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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2
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NOSSA HISTÓRIA
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EDUCAÇÃO INFANTIL NA SOCIEDADE
CONTEMPORÂNEA
A nova concepção educacional que marca a educação na sociedade
contemporânea caracteriza-se por um olhar mais atento quanto às diferenças
entre adultos e criança e a educação torna-se fator de grande importância.
Destacamos, nesse contexto, a figura de Jean Jacques Rousseau, cuja influência
na educação dos tempos modernos foi tão grande, que, na opinião de Mayer
(1976), podemos dividir a sua história em antes e depois deste pensador.
Ao deixar claro que o começo e o fim da educação não é o homem adulto e sim
a criança, Rousseau (1995) alerta que deveriam ser consideradas, sobretudo, as
tendências inatas do indivíduo, e aponta para a necessidade de educar a criança
conforme sua natureza infantil, ressaltando o brincar como atividade essencial
nesse processo.
Para Mayer (1976, p. 309), “mais que qualquer outra pessoa antes dele,
Rousseau defendeu os ideais do romantismo, que aplicou à educação”,
acreditando na bondade inata dos indivíduos, e direcionando a educação no
sentido da potencialização dos atributos humanos. Rousseau foi um dos pioneiros
a demonstrar que a criança pensava, via e sentia de forma diferente do adulto;
desse modo, chama a atenção para o fato de que o processo educacional deve
observar as peculiaridades do pensamento infantil, abolindo toda a artificialidade
e repressão.
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educação, de modo que esta possa estruturar-se em função das necessidades de
crescimento e desenvolvimento da criança. Suas ideias vão contribuir, em grande
medida, para a organização do pensamento educacional do século seguinte.
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Nessa perspectiva, diferente das épocas anteriores, quando os instrumentos de
trabalho eram primitivos e as técnicas rudimentares, o acesso à escolarização
mantinha um vínculo estreito com as camadas privilegiadas da sociedade. A
escola tem agora por finalidade formar indivíduos aptos para a competição no
mercado, por meio de uma educação primária voltada, também, para as massas
populares.
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Antropologia, Psiquiatria e os trabalhos de laboratório propiciam o surgimento de
uma didática mais familiarizada com a alma infantil. As concepções de
aprendizagem mecânica que dominaram o cenário educacional vão perdendo
suas forças, fazendo emergir, de acordo com Ponce (1996, p. 160), uma nova
técnica que se propunha a “aumentar o rendimento do trabalho escolar, cingindo-
se à personalidade biológica e psicológica da criança”.
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O conhecimento na visão piagetiana resulta de uma necessidade que, colocando
o indivíduo frente a uma dificuldade, o obriga a modificar seus conhecimentos
anteriores para superá-la; e, nesse sentido, conhecer é um processo de criação.
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construir/desconstuir/reconstruir os conhecimentos necessários à sua condição
de cidadão.
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conhecimento. Do mesmo modo, o conteúdo das situações de aprendizagem
propostas no cotidiano da educação infantil torna-se importante ferramenta
possibilitadora do desenvolvimento das capacidades infantis, viabilizando a
compreensão sobre o mundo circundante.
[…] aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo
de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em
estado embrionário. Essas funções poderiam ser chamadas de “brotos” ou
“flores” do desenvolvimento, ao invés de frutos do desenvolvimento. O nível de
desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente,
enquanto a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento
mental prospectivamente (VYGOTSKY,2001, p. 97).
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dependem, de forma íntima, as principais mudanças psicológicas na
personalidade infantil, observadas em um certo período de desenvolvimento.
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De acordo com FREIRE (2002) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Sendo assim,
através do lúdico o educador da educação infantil pode proporcionar essa
produção e construção do conhecimento.
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O ato de brincar é o meio mais prático e verdadeiro para auxiliar nas relações
cognitivas, afetivas e psicomotoras das crianças. É o caminho mais fácil para
transmissão de conhecimento. A atividade lúdica é uma ferramenta facilitadora
do ensino aprendizagem, tem valor um valor educativo intrínseco, gera condições
para que a criança instigue e integre-se com seus colegas e resolva alguns
conflitos. É considerada um recurso didático de valor importância no processo de
ensino-aprendizagem, torna o atrativo, melhora o relacionamento das crianças
durante as aulas. O professor precisa estar atendo para descobrir as habilidades
de cada aluno, pois na sala de aula encontramos crianças; tímidas, as que tem o
poder de liderança, as criativas as mais inteligentes, entre outras qualidades.
Os jogos são metodologias que favorecem diversas atividades, bem como pode
tornar a sala de aula um ambiente de construção de conhecimentos. A
aprendizagem do conteúdo, nos dias atuais vão além das explicações do
professor, sendo assim as brincadeiras tem papel relevante para a construção do
conhecimento. Ensinar brincando, permite que a criança use sua liberdade de
expressão, de pensar e de criar e recriar situações novas, desenvolvendo assim
sua plenitude.
Diante disso percebe-se que o ato de brincar é usado pelos professores das séries
iniciais como estratégia criativa de caráter dinâmico permitindo assim que
professor imagine, faça de conta, crie, funcione como um minilaboratório de
informação.
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Sabe -se que os jogos quando trabalhados de forma eficiente e eficazes
estimulam e desenvolvem a inteligência das crianças. Os jogos lúdicos são
ferramentas eficazes para desenvolver tudo o que a criança almeja, portanto é
ferramenta que essencial para desenvolver o raciocínio logico da criança, quando
entretido em um jogo, a criança é quem quer ordenar, ou ser ordenada, elas
tomam decisões sem gerar situações de conflitos. Sabe –se que o jogo é uma
ferramenta útil para controlar os impulsos das crianças, e para aprender a aceitar
as regras impostas.
Neste sentido é preciso que o professor ao planejar suas aulas separe cada tipo
de jogos de acordo com a idade das crianças, visando assim um melhor
desempenho nas atividades didáticas, tendo que em vista que o os jogos trazem
benefícios para o rendimento do aluno.
Os jogos devem ser vistos como leitura da realidade, para aquelas crianças que
ainda não foram alfabetizadas, porém deve ser vistas como suporte para aquelas
crianças que já sabem ler, escrever e compreender, corroborando com estas
ideias, Piaget direciona algumas etapas que precisam prevalecer em um jogo , e
que ao passar por todas etapas, a seleção dos jogos, poderá melhorar o
desempenho de uma partida, ou seja de um jogo para outro e desta forma
há jogos que estimulam a audição, o tato ,o paladar. O desenvolvimento da
criança começa ainda no ventre de sua mãe e percorre por toda a sua vida. As
brincadeiras quando realizadas de maneiras lúdicas podem proporcional na
criança uma vida saudável, e seu rendimento escolar melhorar.
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A CONSTRUÇÃO DA BRINCADEIRA
Por isso, brincar não deve ser um momento de passar o tempo, ou estar
delimitado apenas ao momento da Educação Física porque o ato de brincar e se
movimentar fazem parte da infância e devem ser respeitada .
Segundo Freire (1991) “Dá pra imaginar o que representa para uma
criança, que passou sete anos se movimentando, ser subitamente ‘amarrada’ e
‘amordaçada’ para, como se diz, ‘aprender’ o que é para ela uma linguagem, às
vezes, totalmente estranha? A linguagem da imobilidade e do silêncio?”
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interpretar e dar significado a sua realidade, atividades estas fundamentais para
uma criança que está se alfabetizando.
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Se entendermos a brincadeira como produto de um meio social e
cultural em que a criança está inserida, então, efetivamente, poderemos afirmar
que a brincadeira se constitui, portanto, de algo que natural. As brincadeiras são
construídas nos processos de relações que a criança encontra em seu meio
social. Desta forma, as crianças recebem as primeiras intervenções sobre o
brincar através dos adultos. Logo o brincar não se constitui algo inato no
indivíduo. Através das descobertas nas brincadeiras, as crianças trazem sem
seu comportamento a compreensão do que acontece e constroem assim,
situações diversas das já vividas (ABRÃO, 2012).
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Frente a tais declarações, aparecem outras a favor do brincar, como as
de Abrão & Figueiredo (2013), para quem a educação é muito mais que
brincadeira, mas muito pouco sem ela. A brincadeira inicia a relação da criança
com a educação e a mantém entre suas atividades como um pilar no qual se
apoiam valores, conhecimentos e experiências.
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PEQUENO HISTÓRICO DE EVOLUÇÃO DOS
BRINQUEDOS
A palavra infância, para Áries (1979) vem de En-fant que significa
"aquele que não fala, que não tem voz". Durante anos, a infância foi
compreendida como a fase que prepararia as crianças para a vida adulta. Sobre
este processo de construção, a criança sempre foi vista como um ser incapaz,
não ocupante de um lugar na sociedade, não participante do meio em que estaria
inserido. Caracterizava-se como um ser moldado por adultos, um ser sem valor,
um ser isolado que nada sabe, mantendo-se nesta posição por muitos anos.
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Desde os tempos mais remotos, os brinquedos sempre fizeram parte
da história da humanidade. Houve uma época em que eram produzidos no
ambiente doméstico pelas próprias famílias ou nas oficinas dos artesões.
Podemos citar como exemplos a boneca de pano, o carrinho de madeira, o
soldadinho de chumbo. Assim como esses brinquedos existiam as cantigas de
roda e brincadeiras como “passará, amarelinha, cabra cega” entre outros. Essas
brincadeiras foram passadas de geração a geração sofrendo alterações de
acordo com a época e região e assim originando novos brinquedos que
passaram inclusive a ser fabricados pela indústria.
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criatividade, imaginação, prazer, alegria e divertimento, bem como a dimensão
do corpo, do movimento e das atividades corporais.
Segundo Brougère (p. 53) “Pelas ficções, pelas diversas imagens que
mostra, a televisão fornece às crianças conteúdo para suas brincadeiras”. Desta
forma, o acesso a televisão torna a informação lúdica universal, uma criança
pode não possuir determinado tipo de brinquedo, mas com certeza terá
conhecimento sobre eles. Os filmes publicitários veiculados pela televisão
exercem influência sobre a brincadeira das crianças mostrando o manuseio do
brinquedo e encenações sobre a brincadeira de como brincar com este,
idealizando o mundo e a brincadeira.
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A criança desde antes de nascer já conta com um mundo de produtos
a sua espera. O mercado de consumo infantil cresce a cada ano, abrangendo
uma gama infinita de produtos desde higiene a confecção de roupas e
brinquedos.
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A criança não pode ser vista como desprovida de características e
conhecimentos específicos inerentes a seu ser, por estar inserida em um
contexto, traz consigo a sua própria história; ela constrói e reconstrói
conhecimentos. É preciso que se abra aqui uma crítica acerca dos apelos
técnicos veiculados na mídia e suas intenções. Faz-se necessário analisar os
sujeitos que serão envoltos nessa veiculação e implicados pela produção e
recepção imagética.
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numa espada, ou num cavalo, e um a toalha se transforma numa túnica ou numa
bandeira, sem que a criança perca a noção da identidade de origem.
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É ainda no espaço da escola que se encontram os problemas com
relação à corporeidade, à expressão corporal, ao corpo. Cada pessoa faz parte
como ser corpóreo ao meio sociocultural em que está inserido, traçando
diferentes histórias corporais uns com os outros. Sobre isso, Gonçalves (1994,
p. 14) menciona que “ao longo da história humana, o homem apresenta inúmeras
variações na concepção e no tratamento de seu corpo, bem como nas formas
de comportar-se corporalmente, que revelaram e revelam as relações do corpo
com um determinado contexto social”.
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A escola deve repensar o tipo de infância que se está reproduzindo e
que tipo de sociedade quer realmente formar, sem esquecer antes de tudo que
criança deve ser criança e viver sua infância. A escola precisa perceber que a
criança é um corpo, e este está integrado ao meio, seja ele físico social ou
cultural. Por isso, as diferentes experiências de movimento devem ser
proporcionadas às crianças sempre Educação Infantil, no primeiro ano, no
segundo ano, no terceiro ano e assim por toda vida escolar da criança. Sendo
assim, é importante que esta proporcione aos alunos vivências corporais que
valorizem culturas diferenciadas, pois o movimento na infância também
possibilita descobertas e o conhecimento na formação humana integral e plena.
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trabalhavam fora de casa e as viúvas desamparadas, possuindo assim na sua
concepção um caráter estritamente assistencialista.
Em termos legais, até meados dos anos setenta pouco foi acrescentado
para garantia de oferta a essa camada da população, sendo os anos oitenta
considerados o marco na busca do direito à educação da criança.
Com debates em torno da Constituição de 1988 e da LDB, a expressão
“Educação Infantil” ganha força e caracteriza um segmento que passa a ter papel
importante no desenvolvimento humano e social. A oferta por tal nível de
educação é ampliada e a partir de então surgem os primeiros empecilhos do que
a princípio seria apenas uma expansão na oferta de vagas e conseqüente
atendimento por essa demanda a muito esquecida. Mas essa expansão não foi
acompanhada pela formação de pessoal capacitado, muito menos se ateve com
a preocupação em fornecer uma infra-estrutura necessária para que fossem
realizadas as atividades consideradas indispensáveis para que a criança se
desenvolva. Uma expansão caracterizada pela falta de investimentos técnicos e
financeiros, fez com que se deteriorasse a qualidade no atendimento desse
segmento. Espaços físicos, equipamentos e materiais pedagógicos insuficientes
e inadequados, a dicotomia educar e cuidar, assim como currículos e propostas
pedagógicas inexistentes marcaram a época. (PASCHOAL e MACHADO, 2009).
Percebe-se que mesmo com o passar dos anos, a demanda ou oferta pela
Educação Infantil continuou a crescer e que determinado crescimento, que na
época apresentava suas falhas, ainda se faz presente nas escolas de Educação
Infantil brasileiras, mantendo na atualidade muitas dessas características
negativas.
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A EDUCAÇÃO INFANTIL NA CONTEMPORANEIDADE
BRASILEIRA
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Outro critério abordado trata da “infra-estrutura e modo de funcionamento
que garantam ventilação, luminosidade, higiene, segurança e dimensões
adequadas do espaço físico” (ibdem). O cenário das escolas de Educação
Infantil pouco condiz com tal critério, onde encontramos salas de aula pouco ou
quase nada iluminadas e ventiladas, possuindo dimensões inadequadas para
que sejam atingidos outros critérios. Mas um dos elementos que se torna mais
visível, diz respeito ao número de crianças por professor que, de acordo com o
redigido, deveria possibilitar para os alunos uma maior atenção,
responsabilidade e interação com as demais crianças, o que não condiz com a
realidade de salas superlotadas. “As turmas de crianças sob a responsabilidade
de seu professor devem obedecer à razão de:
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espaços externos, dificultando o acesso das crianças a esses ambientes. A hora
destinada ao recreio se torna uma verdadeira correria sem finalidade que termina
com uma variedade de escoriações e ferimentos.
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REFERÊNCIA
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HARRIS, P. Understanding of permission rules by pre-school
children. Child Development, 67, 1572-1591. 1996.
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SILVA, Isabel de Oliveira e. Profissionais da educação infantil: formação
e construção de identidades. 2. ed. São Paulo: Cortez,2003. (Coleção Questões
da Nossa Época, v. 85).
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