar em coador de pano ou papel
pressionando as ervas para extrair o máximo pos-
sível do óleo das mesmas.
6. Guardar em recipiente de vidro preferencial-
mente âmbar para uso e manter ao abrigo da luz
e do calor.
Validade: 2 anos
49
 BÁLSAMO
O bálsamo é uma medicina ancestral de uso tópico, que pode
ter infinitas possibilidades de uso, dependendo da com-
posição. Também chamado de unguento, pomada ou balm,
alia a medicina das plantas à hidratação da pele e normal-
mente é composto de óleos e manteigas, com a adição de
ceras para conceder dureza.
As ceras mais utilizadas são a de carnaúba - cera vegetal com
alta dureza - e a cera de abelha que, apesar de sua dureza,
contém propriedades emolientes, cicatrizantes, antibacteri-
anas e antiinflamatórias. É rica em vitamina A e ácidos graxos
e utilizada há milênios por diversas culturas em cosméticos e
medicinas de uso tópico.

MODO DE
PREPARO
1. No recipiente escolhido para o banho-maria,
adicione o óleo e a cera. Muito cuidado para não
deixar a água ou vapor entrar em contato com a
mistura. MATERIAIS NECESSÁRIOS:
A proporção ideal é de 5 para 1: para 500g de
óleo adiciona-se 100g de cera. - Óleo vegetal puro ou infusionado de
2. Derreter a cera junto com o óleo em ban- sua escolha
ho-maria lentamente, cuidando para que a tem-
peratura não ultrapasse os 60ºC. - Cera de abelha ou cera vegetal de sua escolha
3. Quando a cera estiver completamente derreti- (carnaúba, palma, candelila, farelo de arroz, coco,
da, transferir para o recipiente de armazenamen- girassol)
to, ainda quente.
4. Deixar esfriar e endurecer. - Recipiente para banho maria
5. Armazenar em local ao abrigo da luz e do calor.
Validade: 2 anos. - Recipiente raso (latinha, vidro) para
armazenamento.

50
 AZEITE DE
ERVAS
Um azeite culinário temperado com ervas pode ser uma ótima Deixamos aqui uma receita simples, que traz benefícios in-
fonte de medicina diária e prática. Acrescentá-lo na finaliza- críveis para nosso sistema imune, processos inflamatórios e
ção de pratos - a fim de manter suas propriedades químicas - digestão:
em saladas e outras preparações frias garante o cuidado diário
de nosso corpo e a sustentação de nossa saúde.

MODO DE
PREPARO
1. Descasque os alhos (não precisa moer) e junte
todas as ervas dentro do recipiente. Uma dica é
colocar o alho ao final e cobrir completamente os
MATERIAIS NECESSÁRIOS: ramos frescos. Isso garantirá que todas as ervas
estão bem cobertas e que não haverá espaço

- Embalagem de vidro com tampa (pode ser o para o desenvolvimento de fungos nas plantas.

próprio vidro do azeite se você conseguir tirar e 2. Deixe um espaço de ar até a tampa, que

recolocar a tampa com facilidade) servirá para a fermentação, antes de fechar o

recipiente.

- Azeite de oliva de sua preferência, extra virgem 3. Após duas semanas, coloque o azeite por
algumas horas na geladeira antes de abri-lo pela

- Ervas frescas e/ou secas - sugestão: pimenta primeira vez. Isso permitirá que ele não “exploda”

preta em grão, alho, folha de louro, semente de e vaze ao ser destampado.

mostarda, alecrim, pimenta rosa em grão

Por fim, é só agitar sempre que for usar e apro-
veitar essa medicina saborosa!

DICA DE
HERBALISTA!
Faça várias versões desse azeite com ervas diferentes ao mesmo tempo, cada
uma com um objetivo. Dessa forma, você terá várias medicinas à mão e, caso
queira utilizar apenas gastronomicamente, terá temperos diversos.
O importante dessa receita é utilizar pelo menos um ingrediente que auxilie no
processo de fermentação, seja o alho ou alguma erva fresca.

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 FERMENTO DE
GENGIBRE
O Ginger Bug (bichinho do gengibre, ou simplesmente fer-
mento de gengibre) é uma cultura de leveduras iniciada a
partir da fermentação do gengibre e utilizada, principalmente,
na produção de refrigerantes naturais.
Como a maioria dos fermentados, possui propriedades
probióticas e digestivas, além de todas as propriedades do
próprio gengibre, que são não só conservadas como intensifi-
cadas pelo processo de fermentação.
Existe mais de uma forma de preparar o Ginger Bug. Aqui
ensinamos um método que proporciona conexão, observação,
atenção e cuidado.

MODO DE
PREPARO
1. Preencha o recipiente com água, deixando um
espaço de 1/3 livre para o oxigênio.
2. Rale 1 colher de sopa de gengibre com casca.
3. Acrescente o gengibre à água e adicione 1 MATERIAIS NECESSÁRIOS:
colher de sopa de açúcar.
4. Cubra o vidro com um pano limpo e feche com - 1 Gengibre orgânico grande ou 3 médios (se
um elástico ou barbante. vier com um pouco de terra ainda no gengibre,
5. Alimente o fermento com 1 colher de sopa de melhor!)
gengibre ralado e açúcar por no mínimo 7 dias.

- Pote de vidro de no mínimo 500ml (pode ser

Com o fermento pronto, você pode criar diversas desses de conserva mesmo)
variações do refrigerante natural de gengibre:
1. Ferva 650ml de água com 65g de gengibre por - Ralador
5 minutos. Desligue o fogo e deixe esfriar com-
pletamente. - Açúcar de sua preferência
2. Adicione 65g de açúcar, o suco de 2 limões
espremidos e mexa. - Água preferencialmente sem cloro (mineral ou
3. Adicione 200ml do Ginger Bug (fermento de filtrada)
gengibre).
4. Peneire a mistura (opcional), coloque em uma
garrafa com boa vedação e armazene por no
mínimo 2 dias antes de levar à geladeira.

DICA
IMPORTANTE!
O fermento é uma colônia de microorganismos vivos em ambiente controlado.
Para manter seu fermento vivo, é necessário alimentá-lo com matéria orgânica
(nesse caso, o gengibre) e açúcar regularmente! Se você quiser dar uma pausa,
pode adormecê-lo guardando-o na geladeira com o pote tampado por até 1
mês. Quando precisar utilizá-lo ou alimentá-lo, retire da geladeira e espere atin-
gir a temperatura ambiente antes de manipular.

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 VELAS
As velas são instrumentos clássicos e essenciais para a prática
mágica de muitas bruxas e bruxos. São os itens mais comu-
mente utilizados quando queremos trazer a presença do
elemento fogo para nossos trabalhos.
Normalmente buscamos as correspondências das cores das
velas para auxiliar nossos feitiços, mas podemos também
trabalhar com elas em conjunção com ervas aliadas. Isso pode
ser feito de várias formas diferentes: tanto adicionando ervas
específicas quando fazemos velas artesanais (as ervas podem
ser misturadas na cera ou parafina, ou infusionados em algum
óleo e adicionadas enquanto a cera permanece líquida), quan-
to ungindo e salpicando ervas no exterior de velas prontas.
Comumente passamos algum óleo de origem vegetal ao
MATERIAIS
NECESSÁRIOS:
- Parafina ecológica - de soja, de palma, de coco
(em último caso, pode ser parafina comum mes-
mo, leitosa)
- Barbante de algodão cru
- Recipiente de alumínio alto (pode ser uma lei-
teira, uma lata de chá ou cerveja mais alta, uma
forma de vela de 7 dias, use sua criatividade!)
- Panela para banho maria
- jornal ou papel alumínio
- Ervas secas - sugestão: alecrim, rosas, lavanda,
camomila, erva doce
redor da vela, trituramos as ervas da melhor forma possível e
colocamos as mesmas na superfície da vela escolhida. Tam-
bém podemos pingar a cera de outra vela por cima das ervas,
garantindo que elas permaneçam mais fixadas.
Um de nossos preparos artesanais preferidos de velas mágicas
é o processo de pingamento. Nesse processamento iniciamos
a vela a partir do pavio, mergulhando-o consecutivamente
em cera ou parafina derretida e deixando secar entre cada
mergulho. As ervas podem ser adicionadas diretamente na
parafina, mas também enroladas entre as camadas enquanto
a cera permanece úmida no pavio. Essas velas têm formatos
únicos, cada uma tem sua própria personalidade, e sua criação
é também um processo meditativo intencional, onde pode-
mos adicionar magia poderosa .
MODO DE
PREPARO
1. Forre sua bancada ou superfície de apoio com
jornal ou papel alumínio.
2. Espalhe as ervas secas em uma bandeja ou
recipiente largo.
3. Coloque a parafina no recipiente de alumínio
e coloque o recipiente em banho maria no fogo
baixo: cuidado para não deixar espirrar água
dentro da cera!
4. Enquanto a parafina derrete, corte pedaços
de barbante do tamanho que você deseja que
a vela tenha, deixando de 2 a 3 dedos a mais no
comprimento.
5. Mergulhe o barbante na cera derretida repe-
tidas vezes, esperando um intervalo de tempo
para que a parafina endureça ao redor do pavio
antes de mergulhar novamente.
6. Quando a vela começar a ganhar corpo, após
cada mergulho passe a vela nas ervas, formando
uma camada, e mergulhe na cera novamente
para cobrir.
7. Quando a vela atingir a espessura desejada,
pendure-a de pé e espere secar completamente.
8. Corte o pavio, e já pode usar sua vela!
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 PÓS
MÁGICOS
Os pós mágicos são formas extremamente simples e efetivas
de se trabalhar com a magia das plantas. Eles consistem em
uma série de ingredientes botânicos ou não, que podem ser
triturados ou pulverizados e utilizados de diversas formas.
Comumente os vemos sendo utilizados de duas formas
principais: como aspersão/benção ou como delimitação de
território e proteção de trabalhos mágicos. Eles trazem em si
a força de dois elementos: a terra presente em seus materiais
orgânicos e/ou inorgânicos, e o ar, presente no sopro e na
aspersão. Também são muito utilizados por tradições focadas
em trabalhos com espíritos elementais da natureza, como
oferendas e agradecimentos.
Um dos pós mágicos mais tradicionais em nossa cultura bra-
MODO DE PREPARO
DO SAL NEGRO
1. Separe as ervas que irá utilizar. Se necessário,
triture-as ou passe no pilão para reduzir sua
granularidade ao máximo.
2. Em uma frigideira seca, adicione as ervas e
comece a tostá-las: deixe elas esquentarem,
revirando o conteúdo da frigideira de tempos em
tempos.
3. Transforme todos os outros ingredientes em
pó com o auxílio de um pilão, moedor ou proces-
sador.
4. Misture tudo e armazene.
A adição de carvão comum, cinzas e pó de
cristais impede o consumo deste sal de forma
alimentícia.
Se desejar, você pode adicionar carvão ativado
no seu sal negro culinário: coloque uma quanti-
dade pequena e consuma com moderação.
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sileira é a canela em pó, que temos o costume de soprar para
dentro de casa no primeiro dia de cada mês para atrair pros-
peridade para o lar. Outro pó mágico extremamente conheci-
do entre as feiticeiras é o sal negro, uma mistura de carvão,
cinzas e ervas queimadas, muito utilizado para proteção de
espaços, feitiços ou indivíduos. Tradições de vudu, hoodoo e
santeria utilizam o pó de tijolo (barro, terracota) com o mesmo
fim. Os pós feitos de materiais botânicos ou resinas também
podem ser utilizados como incensos, ativando ainda mais o
poder do ar presente em sua formulação.
Os pós mágicos são extremamente versáteis e podem ser
feitos com quaisquer materiais que possam ser triturados ou
pulverizados e nos convidam a trabalhar nossa criatividade e
imaginação em sua criação e utilização.
A seguir, uma receita de sal negro.
MATERIAIS
NECESSÁRIOS:
- Pote de vidro com tampa para armazenar
- pilão ou moedor
- sal de sua preferência (pode ser grosso ou fino)
- Ervas secas - sugestão: sálvia, artemísia, casca
de alho, casca de cebola, cravo da índia, boldo
- Carvão (opcional)
- Cinzas de incenso ou madeira queimada (op-
cional)
- Pó de cristais negros - ex. turmalina negra, obsi-
diana, cianita (opcional)
- Pimenta preta moída
 BANHOS
MÁGICOS
Banhos de ervas são práticas mágicas intrinsecamente conec-
tadas à nossa cultura brasileira. Muitas vertentes religiosas se
utilizam de preparos específicos, combinações de ervas tradi-
cionais, dias da semana ou até mesmo formas de se aplicar o
banho de acordo com o propósito ou a divindade escolhida.
A bruxaria natural trabalha com os banhos mágicos constante-
mente, mas não se atrela aos dogmas específicos de tradições
como a umbanda e o candomblé. Um banho de ervas, dentro
da bruxaria, é uma prática altamente intuitiva e conectiva com
os elementos da água e da terra.
Podem ser utilizados tanto para purificação quanto para iman-
tação ou atração de energias específicas. Uma dica prática é
preparar a infusão de ervas e outros compostos bem concen-
trada, coar a mesma e depois diluí-la ajustando sua tempera-
tura para o banho .

MODO DE
PREPARO
1. Ferva todas as ervas juntas por 5 minutos.
2. Espere esfriar antes de levar ao banheiro. Se
desejar, filtre o líquido para retirar as ervas, evi-
MATERIAIS NECESSÁRIOS: tando sujar o box.
3. Despeje o banho em todo o seu corpo, da ca-

- Pote de vidro com tampa para armazenar beça aos pés, aos poucos. Utilize uma concha ou
caneca para auxiliar.

- Ervas frescas e/ou secas

- Panela para ferver

DICA DE
HERBALISTA!
Além da forma mais comum de se usar os banhos mágicos - derramando a
infusão sobre nossos corpos - existe também uma miríade de formas que pode-
mos trabalhar com os mesmos. Experimente fazer uma infusão concentrada
de ervas de purificação para limpar o chão, as portas, paredes ou janelas de
sua casa. Uma infusão concentrada também pode ser utilizada como um spray
ou brisa energética, para purificar, renovar ou energizar ambientes, pessoas e
instrumentos. É muito comum utilizarmos águas mágicas ou infusões de ervas
poderosas para abençoar tudo aquilo que desejamos.

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 A MEDICINA DA
FUMAÇA
Queimar, defumar ou inalar a fumaça de determinados bo-
tânicos para fins ritualísticos, de purificação ou para o auxílio
da saúde é uma prática ancestral presente em praticamente
todas as culturas, de uma forma ou de outra.
Ao queimarmos nossos botânicos estamos trabalhando com
três elementos principais: a terra, presente nos materiais, o
fogo, que aquece e transforma o que é físico em fumaça, e o
ar da fumaça que é criada dessa junção. Povos antigos afirma-
vam que, ao
queimarmos nossas plantas, estamos
ativando seus espíritos e trabalhando com eles de forma
ainda mais intensa.
Uma das formas mais simples de trabalhar com essa medicina
é através dos incensos naturais, ou bastões de ervas. Apesar
de apreciarmos os aromas intensos dos incensos comerciais,
reconhecemos que os mesmos não carregam em si o poder
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das plantas, apenas as evocações psíquicas e emocionais que
fazemos com os aromas. Por essa razão, sempre recomen-
damos a utilização de bastões de ervas ou incensos naturais
dentro de seus trabalhos mágicos.
O preparo de um bastão de ervas pode ser um processo de
comunhão intensa com o espírito da planta, sendo que o
mesmo deve sempre ser confeccionado com plantas frescas,
preferencialmente recém-colhidas.
Além dos tradicionais bastões de ervas, incensos botânicos no
formato de cone, vareta ou em pó, também podem ser feitos
utilizando-se de materiais botânicos, resinas e gomas naturais.
Seu processo de confecção é um pouco mais complexo, mas o
resultado final é extremamente poderoso e aromático.
MATERIAIS
NECESSÁRIOS:
- Barbante de algodão cru
- tesoura
- ramos frescos de ervas (as folhas não devem es-
tar soltas) - sugestão: alecrim, lavanda, manjeri-
cão, sálvia, cipreste, artemísia
INCENSO
NATURAL /
BASTÃO DE ERVAS

MODO DE COMO
PREPARO UTILIZAR
1. Faça uma pré seleção dos ramos e folhas que irá 1. Com um isqueiro, maçarico ou na boca do fogão,
utilizar, retirando as folhas machucadas, já secas ateie fogo em uma das pontas do incenso até que
ou apodrecidas. ela esteja em brasa.
2. Caso esteja usando ervas recém colhidas ou er- 2. Passe o bastão por todos os lugares e indivíduos
vas compradas em embalagens fechadas, deixe-as que deseja que tenham contato com as energias
respirar e secar brevemente antes de iniciar. das plantas ali contidas.
3. Junte um punhado de ramos na mão e amarre 3. Sopre a brasa para aumentar o nível de fumaça
uma das pontas com o barbante, dando um nó fir- ou reacenda o bastão quando necessário.
me e apertado. 4. Quando terminar sua defumação, apague o bas-
4. Enrole o barbante por toda a extensão dos ra- tão pressionando a ponta acesa contra a terra, pe-
mos, deixando-o o mais apertado e justo possível. dra ou prato.
4. Quando chegar na outra ponta, dê mais uma vol-
ta e amarre novamente com um nó.
5. Volte a enrolar o barbante na direção contrária,
até alcançar novamente a outra ponta. Finalize
com um novo nó.
6. Corte as pontas do barbante e apare as folhas
que ficaram para fora e as pontas do seu bastão
de ervas - isso proporciona uma queima mais uni-
forme.

DICA DE
HERBALISTA!
Após confeccionar o seu bastão de ervas, deixe-o pendurado em um local
bastante arejado: isso irá faciltar o processo de secagem das plantas, que ainda
estão frescas, impedindo a presença de mofo.
O bastão leva por volta de 5 a 7 dias para estar minimamente seco para a quei-
ma, mas esse tempo pode variar de acordo com o clima da região.

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 KUMBAYÁS
Uma forma tradicional de trabalhar terapeuticamente com a medicina
da fumaça e que tem se popularizado muito nos últimos anos são os
kumbayás.

Os kumbayás são composições de ervas criadas especificamente para

serem fumadas. Muitos povos reconhecem a intensa capacidade de
absorção de compostos terapêuticos presentes na erva quando inala-
dos na forma de fumaça. Isso se dá pois a área de absorção de nossos
pulmões equivale a aproximadamente duas quadras de tênis em metros
quadrados.

Devemos sempre reconhecer que, apesar de muitas pessoas se bene-

ficiarem desse tipo de medicina, os malefícios causados pela inalação
de fumaças quentes ainda estão presentes, por isso a utilização dessa
medicina deve ser feita com consciência e responsabilidade.

Todas as receitas que ensinamos aqui foram testadas e utilizadas por nós, resi-
dentes em Curitiba e com certa prática e experiência. Pode ser que alguma coi-
sa não saia como esperado pra você de primeira. Pedimos, então, paciência e
perseverança: tente mais uma vez, realize novos experimentos, descubra como
cada insumo e preparo funcionam melhor nas suas mãos e sua região.
Nós estamos aqui para ajudar e auxiliar em todo esse processo, mas queremos
e incentivamos fortemente que você busque encontrar suas próprias soluções
e desenvolva sua forma de trabalho. Dessa forma, você estará cada vez mais
perto de se tornar uma herbalista conectada com a sua região, com a natureza
e consigo.

A seguir, deixamos diversos compêndios e classificações das ervas para auxiliar

na sua jornada herbalista. Há também um modelo de página do Diário Her-
balista, para que você imprima e utilize para fazer todas as suas anotações e
percepções.

O Desafio Herbalista foi pensado pra que você mergulhe profundamente nessa
jornada, e você pode refazê-lo sempre que sentir que precisa retornar às suas
raízes, reiniciar um ciclo ou se conectar com alguma planta.

Bons estudos!

Bruna, Mari e Meela.

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COMPÊNDIOS
E EXTRAS

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 NOSSAS
REFERÊNCIAS
Aqui vão algumas de nossas indicações de herbalistas e bruxas(os) ao redor do mundo.

LIVROS CONTAS DIGITAIS

A Cozinha da Bruxa INSTAGRAM:

de Marcia Frazão @animamundiherbals

As plantas medicinais e o Sagrado @apotecariosdafloresta

de Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo @banefolk

@gathervictoria
Botânica Oculta
@herbalacademy
de Paracelso
@h_e_r_b_a_r_i_a
Culpeper’s Complete Herbal
@learningherbs
de Nicholas Culpeper
@matosdecomer
Cura Natural
@medicinasalvaje
de Pe. Renato Roque Barth Sj
@neiderigo

Enciclopédia de Ervas Mágicas @riseupgoodwitch

de Scott Cunningham @sacredsmokeherbals

Ervas e especiarias @she_is_of_the_woods

de Jill Norman @woodspell.apothecary

Fermentação à Brasileira
YOUTUBE:
de Fernando Carvalhaes e Leonardo de Andrade
Herbal Jedi
Fitoenergética
She is of the Woods
de Bruno J. Gimenes
Autor da Própria Saúde
Manual de Magia com as Ervas

de Bruno J. Gimenes e Patrícia Cândido

O Grande Livro das Plantas Medicinais

de Andrew Chevallier (Publifolha)

O Guia Completo das Plantas Medicinais

de David Hoffman

O Livro Completo dos Chakras

de Ambika Wauters

O Livro de receitas das ervas medicinais

Susan Curtis (Publifolha)

Plantas Medicinais

de Jaap Huibers

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CLASSIFICAÇÕES
FITOTERÁPICAS
Podemos classificar as ervas de acordo com as funções principais que elas apresentam ao serem utilizadas.
Alguns exemplos dessa classificação são:

Adaptogênicas
auxiliam o corpo a lidar melhor com momentos de stress crônico e sobrecarga de cortisol, nos auxiliando em
processos de adaptação. Atuam diretamente em glândulas e nas produções hormonais, portanto não devem ser
utilizadas levianamente. Ex: ashwagandha, gojiberry, ginseng e rhodiola.

Antibióticas
auxiliam o sistema imunológico a combater bactérias e limpar o sangue.
Ex: eucalipto, confrei, goiaba, terramicina, alho, echinacea, cebola, abacate, gengibre e orégano.

Antiinflamatórias
agem diretamente em processos inflamatórios, tratando o local, diminuindo as dores ou estimulando alguma res-
posta do corpo.
Ex: tanchagem, tomilho, cipreste, cúrcuma, gengibre, orégano, camomila e couve.

Calmantes
nervinas relaxantes que nos auxiliam com os sintomas de ansiedade, depressão, dores musculares, tensão e
estresse.
Ex: lavanda, melissa, camomila, calêndula, capim limão, passiflora, hibisco, erva cidreira e valeriana.

Carminativas
ajudam o corpo a prevenir ou expelir gases.
Ex: erva doce, camomila, cominho, erva cidreira, melissa, canela e hortelã.

Depurativas
auxiliam no processo de limpeza de toxinas e outros elementos nocivos do corpo, atuando principalmente no
fígado.
Ex: pata de vaca, malva, castanha da índia, hamamélis, dente-de-leão, cúrcuma, manjericão, coentro e bambu.

Digestivas
auxiliam na digestão, reduzem o inchaço, inflamações estomacais e gases.
Ex: camomila, boldo, losna, melissa, melão de são caetano ou qualquer outra erva amarga.

Diuréticas
estimulam o funcionamento dos rins, auxiliando na eliminação de líquidos e gordura.
Ex: abacate, quebra-pedra, salsa, hibisco, chá, cavalinha, café, cavalinha, urucum.

Nutridoras
ligadas a nutrição do nosso corpo, são plantas e ervas carregadas de vitaminas e compostos auxiliares.
Ex: urtiga, cenoura, couve, amêndoas, abóbora e espinafre.

Respiratórias
são expectorantes, estimulam as vias aéreas e desobstruem os pulmões.
Ex: hortelã, eucalipto, gengibre, assa-peixe e alho.

Termogênicas
estimulantes do metabolismo, aumentam a temperatura e a circulação sanguínea.
Ex: café, canela, gengibre, chá e erva mate.

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 ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES
MÁGICAS DE ERVAS E
BOTÂNICOS DE ACORDO
COM INTENÇÕES
PROTEÇÃO
Sálvia, arruda, artemísia, alho, mirra, pimenta, coroa de cristo, espada de são jorge, angélica, anis, amora, barda-
na, cacto, cedro, ébano, eucalipto, hissopo.

PURIFICAÇÃO
Cânfora, lavanda, manjericão, assafetida, benjoim, cedro, camomila, copal, tabaco, açafrão, valeriana, guiné.

PROSPERIDADE
Louro, canela, trigo, alecrim, manjericão, nozes, carvalho.

ALEGRIA
Alecrim, louro, laranja, margaridas, lírio do vale, lavanda.

AMOR
Rosa, Jasmin, verbena, tomilho, maçã, melissa, cardamomo, camomila, narciso,
damiana, hibisco, baunilha, framboesa.

CLARIVIDÊNCIA / PODER PSÍQUICO

Losna, artemísia, angélica, arruda, calêndula, capim limão, mirra, louro, noz moscada, yerba santa.

PROJEÇÕES ASTRAIS
Acônito, beladona, datura, mandrágora, artemísia.

SORTE
Anis estrelado, trevo, babosa, bambu, abre-caminhos.

SAÚDE/SEGURANÇA
Bardana, cânfora, cebola, confrei, cravo, junípero, verbasco, arnica, melissa, eucalipto.

62
CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
As ervas são muito utilizadas dentro da bruxaria pois
cada uma delas está ligada a um planeta e a uma divin-
dade, no mínimo. Sabendo de suas correspondências
fica fácil discernir a utilização mais correta para cada
uma. Deve-se ter muito cuidado ao se trabalhar com
as plantas, mesmo que apenas de forma ritualística, já
que muitas delas são tóxicas.
ABACATE (Persea gratíssima)
Planeta: Vênus
Divindades: Afrodite, Vênus
Botânica Oculta: Atrai amor e juventude.
Uso medicinal: A pasta feita com a polpa e mel serve
de ótimo hidratante. Um doce de abacate servido ao
ser amado traz o sentimento de amor.
ABACAXI (Ananas sativus)
Planeta: Vênus
Divindades: Afrodite, Vênus
Botânica Oculta: O ato de tirar a casca do abacaxi é
como retirar os problemas de nossas vidas.
Uso medicinal: É um ótimo expectorante e ajuda a
diminuir a acidez do estômago.
ABÓBORA (Curcubita pepo)
Planeta: Lua
Divindades: Morrigu, Saman
Botânica Oculta: Serve como protetor astral e energé-
ticos.
Uso medicinal: A seiva atua no tratamento de verrugas,
as sementes são calmantes e refrescantes, além de
ajudar na expulsão de solitárias. As flores e as folhas,
usadas friccionadas, combatem a erisipela e diminuem
inchaços.
ABSINTO/LOSNA (Artemisia absinthium)
Planeta: Marte
Divindades: Ártemis, Diana
Botânica Oculta: Induz visões, aumenta a clarividência.
Uso medicinal: Combate artrite, câimbras. Acalma
o sistema nervoso. Defende de constipações. Suas
sementes diminuem as chances de se ter um ataque
cardíaco. Diminui febres. Seu chá diminui a leucorréia
e pode ser usado em casos de menopausa. Auxilia nos
tratamentos de reumatismo. Diminui as úlceras no es-
tômago e é usado no combate aos vermes. Não deve
ser usado durante a gravidez!
ACÁCIA (Acacia decurrens)
Planeta: Sol
Divindades: Osíris, Neith
Botânica Oculta: A madeira é usada para fazer vari-
nhas mágicas. Promove amizade e felicidade. Abre a
clarividência.
Uso medicinal: Combate tosse e resfriados. Seu chá é
usado em casos de diarréia.
AÇAFRÃO (Crocus sativus)
Planeta: Sol
Divindades: Febos, Apolo, Hélios
Botânica Oculta: Atrai sucesso e dinheiro. Seu chá ser-
ve para purificar as mãos antes dos rituais.
Uso medicinal: É altamente afrodisíaco. Ajuda no tra-
tamento de doenças cardíacas. Combate tosses. Deve
ser usado em casos de indigestão.
ALECRIM (Rosmarinus officinalis)
Planeta: Sol
Divindades: Apolo, Hera, Héstia
Botânica Oculta: serve para afastar energias negati-
vas. Traz amor, alegria e amizade. Diz-se que se o ser
amado for tocado por um galho de alecrim seu amor
será eterno. Aumenta a auto-estima e protege conta
ladrões. Colocada em baixo do travesseiro protege
contra sonhos ruins.
Uso medicinal: aumenta a memória, seu chá é usa-
do para limpar ferimentos, para acabar com a caspa
(passado no couro cabeludo) e para dor de cabeça.
Combate câimbras e cólicas. Diminui os sintomas da
menopausa e da indigestão.
ALFAZEMA/LAVANDA (Lavandula spp)
Planeta: Mercúrio
Divindades: Hécate, Saturno, Héstia
Botânica Oculta: Tem o poder de limpar o ambiente e
retirar as energias negativas. Traz segurança e confian-
63
 CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
ça. Faz com que a intuição funcione mais naturalmen-
te. É usada também para atrair amor.
Uso medicinal: É um calmante poderoso. Combate a
amenorréia e a asma. Deve ser usado pelas mulheres a
fim de regular sua menstruação. Também é usado em
todos os problemas de pele.
ALHO (Allium sativum)
Planeta: Marte
Divindade: Hécate
Botânica Oculta: é um poderoso protetor astral. Repele
energias negativas. Tem a fama de afastar vampiros.
Afasta os invejosos, os inimigos e traz dinheiro.
Uso medicinal: muito utilizado na medicina, é um
ótimo antibiótico e depurativo do sangue. Combate a
úlcera, a tifo, a pneumonia, a tuberculose, a bronqui-
te, a gripe, os resfriados, a prisão de ventre, a sífilis e
a asma. Serve para tratamentos de enfermidades do
fígado, dos rins e dos pulmões. É um ótimo tônico.
Também serve como anti-séptico.
AMÊNDOA (Prunus dulcis)
Planeta: Mercúrio
Divindades: Hermes, Toth, Quíron
Botânica Oculta: atrai dinheiro, prosperidade e sabe-
doria.
Uso medicinal: é afrodisíaco. Combate a asma brônqui-
ca, o nervosismo e a tosse.
AMORA (Rubus villosus)
Planeta: Vênus
Divindades: Afrodite, Mabon
Botânica Oculta: atrai boa sorte e ajuda a fechar negó-
cios. Também é muito usada nas Magias de amor.
Uso medicinal: a raiz da amoreira silvestre é usada no
tratamento da asma brônquica. A casca da amoreira
silvestre combate câimbras. A amora pode ser usada
em casos de constipação e disenteria(amora preta).
AMOR PERFEITO (Viola tricolor)
Planeta: Saturno
Divindades: Kronos, Perséfone, Hera, Atena
Botânica Oculta: está intimamente ligada ao amor e à
64
proteção.
Uso medicinal: acalma a mente. Combate a diarréia, os
eczemas, a epilepsia, a gripe, o reumatismo e a tosse.
Seu chá é usado para limpar ferimentos e faze-los
fechar mais rápido.
ANGÉLICA (Angelica archangelica)
Planeta: Sol
Divindade: Afrodite.
Botânica Oculta: é usada em rituais de exorcismo, pro-
teção e saúde. Aumenta a clarividência.
Uso medicinal: combate bronquite, câimbras e con-
vulsões. É usada em tratamentos de problemas na
garganta, nos pulmões e no fígado.
ANIS (Pimpinella anisum)
Planeta: Mercúrio.
Divindades: Apolo, Hermes.
Botânica Oculta: aumenta os poderes psíquicos e
afasta maus espíritos. Está erva tem o poder de mudar
nosso humor. É usada para limpeza e descarregos.
Uso medicinal: é um ótimo calmante. Combate a asma
brônquica, a bronquite, as câimbras, as cólicas, as do-
res de cabeça, o mau hálito e a tosse.
ANIS ESTRELADO (Illicum verum)
Planeta: Júpiter.
Divindade: Loki.
Botânica Oculta: atrai sorte, calma e harmonia.
Uso medicinal: diminui a acidez estomacal e elimina
gases.
ARNICA (Arnica montanha)
Planeta: Sol.
Divindades: Saturno, Hécate.
Botânica Oculta: aumenta os poderes da clarividência,
traz centramento e objetividade.
Uso medicinal: por ser uma planta venenosa, não deve
ser ingerida. É ótima contra dor, contusões, ferimen-
tos, câimbras musculares, espasmos e inflamações.
ARNICA SILVESTRE (Solidago odora)
Planeta: Vênus.
CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
Divindades: Apolo, Perséfone.
Botânica Oculta: é um poderoso imã amoroso. Para
atrair um homem e fazê-lo Ter fantasias, coloque um
pouco de arnica no seu perfume e use quando for se
encontrar com ele.
Uso medicinal: Possui as mesmas qualidades terapêu-
ticas da Arnica.
ARRUDA (Ruta graveolens)
Planeta: Marte.
Divindade: Ártemis.
Botânica Oculta: é um ótimo protetor. Tem o poder
de afastar pessoas invejosos, mau olhado e energias
negativas. Seu chá já foi usado para aumentar a clarivi-
dência, porém hoje foi quase que abolido pois ele em
excesso pode até matar.
Uso medicinal: Seu chá ainda é usado por algumas
pessoas em casos de cólicas. Mas ele nunca deve ser
usado por gestantes pois provoca abortos. Pode ser
usado para diminuir as cólicas, acalmar os nervos. Al-
guns tratamentos de doenças cardíacas e diabetes têm
arruda em sua composição. Pode ser usada também
para diminuir dores de cabeça, efeitos da menopausa e
pressão alta. Também pode ser usada como vermífuga.
ARTEMÍSIA (Artemisia vulgaris)
Planeta: Vênus.
Divindades: Ártemis, Diana.
Botânica Oculta: seu chá tem o poder de aumentar a
clarividência de forma impressionante. Também é uma
grande protetora contra forças malignas. Afasta os
maus espíritos. É a erva usada para limpar os espelhos
mágicos, as bolas de cristais e os cristais.
Uso medicinal: Seu chá combate a anemia e as infec-
ções genitais. É usada como calmante e para aumentar
a força da pessoa. Combate a constipação, a dor de
cabeça, a epilepsia, a febre, a gastroenterite, as infla-
mações e a tosse.
ASSAFÉTIDA (Ferula foetida)
Planeta: Marte.
Divindades: Ares, Zeus, Plutão.
Botânica Oculta: usada em exorcismos e purificações.
Também é muito usada em forma de amuleto de pro-
teção.
Uso medicinal: Combate a asma brônquica, a bronqui-
te, as cólicas, o nervosismo e a tosse.
BABOSA (Aloe vera)
Planeta: Lua.
Divindades: Afrodite, Diana, Hécate.
Botânica Oculta: está ligada à proteção, sorte e amor.
Seu pó é usado para retirar nós de sua vida. Traz muita
sorte e proteção para a casa. Para fazer um elixir da
vida faça uma tintura com a babosa.
Uso medicinal: é muito usada para ajudar na cicatriza-
ção dos ferimentos. Também é usada para fortalecer
os cabelos e para abrandar as queimaduras. Combate
a artrite, a constipação, as contusões, os eczemas, as
hemorróidas e as vermes.
BAMBU (Bambusa vulgaris)
Planeta: Sol.
Divindades: Apolo, Atena.
Botânica Oculta: traz proteção contra espíritos negati-
vos e ajuda na realização dos desejos.
Uso medicinal: o chá de folhas novas é febrífugo e
também combate as hemorragias e as hemorróidas.
BÁLSAMO (Populus candicans)
Planeta: Saturno.
Divindade: Zeus.
Botânica Oculta: tem o poder de atuar nas áreas emo-
cionais.
Uso medicinal: combate as câimbras, o nervosismo,
as doenças cardíacas, as dores de cabeça, as dores de
dente, a gastroenterite, a gripe, as náuseas, a obesida-
de, os resfriados, as úlceras estomacais e as vertigens.
Diminui os efeitos da menopausa.
BARDANA (Arctium lappa)
Planeta: Vênus.
Divindades: Hera, Deméter.
Botânica Oculta: está ligado intensamente à saúde e a
proteção.
Uso medicinal: sua raiz é usada no combate aos trigli-
65
 CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
cerídeos e no fortalecimento dos cabelos. Suas folhas
são usadas no tratamento de gastrite, herpes, doenças
do fígado e da pele. Serve também como depurativo.
BELADONA (Atropa belladonna)
Planeta: Saturno.
Divindades: Hécate, Circe.
Botânica Oculta: traz proteção e amor. Diz-se que suas
folhas secas misturadas com açafrão e cânfora consti-
tuem um pó mágico que afugenta os inimigos.
Uso medicinal: é uma planta venenosa e por isso não
deve ser ingerida em grande quantidade. É um pode-
roso sedativo. Também é muito usada, em forma de
pomada, como analgésico, nos casos de contusões e
pancadas.
CALÊNDULA (Calendula officinalis)
Planeta: Sol.
Divindade: Apolo.
Botânica Oculta: está ligado aos poderes psíquicos e
à proteção. Uma poção com calêndula em sua com-
posição confere, à pessoa que a beber, a visão dos
elementais.
Uso medicinal: é um fortalecedor do útero. É usada
como antidepressivo e contra alergias.
CAMOMILA (Matricaria chamomilla)
Planeta: Sol.
Divindades: Astarte, Afrodite,Circe.
Botânica Oculta: atrai dinheiro, amor e proteção. É
muito usada em rituais de purificação e exorcismo. Seu
chá deve ser usado para lavar as mãos antes de uma
decisão importante. Desperta confiança e paciência.
Afasta a inveja e o mau olhado.
Uso medicinal: seu chá é um ótimo calmante, muito
usado por pessoas depressivas e insones. Também
diminui as cólicas e ajuda na regeneração dos tecidos
hepáticos.
CANELA (Cinnamomum zeylanicum)
Planeta: Sol.
Divindades: Afrodite, Eros.
Botânica Oculta: atrai espiritualidade, saúde, sucesso,
66
proteção e amor.
Uso medicinal: é um poderoso afrodisíaco e tônico
para a mente. Eleva a pressão e ajuda na digestão.
CÂNFORA (Cinnamomum camphora)
Planeta: Lua.
Divindades: Perséfone, Diana, Hera.
Botânica Oculta: traz força física, saúde e abre o sen-
tidos.
Uso medicinal: é um poderoso anafrodisíaco. Uma vela
com cheiro de Cânfora afasta mosquitos. É entorpe-
cente. Pessoas que fazem tratamentos Homeopáticos
não devem fazer uso desta erva.
CAPIM LIMÃO (Cymbopogon citratus)
Planeta: Mercúrio.
Divindade: Perséfone.
Botânica Oculta: aumenta o poder psíquico. Abre os
canais da clarividência.
Uso medicinal: combate a gripe, o nervosismo e a
histeria.
CAVALINHA (Equisetum arvense)
Planeta: Saturno.
Divindade: Deméter.
Botânica Oculta: está intimamente ligada à fertilidade
feminina.
Uso medicinal: seu chá serve como diurético e ema-
grecedor.
CEBOLA (Allium cepa)
Planeta: Marte.
Divindade: Ísis.
Botânica Oculta: traz proteção, saúde e dinheiro. Tem
o poder de afastar todas as energias negativas. Afasta
a tristeza e a inveja.
Uso medicinal: combate a asma, as infecções, a tu-
berculose, a febre tifóide, a icterícia e o reumatismo. É
bom para a voz. Limpa o tubo digestivo e desinfeta o
intestino.
CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
CEDRO (Cedrus libani)
Planeta: Sol.
Divindades: Hermes, Ártemis.
Botânica Oculta: é usado em rituais de exorcismo. Traz
felicidade, sucesso nos negócios e poder.
Uso medicinal: serve para combater a gripe e a tosse.
CICUTA (Conium maculatum)
Planeta: Saturno.
Divindade: Hécate.
Botânica Oculta: é usada para quebrar feitiços e para
aumentar o poder do Atame.
Uso medicinal: jamais deve ser usada em medicina já
que é uma erva extremamente venenosa. Foi com um
chá de Cicuta que Sócrates foi morto.
CIPRESTE (Cupressus sempervirens)
Planeta: Saturno.
Divindades: Hades, Afrodite,
Ártemis, Apolo, Eros, Zeus, Astarte e Hércules.
Botânica Oculta: traz longevidade, saúde e proteção.
Está ligada à força e ao poder. Também tem o poder
de desvendar mistérios.
Uso medicinal: seu fruto é usado para tratar hemorra-
gias de gengivas, perda de dentes e disenteria.
COCO (Cocos nucifera)
Planeta: Vênus.
Deuses (as): Afrodite,Netuno.
Botânica Oculta: na Itália acreditava-se que o coco
podia tornar uma mulher estéril em fértil. O coqueiro
pode ser usado nas artes divinatórias. Suas flores são
usadas como oferenda aos deuses do mar. O óleo de
coco pode ser usado na unção de velas para feitiços de
prosperidade.
Uso medicinal: a água de coco tem um poder tera-
pêutico maravilhoso. Pode ser usada para hidratar o
corpo, para acalmar a diarréia e pra fortalecer o cabelo.
Misturada com a carne do coco é ótima em casos de
insolação e para hidratar a pele.
CONFREI (Symphytum officinale)
Planeta: Saturno.
Divindade: Hermes.
Botânica Oculta: traz segurança para aqueles que se
sentem ameaçados. Atrai dinheiro e prosperidade.
Protege os viajantes.
Uso medicinal: aumenta a quantidade de glóbulos
vermelhos no sangue, combatendo a anemia. É um
poderoso cicatrizante. Fortalece os tecidos da pele. É
usado em casos de queimaduras.
CRAVO (Dianthus carophyllus)
Planeta: Sol.
Divindades: Ares, Zeus, Quíron
Botânica Oculta: traz proteção e sorte.
CRAVO DA ÍNDIA (Syzygium aromaticum)
Planeta: Júpiter.
Divindades: Zeus e Apolo.
Botânica Oculta: traz proteção, dinheiro e amor. É usa-
do em rituais de exorcismo.
Uso medicinal: combate o mau hálito, a dor de dente, a
indigestão, os gases e a fraqueza sexual.
CRISÂNTEMO (Chrysanthemum spp.)
Planeta: Sol.
Divindade: Zeus.
Botânica Oculta: está ligado à proteção divina. É consi-
derada a flor do esquecimento.
Uso medicinal: é usado pelos chineses como anti-sép-
tico. Ajuda a reduzir a febre e baixa a pressão. É um
ótimo refrescante.
DEDALEIRA (Digitalis purperea)
Planeta: Vênus.
Divindades: Hades, Afrodite.
Botânica Oculta: para se atrair fidelidade deve-se ter
uma dedaleira em casa. É considerada a planta das
fadas atraindo-as para onde estão.
Uso medicinal: combate a arterosclerose,
67
 CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
DENTE DE LEÃO (Taraxacum officinale)
Planeta: Júpiter.
Divindade: Hécate.
Botânica Oculta: aumenta a clarividência. Traz força e
coragem. Ajuda na realização de desejos.
Uso medicinal: combate a hidropisia, o reumatismo,
o artritismo e as hemorróidas. Aumenta o apetite. É
usado em tratamentos de enfermidades renais e hepá-
ticas. É colagogo e depurativo do sangue.
ERVA CIDREIRA (Melissa officinalis)
Planeta: Lua.
Divindades: Eros, Diana,
Afrodite, Apolo, Zeus.
Botânica Oculta: traz saúde, amor, sucesso e amizade.
Afasta o medo e a tristeza.
Uso medicinal: acalma os nervos. Combate a insônia,
os gases, o resfriado, e as dores de estômago.
EUCALIPTO (Eucalyptus globulus)
Planeta: Lua.
Divindades: Hades, Perséfone.
Botânica Oculta: muito usado em rituais de cura e pu-
rificação. Ele tem o poder de renovar as energias.
Uso medicinal: é antipasmódico. Combate a asma, a
rinite, o mau hálito e a gripe.
EUFRÁSIA (Euphrasia officinalis)
Planeta: Sol.
Divindades: Prometeu, Dionísio.
Botânica Oculta: aumenta os poderes mentais e psí-
quicos.
Uso medicinal: combate a dor de cabeça e a gastroen-
terite.
FUNCHO (Foeniculum Vulgare)
Planeta: Mercúrio.
Divindade: Adonis.
Botânica Oculta: aumenta o poder clarividência. Prote-
ge contra espíritos negativos.
Uso medicinal: combate os gases. É usado nos trata-
mentos de vias urinárias. É um poderoso digestivo.
68
GARDÊNIA (Gardenia spp.)
Planeta: Lua.
Divindade: Afrodite.
Botânica Oculta: É usado em Magia de amor. As flores
em pó, jogadas em seu corpo, atraem a pessoa amada.
Uso medicinal: é um poderoso afrodisíaco.
GENGIBRE (Zingiber officinale)
Planeta: Saturno.
Divindades: Hécate, Plutão, Saman.
Botânica Oculta: atrai prosperidade, amor e proteção.
Purifica o ambiente. É o substituto brasileiro para a
Mandrágora.
Uso medicinal: é um poderoso digestivo. Combate os
gases, as cólicas, as nevralgias, a dor de cabeça, dores
menstruais, dor de garganta, as náuseas, a pressão alta
e os resfriados. É altamente afrodisíaco.
GERÂNIO (Pelargonium spp.)
Planeta: Marte
Divindades: Afrodite, Ares.
Botânica Oculta: traz paz, carinho, amor e saúde. For-
talece o espírito e evita discussões.
Uso medicinal: é usado no tratamento de casos de-
pressivos.
GINSENG (Pfaffia glomerata)
Planeta: Saturno
Divindades: Urano, Plutão,Circe.
Botânica Oculta: traz poder, saúde, força, amor,
realização de desejos e proteção. Combate energias
negativas.
Uso medicinal: é afrodisíaco e combate o esgotamento
mental.
GIRASSOL (Helianthus annuu)
Planeta: Sol.
Divindades: Apolo, Hélios.
Botânica Oculta: auxilia nas adivinhações e interpreta-
ções de sonhos. Traz paz, alegria e prosperidade.
Uso medicinal: suas sementes são afrodisíacas. Com-
bate resfriados, hemorragia nasal, males do coração,
dores de estômago.
CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
MAÇÃ (Malus sylvestris)
HERA (Hedera helix) Planeta: Vênus.
Planeta: Saturno. Divindades: Afrodite, Diana, Oxum.
Divindades: Dionísio, Osíris. Botânica Oculta: traz o amor poderoso e incondicio-
Botânica Oculta: traz fidelidade, saúde, proteção e nal. É a fruta da imortalidade. Para que uma pessoa
amor. se apaixone por você basta dividir com ela uma maçã.
Uso medicinal: não é muito usada em medicina pois Também é usada em forma de proteção nos círculos,
muitas espécies são venenosas. se for cortada na horizontal.
Uso medicinal: a maçã é um ótimo desintoxicante
HIBISCO (Hibiscus sabdariffa) intestinal e uma ótima nutrição para o baço.
Planeta: Marte.
Divindades: Afrodite, Oxum. MALVA (Malva sylvestris)
Botânica Oculta: traz fidelidade e estimula a união do Planeta: Marte.
casal. Divindade: Ares.
Uso medicinal: é um poderoso afrodisíaco. É antipas- Botânica Oculta: aumenta a sensualidade e desperta a
módico, laxante, digestivo e diurético. sensibilidade nos homens.
Uso medicinal: combate a inflamação bucal, a gengivi-
HORTELÃ (Mentha piperita) te e a dor de dente. É usada no tratamento de doenças
Planeta: Vênus. da pele, da garganta dos intestinos e das vias urinárias.
Divindade: Zeus. É usada como emagrecedora.
Botânica Oculta: é a erva dos mortos. Muito usada
em rituais de cura e de prosperidade. Tem o poder de MANJERICÃO (Ocimum basilicum)
retirar as influências negativas da inveja. Planeta: Marte.
Uso medicinal: é digestivo, tônico, vermífugo e cal- Divindades: Afrodite, Ares.
mante. Combate as cólicas. Botânica Oculta: comer uma folha de manjericão limpa
e equilibra os chacras. Tem o poder de aumentar a
JASMIM (Jasminum officinale) vitalidade do corpo e a sedução.
Planeta: Júpiter. Uso medicinal: é um ótimo afrodisíaco. Combate os
Divindade: Diana. gases e o mau hálito. É digestivo.
Botânica Oculta: está ligada ao amor, à cura e ao siste-
ma reprodutor feminino. MARACUJÁ (Passiflora incarnata)
Uso medicinal: é calmante, tônico, estimulante e di- Planeta: Vênus.
gestivo. Combate a inflamação ocular. Comer a flor de Divindades: Afrodite, Oxum.
jasmim em excesso pode causar falta de ar. Botânica Oculta: traz amizade, amor, felicidade e paz.
Sua flor desperta paixões poderosas e ciumentas.
LOURO (Laurus nobilis) Uso medicinal: é um ótimo calmante e diurético. Suas
Planeta: Sol. sementes são vermífugas. É usado no tratamento do
Divindades: Apolo, Adonis,Rá, Ártemis, Gaia, Dafne. alcoolismo.
Botânica Oculta: quando mascado provoca visões. Traz
saúde, proteção e força. MARGARIDA (Chrysanthemum leucanthemum)
Uso medicinal: provoca suor nos pés, é digestivo, abre Planeta: Vênus.
o apetite e combate os gases. Divindades: Afrodite,Ártemis, Freya, Thor, Zeus.
Botânica Oculta: traz harmonia para o ambiente, ale-

69
 CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
gria e amizade.
Uso medicinal: combate as câimbras e os problemas
na vesícula biliar.
MIRRA (Cammiphora myrrha)
Planeta: Lua
Divindades: Ísis, Rá, Apolo, Cronos.
Botânica Oculta: é talvez uma das plantas mais consa-
gradas dentro da Magia. Serve tanto para purificações,
proteções e exorcismos. Traz saúde, espiritualidade e
aumenta o poder psíquico.
Uso medicinal: a mirra doce combate a bronquite,
a dor de dente, as dores menstruais, o mau hálito, a
indigestão e a tosse.
NOZ MOSCADA (Myristica fragrans)
Planeta: Júpiter.
Divindades: Zeus, Afrodite.
Botânica Oculta: traz prosperidade, aumenta a clarivi-
dência, eleva o astral e rejuvenesce.
Uso medicinal: combate as dores reumáticas, a gota
e os gases. É um estimulante para o corpo e para a
mente.
OLIVEIRA (Oleo europeu)
Planeta: Júpiter.
Divindades: Amon Rá, Zeus, Apolo, Atena, Flora,
Poseidon.
Botânica Oculta: é considerada a planta da verdade e
da justiça. Tem o poder de diminuir o mau humor.
Uso medicinal: o óleo é muito usado para quem deve
diminuir o colesterol. Quem sofre do coração também
deve fazer uso deste óleo só que com moderação,
serve também em casos de queimadura. A azeitona é
recomendada para casos de pressão baixa.
ORÉGANO (Origunum vulgare)
Planeta: Mercúrio.
Divindade: Hermes.
Botânica Oculta: afasta a tristeza e a depressão tra-
zendo a alegria e a felicidade. Faz com que os medos
desapareçam. Traz prosperidade.
70
Uso medicinal: combate a tosse, a gripe, a bronquite e
os catarros crônicos.
ORQUÍDEA (Orchis spp.)
Planeta: Vênus.
Divindades: Hermes, Afrodite, Baco.
Botânica Oculta: traz o amor e a sedução.
Uso medicinal: não é usada na medicina.
PATCHOULI (Pogostemon cablin)
Planeta: Sol.
Divindades: Hades, Perséfone.
Botânica Oculta: traz amor, prosperidade e ajuda nas
adivinhações do futuro. Pode ser usado na Magia
defensiva.
Uso medicinal: aumenta a memória.
PIMENTA (Piper nigrum)
Planeta: Marte.
Divindades: Ares, Hefestos.
Botânica Oculta: é um poderoso protetor, sendo usado
para afastar mau olhado e para quebrar feitiços envia-
dos a você. Ter uma pimenteira em casa traz proteção
para o lar e protege contra furtos, porém o casal que
costuma brigar demais não deve ter uma destas em
sua casa.
Uso medicinal: a pimenta-caiena é usada em casos de
artrite, câimbras, dores musculares, febre, indigestão,
varizes e vermes.
POEJO (Mentha pulegium)
Planeta: Marte.
Divindade: Deméter.
Botânica Oculta: traz proteção e aumenta os poderes
psíquicos. Queimados em casa evita discussões. Au-
menta a força das pessoas fazendo com que estejam
aptas a enfrentar as situações da vida.
Uso medicinal: é usado em tratamentos de contusões,
de distúrbios femininos e de úlceras estomacais. Com-
bate a dor de cabeça, a dor de dente, as dores mens-
truais, a febre, a náusea, o resfriado e o mau hálito.
CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
ROMÃ (Punica granatum)
Planeta: Mercúrio.
Divindades: Perséfone, Hades,Hera, Hermes, Urano,
Ceres.
Botânica Oculta: trazem prosperidade, suas sementes
guardas junto ao seu corpo te protegem de inimigos.
Trazem fertilidade.
Uso medicinal: seu gargarejo, combate as inflamações
bucais.
ROSA (Rosa spp.)
Planeta: Vênus.
Divindades: Afrodite,Deméter, Ísis, Adonis, Eros.
Botânica Oculta: todos devem saber que a rosa é usa-
da na Magia amorosa. É muito usada como ingrediente
de feitiços de amor e amizade. Dependendo de sua
cor. As rosas brancas trazem paz, lealdade e equilíbrio.
As amarelas, amizade e prosperidade. As rosas, auto-
-estima, amor e delicadeza. As vermelhas, despertam a
paixão e a sensualidade.
Uso medicinal: é usada em tratamentos de beleza. Ser-
ve como regeneradora das células quando usada em
banhos, na forma de chá deve ser usada para estimular
o sistema reprodutor feminino. A rosa branca combate
as inflamações dos olhos, ,garganta, amígdalas e boca.
Além disso é laxante e digestiva.
SÁLVIA (Salvia officinalis)
Planeta: Júpiter.
Divindade: Zeus.
Botânica Oculta: traz proteção, sabedoria e poderes
psíquicos.
Uso medicinal: combate a dor de cabeça, o mau hálito,
as cólicas, as debilidades ovarianas e fortalece o útero.
SÂNDALO (Santalum album)
Planeta: Lua
Divindades: Afrodite, Apolo.
Botânica Oculta: traz proteção, prosperidade, saúde e
amor. Tem o poder de afastar maus espíritos.
Uso medicinal: combate a bronquite, a indigestão, as
inflamações e a febre.
TANCHAGEM (Plantago major)
Planeta: Vênus.
Divindades: Ares, Afrodite.
Botânica Oculta: usada como amuleto é uma poderosa
fonte de proteção. Traz segurança.
Uso medicinal: compressas feitas com essa planta de-
vem ser usadas em casos de ferimentos. Uma pomada
feita com ela pode ser usada em casos de espinhas.
É usada no tratamento de inflamações dos ouvidos,
olhos, garganta e amígdalas, útero, ovário e gengiva.
Pode ser usada em casos de hemorróidas e inconti-
nência urinária.
TOMILHO (Thymus vulgaris)
Planeta: Vênus.
Divindades: Perséfone, Apolo, Afrodite, Zeus.
Botânica Oculta: esta erva traz proteção, amor, saúde
e purificação. Tem o poder de evitar pesadelos. Deve
ser usada por pessoas indecisas.
Uso medicinal: combate as tosses, a gripe e é um de-
sintoxicante intestinal.
VALERIANA (Valeriana officinalis)
Planeta: Mercúrio.
Divindades: Afrodite,Hermes.
Botânica Oculta: é uma erva altamente poderosa que
traz saúde, amor e prosperidade. Deve ser usada em
feitiços de dinheiro e negócios.
Uso medicinal: combate as câimbras, o nervosismo, os
distúrbios estomacais, as doenças cardíacas, a epilep-
sia, a indigestão, a menopausa, as náuseas e a nevral-
gia. Apesar de essa erva ser tão valorizada dentro da
medicina ela não é muito atrativa pois seu cheiro é
extremamente desagradável.
VERBENA (Verbena officinalis)
Planeta: Vênus.
Divindades: Diana, Hermes.
Botânica Oculta: é considerado por muitos a erva das
bruxas. Tem o poder de trazer prosperidade e alegria. É
muito usada nas artes divinatórias. Desfaz a raiva.
Uso medicinal: é um poderoso calmante. Combate a
insônia, o desânimo, a bronquite e as dores de cabeça,
71
 CORRESPONDÊNCIAS
MÁGICAS DAS ERVAS
VIOLETA (Viola odorata)
Planeta: Júpiter
Divindades: Vênus, Cupido, Zeus.
Botânica Oculta: traz equilíbrio, paz e felicidade para a
casa. Ter somente uma desatas em casa traz azar. Tem
o poder de aumentar a espiritualidade de uma casa.
Uso medicinal: deve ser usado em casos de contusões,
febre e pressão alta.

DIÁRIO DE
PERCEPÇÕES
Nós já falamos sobre a importância de registrar suas Quais os processamentos utilizados?
experiências herbalistas. Aqui deixamos algumas su-
gestões de perguntas a serem respondidas para cada Qual o seu estado anterior à utilização da erva?
erva. Na página seguinte você encontra um modelo
de ficha, que você pode imprimir e preencher manual- Como você se sente após a utilização da erva após 1, 2,
mente ou colar no seu caderno. 3 e 4 semanas?

Busque se conectar com a erva escolhida, medite, sinta Que diferenças energéticas/emocionais você sentiu
a energia dela. após utilizar 1/2/3/4?

Qual a erva que você escolheu? Que outras percepções você teve e não esperava que
aconteceriam?
Após meditar com a erva, quais mensagens esta erva
te passou? Observações finais e conclusões pessoais

Quais partes da erva você está utilizando? Escala de afinidade/conexão

72
TABELAS DE
CORRESPONDÊNCIAS

73
 TABELAS DE
CORRESPONDÊNCIAS

74
 NOME TIPO DE PREPARO VERSÃO
BOTÂNICO ESCOLHIDO

COMPOSIÇÃO ESPECIFICAÇÃO PROPORÇÃO

Liste as ervas, solventes e demais componentes Erva seca ou fresca? % do álcool, etc.

PRÁTICA
O QUE FOI FEITO COM O BOTÂNICO?
HORÁRIO

fresca seca processada

caule raiz folhas PROCESSAMENTOS UTILIZADOS: (DESCREVA AS FORMULAÇÕES TAMBÉM)

flores frutos

uso interno uso externo

uso fitoterápico uso mágico PREPARO VALIDADE ANOTAÇÕES E OBSERVAÇÕES

AVALIAÇÃO INICIAL ENVASE

QUAIS AS IMPRESSÕES INICIAIS OU MENSAGENS
QUAL O SEU ESTADO ANTERIOR À QUE VOCÊ RECEBEU DA ERVA EM MEDITAÇÃO
UTILIZAÇÃO DESTA ERVA? OU PRIMEIRO CONTATO?

NOME TIPO DE PREPARO VERSÃO

COMPOSIÇÃO ESPECIFICAÇÃO PROPORÇÃO

Liste as ervas, solventes e demais componentes Erva seca ou fresca? % do álcool, etc.

PERCEPÇÕES
COMO SE SENTE APÓS O USO POR 1, 2, 3 4 SEMANAS? ANOTE AQUI SUAS PERCEPÇÕES ENERGÉTICAS,
QUAIS DIFERENÇAS VOCÊ PERCEBEU DO COMEÇO EMOCIONAIS, FÍSICAS E/OU MÁGICAS CONFORME
PARA O FIM? ELAS SURGIREM.

PREPARO VALIDADE ANOTAÇÕES E OBSERVAÇÕES

3

4 ENVASE

HERBALISMO MÁGICO - O CURSO | SESTRAHERBALISMO.COM HERBALISMO MÁGICO - O CURSO | SESTRAHERBALISMO.COM

 30 DIAS DE HERBALISMO
Criamos esse desafio para que você possa exercitar a prática do herbalismo mágico no seu dia a dia. Você pode
cumprir os desafios na ordem ou não, fique livre para adaptar e fazer quantas vezes quiser!
Lembre de nos marcar pra gente poder acompanhar, vamos adorar!

ESCOLHA OU
COLHA UMA ERVA CARREGUE UMA
CARREGUE UMA CONSAGRE UMA
INTUITIVAMENTE MEDITE ERVA COM A
ERVA COM ERVA COM A
COM UMA FORÇA DA LUA
UMA INTENÇÃO ENERGIA DE UMA
Faça uma pesquisa na internet
ERVA DE ACORDO COM
e veja o que te chama atenção,
ESPECÍFICA DIVINDADE
caminhe pela sua região e sinta
uma erva te chamar, entre em uma A SUA INTENÇÃO
loja de produtos naturais.

CARREGUE UMA FAÇA UMA FAÇA UM FAÇA UMA

FAÇA UM ÓLEO
ERVA COM A INFUSÃO DE INCENSO TINTURA DE
DE UNÇÃO
FORÇA DO SOL ERVAS NATURAL ERVAS

CARREGUE UMA
CRIE UM BLEND ERVA NO SEU
FAÇA UM BANHO CRIE UM
DE ERVAS DE BOLSO O DIA FAÇA UMA PATUÁ
DE PURIFICAÇÃO AMULETO DE
ACORDO COM A INTEIRO E DE ERVAS
E TOME-O PROTEÇÃO
SUA INTENÇÃO ANOTE SUAS
PERCEPÇÕES

FAÇA UM DIA CAMINHE EM UM

CRIE UM GRID
DE AUTOAMOR FAÇA UM LUGAR COM
DE ERVAS PARA ADOTE UMA
E CUIDADO E ESCALDA PÉS DE VEGETAÇÃO E
ENERGIZAR SEUS PLANTA
INCLUA AS ERVAS ENERGIZAÇÃO SINTA A ENERGIA
INSTRUMENTOS
NESSE PROCESSO DAS ERVAS

PESQUISE UMA CRIE UM

ERVA PARA FAÇA UMA COMPÊNDIO
FAÇA UM BANHO PURIFIQUE E
TRATAMENTO OFERENDA
DE PROSPERI- ENERGIZE SUA
HERBAL PARA Escolha uma erva e faça um com-
DADE E TOME-O CASA COM ERVAS pêndio o mais completo possível
Escolha um sintoma/patologia que
você tenha e escolha uma erva para UMA DIVINDADE sobre ela em seu caderno de
anotações.
trabalhar essa questão. .

PRESENTEIE
ALGUÉM COM PLANTE UMA SE DESAFIE!
FAÇA UM MEL DE FAÇA UM SPRAY
UMA ERVA OU SEMENTE OU UMA
ERVAS FRESCAS Escolha a receita mais desafiadora
DE ERVAS
PRODUTO MUDA que você já viu ou tenha vontade
de fazer e faça!

HERBAL

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