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REDAÇÃO SOBRE COTAS RACIAIS

TEXTO 01
Cotas nas universidades são importantes para a sociedade, pois
promove uma maior heterogenia na integração, deixando de concentrar
apenas um segmento de pessoas nas vagas. Porém, ao mesmo tempo, são
sinônimas de desajustes sociais: quanto mais se precisa delas, mais
problemático está o país, caso típico do Brasil. Por isso, é preciso usar esse
programa em prol do desenvolvimento, para que a longo prazo não se
precise mais dele.       
Em um primeiro plano, deve-se entender que o país apresenta uma
grande desigualdade social. Isso se evidencia na carência de cidadãos
negros, índios ou deficientes nos cargos mais disputados. Cadê a
miscigenação brasileira no senado, na medicina ou judiciário? É uma
ocorrência rara. Aliás, em mais de um século de república, o Supremo
Tribunal Federal (STF) só foi ter seu primeiro presidente negro em 2012.
Essa conjuntura mostra a indispensabilidade das cotas como política
emergencial, visto que elas têm a finalidade de proteger e integrar aqueles
que -mesmo em uma democracia- têm uma série de prejuízos no dia a dia,
desde dificuldades financeiras até barreiras preconceituosas.        
Contudo, a manutenção das cotas não é algo benéfico, pois é um
fracasso evidente da rede de ensino. Mário Cortella, notório professor
universitário, tem uma definição interessante desse sistema de inclusão: ele
o chama de "discriminação positiva". Isso se torna claro quando se compara
a nota de quem é aprovado por ampla concorrência e quem é aprovado por
cotas, sendo muitas vezes uma diferença gritante. Dessa forma, as cotas
servem para amenizar o quadro da desigualdade, mas está longe de resolvê-
lo.         
Diante do exposto, é imprescindível, portanto, que o ensino básico
público tenha condição de competir com o privado. Para isso, as prefeituras
podem criar um órgão, que irá atuar como gestor único das escolas; seu
papel será contratar os melhores professores, disponibilizar aulas integrais,
práticas esportivas, premiar os alunos e docentes, tudo com o intuito de
alavancar o aprendizado. Outrossim, o Governo Federal deve estabelecer
formas secundárias de ensino, como investir no financiamento de um pré-
vestibular social, livre de taxas, além de parcerias com cursos online para os
locais mais afastados dos centros. Essas medidas, aliadas à presença dos
pais na educação, tornarão o ensino público notório em aprovações, exigindo
cada vez menos dos sistemas de cotas em universidades.

TEXTO 02
Mesmo depois de decretada a Lei Áurea em 13 de maio de 1888, é
fato que os negros tiveram dificuldades para serem inclusos na sociedade.
Atualmente, ainda há vestígios desse passado lamentável que reflete na
sociedade brasileira. E como forma de tentar igualar os diversos grupos, foi
criado o sistema de cotas no ensino superior para negros e alunos de escola
pública. E diante de tanta desigualdade social vivida no país desde os
tempos do império, esse sistema é uma forma irrefutável   de inclusão e
progresso de uma sociedade com resquícios racistas e com má distribuição
de renda.      
À vista disso, é relevante citar alguns dos motivos pelos quais as
cotas são benéficas para a sociedade. Uma delas é o fato de ser uma forma
de integração social, pois sem as cotas a disputa por vagas no vestibular era
injusta, uma vez que, um aluno de escola particular tinha vantagens devido
ao ensino de melhor qualidade que recebeu ao longo da vida. Dessa forma,
havia uma minoria negra e de escola pública no ensino superior. Além disso,
as cotas são uma forma de corrigir, a curto prazo, os erros do sistema de
educação público. Ademais, elas dão a chances de haver redução na
segregação social e aumento da mobilidade social entre os alunos que foram
prejudicados durante a vida escolar devido à greves, à falta de professores e
as estruturas ruins.        
Também, é preciso citar alguns dos problemas que levaram ao
surgimento das cotas nas universidades do Brasil. Um deles é o fato de ser
clara a dificuldade enfrentada pela maioria alunos de escolas públicas para
integrarem em uma universidade. Ao contrário do que muitos pensam, as
cotas não servem para menosprezar um indivíduo classificando-o como
deficitário ou incapaz intelectualmente. Estas servem como medidas para
reparar erros na educação primária e média da rede pública, uma vez que, é,
geralmente, bastante inferior ao ensino privado.  Outrossim, os índices de
estudantes negros também eram mais baixos. E esse é outro fato que precisa
ser reparado na sociedade, para haver mais inclusão social.      
Em suma, depreende-se que as cotas são uma forma de inserção e
avanço social. Contudo, elas devem ser usadas como medidas paliativas.
Para haver melhoras no ensino público é preciso que o governo, seguindo
exemplo de escolas europeias, invista mais verbas nas escolas para haver
um ensino de qualidade e implante em toda a rede o horário integral de
aulas. Assim, os alunos terão mais tempo para estudos, e ainda devem
aumentar o salários dos professores com objetivo de estimular a formação de
novos profissionais e que estes se sintam valorizados para melhor exercerem
suas profissões.Isso é o mais justo diante as desigualdades,no Movimento
Negro ocorrido na Universidade Estadual de São Paulo escreveram como
protesto: Cotas é só o começo, eles nos devem até a alma!

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