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SÃO PAULO
2021
Antonio Pereira da Silva
Fabio Antonio Zafani
SÃO PAULO
2021
Antonio Pereira da Silva
Fabio Antonio Zafani
Banca Examinadora
___________________________
Prof. Debora de Camargo Cavalheiro
___________________________
Prof. Rafael Testoni Cecel
Gratidão a esse Deus maravilhoso, presente em todos os momentos, a Ele que nos
sustentou e nos fortaleceu para enfrentar o cansaço, as dificuldades e os momentos de
angustias dessa etapa da minha vida. Em tudo te damos graças, obrigado por todas as
bênçãos.
Aos nossos pais, obrigado por todo esforço, educação e amor. Obrigado por trilharem
conosco essa etapa e apoiar os nossos sonhos.
Gratidão as esposas e filhos, as nossas famílias que, com muito carinho е apoio, não
mediram esforços para que chegássemos até esta etapa da vida.
À UNISA, por permitir a realização desse sonho.
Agradeço a todos que, de alguma forma, contribuíram para que pudéssemos chegar a
esse momento.
Resumo
Os telhados verdes estão se tornando mais conhecidos e uma opção viável em todo mundo,
pois são ferramentas eficientes para redução de ilhas de calor e gerenciamento do
escoamento de águas pluviais em áreas urbanas. É necessário um maior entendimento de
como os telhados verdes atuam em relação aos processos fundamentais de gerenciamento de
águas pluviais, como retenção de águas pluviais. Este estudo investigou a construção de
telhados verdes com materiais de baixo curso e sua eficácia. O levantamento de artigos e
projetos em grande parte de literatura na língua inglesa nas bases de dados PUCCAMP,
CPFL, USP-EESC, BAE-UNICAMP e IPT, devido escassez de artigos em português sobre a
construção e manutenção de telhados verdes com materiais de baixo custo e sua durabilidade
em áreas urbanas chuvosas. Quanto aos resultados verificou-se que o uso de palha e plantas
rasteiras pode apresentar desempenho similar a terra e manta de flores para uso de telhado
verde. No entanto, o uso da terra como substrato reteve o maior volume de água da chuva
69% do que o telhado de palha com retenção de 60%. Os resultados do protótipo mostram que
não há diferença significativa dos dados observados na literatura utilizando terra como
substrato principal, para as métricas de desempenho quando se utiliza palha como substrato
(ou seja, armazenamento de água, drenagem e taxa de fluxo de pico), tanto o telhado de palha
quanto o telhado de terra apresentaram retenção de águas pluviais em média de 64,5%. O
monitoramento adicional da resposta hidrológica em telhado verde construído com palha foi
conduzido para identificar e medir os processos fundamentais de atenuação de pico em um
telhado verde durante 2 dias, sob o mesmo clima e condições de simulação controlada. Foi
determinado que a capacidade de campo é um ponto quantificável, onde a atenuação de pico
com o uso de plantas rasteiras aprimora a implantação por não necessitar de cálculos e
manutenção das raízes de plantas e hortaliças de raízes profundas – o que contribui para um
telhado verde de baixo custo de implementação e manutenção, similar ao construído com terra
e manta de flores que apresenta custo elevado e requer manutenção. Os modelos de telhados
verdes construídos funcionam muito bem como ferramentas de gerenciamento de águas
pluviais, proporcionando considerável retenção e atenuação das águas pluviais. Benefícios
adicionais fornecidos por telhados verdes são, por exemplo, consumo de energia diminuido,
qualidade de escoamento melhorada, poluição do ar reduzida, estética aprimorada e redução
das ilhas de calor, entre outros. Concluímos que o telhado verde é uma ferramenta e opção
desejável para desenvolvimento de baixo impacto, baixo custo e mão de obra barata mais
acessível se utilizado palha e plantas rasteiras para sua construção quanto comparado ao uso
de terra e manta de flores, com desempenho similar em retenção dos milímetros da chuva,
contribuindo para o adequado gerenciamento de águas pluviais.
Palavras-chave
Telhado verde; gestão de águas pluviais, evapotranspiração.
Abstract
Green roofs are becoming better known and a viable option worldwide, as they are efficient
tools for reducing heat islands and managing stormwater runoff in urban areas. A greater
understanding of how green roofs work in relation to fundamental rainwater management
processes, such as rainwater retention, is needed. This study investigated the construction of
green roofs with low-flow materials and their effectiveness. The survey of articles and projects
in a large part of literature in the English language in the databases PUCCAMP, CPFL, USP-
EESC, BAE-UNICAMP and IPT, due to the scarcity of articles in Portuguese on the
construction and maintenance of green roofs with low materials. cost and durability in rainy
urban areas. As for the results, it was verified that the use of straw and creeping plants can
present a similar performance to the soil and flower blanket for the use of green roof. However,
the use of land as a substrate retained a greater volume of rainwater 69% than the thatched
roof with 60% retention. The results of the prototype show that there is no significant difference
from the data observed in the literature using soil as the main substrate, for the performance
metrics when using straw as a substrate (that is, water storage, drainage and peak flow rate),
both the straw roof as well as the earth roof presented rainwater retention on average of 64.5%.
Additional monitoring of the hydrological response on a green roof built with straw was
conducted to identify and measure the fundamental peak attenuation processes on a green
roof for 2 days, under the same climate and controlled simulation conditions. It was determined
that field capacity is a quantifiable point, where peak attenuation with the use of creeping plants
improves the implantation by not requiring calculations and maintenance of the roots of deep-
rooted plants and vegetables - which contributes to a green roof low cost of implementation and
maintenance, similar to the one built with soil and a blanket of flowers, which has a high cost
and requires maintenance. The built-in green roof models work very well as rainwater
management tools, providing considerable rainwater retention and mitigation. Additional
benefits provided by green roofs are, for example, reduced energy consumption, improved flow
quality, reduced air pollution, improved aesthetics and reduced heat islands, among others. We
conclude that the green roof is a desirable tool and option for low-impact, low-cost development
and more affordable cheap labor if straw and creeping plants are used for its construction as
compared to the use of land and flower beds, with similar performance in retention of
millimeters of rain, contributing to the adequate management of rainwater.
Keywords
Green roof, stormwater management, evapotranspiration.
Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................ 11
1.1 Referencial teórico ................................................................................................... 11
1.1.1 Problemática das águas pluviais em regiões urbanas ...................................... 11
2. Metodologia ....................................................................................................................... 15
3. Resultados ......................................................................................................................... 26
4. Discussão .......................................................................................................................... 35
5. Conclusões ........................................................................................................................ 37
7. Referências ........................................................................................................................ 38
9
Tabela
Lista de abreviações
Mm - milímetros
M - metros
PVC - POLICLORETO DE VINILA.
10
Figuras
Figura 2.1: Ilustração de Telhado verde, Babilônia (GhaffarianHoseini et al. 2014). . . .17
Figura 2. 2: Camadas de um telhado verde convencional (Dhalla e Zimmer 2010). . . .18
Figure 2.3: Telhado verde de baixo custo com tapetes de plástico (Voyde 2011). . . . .19
Figura 3.1: Tipos de substrato frente as raízes das plantas. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . 27
Figura 3.2 CYPECAD para cálculo da distribuição de carga mediante ângulo de até 15º
graus. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 3.3 Distribuição de carga e soma de peso das águas pluviais. . . . . . . . . . . . . 29
Figura 3.4 Camadas do protótipo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
Figura 3.5 Laje em madeira com a manta asfáltica representando uma laje de concreto
armado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 3.6 Tapete de lã de vidro para permeabilidade da água pluvial. . . . . . . . . . . . 30
Figura 3.7 Substrato – utilizando terra em cima do tapete permeável. . . . . . . . . . . . . 30
Figura 3.8 Protótipo 1 finalizado com balde e tubos de PVC de 40mm com furos laterais
para cálculo de retenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 3.9 Camadas do protótipo 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 3.10 Rascunho para construção do protótipo de palha com o cano PVC. . . . . 33
Figura 3.11 Protótipo 2 – madeira, manta asfaltica, lã de vidro e palha. . . . . . . . . . . . .33
Figura 3.12 Protótipo 2: suculentas sobre a palha antes do experimento de simulação de
chuva com jardineira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 3.13 Protótipo 2 no segundo dia de experimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
11
1. Introdução
2. Metodologia
Figure 2.3: Telhado verde de baixo custo com tapetes de plástico (Voyde 2011)
𝑅𝑒𝑡𝑒𝑛ção (%) = chuva (𝑚𝑚) − escoamento (𝑚𝑚) ∙ 100 / total de chuva (𝑚𝑚)
Retenção
Autor cumulativa anual do Meses Profundidade
telhado verde (%)
Frente a esses dois estudos podemos perceber que quanto mais profundo o
telhado verde, maior a retenção cumulativa anual, porém eles apresentam mais de 50%
de retenção de água da chuva mesmo com telhados de substrato mais raso, que utiliza
grama ou palha. Contudo, locais com grandes flutuações sazonais precisam de estudos
mais longos devido impacto das mudanças climáticas sazonais no desempenho de
retenção do telhado verde.
Os dois estudos apresentados trazem que houve mais retenção durante o verão
em comparação ao inverno por causa da evaporação da água frente ao calor do Sol.
Não foram encontrados estudos sobre os efeitos do clima na retenção de telhados
verdes, em regiões brasileiras e diversas outras regiões do mundo, que detalhem o
impacto do clima no desempenho do telhado verde. Frente a essa problemática, os
autores sugerem que uma alternativa é: considerar cada evento de chuva específico
que ocorreu durante o período de estudo e calcular em protótipo a retenção baseada
nesse evento ou em demais eventos frequentes daquela região, sendo o cálculo da
retenção ainda uma fase empírica na implementação do telhado verde.
3. Resultados
Figura 3.2 CYPECAD para cálculo da distribuição de carga mediante ângulo de até 15º
graus.
Através desse sistema determinamos a distribuição de forças e do telhado e
colunas, obtivemos resultado ilustrado na figura 3.3.
29
Figura 3.5 Laje em madeira com a manta asfáltica representando uma laje de concreto
armado.
Figura 3.8 Protótipo 1 finalizado com balde e tubos de PVC de 40mm com furos laterais
para cálculo de retenção.
Foram realizados os testes do dia 1, colocamos 5 de água no balde, com metade
de sua total capacidade, com o uso de uma jardineira, fomos dispensando o conteúdo –
simulando a chuva – até atingir os 5L de água e observamos o quanto iriam ser
escoado e retido no balde. No segundo dia observamos a evaporo-transpiração da
água do substrato. O clima estava em 20ºC de tarde e a noite fez 18°C, na cidade de
São Paulo, portanto, houve a interferência climática, mas observou-se que o substrato
estava úmido ainda.
Figura 3.10 Rascunho para construção do protótipo de palha com o cano PVC.
Foi repetido o mesmo experimento e passos no experimento 1 para o protótipo 2,
com a diferença de profundidade para melhor fixação da palha, utilizamos proporções
menores até adequar e construir o protótipo adequado, com as camadas e o
escoamento, assim foram realizados: os testes do dia 1, colocamos 5L de água no
balde, em sua total capacidade, com o uso de uma jardineira, fomos dispensando o
conteúdo – simulando a chuva – até atingir os 5L de água e observamos o quanto iriam
ser escoado e retido no balde. No segundo dia observamos a evaporo-transpiração da
água do substrato. O clima estava em 20ºC de tarde e a noite fez 18°C, na cidade de
São Paulo, portanto, houve a interferência climática, mas observou-se que o substrato
estava úmido ainda.
5. Conclusões
Telhados verdes em si trazem uma diminuição na retenção de águas pluviais. O
uso de lã de vidro, terra e manta verde apresentou o maior percentual de retenção. Isso
está de acordo com as tendências de retenção discutidas anteriormente. Contudo, a
retenção de águas pluviais são similares quando utilizado a palha e as plantas rasteiras
como substrato, logo esse percentual não é significativamente diferente entre os dois
protótipos.
Grandes tempestades poderiam causar uma diferença significativa no
desempenho de ambos os telhados, isso pode ser devido ao armazenamento limitado
disponível no experimento o que significa que uma certa quantidade de drenagem
ocorrerá durante grandes eventos, independentemente da composição do telhado
verde, portanto, apenas a análise da resposta do evento poderá indicar qual a diferença
significativa no desempenho de retenção pode ser atribuída às condições de umidade
do solo no início e no fim de tempestades ou outros eventos climáticos ou sazonais.
A literatura levantada sugere que o período de observação e testes simulados
nos protótipos são utilizados como passos fundamentais antes da implementação do
telhado verde em larga escala, porém a precisão para cada evento climático não pode
ser totalmente prevista, provavelmente devido aos problemas inerentes as condições
de cada região – sendo que no Brasil a legislação ainda está começando a incentivar,
mas não de maneira unificada, a construção de telhados verdes.
Portanto, entender o clima onde os telhados verdes são instalados é essencial
para a otimização do projeto, pois o clima amplifica o leque de decisões como a seleção
38
da profundidade do substrato, como no caso da palha, que precisa de maior volume se
utilizado em larga escala, mas devido seu baixo custo, isso não se torna um problema
de custo ou manutenção, além de que o foco dos telhados verdes para áreas urbanas é
o gerenciamento de águas pluviais, auxiliando com a redução do escoamento de águas
pluviais, bastando o engenheiro projetar com base nos períodos de monitoramento.
Devido as variações climáticas de cada região é um desafio comparar o
desempenho de retenção dos telhados verdes, no entanto, compreender os benefícios
e o impacto dos mesmos para o gerenciamento de águas pluviais são aspectos
importantes para redução nos volumes de escoamento. Os telhados verdes fornecem
alta retenção de água da chuva para pequenos eventos em todos os climas, embora a
quantidade de chuva afete muito o desempenho de retenção.
Concluímos que o telhado verde é uma ferramenta e opção desejável para
desenvolvimento de baixo impacto, baixo custo e mão de obra barata mais acessível se
utilizado palha e plantas rasteiras para sua construção quanto comparado ao uso de
terra e manta de flores, com desempenho similar em retenção dos milímetros da chuva,
contribuindo para o adequado gerenciamento de águas pluviais.
https://youtu.be/cq-gxQ4Q9ps
7. Referências
Bengtsson, L. (2005). "Peak flows from thin sedum-moss roof." Nordic Hydrology 36(3):
269-280.
Currie, B. A. and B. Bass (2008). "Estimates of air pollution mitigation with green plants
and green roofs using the UFORE model." Urban Ecosystems 11(4): 409-422.
FLL (2002). Guidelines for the Planning, Execution and Upkeep of Green roof sites. G.
Losken, Forschungsgesellschaft Landschaftsentwicklung Landschaftsbau E V.: 97.
Getter, K. L., D. B. Rowe, et al. (2007). "Quantifying the effect of slope on extensive
green roof stormwater retention." Ecological Engineering 31(4): 225-231.
P'ng, J., D. Henry, et al. (2003). Stormwater Management Planning and Design Manual.
M. o. t. Environment: 379
40
Van Genuchten, M. T., F. J. Leij, et al. (1991). The RETC Code for Quantifying the
Hydraulic Functions of Unsaturated Soils. J. Williams, U.S Environmental Protection
Agency: 55.
Voyde, E., E. Fassman, et al. (2010). "Hydrology of an extensive living roof under sub-
tropical climate conditions in Auckland, New Zealand." Journal of Hydrology 394(3-4):
384-395.