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Enfermeiro

SUMÁRIO

Programas do SUS no atendimento aos pacientes e usuários. ............................ 1


Condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes. Lei no 8.080/1990. ........................ 4
A participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde - Lei nº
8.142/1990. ............................................................................................................ 23
A organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a
assistência à saúde e a articulação interfederativa - Decreto nº 7.508/2011. ........ 26
Epidemiologia, Indicadores de nível de saúde da população, Sistema de Informação
no SUS e em Saúde. .............................................................................................. 34
Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças. .................................................. 71
Vigilância em Saúde.......................................................................................... 74
Processos de Trabalho em Saúde e Gestão de Sistema de Saúde. .................... 92
Formação e educação em saúde. Educação permanente em saúde................... 97
A organização social e comunitária. ............................................................... 110
Os Conselhos de Saúde. .................................................................................. 111
O Pacto pela Saúde. ......................................................................................... 111
Questões Extras ............................................................................................... 115

Apostilas Domínio
Enfermeiro

brasileira, por meio do Sistema Único de


Programas do SUS no atendimento aos Saúde - SUS.
pacientes e usuários A porta de entrada do SUS é a Unidade
Básica de Saúde (UBS) e/ou Unidades de
Saúde da Família, pelas equipes de Saúde
Programas de Saúde da Saúde. A Atenção Primária é
responsável pelo primeiro atendimento ao
Programa de saúde1 é um instrumento usuário e pelo encaminhamento aos Centros
para operacionalizar as políticas de saúde de Especialidades Odontológicas (CEOS)
através do planejamento, da execução e e/ou Hospitais, em casos onde necessita de
avaliação de ações de promoção, um tratamento mais complexo.
prevenção, tratamento (cuidados) e
recuperação da saúde. nacional, estadual ou Programa Mais Médicos
municipal. A seguir veremos os principais O Mais Médicos (PMM) se somou a um
Programas de Saúde: conjunto de ações e iniciativas do governo
federal para o fortalecimento da Atenção
Programa Saúde Bucal Primária do País, que é a porta de entrada
O Brasil Sorridente é a Política preferencial do Sistema Único de Saúde
Nacional de Saúde Bucal que tem (SUS), e está presente em todos os
modificado a vida de milhões de municípios e próxima de todas as
brasileiros por meio do acesso a serviços comunidades. É neste atendimento que
odontológicos de forma gratuita no 80% dos problemas de saúde são
Sistema Único de Saúde (SUS). Esses resolvidos. O Programa foi criado pela
serviços são ofertados em Unidades Medida Provisória (MP) Nº 621, de 8 de
Básicas de Saúde, que são a porta de julho de 2013, depois convertida na Lei nº
entrada do cidadão para o atendimento 12.871, de 22 de outubro de 2013, com a
odontológico. Conforme a necessidade, o finalidade de formar recursos humanos na
atendimento poderá ser realizado nos área médica para o Sistema Único de
Centros de Especialidades Odontológicas Saúde (SUS).
(CEO) e hospitais. Além desses serviços, O Programa leva médicos para regiões
o Brasil Sorridente conta com onde há escassez ou ausência desses
Laboratórios Regionais de Prótese profissionais e investe na qualificação e
Dentária (LRPD), que colaboram com a formação desses profissionais, buscando,
confecção laboratorial de próteses assim, resolver a questão emergencial do
dentárias. atendimento básico ao cidadão, mas
O Brasil Sorridente também é realizado também criando condições para continuar
através de diversas ações e programas do a garantir um atendimento qualificado no
Ministério da Saúde, como por exemplo: futuro para aqueles que acessam
Brasil Sorridente Indígena, Programa cotidianamente o SUS.
Saúde na Escola, Plano Nacional para Provimento emergencial: estratégia de
Pessoas com Deficiência, Programa provisão emergencial de médicos, cujo
Melhor em Casa e Fluoretação das Águas objetivo é ampliar a inserção do médico em
de Abastecimento Público, entre outras. áreas vulneráveis e aprimorar a formação
Além disso, o programa coopera com médica nas unidades da Atenção Primária
ações para a qualificação profissional e do Sistema Único de Saúde (SUS), pelo
científica dos profissionais e para a período de 3 anos, prorrogável por igual
educação em saúde da população. período, intitulado Projeto Mais Médicos
Objetivo: oferecer atendimento gratuito para o Brasil (PMMB).
e integral de saúde bucal para a população
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https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e- programas

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Objetivos em saúde, profissionais que atuam direta e


I - diminuir a carência de médicos nas indiretamente no cuidado à saúde e
regiões prioritárias para o SUS, a fim de profissionais de vigilância à saúde;
reduzir as desigualdades regionais na área - Promover a articulação com o
da saúde; Ministério da Educação e com o Conselho
II - fortalecer a prestação de serviços de Nacional de Educação, para inclusão do
atenção básica em saúde no País; tema segurança do paciente nos currículos
III - aprimorar a formação médica no dos cursos de formação em saúde de nível
País e proporcionar maior experiência no técnico, superior e de pós-graduação;
campo de prática médica durante o - Estabelecer metas e indicadores de
processo de formação; avaliação das ações de segurança do
IV - ampliar a inserção do médico em paciente;
formação nas unidades de atendimento do - Promover mecanismos de
SUS, desenvolvendo seu conhecimento comunicação social voltada aos
sobre a realidade da saúde da população profissionais, usuários de serviços de
brasileira. saúde e sociedade, para divulgar e
promover a segurança do paciente;
Programa Nacional de Segurança do - Fomentar e participar de atividades
Paciente (PNSP) intersetoriais para o fortalecimento da
O Programa Nacional de Segurança do implantação e expansão da cultura de
Paciente (PNSP) foi criado para contribuir segurança do paciente no Brasil;
para a qualificação do cuidado em saúde - Estabelecer parcerias com organismos
em todos os estabelecimentos de saúde do internacionais com o objetivo de promover
território nacional. articulação e intercâmbio entre países para
A Segurança do Paciente é um dos seis fortalecimento do PNSP.
atributos da qualidade do cuidado e tem
adquirido, em todo o mundo, grande Programa Nacional de Imunizações –
importância para os pacientes, famílias, Vacinação
gestores e profissionais de saúde com a Vacina salva vidas. Doenças que
finalidade de oferecer uma assistência causavam milhares de vítimas no passado,
segura. como varíola e poliomielite, foram
erradicadas. Outras doenças
Mplantação do programa nacional transmissíveis também deixaram de ser
de segurança do paciente problema de saúde pública porque foram
- Planejar, orientar, coordenar, eliminadas no Brasil e nas Américas,
supervisionar e avaliar o processo de como o sarampo, rubéola e rubéola
implementação do Programa Nacional de congênita.
Segurança do Paciente no País; O Programa Nacional de Imunizações
- Articular-se com os Estados, do Brasil tem avançado ano a ano para
municípios e o Distrito Federal, de modo a proporcionar melhor qualidade de vida à
estimular a promoção da cultura de população com a prevenção de doenças.
Segurança do Paciente, prestando-lhes Tal como ocorre nos países desenvolvidos,
cooperação técnica para o o Calendário Nacional de Vacinação do
aperfeiçoamento da capacidade gerencial e Brasil contempla não só as crianças, mas
operacional nessa área; também adolescentes, adultos, idosos,
- Elaborar e apoiar a implementação de gestantes e povos indígenas. No total, são
protocolos, guias, manuais e outros disponibilizadas na rotina de imunização
materiais de segurança do paciente; 19 vacinas cuja proteção inicia ainda nos
- Promover processos de capacitação recém-nascidos, podendo se estender por
em segurança do paciente para gerentes toda a vida.

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As vacinas são seguras e estimulam o D - Promover pesquisas na área de saúde


sistema imunológico a proteger a pessoa com subsídios advindos da Organização
contra doenças transmissíveis. Quando Panamericana de Saúde (OPAS); estimular
adotada como estratégia de saúde pública, a formação de médicos nas regiões norte,
elas são consideradas um dos melhores nordeste e centro-oeste do país; ampliar a
investimentos em saúde considerando o abrangência dos atendimentos médicos
custo-benefício. especializados nas áreas carentes e
O Programa Nacional de Imunizações ribeirinhas do país.
do Brasil é um dos maiores do mundo,
ofertando 45 diferentes imunobiológicos 02. (Prefeitura de Santiago do Sul/SC
para toda a população. Há vacinas – Enfermeiro – FUNDATEC/2020) O
destinadas a todas as faixas-etárias e Programa Nacional de Segurança do
campanhas anuais para atualização da Paciente (PNSP) tem por objetivo geral
caderneta de vacinação. contribuir para a qualificação do cuidado
em saúde em todos os estabelecimentos de
Questões saúde do território nacional. Constituem-
se objetivos específicos do PNSP,
01. (Prefeitura de Bauru/SP – EXCETO:
Médico Pneumatologista – Prefeitura A - Promover e apoiar a implementação
de Bauru/SP/2021) No intuito de formar das iniciativas voltadas à segurança do
recursos humanos na área médica para o paciente em diferentes áreas da atenção,
Sistema Único de Saúde (SUS), foi organização e gestão de serviços de saúde,
instituído o Programa Mais Médicos por meio da implantação da gestão de risco
através da Lei nº 12.871/2013. São alguns e de núcleos de Segurança do Paciente nos
de seus objetivos: estabelecimentos de saúde.
A - Promover a inserção de médicos B - Envolver os profissionais da área da
estrangeiros no país para suprir a carência saúde nas ações de segurança do paciente.
deste profissional; fortalecer a prestação C - Ampliar o acesso da sociedade às
de serviços de atenção básica em saúde nas informações relativas à segurança do
regiões norte e nordeste do país; estimular paciente.
o intercâmbio internacional entre D - Produzir, sistematizar e difundir
instituições de ensino médico. conhecimentos sobre segurança do
B - Ampliar a inserção do médico em paciente.
formação nas unidades de atendimento do E - Fomentar a inclusão do tema
SUS desenvolvendo seu conhecimento segurança do paciente no ensino técnico e
sobre a realidade da saúde da população de graduação e pósgraduação na área da
brasileira; fortalecer a prestação de saúde.
serviços na atenção básica em saúde no
país; estimular a realização de pesquisas Alternativas
aplicadas ao SUS. 01.B – 02.B
C - Estabelecer parcerias com
instituições de ensino do Mercosul para
formação na área médica e produção de
tecnologia em saúde; garantir campo de
trabalho de egressos das universidades
participantes na atenção básica em saúde
do SUS.

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Art. 3° Os níveis de saúde expressam a


Condições para a promoção, proteção e
organização social e econômica do País,
recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços tendo a saúde como determinantes e
correspondentes. Lei no 8.080/1990 condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento
básico, o meio ambiente, o trabalho, a
Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de renda, a educação, a atividade física, o
19902. transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais. (Redação dada pela
Dispõe sobre as condições para a Lei nº 12.864, de 2013)
promoção, proteção e recuperação da Parágrafo único. Dizem respeito
saúde, a organização e o funcionamento também à saúde as ações que, por força do
dos serviços correspondentes e dá outras disposto no artigo anterior, se destinam a
providências. garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem-estar físico, mental e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, social.
faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte lei: TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei regula, em todo o Art. 4º O conjunto de ações e serviços


território nacional, as ações e serviços de de saúde, prestados por órgãos e
saúde, executados isolada ou instituições públicas federais, estaduais e
conjuntamente, em caráter permanente ou municipais, da Administração direta e
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas indireta e das fundações mantidas pelo
de direito Público ou privado. Poder Público, constitui o Sistema Único
de Saúde (SUS).
TÍTULO I § 1º Estão incluídas no disposto neste
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS artigo as instituições públicas federais,
estaduais e municipais de controle de
Art. 2º A saúde é um direito qualidade, pesquisa e produção de
fundamental do ser humano, devendo o insumos, medicamentos, inclusive de
Estado prover as condições indispensáveis sangue e hemoderivados, e de
ao seu pleno exercício. equipamentos para saúde.
§ 1º O dever do Estado de garantir a § 2º A iniciativa privada poderá
saúde consiste na formulação e execução participar do Sistema Único de Saúde
de políticas econômicas e sociais que (SUS), em caráter complementar.
visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de CAPÍTULO I
condições que assegurem acesso universal Dos Objetivos e Atribuições
e igualitário às ações e aos serviços para a
sua promoção, proteção e recuperação. Art. 5º São objetivos do Sistema Único
§ 2º O dever do Estado não exclui o das de Saúde SUS:
pessoas, da família, das empresas e da I - a identificação e divulgação dos
sociedade. fatores condicionantes e determinantes da
saúde;

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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm, visitado em 30.03.2023.

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II - a formulação de política de saúde § 1º Entende-se por vigilância sanitária


destinada a promover, nos campos um conjunto de ações capaz de eliminar,
econômico e social, a observância do diminuir ou prevenir riscos à saúde e de
disposto no § 1º do art. 2º desta lei; intervir nos problemas sanitários
III - a assistência às pessoas por decorrentes do meio ambiente, da
intermédio de ações de promoção, produção e circulação de bens e da
proteção e recuperação da saúde, com a prestação de serviços de interesse da
realização integrada das ações saúde, abrangendo:
assistenciais e das atividades preventivas. I - o controle de bens de consumo que,
direta ou indiretamente, se relacionem
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo com a saúde, compreendidas todas as
de atuação do Sistema Único de Saúde etapas e processos, da produção ao
(SUS): consumo; e
I - a execução de ações: II - o controle da prestação de serviços
a) de vigilância sanitária; que se relacionam direta ou indiretamente
b) de vigilância epidemiológica; com a saúde.
c) de saúde do trabalhador; e § 2º Entende-se por vigilância
d) de assistência terapêutica integral, epidemiológica um conjunto de ações que
inclusive farmacêutica; proporcionam o conhecimento, a detecção
II - a participação na formulação da ou prevenção de qualquer mudança nos
política e na execução de ações de fatores determinantes e condicionantes de
saneamento básico; saúde individual ou coletiva, com a
III - a ordenação da formação de finalidade de recomendar e adotar as
recursos humanos na área de saúde; medidas de prevenção e controle das
IV - a vigilância nutricional e a doenças ou agravos.
orientação alimentar; § 3º Entende-se por saúde do
V - a colaboração na proteção do meio trabalhador, para fins desta lei, um
ambiente, nele compreendido o do conjunto de atividades que se destina,
trabalho; através das ações de vigilância
VI - a formulação da política de epidemiológica e vigilância sanitária, à
medicamentos, equipamentos, promoção e proteção da saúde dos
imunobiológicos e outros insumos de trabalhadores, assim como visa à
interesse para a saúde e a participação na recuperação e reabilitação da saúde dos
sua produção; trabalhadores submetidos aos riscos e
VII - o controle e a fiscalização de agravos advindos das condições de
serviços, produtos e substâncias de trabalho, abrangendo:
interesse para a saúde; I - assistência ao trabalhador vítima de
VIII - a fiscalização e a inspeção de acidentes de trabalho ou portador de
alimentos, água e bebidas para consumo doença profissional e do trabalho;
humano; II - participação, no âmbito de
IX - a participação no controle e na competência do Sistema Único de Saúde
fiscalização da produção, transporte, (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e
guarda e utilização de substâncias e controle dos riscos e agravos potenciais à
produtos psicoativos, tóxicos e saúde existentes no processo de trabalho;
radioativos; III - participação, no âmbito de
X - o incremento, em sua área de competência do Sistema Único de Saúde
atuação, do desenvolvimento científico e (SUS), da normatização, fiscalização e
tecnológico; controle das condições de produção,
XI - a formulação e execução da extração, armazenamento, transporte,
política de sangue e seus derivados. distribuição e manuseio de substâncias, de

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produtos, de máquinas e de equipamentos III - preservação da autonomia das


que apresentam riscos à saúde do pessoas na defesa de sua integridade física
trabalhador; e moral;
IV - avaliação do impacto que as IV - igualdade da assistência à saúde,
tecnologias provocam à saúde; sem preconceitos ou privilégios de
V - informação ao trabalhador e à sua qualquer espécie;
respectiva entidade sindical e às empresas V - direito à informação, às pessoas
sobre os riscos de acidentes de trabalho, assistidas, sobre sua saúde;
doença profissional e do trabalho, bem VI - divulgação de informações quanto
como os resultados de fiscalizações, ao potencial dos serviços de saúde e a sua
avaliações ambientais e exames de saúde, utilização pelo usuário;
de admissão, periódicos e de demissão, VII - utilização da epidemiologia para o
respeitados os preceitos da ética estabelecimento de prioridades, a alocação
profissional; de recursos e a orientação programática;
VI - participação na normatização, VIII - participação da comunidade;
fiscalização e controle dos serviços de IX - descentralização político-
saúde do trabalhador nas instituições e administrativa, com direção única em cada
empresas públicas e privadas; esfera de governo:
VII - revisão periódica da listagem a) ênfase na descentralização dos
oficial de doenças originadas no processo serviços para os municípios;
de trabalho, tendo na sua elaboração a b) regionalização e hierarquização da
colaboração das entidades sindicais; e rede de serviços de saúde;
VIII - a garantia ao sindicato dos X - integração em nível executivo das
trabalhadores de requerer ao órgão ações de saúde, meio ambiente e
competente a interdição de máquina, de saneamento básico;
setor de serviço ou de todo ambiente de XI - conjugação dos recursos
trabalho, quando houver exposição a risco financeiros, tecnológicos, materiais e
iminente para a vida ou saúde dos humanos da União, dos Estados, do
trabalhadores. Distrito Federal e dos Municípios na
prestação de serviços de assistência à
CAPÍTULO II saúde da população;
Dos Princípios e Diretrizes XII - capacidade de resolução dos
serviços em todos os níveis de assistência;
Art. 7º As ações e serviços públicos de e
saúde e os serviços privados contratados XIII - organização dos serviços
ou conveniados que integram o Sistema públicos de modo a evitar duplicidade de
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos meios para fins idênticos.
de acordo com as diretrizes previstas no XIV – organização de atendimento
art. 198 da Constituição Federal, público específico e especializado para
obedecendo ainda aos seguintes mulheres e vítimas de violência doméstica
princípios: em geral, que garanta, entre outros,
I - universalidade de acesso aos atendimento, acompanhamento
serviços de saúde em todos os níveis de psicológico e cirurgias plásticas
assistência; reparadoras, em conformidade com a Lei
II - integralidade de assistência, nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.
entendida como conjunto articulado e (Redação dada pela Lei nº 13.427, de
contínuo das ações e serviços preventivos 2017)
e curativos, individuais e coletivos,
exigidos para cada caso em todos os níveis
de complexidade do sistema;

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CAPÍTULO III Parágrafo único. As comissões


Da Organização, da Direção e da intersetoriais terão a finalidade de articular
Gestão políticas e programas de interesse para a
saúde, cuja execução envolva áreas não
Art. 8º As ações e serviços de saúde, compreendidas no âmbito do Sistema
executados pelo Sistema Único de Saúde Único de Saúde (SUS).
(SUS), seja diretamente ou mediante
participação complementar da iniciativa Art. 13. A articulação das políticas e
privada, serão organizados de forma programas, a cargo das comissões
regionalizada e hierarquizada em níveis de intersetoriais, abrangerá, em especial, as
complexidade crescente. seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
Art. 9º A direção do Sistema Único de II - saneamento e meio ambiente;
Saúde (SUS) é única, de acordo com o III - vigilância sanitária e
inciso I do art. 198 da Constituição farmacoepidemiologia;
Federal, sendo exercida em cada esfera de IV - recursos humanos;
governo pelos seguintes órgãos: V - ciência e tecnologia; e
I - no âmbito da União, pelo Ministério VI - saúde do trabalhador.
da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Art. 14. Deverão ser criadas Comissões
Federal, pela respectiva Secretaria de Permanentes de integração entre os
Saúde ou órgão equivalente; e serviços de saúde e as instituições de
III - no âmbito dos Municípios, pela ensino profissional e superior.
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão Parágrafo único. Cada uma dessas
equivalente. comissões terá por finalidade propor
prioridades, métodos e estratégias para a
Art. 10. Os municípios poderão formação e educação continuada dos
constituir consórcios para desenvolver em recursos humanos do Sistema Único de
conjunto as ações e os serviços de saúde Saúde (SUS), na esfera correspondente,
que lhes correspondam. assim como em relação à pesquisa e à
§ 1º Aplica-se aos consórcios cooperação técnica entre essas
administrativos intermunicipais o instituições.
princípio da direção única, e os respectivos
atos constitutivos disporão sobre sua Art. 14-A. As Comissões Intergestores
observância. Bipartite e Tripartite são reconhecidas
§ 2º No nível municipal, o Sistema como foros de negociação e pactuação
Único de Saúde (SUS), poderá organizar- entre gestores, quanto aos aspectos
se em distritos de forma a integrar e operacionais do Sistema Único de Saúde
articular recursos, técnicas e práticas (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de
voltadas para a cobertura total das ações de 2011).
saúde. Parágrafo único. A atuação das
Comissões Intergestores Bipartite e
Art. 11. (Vetado). Tripartite terá por objetivo: (Incluído
pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 12. Serão criadas comissões I - decidir sobre os aspectos
intersetoriais de âmbito nacional, operacionais, financeiros e
subordinadas ao Conselho Nacional de administrativos da gestão compartilhada
Saúde, integradas pelos Ministérios e do SUS, em conformidade com a definição
órgãos competentes e por entidades da política consubstanciada em planos de
representativas da sociedade civil. saúde, aprovados pelos conselhos de

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saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de CAPÍTULO IV


2011). Da Competência e das Atribuições
II - definir diretrizes, de âmbito Seção I
nacional, regional e intermunicipal, a Das Atribuições Comuns
respeito da organização das redes de ações
e serviços de saúde, principalmente no Art. 15. A União, os Estados, o Distrito
tocante à sua governança institucional e à Federal e os Municípios exercerão, em seu
integração das ações e serviços dos entes âmbito administrativo, as seguintes
federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, atribuições:
de 2011). I - definição das instâncias e
III - fixar diretrizes sobre as regiões de mecanismos de controle, avaliação e de
saúde, distrito sanitário, integração de fiscalização das ações e serviços de saúde;
territórios, referência e contrarreferência e II - administração dos recursos
demais aspectos vinculados à integração orçamentários e financeiros destinados,
das ações e serviços de saúde entre os em cada ano, à saúde;
entes federados. (Incluído pela Lei nº III - acompanhamento, avaliação e
12.466, de 2011). divulgação do nível de saúde da população
e das condições ambientais;
Art. 14-B. O Conselho Nacional de IV - organização e coordenação do
Secretários de Saúde (Conass) e o sistema de informação de saúde;
Conselho Nacional de Secretarias V - elaboração de normas técnicas e
Municipais de Saúde (Conasems) são estabelecimento de padrões de qualidade e
reconhecidos como entidades parâmetros de custos que caracterizam a
representativas dos entes estaduais e assistência à saúde;
municipais para tratar de matérias VI - elaboração de normas técnicas e
referentes à saúde e declarados de estabelecimento de padrões de qualidade
utilidade pública e de relevante função para promoção da saúde do trabalhador;
social, na forma do regulamento. VII - participação de formulação da
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). política e da execução das ações de
§ 1° O Conass e o Conasems receberão saneamento básico e colaboração na
recursos do orçamento geral da União por proteção e recuperação do meio ambiente;
meio do Fundo Nacional de Saúde, para VIII - elaboração e atualização
auxiliar no custeio de suas despesas periódica do plano de saúde;
institucionais, podendo ainda celebrar IX - participação na formulação e na
convênios com a União. (Incluído pela execução da política de formação e
Lei nº 12.466, de 2011). desenvolvimento de recursos humanos
§ °2 Os Conselhos de Secretarias para a saúde;
Municipais de Saúde (Cosems) são X - elaboração da proposta
reconhecidos como entidades que orçamentária do Sistema Único de Saúde
representam os entes municipais, no (SUS), de conformidade com o plano de
âmbito estadual, para tratar de matérias saúde;
referentes à saúde, desde que vinculados XI - elaboração de normas para regular
institucionalmente ao Conasems, na forma as atividades de serviços privados de
que dispuserem seus estatutos. (Incluído saúde, tendo em vista a sua relevância
pela Lei nº 12.466, de 2011). pública;
XII - realização de operações externas
de natureza financeira de interesse da
saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
XIII - para atendimento de
necessidades coletivas, urgentes e

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transitórias, decorrentes de situações de a) de redes integradas de assistência de


perigo iminente, de calamidade pública ou alta complexidade;
de irrupção de epidemias, a autoridade b) de rede de laboratórios de saúde
competente da esfera administrativa pública;
correspondente poderá requisitar bens e c) de vigilância epidemiológica; e
serviços, tanto de pessoas naturais como d) vigilância sanitária;
de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa IV - participar da definição de normas e
indenização; (Vide ADIN 3454) mecanismos de controle, com órgão afins,
XIV - implementar o Sistema Nacional de agravo sobre o meio ambiente ou dele
de Sangue, Componentes e Derivados; decorrentes, que tenham repercussão na
XV - propor a celebração de convênios, saúde humana;
acordos e protocolos internacionais V - participar da definição de normas,
relativos à saúde, saneamento e meio critérios e padrões para o controle das
ambiente; condições e dos ambientes de trabalho e
XVI - elaborar normas técnico- coordenar a política de saúde do
científicas de promoção, proteção e trabalhador;
recuperação da saúde; VI - coordenar e participar na execução
XVII - promover articulação com os das ações de vigilância epidemiológica;
órgãos de fiscalização do exercício VII - estabelecer normas e executar a
profissional e outras entidades vigilância sanitária de portos, aeroportos e
representativas da sociedade civil para a fronteiras, podendo a execução ser
definição e controle dos padrões éticos complementada pelos Estados, Distrito
para pesquisa, ações e serviços de saúde; Federal e Municípios;
XVIII - promover a articulação da VIII - estabelecer critérios, parâmetros
política e dos planos de saúde; e métodos para o controle da qualidade
XIX - realizar pesquisas e estudos na sanitária de produtos, substâncias e
área de saúde; serviços de consumo e uso humano;
XX - definir as instâncias e IX - promover articulação com os
mecanismos de controle e fiscalização órgãos educacionais e de fiscalização do
inerentes ao poder de polícia sanitária; exercício profissional, bem como com
XXI - fomentar, coordenar e executar entidades representativas de formação de
programas e projetos estratégicos e de recursos humanos na área de saúde;
atendimento emergencial. X - formular, avaliar, elaborar normas e
participar na execução da política nacional
Seção II e produção de insumos e equipamentos
Da Competência para a saúde, em articulação com os
demais órgãos governamentais;
Art. 16. A direção nacional do Sistema XI - identificar os serviços estaduais e
Único da Saúde (SUS) compete: municipais de referência nacional para o
I - formular, avaliar e apoiar políticas de estabelecimento de padrões técnicos de
alimentação e nutrição; assistência à saúde;
II - participar na formulação e na XII - controlar e fiscalizar
implementação das políticas: procedimentos, produtos e substâncias de
a) de controle das agressões ao meio interesse para a saúde;
ambiente; XIII - prestar cooperação técnica e
b) de saneamento básico; e financeira aos Estados, ao Distrito Federal
c) relativas às condições e aos e aos Municípios para o aperfeiçoamento
ambientes de trabalho; da sua atuação institucional;
III - definir e coordenar os sistemas: XIV - elaborar normas para regular as
relações entre o Sistema Único de Saúde

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(SUS) e os serviços privados contratados exploração econômica de produto acabado


de assistência à saúde; ou material reprodutivo oriundo de acesso
XV - promover a descentralização para ao patrimônio genético de que trata o § 2º
as Unidades Federadas e para os deste artigo serão repartidos nos termos da
Municípios, dos serviços e ações de saúde, Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015.
respectivamente, de abrangência estadual (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
e municipal;
XVI - normatizar e coordenar Art. 17. À direção estadual do Sistema
nacionalmente o Sistema Nacional de Único de Saúde (SUS) compete:
Sangue, Componentes e Derivados; I - promover a descentralização para os
XVII - acompanhar, controlar e avaliar Municípios dos serviços e das ações de
as ações e os serviços de saúde, respeitadas saúde;.
as competências estaduais e municipais; II - acompanhar, controlar e avaliar as
XVIII - elaborar o Planejamento redes hierarquizadas do Sistema Único de
Estratégico Nacional no âmbito do SUS, Saúde (SUS);
em cooperação técnica com os Estados, III - prestar apoio técnico e financeiro
Municípios e Distrito Federal; aos Municípios e executar supletivamente
XIX - estabelecer o Sistema Nacional ações e serviços de saúde;
de Auditoria e coordenar a avaliação IV - coordenar e, em caráter
técnica e financeira do SUS em todo o complementar, executar ações e serviços:
Território Nacional em cooperação técnica a) de vigilância epidemiológica;
com os Estados, Municípios e Distrito b) de vigilância sanitária;
Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de c) de alimentação e nutrição; e
1995) d) de saúde do trabalhador;
Parágrafo único. A União poderá V - participar, junto com os órgãos
executar ações de vigilância afins, do controle dos agravos do meio
epidemiológica e sanitária em ambiente que tenham repercussão na
circunstâncias especiais, como na saúde humana;
ocorrência de agravos inusitados à saúde, VI - participar da formulação da
que possam escapar do controle da direção política e da execução de ações de
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) saneamento básico;
ou que representem risco de disseminação VII - participar das ações de controle e
nacional. avaliação das condições e dos ambientes
§ 1º A União poderá executar ações de de trabalho;
vigilância epidemiológica e sanitária em VIII - em caráter suplementar,
circunstâncias especiais, como na formular, executar, acompanhar e avaliar a
ocorrência de agravos inusitados à saúde, política de insumos e equipamentos para a
que possam escapar do controle da direção saúde;
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) IX - identificar estabelecimentos
ou que representem risco de disseminação hospitalares de referência e gerir sistemas
nacional. (Renumerado do parágrafo públicos de alta complexidade, de
único pela Lei nº 14.141, de 2021) referência estadual e regional;
§ 2º Em situações epidemiológicas que X - coordenar a rede estadual de
caracterizem emergência em saúde laboratórios de saúde pública e
pública, poderá ser adotado procedimento hemocentros, e gerir as unidades que
simplificado para a remessa de patrimônio permaneçam em sua organização
genético ao exterior, na forma do administrativa;
regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141, XI - estabelecer normas, em caráter
de 2021) suplementar, para o controle e avaliação
§ 3º Os benefícios resultantes da das ações e serviços de saúde;

10
Enfermeiro

XII - formular normas e estabelecer com entidades prestadoras de serviços


padrões, em caráter suplementar, de privados de saúde, bem como controlar e
procedimentos de controle de qualidade avaliar sua execução;
para produtos e substâncias de consumo XI - controlar e fiscalizar os
humano; procedimentos dos serviços privados de
XIII - colaborar com a União na saúde;
execução da vigilância sanitária de portos, XII - normatizar complementarmente
aeroportos e fronteiras; as ações e serviços públicos de saúde no
XIV - o acompanhamento, a avaliação seu âmbito de atuação.
e divulgação dos indicadores de
morbidade e mortalidade no âmbito da Art. 19. Ao Distrito Federal competem
unidade federada. as atribuições reservadas aos Estados e aos
Municípios.
Art. 18. À direção municipal do
Sistema de Saúde (SUS) compete: CAPÍTULO V
I - planejar, organizar, controlar e Do Subsistema de Atenção à Saúde
avaliar as ações e os serviços de saúde e Indígena
gerir e executar os serviços públicos de (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
saúde;
II - participar do planejamento, Art. 19-A. As ações e serviços de saúde
programação e organização da rede voltados para o atendimento das
regionalizada e hierarquizada do Sistema populações indígenas, em todo o território
Único de Saúde (SUS), em articulação nacional, coletiva ou individualmente,
com sua direção estadual; obedecerão ao disposto nesta Lei.
III - participar da execução, controle e (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
avaliação das ações referentes às
condições e aos ambientes de trabalho; Art. 19-B. É instituído um Subsistema
IV - executar serviços: de Atenção à Saúde Indígena, componente
a) de vigilância epidemiológica; do Sistema Único de Saúde – SUS, criado
b) vigilância sanitária; e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142,
c) de alimentação e nutrição; de 28 de dezembro de 1990, com o qual
d) de saneamento básico; e funcionará em perfeita integração.
e) de saúde do trabalhador; (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
V - dar execução, no âmbito municipal,
à política de insumos e equipamentos para Art. 19-C. Caberá à União, com seus
a saúde; recursos próprios, financiar o Subsistema
VI - colaborar na fiscalização das de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído
agressões ao meio ambiente que tenham pela Lei nº 9.836, de 1999)
repercussão sobre a saúde humana e atuar,
junto aos órgãos municipais, estaduais e Art. 19-D. O SUS promoverá a
federais competentes, para controlá-las; articulação do Subsistema instituído por
VII - formar consórcios administrativos esta Lei com os órgãos responsáveis pela
intermunicipais; Política Indígena do País. (Incluído pela
VIII - gerir laboratórios públicos de Lei nº 9.836, de 1999)
saúde e hemocentros;
IX - colaborar com a União e os Estados Art. 19-E. Os Estados, Municípios,
na execução da vigilância sanitária de outras instituições governamentais e não-
portos, aeroportos e fronteiras; governamentais poderão atuar
X - observado o disposto no art. 26 complementarmente no custeio e execução
desta Lei, celebrar contratos e convênios das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de

11
Enfermeiro

1999) notificação da declaração de raça ou cor,


§ 1º A União instituirá mecanismo de garantindo a identificação de todos os
financiamento específico para os Estados, indígenas atendidos nos sistemas públicos
o Distrito Federal e os Municípios, sempre de saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021,
que houver necessidade de atenção de 2020)
secundária e terciária fora dos territórios § 1º-B. A União deverá integrar os
indígenas. (Incluído pela Lei nº 14.021, sistemas de informação da rede do SUS
de 2020) com os dados do Subsistema de Atenção à
§ 2º Em situações emergenciais e de Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº
calamidade pública: (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
14.021, de 2020) § 2° O SUS servirá de retaguarda e
I - a União deverá assegurar aporte referência ao Subsistema de Atenção à
adicional de recursos não previstos nos Saúde Indígena, devendo, para isso,
planos de saúde dos Distritos Sanitários ocorrer adaptações na estrutura e
Especiais Indígenas (Dseis) ao Subsistema organização do SUS nas regiões onde
de Atenção à Saúde Indígena; (Incluído residem as populações indígenas, para
pela Lei nº 14.021, de 2020) propiciar essa integração e o atendimento
II - deverá ser garantida a inclusão dos necessário em todos os níveis, sem
povos indígenas nos planos emergenciais discriminações. (Incluído pela Lei nº
para atendimento dos pacientes graves das 9.836, de 1999)
Secretarias Municipais e Estaduais de § 3° As populações indígenas devem ter
Saúde, explicitados os fluxos e as acesso garantido ao SUS, em âmbito local,
referências para o atendimento em tempo regional e de centros especializados, de
oportuno. (Incluído pela Lei nº 14.021, acordo com suas necessidades,
de 2020) compreendendo a atenção primária,
secundária e terciária à saúde. (Incluído
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente pela Lei nº 9.836, de 1999)
levar em consideração a realidade local e
as especificidades da cultura dos povos Art. 19-H. As populações indígenas
indígenas e o modelo a ser adotado para a terão direito a participar dos organismos
atenção à saúde indígena, que se deve colegiados de formulação,
pautar por uma abordagem diferenciada e acompanhamento e avaliação das políticas
global, contemplando os aspectos de de saúde, tais como o Conselho Nacional
assistência à saúde, saneamento básico, de Saúde e os Conselhos Estaduais e
nutrição, habitação, meio ambiente, Municipais de Saúde, quando for o caso.
demarcação de terras, educação sanitária e (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
integração institucional. (Incluído pela
Lei nº 9.836, de 1999) CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO
Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, DOMICILIAR
descentralizado, hierarquizado e (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
regionalizado. (Incluído pela Lei nº
9.836, de 1999) Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito
§ 1° O Subsistema de que trata o caput do Sistema Único de Saúde, o atendimento
deste artigo terá como base os Distritos domiciliar e a internação domiciliar.
Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
pela Lei nº 9.836, de 1999) § 1° Na modalidade de assistência de
§ 1º-A. A rede do SUS deverá atendimento e internação domiciliares
obrigatoriamente fazer o registro e a incluem-se, principalmente, os

12
Enfermeiro

procedimentos médicos, de enfermagem, Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela


fisioterapêuticos, psicológicos e de Lei nº 11.108, de 2005)
assistência social, entre outros necessários
ao cuidado integral dos pacientes em seu CAPÍTULO VIII
domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
de 2002) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA
§ 2º O atendimento e a internação E DA INCORPORAÇÃO DE
domiciliares serão realizados por equipes TECNOLOGIA EM SAÚDE”
multidisciplinares que atuarão nos níveis
da medicina preventiva, terapêutica e Art. 19-M. A assistência terapêutica
reabilitadora. (Incluído pela Lei nº integral a que se refere a alínea d do inciso
10.424, de 2002) I do art. 6o consiste em: (Incluído pela
§ 3° O atendimento e a internação Lei nº 12.401, de 2011)
domiciliares só poderão ser realizados por I - dispensação de medicamentos e
indicação médica, com expressa produtos de interesse para a saúde, cuja
concordância do paciente e de sua família. prescrição esteja em conformidade com as
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) diretrizes terapêuticas definidas em
protocolo clínico para a doença ou o
CAPÍTULO VII agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do
DO SUBSISTEMA DE protocolo, em conformidade com o
ACOMPANHAMENTO DURANTE O disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei
TRABALHO DE PARTO, PARTO E nº 12.401, de 2011)
PÓS-PARTO IMEDIATO II - oferta de procedimentos
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) terapêuticos, em regime domiciliar,
ambulatorial e hospitalar, constantes de
Art. 19-J. Os serviços de saúde do tabelas elaboradas pelo gestor federal do
Sistema Único de Saúde - SUS, da rede Sistema Único de Saúde - SUS, realizados
própria ou conveniada, ficam obrigados a no território nacional por serviço próprio,
permitir a presença, junto à parturiente, de conveniado ou contratado.
1 (um) acompanhante durante todo o
período de trabalho de parto, parto e pós- Art. 19-N. Para os efeitos do disposto
parto imediato. (Incluído pela Lei nº no art. 19-M, são adotadas as seguintes
11.108, de 2005) definições: (Incluído pela Lei nº 12.401,
§ 1° O acompanhante de que trata o de 2011)
caput deste artigo será indicado pela I - produtos de interesse para a saúde:
parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, órteses, próteses, bolsas coletoras e
de 2005) equipamentos médicos; (Incluído pela Lei
§ 2° As ações destinadas a viabilizar o nº 12.401, de 2011)
pleno exercício dos direitos de que trata II - protocolo clínico e diretriz
este artigo constarão do regulamento da terapêutica: documento que estabelece
lei, a ser elaborado pelo órgão competente critérios para o diagnóstico da doença ou
do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº do agravo à saúde; o tratamento
11.108, de 2005) preconizado, com os medicamentos e
§ 3° Ficam os hospitais de todo o País demais produtos apropriados, quando
obrigados a manter, em local visível de couber; as posologias recomendadas; os
suas dependências, aviso informando mecanismos de controle clínico; e o
sobre o direito estabelecido no caput deste acompanhamento e a verificação dos
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de resultados terapêuticos, a serem seguidos
2013) pelos gestores do SUS. (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011)

13
Enfermeiro

Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão


diretrizes terapêuticas deverão estabelecer ou a alteração pelo SUS de novos
os medicamentos ou produtos necessários medicamentos, produtos e procedimentos,
nas diferentes fases evolutivas da doença bem como a constituição ou a alteração de
ou do agravo à saúde de que tratam, bem protocolo clínico ou de diretriz
como aqueles indicados em casos de perda terapêutica, são atribuições do Ministério
de eficácia e de surgimento de intolerância da Saúde, assessorado pela Comissão
ou reação adversa relevante, provocadas Nacional de Incorporação de Tecnologias
pelo medicamento, produto ou no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
procedimento de primeira escolha. 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 1° A Comissão Nacional de
Parágrafo único. Em qualquer caso, os Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja
medicamentos ou produtos de que trata o composição e regimento são definidos em
caput deste artigo serão aqueles avaliados regulamento, contará com a participação
quanto à sua eficácia, segurança, de 1 (um) representante indicado pelo
efetividade e custo-efetividade para as Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um)
diferentes fases evolutivas da doença ou representante, especialista na área,
do agravo à saúde de que trata o protocolo. indicado pelo Conselho Federal de
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401,
de 2011)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico § 2° O relatório da Comissão Nacional
ou de diretriz terapêutica, a dispensação de Incorporação de Tecnologias no SUS
será realizada: (Incluído pela Lei nº levará em consideração, necessariamente:
12.401, de 2011) (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - com base nas relações de I - as evidências científicas sobre a
medicamentos instituídas pelo gestor eficácia, a acurácia, a efetividade e a
federal do SUS, observadas as segurança do medicamento, produto ou
competências estabelecidas nesta Lei, e a procedimento objeto do processo, acatadas
responsabilidade pelo fornecimento será pelo órgão competente para o registro ou a
pactuada na Comissão Intergestores autorização de uso; (Incluído pela Lei nº
Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, 12.401, de 2011)
de 2011) II - a avaliação econômica comparativa
II - no âmbito de cada Estado e do dos benefícios e dos custos em relação às
Distrito Federal, de forma suplementar, tecnologias já incorporadas, inclusive no
com base nas relações de medicamentos que se refere aos atendimentos domiciliar,
instituídas pelos gestores estaduais do ambulatorial ou hospitalar, quando
SUS, e a responsabilidade pelo cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
fornecimento será pactuada na Comissão 2011)
Intergestores Bipartite; (Incluído pela § 3º As metodologias empregadas na
Lei nº 12.401, de 2011) avaliação econômica a que se refere o
III - no âmbito de cada Município, de inciso II do § 2º deste artigo serão
forma suplementar, com base nas relações dispostas em regulamento e amplamente
de medicamentos instituídas pelos divulgadas, inclusive em relação aos
gestores municipais do SUS, e a indicadores e parâmetros de custo-
responsabilidade pelo fornecimento será efetividade utilizados em combinação com
pactuada no Conselho Municipal de outros critérios. (Incluído pela Lei nº
Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 14.312, de 2022)
2011)
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e
a alteração a que se refere o art. 19-Q serão

14
Enfermeiro

efetuadas mediante a instauração de procedimento clínico ou cirúrgico


processo administrativo, a ser concluído experimental, ou de uso não autorizado
em prazo não superior a 180 (cento e pela Agência Nacional de Vigilância
oitenta) dias, contado da data em que foi Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei
protocolado o pedido, admitida a sua nº 12.401, de 2011)
prorrogação por 90 (noventa) dias II - a dispensação, o pagamento, o
corridos, quando as circunstâncias ressarcimento ou o reembolso de
exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, medicamento e produto, nacional ou
de 2011) importado, sem registro na Anvisa.
§ 1° O processo de que trata o caput (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
deste artigo observará, no que couber, o Parágrafo único. Excetuam-se do
disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro disposto neste artigo: (Incluído pela Lei
de 1999, e as seguintes determinações nº 14.312, de 2022)
especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de I - medicamento e produto em que a
2011) indicação de uso seja distinta daquela
I - apresentação pelo interessado dos aprovada no registro na Anvisa, desde que
documentos e, se cabível, das amostras de seu uso tenha sido recomendado pela
produtos, na forma do regulamento, com Comissão Nacional de Incorporação de
informações necessárias para o Tecnologias no Sistema Único de Saúde
atendimento do disposto no § 2o do art. (Conitec), demonstradas as evidências
19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
2011) efetividade e a segurança, e esteja
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº padronizado em protocolo estabelecido
12.401, de 2011) pelo Ministério da Saúde; (Incluído pela
III - realização de consulta pública que Lei nº 14.312, de 2022)
inclua a divulgação do parecer emitido II - medicamento e produto
pela Comissão Nacional de Incorporação recomendados pela Conitec e adquiridos
de Tecnologias no SUS; (Incluído pela por intermédio de organismos
Lei nº 12.401, de 2011) multilaterais internacionais, para uso em
IV - realização de audiência pública, programas de saúde pública do Ministério
antes da tomada de decisão, se a relevância da Saúde e suas entidades vinculadas, nos
da matéria justificar o evento. (Incluído termos do § 5º do art. 8º da Lei nº 9.782,
pela Lei nº 12.401, de 2011) de 26 de janeiro de 1999. (Incluído pela
V - distribuição aleatória, respeitadas a Lei nº 14.312, de 2022)
especialização e a competência técnica
requeridas para a análise da matéria; Art. 19-U. A responsabilidade
(Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022) financeira pelo fornecimento de
VI - publicidade dos atos processuais. medicamentos, produtos de interesse para
(Incluído pela Lei nº 14.312, de 2022) a saúde ou procedimentos de que trata este
§ 2° (VETADO). (Incluído pela Lei Capítulo será pactuada na Comissão
nº 12.401, de 2011) Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei
nº 12.401, de 2011)
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-T. São vedados, em todas as


esferas de gestão do SUS: (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011)
I - o pagamento, o ressarcimento ou o
reembolso de medicamento, produto e

15
Enfermeiro

TÍTULO III seguridade social; e (Incluído pela Lei


DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE nº 13.097, de 2015)
ASSISTÊNCIA À SAÙDE IV - demais casos previstos em
CAPÍTULO I legislação específica. (Incluído pela Lei nº
Do Funcionamento 13.097, de 2015)

Art. 20. Os serviços privados de CAPÍTULO II


assistência à saúde caracterizam-se pela Da Participação Complementar
atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente Art. 24. Quando as suas
habilitados, e de pessoas jurídicas de disponibilidades forem insuficientes para
direito privado na promoção, proteção e garantir a cobertura assistencial à
recuperação da saúde. população de uma determinada área, o
Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
Art. 21. A assistência à saúde é livre à recorrer aos serviços ofertados pela
iniciativa privada. iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação
Art. 22. Na prestação de serviços complementar dos serviços privados será
privados de assistência à saúde, serão formalizada mediante contrato ou
observados os princípios éticos e as convênio, observadas, a respeito, as
normas expedidas pelo órgão de direção normas de direito público.
do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto
às condições para seu funcionamento. Art. 25. Na hipótese do artigo anterior,
as entidades filantrópicas e as sem fins
Art. 23. É permitida a participação lucrativos terão preferência para participar
direta ou indireta, inclusive controle, de do Sistema Único de Saúde (SUS).
empresas ou de capital estrangeiro na
assistência à saúde nos seguintes casos: Art. 26. Os critérios e valores para a
(Redação dada pela Lei nº 13.097, de remuneração de serviços e os parâmetros
2015) de cobertura assistencial serão
I - doações de organismos estabelecidos pela direção nacional do
internacionais vinculados à Organização Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados
das Nações Unidas, de entidades de no Conselho Nacional de Saúde.
cooperação técnica e de financiamento e § 1° Na fixação dos critérios, valores,
empréstimos; (Incluído pela Lei nº formas de reajuste e de pagamento da
13.097, de 2015) remuneração aludida neste artigo, a
II - pessoas jurídicas destinadas a direção nacional do Sistema Único de
instalar, operacionalizar ou explorar: Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato
(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) em demonstrativo econômico-financeiro
a) hospital geral, inclusive filantrópico, que garanta a efetiva qualidade de
hospital especializado, policlínica, clínica execução dos serviços contratados.
geral e clínica especializada; e (Incluído § 2° Os serviços contratados submeter-
pela Lei nº 13.097, de 2015) se-ão às normas técnicas e administrativas
b) ações e pesquisas de planejamento e aos princípios e diretrizes do Sistema
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de Único de Saúde (SUS), mantido o
2015) equilíbrio econômico e financeiro do
III - serviços de saúde mantidos, sem contrato.
finalidade lucrativa, por empresas, para § 3° (Vetado).
atendimento de seus empregados e § 4° Aos proprietários, administradores
dependentes, sem qualquer ônus para a e dirigentes de entidades ou serviços

16
Enfermeiro

contratados é vedado exercer cargo de formas adequadas. (Incluído pela Lei nº


chefia ou função de confiança no Sistema 14.510, de 2022)
Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Os atos do
profissional de saúde, quando praticados
TÍTULO III-A na modalidade telessaúde, terão validade
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) em todo o território nacional. (Incluído
DA TELESSAÚDE pela Lei nº 14.510, de 2022)

Art. 26-A. A telessaúde abrange a Art. 26-C. Ao profissional de saúde são


prestação remota de serviços relacionados asseguradas a liberdade e a completa
a todas as profissões da área da saúde independência de decidir sobre a
regulamentadas pelos órgãos competentes utilização ou não da telessaúde, inclusive
do Poder Executivo federal e obedecerá com relação à primeira consulta,
aos seguintes princípios: (Incluído pela atendimento ou procedimento, e poderá
Lei nº 14.510, de 2022) indicar a utilização de atendimento
I - autonomia do profissional de saúde; presencial ou optar por ele, sempre que
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) entender necessário. (Incluído pela Lei
II - consentimento livre e informado do nº 14.510, de 2022)
paciente;
III - direito de recusa ao atendimento na Art. 26-D. Compete aos conselhos
modalidade telessaúde, com a garantia do federais de fiscalização do exercício
atendimento presencial sempre que profissional a normatização ética relativa à
solicitado; (Incluído pela Lei nº 14.510, de prestação dos serviços previstos neste
2022) Título, aplicando-se os padrões
IV - dignidade e valorização do normativos adotados para as modalidades
profissional de saúde; (Incluído pela Lei nº de atendimento presencial, no que não
14.510, de 2022) colidirem com os preceitos desta Lei.
V - assistência segura e com qualidade (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
ao paciente; (Incluído pela Lei nº 14.510,
de 2022) Art. 26-E. Na prestação de serviços por
VI - confidencialidade dos dados; telessaúde, serão observadas as normas
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) expedidas pelo órgão de direção do
VII - promoção da universalização do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
acesso dos brasileiros às ações e aos condições para seu funcionamento,
serviços de saúde; (Incluído pela Lei nº observada a competência dos demais
14.510, de 2022) órgãos reguladores. (Incluído pela Lei nº
VIII - estrita observância das 14.510, de 2022)
atribuições legais de cada profissão;
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) Art. 26-F. O ato normativo que
IX - responsabilidade digital. pretenda restringir a prestação de serviço
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) de telessaúde deverá demonstrar a
imprescindibilidade da medida para que
Art. 26-B. Para fins desta Lei, sejam evitados danos à saúde dos
considera-se telessaúde a modalidade de pacientes. (Incluído pela Lei nº 14.510,
prestação de serviços de saúde a distância, de 2022)
por meio da utilização das tecnologias da
informação e da comunicação, que Art. 26-G. A prática da telessaúde deve
envolve, entre outros, a transmissão segura seguir as seguintes determinações:
de dados e informações de saúde, por meio (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
de textos, de sons, de imagens ou outras I - ser realizada por consentimento livre

17
Enfermeiro

e esclarecido do paciente, ou de seu


representante legal, e sob responsabilidade Art. 28. Os cargos e funções de chefia,
do profissional de saúde; (Incluído pela direção e assessoramento, no âmbito do
Lei nº 14.510, de 2022) Sistema Único de Saúde (SUS), só
II - prestar obediência aos ditames das poderão ser exercidas em regime de tempo
Leis nºs 12.965, de 23 de abril de 2014 integral.
(Marco Civil da Internet), 12.842, de 10 de § 1° Os servidores que legalmente
julho de 2013 (Lei do Ato Médico), acumulam dois cargos ou empregos
13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral poderão exercer suas atividades em mais
de Proteção de Dados), 8.078, de 11 de de um estabelecimento do Sistema Único
setembro de 1990 (Código de Defesa do de Saúde (SUS).
Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos § 2° O disposto no parágrafo anterior
ditames da Lei nº 13.787, de 27 de aplica-se também aos servidores em
dezembro de 2018 (Lei do Prontuário regime de tempo integral, com exceção
Eletrônico). (Incluído pela Lei nº 14.510, dos ocupantes de cargos ou função de
de 2022) chefia, direção ou assessoramento.

Art. 26-H. É dispensada a inscrição Art. 29. (Vetado).


secundária ou complementar do
profissional de saúde que exercer a Art. 30. As especializações na forma de
profissão em outra jurisdição treinamento em serviço sob supervisão
exclusivamente por meio da modalidade serão regulamentadas por Comissão
telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, Nacional, instituída de acordo com o art.
de 2022) 12 desta Lei, garantida a participação das
entidades profissionais correspondentes.
TÍTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS TÍTULO V
DO FINANCIAMENTO
Art. 27. A política de recursos humanos CAPÍTULO I
na área da saúde será formalizada e Dos Recursos
executada, articuladamente, pelas
diferentes esferas de governo, em Art. 31. O orçamento da seguridade
cumprimento dos seguintes objetivos: social destinará ao Sistema Único de
I - organização de um sistema de Saúde (SUS) de acordo com a receita
formação de recursos humanos em todos estimada, os recursos necessários à
os níveis de ensino, inclusive de pós- realização de suas finalidades, previstos
graduação, além da elaboração de em proposta elaborada pela sua direção
programas de permanente nacional, com a participação dos órgãos da
aperfeiçoamento de pessoal; Previdência Social e da Assistência Social,
II - (Vetado) tendo em vista as metas e prioridades
III - (Vetado) estabelecidas na Lei de Diretrizes
IV - valorização da dedicação exclusiva Orçamentárias.
aos serviços do Sistema Único de Saúde
(SUS). Art. 32. São considerados de outras
Parágrafo único. Os serviços públicos fontes os recursos provenientes de:
que integram o Sistema Único de Saúde I - (Vetado)
(SUS) constituem campo de prática para II - Serviços que possam ser prestados
ensino e pesquisa, mediante normas sem prejuízo da assistência à saúde;
específicas, elaboradas conjuntamente III - ajuda, contribuições, doações e
com o sistema educacional. donativos;

18
Enfermeiro

IV - alienações patrimoniais e da União, além de outras fontes, serão


rendimentos de capital; administrados pelo Ministério da Saúde,
V - taxas, multas, emolumentos e através do Fundo Nacional de Saúde.
preços públicos arrecadados no âmbito do § 2º (Vetado).
Sistema Único de Saúde (SUS); e § 3º (Vetado).
VI - rendas eventuais, inclusive § 4º O Ministério da Saúde
comerciais e industriais. acompanhará, através de seu sistema de
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) auditoria, a conformidade à programação
caberá metade da receita de que trata o aprovada da aplicação dos recursos
inciso I deste artigo, apurada repassados a Estados e Municípios.
mensalmente, a qual será destinada à Constatada a malversação, desvio ou não
recuperação de viciados. aplicação dos recursos, caberá ao
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Ministério da Saúde aplicar as medidas
Sistema Único de Saúde (SUS) serão previstas em lei.
creditadas diretamente em contas
especiais, movimentadas pela sua direção, Art. 34. As autoridades responsáveis
na esfera de poder onde forem pela distribuição da receita efetivamente
arrecadadas. arrecadada transferirão automaticamente
§ 3º As ações de saneamento que ao Fundo Nacional de Saúde (FNS),
venham a ser executadas supletivamente observado o critério do parágrafo único
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão deste artigo, os recursos financeiros
financiadas por recursos tarifários correspondentes às dotações consignadas
específicos e outros da União, Estados, no Orçamento da Seguridade Social, a
Distrito Federal, Municípios e, em projetos e atividades a serem executados
particular, do Sistema Financeiro da no âmbito do Sistema Único de Saúde
Habitação (SFH). (SUS).
§ 4º (Vetado). Parágrafo único. Na distribuição dos
§ 5º As atividades de pesquisa e recursos financeiros da Seguridade Social
desenvolvimento científico e tecnológico será observada a mesma proporção da
em saúde serão co-financiadas pelo despesa prevista de cada área, no
Sistema Único de Saúde (SUS), pelas Orçamento da Seguridade Social.
universidades e pelo orçamento fiscal,
além de recursos de instituições de Art. 35. Para o estabelecimento de
fomento e financiamento ou de origem valores a serem transferidos a Estados,
externa e receita própria das instituições Distrito Federal e Municípios, será
executoras. utilizada a combinação dos seguintes
§ 6º (Vetado). critérios, segundo análise técnica de
programas e projetos:
CAPÍTULO II I - perfil demográfico da região;
Da Gestão Financeira II - perfil epidemiológico da população
a ser coberta;
Art. 33. Os recursos financeiros do III - características quantitativas e
Sistema Único de Saúde (SUS) serão qualitativas da rede de saúde na área;
depositados em conta especial, em cada IV - desempenho técnico, econômico e
esfera de sua atuação, e movimentados sob financeiro no período anterior;
fiscalização dos respectivos Conselhos de V - níveis de participação do setor
Saúde. saúde nos orçamentos estaduais e
§ 1º Na esfera federal, os recursos municipais;
financeiros, originários do Orçamento da VI - previsão do plano qüinqüenal de
Seguridade Social, de outros Orçamentos investimentos da rede;

19
Enfermeiro

VII - ressarcimento do atendimento a Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde


serviços prestados para outras esferas de estabelecerá as diretrizes a serem
governo. observadas na elaboração dos planos de
§ 1º Metade dos recursos destinados a saúde, em função das características
Estados e Municípios será distribuída epidemiológicas e da organização dos
segundo o quociente de sua divisão pelo serviços em cada jurisdição
número de habitantes, independentemente administrativa.
de qualquer procedimento prévio.
(Revogado pela Lei Complementar nº 141, Art. 38. Não será permitida a
de 2012) (Vide Lei nº 8.142, de 1990) destinação de subvenções e auxílios a
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios instituições prestadoras de serviços de
sujeitos a notório processo de migração, os saúde com finalidade lucrativa.
critérios demográficos mencionados nesta
lei serão ponderados por outros DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
indicadores de crescimento populacional, TRANSITÓRIAS
em especial o número de eleitores
registrados. Art. 39. (Vetado).
§ 3º (Vetado). § 1º (Vetado).
§ 4º (Vetado). § 2º (Vetado).
§ 5º (Vetado). § 3º (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior § 4º (Vetado).
não prejudica a atuação dos órgãos de § 5º A cessão de uso dos imóveis de
controle interno e externo e nem a propriedade do Inamps para órgãos
aplicação de penalidades previstas em lei, integrantes do Sistema Único de Saúde
em caso de irregularidades verificadas na (SUS) será feita de modo a preservá-los
gestão dos recursos transferidos. como patrimônio da Seguridade Social.
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo
CAPÍTULO III anterior serão inventariados com todos os
Do Planejamento e do Orçamento seus acessórios, equipamentos e outros
bens móveis e ficarão disponíveis para
Art. 36. O processo de planejamento e utilização pelo órgão de direção municipal
orçamento do Sistema Único de Saúde do Sistema Único de Saúde - SUS ou,
(SUS) será ascendente, do nível local até o eventualmente, pelo estadual, em cuja
federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, circunscrição administrativa se
compatibilizando-se as necessidades da encontrem, mediante simples termo de
política de saúde com a disponibilidade de recebimento.
recursos em planos de saúde dos § 7º (Vetado).
Municípios, dos Estados, do Distrito § 8º O acesso aos serviços de
Federal e da União. informática e bases de dados, mantidos
§ 1º Os planos de saúde serão a base das pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério
atividades e programações de cada nível do Trabalho e da Previdência Social, será
de direção do Sistema Único de Saúde assegurado às Secretarias Estaduais e
(SUS), e seu financiamento será previsto Municipais de Saúde ou órgãos
na respectiva proposta orçamentária. congêneres, como suporte ao processo de
§ 2º É vedada a transferência de gestão, de forma a permitir a gerencia
recursos para o financiamento de ações informatizada das contas e a disseminação
não previstas nos planos de saúde, exceto de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
em situações emergenciais ou de médico-hospitalares.
calamidade pública, na área de saúde.
Art. 40. (Vetado)

20
Enfermeiro

estimulará a transferência de tecnologia


Art. 41. As ações desenvolvidas pela das universidades e institutos de pesquisa
Fundação das Pioneiras Sociais e pelo aos serviços de saúde nos Estados, Distrito
Instituto Nacional do Câncer, Federal e Municípios, e às empresas
supervisionadas pela direção nacional do nacionais.
Sistema Único de Saúde (SUS),
permanecerão como referencial de Art. 47. O Ministério da Saúde, em
prestação de serviços, formação de articulação com os níveis estaduais e
recursos humanos e para transferência de municipais do Sistema Único de Saúde
tecnologia. (SUS), organizará, no prazo de dois anos,
um sistema nacional de informações em
Art. 42. (Vetado). saúde, integrado em todo o território
nacional, abrangendo questões
Art. 43. A gratuidade das ações e epidemiológicas e de prestação de
serviços de saúde fica preservada nos serviços.
serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos Art. 48. (Vetado).
ou convênios estabelecidos com as
entidades privadas. Art. 49. (Vetado).

Art. 44. (Vetado). Art. 50. Os convênios entre a União, os


Estados e os Municípios, celebrados para
Art. 45. Os serviços de saúde dos implantação dos Sistemas Unificados e
hospitais universitários e de ensino Descentralizados de Saúde, ficarão
integram-se ao Sistema Único de Saúde rescindidos à proporção que seu objeto for
(SUS), mediante convênio, preservada a sendo absorvido pelo Sistema Único de
sua autonomia administrativa, em relação Saúde (SUS).
ao patrimônio, aos recursos humanos e
financeiros, ensino, pesquisa e extensão Art. 51. (Vetado).
nos limites conferidos pelas instituições a
que estejam vinculados. Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas cabíveis, constitui crime de emprego
estaduais e municipais de previdência irregular de verbas ou rendas públicas
social deverão integrar-se à direção (Código Penal, art. 315) a utilização de
correspondente do Sistema Único de recursos financeiros do Sistema Único de
Saúde (SUS), conforme seu âmbito de Saúde (SUS) em finalidades diversas das
atuação, bem como quaisquer outros previstas nesta lei.
órgãos e serviços de saúde.
§ 2º Em tempo de paz e havendo Art. 53. (Vetado).
interesse recíproco, os serviços de saúde
das Forças Armadas poderão integrar-se Art. 53-A. Na qualidade de ações e
ao Sistema Único de Saúde (SUS), serviços de saúde, as atividades de apoio à
conforme se dispuser em convênio que, assistência à saúde são aquelas
para esse fim, for firmado. desenvolvidas pelos laboratórios de
genética humana, produção e
Art. 46. o Sistema Único de Saúde fornecimento de medicamentos e produtos
(SUS), estabelecerá mecanismos de para saúde, laboratórios de analises
incentivos à participação do setor privado clínicas, anatomia patológica e de
no investimento em ciência e tecnologia e diagnóstico por imagem e são livres à

21
Enfermeiro

participação direta ou indireta de empresas todos os níveis de assistência.


ou de capitais estrangeiros. (Incluído pela ( ) Redistribuição das responsabilidades
Lei nº 13.097, de 2015) quanto às ações e aos serviços de saúde
entre os vários níveis de governo.
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data ( ) Acesso por meio de Conselhos e
de sua publicação. Conferências de Saúde.

Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, A ordem correta de preenchimento dos
de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, parênteses, de cima para baixo, é:
de 17 de julho de 1975, e demais A - 2 – 4 – 1 – 5 – 3.
disposições em contrário. B - 3 – 4 – 5 – 1 – 2.
C - 2 – 3 – 1 – 4 – 5.
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º D - 1 – 4 – 2 – 3 – 5.
da Independência e 102º da República. E - 3 – 2 – 1 – 4 – 5.

FERNANDO COLLOR 02. (Prefeitura de Porto Alegre/RS-


Alceni Guerra Técnico em Enfermagem –
FUNDATEC/2022) De acordo com a Lei
Questões Federal nº 8.080/1990, são integrados ao
SUS os serviços de saúde dos hospitais
01. (Prefeitura de Esteio/RS – Agente universitários e de ensino através de um
de Combate às Endemias – instrumento legal específico, que está
FUNDATEC/2022) A Lei nº 8.080/1990 corretamente descrito na alternativa:
regula, em todo território nacional, as A - Convênio.
ações e serviços de saúde no âmbito B - Termo de parceria.
público e/ou privado, operacionalizando o C - Termo de cooperação.
Sistema Único de Saúde (SUS). Dispõe D - Contrato.
em seu Art. 198 da Constituição Federal de E - Consórcio.
princípios e diretrizes que devem ser
respeitados em qualquer esfera de 03. (SES/RS- Biomédico –
assistência. Relacione a Coluna 1 à Coluna FAURGS/2022) Assinale a alternativa
2, referentes aos princípios do SUS e seus correta em relação ao Subsistema de
conceitos. Atenção à Saúde Indígena estatuído na Lei
Federal nº 8.080/1990.
Coluna 1 A - Cabe aos Estados, com seus
1. Universalidade. recursos próprios, financiar o Subsistema
2. Integralidade. de Atenção à Saúde Indígena.
3. Igualdade. B - Os Estados, os Municípios e outras
4. Descentralização. instituições governamentais e não-
5. Participação Popular. governamentais poderão atuar
preponderantemente no custeio e execução
Coluna 2 das ações.
( ) Conjunto de ações e serviços C - As populações indígenas devem ter
preventivos e curativos articulado e acesso garantido ao SUS, em âmbito local,
contínuo, em todos os níveis de regional e de centros especializados, de
complexidade. acordo com suas necessidades,
( ) Acesso à assistência em saúde sem compreendendo a atenção primária,
preconceitos ou privilégios de qualquer secundária e terciária à saúde.
espécie. D - A critério discricionário da
( ) Acesso aos serviços de saúde em autoridade competente, poderá ser levada

22
Enfermeiro

em consideração a realidade local e as Alternativas


especificidades da cultura dos povos 01.C – 02.A – 03.C – 04.D - 05.A
indígenas para a configuração do respectivo
modelo de atenção à saúde.
A participação da comunidade na gestão
E - O Subsistema de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e as
Indígena deverá ser, como o SUS, transferências intergovernamentais de
centralizado, horizontalizado e recursos financeiros na área da saúde -
nacionalizado. Lei nº 8.142/1990

04. (SES/RS – Físico – FAURGS/2022)


Assinale a alternativa correta em relação às Lei nº 8.142, de 28 de Dezembro de
normas previstas na Lei Federal nº 19903.
8.080/90.
A - Os recursos financeiros do Sistema Dispõe sobre a participação da
Único de Saúde (SUS) serão depositados comunidade na gestão do Sistema Único
em conta geral, em cada esfera de sua de Saúde (SUS) e sobre as transferências
atuação, e movimentados sob deliberação intergovernamentais de recursos
dos respectivos Conselhos de Saúde. financeiros na área da saúde e dá outras
B - Na esfera federal, os recursos providências.
financeiros originários do Orçamento da O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
Seguridade Social são administrados pelo faço saber que o Congresso Nacional
Ministério da Economia, através do decreta e eu sanciono a seguinte lei:
orçamento geral da União.
C - O processo de planejamento e Art. 1° O Sistema Único de Saúde
orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19
(SUS) é descendente do nível federal até o de setembro de 1990, contará, em cada
local. esfera de governo, sem prejuízo das
D - O processo de planejamento e funções do Poder Legislativo, com as
orçamento do Sistema Único de Saúde seguintes instâncias colegiadas:
(SUS) é ascendente, do nível local até o I - a Conferência de Saúde; e
federal. II - o Conselho de Saúde.
E - As receitas geradas no âmbito do § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á
Sistema Único de Saúde (SUS) são a cada quatro anos com a representação
creditadas diretamente no caixa único da dos vários segmentos sociais, para avaliar
esfera de poder onde forem arrecadadas. a situação de saúde e propor as diretrizes
para a formulação da política de saúde nos
05. (Prefeitura Bela Vista/MG – níveis correspondentes, convocada pelo
Agente de Combate a Endemias – Poder Executivo ou, extraordinariamente,
FCM/2021) É correto afirmar que a por esta ou pelo Conselho de Saúde.
assistência à saúde, sem preconceitos ou § 2° O Conselho de Saúde, em caráter
privilégios de qualquer espécie e prevista permanente e deliberativo, órgão
na Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, colegiado composto por representantes do
obedece ao princípio da governo, prestadores de serviço,
A - igualdade. profissionais de saúde e usuários, atua na
B - integralidade. formulação de estratégias e no controle da
C - universalidade. execução da política de saúde na instância
D - participação da comunidade. correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões
serão homologadas pelo chefe do poder
33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8142.htm, visitado em 30.10.2022.

23
Enfermeiro

legalmente constituído em cada esfera do recursos, exclusivamente o critério


governo. estabelecido no § 1° do mesmo artigo.
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional § 2° Os recursos referidos neste artigo
de Secretários Municipais de Saúde serão destinados, pelo menos setenta por
(Conasems) terão representação no cento, aos Municípios, afetando-se o
Conselho Nacional de Saúde. restante aos Estados.
§ 4° A representação dos usuários nos § 3° Os Municípios poderão estabelecer
Conselhos de Saúde e Conferências será consórcio para execução de ações e
paritária em relação ao conjunto dos serviços de saúde, remanejando, entre si,
demais segmentos. parcelas de recursos previstos no inciso IV
§ 5° As Conferências de Saúde e os do art. 2° desta lei.
Conselhos de Saúde terão sua organização
e normas de funcionamento definidas em Art. 4° Para receberem os recursos, de
regimento próprio, aprovadas pelo que trata o art. 3° desta lei, os Municípios,
respectivo conselho. os Estados e o Distrito Federal deverão
contar com:
I - Fundo de Saúde;
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional II - Conselho de Saúde, com composição
de Saúde (FNS) serão alocados como: paritária de acordo com o Decreto n°
I - despesas de custeio e de capital do 99.438, de 7 de agosto de 1990;
Ministério da Saúde, seus órgãos e III - plano de saúde;
entidades, da administração direta e IV - relatórios de gestão que permitam o
indireta; controle de que trata o § 4° do art. 33 da
II - investimentos previstos em lei Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
orçamentária, de iniciativa do Poder V - contrapartida de recursos para a
Legislativo e aprovados pelo Congresso saúde no respectivo orçamento;
Nacional; VI - Comissão de elaboração do Plano de
III - investimentos previstos no Plano Carreira, Cargos e Salários (PCCS),
Qüinqüenal do Ministério da Saúde; previsto o prazo de dois anos para sua
IV - cobertura das ações e serviços de implantação.
saúde a serem implementados pelos Parágrafo único. O não atendimento
Municípios, Estados e Distrito Federal. pelos Municípios, ou pelos Estados, ou
Parágrafo único. Os recursos referidos pelo Distrito Federal, dos requisitos
no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a estabelecidos neste artigo, implicará em
investimentos na rede de serviços, à que os recursos concernentes sejam
cobertura assistencial ambulatorial e administrados, respectivamente, pelos
hospitalar e às demais ações de saúde. Estados ou pela União.

Art. 3° Os recursos referidos no inciso Art. 5° É o Ministério da Saúde,


IV do art. 2° desta lei serão repassados de mediante portaria do Ministro de Estado,
forma regular e automática para os autorizado a estabelecer condições para
Municípios, Estados e Distrito Federal, de aplicação desta lei.
acordo com os critérios previstos no art. 35
da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de
1990. sua publicação.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a
aplicação dos critérios previstos no art. 35 Art. 7° Revogam-se as disposições em
da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de contrário.
1990, será utilizado, para o repasse de

24
Enfermeiro

Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° Enfermagem – FAURGS/2022) Assinale


da Independência e 102° da República. a alternativa correta em relação à
participação da comunidade na gestão do
FERNANDO COLLOR Sistema Único de Saúde (SUS), conforme
Alceni Guerra previsto na Lei Federal nº 8.142/1990.
A - O Conselho de Saúde se reúne a cada
Questões quatro anos com a representação dos vários
segmentos sociais para avaliar a situação de
01. (Prefeitura de Goiânia/GO – saúde e propor as diretrizes para a
Agente Comunitário de Saúde – CS- formulação da política de saúde nos níveis
UFG/2022) De acordo com a Lei n. correspondentes.
8.142/90, os Conselhos de Saúde presentes B - A Conferência de Saúde, em caráter
em todas as instâncias do governo devem permanente e deliberativo, é órgão
participar da gestão do SUS. Trata-se de colegiado composto por representantes do
um órgão colegiado, de caráter governo, prestadores de serviço,
permanente e deliberativo, composto por profissionais de saúde e usuários.
representantes do C - O Conselho Nacional de Secretários
de Saúde (CONASS) e o Conselho
A - município, unidades de atendimento, Nacional de Secretários Municipais de
serviços suplementares do SUS e Saúde (CONASEMS) têm representação no
população. Conselho Nacional de Saúde.
B - governo, profissionais de saúde, D - A representação dos usuários nos
unidades de atendimento e serviços Conselhos de Saúde e nas Conferências é
suplementares. majoritária em relação ao conjunto dos
C - município, prestadores de serviço, demais segmentos.
serviços suplementares e usuários. E - As Conferências de Saúde e os
D - governo, prestadores de serviço, Conselhos de Saúde terão sua organização
profissionais de saúde e usuários. e normas de funcionamento em regime
único, homologado pelo Poder executivo.
02. (Prefeitura de Oeiras/PI – Agente
Municipal de Saúde/Combate às 04. (Prefeitura de Porto Alegre/RS –
Endemias – COPESE - UFPI/2022) Técnico em Enfermagem –
Segundo a Lei nº 8.142, de 1990, para FUNDATEC/2022) A Lei Federal nº
receberem os recursos, os Municípios, os 8.142/1990, que tem relação direta com a
Estados e o Distrito Federal deverão contar Lei Orgânica da Saúde, trata, dentre outros
com algumas obrigações e instrumentos temas, da participação da comunidade na
essenciais de planejamento. Dentre estes gestão do Sistema Único de Saúde, esta que
requisitos, a opção que se refere ao é uma das diretrizes do SUS
instrumento que norteia a elaboração do constitucionalmente previstas. Essa
planejamento das ações e do orçamento do participação será feita por meio de
governo no tocante à saúde é: instâncias colegiadas, a Conferência de
A - Fundo de Saúde. Saúde e o Conselho de Saúde. Sobre essas
B - Conselho de Saúde. instâncias, de acordo com a referida Lei
C - Plano de saúde. Federal, assinale a alternativa
D - Contrapartida de recursos para a INCORRETA em relação a uma das
saúde no respectivo orçamento. características da Conferência de Saúde ou
E - Comissão de elaboração do Plano de do Conselho de Saúde.
Carreira, Cargos e Salários (PCCS). A - A Conferência de Saúde reunir-se-á
a cada quatro anos.
03. (SES/RS – Técnico de B - O Conselho de Saúde é órgão

25
Enfermeiro

colegiado de caráter permanente e saúde, a assistência à saúde e a articulação


deliberativo. interfederativa.
C - A Conferência de Saúde tem o intuito
de avaliar a situação de saúde e propor as Art. 2º Para efeito deste Decreto,
diretrizes para a formulação da política de considera-se:
saúde nos níveis correspondentes. I - Região de Saúde - espaço geográfico
D - A convocação da Conferência de contínuo constituído por agrupamentos de
Saúde é feita, ordinariamente, pelo Municípios limítrofes, delimitado a partir
Conselho de Saúde. de identidades culturais, econômicas e
E - O Conselho de Saúde é composto por sociais e de redes de comunicação e
representantes do governo, prestadores de infraestrutura de transportes
serviço, profissionais de saúde e usuários. compartilhados, com a finalidade de
integrar a organização, o planejamento e a
Alternativas execução de ações e serviços de saúde;
01.D – 02.C – 03.C – 04.D II - Contrato Organizativo da Ação
Pública da Saúde - acordo de colaboração
firmado entre entes federativos com a
A organização do Sistema Único de Saúde finalidade de organizar e integrar as ações e
- SUS, o planejamento da saúde, a serviços de saúde na rede regionalizada e
assistência à saúde e a articulação
hierarquizada, com definição de
interfederativa - Decreto nº 7.508/2011
responsabilidades, indicadores e metas de
saúde, critérios de avaliação de
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE desempenho, recursos financeiros que serão
JUNHO DE 2011.4 disponibilizados, forma de controle e
fiscalização de sua execução e demais
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de elementos necessários à implementação
setembro de 1990, para dispor sobre a integrada das ações e serviços de saúde;
organização do Sistema Único de Saúde - III - Portas de Entrada - serviços de
SUS, o planejamento da saúde, a assistência atendimento inicial à saúde do usuário no
à saúde e a articulação interfederativa, e dá SUS;
outras providências. IV - Comissões Intergestores - instâncias
de pactuação consensual entre os entes
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no federativos para definição das regras da
uso da atribuição que lhe confere o art. 84, gestão compartilhada do SUS;
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista V - Mapa da Saúde - descrição
o disposto na Lei nº 8.080, 19 de setembro geográfica da distribuição de recursos
de 1990, humanos e de ações e serviços de saúde
ofertados pelo SUS e pela iniciativa
DECRETA: privada, considerando-se a capacidade
instalada existente, os investimentos e o
CAPÍTULO I desempenho aferido a partir dos
DAS DISPOSIÇÕES indicadores de saúde do sistema;
PRELIMINARES VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto
de ações e serviços de saúde articulados em
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei níveis de complexidade crescente, com a
nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para finalidade de garantir a integralidade da
dispor sobre a organização do Sistema assistência à saúde;
Único de Saúde - SUS, o planejamento da VII - Serviços Especiais de Acesso

4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/decreto/d7508.htm, visitado em: 30.03.2023.

26
Enfermeiro

Aberto - serviços de saúde específicos para II - urgência e emergência;


o atendimento da pessoa que, em razão de III - atenção psicossocial;
agravo ou de situação laboral, necessita de IV - atenção ambulatorial especializada
atendimento especial; e e hospitalar; e
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz V - vigilância em saúde.
Terapêutica - documento que estabelece: Parágrafo único. A instituição das
critérios para o diagnóstico da doença ou do Regiões de Saúde observará cronograma
agravo à saúde; o tratamento preconizado, pactuado nas Comissões Intergestores.
com os medicamentos e demais produtos
apropriados, quando couber; as posologias Art. 6º As Regiões de Saúde serão
recomendadas; os mecanismos de controle referência para as transferências de recursos
clínico; e o acompanhamento e a entre os entes federativos.
verificação dos resultados terapêuticos, a
serem seguidos pelos gestores do SUS. Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde
estarão compreendidas no âmbito de uma
CAPÍTULO II Região de Saúde, ou de várias delas, em
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS consonância com diretrizes pactuadas nas
Comissões Intergestores .
Art. 3º O SUS é constituído pela Parágrafo único. Os entes federativos
conjugação das ações e serviços de definirão os seguintes elementos em relação
promoção, proteção e recuperação da saúde às Regiões de Saúde:
executados pelos entes federativos, de I - seus limites geográficos;
forma direta ou indireta, mediante a II - população usuária das ações e
participação complementar da iniciativa serviços;
privada, sendo organizado de forma III - rol de ações e serviços que serão
regionalizada e hierarquizada. ofertados; e
IV - respectivas responsabilidades,
Seção I critérios de acessibilidade e escala para
Das Regiões de Saúde conformação dos serviços.

Art. 4º As Regiões de Saúde serão Seção II


instituídas pelo Estado, em articulação com Da Hierarquização
os Municípios, respeitadas as diretrizes
gerais pactuadas na Comissão Intergestores Art. 8º O acesso universal, igualitário e
Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do ordenado às ações e serviços de saúde se
art. 30. inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se
§ 1º Poderão ser instituídas Regiões de completa na rede regionalizada e
Saúde interestaduais, compostas por hierarquizada, de acordo com a
Municípios limítrofes, por ato conjunto dos complexidade do serviço.
respectivos Estados em articulação com os
Municípios. Art. 9º São Portas de Entrada às ações e
§ 2º A instituição de Regiões de Saúde aos serviços de saúde nas Redes de Atenção
situadas em áreas de fronteira com outros à Saúde os serviços:
países deverá respeitar as normas que I - de atenção primária;
regem as relações internacionais. II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
Art. 5º Para ser instituída, a Região de IV - especiais de acesso aberto.
Saúde deve conter, no mínimo, ações e Parágrafo único. Mediante justificativa
serviços de: técnica e de acordo com o pactuado nas
I - atenção primária; Comissões Intergestores, os entes

27
Enfermeiro

federativos poderão criar novas Portas de serviços de saúde; e


Entrada às ações e serviços de saúde, IV - ofertar regionalmente as ações e os
considerando as características da Região serviços de saúde.
de Saúde.
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá
Art. 10. Os serviços de atenção sobre critérios, diretrizes, procedimentos e
hospitalar e os ambulatoriais demais medidas que auxiliem os entes
especializados, entre outros de maior federativos no cumprimento das atribuições
complexidade e densidade tecnológica, previstas no art. 13.
serão referenciados pelas Portas de Entrada
de que trata o art. 9º . CAPÍTULO III
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
Art. 11. O acesso universal e igualitário
às ações e aos serviços de saúde será Art. 15. O processo de planejamento da
ordenado pela atenção primária e deve ser saúde será ascendente e integrado, do nível
fundado na avaliação da gravidade do risco local até o federal, ouvidos os respectivos
individual e coletivo e no critério Conselhos de Saúde, compatibilizando-se
cronológico, observadas as especificidades as necessidades das políticas de saúde com
previstas para pessoas com proteção a disponibilidade de recursos financeiros.
especial, conforme legislação vigente. § 1º O planejamento da saúde é
Parágrafo único. A população indígena obrigatório para os entes públicos e será
contará com regramentos diferenciados de indutor de políticas para a iniciativa
acesso, compatíveis com suas privada.
especificidades e com a necessidade de § 2º A compatibilização de que trata o
assistência integral à sua saúde, de acordo caput será efetuada no âmbito dos planos de
com disposições do Ministério da Saúde. saúde, os quais serão resultado do
planejamento integrado dos entes
Art. 12. Ao usuário será assegurada a federativos, e deverão conter metas de
continuidade do cuidado em saúde, em saúde.
todas as suas modalidades, nos serviços, § 3º O Conselho Nacional de Saúde
hospitais e em outras unidades integrantes estabelecerá as diretrizes a serem
da rede de atenção da respectiva região. observadas na elaboração dos planos de
Parágrafo único. As Comissões saúde, de acordo com as características
Intergestores pactuarão as regras de epidemiológicas e da organização de
continuidade do acesso às ações e aos serviços nos entes federativos e nas Regiões
serviços de saúde na respectiva área de de Saúde.
atuação.
Art. 16. No planejamento devem ser
Art. 13. Para assegurar ao usuário o considerados os serviços e as ações
acesso universal, igualitário e ordenado às prestados pela iniciativa privada, de forma
ações e serviços de saúde do SUS, caberá complementar ou não ao SUS, os quais
aos entes federativos, além de outras deverão compor os Mapas da Saúde
atribuições que venham a ser pactuadas regional, estadual e nacional.
pelas Comissões Intergestores:
I - garantir a transparência, a Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado
integralidade e a equidade no acesso às na identificação das necessidades de saúde
ações e aos serviços de saúde; e orientará o planejamento integrado dos
II - orientar e ordenar os fluxos das ações entes federativos, contribuindo para o
e dos serviços de saúde; estabelecimento de metas de saúde.
III - monitorar o acesso às ações e aos

28
Enfermeiro

Art. 18. O planejamento da saúde em serviços de saúde, em consonância com a


âmbito estadual deve ser realizado de RENASES, respeitadas as
maneira regionalizada, a partir das responsabilidades dos entes pelo seu
necessidades dos Municípios, considerando financiamento, de acordo com o pactuado
o estabelecimento de metas de saúde. nas Comissões Intergestores.

Art. 19. Compete à Comissão Seção II


Intergestores Bipartite - CIB de que trata o Da Relação Nacional de
inciso II do art. 30 pactuar as etapas do Medicamentos Essenciais - RENAME
processo e os prazos do planejamento
municipal em consonância com os Art. 25. A Relação Nacional de
planejamentos estadual e nacional. Medicamentos Essenciais - RENAME
compreende a seleção e a padronização de
CAPÍTULO IV medicamentos indicados para atendimento
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE de doenças ou de agravos no âmbito do
SUS.
Art. 20. A integralidade da assistência à Parágrafo único. A RENAME será
saúde se inicia e se completa na Rede de acompanhada do Formulário Terapêutico
Atenção à Saúde, mediante Nacional - FTN que subsidiará a prescrição,
referenciamento do usuário na rede regional a dispensação e o uso dos seus
e interestadual, conforme pactuado nas medicamentos.
Comissões Intergestores.
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão
Seção I competente para dispor sobre a RENAME
Da Relação Nacional de Ações e e os Protocolos Clínicos e Diretrizes
Serviços de Saúde - RENASES Terapêuticas em âmbito nacional,
observadas as diretrizes pactuadas pela
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e CIT.
Serviços de Saúde - RENASES Parágrafo único. O Ministério da Saúde
compreende todas as ações e serviços que o consolidará e publicará as atualizações:
SUS oferece ao usuário para atendimento (Redação dada pelo Decreto nº 11.161, de
da integralidade da assistência à saúde. 2022)
I - da RENAME, a cada dois anos, e
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá disponibilizará, nesse prazo, a lista de
sobre a RENASES em âmbito nacional, tecnologias incorporadas, excluídas e
observadas as diretrizes pactuadas pela alteradas pela CONITEC e com a
CIT. responsabilidade de financiamento
Parágrafo único. A cada dois anos, o pactuada de forma tripartite, até que haja a
Ministério da Saúde consolidará e publicará consolidação da referida lista; (Incluído
as atualizações da RENASES. pelo Decreto nº 11.161, de 2022)
II - do FTN, à medida que sejam
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito identificadas novas evidências sobre as
Federal e os Municípios pactuarão nas tecnologias constantes na RENAME
respectivas Comissões Intergestores as suas vigente; e (Incluído pelo Decreto nº 11.161,
responsabilidades em relação ao rol de de 2022)
ações e serviços constantes da RENASES. III - de protocolos clínicos ou de
diretrizes terapêuticas, quando da
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e incorporação, alteração ou exclusão de
os Municípios poderão adotar relações tecnologias em saúde no SUS e da
específicas e complementares de ações e existência de novos estudos e evidências

29
Enfermeiro

científicas identificados a partir de revisões CAPÍTULO V


periódicas da literatura relacionada aos seus DA ARTICULAÇÃO
objetos. (Incluído pelo Decreto nº 11.161, INTERFEDERATIVA
de 2022) Seção I

Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Das Comissões Intergestores


Município poderão adotar relações
específicas e complementares de Art. 30. As Comissões Intergestores
medicamentos, em consonância com a pactuarão a organização e o funcionamento
RENAME, respeitadas as das ações e serviços de saúde integrados em
responsabilidades dos entes pelo redes de atenção à saúde, sendo:
financiamento de medicamentos, de acordo I - a CIT, no âmbito da União, vinculada
com o pactuado nas Comissões ao Ministério da Saúde para efeitos
Intergestores. administrativos e operacionais;
II - a CIB, no âmbito do Estado,
Art. 28. O acesso universal e igualitário vinculada à Secretaria Estadual de Saúde
à assistência farmacêutica pressupõe, para efeitos administrativos e operacionais;
cumulativamente: e
I - estar o usuário assistido por ações e III - a Comissão Intergestores Regional -
serviços de saúde do SUS; CIR, no âmbito regional, vinculada à
II - ter o medicamento sido prescrito por Secretaria Estadual de Saúde para efeitos
profissional de saúde, no exercício regular administrativos e operacionais, devendo
de suas funções no SUS; observar as diretrizes da CIB.
III - estar a prescrição em conformidade
com a RENAME e os Protocolos Clínicos e Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os
Diretrizes Terapêuticas ou com a relação gestores públicos de saúde poderão ser
específica complementar estadual, distrital representados pelo Conselho Nacional de
ou municipal de medicamentos; e Secretários de Saúde - CONASS, pelo
IV - ter a dispensação ocorrido em Conselho Nacional de Secretarias
unidades indicadas pela direção do SUS. Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo
§ 1º Os entes federativos poderão Conselho Estadual de Secretarias
ampliar o acesso do usuário à assistência Municipais de Saúde - COSEMS.
farmacêutica, desde que questões de saúde
pública o justifiquem. Art. 32. As Comissões Intergestores
§ 2º O Ministério da Saúde poderá pactuarão:
estabelecer regras diferenciadas de acesso a I - aspectos operacionais, financeiros e
medicamentos de caráter especializado. administrativos da gestão compartilhada do
SUS, de acordo com a definição da política
Art. 29. A RENAME e a relação de saúde dos entes federativos,
específica complementar estadual, distrital consubstanciada nos seus planos de saúde,
ou municipal de medicamentos somente aprovados pelos respectivos conselhos de
poderão conter produtos com registro na saúde;
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - II - diretrizes gerais sobre Regiões de
ANVISA. Saúde, integração de limites geográficos,
referência e contrarreferência e demais
aspectos vinculados à integração das ações
e serviços de saúde entre os entes
federativos;
III - diretrizes de âmbito nacional,
estadual, regional e interestadual, a respeito

30
Enfermeiro

da organização das redes de atenção à Saúde, tendo como fundamento as


saúde, principalmente no tocante à gestão pactuações estabelecidas pela CIT.
institucional e à integração das ações e
serviços dos entes federativos; Art. 35. O Contrato Organizativo de
IV - responsabilidades dos entes Ação Pública da Saúde definirá as
federativos na Rede de Atenção à Saúde, de responsabilidades individuais e solidárias
acordo com o seu porte demográfico e seu dos entes federativos com relação às ações
desenvolvimento econômico-financeiro, e serviços de saúde, os indicadores e as
estabelecendo as responsabilidades metas de saúde, os critérios de avaliação de
individuais e as solidárias; e desempenho, os recursos financeiros que
V - referências das regiões intraestaduais serão disponibilizados, a forma de controle
e interestaduais de atenção à saúde para o e fiscalização da sua execução e demais
atendimento da integralidade da assistência. elementos necessários à implementação
Parágrafo único. Serão de competência integrada das ações e serviços de saúde.
exclusiva da CIT a pactuação: § 1º O Ministério da Saúde definirá
I - das diretrizes gerais para a indicadores nacionais de garantia de acesso
composição da RENASES; às ações e aos serviços de saúde no âmbito
II - dos critérios para o planejamento do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas
integrado das ações e serviços de saúde da pelo Plano Nacional de Saúde.
Região de Saúde, em razão do § 2º O desempenho aferido a partir dos
compartilhamento da gestão; e indicadores nacionais de garantia de acesso
III - das diretrizes nacionais, do servirá como parâmetro para avaliação do
financiamento e das questões operacionais desempenho da prestação das ações e dos
das Regiões de Saúde situadas em serviços definidos no Contrato
fronteiras com outros países, respeitadas, Organizativo de Ação Pública de Saúde em
em todos os casos, as normas que regem as todas as Regiões de Saúde, considerando-se
relações internacionais. as especificidades municipais, regionais e
estaduais.
Seção II
Do Contrato Organizativo da Ação Art. 36. O Contrato Organizativo da
Pública da Saúde Ação Pública de Saúde conterá as seguintes
disposições essenciais:
Art. 33. O acordo de colaboração entre I - identificação das necessidades de
os entes federativos para a organização da saúde locais e regionais;
rede interfederativa de atenção à saúde será II - oferta de ações e serviços de
firmado por meio de Contrato Organizativo vigilância em saúde, promoção, proteção e
da Ação Pública da Saúde. recuperação da saúde em âmbito regional e
inter-regional;
III - responsabilidades assumidas pelos
Art. 34. O objeto do Contrato entes federativos perante a população no
Organizativo de Ação Pública da Saúde é a processo de regionalização, as quais serão
organização e a integração das ações e dos estabelecidas de forma individualizada, de
serviços de saúde, sob a responsabilidade acordo com o perfil, a organização e a
dos entes federativos em uma Região de capacidade de prestação das ações e dos
Saúde, com a finalidade de garantir a serviços de cada ente federativo da Região
integralidade da assistência aos usuários. de Saúde;
Parágrafo único. O Contrato IV - indicadores e metas de saúde;
Organizativo de Ação Pública da Saúde V - estratégias para a melhoria das ações
resultará da integração dos planos de saúde e serviços de saúde;
dos entes federativos na Rede de Atenção à VI - critérios de avaliação dos resultados

31
Enfermeiro

e forma de monitoramento permanente; específica relativa aos compromissos


VII - adequação das ações e dos serviços assumidos no âmbito do Contrato
dos entes federativos em relação às Organizativo de Ação Pública de Saúde.
atualizações realizadas na RENASES; § 2º O disposto neste artigo será
VIII - investimentos na rede de serviços implementado em conformidade com as
e as respectivas responsabilidades; e demais formas de controle e fiscalização
IX - recursos financeiros que serão previstas em Lei.
disponibilizados por cada um dos partícipes
para sua execução. Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar
Parágrafo único. O Ministério da Saúde e avaliar a execução do Contrato
poderá instituir formas de incentivo ao Organizativo de Ação Pública de Saúde, em
cumprimento das metas de saúde e à relação ao cumprimento das metas
melhoria das ações e serviços de saúde. estabelecidas, ao seu desempenho e à
aplicação dos recursos disponibilizados.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Parágrafo único. Os partícipes incluirão
Ação Pública de Saúde observará as dados sobre o Contrato Organizativo de
seguintes diretrizes básicas para fins de Ação Pública de Saúde no sistema de
garantia da gestão participativa: informações em saúde organizado pelo
I - estabelecimento de estratégias que Ministério da Saúde e os encaminhará ao
incorporem a avaliação do usuário das respectivo Conselho de Saúde para
ações e dos serviços, como ferramenta de monitoramento.
sua melhoria;
II - apuração permanente das CAPÍTULO VI
necessidades e interesses do usuário; e DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
III - publicidade dos direitos e deveres
do usuário na saúde em todas as unidades Art. 42. Sem prejuízo das outras
de saúde do SUS, inclusive nas unidades providências legais, o Ministério da Saúde
privadas que dele participem de forma informará aos órgãos de controle interno e
complementar. externo:
I - o descumprimento injustificado de
Art. 38. A humanização do atendimento responsabilidades na prestação de ações e
do usuário será fator determinante para o serviços de saúde e de outras obrigações
estabelecimento das metas de saúde previstas neste Decreto;
previstas no Contrato Organizativo de Ação II - a não apresentação do Relatório de
Pública de Saúde. Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º
da Lei no 8.142, de 1990 ;
Art. 39. As normas de elaboração e III - a não aplicação, malversação ou
fluxos do Contrato Organizativo de Ação desvio de recursos financeiros; e
Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT,
cabendo à Secretaria de Saúde Estadual IV - outros atos de natureza ilícita de que
coordenar a sua implementação. tiver conhecimento.

Art. 40. O Sistema Nacional de Art. 43. A primeira RENASES é a


Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de somatória de todas as ações e serviços de
serviço especializado, fará o controle e a saúde que na data da publicação deste
fiscalização do Contrato Organizativo de Decreto são ofertados pelo SUS à
Ação Pública da Saúde. população, por meio dos entes federados,
§ 1º O Relatório de Gestão a que se de forma direta ou indireta.
refere o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142,
de 28 de dezembro de 1990, conterá seção Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde

32
Enfermeiro

estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3º FAURGS/2022) Assinale a alternativa que


do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a indica corretamente o órgão competente
partir da publicação deste Decreto. para dispor sobre a Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais – RENAME,
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na conforme o disposto no Decreto Federal nº
data de sua publicação. 7.508/2011.
A - Conferência de Saúde
Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da B - Conselho de Saúde
Independência e 123º da República. C - Ministério da Saúde
D - Conselho Nacional de Secretários de
DILMA ROUSSEFF Saúde (CONASS)
E - Comissão Intergestores Tripartite
Questões (CIT)

01. (SES/RS - Biomédico - 03. (Prefeitura de Jundiaí/SP -


FAURGS/2022) Assinale a alternativa Farmacêutico - VUNESP/2022) O
correta em relação às definições Decreto nº 7.508/2011, que regulamenta a
estabelecidas no Decreto Federal nº Lei Orgânica de Saúde, traz conceitos
7.508/2011. importantes de estruturas de organização do
A - Mapa da Saúde é o espaço SUS. Com base nesse decreto, assinale a
geográfico contínuo, constituído por alternativa correta.
agrupamentos de Municípios limítrofes, A - A região de saúde consiste em
com a finalidade de integrar a organização, espaço geográfico onde se encontram
o planejamento e a execução de ações e municípios limítrofes de até 50 mil
serviços de saúde. habitantes cada um, delimitada por
B - Rede de Atenção à Saúde é o acordo identidade cultural e política.
de colaboração firmado entre entes B - O mapa da saúde é a descrição
federativos com a finalidade de organizar e geográfica dos moradores de determinada
integrar as ações e os serviços de saúde na região sobreposta à distribuição de serviços
rede regionalizada e hierarquizada. de diferentes complexidades.
C - Protocolo Clínico e Diretriz C - As redes de atenção à saúde, que se
Terapêutica é o documento que estabelece: constituem em ações e serviços articulados
critérios para o diagnóstico da doença ou do em níveis de complexidade crescente,
agravo à saúde; o tratamento preconizado, foram criadas para se garantir a
com os medicamentos e demais produtos integralidade da assistência à saúde.
apropriados, quando couber; as posologias D - O protocolo clínico e a diretriz
recomendadas; os mecanismos de controle terapêutica devem ser elaborados em cada
clínico; e o acompanhamento e a estado com base em orientações publicadas
verificação dos resultados terapêuticos, a pelo Ministério da Saúde.
serem seguidos pelos gestores do SUS. E - O contrato organizativo da ação
D - Comissões Intergestores são os pública da saúde refere-se a um acordo de
serviços de atendimento inicial à saúde do colaboração firmado entre entes federativos
usuário no SUS. e associações civis para organizar as ações
E - Serviços Especiais de Acesso Aberto de saúde.
são o conjunto de ações e serviços de saúde
articulados em níveis de complexidade Alternativas
crescente, com a finalidade de garantir a 01.C – 02.C - 03.C
integralidade da assistência à saúde.

02. (SES/RS - Médico Clínico Geral -

33
Enfermeiro

outros aspectos.
Epidemiologia, Indicadores de nível de
saúde da população, Sistema de Epidemiologia descritiva: tem como
Informação no SUS e em Saúde
base a tríade o tempo, o lugar e as pessoas.
Ela se preocupa em realizar descrições
gerais relativas à relação de determinada
Epidemiologia
doença com características básicas, como
idade, sexo, etnia, ocupação, classe social e
A epidemiologia567 pode ser definida
localização geográfica, dentro de
como o ramo da ciência destinado a estudar
determinado período de tempo. Ela sempre
“tudo sobre a população”. A origem da
é observacional, nunca experimental. Um
palavra é proveniente do grego – epi (sobre)
exemplo bastante atual é o levantamento do
+ demos (população) + logia (estudo).
número de recém-nascidos que foram
Segundo a Organização Mundial da Saúde
afetados no Brasil pela epidemia do vírus
(OMS), a epidemiologia é o estudo da
Zika no ano de 2015. Como podemos
distribuição e dos determinantes de estados
visualizar, é feita uma observação da
ou eventos relacionados à saúde (incluindo
distribuição de determinada doença, mas
doença) e a aplicação deste estudo ao
em nenhum momento nesse exemplo se
controle de doenças e outros problemas de
cogitou a intervenção por meio de uma
saúde. Dessa forma, fica claro que os
experimentação científica. Somente é
epidemiologistas estão preocupados não
realizada uma coleta de dados. Embora ela
somente com a incapacidade, doença ou
apenas descreva os dados, a epidemiologia
morte, mas, também, com a melhoria dos
descritiva é um antecedente necessário da
indicadores de saúde e com maneiras de
epidemiologia analítica.
promover saúde.
Epidemiologia analítica: tem como
Assim, por meio da análise da
base a tríade hospedeiro, ambiente e agente.
distribuição e dos fatores determinantes das
Por meio do estudo epidemiológico
doenças, dos danos à saúde e eventos
analítico, subconjuntos de uma população
associados à saúde coletiva, a
definida podem ser identificados,
epidemiologia visa propor medidas
classificando quem esteve, está ou estará
específicas de prevenção, controle ou
exposto ou não exposto - ou exposto em
erradicação de doenças e fornecer
diferentes graus - a um ou mais fatores que
indicadores que sirvam de suporte ao
acarretarão no desfecho final – seja ele
planejamento, administração e avaliação
saúde ou doença. Assim, como exemplo,
das ações de saúde.
podemos citar novamente a epidemia do
O alvo de um estudo epidemiológico é
Zika. Por meio de estudos, verificou-se que
sempre uma população humana, que pode
o vírus (agente) é transmitido pelo
ser definida em termos geográficos ou outro
mosquito Aedes aegypti, que se localiza em
qualquer. Por exemplo, um grupo
regiões mais quentes, por isso afetando
determinado de trabalhadores de uma
mais determinadas regiões do país que
clínica de radiologia ou residentes de uma
outras. Além disso, os hospedeiros
zona rural podem constituir uma unidade de
vertebrados do vírus são humanos e
estudo. Em geral, a população utilizada em
macacos tendo como consequência a
um estudo epidemiológico é aquela
ocorrência de microcefalia congênita
localizada em determinada área ou país em
quando transmitido a gestantes e seus fetos.
determinado momento do tempo. Isso
forma a base para definir subgrupos de
Objetivos da Epidemiologia
acordo com o sexo, grupo etário, etnia e
- Descrever a distribuição e a magnitude

5
MARTINS, A. Á. B. et al. Epidemiologia. Editora SAGAH, 2018. Editora Manole, 2022.
6 7
FRANCO, L. J.; PASSOS, A. D. C. Fundamentos de epidemiologia. http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/epid_visa.pdf

34
Enfermeiro

dos problemas de saúde nas populações prevalece, prevalência implica em


humanas; acontecer e permanecer existindo num
- Identificar e entender o agente causal e momento considerado. Portanto, a
fatores relacionados aos agravos à saúde; prevalência é o número total de casos de
- Identificar e explicar os padrões de uma doença, existentes num determinado
distribuição geográfica das doenças; local e período.
- Estabelecer metas e estratégias de INCIDÊNCIA: A incidência de uma
controle; doença, em um determinado local e
- Estabelecer medidas preventivas; período, é o número de casos novos da
- Auxiliar no planejamento e doença que iniciaram no mesmo local e
desenvolvimento de serviços de saúde ao período. Traz a ideia de intensidade com
elencar as prioridades. que acontece uma doença numa população,
mede a frequência ou probabilidade de
Termos: ocorrência de casos novos de doença na
População: inclui indivíduos com população. Alta incidência significa alto
características específicas às quais se deseja risco coletivo de adoecer.
estudar.
Distribuição: refere-se à análise quanto Coeficientes e índices mais usados em
ao tempo, pessoas, lugares e grupos de Epidemiologia
indivíduos afetados.
Determinantes: inclui fatores que Em Epidemiologia, vários são os
afetam o estado de saúde, entre os quais, os coeficientes e índices usados para medir o
fatores biológicos, químicos, físicos, nível de vida e saúde de uma população.
sociais, culturais, econômicos, genéticos e Medir saúde implica conceituá-la, e a
comportamentais. dificuldade que se apresenta é que não
Endemia: é a ocorrência habitual de existe uma separação nítida entre a saúde e
uma doença ou de um agente infeccioso, em a doença. Dessa forma, ao tentar medir
determinada área geográfica; pode saúde, os indicadores utilizados, na
significar, também, a prevalência usual de maioria, são negativos, no sentido de
determinada doença nessa área. estarem medindo mais doença que saúde.
Epidemia: é doença geralmente Geralmente, medem o evento final da vida,
infecciosa, de caráter transitório, que ataca as doenças que levaram o indivíduo à
simultaneamente grande número de morte.
indivíduos em uma determinada localidade. Segundo Laurenti, existem alguns
Pandemia: é epidemia de grandes requisitos básicos para a construção e a
proporções, atingindo grande número de utilização de indicadores de saúde:
pessoas em uma grande área geográfica disponibilidade dos dados para toda a
(um ou mais continentes). população da área considerada, emprego
MORTALIDADE: é a variável das mesmas definições e procedimentos
característica das comunidades de seres para todos os países, facilidade de
vivos; refere-se ao conjunto dos indivíduos construção e interpretação, reflexo do
que morreram num dado intervalo do maior número possível de fatores
tempo. Representa o risco ou probabilidade influenciadores do estado de saúde das
que qualquer pessoa na população populações.
apresenta de poder vir a morrer ou de Foram selecionados alguns coeficientes
morrer em decorrência de uma determinada e índices mais usados em Epidemiologia,
doença. reunidos em dois grupos: as medidas de
PREVALÊNCIA: prevalecer significa morbidade e as de mortalidade.
ser mais, preponderar, predominar. A
prevalência indica qualidade do que

35
Enfermeiro

Medidas de morbidade surto de diarreia em uma creche pode ser


Dentre as medidas fundamentais para a usada a base 100, porque, em geral, a
construção de indicadores de saúde estão as frequência de casos é alta. Já em estudo
medidas de morbidade, mais difíceis de sobre câncer em diversas regiões do país
obter que as de mortalidade, pois, enquanto pode-se usar a base 100 mil, pelo motivo
a morte é evento único e passível de registro contrário.
obrigatório em uma declaração de óbito Voltando ao exemplo da hantavirose,
(DO), a morbidade é constituída por sabendo-se que o município tem 3 mil
múltiplos eventos em várias ocasiões da habitantes e que ocorreram dois casos da
vida. Atualmente, cada vez mais atenção doença em 2001, obtém-se o seguinte
tem sido dada às medidas de morbidade, coeficiente de incidência:
por refletirem melhor que as de mortalidade
o impacto das doenças na vida das pessoas.

Incidência
A incidência de uma doença é definida
como o número de casos novos que Esse resultado permite a comparação
ocorrem em um determinado período de com outros locais. Em um outro município,
tempo, em uma população exposta ao risco com 1.000 habitantes, ocorreu, no mesmo
de adoecer. período, um caso de hantavirose. O
A incidência pode ser expressa em coeficiente de incidência resultou em 1
número absoluto de casos novos, obtidos caso/1 mil habitantes, maior que o anterior.
por contagem, em um tempo e população A comparação do número absoluto de casos
definidos. Por exemplo, dois casos de levaria à conclusão inversa.
hantavirose foram diagnosticados em A incidência é uma medida de eventos,
trabalhadores agrícolas de um pequeno o que significa que a doença se desenvolve
município, em determinado ano. A em pessoas previamente não doentes. São
incidência expressa como número absoluto casos novos, e não se pode incluir no
de casos é uma importante medida da numerador casos que já vinham sendo
doença, embora possa haver dificuldade em acompanhados em período anterior.
comparar esses casos com os ocorridos em Quanto à população exposta ao risco,
outros locais. Os casos expressos em devem ser incluídas apenas as pessoas que
números absolutos não são adequados a realmente estiveram sob risco de adoecer
comparações, pois não levam em conta o no período. Na prática, nem sempre é
tamanho da população sob risco. possível saber quem esteve exposto ao risco
A incidência pode ser expressa como um de adoecer. No exemplo da hantavirose, foi
coeficiente, que é a proporção de casos considerada população de risco toda a
novos de uma doença na população que população residente no município, 3 mil
esteve exposta ao risco de adoecer durante habitantes, embora uma parte dessa
o período considerado. Os coeficientes de população não estivesse realmente exposta
incidência são calculados com auxílio da ao risco de contrair hantavirose. Como a
seguinte equação: verdadeira população sob risco não é
conhecida, a população total do município
serviu como denominador, supondo que
toda ela estivesse sob igual risco de
adoecer.
O período a ser definido para o cálculo
A base dessa equação é arbitrária,
do coeficiente de incidência também é
usualmente 100, 1 mil, 10 mil ou 100 mil,
arbitrário. Poderá ser um dia, uma semana,
dependendo da frequência de casos. Em um
um mês, um ano. O importante é que o

36
Enfermeiro

período seja claramente especificado, e um período de tempo especificado, dividido


todos os indivíduos incluídos no cálculo pelo número de pessoas nessa população no
devem ter sido expostos durante todo o mesmo período. O cálculo é feito com a
tempo. Quando toda a população puder ser seguinte equação:
observada durante todo o período, calcula-
se a incidência acumulada.

Conceito de pessoa-tempo
Caso nem todos os indivíduos tenham
sido expostos durante todo o período, Exemplificando, em um estudo
calcula-se a densidade de incidência, populacional pode haver interesse em saber
somando, no denominador, a quantidade de quantos hipertensos existem em
tempo em que cada indivíduo foi exposto. determinada comunidade. Para isso é
O resultado será expresso por pessoas- realizado um inquérito e verificado o
tempo. Por exemplo, em uma classe de dez número de pessoas com diagnóstico de
alunos, oito frequentaram a escola durante hipertensão arterial, que será o numerador
12 meses, um frequentou durante três da proporção descrita, e o denominador será
meses, e um, durante um mês. Juntos, a população da comunidade sob
frequentaram a classe durante investigação. A prevalência é uma
[8×12+1×3+1×1] = 100 meses. Se um caso “fotografia instantânea” da população com
de meningite tivesse ocorrido nesse ano na relação a uma determinada doença ou
classe, o coeficiente de incidência poderia agravo. Isso significa que a prevalência é a
ser expresso por: soma de casos novos e antigos, que
permanecem na comunidade no período
estudado. Se o estudo for feito em outro
momento, a prevalência provavelmente
Uma pessoa-mês equivale a uma pessoa será diferente, porque novos casos terão
observada durante um mês. Cem pessoas- surgido, e outros terão deixado de existir
mês equivalem a cem pessoas observadas por migração, cura ou morte.
durante um mês ou dez pessoas sendo Prevalência e incidência são conceitos
observadas por dez meses, e assim por diferentes. A prevalência informa sobre a
diante. situação da doença em um instante ou em
Se todos os alunos tivessem frequentado um período, mas não estima o risco de
a classe durante um ano, ou doze meses, adoecer, porque casos novos e casos já
teríamos [10×12] = 120 pessoas-mês de existentes na população são contados em
observação. Caso o cálculo do coeficiente conjunto. A incidência nos informa sobre a
de incidência tivesse sido feito sem levar dinâmica de entrada de casos novos e
em consideração os diferentes tempos de permite uma estimativa do risco de adoecer
exposição, teríamos CI = 1/120 pessoas- da população exposta. A prevalência é
mês. Quando se calcula o coeficiente de informação fundamental para
incidência para uma população de um administração e planejamento em saúde,
município, por exemplo, em geral admite- uma vez que atendimentos, medicamentos
se que todos estiveram expostos igualmente e pessoal são calculados levando em conta
por todo o período, o que pode não os dados de prevalência.
corresponder à verdade. A prevalência é chamada prevalência no
ponto ou instantânea quando escolhido um
Prevalência determinado instante para seu cálculo, por
O coeficiente de prevalência é definido exemplo, determinado dia ou mês. É
como o número de casos de uma doença chamada prevalência no período quando o
existentes em determinada população em cálculo se baseia em um intervalo de tempo,

37
Enfermeiro

um ano, por exemplo. mortalidade são estudadas em outro


capítulo deste livro. A intenção de voltar a
Relação entre incidência e prevalência essa discussão refere-se à importância que
A prevalência de uma doença pode ser as fontes de dados têm na avaliação da
em função de sua incidência. Quanto maior incidência e da prevalência.
a incidência, maior é a prevalência, A estimativa de incidência e prevalência
dependendo da duração da doença, assim de doenças depende da fonte de dados
como de curas, óbitos e perda de utilizada, sendo que nenhuma delas pode
acompanhamento. A prevalência é o ser considerada completa. A avaliação da
resultado final, para um período de tempo, morbidade depende do uso de fontes de
da soma das entradas (casos novos) menos dados confiáveis, que refletem aspectos
a soma das saídas (curas, mortes e perdas de diferentes da morbidade. Seria como ver
acompanhamento). um objeto sob vários ângulos, cada fonte de
Uma doença aguda de curta duração, em dados sendo um diferente modo de ver a
geral, é avaliada pela incidência. Durante morbidade. Supondo que um pesquisador
uma epidemia de dengue, por exemplo, os esteja interessado em estudar a prevalência
casos novos representam a incidência, mas, de certa doença em uma comunidade,
após o período epidêmico, a incidência haveria várias maneiras de obter dados:
tende a cair. Se a avaliação da prevalência poderia se dirigir à unidade de saúde local e
for feita após a epidemia, ela poderá não verificar os registros dos prontuários dos
refletir a real dimensão da doença. pacientes em busca de informações; ir ao
Considerando uma doença crônica de hospital, onde provavelmente encontraria
longa duração, diabetes, por exemplo, com casos de maior gravidade; ou verificar
incidência baixa: a prevalência poderá ser registros de laboratórios com exames que
alta, porque os pacientes com diabetes indicassem o diagnóstico da doença sob
tendem a sobreviver por muitos anos, estudo. Caso a doença fosse de notificação
havendo um acúmulo de casos ao longo do compulsória, recorreria aos registros de
tempo. Um bom programa de controle de doenças notificadas à vigilância
diabetes poderá resultar no aumento da epidemiológica. Poderia realizar inquérito
prevalência dessa doença, seja por melhora populacional para avaliar a presença da
no diagnóstico, seja por aumento da doença entre os moradores. Ou verificar se
sobrevida dos pacientes, prolongando a ocorreram óbitos pela doença, checando as
duração da doença. Prevalência e declarações de óbitos. Todavia, em
incidência avaliam aspectos diferentes da nenhuma das situações teria o quadro
ocorrência de doenças. completo da morbidade.
Em situações nas quais há certa Como os cálculos de incidência e
estabilidade populacional, com incidência prevalência dependem das fontes de dados
estável, é possível afirmar que a prevalência utilizadas, é prudente checar se satisfazem
será igual à incidência multiplicada pela aos objetivos do estudo. Em geral é
duração da doença. Essa relação entre utilizada mais de uma fonte de dados para
incidência e prevalência foi demonstrada avaliar determinada doença em uma
matematicamente pela primeira vez por comunidade.
Ruffino-Neto:
As principais fontes de dados de
morbidade são:
Em que: P = prevalência; I = incidência; - Estatísticas ambulatoriais: rede básica
D = duração da doença. de unidades de saúde, consultórios
particulares, empresas médicas,
Fonte de dados de morbidade ambulatórios em indústrias, escolas.
As fontes de dados de morbidade e - Estatísticas hospitalares: hospitais

38
Enfermeiro

públicos e privados, conveniados ou não incidência populacional, como os


com o SUS. inquéritos populacionais sistemáticos feitos
- Notificação compulsória de doenças: pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), do
vigilância epidemiológica e sanitária. Ministério da Saúde.
- Inquéritos de morbidade: realizados
com a função específica de avaliar uma Morbidade ambulatorial
situação de saúde ou inquéritos Outra fonte de dados importante para a
sistemáticos. construção de indicadores de saúde é a
- Registros de óbitos. morbidade ambulatorial. Embora de difícil
- Registros especiais: algumas doenças padronização, tendo em vista que os
como o câncer, por exemplo. diagnósticos são muito heterogêneos, o que
- Outras fontes: empresas de seguro- dificulta a comparação de áreas diferentes,
saúde, entidades não governamentais. vários indicadores de atenção básica estão
disponíveis, apresentados pelo Ministério
Doenças de notificação compulsória da Saúde.
Entre as fontes de dados de morbidade
utilizadas estão as doenças de notificação Gravidade
compulsória, atualmente organizadas pelo Não só a ocorrência de doenças, mas
Ministério da Saúde no Sistema de também sua gravidade tem sido motivo de
Informações de Agravos de Notificação preocupação de autoridades sanitárias, em
(Sinan). É possível obter dados de doenças especial da Organização Mundial de Saúde
dessa lista para o país, estados e municípios, (OMS). Essa preocupação diz respeito às
bem como para outras subdivisões consequências para as pessoas em termos
regionais. de qualidade de vida após a ocorrência da
doença. Três consequências são definidas
Morbidade hospitalar como importantes e dizem respeito a
O estudo da morbidade hospitalar é outra deficiências, incapacidades e desvantagens.
fonte importante de dados para construção A doença pode provocar uma deficiência
de indicadores que avaliam o estado de qualquer, que terá consequências em
saúde de uma população. Com base na termos de incapacidades que resultam
folha de alta hospitalar, preenchida ao final daquela deficiência. Essas incapacidades
da internação hospitalar, é possível poderão levar o indivíduo a ter
compilar informações sobre as doenças que desvantagens em sua vida. Segundo
resultaram em internação, procedimentos Laurenti, deficiência é “qualquer perda ou
realizados, cirurgias, condição da alta e anormalidade da estrutura ou função
dados sociodemográficos. psicológica, fisiológica ou anatômica”;
incapacidade (disability) “corresponde a
O Datasus, órgão do Ministério da qualquer redução ou falta (resultante de
Saúde, tem trabalhado as estatísticas uma deficiência) de capacidade para
hospitalares utilizando como fonte de exercer essa atividade nos limites
informação as Autorizações de Internação considerados normais para o homem” e
Hospitalar (AIHS), que, pela abrangência desvantagem “um impedimento para uma
nacional e pela facilidade de acesso, são dada pessoa, resultante de uma deficiência
também importante fonte de informações ou de uma incapacidade, que lhe limita ou
de morbidade hospitalar. impede o desempenho de uma atividade
considerada normal (levando em
Registro de câncer de base consideração a idade, o sexo e fatores
populacional sociais e culturais)”.
Dados sobre câncer são coletados de
populações bem definidas para avaliação de

39
Enfermeiro

Carga da doença
Em seu Relatório Anual de 1999, a OMS
faz uso de indicadores que levam em conta
a carga total com que as doenças poderiam Em que: M = total de óbitos de uma área
afetar a vida saudável das pessoas. É eleito determinada em um dado ano; P =
um indicador, baseado nos trabalhos de população dessa área estimada para o meio
Murray e Lopez, conhecido como Daly desse ano; k = variável, mas usualmente
(Disability-Adjusted Life Year), que tem o valor 3.
expressa anos de vida perdidos por morte O Coeficiente de Mortalidade Geral é
prematura e anos vividos com uma medida global da quantidade total de
incapacidade, ajustados para a gravidade da mortes ocorridas em uma população em um
incapacidade. Um Daly seria um ano de período determinado. O CMG é utilizado
vida saudável perdido. A morte prematura é em saúde pública para uma comparação
definida como aquela que ocorre antes da geral da mortalidade entre áreas diferentes
idade que a pessoa poderia esperar viver se ou momentos diferentes de uma mesma
pertencesse a uma população-modelo área. Aparentemente, uma área com CMG
padronizada, com uma esperança de vida ao maior do que outra tem pior nível de saúde,
nascer igual a mais longeva população do pois, em relação a um mesmo tamanho de
mundo, a população japonesa. A carga da população, tem maior número de óbitos.
doença seria a diferença entre o status atual
da população e um status de referência. Mortalidade segundo a idade
A importância do uso desses indicadores Vários indicadores foram propostos e
que medem a carga da doença pode ser padronizados para estudar a mortalidade
expressa pelo fato de que algumas doenças, segundo a idade, por meio de coeficientes
apesar de pouco importantes quando ou taxas e proporções.
consideradas em termos de mortalidade,
surgem como prioritárias quando se mede o Coeficiente de Mortalidade Infantil
impacto que causam na qualidade de vida O Coeficiente ou Taxa de Mortalidade
de populações. Por exemplo, usando-se o Infantil (TMI) talvez seja o mais conhecido
indicador Daly para doenças não e utilizado indicador de saúde e representa
infecciosas em países de renda baixa ou o número de óbitos de crianças menores de
média, verificou-se que as doenças mentais 1 ano para cada mil nascidos vivos em uma
foram responsáveis por 10% da carga das área e período definidos. A TMI pode ser
doenças; as doenças cardiovasculares, por calculada pela seguinte equação:
10%; câncer, 5%; e lesões, 16%. Doenças
mentais, em geral, têm pouca importância
em termos de mortalidade, mas grande A TMI pode ser desdobrada em dois
mportância em termos de morbidade e da componentes: a Taxa de Mortalidade
carga que representam na vida das pessoas. Infantil Neonatal, que mede o número de
Como afirma o relatório, há novos desafios óbitos de menores de 28 dias para cada mil
quando é usada essa perspectiva de nascidos vivos, e a Taxa de Mortalidade
avaliação. Infantil Pós-Neonatal, que mede a
mortalidade de crianças entre 28 dias e
Medidas de Mortalidade menos de 1 ano, para cada mil nascidos
vivos.
Coeficiente de Mortalidade Geral
(CMG)
O Coeficiente de Mortalidade Geral é
calculado pela fórmula:

40
Enfermeiro

Essas duas taxas têm significados


diferentes. A TMI neonatal reflete as Letalidade
condições da gestação e do parto e é medida O coeficiente de letalidade ou de
indireta da qualidade da assistência pré- fatalidade pode ser calculado com a
natal, ao parto e aos primeiros dias de vida. seguinte equação:
Já a TMI pós-neonatal sofre influência de
fatores ambientais, como os processos
infecciosos e nutricionais.
Nos países e regiões pouco A base usualmente é igual a 100 e o
desenvolvidos, a Taxa de Mortalidade coeficiente é medido para um determinado
Infantil é alta e existe predomínio do período, geralmente 1 ano. O coeficiente de
componente pós-neonatal em relação ao letalidade é fundamental para o prognóstico
neonatal. médico. Basta lembrar que a letalidade da
febre tifoide era de 10%, antes do advento
Mortalidade materna dos antibióticos, passando recentemente
A taxa de mortalidade materna é um para menos de 1%, mostrando como
indicador bastante utilizado porque reflete melhorou o prognóstico dessa doença.
as mortes ocorridas por complicações da
gravidez, parto e puerpério, sendo, dessa Esperança de vida
maneira, indicador dos níveis de saúde da A esperança de vida é o número médio
população feminina e da qualidade de de anos que uma pessoa em uma
assistência à sua saúde. determinada idade poderia ainda viver se as
condições de vida e saúde permanecerem
A taxa de mortalidade materna pode ser inalteradas em relação ao ano considerado.
calculada pela equação: Pode ser estimada para qualquer idade e,
caso seja calculada para recém-nascidos, é
conhecida como esperança de vida ao
Em que: M = total de óbitos maternos de nascer. Segundo Laurenti, é um bom
uma área determinada em um dado ano; NV indicador de saúde, pois sintetiza o efeito da
= total de nascidos vivos; k = uma variável, mortalidade agindo em todas as idades. A
mas usualmente tem o valor 4 ou 5. esperança de vida ao nascer vai
aumentando conforme vão melhorando as
Mortalidade segundo causas condições de vida de uma população.
As causas podem ser estudadas
utilizando taxas ou proporções, da mesma Padronização de coeficientes
forma que todos os indicadores anteriores. Para comparar dois coeficientes é
Dependendo dos objetivos, podem ser necessário primeiro padronizá-los. Em
agrupadas por capítulos da CID, grupos de geral, a padronização é feita por idade, mas
doenças, ou mesmo uma doença específica. poderá também ser feita por sexo ou outras
A Taxa de Mortalidade por causa pode ser variáveis. A padronização é necessária
calculada com a equação: porque uma população com maior
proporção de idosos poderá ter coeficientes
gerais de mortalidade maiores pela simples
razão de que as pessoas idosas morrerão
algum dia, e isso não significa que tenham
Em que: M = total de óbitos pela causa um nível de saúde pior, apenas que o ciclo
específica de uma área determinada em um de vida se encerrou.
dado ano; P = população dessa área Há vários métodos de padronização de
estimada para o meio desse ano; k = uma coeficientes, diretos (população-padrão) e
variável, mas usualmente tem o valor 5. indiretos (coeficiente-padrão).

41
Enfermeiro

brutos, não padronizados.


Método direto
O método direto de padronização de Método indireto
coeficientes utiliza uma população como O método indireto considera o
padrão. Essa população-padrão poderá ser a Coeficiente Geral de Mortalidade de uma
população mundial, a população de países das populações como padrão, para cada
como EUA, Inglaterra, Suécia, ou a uma das faixas etárias. Esses coeficientes-
população brasileira. Poderá ser a soma das padrão serão aplicados na população da
populações que se deseja comparar ou, outra região, para obter o número de mortes
ainda, pode-se usar uma delas como padrão. esperadas nessa população, caso ela fosse
No exemplo a seguir compara-se o exposta aos mesmos coeficientes. Seria
Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) como responder a seguinte pergunta: se a
de duas regiões do estado de São Paulo, região B tivesse os mesmos coeficientes da
uma considerada de alto nível de renda e região A, quantas mortes seriam esperadas?
outra de nível mais baixo. A região A, de Com base no cálculo das mortes esperadas
alta renda, tem o CMG igual a 6,08 óbitos/1 para a região B calcula-se a Razão de
mil habitantes e a região B, de baixa renda, Mortalidade Padronizada (RMP), que é
tem o CMG de 6,22 óbitos/1 mil habitantes, igual a:
ambas para o ano de 2001. Aparentemente,
os dois coeficientes são bem próximos, mas
devemos padronizá-los por idade.
Questões
Foi escolhida como população-padrão a
população do estado de São Paulo para o 01. (INDEA/MT – Fiscal Estadual de
ano 2000, dividida em três faixas etárias, Defesa Agropecuária e Florestal –
para simplificar os cálculos. São os Médico Veterinário – IBFC/2022) A
seguintes os passos para a padronização dos Epidemiologia estuda o processo saúde-
coeficientes: doença em populações, com o objetivo de
- Obter para cada população (A e B) os prevenção e controle. Sobre alguns
respectivos CMG para cada uma das faixas conceitos em epidemiologia, analise as
etárias. afirmativas a seguir:
- Com esses coeficientes (A e B) calcular I. O número absoluto de óbitos
para cada faixa etária os óbitos esperados na ocorridos em uma determinada população,
população-padrão. durante um certo período, ponderado pelo
- Somar os óbitos esperados de cada tamanho da população, no meio do
população e dividir pela população-padrão, período, é o coeficiente geral de
calculando os respectivos CMG mortalidade dessa população, no período
padronizados (A e B). considerado.
II. A quantidade de casos existentes de
uma doença, em uma determinada
população, em um certo momento, é a
prevalência da doença.
III. A incidência corresponde à
quantidade de casos novos, ocorridos em
Após a padronização as diferenças uma determinada população durante um
aumentaram, sendo que a região B, com certo período.
renda mais baixa, apresentou coeficiente Estão corretas as afirmativas
maior. Coeficientes padronizados só A - I e II apenas.
servem para comparações; os verdadeiros B - I e III apenas.
coeficientes são aqueles obtidos com dados C - II e III apenas.

42
Enfermeiro

D - I, II e III. inalcançável: como a ideia de bem-estar


reflete uma idealização do conceito, não é
02. (CELESC/SP – Médico do adequada para ser usada como meta para os
Trabalho –FEPESE/2022) Casos novos serviços de saúde porque elaborar
de uma doença, que surgem em um indicadores operacionais de saúde não é
determinado local e período, cuja análise suficiente. Outros mencionam que este
epidemiológica traz uma ideia de conceito depende do contexto cultural e não
intensidade com que ela acontece numa considera as diferentes dimensões. No
população, mede a sua frequência ou a entanto, existem os que consideram que a
probabilidade de ocorrência de casos definição de saúde da OMS é uma
novos dessa doença nessa população. alternativa aceitável e um avanço em
O texto refere-se à: relação ao proposto nos modelos
A - Morbidade. biomédicos. Vários estudiosos trabalham
B - Letalidade. para tornar a saúde mensurável de acordo
C - Incidência. com este marco conceitual. Convém
D - Prevalência. destacar que este conceito enfatiza que a
E - Infectividade. saúde não é de responsabilidade exclusiva
do setor da saúde, mas também de outros
Alternativas setores. Isso é corroborado pelo caráter
01.D – 02.C integrado dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas
INDICADORES DE SAÚDE8 metas, que pode facilitar a integração de
políticas nos diversos setores.
O CONCEITO DE SAÚDE:
Ao se falar em indicadores de saúde, é DEFINIÇÃO DE INDICADORES
preciso pensar no que é saúde. Por seu O verbo "mensurar' deve ser entendido
caráter multidimensional, este conceito como o procedimento de aplicar uma escala
deve ser examinado segundo os diferentes padrão a uma variável ou um conjunto de
referentes culturais e teóricos, e depende do variáveis, enquanto o substantivo
período histórico e do lugar em que se "mensuração' se refere à extensão,
estabelece a definição. Contudo, neste dimensão ou quantidade de um atributo.
compêndio, não se pretende aprofundar esta De acordo com Morgenstern, mensurar
questão, apenas destacar que vários autores variáveis de saúde abrange diferentes níveis
fizeram um grande esforço para revisar o de mensuração, concebidos de duas formas:
conceito com base em diferentes modelos 1. Pela observação direta de um
propostos historicamente, como o modelo indivíduo (por exemplo, pressão arterial do
holístico e o modelo de bem-estar físico. indivíduo, acesso aos serviços de saúde
quando necessário).
(OMS) elaborou em 1947, que define 2. Pela observação de um grupo
saúde como "um estado de completo bem- populacional ou um espaço geográfico
estar físico, mental e social e não apenas a segundo taxas e proporções (como taxa de
ausência de doença ou enfermidade" prevalência da hipertensão ou porcentagem
de mães adolescentes com idade entre 15 e
O conceito da OMS está, em certo grau, 19 anos), médias (média de consumo de sal
alinhado ao modelo holístico e reforça a per capita em um município) e medianas
conotação positiva da saúde. Porém, alguns (mediana da sobrevida de pacientes com
críticos apontam seu caráter utópico e câncer).

8
9907&alias=45251-indicadores-saude-elementos-conceituais-e-praticos-
https://www3.paho.org/hq/index.php?option=com_docman&view=downl 251&Itemid=270&lang=pt
oad&category_slug=health-analysis-metrics-evidence-

43
Enfermeiro

que, ao ser interpretada, gera. O


As mensurações feitas a partir da conhecimento precisa ser divulgado por
observação de grupos ou espaços processos de comunicação adequados e
geográficos são usadas para elaborar eficientes para influenciar a tomada de
indicadores e são classificadas em: decisão em saúde e produzir uma. Esta
Mensuração consolidada em saúde: são espiral de produção de evidências que
medidas (médias, medianas, proporções) termina na ação adotada em saúde pública é
que sintetizam observações de indivíduos a base do que se denomina "saúde pública
em cada grupo observado (por exemplo, baseada em evidências.
taxa de prevalência de hipertensão em
mulheres e homens em uma faixa etária). Um indicador é uma mensuração que
Ou seja, mensuram a saúde na população. reflete uma determinada situação.
Mensuração ecológica ou ambiental: se
refere a características físicas do lugar onde Existem diversas definições de
vive ou trabalha um grupo populacional. indicadores na literatura, em geral, os
Algumas destas características são difíceis indicadores são medidas-síntese, capazes
de serem medidas (por exemplo, exposição de revelar (ou mensurar) de forma simples
à contaminação atmosférica, exposição uma situação que não é por si só evidente.
diária à luz solar, exposição ao vetor da O indicador de saúde tem a capacidade de
dengue). São fatores externos ao indivíduo. mensurar uma característica de saúde em
Mensuração global: são atributos de um uma determinada população.
grupo ou do espaço sem equivalente ao Para a finalidade deste compêndio, os
nível individual (densidade populacional, indicadores de saúde são definidos como
índice de desenvolvimento humano, medidas-síntese que contêm informação
produto interno bruto per capita). São relevante sobre determinados atributos e
considerados indicadores contextuais. dimensões do estado de saúde, bem como
Nesta publicação, o termo "indicador de do desempenho de um sistema de saúde. Os
saúde' é usado como sinônimo de indicadores de saúde procuram descrever e
"indicador de saúde da população', em monitorar a situação em saúde de uma
contraposição a "indicador de saúde do população. Os atributos se relacionam às
indivíduo'. Assim, se trabalha com dados de características ou qualidades da saúde e as
grupos ou lugares produzidos por dimensões da saúde compreendem o bem-
mensurações consolidadas de saúde, para as estar físico, emocional, espiritual,
quais se costuma definir um evento de ambiental, mental e social.
interesse, uma população de referência e Neste contexto, é importante fazer a
critérios de inclusão e exclusão. distinção entre dado e indicador. O dado é
Mensurar as dimensões de saúde em todo elemento numérico que contribui para
uma população implica fazer estimativas, a elaboração do indicador.
com certo grau de imprecisão.
Todo indicador de saúde é uma "Dado" e "indicador" não são sinônimos
estimativa (mensuração com certo grau de apesar de, em alguns contextos, a distinção
imprecisão) de uma dimensão de saúde em entre estes termos pode não ser totalmente
uma população-alvo. clara do ponto de vista conceitual.

DADO, INDICADOR E Por exemplo, a taxa de incidência de


INDICADOR DE SAÚDE sífilis congênita em uma população em um
Em saúde pública, existe uma hierarquia ano considerado é um indicador. Os dados
de conceitos: o dado é a unidade primária ( são o número de casos de sífilis congênita
) que, ao ser trabalhada, gera um; diagnosticados em menores de 1 ano de
este, ao ser analisado, produz informação idade (numerador) e o total de nascidos

44
Enfermeiro

vivos nessa população no ano considerado taxa de mortalidade infantil, razão de


(denominador). Contudo, o dado de cada mortalidade materna, taxa de incidência de
novo caso de sífilis congênita é também um aids e proporção de abandono do
indicador por si só, que indica a transmissão tratamento de tuberculose.
vertical da doença, reflete a qualidade da
atenção pré-natal e mostra um evento que USOS DOS INDICADORES DE
pode ser evitado com a ação dos serviços de SAÚDE
saúde. A elaboração de indicadores não deve
Por último, vale destacar que os ser entendida como uma finalidade por si
indicadores são dinâmicos e respondem a só, com uma perspectiva contemplativa da
determinadas situações e contextos distribuição espacial ou temporal ou
culturais e temporais. Por exemplo, exclusivamente documental. O uso de
atualmente existe um processo acelerado de indicadores em saúde pública tem como
envelhecimento da população em vários objetivo embasar a tomada de decisão em
países das Américas, com o aumento das saúde, com a missão ulterior de melhorar a
doenças não transmissíveis (DNTs) saúde da população e reduzir as
crônicas. Portanto, muitos países realizam desigualdades injustas e evitáveis.
grandes esforços para coletar dados
relevantes sobre os principais indicadores • Os indicadores de saúde podem ser
para controlar efetivamente as DNTs. usados para descrever as necessidades de
atenção de saúde de uma população ou a
INDICADORES DE SAÚDE carga de doença em um determinado grupo
POSITIVOS E NEGATIVOS populacional. A descrição das necessidades
de saúde de uma população pode, por sua
A classificação dos indicadores como vez, nortear a tomada de decisão quanto à
positivos ou negativos diz respeito à forma grandeza e natureza das necessidades a
como um indicador se relaciona ao conceito serem atendidas, subsídios necessários para
de saúde, de forma direta ou inversa. enfrentar o problema ou grupos que
requerem maior atenção.
Um indicador é positivo se tem uma • Os indicadores de saúde são usados
relação, associação ou correlação direta para prever desfechos do estado de saúde de
com o estado de saúde. Quanto maior sua uma população (predição) ou de um grupo
magnitude, melhor o estado de saúde dos de pacientes (prognóstico). Estes
indivíduos nesta população. indicadores são usados para mensurar o
risco e o prognóstico individuais, bem
A expectativa de vida ao nascer é um como na predição da carga de morbidade
indicador de sobrevida a longo prazo. em grupos da população. Desta forma,
Portanto, é considerado um indicador de podem predizer o risco de surto de doenças
saúde positivo. Outros exemplos são a e auxiliar, por exemplo, a prevenção de
proporção de casos de tuberculose curados, epidemias ou conter a expansão territorial
a cobertura de vacinação ou a necessidade de determinados problemas de saúde.
atendida de planejamento familiar. • Os indicadores de saúde ajudam a
compreender por que alguns indivíduos de
Um indicador é negativo se tem uma uma população são saudáveis e outros não.
relação, associação ou correlação inversa Neste caso, é possível analisar os
com o estado de saúde. Quanto maior sua indicadores segundo os determinantes
magnitude, pior é estado de saúde dos sociais da saúde, como os papéis e as
indivíduos nesta população. normas de gênero, a pertinência a um grupo
étnico e a renda e o apoio social, além das
inter-relações entre os determinantes.
São exemplos de indicadores negativos a

45
Enfermeiro

• A produção e a observação periódica governos, profissionais da saúde,


de indicadores de saúde também organismos internacionais, sociedade civil
retroalimentam os sistemas visando e a comunidade em geral. Possibilitar a eles
melhorar a tomada de decisão em vários monitorar a situação e as tendências em
sistemas e setores. Por exemplo, o saúde de uma população cumpre um papel
progresso substancial na qualidade dos primordial no controle social, avaliação e
dados e indicadores produzidos nos Estados acompanhamento institucional.
Membros da OPAS é devido em grande • A observação simples da
parte à melhoria nos sistemas nacionais de distribuição especial e temporal dos
saúde na coleta, análise e monitoramento de indicadores de saúde em grupos da
um conjunto de indicadores básicos de população facilita a análise e a formulação
saúde. No Brasil, por exemplo, a Rede de hipóteses para explicar as tendências e as
Interagencial de Informação para a Saúde discrepâncias observadas.
(RIPSA) incentiva a produção e a análise de • Os indicadores que levam em conta
indicadores de saúde e a retroalimentação o gênero mensuram as disparidades entre o
às fontes de dados e sistemas de informação sexo masculino e o sexo feminino
nacionais. decorrentes de diferenças ou desigualdades
• Os indicadores de saúde reproduzem os dos papéis, normas e relações de gênero.
resultados das intervenções em saúde. O Também proporcionam evidências
monitoramento destes indicadores reflete a indicando se a diferença observada entre
repercussão de políticas, programas, homens e mulheres em um indicador de
serviços e ações de saúde. Vários autores saúde (mortalidade, morbidade, fatores de
analisaram o nível de adequação (resultados risco, atitude quanto à busca de serviços de
compatíveis com o esperado) e saúde) decorre de desigualdades de gênero.
plausibilidade (resultados não explicados Para elaborar estes indicadores, é
por fatores externos) das evidências do necessário desagregar os dados e/ou o
impacto em saúde, em que as tendências e a conjunto de variáveis adicionais. Por
distribuição dos indicadores de saúde são exemplo, pode-se combinar a porcentagem
úteis e, em certos casos, suficientes como de mães adolescentes e a porcentagem
evidências para demonstrar o efeito das destas mães que informaram que o pai da
políticas, programas, serviços e ações em criança tem idade de 30 anos ou acima.
saúde pública.
• Promoção da causa. Os indicadores ESTRATIFICAÇÃO SEGUNDO AS
podem ser instrumentos para favorecer ou CARACTERÍSTICAS DO
contrariar ideias e ideologias em diferentes INDIVÍDUO, ESPAÇO E TEMPO
contextos históricos e culturais. Um
exemplo é a eloquência com que os Sabe-se que os dados regionais e
políticos evocam certos indicadores de nacionais podem encobrir diferenças
saúde para defender ou atacar políticas ou quanto a problemas e necessidades de saúde
governos. O uso de indicadores de saúde entre os países e dentro de um mesmo país.
para a promoção da causa é uma das É, portanto, necessário desagregar os dados
estratégias mais importantes para alcançar para determinar os grupos com
progresso, porque pode nortear a tomada de necessidades prioritárias e as desigualdades
decisão e melhorar o nível de saúde da em saúde. Além disso, o monitoramento de
população. mudanças no padrão de distribuição de um
• O uso de indicadores de saúde evento ao longo do tempo permite formular
atende à necessidade de informação sobre hipóteses em saúde, como o impacto das
riscos, padrões de doença e morte e ações e políticas de saúde, mudança no
tendências temporais relacionadas à saúde padrão de suscetibilidade da população,
para diversos públicos e usuários, como introdução de novos sorogrupos ou

46
Enfermeiro

sorotipos de vírus com comportamentos Por exemplo, analisar a taxa de mortalidade


distintos. infantil no Brasil em 2013 (15,0 por 1.000
nascidos vivos) tem um valor informativo
Um atributo comum à maioria dos limitado porque este indicador varia de
indicadores é a viabilidade de serem 10,Li (Região Sul) a 19,Li (Região
mensurados em diferentes níveis Nordeste). Na própria Região Nordeste, a
geográficos (regional, nacional ou local) e taxa varia entre os estados, de 1Li,9 (em
subgrupos populacionais (por idade, sexo, Pernambuco) a 2Li,7 (no Maranhão). No
grupo socioeconômico ou origem étnica). Maranhão, observa-se grande variabilidade
Outro atributo necessário é a sensibilidade desse indicador.
a alterações ao longo do tempo decorrentes A bibliografia deste capítulo cobre um
de mudanças em outros âmbitos da grande número de medidas de desigualdade
sociedade (socioeconômico, ambiental ou nos indicadores de saúde, concebidas para
de políticas públicas). mostrar a distribuição interna em vez dos
seus valores (Z . É preferível usar
Por exemplo, é fundamental considerar indicadores que permitam conhecer sua
as questões de gênero para entender a distribuição com maior detalhamento
epidemia de HIV/aids. Embora tanto possível em relação ao espaço (unidades
homens quanto mulheres possam ser sub-regionais, subnacionais, municipais),
expostos ao HIV, a transmissão sexual do ao indivíduo (segundo sexo, idade, nível
vírus é mais frequente do sexo masculino ao socioeconômico, nível de escolaridade,
feminino que do sexo feminino ao ocupação, grupo étnico, localização
masculino. Existem também diversos geográfica) ou ao tempo (dias, semanas,
outros fatores sociais, educacionais, meses, anos).
econômicos e culturais que se revestem de De acordo com a OMS, os fatores de
importância, podendo afetar de modo estratificação mais usados para monitorar
distinto as necessidades específicas de as desigualdades em saúde estão incluídos
homens e mulheres e a resposta do setor da na sigla em inglês PROGRESS: lace (nível
saúde. Para se entender a epidemia de HIV, regional, de província, de estado), ace ou
é importante dispor de dados desagregados ethnicity (raça ou grupo étnico), ccupation
por sexo e idade, medidos segundo a (ocupação), ender (gênero), eligion
prevalência e a incidência. Estes dados (religião), ducation (escolaridade),
básicos são necessários para lidar com as ocioeconomic status (condição
desigualdades de gênero que agravam a socioeconômica) e ocial capital (capital
epidemia. social ou recursos).
Outro exemplo é o uso de indicadores de Vale ressaltar que, em geral, o número
saúde para avaliar as desigualdades sociais de indicadores necessário aos níveis global
em saúde. Embora não será feita aqui uma e regional deve ser menor que o necessário
discussão mais aprofundada sobre este em nível nacional, que por sua vez deve ser
tópico, vale lembrar que as mensurações menor que o necessário ao nível de estado e
pontuais de tendência central (como média, assim em diante (Figura 1).
mediana e proporção) podem mascarar
grandes desigualdades internas (em um NÍVEL DESAGREGAÇÃ
espaço geográfico, subgrupo populacional O
ou ponto no tempo). É de suma importância Global e Sub-região, país,
observar a dispersão interna do indicador, regional sexo. Metas globais e
seja pelos desvios padrão, quartis ou regionais
valores máximos e mínimos (entre outras Nacional Estado, sexo, faixa
medidas de dispersão) com o intuito de etária, grupo étnico.
deixar à mostra a heterogeneidade interna.

47
Enfermeiro

Metas regionais e usadas e ao método de mensuração. Por


nacionais exemplo, os sistemas de informação de
Distrital Indicadores para mortalidade costumam ser relativamente
notificação e válidos para calcular o número de óbitos
planejamento aos nos países com registro adequado de
níveis distrital e estatísticas vitais, mas eles podem ser
nacional menos válidos para estimar as causas de
Comunidad Indicadores da morte devido a erros de diagnóstico e
e situação da saúde ao codificação
nível da comunidade
Serviços de Indicadores para Além disso, os sistemas de informação
saúde gestão de serviços de com baixa cobertura podem gerar cálculos
saúde de indicadores pouco válidos por viés de
(Figura 1) seleção (os casos notificados são
sistematicamente diferentes dos casos não
Existem vários critérios para selecionar notificados). Por exemplo, os dados de
os indicadores de saúde de acordo com a morbidade podem estar sujeitos ao viés de
finalidade, as fontes disponíveis e o detecção (um tipo de viés de seleção) se a
público-alvo, entre outros. Neste capítulo, gravidade do caso influir na probabilidade
destacam-se alguns dos atributos de notificação, o que significa que é
importantes que um indicador deve possuir. provável que apenas os casos mais graves
Examina-se também a importância de são notificados.
dispor de indicadores que possam ser • é a capacidade de coleta e
estratificados segundo as características do notificação em tempo hábil. Entende-se
indivíduo, espaço e o momento em que oportunidade como o momento em que se
estão sendo avaliados. precisa do indicador para tomar uma
decisão relativa à saúde. O tempo que
Como dito anteriormente, ter condição transcorre entre a coleta e a notificação dos
de ser estratificado é um atributo dados deve ser mais curto possível para que
importante de um indicador. A seguir, o indicador transmita informação
alguns atributos úteis ao avaliar indicadores atualizada e não informação histórica.
para mensurar a saúde da população. • as mensurações devem ser iguais
• diz respeito à disponibilidade de quando são realizadas por pessoas
dados para mensurar o indicador. Se não se diferentes usando o mesmo método. Um
consegue mensurar um indicador em razão indicador é considerado reprodutível se não
da disponibilidade de dados ou há viés por parte do observador, dos
complexidade do cálculo, não é possível instrumentos de mensuração ou das fontes
monitorar com facilidade o progresso e o de dados, entre outros fatores.
alcance dos objetivos . No entanto, ao se • é a existência de condições
selecionar um indicador, deve-se considerar necessárias para a estimativa contínua. Isso
também sua utilidade. Por exemplo, vários depende de existir condições locais para
indicadores de saúde são calculados com manter as fontes de dados, assim como a
base em dados de sistemas nacionais de manutenção da capacidade técnica e,
informação sem relevância e, portanto, sem sobretudo, vontade política para estimar o
repercussão na tomada de decisão, de indicador. Quanto mais pertinente e útil for
validade duvidosa, que não são oportunos o indicador para a gestão em saúde e mais
ou com qualquer outra limitação. simples for a estimativa, maior é a
• é a capacidade do indicador de probabilidade de ser sustentável. Os
mensurar o que se pretende mensurar. Diz indicadores compostos com métodos de
respeito à exatidão das fontes de dados cálculo complexos (como indicadores de

48
Enfermeiro

carga de morbidade, qualidade de vida, aplicar uma escala padrão a uma variável ou
expectativa de vida livre de invalidez), conjunto de valores, o que facilita fazer
apesar de serem importantes para a gestão, comparações em diferentes pontos no
podem ter limitações quanto à tempo e entre populações distintas. O
sustentabilidade por falta de capacidade indicador pode ser bem simples (como um
nacional para reter e manter os recursos número absoluto de eventos) ou um cálculo
técnicos necessários nos serviços locais de complexo (como a expectativa de vida ao
saúde. Por outro lado, se ele for importante, nascer, taxa de fecundidade, avaliação da
é preciso reforçar a capacidade técnica para qualidade de vida, avaliação da capacidade
produzir o indicador. funcional, avaliação de sintomas
• é a capacidade de proporcionar depressivos, avaliação do índice de Apgar).
informação adequada e útil para nortear as Existe uma distinção entre os
políticas e os programas bem como a indicadores de saúde baseados em
tomada de decisão. Por exemplo, a mensurações matemáticas absolutas e os
estimativa das taxas de prevalência de indicadores que são baseados em
portadores de marcadores genéticos ou mensurações relativas. A maioria dos
biológicos preditivos de doenças para as indicadores baseados em mensurações
quais não existe intervenção ou prevenção relativas é formada por um numerador e um
viável conhecida (por exemplo, doença de denominador, que em geral são relativos ao
Alzheimer) pode ter relevância acadêmica, mesmo espaço geográfico e tempo.
mas é irrelevante para a gestão em saúde. As mensurações mais frequentes são
contagem (mensuração absoluta), razão,
• é a necessidade de o indicador ser proporção, taxa e os denominados dos
compreendido pelos responsáveis por (mensurações relativas).
executar ações e, em particular, pelos
encarregados da tomada de decisão. Ao CONTAGEM
fazer a escolha entre dois indicadores
semelhantes que representam o mesmo A contagem é o número de vezes que
problema de saúde, deve-se optar pelo mais ocorrem os eventos em estudo, em um
fácil de compreender. Quanto melhor a determinado tempo e lugar.
compreensão do indicador, maior será a
probabilidade de ser considerado na tomada Descreve a magnitude do problema e é
de decisão em saúde. denominada frequência absoluta. Indica o
impacto de uma doença em termos
Resumindo, os indicadores têm um numéricos exatos. É a informação básica
papel fundamental ao converter os dados necessária para o cálculo de indicadores,
em informação relevante para os análises da situação de saúde, planejamento
responsáveis pela tomada de decisão em e gestão dos serviços de saúde. Por
saúde pública. Os indicadores de saúde são exemplo, se são diagnosticados 250
relevantes para definir as metas indivíduos na comunidade com
relacionadas à saúde a serem estabelecidas tuberculose, esta informação é fundamental
pelas autoridades sanitárias nacionais. para, por exemplo, tomar uma decisão
quanto à quantidade de medicamentos
ELABORAÇÃO E MENSURAÇÃO necessários aos serviços de saúde. Além
DE INDICADORES DE SAÚDE disso, a frequência absoluta é usada na
vigilância de eventos de saúde e as
ELEMENTOS CONCEITUAIS: variações dos eventos de interesse sendo
INDICADORES SEGUNDO observados, sobretudo em situações onde
MENSURAÇÃO MATEMÁTICA existe um número pequeno de casos. Uma
A mensuração é o procedimento de análise da frequência absoluta deve incluir

49
Enfermeiro

o estudo das frequências relativas (por populações de referência (de onde provêm
exemplo, doenças em fase de erradicação as pessoas que sofreram os acidentes de
como sarampo e raiva ou notificação de trânsito) são de tamanho distinto e estas
casos autóctones e importados). mensurações apresentam números
O monitoramento do número absoluto absolutos de acidentes de trânsito muito
de eventos de saúde também serve para diferentes, embora existam semelhanças
formular hipóteses relacionadas a nas condições viárias, legislação e
mudanças nos padrões de doença e da educação viária, imprudência e consumo de
mortalidade associada. O número de casos álcool, entre outras situações de risco.
endêmicos de sarampo em um país ou Nestes casos, é necessário formular
determinada área até então livre da doença mensurações relativas a fim de levar em
é um indicador importante da reintrodução consideração o efeito da diferença de
desta enfermidade e deve entabular uma tamanho das populações de referência.
série de ações de saúde pública. Por Em matemática, uma razão mostra a
exemplo, o número de casos de relação entre dois números. É calculada ao
microcefalia em Recife (Pernambuco, se dividir duas quantidades, de mesma
Brasil, 2015) comparado ao número natureza ou não. Existem diversos tipos de
registrado em um período anterior razões, cada qual com características
equivalente foi o indicador que levantou a especiais, como será descrito a seguir.
suspeita de que na epidemia de infecção • é quando o numerador é um
pelo vírus Zika poderia ocorrer a subconjunto do denominador. A proporção
transmissão congênita com sérias costuma ser expressa como porcentagem
consequências aos recém-nascidos. O (%). Denota a frequência relativa observada
número de casos de febre Chikungunya em de um evento e estima uma probabilidade.
uma dada população deve servir para Vale destacar que, segundo o conceito
orientar os coordenadores de saúde a frequentista, a probabilidade de que ocorra
organizar a rede de atenção para que sejam um evento é calculada pela frequência
disponibilizados serviços de assistência relativa do evento a longo prazo (em
fisioterapêutica para atender os casos com infinitas tentativas ou repetições do
artrite associada à doença. Além disso, o experimento). Por exemplo, é feita a
número de meninas grávidas menores de 15 observação sistemática de um número finito
anos deve ser registrado e monitorado para de indivíduos de uma população de
identificar casos de abuso sexual de referência e verifica-se que 10% sofrem de
crianças. hipertensão. Se for escolhido
aleatoriamente um indivíduo desta
RAZAO, PROPORÇAO, TAXA E população, a probabilidade de ele ser
ODDS hipertenso é 10%. Além disso, se é feita a
Para efeito de comparação no tempo ou observação sistemática de crianças do
nos espaços principalmente se houver uma nascimento aos 10 anos de idade em uma
mudança importante no tamanho da população de referência, verifica-se que 3%
população de referência' (ou população- desenvolveram algum tipo de alergia. Se for
base), as mensurações absolutas têm escolhido ao acaso um nascido vivo desta
validade limitada. É pouco informativo população, a probabilidade de que essa
comparar, por exemplo, os números criança desenvolva algum tipo de alergia
absolutos de mortes por acidentes de antes dos 10 anos de idade é 3%. Estes
trânsito na cidade de São Paulo, Brasil (com exemplos representam estimativas de
aproximadamente 11,4 milhões de probabilidades.
habitantes em 2010), com os de Quito, • o numerador é o número absoluto de
Equador (com aproximadamente 1,8 vezes em que ocorre o evento de interesse
milhão de habitantes), porque as em um período de tempo especificado. O

50
Enfermeiro

denominador é a população de referência INDIC NUME DENOM VALO


(ou população em estudo), no mesmo ADOR RADO INADOR R DO
tempo especificado. R INDIC
Odds o numerador é a proporção ADOR
do evento de interesse e o denominador é a Razão 300 20.000 1,5
proporção de não evento. O numerador e o de leitos hab. leito
denominador são, portanto, proporções leitos por 100
complementares (p11—p). hospit habitan
alares tes
Em resumo, costuma-se denominar por
razão os indicadores baseados em popula
mensurações relativas que não coincidem, ção
do ponto de vista conceitual, com Proporção (%) de leitos hospitalares
proporções, odds e taxas. Por exemplo, usa- na rede pública 250 leitos
se a denominação razão quando o 300 leitos 83,3% de leitos
numerador e o denominador são eventos de na rede pública
natureza distinta, como no caso da razão de Odds 250130 501300 blica
leitos hospitalares (número de leitos em de 0 para
hospitais dividido pelo total da população) leitos 5 leitos cada 1
ou da razão de óbitos maternos (número de hospit hospital leito
óbitos maternos no total de nascidos vivos). alares ares na particu
Por exemplo, em um ano especificado, na rede pú lar
uma comunidade tinha 20.000 habitantes. rede
Existiam 300 leitos hospitalares, dos quais públic
250 estavam em hospitais públicos e 50 em a em
serviços privados. A razão do número de relaçã
leitos hospitalares pela população da o a
comunidade no ano considerado é calculada particul
da seguinte forma: 300120.000 = 0,015 ares
leito por habitante. Para se conhecer a (Tabela 1)

porcentagem, multiplica-se por 100 e o


resultado é 1,5 leito por 100 habitantes. Como visto anteriormente, os
A proporção do número de leitos indicadores baseados em mensurações
hospitalares na rede pública pelo total de relativas são compostos por um numerador
leitos hospitalares da comunidade naquele e um denominador. A fórmula geral com
ano é de 2501300 = 0,833, ou seja, 83,3% uma base multiplicativa é:
dos leitos hospitalares da comunidade estão
na rede pública.
Os dados de leitos hospitalares da rede
pública por leitos hospitalares (particulares)
naquele ano é de 2501300 (proporção do
evento) dividido por 501300 (proporção do A notação 10n define a base
não evento) = 0,83310,167 ou 0,8331 (1- multiplicativa e n assume normalmente
0,833) = 5 leitos hospitalares na rede valores de 2 (10 = 100), 3 (10 = 1.000), Li
pública para cada leito hospitalar particular. (10h = 10.000) e 5 (10 = 100.000). A
Os dados deste exemplo são apresentados seleção do valor n visa dois objetivos.
na Tabela 1. Primeiro, facilitar a compreensão da
magnitude do indicador. Por exemplo, as
taxas de mortalidade por principais grupos
de causas de morte são multiplicadas por 10

51
Enfermeiro

= 10.000, pois é mais fácil compreender a digestivo


magnitude da taxa de mortalidade por (K00-
doenças do aparelho respiratório expressa, K93)
por exemplo, como seis óbitos por 10.000 Doenças 213.1 3,8 2,26
habitantes que expressa como 0,0006 óbito do 73
por 1 habitante. A mortalidade proporcional sistema
por principais grupos de causas de morte é nervoso
expressa como 102 = 100 óbitos, a taxa de (G00-
mortalidade infantil é expressa como 103 = G99)
1.000 nascidos vivos. Os dados em Causas 192.1 3,4 2,04
números absolutos e bases multiplicativas mal 26
são apresentados na Tabela 2. definidas
e
Mortali desconhe
Taxa de
dade cidas de
Núm mortall
Capitulo proporc mortalid
ero dadeb
da CID-1 ional- ade (R00-
absol (por
0 (por R99)
uto 10.000
100 Doenças 188.3 3,4 2,00
hab.)
óbitos) infecciosa 30
Doenças 1.640 29,3 17,37 s e
do .172 parasitár
aparelho ias (A00-
circulató 1399)
rio (100- Transtor 163.2 2,9 1,73
199) nos 66
Neoplasia 1.131 20,2 11,99 mentais e
s (C00- .635 de
D48) conduta
Doenças 571.6 10,2 6,06 (1=00-
do 86 1=99)
aparelho Doenças 149.6 2,7 1,59
respirató do 95
rio (J00- aparelho
J99) geniturin
Causas 538.4 9,6 5,70 ário
externas 63 (N00-
(V01- N99)
Y98) Algumas 72.35 1,3 0,77
Doenças 336.6 6,0 3,57 afecções 8
endócrin 23 originada
as, s no
nutricion período
ais e perinatal
metabólic (P00-
as (E00- P99)
E90) Malform 41.78 0,7 0,44
Doenças 273.0 4,9 2,89 ações 7
do 47 congênita
aparelho

52
Enfermeiro

s (Q00- INDICADORES SEGUNDO A


Q99) INTERPRETAÇÃO MATEMÁTICA E
Doenças 30.62 0,5 0,32 EPIDEMIOLÓGICA
do 3
sistema Os indicadores de saúde podem ter
osteomus interpretações bastante diversas segundo a
cular situação epidemiológica e o tipo de evento
(M00- observado no numerador. Convém,
M99) portanto, abordar os indicadores baseados
Doenças 27.45 0,5 0,29 na proporção de eventos incidentes e na
do 1 proporção de eventos prevalentes. As taxas
sangue e resultantes são as duas mais usadas para
dos descrever doenças em saúde pública.
órgãos
hematop INDICADORES BASEADOS EM
oiéticos EVENTOS INCIDENTES
(D50-
D89) Um evento (ou caso) incidente é
Doenças 13.11 0,2 0,14 definido como evento ou caso novo de uma
da pele e 0 doença observação.
dos
tecidos A partir destes eventos incidentes são
subcutân derivados vários indicadores de
eos (1-00- mensurações relativas. As mensurações
1-99) relativas calculadas com base nos eventos
Gravidez 5.559 0,1 0,06 incidentes em saúde pública são a
, parto e incidência acumulada ou proporção de
puerpéri incidência e a taxa de incidência ou
o (000- densidade de incidência. A definição e a
099) interpretação da taxa de incidência são
Doenças 266 0,0 0,00 descritas a seguir.
do ouvido É importante assinalar que, examina-se
e da aqui apenas a incidência acumulada (ou
apófise proporção de incidência), que está
mastoide denominada como taxa (ou coeficiente) de
(H60- incidência, uma vez que é a terminologia
H95) comumente empregada na prática de saúde
Doenças 137 0,0 0,00 pública. O mesmo se aplica ao uso do termo
do olho e taxa de prevalência.
anexos Taxa (Ou COEFICIENTE) DE
(H00- INCIDÊNCIA
H99) Conceituação: a taxa de incidência é
Total 5.589 100,0 59,21 definida como o número de casos novos de
.507 uma doença ou outra afecção de saúde
(Tabela 2) dividido pela população em risco da doença
(população exposta) em um espaço
geográfico durante um tempo especificado.
Interpretação matemática: a taxa de
incidência é a probabilidade de que um
indivíduo pertencente à população em risco

53
Enfermeiro

seja afetado pela doença de interesse em um oportunidade, quando se constata sua


tempo especificado. situação quanto ao evento de interesse.
Interpretação epidemiolóqica: esta taxa Interpretação: a taxa de prevalência é a
permite calcular a probabilidade de que probabilidade de que um indivíduo
exista uma mudança de estado (por pertencente à população-base seja afetado
exemplo, não ter a doença e adoecer, estar pelo evento (doença) de interesse em
vivo e morrer, não ter um evento e ter um determinado momento. Interpretação
evento adverso) em determinado tempo. epidemiolóqica: a taxa de prevalência é
Em termos epidemiológicos, é denominado uma probabilidade estática de ocorrer uma
"risco'. O risco é a probabilidade de dada afecção (estar doente) em determinado
mudança de estado (doença, morte, efeito tempo. Contudo, ela não estima o risco de
adverso) em uma população de interesse em contrair uma doença. No exemplo citado no
determinado intervalo. No exemplo anterior item 2.1.2, em que 10% de uma população
citado no item 2.1.2 sobre a probabilidade tem hipertensão, o que é medido é a taxa de
de desenvolver alergia ao nascimento e aos prevalência de hipertensão. É possível
10 anos de idade, pode-se dizer que a estimar que, se um indivíduo for
mensuração da incidência (proporção) em selecionado ao acaso nesta população, a
10 anos estima o risco de uma criança probabilidade (estimada pelo coeficiente de
nascida viva nesta população-base prevalência) de que ele seja hipertenso é
desenvolver alergia até completar 10 anos 10%. Entretanto, estes dados não permitem
de idade. afirmar qual é o risco de que um indivíduo
venha a ter hipertensão nessa população.

Método de cálculo: a taxa de incidência


é calculada como mostrado abaixo:
A taxa de prevalência de uma doença (ou
Um evento (ou caso) prevalente é outro agravo) é diretamente proporcional ao
definido como eventos ou casos existentes produto da taxa de incidência pela duração
de uma doença (ou outra afecção) em média da doença, segundo a fórmula ( ):
determinado momento.
À semelhança dos eventos incidentes, a Prevalência = incidência * t (duração
partir de eventos prevalentes (mensuração média da doença)
absoluta) são derivados indicadores de
saúde baseados em mensurações relativas. Se uma doença tem alta prevalência em
Em epidemiologia, a mensuração relativa uma população, pode indicar uma
mais importante estimada com base em incidência elevada ou o fato de que a
eventos prevalentes é a taxa de prevalência. doença ou agravo tem longa duração, como
As outras mensurações de eventos no caso de doenças que se tornam crônicas
prevalentes (como a prevalência de e são incuráveis, apesar de não ter alta
período), por serem pouco comuns, não letalidade. Em contraste, se uma doença
serão abordadas aqui. tem baixa prevalência, pode indicar uma
incidência baixa ou um processo de rápido
TAXA DE PREVALÊNCIA desaparecimento do indivíduo com a
Conceituação: a taxa de prevalência é doença ou agravo, porque ele se cura em
definida como o número de casos existentes pouco tempo ou morre. Considerando esta
de uma doença ou outro evento de saúde relação, vale mencionar que, qualquer que
dividido pelo número de pessoas de uma seja a incidência, se o evento for agudo a
população em tempo especificado. Cada ponto de a duração média tender a zero, a
indivíduo é observado em uma única prevalência desse evento também tende a

54
Enfermeiro

zero. São exemplos o evento da raiva finalidade medira ocorrência de doença,


humana ou morte por qualquer causa. lesão e incapacidade na população.

USOS DOS INDICADORES DE Os indicadores de morbidade têm como


PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA finalidade medir a ocorrência de doenças,
lesões e deficiências na população. Estes
A incidência é fundamental para analisar indicadores podem ser expressos ao medir
a ocorrência de novos eventos na população a incidência ou a prevalência. O cálculo das
e seus fatores associados. A prevalência é taxas de morbidade requer a observação
fundamental para planejar e organizar os direta (com inquéritos e outras pesquisas), a
serviços e recursos existentes e adicionais, notificação dos eventos aos sistemas de
se necessário. vigilância e a notificação de doenças nos
sistemas de informação de ambulatórios,
Em geral, a prevalência e a incidência hospitais ou em outros registros.
são usadas para doenças crônicas
transmissíveis (como hanseníase e Diversos fatores podem interferir com a
tuberculose) e para doenças crônicas não exatidão da mensuração destes eventos de
transmissíveis (como diabetes). A morbidade, entre eles:
incidência é usada para doenças agudas de a. Qualidade dos dados: a falta de
curta duração que são curáveis ou resultam qualidade dos dados dificulta interpretar e
em morte como raiva humana, sarampo, comparar dados de diferentes áreas de um
febre chikungunya e dengue, entre outras. país e de países distintos. A qualidade dos
Opta-se pela taxa de incidência quando o dados fica comprometida, entre outros, pela
interesse é estimar o risco (probabilidade diversidade das fontes de dados de
individual de ocorrer o evento novo em morbidade como sistemas de vigilância,
determinado tempo) e determinar fatores de registros hospitalares (públicos e
risco individuais ( ). particulares) de pacientes internados e
ambulatoriais e inquéritos organizados por
TIPOS DE INDICADORES instituições nacionais e pesquisas
realizadas por grupos acadêmicos.
Poderia ser apresentada neste capítulo b. Validade dos instrumentos de
uma ampla lista de indicadores mensuração: a exatidão dos exames
classificados segundo o evento a ser diagnósticos clínicos (probabilidade de erro
medido. No entanto, para demonstrar a diagnóstico como falsos-positivos e falsos-
utilidade e as limitações dos indicadores, negativos) e a validade dos instrumentos de
destacam-se apenas alguns indicadores de coleta de dados usados nas pesquisas e a
quatro domínios: situação de saúde cobertura e a qualidade dos sistemas de
(morbidade), situação de saúde informação utilizados podem comprometer
(mortalidade), fatores de risco a validade dos instrumentos de mensuração.
comportamentais e serviços de saúde. O uso de exames diagnósticos de maior
Ao fim deste capítulo, há uma lista de precisão pode influir consideravelmente na
links com exemplos e fichas técnicas de determinação dos casos (incidentes ou
vários indicadores de prevalentes) e modificar de modo enganoso
saúde, como a Lista de Referência as tendências temporais desses indicadores.
Global da OMS de 100 Indicadores c. Gravidade da doença: o espectro da
Essenciais e do documento da RIPSA. doença interfere com a probabilidade de
diagnóstico e a notificação do evento. Uma
INDICADORES DE MORBIDADE doença pode se manifestar com gravidade
distinta, resultando em internação
Os indicadores de morbidade têm como (informação captada) ou não (informação

55
Enfermeiro

não captada). Também pode ocorrer mais aids nos indivíduos de uma população
de uma vez ao longo da vida, podendo ser definida em um tempo especificado. A
contabilizados vários eventos para uma análise desta estimativa em diferentes
mesma pessoa. pontos no tempo e subgrupos populacionais
d. Normas culturais: a percepção proporciona informação útil para monitorar
cultural influi nos comportamentos de a magnitude do indicador. Este indicador
busca de saúde e na maneira como os também pode fornecer evidências
familiares detectam e enfrentam as preliminares sobre a efetividade das
diferentes doenças. políticas e programas de prevenção da
e. Confidencialidade: a opção pela doença. Por exemplo, pode fundamentar
confidencialidade por parte dos pacientes e estudos de uma possível associação entre a
a omissão de eventos nas notificações (por incidência da doença, de um lado, e
exemplo, casos de infecção pelo HIV, comportamentos de risco ou o alcance da
abortos ilegais) podem comprometer a cobertura da terapia antirretroviral, do
exatidão dos dados. outro.
f. Sistemas de informação em saúde: a
existência ou a falta de sistemas de TAXA DE PREVALÊNCIA DA
informação em saúde com capacidade de HIPERTENSÃO ARTERIAL
produzir dados confiáveis procedentes de • número de casos existentes de
hospitais, centros ambulatoriais, registros hipertensão arterial (por 100.000), dividido
de doenças de notificação compulsória, pelo número de indivíduos que formam a
registros de pacientes com câncer e outras população em determinado momento. A
fontes de dados podem também taxa pode ser desagregada por sexo, idade,
comprometer a exatidão dos dados. grupo étnico e outras variáveis de interesse.
A seguir são ilustrados exemplos de • os dados do numerador para este
indicadores de morbidade, o método de indicador provêm normalmente de
cálculo, as fontes de dados e a finalidade do pesquisas populacionais com o uso de
indicador. amostras representativas (nacionais ou
locais). O indicador é, portanto, uma
TAXA DE DIAGNÓSTICOS DE estimativa de uma amostra e deve vir
INFECÇÃO PELO VÍRUS DA acompanhado do grau de certeza da
IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA estimativa e de variabilidade não explicada
HIV. (intervalos de confiança).
• esta taxa é o número de diagnósticos • este indicador estima a prevalência
novos de infecção pelo HIV em uma da hipertensão na população. A análise
população em tempo especificado, dividido desta estimativa no tempo e em subgrupos
pelo número de indivíduos em risco de populacionais permite monitorar a
adquirir a infecção no mesmo período de magnitude do indicador e prever a demanda
tempo. As taxas de incidência de de serviços de saúde relacionada à doença,
diagnósticos de HIV podem ser calculadas assim como fazer o planejamento de
por 100.000 habitantes e desagregadas por intervenções de prevenção e promoção.
idade, sexo, grupo étnico e outras variáveis.
A definição de caso confirmado de aids PROPORÇÃO DE INTERNAÇÕES
se baseia em critérios específicos adotados HOSPITALARES POR CAUSAS
por cada país. EXTERNAS
• os dados para o numerador provêm • número de internações hospitalares
normalmente dos sistemas nacionais de por grupos de causas externas (por 100.000
vigilância sanitária e outros sistemas de habitantes), dividido pelo número total de
notificação de doenças. internações hospitalares por causas
• este indicador estima o risco de ter externas em um tempo especificado. Esta

56
Enfermeiro

proporção pode ser desagregada por sexo, de Doenças ([ID) para codificar as causas
idade, grupo étnico e outras variáveis de de morte, o que permite fazer comparações
interesse. entre os países em diferentes pontos no
• os dados do numerador e do tempo.
denominador deste indicador provêm Diversos fatores também interferem com
normalmente dos próprios sistemas de a exatidão da mensuração de "morte' e suas
informação dos hospitais (nacionais ou características, em particular, a causa básica
locais). Para interpretar o indicador, é de morte, a saber:
necessário garantir que estejam a. A existência de legislação nacional
representados tanto os hospitais públicos estabelecendo que a emissão de atestado de
como os privados. óbito é um requisito legal para autorizar o
• este indicador estima a proporção de sepultamento.
internações hospitalares por causas b. A precisão dos exames de
externas. A análise desta estimativa no diagnóstico médico (probabilidade de erro
tempo e em subgrupos populacionais nos diagnósticos, como falsos-positivos e
permite monitorar a magnitude e a falsos-negativos), a validade dos
distribuição deste indicador e medir a instrumentos de coleta de dados, a
repercussão das intervenções de prevenção. cobertura dos dados e a qualidade dos
atestados de óbito e procedimentos de
Os dados de mortalidade representam codificação médica.
uma fonte fundamental de informação c. Normas culturais que podem influir
demográfica, geográfica e de causa de no preenchimento correto do atestado de
morte. Estes dados são usados para óbito e gerar erros na classificação de
quantificar os problemas de saúde e alguns aspectos do óbito (causa,
determinar ou monitorar prioridades ou circunstâncias, entre outros).
metas em saúde. d. Opção pela confidencialidade por
A mortalidade em determinado lugar e parte dos pacientes em casos de suicídio,
tempo pode ser medida de várias maneiras, infecção pelo HIV e abortos ilegais, por
como números absolutos, proporções e exemplo, pode levar à omissão de alguns
taxas. Diferentemente da morbidade, a eventos relacionados à saúde em pesquisas,
morte é um evento único e claramente atestados de óbito e outras fontes de dados
identificável que reflete a ocorrência e a de mortalidade.
gravidade de uma doença. Recomenda-se
desagregar os dados de mortalidade e. [capacitação do emissor do atestado
segundo diferentes características como e do codificador médico em particular, a
causa, idade, sexo, local de residência e capacitação quanto ao método correto de
ocorrência e grupo étnico. preenchimento de atestados de óbito e
A mortalidade é a fonte mais antiga e codificação de óbitos com o uso das
comum de dados sobre a situação de saúde diretrizes do [ID.
da população. O registro de dados de f. Riscos concorrentes ou
mortalidade é compulsório em todos os competitivos segundo a estrutura etária e as
países da Região das Américas, exigindo-se causas mais comuns de óbito em indivíduos
o preenchimento de declaração de óbito. jovens, algumas causas podem ficar
Além disso, a OMS publicou mascaradas (diminuindo a probabilidade de
recomendações internacionais quanto às serem observadas) devido ao que se
variáveis que vem constar das declarações denomina "riscos concorrentes de
de óbito e diretrizes para a sequência e mortalidade' ' (6). Por exemplo, uma
codificação médica das doenças a serem população com alta mortalidade por
registradas nas declarações. Na maioria dos acidentes de trânsito entre jovens do sexo
países é usada a [classificação Internacional masculino terá menor probabilidade de

57
Enfermeiro

observar eventos tardios de mortalidade, gravidez, parto e puerpério. A análise desta


como mortes por câncer de próstata. estimativa no tempo, para diferentes
Analisar as taxas específicas por idade e subgrupos de causas de morte e em
sexo pode ajudar a compreender melhor os subgrupos populacionais, permite
riscos associados à mortalidade nesta monitorar a magnitude do indicador. Este
população sem o efeito dos riscos tipo de análise fornece evidências da
concorrentes. efetividade de políticas, programas e
intervenções que visam a prevenção de
A seguir exemplos de indicadores de mortes maternas, que na sua maioria podem
mortalidade. ser evitados se existe assistência pré-natal e
pós-natal de boa qualidade e são realizadas
TAXA DE MORTALIDADE outras melhorias nos serviços de saúde.
INFANTIL
• número de óbitos em menores de 1 TAXA DE MORTALIDADE POR
ano de idade (por 1.000), dividido pelo INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA
número de nascidos vivos na população no EM MENORES DE 5 ANOS
ano considerado. • : número de óbitos por infecção
• os dados para o numerador deste respiratória aguda em menores de 5 anos
indicador provêm normalmente dos (por 1.000) dividido pelo número de
sistemas nacionais de informação sobre crianças menores de 5 anos na população no
mortalidade e registros de estatísticas vitais, ano considerado.
enquanto que os dados para o denominador • : os dados para o numerador deste
provêm dos sistemas nacionais de indicador são normalmente obtidos dos
informação sobre nascidos vivos e registros institutos de estatísticas da saúde e sistemas
de estatísticas vitais. nacionais de informação sobre mortalidade.
• este indicador estima o risco de
RAZÃO DE MORTALIDADE morte por infecção respiratória aguda em
MATERNA menores de 5 anos. Indica a qualidade da
• número de óbitos maternos - mortes atenção prestada às crianças. A análise
de mulheres por causas e afecções desta estimativa no tempo e em subgrupos
relacionadas à gravidez, parto e puerpério populacionais permite monitorar a
(até L12 dias após a gravidez chegar a magnitude do indicador. Além disso, o
termo) - por 1.000, dividido pelo número de indicador fornece evidências preliminares
nascidos vivos na população residente no da efetividade de políticas, programas e
ano considerado. intervenções que visam a prevenção da
• os dados para o numerador deste mortalidade por esta causa.
indicador provêm normalmente dos
sistemas nacionais de informação sobre MORTALIDADE PROPORCIONAL
mortalidade e registros das estatísticas POR CAUSAS MAL DEFINIDAS
vitais, complementado por informações da • número de óbitos por causas mal
vigilância da mortalidade materna, definidas (por 100) dividido pelo número
enquanto que os dados para o denominador total de óbitos na população no ano
são obtidos dos sistemas nacionais de considerado.
informação sobre nascidos vivos e registros • : os dados para o numerador e para
das estatísticas vitais. o denominador deste indicador são
• este indicador estima, embora de normalmente obtidos dos institutos de
forma indireta, o risco de uma mulher estatísticas da saúde e dos sistemas
morrer por causas relacionadas à gravidez. nacionais de informação sobre mortalidade.
Indica o acesso aos serviços e a qualidade • este indicador estima a proporção de
da atenção prestada às mulheres durante a óbitos ocorridos por causas mal definidas.

58
Enfermeiro

A análise do indicador no tempo e em incidência no mundo (7).


subgrupos populacionais permite monitorar Um grande número de indicadores de
a qualidade da informação sobre as causas fatores de risco foi proposto. A seguir são
básicas da morte e a exatidão da codificação apresentados alguns exemplos.
segundo a EID.
TAXA DE PREVALÊNCIA DE
INDICADORES DE FATORES DE ADULTOS FUMANTES ATUAIS
RISCO COMPORTAMENTAIS • número de adultos (acima de 18
As mudanças nos padrões demográficos anos) fumantes - independentemente do
e epidemiológicos da população de vários número de cigarros consumidos, frequência
países ocorridas nas últimas décadas de consumo e duração do hábito - (por 100)
fizeram com que crescesse a importância dividido pelo número de adultos (acima de
relativa das doenças crônicas não 18 anos) residentes ou entrevistados.
transmissíveis (DENT) e dos fatores de • : os dados para o numerador deste
risco associados. Trata-se de um desafio indicador são normalmente obtidos de
para adaptar a prática de vigilância pesquisas de base populacional com o uso
sanitária, tradicionalmente com foco nas de amostras representativas (nacionais ou
doenças infecciosas. locais). O indicador é uma estimativa da
O monitoramento da mortalidade e da amostra e deve vir acompanhado do grau de
morbidade por DENT é importante, mas ele certeza da estimativa e da variabilidade não
capta tardiamente as tendências das explicada (intervalos de confiança).
exposições acumuladas na vida. Por • este indicador estima a frequência
exemplo, o aumento da mortalidade por do tabagismo atual na população adulta
câncer de pulmão só foi observado nos (acima de 18 anos). A análise desta
países desenvolvidos décadas após o estimativa no tempo e em subgrupos
crescimento epidêmico do tabagismo, populacionais (idade, sexo, área geográfica,
considerado até então um hábito inócuo. nível de escolaridade) permite monitorar a
Assim, as iniciativas de proteção e magnitude e a distribuição do indicador. O
promoção da saúde, em particular as indicador fornece evidências preliminares
relacionadas com as DENT, devem da efetividade de políticas, programas e
concentrar-se nos determinantes mais intervenções antitabagismo. Também pode
distais a fim de formular e monitorar ser usado em estudos das associações do
indicadores de comportamentos de risco. tabagismo com a incidência de doenças
Dentre os determinantes das DENT, um pulmonares, neoplasias ou doenças
conjunto de fatores de risco cardiovasculares, entre outras.
comportamentais relacionados com o modo
de viver passíveis de serem modificados
com ações de promoção da saúde, TAXA DE PREVALÊNCIA DE
vigilância e atenção primária à saúde. NÍVEL INSUFICIENTE DE
Exemplos de indicadores de fatores de risco ATIVIDADE FÍSICA
comportamentais modificáveis associados • número de indivíduos com idade
às principais DENT são as taxas de entre 15 e 69 anos com nível insuficiente de
prevalência do tabagismo, atividade física (por 100), dividido pelo
sedentarismo/inatividade física, número de indivíduos entrevistados com
alimentação inadequada e uso excessivo de idade entre 15 e 69 anos.
álcool. De acordo com a OMS, estes quatro • os dados para o numerador deste
comportamentos de risco estão associados indicador são normalmente obtidos em
aos quatro grupos de causas de morte pesquisas de base populacional com o uso
(doenças cardiovasculares, neoplasias, de amostras representativas (nacionais ou
diabetes e doenças respiratórias) de maior locais). O indicador é uma estimativa de

59
Enfermeiro

uma amostra e deve vir acompanhado do hortaliças. Além disso, o indicador pode ser
grau de certeza da estimativa e da usado em estudos da associação do
variabilidade não explicada (intervalos de consumo irregular ou inexistente de frutas e
confiança). hortaliças com sobrepeso e obesidade e
• este indicador estima a proporção de com a incidência de doenças não
indivíduos que não praticam atividade transmissíveis.
física suficiente na população com idade
entre 15 e 69 anos. A análise desta TAXA DE PREVALÊNCIA DO USO
estimativa no tempo e em subgrupos EXCESSIVO DE ÁLCOOL
populacionais permite monitorar a • número de indivíduos acima de 15
magnitude do indicador, que fornece anos com uso excessivo de bebidas
evidências preliminares da efetividade das alcoólicas relatado nos últimos 30 dias (por
políticas, programas e intervenções que 100), dividido pelo número de indivíduos
visam a promoção da prática regular de acima de 15 anos. O numerador é obtido ao
atividade física e a prevenção do multiplicar o número de doses consumidas
sedentarismo/inatividade física. O no dia em que a pessoa consumiu álcool,
indicador também pode ser usado nos pelo número de dias de consumo, e em
estudos da associação da prática seguida dividir o produto pelo número de
insuficiente de atividade física com a dias no período de referência. A OMS
diabetes, diferentes tipos de câncer ou define como uso excessivo de bebidas
doenças isquêmicas, entre outros. alcoólicas o consumo superior a duas doses
diárias para o sexo masculino e o consumo
TAXA DE PREVALÊNCIA DO superior a uma dose diária para o sexo
CONSUMO REGULAR DE FRUTAS E feminino.
VERDURAS • os dados do numerador deste
• número de adultos (acima de 15 indicador são normalmente obtidos em
anos) que referem consumo regular de pesquisas de base populacional com o uso
frutas e hortaliças (por 100), dividido pelo de amostras representativas (nacionais ou
número de adultos (acima de 15 anos) locais). O indicador é uma estimativa de
entrevistados. Entende-se como consumo uma amostra e deve vir acompanhado do
regular de frutas e hortaliças consumir estes grau de certeza da estimativa e da
alimentos cinco dias ou mais por semana. variabilidade não explicada (intervalos de
• os dados para o numerador deste confiança).
indicador são normalmente obtidos em
pesquisas de base populacional com o uso • este indicador estima a frequência
de amostras representativas (nacionais ou de uso excessivo de bebidas alcoólicas na
locais). O indicador é uma estimativa de população acima de 15 anos. A análise
uma amostra e deve vir acompanhado do desta estimativa no tempo e em subgrupos
grau de certeza da estimativa e da populacionais permite monitorar a
variabilidade não explicada (intervalos de magnitude do indicador, que fornece
confiança). evidências preliminares da efetividade de
• este indicador estima a frequência políticas, programas e intervenções que
do consumo regular de frutas e hortaliças na visam a prevenção do uso excessivo de
população adulta (acima de 15 anos). A álcool. O indicador pode também ser usado
análise desta estimativa no tempo e em em estudos que analisam a associação entre
subgrupos populacionais permite monitorar o uso excessivo de álcool e a incidência de
a magnitude do indicador, que fornece doenças associadas ao álcool em excesso,
evidências preliminares da efetividade de como cirrose alcoólica, pancreatite
políticas, programas e intervenções que alcoólica, demência, polineuropatia,
visam incentivar o consumo de frutas e miocardite, desnutrição, hipertensão

60
Enfermeiro

arterial, infarto do miocárdio e certas manutenção e o desenvolvimento do


neoplasias (da boca, faringe, laringe, sistema de informações em saúde e dos
esôfago ou fígado). sistemas internos de gestão do Ministério;
• Desenvolver,
Sistema de Informação em Saúde pesquisar e incorporar tecnologias de
informática que possibilitem a
Segundo Siqueira (2005), um sistema de implementação de sistemas e a
informação (SI)91011 precisa de três disseminação de informações necessárias
matérias-primas: dado, informação e às ações de saúde, em consonância com as
conhecimento. O dado é o elemento mais diretrizes da Política Nacional de Saúde;
simples desse processo; a informação é • Manter o
composta de dados com significados para acervo das bases de dados necessárias ao
quem os vê; o conjunto de nosso sistema de informações em saúde e aos
aprendizado segundo algumas convenções, sistemas internos de gestão institucional;
nossas experiências acumuladas e a • Assegurar aos
percepção cognitiva irão transformar em gestores do SUS e órgãos congêneres o
conhecimento uma dada realidade. acesso aos serviços de informática e bases
No setor da saúde, a informação subsidia de dados, mantidos pelo Ministério;
o processo decisório, uma vez que auxilia • Definir
no conhecimento sobre as condições de programas de cooperação técnica com
saúde, mortalidade e morbidade, fatores de entidades de pesquisa e ensino para
risco, condições demográficas, entre outras prospecção e transferência de tecnologia e
(ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, metodologia de informática em saúde, sob
2006). a coordenação do Secretário-Executivo;
Os Sistemas de Informação da Saúde • Apoiar estados,
(SIS) são compostos por uma estrutura municípios e o Distrito Federal na
capaz de garantir a obtenção e a informatização das atividades do SUS
transformação de dados em informação, em (DATASUS, 2011).
que há profissionais envolvidos em
processos de seleção, coleta, classificação, Este departamento mantém a disposição
armazenamento, análise, divulgação e todos os SIS em uso no Brasil, bem como,
recuperação de dados. Para profissionais da manuais, programas para download,
saúde, o envolvimento na construção de podendo ser acessados pelos profissionais
instrumentos de coletas, treinamentos para da saúde, dado à relevância desse
captação correta dos dados e o conhecimento para o planejamento das
processamento da informação são equipes, quer sejam locais ou não. Nesse
importantes, uma vez que possibilitam ambiente é possível obter informações
maior domínio dessa área do conhecimento. como: Indicadores de Saúde; Assistência à
Saúde (internação hospitalar, produção
No Brasil, o Departamento de ambulatorial, imunização, saúde da família,
Informática do SUS (DATASUS) vigilância alimentar e nutricional);
desempenha um papel de importância vital Epidemiológica e Morbidade (morbidade
na condução do processo de informação na hospitalar do SUS, doenças de notificação,
saúde, sendo responsável por: estado nutricional e outros agravos); Rede
• Fomentar, Assistencial (informações do Cadastro
regulamentar e avaliar as ações de Nacional dos Estabelecimentos de Saúde -
informatização do SUS, direcionadas para a CNES); Estatísticas Vitais (natalidade,

9
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/6/unidades_conteu cronicas-nao-transmissiveis/sistemas-de-informacao-em-saude
11
dos/unidade08/p_04.html http://apsgestao.fmrp.usp.br/sisab/
10
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svs/vigilancia-de-doencas-

61
Enfermeiro

mortalidade, câncer); Demográficas e


Socioeconômicas (população, educação e Sinasc
saneamento), Inquéritos e pesquisas; Saúde
Suplementar. Também disponibiliza O Sistema de Informações sobre
informações financeiras, sistemas e Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado
aplicativos para tabulação de dados, como oficialmente a partir de 1990, com o
o TABNET e o TABWIN. objetivo de coletar dados sobre os
nascimentos ocorridos em todo o território
Sistema de Informação em Saúde nacional e fornecer informações sobre
para a Atenção Básica – SISAB natalidade para todos os níveis do Sistema
O Sistema de Informação em Saúde para de Saúde.
a Atenção Básica (SISAB) foi instituído A Secretaria de Vigilância em Saúde
pela Portaria GM/MS nº 1.412, de 10 de (SVS/MS) é gestora do SINASC no Nível
julho de 2013, passando a ser o sistema de Nacional, sendo de sua responsabilidade,
informação da Atenção Básica vigente para mais especificamente da Coordenação-
fins de financiamento e de adesão aos Geral de Informações e Análises
programas e estratégias da Política Epidemiológicas (CGIAE) e do
Nacional de Atenção Básica, substituindo o Departamento de Análise em Saúde e
Sistema de Informação da Atenção Básica Vigilância das Doenças Não
(SIAB). Transmissíveis (DASNT), as alterações de
O SISAB integra a estratégia do layout bem como providências para
Departamento de Saúde da Família impressão e distribuição dos formulários de
(DESF/SAPS/MS) denominada e-SUS Declaração de Nascido Vivo (DN) e dos
Atenção Básica (e-SUS AB), que propõe o manuais do Sistema. A implantação do
incremento da gestão da informação, a SINASC ocorreu de forma gradual em
automação dos processos, a melhoria das todas as Unidades da Federação e já vem
condições de infraestrutura e a melhoria dos apresentando em muitos municípios, desde
processos de trabalho. o ano de 1994, um número maior de
Os sistemas e-SUS AB foram registros do que o publicado pelo IBGE
desenvolvidos para atender os processos de com base nos dados de Cartórios de
trabalho da Atenção Básica para a gestão do Registro Civil. O Sistema possibilita,
cuidado em saúde, podendo ser utilizado também, a construção de indicadores úteis
por profissionais de todas as equipes de AB, para o planejamento de gestão dos serviços
pelas equipes dos Núcleos de Apoio à de saúde.
Saúde da Família (Nasf), do Consultório na
Rua (CnR), de Atenção à Saúde Prisional e
da Atenção Domiciliar (AD), além dos
profissionais que realizam ações no âmbito Como são coletados os dados que
de programas como o Saúde na Escola alimentam o SINASC
(PSE) e a Academia da Saúde. O documento padrão de uso obrigatório
O SISAB, no nível federal, recebe as em todo o território nacional e essencial à
informações consolidadas dos municípios coleta de dados de nascidos vivos no Brasil
para realização do processo de validação é a DECLARAÇÃO DE NASCIDOS
nos dados recebidos. VIVOS (DN), considerado como
Com o SISAB, será possível obter documento hábil para os fins do Art. 51 da
informações da situação sanitária e de Lei nº 6.015/1973, para a lavratura da
saúde da população do território por meio Certidão de Nascimento pelo Cartório de
de relatórios de saúde, bem como de Registro Civil (Art. 11 da Portaria nº 116
relatórios de indicadores de saúde por MS/SVS/2009) e do inciso IV do Art. 10 da
estado, município, região de saúde e equipe. Lei nº 8.069/1990.

62
Enfermeiro

A DN é impressa e preenchida em três e outros instrumentos estatísticos de


vias pré-numeradas sequencialmente. Sua informações sobre natalidade que são
emissão e distribuição para os estados são disseminados para todo o país.
de competência exclusiva do Ministério da
Saúde. A distribuição para os municípios A importância dos dados do SINASC
fica a cargo das Secretarias Estaduais de para a gestão em Saúde
Saúde. Às Secretarias Municipais de Saúde O Ministério da Saúde, através da
cabe o controle na distribuição das DN CGIAE/DASNT/SVS, incentiva os
entre os estabelecimentos de saúde e gestores municipais e estaduais a fazerem
Cartórios do Registro Civil. Além disso, a uso do potencial de dados contido no
Portaria nº 116 MS/SVS/2009 prevê SINASC, para a formulação de indicadores
também a distribuição de formulários para epidemiológicos como instrumentos
profissionais de saúde e parteiras estratégicos de suporte ao planejamento das
tradicionais (estas apenas quando ações, atividades e programas voltados à
reconhecidas e vinculadas a unidade de gestão em saúde.
saúde), que realizem atendimento a parto O nascimento é um dos eventos vitais e
domiciliar, mediante cadastramento e seu monitoramento pode contribuir para o
controle da Secretaria Municipal de Saúde. conhecimento da situação de saúde de uma
população e para a avaliação de políticas e
Como são obtidos e processados os ações de vigilância e atenção à saúde na
dados do SINASC área da saúde materno-infantil.
As DN são preenchidas pelos
profissionais de saúde, ou parteiras Funcionalidades on-line do Sistema de
tradicionais responsáveis pela assistência Informações de Nascidos Vivos
ao parto ou ao recém-nascido (reconhecidas O Sinasc dispõe de um ambiente de
e vinculadas a unidades de saúde), no caso compartilhamento de informações on-line
dos partos hospitalares ou domiciliares com com diversas utilidades e aplicações.
assistência e recolhidas, regularmente, Abaixo, algumas delas:
pelas Secretarias Municipais de Saúde. Declaração de nascido vivo
Nas Secretarias Municipais de Saúde, as informatizada;
DN são digitadas, processadas, criticadas e Geração de arquivos de dados em várias
consolidadas no SINASC local. Em extensões para análises em outros
seguida, os dados informados pelos aplicativos;
municípios sobre os nascimentos no nível
local são transferidos à base de dados do Retroalimentação das informações
nível estadual que os agrega e os envia ao ocorridas em municípios diferentes da
nível federal. Tais transferências são residência do indivíduo;
realizadas via WEB (internet) e ocorrem, Controle de distribuição das declarações
simultaneamente, nos três níveis de gestão. de nascido vivo (Municipal, Regional,
No nível federal, a SVS/MS - gestora do Estadual e Federal);
SINASC - conta, na sua estrutura funcional, Transmissão de dados automatizada
com a Coordenação-Geral de Informações utilizando a ferramenta Sisnet gerando a
e Análises Epidemiológicas (CGIAE). tramitação dos dados de forma ágil e segura
Subordinada ao Departamento de Análise entre os níveis municipal > estadual >
em Saúde e Vigilância das Doenças Não federal;
Transmissíveis (DASNT), a CGIAE trata Backup on-line dos níveis de instalação
da análise, avaliação e distribuição das (Municipal, Regional e Estadual);
informações sobre o SINASC, agregando- Entre outras funcionalidades.
as por Unidade da Federação, e elaborando
relatórios analíticos, painéis de indicadores O acesso a este ambiente é restrito a

63
Enfermeiro

pessoas cadastradas, para garantir a Tracoma.


confidencialidade dos dados pessoais dos
envolvidos nos registros. O Ministério da O registro da notificação no Sinan é
Saúde é responsável por cadastrar gestores realizado por meio de dois módulos:
estaduais. Os gestores estaduais são Individual/Investigação - agravos
responsáveis pelo cadastro de novos compulsórios e agravos de interesse
usuários estaduais, e usuários regionais e nacional que apresentam a Ficha de
municipais. E os gestores municipais fazem Notificação e de Investigação padronizados
o cadastramento de outros usuários pela Secretaria de Vigilância em Saúde do
municipais. Cada um com acessos Ministério da Saúde (SVS/MS);
limitados às suas áreas de responsabilidade. Individual/Conclusão - agravos de
O cadastro deve ser obtido mediante interesse estadual e municipal que
contato com estes interlocutores, e apresentam a Ficha de Notificação e o
assinatura de termo de responsabilidade. módulo de conclusão.

Sinan A versão vigente do sistema,


denominada de Sinan NET, foi
O Sistema de Informação de Agravos de desenvolvida para permitir maior
Notificação (Sinan) foi desenvolvido entre flexibilidade na operacionalização e o uso
1990 e 1993, e regulamentado em 1998, por desde a Unidade Básica de Saúde (UBS).
meio da portaria n°1.882/97, tornando No entanto, dadas as condições estruturais
obrigatória a alimentação regular da base de dessas UBS e algumas situações das
dados nacional pelos municípios, estados e secretarias municipais, o sistema
Distrito Federal. Este sistema é alimentado, possibilitou a operacionalização a partir de
principalmente, pela notificação e outras esferas de gestão administrativa
investigação de casos de doenças e agravos como a Regional de Saúde ou diretamente
que constam na lista nacional de doenças de da Secretaria de Saúde do Estado, dando
notificação compulsória, conforme a mais flexibilidade aos gestores locais e
portaria nº 1.061, de 18 de maio de 2020, tornando o sistema adaptável a cada
mas é facultado a estados e municípios situação estrutural.
incluir outros problemas de saúde As notificações e investigações de casos
importantes em sua região. de doenças e agravos de notificação
A entrada de dados ocorre pela compulsória registrados no Sinan NET
utilização de formulários padronizados para geram uma tabela única que armazena as
a notificação e investigação dos casos de notificações de todos os agravos, e uma
doenças e agravos de interesse nacional. A tabela para cada agravo, que armazena
Ficha Individual de Notificação é dados das investigações, compondo o
preenchida pelas unidades assistenciais banco de dados do Sinan NET.
para cada paciente quando da suspeita da O Sinan Net possui um recurso que
ocorrência de problema de saúde de disponibiliza a opção de gerar o arquivo de
notificação compulsória ou de interesse transferência, configurado para ser
nacional, estadual ou municipal, e contém transmitido ou não pelo Sisnet. O fluxo
os atributos comuns a todos os agravos, tais correto dos lotes de um nível ao outro
como, dados gerais sobre o agravo e depende dessa configuração no Sinan NET.
unidade notificadora, dados do paciente Desde a implantação da versão NET, em
(nome, idade, sexo, escolaridade, etc.) e janeiro de 2007, o sistema sofreu algumas
dados de residência do paciente. Ela deve modificações e correções.
ser utilizada para registro de notificação Ao final de 2010 foi apresentada uma
negativa, notificação individual por agravo, versão online do sistema de informação,
notificação de surto e de Inquérito de denominada Sinan Online, disponível por

64
Enfermeiro

meio do link melhorias e adequações na


<http://sinan.saude.gov.br/sinan/login/logi operacionalização do processo de trabalho,
n.jsf>. Inicialmente, este sistema foi inclusive a criação de diferentes módulos,
desenvolvido para substituir as versões além do primeiro módulo, o de ‘Notificação
anteriores, no entanto seu desempenho não Covid-19’, tais como: ‘Internações SUS’,
atendeu às expectativas e o modelo de ‘Notificações EAPV’, ‘Dados de
desenvolvimento não foi totalmente Vacinação’ e ‘Monitoramento de
adequado às exigências do Sistema Único Contatos’.
de Saúde (SUS), principalmente em relação Neste sentido, a responsabilidade da
à gestão das bases locais. Diante disso, o gestão nacional do sistema é compartilhada
projeto foi interrompido e atualmente o entre três secretarias do Ministério da
sistema permanece em vigência apenas para Saúde, a saber: Secretaria de Vigilância em
a notificação de registros de Febre de Saúde (SVS), Secretaria de Atenção
Chikungunya e Dengue. Especializada à Saúde (SAES) e Secretaria
A base de dados do Sinan contém Executiva (SE). Assim, os módulos de
informações relevantes e constantemente ‘Notificação Covid-19’ e ‘Monitoramento
utilizadas para a avaliação local, municipal de Contatos’ estão sob a gestão da SVS,
e nacional da Vigilância Epidemiológica. mais especificamente da Coordenação-
Sua utilização plena possibilita a obtenção Geral de Informações e Análises
dos dados indispensáveis ao cálculo dos Epidemiológicas (CGIAE). Os módulos de
principais indicadores necessários para o ‘Notificação EAPV’ (Eventos Adversos
monitoramento das doenças e agravos de Pós Vacinais de Covid-19) e ‘Dados de
notificação compulsória, gerando Vacinação’ são de responsabilidade
instrumentos para a formulação e avaliação também da SVS, mas especificamente da
das políticas, planos e programas de saúde, Coordenação Geral do Programa Nacional
subsidiando o processo de tomada de de Imunizações (CGPNI). E o módulo de
decisões e contribuindo para a melhoria da ‘Internações SUS’ é de responsabilidade da
situação de saúde da população. SAES.
Vale destacar que a SE, por meio do
e-SUS Notifica Departamento de Informática do SUS
(DATASUS), tem a corresponsabilidade
O sistema e-SUS Notifica foi lançado em todos os módulos do sistema. O
em 27 de março de 2020 para receber DATASUS disponibiliza uma equipe de
notificações de Síndrome Gripal (SG) suporte para auxiliar o usuário no
suspeita e confirmada de Covid-19 no esclarecimento de dúvidas. O suporte é
Brasil. Trata-se de um sistema online com realizado por meio do e-mail
infraestrutura de alta performance a fim de esusve.suporte@saude.gov.br
garantir agilidade no processo de Além disso, foi criada a página Wiki do
notificação. Por ser online, possibilita que e-SUS Notifica em que são compartilhadas
todos os níveis de gestão, profissionais e informações gerais e dúvidas específicas
unidades de saúde tenham acesso em tempo sobre o sistema e seus módulos. A página
real às notificações realizadas. Está está disponível em
disponível no endereço eletrônico: <https://wiki.saude.gov.br/esus/index.php/
https://notifica.saude.gov.br/login P%C3%A1gina_principal >
Com o avanço da pandemia da Covid-19
no Brasil, junto ao aumento expressivo no e-SUS Notifica - Módulo de
volume de dados no e-SUS Notifica e com ‘Notificação Covid-19’
o objetivo de auxiliar no controle da Este módulo foi implementado devido à
epidemia no país, o sistema vem passando pandemia de Covid-19 para auxiliar a
por várias modificações em prol de vigilância epidemiológica na identificação

65
Enfermeiro

e monitoramento dos casos no território, transmissibilidade da doença, mesmo que


bem como das demais autoridades ainda estejam assintomáticas. Nele, é
sanitárias. Nele, devem ser registrados possível registrar informações de
todos os casos leves de Síndrome Gripal identificação do contato como nome, CPF,
(SG) suspeito ou confirmado de Covid-19, telefones, e sobretudo especificar o tipo de
além dos resultados individuais de todos os relação do contato com o caso suspeito ou
testes laboratoriais com resultado positivo confirmado e data do último contato, de
ou negativo para Covid-19. modo a possibilitar monitorar os
Todo profissional e estabelecimento de contactantes no período de
saúde pode realizar notificações a que se transmissibilidade e rastrear ou
destina o módulo, após cadastro prévio. O desencadear novas investigações.
módulo foi constituído com a proposta de O acesso ao módulo pode ser permitido
quatro perfis de acesso: autocadastro, a todo profissional e estabelecimento de
gestor municipal, gestor estadual e gestor saúde habilitado no módulo pelo gestor
federal. O autocadastro visualiza somente municipal, permitindo monitorar os
os registros digitados pelo seu login de contatos após cadastro prévio. Os dados
acesso e pode notificar e editar uma estão disponíveis aos gestores municipais e
notificação realizada por ele mesmo, estaduais. O usuário encontrará os materiais
incluindo dados de identificação da pessoa, técnicos, como ficha de notificação,
dados clínicos e dados de resultados de instrutivo de preenchimento, dicionário de
exames. Os gestores municipais e estaduais dados e tutorial de navegação do sistema e-
podem visualizar os registros digitados por SUS Notifica, módulo notificação, no
usuários notificados e residentes em sua endereço eletrônico <
área de abrangência, além de poder https://datasus.saude.gov.br/notifica>
notificar, editar e sobretudo encerrar uma Os dados nominais estão disponíveis aos
notificação, incluindo informações sobre a gestores municipais e estaduais e os dados
classificação final, evolução do caso e data abertos estão disponíveis ao cidadão no
de encerramento. Os perfis de gestores portal OpenDataSUS
municipal e estadual também podem <https://opendatasus.saude.gov.br/dataset/
autorizar novos usuários e habilitar perfis casos-nacionais> para download das
para seus territórios. Já o gestor federal planilhas em formato .csv disponibilizadas
visualiza os registros digitados por usuários por Unidade Federada ou para consumo dos
de todo o território nacional e pode também dados via API.
habilitar qualquer outro perfil.

Módulo de ‘Monitoramento de RESP-Microcefalia


contatos’
Em maio de 2021 foi lançado o módulo O Registro de Eventos em Saúde Pública
de ‘Monitoramento de contatos’, em que é foi desenvolvido com o objetivo de
possível monitorar indivíduos que tiveram registrar as emergências de saúde pública,
contato com caso suspeito ou confirmado tendo em vista que as ações de vigilância
de Covid-19, e que foram registrados relacionadas a esses eventos precisam ser
previamente no módulo ‘Notificação realizadas com urgência, permitindo assim
Covid-19’. a consolidação, caracterização e
O módulo objetiva rastrear e monitorar o enfrentamento oportuno frente à
maior número possível de contatos de emergência.
pessoas que estiveram com caso suspeito ou Em 2015, tendo em vista a alteração do
confirmado de Covid-19 no período de padrão de ocorrência de microcefalia e/ou

66
Enfermeiro

alterações do sistema nervoso central saúde. No formulário, é possível a


(SNC) associadas à infecção congênita pelo notificação de crianças, recém-nascidos,
vírus Zika no Brasil, o Ministério da Saúde óbitos fetais/natimortos, abortos
(MS) declarou a situação uma Emergência espontâneos, fetos suspeitos ou fetos em
em Saúde Pública de Importância Nacional risco.
(ESPIN), através da Portaria 1.813 de 11 de Este instrumento é composto por 89
novembro de 2015. Em função da variáveis divididas em 10 blocos, nos quais
necessidade de se monitorar a ocorrência são solicitadas informações relacionadas à
dos casos de microcefalia e alterações do identificação da gestante/mãe e do nascido-
SNC, o Ministério da Saúde, em parceria vivo, dados da gestação, dados clínicos e
com o DATASUS, desenvolveu um epidemiológicos, resultados de exames,
formulário online no RESP, denominado evolução do caso para óbito, entre outras.
RESP-Microcefalia. Após o preenchimento e envio do
Atualmente, o conjunto de alterações de formulário, os casos suspeitos de SCZ
saúde causadas pelo vírus Zika é chamado notificados aparecem “ativos” no sistema
de Síndrome Congênita associada à RESP-Microcefalia e são então
infecção pelo vírus Zika (SCZ) e o RESP- investigados pelos profissionais de saúde
Microcefalia para que obtenham uma classificação final,
(http://www.resp.saude.gov.br/microcefali que pode ser confirmado, provável,
a#/painel) constitui o principal instrumento inconclusivo, descartado ou excluído.
para a vigilância da SCZ no Brasil, onde Atualmente existem três diferentes
casos suspeitos da doença continuam sendo perfis de acesso ao RESP-Microcefalia. Os
notificados mesmo após o encerramento usuários municipais, estaduais e federais
oficial do período epidêmico. A são aqueles que editam os dados referentes
investigação destes casos e sua a cada caso, podendo tanto qualificar as
classificação final também ocorre através informações dos casos em sua esfera de
deste sistema, sendo realizadas por atuação (município, estado, federação)
profissionais de saúde previamente quanto incluir novas informações com base
cadastrados, com acesso ao Resp- na investigação e, posteriormente, fazer a
Microcefalia classificação final destes casos. Os leitores
(http://www.resp.saude.gov.br/microcefali municipais, estaduais e federais são aqueles
a#/login), mediante acesso com login e usuários que apenas visualizam os dados,
senha. sem autorização para editá-los. Já os perfis
O RESP-Microcefalia está, atualmente, de gestor estadual e federal são
sob a gestão da Coordenação-Geral de responsáveis por autorizar o acesso dos
Informações e Análises Epidemiológicas perfis acima citados.
(CGIAE) do Departamento de Análise em
Saúde e Vigilância das Doenças Não Como são obtidos e processados os
Transmissíveis (DASNT) da Secretaria de dados do SIM RESP-Microcefalia?
Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério Para exportação da base de dados do
da Saúde. RESP-Microcefalia, incluindo todos os
casos notificados no sistema, foi
Como são coletados os dados que desenvolvida uma ferramenta utilizando os
alimentam o RESP-Microcefalia? conceitos de Business Intelligence (BI).
Todos os casos suspeitos ou Esta ferramenta online, chamada de BI-
confirmados de SCZ devem ser notificados Microcefalia, também tem acesso
no RESP-Microcefalia, sendo que o acesso controlado e restrito aos profissionais de
a este formulário online é livre, ou seja, saúde que atuam na vigilância da SCZ nas
qualquer pessoa pode notificar um caso três esferas de governo (municipal, estadual
suspeito, sendo ou não um profissional de e federal), sendo possível acessá-la através

67
Enfermeiro

do seguinte endereço:
http://ads.saude.gov.br/servlet/mstrWeb. SIM
Os usuários autorizados podem também O Sistema de Informações Sobre
analisar os dados a partir de relatórios Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo
específicos produzidos pelo próprio BI- Ministério da Saúde em 1975, é resultado
Microcefalia. da unificação de mais de quarenta modelos
O acesso da população em geral ao de instrumentos utilizados, ao longo dos
banco de dados anonimizado do RESP- anos, para coletar dados sobre mortalidade
Microcefalia se dá através das plataformas no país. Possui variáveis que permitem, a
TabNet partir da causa mortis atestada pelo médico,
(https://datasus.saude.gov.br/acesso-a- construir indicadores e processar análises
informacao/registro-de-eventos-em-saude- epidemiológicas que contribuam para a
publica-resp-microcefalia/) e TabWin eficiência da gestão em saúde.
(https://datasus.saude.gov.br/transferencia- O SIM foi informatizado em 1979. Doze
de-arquivos/#), que permitem a tabulação e anos depois, com a implantação do SUS e
exportação dos dados. sob a premissa da descentralização, a coleta
de dados foi repassada à atribuição dos
Importância do RESP-Microcefalia para estados e municípios, através das suas
a vigilância, assistência à saúde e pesquisa respectivas Secretarias de Saúde. Com a
Os dados coletados através do sistema finalidade de reunir dados quantitativos e
RESP-Microcefalia permitem que se qualitativos sobre óbitos ocorridos no
atualize, periodicamente, o cenário Brasil, o SIM é considerado uma
epidemiológico da SCZ no país, e nas importante ferramenta de gestão na área da
diferentes Unidades Federativas, saúde que subsidia a tomada de decisão em
auxiliando na identificação de regiões e diversas áreas da vigilância e assistência à
locais que necessitam de ações mais saúde. No nível federal, sua gestão é de
robustas na área de assistência à saúde e responsabilidade da Secretaria de
assistência social e, consequentemente, Vigilância à Saúde.
fornecendo subsídios para a formulação de O SIM dispõe de um ambiente de
políticas públicas nestas áreas. compartilhamento de informações on-line
Além disso, os dados deste sistema são com diversas utilidades e aplicações. O
uma importante fonte para pesquisas acesso a este ambiente é restrito às pessoas
científicas que visam compreender a SCZ cadastradas, para garantir a
através de diferentes perspectivas e confidencialidade dos dados pessoais dos
abordagens, considerando tanto os fatores envolvidos nos registros.
associados com a ocorrência desta doença,
quanto os desfechos associados à ela, por
exemplo. Como são coletados os dados que
A fim de orientar os profissionais de alimentam o SIM?
saúde sobre a vigilância da SCZ, bem como O documento básico e essencial à coleta
apresentar os dados desta vigilância, de dados da mortalidade no Brasil é a
realizada através do RESP-Microcefalia, DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO) que,
publicações técnico-científicas vêm sendo consequentemente, alimenta o SIM. A
elaboradas: responsabilidade na emissão da DO é do
Guia de Vigilância 2020 (em médico, conforme prevê o artigo 115 do
diagramação – contém capítulo sobre a Código de Ética Médica, Artigo 1º da
SCZ); Resolução nº 1779/2005 do Conselho
Saúde Brasil Tradicional 2020 (em Federal de Medicina e a Portaria SVS nº
diagramação – contém capítulo sobre a 116/2009. A DO deve ser enviada aos
SCZ). Cartórios de Registro Civil para liberação

68
Enfermeiro

do sepultamento, bem como para a tomada Departamento de Análise em Saúde e


de todas as medidas legais em relação à Vigilância das Doenças Não
morte. Transmissíveis (DASNT), a CGIAE trata
A DO é impressa e preenchida em três da análise, avaliação e distribuição das
vias pré-numeradas sequencialmente. Sua informações sobre o SIM, agregando-as por
emissão e distribuição para os estados são Unidade da Federação, e elaborando
de competência exclusiva do Ministério da relatórios analíticos, painéis de indicadores
Saúde. A distribuição para os municípios e outros instrumentos estatísticos de
fica a cargo das Secretarias Estaduais de informações sobre mortalidade que são
Saúde. Às Secretarias Municipais de Saúde disseminados para todo o país.
cabe o controle na distribuição das DO
entre os estabelecimentos de saúde, A importância dos dados do SIM para
Institutos de Medicina Legal, Serviços de a gestão em Saúde
Verificação de Óbitos, Cartórios do
Registro Civil, profissionais médicos e O Ministério da Saúde, através da
outras instituições que dela façam uso legal CGIAE/DASNT/SVS, incentiva os
e permitido. Compete às Secretarias de gestores municipais e estaduais a fazerem
Saúde (estaduais e municipais) o uso do potencial de dados contidos no SIM
recolhimento das primeiras vias da DO, para a formulação de indicadores
junto aos Estabelecimentos de Saúde e aos epidemiológicos como instrumentos
cartórios. estratégicos de suporte ao planejamento das
ações, atividades e programas voltados à
Como são obtidos e processados os gestão em saúde.
dados do SIM? A redução da mortalidade por causas
A mais recente publicação sobre coleta preveníveis ou evitáveis e a consequente
de dados, fluxo e periodicidade de envio melhoria na qualidade dos dados captados
das informações acerca dos óbitos, e pelo SIM, inclusive em relação à ausência
também dos nascidos vivos, para os ou má definição de causas mortis são alguns
Sistemas de Informações geridos pela dos resultados esperados com o uso desse
Secretaria de Vigilância à Saúde é a sistema. Neste sentido, o Ministério da
Portaria SVS nº 116, de 11/02/2009. Esta Saúde, por meio das áreas técnicas da SVS,
Portaria revoga a Portaria SVS nº 20/2003. vem atuando tanto na capacitação técnica
As DO são preenchidas pelas unidades de profissionais de saúde das Secretarias
notificantes do óbito (habitualmente no Estaduais e Municipais de Saúde, como na
local de ocorrência do óbito) e recolhidas, disseminação de indicadores de
regularmente, pelas Secretarias Municipais mortalidade construídos a partir do SIM,
de Saúde (SMS). Nas SMS, as DO são gerando linhas de base que parametrizam
digitadas, processadas, criticadas e muitas das diretrizes utilizadas na gestão
consolidadas no SIM local. Em seguida, os tripartite do SUS.
dados informados pelos municípios sobre O SIM funciona como fonte de dados e
mortalidade no nível local são transferidos de informações que subsidiam a tomada de
à base de dados do nível estadual que os decisão em diversas áreas da assistência à
agrega e os envia ao nível federal. Tais saúde. Isoladamente ou associado a outras
transferências são realizadas via WEB fontes, como o Sistema de Informação
(internet) e ocorrem, simultaneamente, nos Hospitalar, possui um bom grau de
três níveis de gestão. No nível federal, a confiabilidade e permite a formulação de
SVS - gestora do SIM - conta, na sua indicadores sobre mortalidade geral e
estrutura funcional, com a Coordenação específica usados, inclusive, pelo IDB
Geral de Informações e Análises (Indicadores e Dados Básicos de Saúde)
Epidemiológicas (CGIAE). Subordinada ao definidos pela Rede Interagencial para a

69
Enfermeiro

informação em Saúde (RIPSA). A título de desde 1979.


exemplo, lista-se, a seguir, alguns dos
indicadores específicos de mortalidade que A confiabilidade dos dados
podem ser construídos a partir do SIM: informados no SIM
Em relação à Mortalidade Infantil: O SIM foi avaliado pela OMS como um
Taxa de mortalidade infantil; sistema de qualidade intermediária, em um
Taxa de mortalidade neonatal precoce; estudo publicado em 2005, que analisou
Taxa de mortalidade neonatal tardia; sistemas de mortalidade de vários países,
Taxa de mortalidade pós-neonatal; adotando conceitos de qualidade alta,
Taxa de mortalidade perinatal. intermediária e baixa. Apenas 23 países
alcançaram o conceito de alta qualidade. O
Em relação à Mortalidade Específica: Brasil ficou no mesmo bloco de países
Taxa de mortalidade materna; como França, Itália, Bélgica, Alemanha,
Taxa de mortalidade proporcional por Dinamarca, Rússia, Holanda, Suíça, entre
grupo de causas; outros que constituem o bloco dos países
Taxa de mortalidade proporcional por ricos.
causas mal definidas; Os dados brasileiros avaliados pelo
Taxa de mortalidade proporcional por estudo supracitado antecedem às várias
doenças diarreicas agudas em menores de 5 iniciativas adotadas pelo Ministério da
anos; Saúde a partir de 2005, visando ao
Taxa de mortalidade proporcional por aprimoramento da qualidade e da cobertura
doenças do aparelho circulatório; do SIM. Dentre estas iniciativas, destaques
Taxa de mortalidade proporcional por devem ser dados (1) ao projeto de redução
causas externas; da proporção de óbitos com causas mal
Taxa de mortalidade proporcional por definidas, (2) desenvolvimento de novos
neoplasias malignas; aplicativos informatizados, (3)
Taxa de mortalidade proporcional por administração de curso de formação e de
acidente de trabalho; capacitação para codificadores de causas
Taxa de mortalidade proporcional por básicas, dentre outros.
diabetes mellitus; Os resultados derivados das iniciativas
Taxa de mortalidade proporcional por de aprimoramento do SIM, adotadas pelo
cirrose hepática; Ministério da Saúde, indicam melhoria na
Taxa de mortalidade proporcional por qualidade da informação sobre mortalidade
AIDS; no Brasil. A redução na proporção de óbitos
Taxa de mortalidade proporcional por por causas mal definidas; a diminuição na
afecções originadas do período perinatal. proporção de registros com campos
ignorados ou em branco em diversas
Além desses exemplos, o SIM permite a variáveis; a redução no intervalo de tempo
formulação de indicadores de mortalidade entre a ocorrência de eventos, sua captação
por causas específicas de interesse à análise pelo sistema e a transferência para o
e avaliação dos sistemas locais, Ministério da Saúde, são indicadores que
microrregionais, estaduais e nacional de revelam resultados inequívocos de
saúde, possibilitando a comparação do qualidade do sistema.
perfil epidemiológico do Brasil com o de O SIM, com sua longa série histórica, de
outros países, a partir de informações sobre 1979 a 2009 é, certamente, um dos grandes
mortalidade. O SIM vem sendo também bens públicos que o Brasil preserva. Motivo
muito utilizado como instrumento de de orgulho para gestores, profissionais,
pesquisa. O Ministério da Saúde coloca à cidadãos brasileiros que não medem
disposição da comunidade dados esforços para torná-lo cada vez melhor,
conclusivos sobre os óbitos registrados dando-lhe a necessária centralidade na

70
Enfermeiro

agenda permanente do Sistema Único de C - Contribuir para o desenvolvimento


Saúde (SUS). dos profissionais de saúde, para a
construção de uma consciência sanitária
Questões coletiva, como base para ampliar o
exercício do controle social e da cidadania.
01. (Prefeitura de Lajedo/PE – D - Organizar a produção de
Auxiliar de Saúde Bucal – informações compatíveis com as
ADM&TEC/2022) Analise as afirmativas necessidades dos diferentes níveis,
a seguir: garantindo uma avaliação permanente das
I. As funções do Sistema de Informação ações executadas e do seu impacto sobre a
em Saúde incluem o planejamento, a situação de saúde.
coordenação, a supervisão dos processos de
seleção, de coleta, de aquisição, de registro, Alternativas
de armazenamento, de processamento, de 01.A – 02.B
recuperação, de análise e de difusão de
dados e a geração de informações.
II. O Sistema de Informação em Saúde Promoção da Saúde e Prevenção de
(SIS) é parte dos sistemas de saúde e, como Doenças
tal, integra suas estruturas organizacionais
e contribui para sua missão. O SIS foi
desenvolvido e implantado para facilitar a Promoção da Saúde
formulação e a avaliação das políticas, dos
planos e dos programas de saúde, Os cuidados integrais com a saúde121314
subsidiando o processo de tomada de implicam ações de promoção da saúde,
decisões e contribuindo para melhorar a prevenção de doenças e fatores de risco e,
situação de saúde individual e coletiva. depois de instalada a doença, o tratamento
Marque a alternativa CORRETA: adequado dos doentes. Esses três tipos de
A - As duas afirmativas são verdadeiras. ação têm áreas de superposição, como seria
B - A afirmativa I é verdadeira, e a II é de esperar.
falsa. Saúde é um direito humano fundamental
C - A afirmativa II é verdadeira, e a I é reconhecido por todos os foros mundiais e
falsa. em todas as sociedades. Como tal, a saúde
D - As duas afirmativas são falsas. se encontra em pé de igualdade com outros
direitos garantidos pela Declaração
02. (Prefeitura de Pitangueiras/SP – Universal dos Direitos Humanos, de 1948:
Agente Comunitário de Saúde – Instituto liberdade, alimentação, educação,
Consulplan/2019) São consideradas segurança, nacionalidade etc. A saúde é
funções do Sistema de Informação em amplamente reconhecida como o maior e o
Saúde (SIS), EXCETO: melhor recurso para os desenvolvimentos
A - Assessorar o desenvolvimento de social, econômico e pessoal, assim como
sistemas voltados para as especificidades uma das mais importantes dimensões da
das diferentes unidades operacionais do qualidade de vida.
Sistema de Saúde. Saúde e qualidade de vida são dois temas
B - Avaliar e distribuir os recursos de estreitamente relacionados, fato que
saúde, focalizando as disparidades podemos reconhecer no nosso cotidiano,
existentes entre as unidades da federação e com o qual pesquisadores e cientistas
as disparidades intraestaduais. concordam inteiramente. Isto é, a saúde

12
https://agencia.fiocruz.br/o-conceito-de-promo%C3%A7%C3%A3o- saude/
14
da-sa%C3%BAde-e-os-determinantes-sociais https://bityli.com/LMvONBmm
13
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/promocao-da-

71
Enfermeiro

contribui para melhorar a qualidade de vida como educação e informação – estes,


e esta é fundamental para que um indivíduo componentes importantes da promoção da
ou comunidade tenha saúde. Em síntese, saúde. Então, para promover a saúde, é
promover a saúde é promover a qualidade preciso enfrentar os chamados
de vida. determinantes sociais da saúde.
A Conferência Internacional sobre A promoção da saúde se refere às ações
Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, sobre os condicionantes e determinantes
no Canadá, em 1986 que estabeleceu uma sociais da saúde, dirigidas a impactar
série de princípios éticos e políticos, favoravelmente a qualidade de vida. Por
definindo os campos de ação. De acordo isso, caracterizam-se fundamentalmente
com o documento, promoção da saúde é o por uma composição intersetorial e, intra-
“processo de capacitação da comunidade setorialmente, pelas ações de ampliação da
para atuar na melhoria da sua qualidade de consciência sanitária – direitos e deveres da
vida e saúde, incluindo maior participação cidadania, educação para a saúde, estilos de
no controle desse processo”. vida e aspectos comportamentais etc.
Para atingir um estado de completo bem- Assim, para melhorar as condições de
estar físico, mental e social, os indivíduos e saúde de uma população, são necessárias
grupos devem saber identificar aspirações, mudanças profundas dos padrões
satisfazer necessidades e modificar econômicos no interior dessas sociedades e
favoravelmente o ambiente natural, político intensificação de políticas sociais, que são
e social. A saúde é, portanto, um conceito eminentemente políticas públicas. Ou seja,
positivo, que enfatiza os recursos sociais e para que uma sociedade conquiste saúde
pessoais, bem como as capacidades físicas. para todos os seus integrantes, é necessária
Assim, não é responsabilidade exclusiva do ação intersetorial e políticas públicas
setor saúde e vai além de um estilo de vida saudáveis.
saudável, na direção de um bem-estar Além disso, espera-se uma série de
global. políticas no campo da saúde para que uma
A carta afirma que são recursos sociedade alcance o objetivo de ter pessoas
indispensáveis para ter saúde: paz, renda, saudáveis, que realizem o pleno potencial
habitação, educação, alimentação humano de longevidade com qualidade de
adequada, ambiente saudável, recursos vida, vivendo ademais uma vida
sustentáveis, equidade e justiça social, com socialmente produtiva. A Comissão
toda a complexidade que implicam alguns Nacional dos Determinantes Sociais da
desses conceitos. A promoção da saúde é o Saúde fez uma análise profunda dos
resultado de um conjunto de fatores sociais, determinantes sociais da saúde no Brasil e
econômicos, políticos e culturais, coletivos uma série de políticas e ações, cujo objetivo
e individuais, que se combinam de forma último é a promoção da saúde.
particular em cada sociedade e em Para a atenção integral de saúde, será
conjunturas específicas, resultando em necessário utilizar e integrar saberes e
sociedades mais ou menos saudáveis. práticas hoje reunidos em compartimentos
Na maior parte do tempo de suas vidas, isolados: atenção médico-hospitalar;
a maioria das pessoas é saudável, ou seja, programas de saúde pública; vigilância
não necessita de hospitais, CTI ou epidemiológica; vigilância sanitária;
complexos procedimentos médicos, educação para a saúde etc. com ações extra
diagnósticos ou terapêuticos. Mas, durante setoriais em distintos campos, como água,
toda a vida, todas as pessoas necessitam de esgoto, resíduos, drenagem urbana, e
água e ar puros, ambiente saudável, também na educação, habitação,
alimentação adequada, situações social, alimentação e nutrição etc., e dirigir esses
econômica e cultural favoráveis, prevenção saberes e práticas integrados a um território
de problemas específicos de saúde, assim peculiar, diferente de outros territórios,

72
Enfermeiro

onde habita uma população com políticas e as atividades baseadas nos


características culturais, sociais, políticas, seguintes princípios:
econômicas etc. também diferentes de
outras populações que vivem em outros • Concepção holística
territórios. • Intersetorialidade
• Empoderamento
Promoção da saúde - conceitos e • Participação social
estratégias • Equidade
As primeiras recomendações foram • Ações multi-estratégicas
emanadas da primeira conferência • Sustentabilidade
internacional sobre promoção da saúde que
foi realizada em 1986 no Canadá. Aqui, foi Princípios da Política Nacional de
realçada a preponderância da saúde como Promoção da Saúde
um todo, onde esta deve ser entendida como A Política Nacional de Promoção de
um precioso recurso para a vida, e não Saúde segue os princípios da Constituição
como objetivo de viver. Federal:
Ou seja, a saúde deve ser entendida de • Universalidade
uma forma positiva, dando especial realce • Integralidade
aos recursos pessoais e sociais de cada • Equidade
indivíduo, não cabendo, por isso, a • Diretrizes de descentralização
responsabilidade da promoção da saúde • Organização hierarquizada
exclusivamente ao setor da saúde, mas sim
a todos nós caminhando, assim, para um Prevenção
bem-estar global. Cada indivíduo, deve Fazer escolhas que minimizem ao
pensar e agir de forma a aumentar o máximo o risco de desenvolver alguma
controlo sobre a sua saúde. doença é prevenir e promover a saúde.
Devemos olhar para o conceito de Decidir por esse caminho tem impacto
promoção de saúde de uma forma ampla, significativo: reduz o risco de morte
envolvendo os organismos estatais, entre prematura, os gastos com medicamentos e
outros, que tutelam os sistemas de saúde. tratamentos médicos, ausências no trabalho
Estes organismos devem preocupar-se em por motivos de doenças e melhora
definir políticas, planos ou programas de significativamente a qualidade de vida. Os
saúde pública, que contemplem medidas benefícios são diversos.
que permitam às pessoas prevenir Portanto, educar e conscientizar os
determinadas doenças. Estes organismos cidadãos, difundindo informações e
podem, por exemplo, criar programas ou conhecimentos que incitem atitudes e
planos específicos de combate e prevenção comportamentos saudáveis, é uma
da diabetes, da hipertensão arterial, etc. estratégia essencial de prevenção e
A título individual, cada um de nós deve promoção da saúde.
perceber a importância da promoção da A palavra prevenção, no contexto da
saúde e agir em conformidade. As empresas promoção da saúde, refere-se a um conjunto
ou organizações são também entidades que de atitudes tomadas por antecipação, para
devem preocupar-se com a promoção da evitar doenças ou acidentes. Assim,
saúde dos seus colaboradores. Veja mais prevenção e promoção da saúde estão ligas
informação em ações de promoção de a mudanças de atitudes. Às vezes, pequenas
saúde. modificações na rotina podem resultar em
um grande benefício na saúde do indivíduo,
Princípios de promoção da saúde podendo impactar também nos que vivem
A OMS qualifica como ações de ao redor.
promoção de saúde os programas, as A prevenção da saúde se divide em

73
Enfermeiro

primária e secundária. de um conjunto de fatores sociais,


econômicos, políticos e culturais,
Ações Primárias coletivos e individuais, que se combinam
• Vacinar e cuidar de crianças, adultos e de forma particular em cada sociedade e
idosos; em conjunturas específicas, resultando em
• Informar sobre os riscos sociedades mais ou menos saudáveis.
comportamentais e médicos para a saúde; B - A saúde contribui para melhorar a
• Investir na redução de riscos qualidade de vida, mas a qualidade de vida
individuais e populacionais; não tem influência na saúde de um
• Incluir programas de prevenção de indivíduo ou comunidade. Em síntese,
doenças na atenção primária e promover a saúde é promover a qualidade
especializada; de vida. Mas promover a qualidade de vida
• Suplementar a alimentação; não é promover saúde.
• Educar sobre a importância da higiene C - São recursos dispensáveis e não
bucal e oferecer serviços de saúde bucal. relacionados a saúde: paz, renda,
Ações Secundárias habitação, educação, ambiente saudável,
• Rastrear doenças de forma precoce; recursos sustentáveis, equidade e justiça
• Promover a saúde materno-infantil; social.
• Fornecer agentes profiláticos para D - Para atingir um estado de completo
controlar fatores de risco. bem-estar físico, mental e social, os
indivíduos e grupos devem saber
Questões identificar aspirações, satisfazer
necessidades, mas nunca modificar o
01. (UFU/MG – Médico – Medicina ambiente natural, político e social.
de Família e Comunidade – UFU- E - As condições de saúde de uma
MG/2020) São consideradas ações de população não estão relacionadas a
Promoção à Saúde: mudanças dos padrões econômicos no
A - Proibição de propagandas de interior dessas sociedades, sendo as
cigarro e aumento de seus impostos. políticas sociais totalmente prejudiciais a
B - Renovação de receitas de pacientes promoção em saúde.
hipertensos em consultas de acesso.
C - Utilização de evidências atualizadas Alternativas
para a recomendação de solicitação de 01.A – 02.A
exames.
D - Atendimento domiciliar com
fisioterapeuta para pacientes com AVC Vigilância em Saúde
recente.
02. (Prefeitura de São Roque do
Canaã/ES – Agente de Combate a
Endemias – IDCAP/2020) Promoção da A vigilância em saúde15 está presente
saúde é o "processo de capacitação da nos mais diversos aspectos da vida humana,
comunidade para atuar na melhoria da sua seu objetivo é garantir as condições
qualidade de vida e saúde, incluindo maior sanitárias adequadas, fiscalizando as
participação no controle desse processo". propriedades dos produtos que trazem
(Fonte: https://agencia. fiocruz.br) Marque benefícios ou potenciais danos para a saúde.
a alternativa correta a respeito das táticas Assim, atua na prevenção de doenças
em promoção da saúde: transmissíveis e na análise e
A - A promoção da saúde é o resultado acompanhamento da situação de saúde da
população brasileira. Além disso, realiza o
15
COSTA, A. A. Z.; HIGA, C. B. O. Vigilância em saúde. Porto Alegre: SAGAH, 2018.

74
Enfermeiro

planejamento das ações em saúde, a humana, tendo como objetivo o controle


identificação de fatores de risco e o controle dos riscos ambientais.
de doenças crônicas não transmissíveis, Saúde do trabalhador: conjunto de
também abrange as esferas de saúde atividades destinadas à promoção,
ambiental e de saúde do trabalhador. proteção, recuperação e reabilitação da
A longo prazo, a vigilância é usada para saúde dos trabalhadores expostos aos riscos
identificar mudanças na natureza ou na e agravos causado pelas condições de
extensão dos problemas em saúde e, trabalho.
também, para a efetividade das
intervenções de saúde pública. Prezado (a) candidato (a) a Portaria nº
A epidemiologia é a ciência que 1.378, de 9 de julho de 2013, que
acompanha a vigilância no monitoramento regulamenta as responsabilidades e define
de tendências, na maioria das vezes, diretrizes para execução e financiamento
utilizando a taxa de ocorrência das doenças das ações de Vigilância em Saúde pela
para a detecção de um aumento de eventos União, Estados, Distrito Federal e
ou redução deles. Municípios, relativos ao Sistema Nacional
Considera-se que a conceito de de Vigilância em Saúde e Sistema
vigilância em saúde trata de um processo Nacional de Vigilância Sanitária, foi
contínuo e sistematizado para a coleta e revogada parcialmente pelas Portarias de
análise de dados sobre as ocorrên-cias de Consolidação nº. 4 e 6 de 2017, restando
doenças, como também para a identificação apenas em vigor os artigos 40 a 45
de fatores de risco, o planejamento das (Disposições Transitórias).
ações para a promoção da saúde, a
prevenção das doenças, o controle de riscos Portaria de Consolidação nº 4, de 28 DE
e a proteção da saúde da população. Setembro de 201716
É observado, ainda, que a saúde é um
estado complexo e multifatorial, com isso, Consolidação das normas sobre os
a vigilância em saúde no Brasil é dividida, sistemas e os subsistemas do Sistema
operacionalmente, em áreas distintas de Único de Saúde.
atuação para o desenvolvimento de ações
visando ao alcance de seus objetivos. O MINISTRO DE ESTADO DA
Veja a seguir a divisão operacional em SAÚDE, no uso das atribuições que lhe
saúde: confere o art. 87, parágrafo único, incisos
I e II, da Constituição, resolve:
Vigilância epidemiológica: conjunto de Art. 1º Os sistemas e subsistemas do
ações realizadas para o conhecimento de Sistema Único de Saúde (SUS)
fatores que influenciam a saúde individual obedecerão ao disposto nesta Portaria.
ou coletiva, com o objetivo de prevenir e
controlar doenças. (...)
Vigilância sanitária: conjunto de ações
realizadas para eliminar, diminuir ou
prevenir riscos à saúde, além de intervir nos
problemas sanitários ligados ao meio
ambiente, meios de produção e serviços
relacionados à saúde.
Vigilância ambiental: conjunto de
ações realizadas para o conhecimento dos
fatores ambientais que interferem na saúde

16
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_201 7.html, visitado em 31.10.2022

75
Enfermeiro

ANEXO III II - a detecção oportuna e adoção de


Ações e Serviços de Vigilância em medidas adequadas para a resposta às
Saúde (Origem: PRT MS/GM emergências de saúde pública; (Origem:
1378/2013) PRT MS/GM 1378/2013, Art. 4º, II)
CAPÍTULO I III - a vigilância, prevenção e controle
DOS PRINCÍPIOS GERAIS das doenças transmissíveis; (Origem: PRT
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, MS/GM 1378/2013, Art. 4º, III)
CAPÍTULO I) IV - a vigilância das doenças crônicas
não transmissíveis, dos acidentes e
Art. 1º Este Anexo regulamenta as violências; (Origem: PRT MS/GM
responsabilidades e define as diretrizes 1378/2013, Art. 4º, IV)
para execução e financiamento das ações V - a vigilância de populações expostas
de Vigilância em Saúde pela União, a riscos ambientais em saúde; (Origem:
estados, Distrito Federal e municípios, PRT MS/GM 1378/2013, Art. 4º, V)
relativos ao Sistema Nacional de VI - a vigilância da saúde do
Vigilância em Saúde e Sistema Nacional trabalhador; (Origem: PRT MS/GM
de Vigilância Sanitária. (Origem: PRT 1378/2013, Art. 4º, VI)
MS/GM 1378/2013, Art. 1º) VII - vigilância sanitária dos riscos
decorrentes da produção e do uso de
Art. 2º A Vigilância em Saúde constitui produtos, serviços e tecnologias de
um processo contínuo e sistemático de interesse a saúde; e (Origem: PRT MS/GM
coleta, consolidação, análise e 1378/2013, Art. 4º, VII)
disseminação de dados sobre eventos VIII - outras ações de vigilância que, de
relacionados à saúde, visando o maneira rotineira e sistemática, podem ser
planejamento e a implementação de desenvolvidas em serviços de saúde
medidas de saúde pública para a proteção públicos e privados nos vários níveis de
da saúde da população, a prevenção e atenção, laboratórios, ambientes de estudo
controle de riscos, agravos e doenças, bem e trabalho e na própria comunidade.
como para a promoção da saúde. (Origem: (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 2º) 4º, VIII)

Art. 3º As ações de Vigilância em CAPÍTULO II


Saúde são coordenadas com as demais DAS COMPETÊNCIAS (Origem:
ações e serviços desenvolvidos e ofertados PRT MS/GM 1378/2013, CAPÍTULO
no SUS para garantir a integralidade da II)
atenção à saúde da população. (Origem: Seção I
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 3º) Da União (Origem: PRT MS/GM
1378/2013, Seção I)
Art. 4º As ações de Vigilância em
Saúde abrangem toda a população Art. 5º Compete ao Ministério da Saúde
brasileira e envolvem práticas e processos a gestão das ações de vigilância em saúde
de trabalho voltados para: (Origem: PRT no âmbito da União, cabendo: (Origem:
MS/GM 1378/2013, Art. 4º) PRT MS/GM 1378/2013, Art. 5º)
I - a vigilância da situação de saúde da I - à Secretaria de Vigilância em Saúde
população, com a produção de análises (SVS/MS) a coordenação do Sistema
que subsidiem o planejamento, Nacional de Vigilância em Saúde; e
estabelecimento de prioridades e (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
estratégias, monitoramento e avaliação das 5º, I)
ações de saúde pública; (Origem: PRT II - à Agência Nacional de Vigilância
MS/GM 1378/2013, Art. 4º, I) Sanitária (ANVISA) a coordenação do

76
Enfermeiro

Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. e prazos, a partir de negociação tripartite,


(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. para o envio dos dados para o nível
5º, II) nacional; (Origem: PRT MS/GM
1378/2013, Art. 6º, VIII, a)
Art. 6º Compete à SVS/MS: (Origem: b) estabelecimento e divulgação de
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º) normas técnicas, rotinas e procedimentos
I - ações de vigilância, prevenção e de gerenciamento dos sistemas nacionais;
controle das doenças transmissíveis, a e (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
vigilância e prevenção das doenças e 6º, VIII, b)
agravos não transmissíveis e dos seus c) retroalimentação dos dados para as
fatores de risco, a vigilância de populações Secretarias Estaduais de Saúde; (Origem:
expostas a riscos ambientais em saúde, PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, VIII, c)
gestão de sistemas de informação de IX - coordenação da preparação e
vigilância em saúde de âmbito nacional e resposta das ações de vigilância em saúde,
que possibilitam análises de situação de nas emergências de saúde pública de
saúde, as ações de vigilância da saúde do importância nacional e internacional, bem
trabalhador e ações de promoção em como cooperação com estados, Distrito
saúde; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Federal e municípios em emergências de
Art. 6º, I) saúde pública, quando indicado; (Origem:
II - participação na formulação de PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, IX)
políticas, diretrizes e prioridades em X - coordenação, monitoramento e
Vigilância em Saúde no âmbito nacional; avaliação da estratégia de Vigilância em
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. Saúde sentinela em âmbito hospitalar, em
6º, II) articulação com os estados e Distrito
III - coordenação nacional das ações de Federal; (Origem: PRT MS/GM
Vigilância em Saúde, com ênfase naquelas 1378/2013, Art. 6º, X)
que exigem simultaneidade nacional ou XI - monitoramento e avaliação das
regional; (Origem: PRT MS/GM ações de Vigilância em Saúde; (Origem:
1378/2013, Art. 6º, III) PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, XI)
IV - apoio e cooperação técnica junto XII - desenvolvimento de estratégias e
aos estados, Distrito Federal e aos implementação de ações de educação,
municípios para o fortalecimento da comunicação e mobilização social
gestão da Vigilância em Saúde; (Origem: referentes à Vigilância em Saúde;
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, IV) (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
V - execução das ações de Vigilância 6º, XII)
em Saúde de forma complementar à XIII - realização de campanhas
atuação dos Estados, do Distrito Federal e publicitárias em âmbito nacional e/ou
dos Municípios, nos casos previstos em regional na Vigilância em Saúde;
lei; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
Art. 6º, V) 6º, XIII)
VI - participação no financiamento das XIV - participação ou execução da
ações de Vigilância em Saúde; (Origem: educação permanente em Vigilância em
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, VI) Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013,
VII - normalização técnica; (Origem: Art. 6º, XIV)
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, VII) XV - promoção e implementação do
VIII - coordenação dos sistemas desenvolvimento de estudos, pesquisas e
nacionais de informação de interesse da transferência de tecnologias que
Vigilância em Saúde, incluindo: (Origem: contribuam para o aperfeiçoamento das
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, VIII) ações e incorporação de inovações na área
a) estabelecimento de diretrizes, fluxos de Vigilância em Saúde; (Origem: PRT

77
Enfermeiro

MS/GM 1378/2013, Art. 6º, XV) f) equipamentos de proteção individual


XVI - promoção e fomento à (EPI) para as ações de Vigilância em
participação social nas ações de Vigilância Saúde sob sua responsabilidade direta, que
em Saúde; (Origem: PRT MS/GM assim o exigirem; (Origem: PRT MS/GM
1378/2013, Art. 6º, XVI) 1378/2013, Art. 6º, XIX, f)
XVII - promoção da cooperação e do g) insumos de prevenção, diagnóstico e
intercâmbio técnico-científico com tratamento de doenças sexualmente
organismos governamentais e não transmissíveis, indicados pelos programas,
governamentais, de âmbito nacional e nos termos pactuados na CIT; e (Origem:
internacional, na área de Vigilância em PRT MS/GM 1378/2013, Art. 6º, XIX, g)
Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, h) formulários das Declarações de
Art. 6º, XVII) Nascidos Vivos (DNV) e de óbitos (DO);
XVIII - gestão dos estoques nacionais (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
de insumos estratégicos, de interesse da 6º, XIX, h)
Vigilância em Saúde, inclusive o XX - coordenação e normalização
monitoramento dos estoques e a técnica das ações de laboratório
solicitação da distribuição aos estados e necessárias para a Vigilância em Saúde,
Distrito Federal de acordo com as normas bem como estabelecimento de fluxos
vigentes; (Origem: PRT MS/GM técnico operacionais, habilitação,
1378/2013, Art. 6º, XVIII) supervisão e avaliação das unidades
XIX - provimento dos seguintes partícipes; (Origem: PRT MS/GM
insumos estratégicos: (Origem: PRT 1378/2013, Art. 6º, XX)
MS/GM 1378/2013, Art. 6º, XIX) XXI - coordenação do Programa
Nacional de Imunizações, incluindo a
a) imunobiológicos definidos pelo definição das vacinas componentes do
Programa Nacional de Imunizações; calendário nacional, as estratégias e
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. normalizações técnicas sobre sua
6º, XIX, a) utilização, com destino adequado dos
b) seringas e agulhas para campanhas insumos vencidos ou obsoletos, de acordo
de vacinação que não fazem parte daquelas com as normas técnicas vigentes;
já estabelecidas ou quando solicitadas por (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
um Estado; (Origem: PRT MS/GM 6º, XXI)
1378/2013, Art. 6º, XIX, b) XXII - participação no processo de
c) medicamentos específicos para implementação do Decreto nº 7.508, de 28
agravos e doenças de interesse da de junho de 2011, no âmbito da Vigilância
Vigilância em Saúde, conforme termos em Saúde; e (Origem: PRT MS/GM
pactuados na Comissão Intergestores 1378/2013, Art. 6º, XXII)
Tripartite (CIT); (Origem: PRT MS/GM XXIII - estabelecimento de incentivos
1378/2013, Art. 6º, XIX, c) que contribuam para o aperfeiçoamento e
d) reagentes específicos e insumos melhoria da qualidade das ações de
estratégicos para as ações laboratoriais de Vigilância em Saúde. (Origem: PRT
Vigilância em Saúde, nos termos MS/GM 1378/2013, Art. 6º, XXIII)
pactuados na CIT; (Origem: PRT MS/GM Art. 6º- A Os sistemas de informação de
1378/2013, Art. 6º, XIX, d) vigilância em saúde de âmbito nacional, de
e) insumos destinados ao controle de que dispõe o inciso I do art. 6º do Anexo
doenças transmitidas por vetores, III, Sistema de Informação sobre
compreendendo: praguicidas, inseticidas, Mortalidade (SIM), Sistema de
larvicidas e moluscocidas - indicados Informação sobre Nascidos Vivos
pelos programas; (Origem: PRT MS/GM (SINASC) e o Sistema de Informação de
1378/2013, Art. 6º, XIX, e) Agravos de Notificação (SINAN), deverão

78
Enfermeiro

estar integrados ao Cartão Nacional de estabelecimentos de normas técnicas e


Saúde. (Redação dada pela PRT GM/MS gerenciais; (Origem: PRT MS/GM
nº 458 de 20.03.2020) 1378/2013, Art. 7º, IX)
X - assessoria, complementar ou
Art. 7º Compete à ANVISA: (Origem: suplementar, das ações de vigilância
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 7º) sanitária dos estados, Distrito Federal e
I - participação na formulação de municípios para o exercício do controle
políticas e diretrizes em Vigilância sanitário; (Origem: PRT MS/GM
Sanitária no âmbito nacional; (Origem: 1378/2013, Art. 7º, X)
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 7º, I) XI - adoção das medidas para assegurar
II - regulação, controle e fiscalização de o fluxo, o acesso e a disseminação das
procedimentos, produtos, substâncias e informações de vigilância sanitária para o
serviços de saúde e de interesse para a Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;
saúde; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
Art. 7º, II) 7º, XI)
III - execução da vigilância sanitária de XII - coordenação das ações de
portos, aeroportos e fronteiras, podendo monitoramento da qualidade e segurança
essa atribuição ser supletivamente dos bens, produtos e serviços sujeitos à
exercida pelos estados, pelo Distrito Vigilância Sanitária; (Origem: PRT
Federal e pelos municípios, mediante MS/GM 1378/2013, Art. 7º, XII)
pactuação na CIT; (Origem: PRT MS/GM XIII - participação na formulação,
1378/2013, Art. 7º, III) implementação, acompanhamento e
IV - proposição de critérios, parâmetros avaliação dos processos de gestão da
e métodos para a execução das ações educação e do conhecimento no âmbito do
estaduais, distritais e municipais de Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;
vigilância sanitária; (Origem: PRT (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
MS/GM 1378/2013, Art. 7º, IV) 7º, XIII)
V - monitoramento da execução das XIV - promoção, implementação e
ações descentralizadas no âmbito do apoio, no âmbito do Sistema Nacional de
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; Vigilância Sanitária, de estudos, pesquisas
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. e ferramentas que contribuam para o
7º, V) aperfeiçoamento das ações e incorporação
VI - promoção da harmonização dos de inovações na área de Vigilância
procedimentos sanitários no âmbito do Sanitária; (Origem: PRT MS/GM
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; 1378/2013, Art. 7º, XIV)
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. XV - promoção da cooperação e do
7º, VI) intercâmbio técnico-científico com
VII - apoio e cooperação técnica junto organismos governamentais e não
aos estados, ao Distrito Federal e aos governamentais, de âmbito nacional e
municípios para o fortalecimento da internacional, na área de Vigilância
gestão da Vigilância Sanitária; (Origem: Sanitária; (Origem: PRT MS/GM
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 7º, VII) 1378/2013, Art. 7º, XV)
VIII - participação no financiamento XVI - promoção e desenvolvimento de
das ações de Vigilância Sanitária; ações e estratégias que contribuam para a
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. participação e o controle social em
7º, VIII) Vigilância Sanitária; e (Origem: PRT
IX - coordenação do Sistema Nacional MS/GM 1378/2013, Art. 7º, XVI)
de Laboratórios de Saúde Pública XVII - participação no processo de
(LACEN), nos aspectos relativos à implementação do Decreto nº 7.508/2011,
Vigilância Sanitária, com no âmbito da Vigilância Sanitária.

79
Enfermeiro

(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. territoriais; (Origem: PRT MS/GM


7º, XVII) 1378/2013, Art. 9º, II)
III - coordenação das ações com ênfase
Art. 8º As proposições de alteração de naquelas que exigem simultaneidade
estratégias ou atribuições que gerem estadual, regional e municipal; (Origem:
impacto financeiro adicional ou PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, III)
modificações na organização dos serviços IV - apoio e cooperação técnica junto
serão pactuadas na CIT. (Origem: PRT aos municípios no fortalecimento da
MS/GM 1378/2013, Art. 8º) gestão das ações de Vigilância; (Origem:
Parágrafo único. As Declarações de PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, IV)
Nascidos Vivos - DNV, a que se refere a V - execução das ações de Vigilância de
alínea "h" do inciso XIX do caput, deverão forma complementar à atuação dos
ser vinculadas ao registro biométrico do municípios; (Origem: PRT MS/GM
recém-nascido e de sua mãe, na forma de 1378/2013, Art. 9º, V)
ato conjunto das Secretarias de Vigilância VI - participação no financiamento das
em Saúde e de Atenção à Saúde. (Redação ações de Vigilância; (Origem: PRT
dada pela PRT GM/MS n° 248 de MS/GM 1378/2013, Art. 9º, VI)
02.02.2018) VII - normalização técnica
complementar à disciplina nacional;
Seção II (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
Dos Estados (Origem: PRT MS/GM 9º, VII)
1378/2013, Seção II) VIII - coordenação e alimentação,
quando couber, dos sistemas de
Art. 9º Compete às Secretarias informação de interesse da vigilância em
Estaduais de Saúde a coordenação do seu âmbito territorial, incluindo: (Origem:
componente estadual dos Sistemas PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, VIII)
Nacionais de Vigilância em Saúde e de a) estabelecimento de diretrizes, fluxos
Vigilância Sanitária, no âmbito de seus e prazos para o envio dos dados pelos
limites territoriais e de acordo com as municípios e/ou unidades regionais
políticas, diretrizes e prioridades definidas pelo estado, respeitando os
estabelecidas, compreendendo: (Origem: prazos estabelecidos no âmbito nacional;
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º) (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
I - ações de vigilância, prevenção e 9º, VIII, a)
controle das doenças transmissíveis, a b) estabelecimento e divulgação de
vigilância e prevenção das doenças e normas técnicas, rotinas e procedimentos
agravos não transmissíveis e dos seus de gerenciamento dos sistemas, em caráter
fatores de risco, a vigilância de populações complementar à atuação da esfera federal;
expostas a riscos ambientais em saúde, e (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
gestão de sistemas de informação de 9º, VIII, b)
vigilância de âmbito estadual que
possibilitam análises de situação de saúde, c) retroalimentação dos dados às
as ações de vigilância da saúde do Secretarias Municipais de Saúde;
trabalhador, ações de promoção em saúde (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
e o controle dos riscos inerentes aos 9º, VIII, c)
produtos e serviços de interesse a saúde; IX - coordenação da preparação e
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. resposta das ações de vigilância, nas
9º, I) emergências de saúde pública de
II - implementação das políticas, importância estadual, bem como
diretrizes e prioridades na área de cooperação com municípios em
vigilância, no âmbito de seus limites emergências de saúde pública de

80
Enfermeiro

importância municipal, quando indicado; agravos e doenças de interesse da


(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. Vigilância em Saúde, nos termos
9º, IX) pactuados na CIT; (Origem: PRT MS/GM
X - coordenação, monitoramento e 1378/2013, Art. 9º, XVIII, b)
avaliação da estratégia de Vigilância em c) meios de diagnóstico laboratorial
Saúde sentinela em âmbito hospitalar, em para as ações de Vigilância em Saúde, nos
articulação com os municípios; (Origem: termos pactuados na Comissão
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, X) Intergestores Bipartite (CIB); (Origem:
XI - desenvolvimento de estratégias e PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, XVIII,
implementação de ações de educação, c)
comunicação e mobilização social; d) insumos de prevenção, diagnóstico e
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. tratamento de doenças sexualmente
9º, XI) transmissíveis, indicados pelos programas,
XII - monitoramento e avaliação das nos termos pactuados na CIB; (Origem:
ações de Vigilância em seu âmbito PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, XVIII,
territorial; (Origem: PRT MS/GM d)
1378/2013, Art. 9º, XII) e) equipamentos de aspersão de
XIII - realização de campanhas inseticidas; (Origem: PRT MS/GM
publicitárias de interesse da vigilância, em 1378/2013, Art. 9º, XVIII, e)
âmbito estadual; (Origem: PRT MS/GM f) EPI para todas as atividades de
1378/2013, Art. 9º, XIII) Vigilância em Saúde que assim o
XIV - fomento e execução da educação exigirem, em seu âmbito de atuação,
permanente em seu âmbito de atuação; incluindo: (Origem: PRT MS/GM
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 1378/2013, Art. 9º, XVIII, f)
9º, XIV) 1. máscaras faciais completas para
XV - promoção da cooperação e do nebulização de inseticidas a Ultra Baixo
intercâmbio técnico-científico com Volume para o combate a vetores; e
organismos governamentais e não (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
governamentais, de âmbito estadual, 9º, XVIII, f, 1)
nacional e internacional; (Origem: PRT 2. máscaras semifaciais para a
MS/GM 1378/2013, Art. 9º, XV) aplicação de inseticidas em superfícies
XVI - promoção e fomento à com ação residual para o combate a
participação social nas ações de vigilância; vetores; (Origem: PRT MS/GM
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 1378/2013, Art. 9º, XVIII, f, 2)
9º, XVI) g) óleo vegetal para diluição de
XVII - gestão dos estoques estaduais de praguicida; (Origem: PRT MS/GM
insumos estratégicos de interesse da 1378/2013, Art. 9º, XVIII, g)
Vigilância em Saúde, inclusive o XIX - coordenação, acompanhamento e
armazenamento e o abastecimento aos avaliação da rede estadual de laboratórios
municípios, de acordo com as normas públicos e privados que realizam análises
vigentes; (Origem: PRT MS/GM de interesse em saúde pública, nos
1378/2013, Art. 9º, XVII) aspectos relativos à vigilância, com
XVIII - provimento dos seguintes estabelecimento de normas e fluxos
insumos estratégicos: (Origem: PRT técnico-operacionais, credenciamento e
MS/GM 1378/2013, Art. 9º, XVIII) avaliação das unidades partícipes;
a) seringas e agulhas, sendo facultada (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
ao estado a solicitação da aquisição pela 9º, XIX)
União; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, XX - garantia da realização de análises
Art. 9º, XVIII, a) laboratoriais de interesse da vigilância,
b) medicamentos específicos, para conforme organização da rede estadual de

81
Enfermeiro

laboratórios e pactuação na CIB; (Origem: pública, o estado adotará as medidas de


PRT MS/GM 1378/2013, Art. 9º, XX) saúde pública necessárias para o seu
XXI - armazenamento e transporte enfrentamento, que serão posteriormente
adequado de amostras laboratoriais para os comunicadas à CIB. (Origem: PRT
laboratórios de referência nacional; MS/GM 1378/2013, Art. 10, Parágrafo
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. Único)
9º, XXI)
XXII - coordenação do componente Seção III
estadual do Programa Nacional de Dos Municípios (Origem: PRT
Imunizações, com destino adequado dos MS/GM 1378/2013, Seção III)
insumos vencidos ou obsoletos, de acordo
com as normas técnicas vigentes; Art. 11. Compete às Secretarias
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. Municipais de Saúde a coordenação do
9º, XXII) componente municipal dos Sistemas
XXIII - participação no processo de Nacionais de Vigilância em Saúde e de
implementação do Decreto nº 7.508/2011, Vigilância Sanitária, no âmbito de seus
no âmbito da vigilância; (Origem: PRT limites territoriais, de acordo com a
MS/GM 1378/2013, Art. 9º, XXIII) política, diretrizes e prioridades
XXIV - colaboração com a União na estabelecidas, compreendendo: (Origem:
execução das ações sob Vigilância PRT MS/GM 1378/2013, Art. 11)
Sanitária de Portos, Aeroportos e I - ações de vigilância, prevenção e
Fronteiras, conforme pactuação tripartite; controle das doenças transmissíveis, a
e (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. vigilância e prevenção das doenças e
9º, XXIV) agravos não transmissíveis e dos seus
XXV - estabelecimento de incentivos fatores de risco, a vigilância de populações
que contribuam para o aperfeiçoamento e expostas a riscos ambientais em saúde,
melhoria da qualidade das ações de gestão de sistemas de informação de
Vigilância. (Origem: PRT MS/GM vigilância em saúde em âmbito municipal
1378/2013, Art. 9º, XXV) que possibilitam análises de situação de
Parágrafo Único. Os Estados poderão saúde, as ações de vigilância da saúde do
adquirir insumos estratégicos para uso em trabalhador, ações de promoção em saúde
Vigilância em Saúde, em situações e o controle dos riscos inerentes aos
específicas, mediante pactuação na CIT produtos e serviços de interesse a saúde;
entre as esferas governamentais, (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
observada a normalização técnica e, em 11, I)
situações excepcionais, mediante a II - coordenação municipal e execução
comunicação formal com a respectiva das ações de vigilância; (Origem: PRT
justificativa à SVS/MS. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 11, II)
MS/GM 1378/2013, Art. 9º, Parágrafo III - participação no financiamento das
Único) ações de vigilância; (Origem: PRT
MS/GM 1378/2013, Art. 11, III)

Art. 10. As proposições de alteração de IV - normalização técnica


estratégias ou atribuições que gerem complementar ao âmbito nacional e
impacto financeiro adicional ou estadual; (Origem: PRT MS/GM
modificações na organização dos serviços 1378/2013, Art. 11, IV)
serão pactuadas na CIB. (Origem: PRT V - coordenação e alimentação, no
MS/GM 1378/2013, Art. 10) âmbito municipal, dos sistemas de
Parágrafo Único. Em situações informação de interesse da vigilância,
especiais e de emergência em saúde incluindo: (Origem: PRT MS/GM

82
Enfermeiro

1378/2013, Art. 11, V) XIII - promoção da cooperação e do


a) coleta, processamento, consolidação intercâmbio técnico-científico com
e avaliação da qualidade dos dados organismos governamentais e não
provenientes das unidades notificantes dos governamentais de âmbito municipal,
sistemas de base nacional, de interesse da intermunicipal, estadual, nacional e
vigilância, de acordo com normalização internacional; (Origem: PRT MS/GM
técnica; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 11, XIII)
1378/2013, Art. 11, V, a) XIV - gestão do estoque municipal de
b) estabelecimento e divulgação de insumos de interesse da Vigilância em
diretrizes, normas técnicas, rotinas e Saúde, incluindo o armazenamento e o
procedimentos de gerenciamento dos transporte desses insumos para seus locais
sistemas, no âmbito do Município, em de uso, de acordo com as normas vigentes;
caráter complementar à atuação das (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
esferas federal e estadual; e (Origem: PRT 11, XIV)
MS/GM 1378/2013, Art. 11, V, b) XV - provimento dos seguintes
c) retroalimentação dos dados para as insumos estratégicos: (Origem: PRT
unidades notificadoras; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 11, XV)
MS/GM 1378/2013, Art. 11, V, c) a) medicamentos específicos, para
VI - coordenação da preparação e agravos e doenças de interesse da
resposta das ações de vigilância, nas Vigilância em Saúde, nos termos
emergências de saúde pública de pactuados na CIT; (Origem: PRT MS/GM
importância municipal; (Origem: PRT 1378/2013, Art. 11, XV, a)
MS/GM 1378/2013, Art. 11, VI) b) meios de diagnóstico laboratorial
VII - coordenação, monitoramento e para as ações de Vigilância em Saúde nos
avaliação da estratégia de Vigilância em termos pactuados na CIB; (Origem: PRT
Saúde sentinela em âmbito hospitalar; MS/GM 1378/2013, Art. 11, XV, b)
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. c) insumos de prevenção, diagnóstico e
11, VII) tratamento de doenças sexualmente
VIII - desenvolvimento de estratégias e transmissíveis, indicados pelos programas,
implementação de ações de educação, nos termos pactuados na CIB; e (Origem:
comunicação e mobilização social; PRT MS/GM 1378/2013, Art. 11, XV, c)
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. d) EPI para todas as atividades de
11, VIII) Vigilância em Saúde que assim o
IX - monitoramento e avaliação das exigirem, em seu âmbito de atuação,
ações de vigilância em seu território; incluindo vestuário, luvas e calçados;
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
11, IX) 11, XV, d)
X - realização de campanhas XVI - coordenação, acompanhamento e
publicitárias de interesse da vigilância, em avaliação da rede de laboratórios públicos
âmbito municipal; (Origem: PRT MS/GM e privados que realizam análises essenciais
1378/2013, Art. 11, X) às ações de vigilância, no âmbito
municipal; (Origem: PRT MS/GM
XI - promoção e execução da educação 1378/2013, Art. 11, XVI)
permanente em seu âmbito de atuação; XVII - realização de análises
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. laboratoriais de interesse da vigilância,
11, XI) conforme organização da rede estadual de
XII - promoção e fomento à laboratórios pactuados na CIR/CIB;
participação social nas ações de vigilância; (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 11, XVII)
11, XII) XVIII - coleta, armazenamento e

83
Enfermeiro

transporte adequado de amostras Seção IV


laboratoriais para os laboratórios de Do Distrito Federal (Origem: PRT
referência; (Origem: PRT MS/GM MS/GM 1378/2013, Seção IV)
1378/2013, Art. 11, XVIII)
XIX - coordenação e execução das Art. 12. A coordenação dos Sistemas
ações de vacinação integrantes do Nacionais de Vigilância em Saúde e
Programa Nacional de Imunizações, Vigilância Sanitária pelo Distrito Federal
incluindo a vacinação de rotina com as compreenderá, simultaneamente, as
vacinas obrigatórias, as estratégias competências relativas a estados e
especiais como campanhas e vacinações municípios. (Origem: PRT MS/GM
de bloqueio e a notificação e investigação 1378/2013, Art. 12)
de eventos adversos e óbitos
temporalmente associados à vacinação; CAPÍTULO III
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. DAS DIRETRIZES,
11, XIX) MONITORAMENTO DAS AÇÕES,
XX - descartes e destinação final dos RESULTADOS E
frascos, seringas e agulhas utilizadas, DEMONSTRATIVO DO USO DOS
conforme normas técnicas vigentes; RECURSOS
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
11, XX) Art. 13. A integração com a Atenção à
XXI - participação no processo de Saúde é uma das diretrizes a serem
implementação do Decreto nº 7.508/2011, observadas, com desenvolvimento de um
no âmbito da vigilância; (Origem: PRT processo de trabalho condizente com a
MS/GM 1378/2013, Art. 11, XXI) realidade local, que preserve as
XXII - colaboração com a União na especificidades dos setores e compartilhe
execução das ações sob Vigilância suas tecnologias, com vistas a racionalizar
Sanitária de Portos, Aeroportos e e melhorar a efetividade das ações de
Fronteiras, conforme pactuação tripartite; vigilância, proteção, prevenção e controle
e (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. de doenças e promoção em saúde.
11, XXII) (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
XXIII - estabelecimento de incentivos 30)
que contribuam para o aperfeiçoamento e
melhoria da qualidade das ações de Art. 14. As diretrizes, ações e metas
Vigilância em Saúde. (Origem: PRT serão inseridas no Plano de Saúde e nas
MS/GM 1378/2013, Art. 11, XXIII) Programações Anuais de Saúde (PAS) das
Parágrafo Único. Os municípios três esferas de gestão. (Origem: PRT
poderão adquirir insumos estratégicos para MS/GM 1378/2013, Art. 31)
uso em Vigilância em Saúde, em situações
específicas, mediante pactuação na CIT Art. 15. Os demonstrativos das ações,
entre as esferas governamentais, resultados alcançados e da aplicação dos
observada a normalização técnica e, em recursos comporão o relatório de gestão
situações excepcionais, mediante a (RG) em cada esfera de gestão, aprovado
comunicação formal com justificativa à pelo respectivo Conselho de Saúde.
SVS/MS ou à Secretaria Estadual de (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
Saúde. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, 32)
Art. 11, Parágrafo Único)

84
Enfermeiro

CAPÍTULO IV de Vigilância em Saúde estão organizados


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS no Bloco de Manutenção das Ações e
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Serviços Públicos de Saúde e são
CAPÍTULO V) constituídos por: (Redação dada pela PRT
GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
Art. 16. A SVS/MS e a ANVISA I - Componente de Vigilância em
editarão, quando necessário, diretrizes e Saúde; e (Origem: PRT MS/GM
orientações técnicas e operacionais 1378/2013, Art. 13, I)
complementares a este Anexo, II - Componente da Vigilância
submetendo-as, quando couber, à Sanitária. (Origem: PRT MS/GM
apreciação da CIT. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 13, II)
1378/2013, Art. 46) Parágrafo Único. Os recursos de um
componente podem ser utilizados em
(...) ações do outro componente do Bloco de
Vigilância em Saúde, desde que cumpridas
Portaria de Consolidação nº 6, de 28 de as finalidades previamente pactuadas no
Setembro de 201717 âmbito da CIT para execução das ações e
observada a legislação pertinente em
Consolidação das Normas sobre o vigor. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013,
Financiamento e a Transferência dos Art. 13, Parágrafo Único) (Revogado pela
Recursos Federais para as Ações e os PRT GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
Serviços de Saúde do Sistema Único de
Saúde. Art. 432. Os recursos do Bloco de
Vigilância em Saúde serão repassados
O MINISTRO DE ESTADO DA mensalmente de forma regular e
SAÚDE, no uso das atribuições que lhe automática do Fundo Nacional de Saúde
confere o art. 87, parágrafo único, incisos para os fundos de saúde dos Estados,
I e II, da Constituição, resolve: Distrito Federal e municípios para uma
conta única e específica. (Origem: PRT
(...) MS/GM 1378/2013, Art. 14) (Revogado
pela PRT GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
CAPÍTULO II
DO FINANCIAMENTO DAS Art. 433. O Componente de Vigilância
AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM em Saúde refere-se aos recursos federais
SAÚDE destinados às ações de: (Origem: PRT
Seção I MS/GM 1378/2013, Art. 15)
I - vigilância; (Origem: PRT MS/GM
Do Financiamento das Ações de 1378/2013, Art. 15, I)
Vigilância em Saúde pela União, Estados, II - prevenção e controle de doenças e
Distrito Federal e Municípios, Relativos agravos e dos seus fatores de risco; e
ao Sistema Nacional de Vigilância em (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
Saúde e Sistema Nacional de Vigilância 15, II)
Sanitária III - promoção. (Origem: PRT MS/GM
1378/2013, Art. 15, III)
§ 1º A aplicação dos recursos oriundos
Art. 431. Os recursos federais do Componente de Vigilância em Saúde
transferidos para estados, Distrito Federal guardará relação com as responsabilidades
e municípios para financiamento das ações estabelecidas na regulamentação das

17
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0006_03_10_201 7.html, visitado em 31.10.2022.

85
Enfermeiro

responsabilidades e diretrizes para 1378/2013, Art. 16, Parágrafo Único, II)


execução e financiamento das ações de III - Estrato III: Distrito Federal, São
Vigilância em Saúde pela União, estados, Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Distrito Federal e municípios, relativos ao Grande do Sul. (Origem: PRT MS/GM
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde 1378/2013, Art. 16, Parágrafo Único, III)
e Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária, sendo constituído em: (Origem: Art. 435. A divisão dos recursos que
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 15, § 1º) compõem o PFVS entre a Secretaria de
I - Piso Fixo de Vigilância em Saúde Estado da Saúde e as secretarias
(PFVS); e (Origem: PRT MS/GM municipais de saúde será aprovada no
1378/2013, Art. 15, § 1º, I) âmbito da CIB, observados os seguintes
II - Piso Variável de Vigilância em critérios: (Origem: PRT MS/GM
Saúde (PVVS); (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. 17)
1378/2013, Art. 15, § 1º, II) I - as secretarias estaduais de saúde
III - Assistência Financeira aos Agentes perceberão valores equivalentes a, no
de Combate às Endemias. (Origem: PRT mínimo, 10% (dez por cento) do PFVS
MS/GM 1378/2013, Art. 15, § 1º, III) atribuído ao Estado correspondente;
(dispositivo acrescentado pela PRT (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
MS/GM 1955/2015) 17, I)
§ 2º Os valores do PFVS serão II - cada Município perceberá valores
ajustados anualmente com base na equivalentes a no mínimo 60% (sessenta
população estimada pelo Instituto por cento) do "per capita" do PFVS
Brasileiro de Geografia e Estatística atribuído ao Estado correspondente; e
(IBGE). (Origem: PRT MS/GM (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
1378/2013, Art. 15, § 2º) 17, II)
III - cada capital e município que
Art. 434. O PFVS compõe-se de um compõe sua região metropolitana
valor "per capita" estabelecido com base perceberá valores equivalentes a no
na estratificação das unidades federadas mínimo 80% do "per capita" do PFVS
em função da situação epidemiológica e atribuído ao Estado correspondente.
grau de dificuldade operacional para a (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
execução das ações de vigilância em 17, III)
saúde. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Parágrafo Único. A Secretaria de
Art. 16) Estado de Saúde do Distrito Federal
Parágrafo Único. Para efeito do PFVS, perceberá o montante total relativo ao
as unidades federativas são agrupadas nos PFVS atribuído a esta unidade federativa.
seguintes termos: (Origem: PRT MS/GM (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
1378/2013, Art. 16, Parágrafo Único) 17, Parágrafo Único)
I - Estrato I: Acre, Amazonas, Amapá,
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Art. 436. O PVVS é constituído pelos
municípios pertencentes à Amazônia seguintes incentivos financeiros
Legal dos Estados do Maranhão (1) e Mato específicos, recebidos mediante adesão
Grosso (1); (Origem: PRT MS/GM pelos entes federativos, regulamentados
1378/2013, Art. 16, Parágrafo Único, I) conforme atos específicos do Ministro de
II - Estrato II: Alagoas, Bahia, Ceará, Estado da Saúde: (Origem: PRT MS/GM
Espírito Santo, Goiás, Maranhão (2), 1378/2013, Art. 18)
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato I - incentivo para os Laboratórios
Grosso (2), Paraíba, Pernambuco, Piauí, Centrais de Saúde Pública (Lacen);
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e (Redação dada pela PRT GM/MS n° 3.311
Sergipe; e (Origem: PRT MS/GM de 12.12.2019)

86
Enfermeiro

II - incentivo às ações de vigilância, III - Registro de Câncer de Base


prevenção e controle das DST/AIDS e Populacional (RCBP); (Origem: PRT
hepatites virais; e (Origem: PRT MS/GM MS/GM 1378/2013, Art. 19, III)
1378/2013, Art. 18, II) (Revogado pela PRT GM/MS n° 3.311 de
III - Programa de Qualificação das 12.12.2019)
Ações de Vigilância em Saúde. (Origem: IV - Fator de Incentivo para os
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 18, III) Laboratórios Centrais de Saúde Pública
Parágrafo Único. O conjunto das ações (FINLACEN); (Origem: PRT MS/GM
executadas poderá ser ajustado em função 1378/2013, Art. 19, V) (Revogado pela
da situação epidemiológica, incorporação PRT GM/MS n° 3.311 de 12.12.2019)
de novas tecnologias ou outro motivo que V - Vigilância Epidemiológica da
assim justifique, mediante registro no Influenza; (Origem: PRT MS/GM
Relatório de Gestão. (Origem: PRT 1378/2013, Art. 19, VI) (Revogado pela
MS/GM 1378/2013, Art. 18, Parágrafo PRT GM/MS n° 3.311 de 12.12.2019)
Único) VI - Ações do Projeto Vida no Trânsito;
e (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
Art. 437. A Assistência Financeira aos 19, VII) (Revogado pela PRT GM/MS n°
Agentes de Combate às Endemias é 3.311 de 12.12.2019)
constituída pelos seguintes incentivos VII - Ações de Promoção da Saúde do
específicos, recebidos mediante adesão Programa Academia da Saúde. (Origem:
pelos entes federativos, nos termos da Lei PRT MS/GM 1378/2013, Art. 19, VIII)
nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, (Revogado pela PRT GM/MS n° 3.311 de
alterada pela Lei nº 12.994, de 17 de junho 12.12.2019)
de 2014, e do Decreto nº 8.474, de 22 de Parágrafo Único. As secretarias de
junho de 2015: (Origem: PRT MS/GM saúde dos estados, Distrito Federal e
1378/2013, Art. 18-A) municípios que, na data da publicação da
I - Assistência Financeira Portaria nº 1378/GM/MS, de 09 de julho
Complementar da União; e (Origem: PRT de 2013, recebam os incentivos de que
MS/GM 1378/2013, Art. 18-A, I) trata o "caput", garantirão a manutenção
II - Incentivo Financeiro para do conjunto de ações para os quais se
fortalecimento de políticas afetas à destinam. (Origem: PRT MS/GM
atuação dos Agentes de Combate às 1378/2013, Art. 19, Parágrafo Único)
Endemias (Origem: PRT MS/GM (Revogado pela PRT GM/MS n° 3.311 de
1378/2013, Art. 18-A, II) 12.12.2019)

Art. 438. O incentivo para implantação Art. 439. O incentivo para as ações de
e manutenção de ações e serviços públicos Vigilância, Prevenção e Controle das
estratégicos de vigilância em saúde, do DST/AIDS e hepatites virais será
PVVS, será composto pela unificação dos composto pela unificação dos seguintes
seguintes incentivos: (Origem: PRT incentivos: (Origem: PRT MS/GM
MS/GM 1378/2013, Art. 19) (Revogado 1378/2013, Art. 20)
pela PRT GM/MS n° 3.311 de 12.12.2019) I - Qualificação das Ações de
I - Núcleos Hospitalares de Vigilância e Promoção da Saúde as
Epidemiologia (NHE); (Origem: PRT DST/AIDS e hepatites virais; (Origem:
MS/GM 1378/2013, Art. 19, I) (Revogado PRT MS/GM 1378/2013, Art. 20, I)
pela PRT GM/MS n° 3.311 de 12.12.2019) II - Casas de Apoio para Pessoas
II - Serviço de Verificação de Óbito Vivendo com HIV/AIDS; e (Origem: PRT
(SVO); (Origem: PRT MS/GM MS/GM 1378/2013, Art. 20, II)
1378/2013, Art. 19, II) (Revogado pela III - Fórmula infantil às crianças
PRT GM/MS n° 3.311 de 12.12.2019) verticalmente expostas ao HIV. (Origem:

87
Enfermeiro

PRT MS/GM 1378/2013, Art. 20, III) I - Piso Fixo de Vigilância Sanitária
Parágrafo Único. As secretarias de (PFVisa): destinados a estados, Distrito
saúde dos estados, Distrito Federal e Federal e municípios, visando o
municípios que, na data da publicação da fortalecimento da descentralização, a
Portaria nº 1378/GM/MS, de 09 de julho execução das ações de vigilância sanitária
de 2013, recebam os incentivos de que e a qualificação das análises laboratoriais
trata o "caput", garantirão a manutenção de interesse para a vigilância sanitária; e
do conjunto das ações programadas na (Redação dada pela PRT GM/MS n° 3.192
oportunidade de sua instituição, incluindo de 23.12.2021)
o apoio a organizações da sociedade civil II - Piso Variável de Vigilância
para o desenvolvimento de ações de Sanitária (PVVisa): destinados a estados,
prevenção e/ou de apoio às pessoas Distrito Federal e municípios, na forma de
vivendo com HIV/AIDS e hepatites virais. incentivos específicos que aprimorem as
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. ações e a gestão do Sistema Nacional de
20, Parágrafo Único) Vigilância Sanitária. (Redação dada pela
PRT GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
Art. 440. O Programa de Qualificação
das Ações de Vigilância em Saúde tem Art. 444. Os valores do PFVisa serão
como objetivo induzir o aperfeiçoamento ajustados anualmente com base na
das ações de vigilância em saúde no população estimada pelo IBGE. (Origem:
âmbito estadual, distrital e municipal e PRT MS/GM 1378/2013, Art. 25)
será regulamentado por ato específico do Parágrafo único. Caso haja redução
Ministro de Estado da Saúde. (Origem: populacional, será dispensado o ajuste de
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 21) que trata o caput. (Redação dada pela PRT
GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
Art. 441. A SVS/MS disporá de uma
reserva estratégica federal para Art. 445. O PFVisa, para o Distrito
emergências epidemiológicas, constituída Federal e os estados, é composto por valor
de valor equivalente a 5% (cinco por "per capita" estadual e por valores
cento) dos recursos anuais do Componente destinados ao FINLACEN-VISA.
de Vigilância em Saúde. (Origem: PRT (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art.
MS/GM 1378/2013, Art. 22) 26)
Parágrafo Único. Os recursos não Parágrafo único. Fica estabelecido um
aplicados serão repassados para as Limite Mínimo de Repasse estadual
secretarias de saúde dos estados, Distrito (LMRe), no âmbito do PFVisa, referente
Federal e municípios, conforme critérios ao valor per capita destinados aos estados
propostos pelo Ministério da Saúde e e ao Distrito Federal. Redação dada pela
aprovados na CIT. (Origem: PRT MS/GM PRT GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
1378/2013, Art. 22, Parágrafo Único)
Art. 446. O PFVisa para os municípios
Art. 442. O detalhamento dos valores é composto por valor per capita municipal.
referentes ao repasse federal do Redação dada pela PRT GM/MS n° 3.192
Componente de Vigilância em Saúde será de 23.12.2021)
publicado por ato do Ministro de Estado da Parágrafo único. Fica estabelecido um
Saúde. (Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Limite Mínimo de Repasse municipal
Art. 23) (LMRm), no âmbito do PFVisa, referente
ao valor per capita destinado aos
Art. 443. O Componente da Vigilância municípios. Redação dada pela PRT
Sanitária é constituído por: (Redação dada GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)
pela PRT GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021)

88
Enfermeiro

Art. 447. O PVVisa é constituído por de 23.12.2021)


incentivos financeiros específicos para
implementação de estratégias que Art. 451. O bloqueio do repasse do
aprimorem as ações e a gestão do Sistema Componente da Vigilância Sanitária para
Nacional de Vigilância Sanitária. estados, Distrito Federal e municípios será
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 1751 regulamentado em ato específico do
de 14.06.2018) (Revogado pela PRT Ministro de Estado da Saúde. (Origem:
GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021) PRT MS/GM 1378/2013, Art. 37)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 1751 de
Art. 448. O detalhamento dos valores 14.06.2018)
de que tratam os arts. 443, 445 e 446 serão
definidos anualmente, em ato específico Art. 452. A relação de secretarias
do Ministro de Estado da Saúde. Redação estaduais, distrital e municipais de Saúde
dada pela PRT GM/MS n° 3.192 de que tiveram seus recursos bloqueados será
23.12.2021) publicada em ato específico do Ministro de
Estado da Saúde. (Origem: PRT MS/GM
Art. 449. A manutenção do repasse dos 1378/2013, Art. 38) (Revogado pela PRT
recursos do Componente da Vigilância GM/MS nº 1751 de 14.06.2018)
Sanitária está condicionada a: (Origem:
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 34) Art. 453. O Fundo Nacional de Saúde
I - cadastramento dos serviços de efetuará o desbloqueio do repasse dos
vigilância sanitária no Sistema Cadastro recursos no mês seguinte ao
Nacional de Estabelecimentos de Saúde restabelecimento do preenchimento dos
(SCNES); e (Origem: PRT MS/GM sistemas de informação referentes aos
1378/2013, Art. 34, I) (Revogado pela meses que geraram o bloqueio. (Origem:
PRT GM/MS nº 1751 de 14.06.2018) PRT MS/GM 1378/2013, Art. 39)
II - preenchimento mensal dos (Revogado pela PRT GM/MS nº 1751 de
procedimentos de VISA no Sistema de 14.06.2018)
Informação Ambulatorial do SUS § 1º A regularização do repasse
(SIA/SUS). (Origem: PRT MS/GM ocorrerá com a transferência retroativa dos
1378/2013, Art. 34, II) (Revogado pela recursos anteriormente bloqueados caso o
PRT GM/MS nº 1751 de 14.06.2018) preenchimento dos sistemas ocorra até 90
(noventa) dias da data de publicação do
Art. 449. A manutenção do repasse dos bloqueio. (Origem: PRT MS/GM
recursos do Componente da Vigilância 1378/2013, Art. 39, § 1º) (Revogado pela
Sanitária está condicionada ao PRT GM/MS nº 1751 de 14.06.2018)
cadastramento dos serviços de vigilância § 2º A regularização do repasse
sanitária no Sistema Cadastro Nacional de ocorrerá sem a transferência dos recursos
Estabelecimentos de Saúde - SCNES. anteriormente bloqueados caso a
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 1751 alimentação dos sistemas ocorra após 90
de 14.06.2018) (Revogado pela PRT (noventa) dias da data de publicação do
GM/MS n° 3.192 de 23.12.2021) bloqueio. (Origem: PRT MS/GM
1378/2013, Art. 39, § 2º) (Revogado pela
Art. 450. É de responsabilidade das PRT GM/MS nº 1751 de 14.06.2018)
secretarias estaduais de saúde o § 3º O Ministério da Saúde publicará
monitoramento da regularidade da em ato normativo específico a relação de
transferência dos dados dos municípios secretarias estaduais, distrital e municipais
situados no âmbito de seu estado. de saúde que tiveram seus recursos
(Origem: PRT MS/GM 1378/2013, Art. desbloqueados. (Origem: PRT MS/GM
35) (Revogado pela PRT GM/MS n° 3.192 1378/2013, Art. 39, § 3º) (Revogado pela

89
Enfermeiro

PRT GM/MS nº 1751 de 14.06.2018) Saúde pela União, Estados, Distrito


Federal e Municípios, relativos ao Sistema
Seção II Nacional de Vigilância em Saúde e
Dos Parâmetros para Monitoramento Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
da Regularidade na Alimentação do
Sistema de Informação de Agravos de (...)
Notificação (SINAN), do Sistema de
Informações de Nascidos Vivos CAPÍTULO IV
(SINASC) e do Sistema de Informações DAS DISPOSIÇÕES
sobre Mortalidade (SIM), para Fins de TRANSITÓRIAS
Manutenção do Repasse de Recursos
do Piso Fixo de Vigilância em Saúde Art. 40. Novas adesões aos incentivos
(PFVS) e do Piso Variável de financeiros para implantação e
Vigilância em Saúde (PVVS) do Bloco manutenção de ações e serviços públicos
de Vigilância em Saúde estratégicos de vigilância em saúde e para
as ações de Vigilância, Prevenção e
Art. 454. A manutenção do repasse dos Controle das DST/AIDS e Hepatites
recursos do PFVS e PVVS está Virais, ambos do PVVS, dispostos nos
condicionada à alimentação regular do arts. 19 e 20, serão disciplinadas por meio
Sistema de Informação de Agravos de de ato normativo específico do Ministro de
Notificação (SINAN), do Sistema de Estado da Saúde, no prazo de 90 (noventa)
Informações de Nascidos Vivos dias após a publicação desta Portaria.
(SINASC) e do Sistema de Informações
sobre Mortalidade (SIM), conforme Art. 41. A disciplina normativa do
regulamentações específicas destes Programa de Qualificação das Ações de
Sistemas. (Origem: PRT MS/GM Vigilância em Saúde, disposto no art. 21,
1378/2013, Art. 33) (com redação dada deverá ocorrer no prazo de 90 (noventa)
pela PRT MS/GM 1955/2015) dias após a publicação desta Portaria por
meio de ato específico do Ministro de
Art. 455. O bloqueio do repasse do Estado da Saúde.
PFVS e PVVS para estados, Distrito
Federal e municípios dar-se-á caso sejam Art. 42. O Ministério da Saúde
constatados 2 (dois) meses consecutivos instituirá, no prazo de 30 (trinta) dias após
sem preenchimento de um dos sistemas de a publicação desta Portaria, um Grupo de
informações estabelecidos no art. 454, Trabalho Tripartite para discussão e
segundo parâmetros a serem publicados elaboração da Política Nacional de
em ato específico da SVS/MS. (Origem: Vigilância em Saúde.
PRT MS/GM 1378/2013, Art. 36) (com
redação dada pela PRT MS/GM Art. 43. A CIB enviará, em até 45
1955/2015) (quarenta e cinco) dias a contar da data da
publicação desta Portaria, os valores
(...) relativos do PFVS destinados à Secretaria
Estadual de Saúde e a cada um dos
Portaria nº 1.378, de 9 de Julho de Municípios da unidade federada.
201318
Regulamenta as responsabilidades e Art. 44. A periodicidade do repasse
define diretrizes para execução e quadrimestral será mantida no ano de 2013
financiamento das ações de Vigilância em para efetivar a operacionalização de que

18
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1378_09_07_201 3.html, visitado em 31.10.2022.

90
Enfermeiro

trata o art. 14. Vigilância em Saúde, marque o item


CORRETO:
Art. 45. A operacionalização de que A - O Sistema de Informação de Agravos
tratam os arts. 19 e 20, para fins de repasse, de Notificação (SINAN) recebe
se dará a partir de janeiro de 2014. notificação obrigatória em território
municipal.
(...) B - As ações de vigilância em saúde
compreendem, somente, o controle de
Questões doenças.
C - O SINAN permite somente coleta e
01. (Prefeitura de Princesa/SC – processamento de dados sobre agravos.
Agente Comunitário de Saúde - D - O conceito de Vigilância em Saúde
AMEOSC/2022) A vigilância em saúde inclui: a vigilância e controle das doenças
consiste em ações de vigilância, transmissíveis; a vigilância das doenças e
promoção, prevenção e controle de agravos não transmissíveis; a vigilância da
doenças e agravos à saúde, devendo-se situação de saúde, vigilância ambiental em
constituir em espaço de articulação de saúde, vigilância da saúde do trabalhador e
conhecimentos e técnicas. Sobre a a vigilância sanitária.
Vigilância em saúde e seus componentes,
é CORRETO afirmar que: 03. (Prefeitura de Almirante
A - O objetivo da vigilância sanitária é Tamandaré/PR – Agente de Combate a
fornecer orientação para os que têm a Endemias - UFPR/2022) A vigilância em
responsabilidade de decidir sobre a saúde compreende a articulação dos
execução de ações de controle de doenças saberes, processos e práticas relacionados
e agravos. a vigilância epidemiológica, vigilância em
B - A vigilância epidemiológica é saúde ambiental, vigilância em saúde do
entendida como um conjunto de ações trabalhador e vigilância sanitária. O
capazes de eliminar, diminuir ou prevenir conceito de vigilância epidemiológica é
riscos à saúde e de intervir nos problemas entendido como:
sanitários. A - o conjunto de ações que
C - A vigilância em saúde ambiental visa proporcionam o conhecimento e a
ao conhecimento e à detecção ou prevenção detecção de mudanças nos fatores
de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde
determinantes e condicionantes do individual e coletiva, com a finalidade de
ambiente que interferiram na saúde recomendar e adotar as medidas de
humana. prevenção e controle das doenças,
D - A vigilância epidemiológica transmissíveis e não transmissíveis, e
caracteriza-se por ser um conjunto de agravos à saúde.
atividades destinadas à promoção e B - o conjunto de ações e serviços que
proteção, recuperação e reabilitação da propiciam o conhecimento e a detecção de
saúde dos trabalhadores. mudanças nos fatores determinantes e
condicionantes do meio ambiente que
02. (Prefeitura de Marco/CE – interferem na saúde humana, com a
Agente de Combate às Endemias - finalidade de recomendar e adotar medidas
ESP/2022) A Vigilância em Saúde tem de promoção à saúde, prevenção e
como objetivo a análise permanente da monitoramento dos fatores de riscos
situação de saúde da população e a relacionados a doenças ou agravos à
organização e execução de práticas de saúde.
saúde adequadas ao enfrentamento dos
problemas existentes. Em relação a C - o conjunto de ações capazes de

91
Enfermeiro

eliminar, diminuir ou prevenir riscos à


saúde e de intervir nos problemas sanitários Processos de Trabalho em Saúde e Gestão
decorrentes do ambiente, da produção e de Sistema de Saúde
circulação de bens e da prestação de
serviços do interesse da saúde.
D - o conjunto de ações que visam a Processos de Trabalho em Saúde
promoção da saúde, prevenção da
morbimortalidade e redução de riscos e O conceito1920 ‘processo de trabalho em
vulnerabilidades na população saúde’ diz respeito à dimensão
trabalhadora, por meio da integração de microscópica do cotidiano do trabalho em
ações que intervenham nas doenças e saúde, ou seja, à prática dos trabalhadores/
agravos e seus determinantes decorrentes profissionais de saúde inseridos no dia-a-
dos modelos de desenvolvimento, de dia da produção e consumo de serviços de
processos produtivos e de trabalho. saúde. Contudo, é necessário compreender
E - o monitoramento contínuo do que neste processo de trabalho cotidiano
país/estado/região/município/território, por está reproduzida toda a dinâmica do
meio de estudos e análises que revelem o trabalho humano, o que torna necessário
comportamento dos principais indicadores introduzir alguns aspectos centrais do
de saúde, priorizando questões relevantes e trabalho que é a grande categoria de análise
contribuindo para um planejamento de da qual deriva o conceito de ‘processo de
saúde mais abrangente. trabalho em saúde’.
O processo de trabalho em saúde é a
04. (Prefeitura de Alecrim/RS – forma como os trabalhadores de saúde
Agente Comunitário de Saúde - realizam a produção dos serviços.
OBJETIVA/2022) De acordo com a Refletem, portanto, o cotidiano do
Vigilância em Saúde, o conceito de trabalho em saúde. Por trabalhadores de
Vigilância em Saúde inclui, entre outros, a saúde, entende-se:
vigilância: Indivíduo que se insere direta ou
I. Da situação de saúde. II. Da saúde do indiretamente na prestação de serviços de
trabalhador. III. Das doenças e agravos saúde, no interior dos estabelecimentos de
não transmissíveis. saúde ou em atividades de saúde, podendo
deter, ou não, formação específica para o
Está(ão) CORRETO(S): desempenho de funções atinentes ao setor.
A - Somente o item I. Nota: o mais importante na definição
B - Somente o item II. de trabalhador de saúde é a ligação com o
C - Somente os itens I e III. trabalho no setor ou atividade de saúde,
D - Todos os itens. independentemente da formação
profissional ou capacitação do indivíduo
Alternativas (BRASIL, 2009b, p. 49).

01.C – 02.D – 03.A – 04.D O trabalho constitui o processo de


mediação entre homem e natureza, visto
que o homem faz parte da natureza, mas
consegue diferenciar-se dela por sua ação
livre e pela intencionalidade e finalidade
que imprime ao trabalho. Portanto, o
trabalho é um processo no qual os seres
humanos atuam sobre as forças da natureza
submetendo-as ao seu controle e
19 20
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/protrasau.html https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/7358/1/GP1U2.pdf

92
Enfermeiro

transformando-as em formas úteis à sua por tecnologias, normas e máquinas


vida, e nesse processo de intercâmbio, (PEDUZZI; SCHRAIBER, 2009;
simultaneamente, transformam a si FRANCO; MERHY, 2003).
próprios. Todo trabalho produz algo que Além dessas características, o trabalho
tem utilidade e pode ser trocado por outros em saúde tem uma grande divisão, que,
produtos necessários. Contudo, no processo segundo Pires (2009), são as diferentes
de produção da sociedade capitalista, são formas como os seres humanos, ao
tornados radicalmente distintos o valor de viverem em sociedades sócio-históricas,
uso e o valor de troca. O valor de uso é produzem e reproduzem a vida.
produzido no trabalho concretamente
realizado ou chamado trabalho concreto, o Na área da saúde, estão bastante
qual dá o sentido qualitativo do produto. O presentes a divisão social e a divisão
valor de troca corresponde ao valor que o técnica do trabalho, definidas como:
produto adquire como mercadoria colocada
em mercado, o que só se revela quando se Divisão social do trabalho: diz respeito
contrapõem mercadorias de valores de usos ao caráter específico do trabalho humano e
diversos, pois o valor de troca não é algo apresenta-se de diferentes formas de acordo
inerente à mercadoria. O valor de troca faz com as diferentes sociedades, em cada
aflorar a dimensão de trabalho abstrato, na momento histórico. Como exemplo: em
qual o produto do trabalho perde sentido nossa cultura, o trabalho médico quanto
(utilidade) e assume um significado mais especializado mais valorizado e
quantitativo de coisas produzidas em reconhecido ele é.
quantidade. É nesta dimensão que o agente
de trabalho torna-se alienado do sentido Divisão técnica do trabalho: efere-se
desse trabalho, do produto dele e de si ao trabalho executado por trabalhadores
próprio como agente dessa produção. O especializados em cada tarefa; é típica do
trabalho é, portanto, uma transformação modo de produção capitalista e surge em
não só de objetos, mas do próprio meados do século 13. Como exemplo: na
trabalhador, e, nesse sentido, um categoria enfermagem, o enfermeiro ocupa
movimento dialético de a coordenação do trabalho da equipe de
exploração/alienação e de enfermagem que é composta, além dele,
criação/emancipação (Antunes, 1995, pelo técnico em enfermagem e pelo auxiliar
1999, 2005). de enfermagem. O mesmo ocorre com a
equipe de saúde bucal (PIRES, 2009).
Para realizar o trabalho em saúde, o
trabalhador utiliza diferentes saberes, Essas divisões – social e técnica do
dentre os quais podemos citar: trabalho – tendem a gerar situações de
- O saber manusear materiais e conflitos e disputas de espaços nos
equipamentos (balança, seringa, serviços de saúde. Um dos desafios do
estetoscópio, glicosímetro etc.). SUS é justamente fomentar e promover a
- O saber aplicar os conhecimentos integração dos trabalhadores,
científicos e tecnológicos (saber clínico, configurando equipes multiprofissionais
assistencial). de saúde.
- O saber estabelecer relações com os
outros (comunicação, fala, diálogo). O Trabalho em saúde
O trabalho em saúde tem dois
O trabalho em saúde tem algumas significados:
características específicas: é realizado em - Um ligado às necessidades biológicas
equipe, é coletivo; é consumido no exato relacionadas com a manutenção da vida.
momento em que é executado e é mediado - Outro ligado às necessidades sociais

93
Enfermeiro

relacionadas com o aperfeiçoamento da processo de trabalho com foco na gestão,


vida. antecipar-se aos fatos é estratégico para
você avançar rumo à consolidação do
De acordo com Merhy; Feuerwerker SUS, na perspectiva de produzir mudanças
(2009), as práticas em saúde, como toda nas práticas do cuidado e nas formas de
atividade humana, são atos produtivos, gerir o sistema. Reiterando, a gestão do
pois modificam alguma coisa e produzem SUS é uma gestão compartilhada.
algo novo.
Gestão no SUS
O modelo de atenção à saúde No sentido mais abrangente da palavra
predominante em nossos serviços ainda “gestão”, pode-se entender como gestores,
está centrado na organização das ações a todos os envolvidos direta e indiretamente
partir de problemas ou situações como SUS. Somos todos gestores, com
específicas, como pré-natal, exame deveres e responsabilidades para seu
preventivo de câncer hipertensão, entre fortalecimento. No sentido mais restrito,
outros. E isso reduz a dimensão do cuidado gestão é uma responsabilidade
voltada à integralidade do sujeito, ou seja, administrativa. Assim, o gestor e a equipe
à atenção integral. gestora do SUS são os responsáveis diretos
pela direção e coordenação, propriamente
Essas características são resultantes da dita, do sistema. Segundo a Política
fragmentação do cuidado e da divisão Nacional de Humanização e a gestão no
técnica e social do trabalho em saúde, SUS:
presentes no processo de trabalho em [...]. Podemos conceituar a gestão em
saúde. saúde como a capacidade de lidar com
conflitos, de ofertar métodos (modos de
Gestão em Saúde fazer), diretrizes, quadros de referência
para análise e ação das equipes nas
Para entender o processo21 de trabalho organizações de saúde. Além disso, a
na gestão do SUS é importante revisitar gestão é um campo de ação humana que
alguns conceitos e tecer reflexões acerca visa à coordenação, definindo os termos
deles. Apesar de relevante, o exercício da articulação e interação de recursos e
gestão é um grande desafio e requer uma trabalho humano para a obtenção de
considerável habilidade em lidar com fins/metas/objetivos. Trata-se, portanto,
situações imprevisíveis e problemas de um campo de ação que tem por objeto
complexos. Para atuar na coordenação da o trabalho humano que, disposto sob o
gestão do SUS como gestor ou tempo e guiado por finalidades, deveria
componente da equipe gestora, é realizar tanto a missão das organizações
importante estabelecer uma “rota de voo” como os interesses dos trabalhadores
e embasar-se nos instrumentos jurídicos e (BRASIL, 2009a, p. 10).
legais do SUS, a fim de otimizar recursos
e acumular capacidade de governo. A responsabilidade e abrangência do
O papel sociopolítico do gestor do trabalho dos gestores e equipes gestoras do
SUS SUS são muitas e diversificadas, com
É importante destacar que a gestão do muitas funções e tarefas e, nesse contexto,
SUS requer o manejo de conflitos e é importante reafirmar algumas
negociação constante. definições, entre elas, quem são os
Na qualidade de liderança desse gestores legais e a equipe gestora do SUS,
da qual você é parte integrante.
21
https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/7358/1/GP1U2.pdf

94
Enfermeiro

Assim, subentende-se que todo


Gestores legais do SUS profissional que aceita um posto de
São as pessoas e instituições trabalho comissionado ou de função
responsáveis pelo funcionamento do SUS gratificada está assumindo um
dentro de suas diretrizes, princípios, lógica compromisso técnico e político com seu
organizacional e legal. Cada esfera de gestor. Por isso esses cargos todos são
governo tem um único gestor (gestor denominados “de confiança”.
municipal, estadual e federal). Todo componente de uma equipe
gestora é também responsável pela direção
do SUS nas suas respectivas esferas de
governo e nos pontos de atenção à saúde.

A gestão enquanto espaço coletivo e


democrático
A gestão pública tem sido objeto de
muita reflexão e produção de novos
conhecimentos. Um dos conceitos
importantes é o de cogestor e cogestão.
Estes conceitos fazem uma referência ao
modo de administrar e fazer a gestão do
SUS de forma compartilhada e dividindo a
responsabilidade de poder, antes
Os gestores são pessoas de confiança concentrada apenas na figura formal do
dos seus respectivos chefes de governo: gestor (secretário).
prefeitos, governadores e presidentes.
Destaca-se que a responsabilidade pela Campos (2000) traz uma reflexão
gestão do SUS estende-se aos prefeitos, essencial para todos aqueles que desejam
governadores e presidente da república transformar o SUS num espaço coletivo de
(BRASIL, 2003). construção da democracia. Em seu ensaio
sobre o campo da gestão, o autor refere que
Importante: Os gestores (pessoas) são a gestão é uma tarefa coletiva – sistemas
os que respondem legalmente por todos os de cogestão – e não apenas uma atribuição
procedimentos jurídicoinstitucionais do de uma minoria dotada de poder e/ou
SUS na esfera de governo sob sua conhecimentos especializados e que
responsabilidade. poderiam cumprir três funções básicas, a
saber:
Equipes gestoras do SUS
A equipe gestora, no sentido estrito da
palavra, é composta por todos os
profissionais que compõem o quadro de
direção da instituição (gestor instituição),
seja no nível central ou local dos serviços
de saúde.
Os componentes das equipes gestoras
podem ser do quadro próprio da instituição
A cogestão é:
ou podem ser convidados externos. Todos
Uma diretriz ética e política que tem
são de confiança do gestor (geralmente do
como objetivo democratizaras relaç ões na
secretário de Saúde) e, frequentemente,
gestão de serviços; em nosso caso, de
ocupam os cargos comissionados ou de
saúde. Para tanto, gestor e equipes devem
função gratificada.
ser solidárias entre si e orientadas a

95
Enfermeiro

ampliar sua capacidade de direção e CAVALCANTI, 2010).


contribuir para as questões e decisões
importantes que incidem no cotidiano de Chanlat (1995) realizou um estudo
trabalho. É um modo de administrar que sobre as condições de saúde e satisfação
inclui o pensar e o fazer coletivo, sendo, no trabalho, concluindo que, dos quatro
portanto, uma diretriz ética e política que métodos de gestão –
visa democratizar as relações no campo da taylorismo/neotaylorismo (Taylor e Ford),
saúde para a realização dos objetivos da tecnoburocrático (Weber), excelência
saúde. (Qualidade Total) e o participativo –, o que
apresenta consequências negativas
Cunha; Campos (2010, p. 33) agregam menores para as pessoas que operam o
reflexões sobre um método de gestão - o trabalho é o da gestão participativa.
Método Paideia, apontando que: Segundo o autor:
[...] a construção institucional Quer se trate de reorganização do
democrática reconhece uma tríplice trabalho, de democratização [...], do
finalidade que são intrinsecamente reconhecimento real do saber e da
conflitivas: “a produção de valor de uso experiência adquirida, da criação de
para outros (finalidade declarada da espaço, de palavra, de responsabilização,
instituição), a produção de sujeitos (os todas as experiências convergem para
trabalhadores) e a sustentabilidade uma melhora do clima de trabalho [neste
(reprodução da instituição)”. O método método] (CHANLAT, 1995, p. 125).
propõe que, ao contrário da tradição
gerencial hegemônica, quando um deles Principais características do modelo de
detém poder demais compromete a gestão participativa:
sobrevivência da organização. • Método que reagrupa, em parte, as
experiências de gestão que estimulam o
O conceito de cogestão é decorrente da pessoal de uma organização a participar
compreensão de que o trabalho não pode em diversos níveis da gestão.
ser mais imposto da forma como se fazia • Parte do princípio de que o ser
pela tradição tayloristafordista que, acima humano é uma pessoa responsável à qual
de tudo, preservava a repetição de atos, se deve conceder a autonomia necessária
levando a uma reprodução mecânica e para realizar uma tarefa, a fim de integrá-
alienante do trabalho, modo típico da la na gestão mais global da organização.
produção capitalista (CAMPOS, 2000). • Por meio da participação, busca
integrar as pessoas na gestão mais global
Gestão participativa da empresa ou organização.
No campo da administração, alguns • Permite a reestruturação das tarefas e
autores trazem reflexões sobre as as modificaçõestécnicas no processo de
diferentes formas de gestão que derivam trabalho.
do taylorismo à gestão participativa. • Estimula as formas de cogestão do
Referem que quando as equipes trabalho.
participam da tomada de decisões • Experiências deste modelo existem
construindo consensos e parcerias com em todos os países industrializados e
usuários e gestores, a qualidade e resultado também é muito aplicado em cooperativas.
das ações são melhores e duradouras,
sejam essas ações assistenciais ou Nesse contexto, reconhecendo o
gerenciais. Portanto, a gestão participativa cenário de disputas e diversidade de
busca a aproximação entre governantes e compreensões, um gestor que deseja
governados e na formação de realmente governar e influenciar, com
compromisso com o SUS (GUIZARDI; mais efetividade, no resultado do processo

96
Enfermeiro

de conflitos e disputa, deve apostar na


criação de oportunidades para que as A SGES, nesse curto tempo de vida,
diferentes visões da realidade e das elaborou e/ou implementou várias políticas
práticas de saúde tenham expressão e de formação estruturantes para o SUS, das
construam consensos (BRASIL, 2009a). quais destacamos as que julgamos
principais para conhecimento dos gestores.
No papel de gestor ou componente de São elas:
uma equipe gestora, uma das suas Políticas de educação dos
responsabilidades é trabalhar com pessoas, profissionais de nível básico
individual e coletivamente. E sendo a Voltadas à formação, principalmente,
gestão doSUS compartilhada, lidar com de agentes comunitários de saúde e
pessoas é e será sua maior tarefa. Nesse agentes de combate a endemias.
contexto, é importante compreender Políticas de educação dos
alguns conceitos e conhecer a trajetória da profissionais de nível técnico
gestão do trabalho e da educação no SUS. Apoio à formação em nível técnico
profissionalizante para as equipes de
saúde, tais como cursos técnico em
Formação e educação em saúde. Enfermagem, técnico em saúde bucal,
Educação permanente em saúde técnico em laboratório, técnico em
radiologia, entre outros.
Políticas de fomento à reorientação
Gestão da Educação na Saúde profissional na educação superior
Iniciativas e apoio às mudanças
Desde o advento da Atenção Primária22 curriculares dos cursos de graduação em
em Saúde aos primeiros anos da década de saúde valorizando as redes de atenção,
2000, o Brasil viveu um movimento entre elas o PróSaúde e Pet-Saúde.
crescente de reflexões em torno da Políticas de fomento no ensino de
inadequação dos processos de formação pós-graduação lato sensu
dos profissionais e as necessidades de Iniciativas à formação em áreas
saúde da população e dos serviços de estratégicas para o SUS, tais como
saúde. Especialização e Residências
A descentralização e a municipalização Multiprofissionais em Saúde da Família,
nos anos de 1980 e 1990 ampliaram os Residência em Medicina de Família e
postos de trabalho no setor público, em Comunidade, entre outras.
especial nos municípios absorvendo
muitos profissionais de saúde. Entretanto, Em todas essas iniciativas, os cenários
o perfil de formação se mostrou um de aprendizagem são os serviços de saúde
problema significativo para muitos do SUS, próprios e contratados, e
gestores que precisaram investir na garantidos pela Lei nº 8.080/90. Assim,
complementação dos processos de uma das atividades de gestão do SUS é a
formação para práticas profissionais mais Integração Ensino-Serviços, também
adequadas à atenção básica. prevista na mesma lei, por meio da criação
Nos anos 2000, com a ampliação da de Comissões de Integração Ensino-
Estratégia Saúde da Família, os Serviço (CIES).
municípios sofreram novamente com o
mesmo problema. Foi nesse contexto que, Educação Permanente em Saúde
na criação da SGTES, o referido desafio
passou a ser uma prioridade. A ‘educação permanente23 em saúde’

22 23
https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/7358/1/GP1U2.pdf http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/edupersau.html

97
Enfermeiro

precisa ser entendida, ao mesmo tempo, técnicos e científicos, as dimensões éticas


como uma ‘prática de ensino- da vida, do trabalho, do homem, da saúde,
aprendizagem’ e como uma ‘política de da educação e das relações.
educação na saúde’. Ela se parece com Como ‘política de educação na saúde’,
muitas vertentes brasileiras da educação a ‘educação permanente em saúde’
popular em saúde e compartilha muitos de envolve a contribuição do ensino à
seus conceitos, mas enquanto a educação construção do Sistema Único de Saúde
popular tem em vista a cidadania, a (SUS). O SUS e a saúde coletiva têm
educação permanente tem em vista o características profundamente brasileiras,
trabalho. são invenções do Brasil, assim como a
Como ‘prática de ensino- integralidade na condição de diretriz do
aprendizagem’ significa a produção de cuidado à saúde e a participação popular
conhecimentos no cotidiano das com papel de controle social sobre o
instituições de saúde, a partir da realidade sistema de saúde são marcadamente
vivida pelos atores envolvidos, tendo os brasileiros. Por decorrência dessas
problemas enfrentados no dia-a-dia do particularidades, as políticas de saúde e as
trabalho e as experiências desses atores diretrizes curriculares nacionais para a
como base de interrogação e mudança. A formação dos profissionais da área buscam
‘educação permanente em saúde’ se apóia inovar na proposição de articulações entre
no conceito de ‘ensino problematizador’ o ensino, o trabalho e a cidadania.
(inserido de maneira crítica na realidade e A ‘educação permanente em saúde’ não
sem superioridade do educador em relação expressa, portanto, uma opção didático-
ao educando) e de ‘aprendizagem pedagógica, expressa uma opção político-
significativa’ (interessada nas pedagógica. A partir desse desafio
experiências anteriores e nas vivências político-pedagógico, a ‘educação
pessoais dos alunos, desafiante do desejar permanente em saúde’ foi amplamente
aprender mais), ou seja, ensino- debatida pela sociedade brasileira
aprendizagem embasado na produção de organizada em torno da temática da saúde,
conhecimentos que respondam a perguntas tendo sido aprovada na XII Conferência
que pertencem ao universo de experiências Nacional de Saúde e no Conselho
e vivências de quem aprende e que gerem Nacional de Saúde (CNS) como política
novas perguntas sobre o ser e o atuar no específica no interesse do sistema de saúde
mundo. É contrária ao ensino- nacional, o que se pode constatar por meio
aprendizagem mecânico, quando os da Resolução CNS n. 353/2003 e da
conhecimentos são considerados em si, Portaria MS/GM n. 198/2004. A
sem a necessária conexão com o cotidiano, ‘educação permanente em saúde’ tornou-
e os alunos se tornam meros escutadores e se, dessa forma, a estratégia do SUS para a
absorvedores do conhecimento do outro. formação e o desenvolvimento de
Portanto, apesar de parecer, em uma trabalhadores para a saúde.
compreensão mais apressada, apenas um Essa política afirma: 1) a articulação
nome diferente ou uma designação da entre ensino, trabalho e cidadania; 2) a
moda para justificar a formação contínua e vinculação entre formação, gestão setorial,
o desenvolvimento continuado dos atenção à saúde e participação social; 3) a
trabalhadores, é um conceito forte e construção da rede do SUS como espaço
desafiante para pensar as ligações entre a de educação profissional; 4) o
educação e o trabalho em saúde, para reconhecimento de bases locorregionais
colocar em questão a relevância social do como unidades político-territoriais onde
ensino e as articulações da formação com estruturas de ensino e de serviços devem
a mudança no conhecimento e no exercício se encontrar em ‘co-operação’ para a
profissional, trazendo, junto dos saberes formulação de estratégias para o ensino,

98
Enfermeiro

assim como para o crescimento da gestão da saúde e da sua produção; do sistema de


setorial, a qualificação da organização da saúde, de sua operação e do papel que cada
atenção em linhas de cuidado, o profissional e cada unidade deve cumprir
fortalecimento do controle social e o na organização das práticas de saúde. É a
investimento na intersetorialidade. O eixo partir dessas concepções que cada
para formular, implementar e avaliar a profissional se integra às equipes ou
‘educação permanente em saúde’ deve ser agrupamentos de profissionais em cada
o da integralidade e o da implicação com ponto do sistema. É a partir dessas
os usuários. concepções, mediadas pela organização
Para a ‘educação permanente em dos serviços e do sistema, que cada
saúde’, não existe a educação de um ser profissional opera.
que sabe para um ser que não sabe, o que Para produzir mudanças de práticas de
existe, como em qualquer educação crítica gestão e de atenção, é fundamental
e transformadora, é a troca e o dialogar com as práticas e concepções
intercâmbio, as deve ocorrer também o vigentes, problematizá-las – não em
‘estranhamento’ de saberes e a abstrato, mas no concreto do trabalho de
‘desacomodação’ com os saberes e as cada equipe – e construir novos pactos de
práticas que estejam vigentes em cada convivência e práticas, que aproximem o
lugar. Isto não quer dizer que aquilo que já SUS da atenção integral à saúde. Não
sabemos ou já fazemos está errado, quer bastam novas informações, mesmo que
dizer que, para haver ensino preciosamente bem comunicadas, senão
aprendizagem, temos de entrar em um para a mudança, transformação ou
estado ativo de ‘perguntação’, crescimento.
constituindo uma espécie de tensão entre o A escolha pela ‘educação permanente
que já se sabe e o que há por saber. em saúde’ é a escolha por novas maneiras
Uma condição indispensável para um de realizar atividades, com maior
aluno, trabalhador de saúde, gestor ou resolutividade, maior aceitação e muito
usuário do sistema de saúde mudar ou maior compartilhamento entre os coletivos
incorporar novos elementos à sua prática e de trabalho, querendo a implicação
aos seus conceitos é o desconforto com a profunda com os usuários dos sistemas de
realidade naquilo que ela deixa a desejar saúde, com os coletivos de formulação e
de integralidade e de implicação com os implementação do trabalho, e um processo
usuários. A necessidade de mudança, de desenvolvimento setorial por
transformação ou crescimento vem da ‘encontro’ com a população.
percepção de que a maneira vigente de É nesse sentido que, no Brasil, se
fazer ou de pensar alguma coisa está constituiu o conceito de ‘quadrilátero da
insatisfatória ou insuficiente em dar conta formação’: educação que associa o ensino
dos desafios do trabalho em saúde. Esse como suas repercussões sobre o trabalho,
desconforto funciona como um o sistema de saúde e a participação social.
‘estranhamento’ da realidade, sentindo É o debate e a problematização que
que algo está em desacordo com as transformam a informação em
necessidades vividas ou percebidas aprendizagem, e é a ‘educação permanente
pessoalmente, coletivamente ou em saúde’ que torna grupos de trabalho em
institucionalmente. coletivos organizados de desenvolvimento
Uma instituição se faz de pessoas, de si e de seus entornos de trabalho e
pessoas se fazem em coletivos e ambos atuação na saúde.
fazem a instituição. Todos e cada um dos Para a ‘educação permanente em
profissionais de saúde trabalhando no saúde’, a informação necessária é aquela
SUS, na atenção e na gestão do sistema, que se propõe como ocasião para
têm idéias, conceitos e concepções acerca aprendizagem, mas que também busca

99
Enfermeiro

ocasião de maior sensibilidade diante de programáticas de implementação de


si, do trabalho, das pessoas, do mundo e práticas previamente selecionadas em que
das realidades. Então, a melhor as informações são empacotadas e
informação não está no seu conteúdo despachadas por entrega rápida às mentes
formal, mas naquilo de que é portadora em racionalistas dos alunos, trabalhadores e
potencial. Por exemplo: a nova informação usuários, as ações de ‘educação
gera inquietação, interroga a forma como permanente’ desejam os corações pulsáteis
estamos trabalhando, coloca em dúvida a dos alunos, dos trabalhadores e dos
capacidade de resposta coletiva da nossa usuários para construir um sistema
unidade de serviço? Se uma informação produtor de saúde (uma abrangência), e
nos impede de continuarmos a ser o não um sistema prestador de assistência
mesmo que éramos, nos impede de deixar (um estreitamento). Uma política de
tudo apenas como está e tensiona nossas ‘educação permanente em saúde’
implicações com os usuários de nossas congrega, articula e coloca em roda
ações, ela desencadeou ‘educação diferentes atores, destinando a todos um
permanente em saúde’. lugar de protagonismo na condução de
A ‘educação permanente em saúde’ sistemas locais de saúde. No Brasil, essa é
pode ser um processo cada vez mais a política atual do SUS para a educação em
coletivo e desafiador das realidades. O saúde e, portanto, a diretriz para os atores
primeiro passo é aceitar que as realidades que atuam na área.
não são dadas. Assim como as Ao colocar o trabalho na saúde sob as
informações, as realidades são produzidas lentes da ‘educação permanente em
por nós mesmos, por nossa sensibilidade saúde’, a informação científica e
diante dos dados e por nossa operação com tecnológica, a informação administrativa
os dados de que dispomos ou de que setorial e a informação social e cultural,
vamos em busca. O segundo passo é entre outras, podem contribuir para pôr em
organizar espaços inclusivos de debate e evidência os ‘encontros rizomáticos’ que
problematização das realidades, isto é, ocorrem entre ensino, trabalho, gestão e
cotejar informações, cruzá-las, usá-las em controle social em saúde, carreando
interrogação umas às outras e não segregar consigo o contato e a permeabilidade às
e excluir a priori ou ensimesmar-se em redes sociais que tornam os atos de saúde
territórios estreitos e inertes. O terceiro mais humanos e de promoção da
passo é organizar redes de intercâmbio cidadania.
para que informações nos cheguem e
sejam transferidas, ou seja, estabelecer Política Nacional de Educação
interface, intercessão e democracia forte. Permanente em Saúde
O quarto passo é produzir as informações A Política Nacional de Educação
de valor local num valor inventivo que não Permanente em Saúde (PNEPS) foi
se furte às exigências do trabalho em que instituída pelo Ministério da Saúde (MS),
estamos inseridos e à máxima interação por meio da Portaria nº 198/GM, de 13 de
afetiva com nossos usuários de ações de fevereiro de 2004.
saúde.
O ‘quadrilátero’ da ‘educação A Educação Permanente em Saúde
permanente em saúde’ é simples: análise e (EPS), a partir do pressuposto da
ação relativa simultaneamente à formação, aprendizagem no trabalho, constitui-se em
à atenção, à gestão e à participação para uma oportunidade ímpar de transformação
que o trabalho em saúde seja lugar de das práticas no cotidiano das organizações
atuação crítica, reflexiva, propositiva, e dos serviços de saúde. A construção do
compromissada e tecnicamente conhecimento a partir das experiências dos
competente. Diferentemente das noções trabalhadores e da realidade local em que

100
Enfermeiro

estão inseridos torna-se uma ferramenta 201724


potente para o envolvimento e
conscientização dos profissionais. Consolidação das normas sobre as
políticas nacionais de saúde do Sistema
A EPS trabalha com alguns dispositivos Único de Saúde.
metodológicos que são a problematização
da realidade, a aprendizagem significativa [...]
e o trabalho em rodas de discussão,
reflexão e pactuação no trabalho. ANEXO XL
Política Nacional de Educação
Segundo o Ministério da Saúde, a Permanente em Saúde (Origem: PRT
aprendizagem significativa ocorre quando MS/GM 198/2004)
o sujeito se sente motivado, isto é, tem o
desejo de apropriar-se de novos Art. 1º Fica instituída a Política
conhecimentos e quando os Nacional de Educação Permanente em
conhecimentos prévios do trabalhador Saúde como estratégia do Sistema Único
sobre o contexto local são considerados de Saúde (SUS) para a formação e o
(BRASIL, 2005). desenvolvimento de trabalhadores para o
Esse tipo de aprendizagem propõe que setor. (Origem: PRT MS/GM 344/2002,
a transformação das práticas dos Art. 1º, caput)
profissionais esteja alicerçada na reflexão
crítica sobre as práticas exercidas no CAPÍTULO I
trabalho. É com base nesses pressupostos DAS DIRETRIZES PARA A
que a SGTES tem apoiado todos os IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA
processos educacionais para o SUS. NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Entre outras iniciativas importantes PERMANENTE EM SAÚDE
para a formação em saúde estão a
Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), Art. 2º Ficam instituídas as diretrizes e
que oferta cursos de especialização, estratégias para a implementação da
aperfeiçoamento e outras formas de Política Nacional de Educação
qualificação dirigidas aos profissionais do Permanente em Saúde, adequando-a às
SUS; e o Programa Nacional de diretrizes operacionais e ao regulamento
Telessaúde, que tem como objetivo do Pacto pela Saúde. (Origem: PRT
melhorar a qualidade do atendimento e da MS/GM 1996/2007, Art. 1º)
atenção básica no SUS, integrando ensino Parágrafo Único. A Política Nacional
e serviço por meio de ferramentas de de Educação Permanente em Saúde deve
tecnologias da informação que oferecem considerar as especificidades regionais, a
condições para a promoção da superação das desigualdades regionais, as
teleassistência e teleducação em saúde necessidades de formação e
(BRASIL, 2007). desenvolvimento para o trabalho em saúde
e a capacidade já instalada de oferta
Nota: a Portaria nº 198/GM, de 13 de institucional de ações formais de educação
fevereiro de 2004, encontra-se revogada na saúde. (Origem: PRT MS/GM
pela Portaria de Consolidação n°2 de 1996/2007, Art. 1º, Parágrafo Único)
2017.
Art. 3º A condução regional da Política
Nacional de Educação Permanente em
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO
Saúde dar-se-á por meio dos Colegiados
Nº 2, DE 28 DE SETEMBRO DE

24
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_20 17. Visitado em 31.10.2022.

101
Enfermeiro

de Gestão Regional, com a participação Permanente em Saúde: (Origem: PRT


das Comissões Permanentes de Integração MS/GM 1996/2007, Art. 4º)
Ensino-Serviço (CIES). (Origem: PRT I - construir coletivamente e definir o
MS/GM 1996/2007, Art. 2º) Plano de Ação Regional de Educação
§ 1º Os Colegiados de Gestão Regional, Permanente em Saúde para a região, a
considerando as especificidades locais e a partir das diretrizes nacionais, estaduais e
Política de Educação Permanente em municipais (de sua área de abrangência)
Saúde nas três esferas de gestão (federal, para a educação na saúde, dos Termos de
estadual e municipal), elaborarão um Compromisso de Gestão dos entes
Plano de Ação Regional de Educação federados participantes, do pactuado na
Permanente em Saúde coerente com os Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e
Planos de Saúde estadual e municipais, da das necessidades de formação e
referida região, no que tange à educação na desenvolvimento dos trabalhadores da
saúde. (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, saúde; (Origem: PRT MS/GM 1996/2007,
Art. 2º, § 1º) Art. 4º, I)
§ 2º As Comissões Permanentes de II - submeter o Plano Regional de
Integração Ensino-Serviço (CIES) são Educação Permanente em Saúde à
instâncias intersetoriais e Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
interinstitucionais permanentes que para homologação; (Origem: PRT
participam da formulação, condução e MS/GM 1996/2007, Art. 4º, II)
desenvolvimento da Política de Educação III - pactuar a gestão dos recursos
Permanente em Saúde previstas no art. 14 financeiros no âmbito regional, que poderá
da Lei nº 8.080, de 1990, e na NOB/RH - ser realizada pelo Estado, pelo Distrito
SUS. (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Federal e por um ou mais Municípios de
Art. 2º, § 2º) sua área de abrangência; (Origem: PRT
MS/GM 1996/2007, Art. 4º, III)
Art. 4º Os Colegiados de Gestão IV - incentivar e promover a
Regional são as instâncias de pactuação participação nas Comissões de Integração
permanente e cogestão solidária e Ensino-Serviço, dos gestores, dos serviços
cooperativa, formadas pelos gestores de saúde, das instituições que atuam na
municipais de saúde do conjunto de área de formação e desenvolvimento de
municípios de uma determinada região de pessoal para o setor saúde, dos
saúde e por representantes do(s) gestor(es) trabalhadores da saúde, dos movimentos
estadual(ais). (Origem: PRT MS/GM sociais e dos conselhos de saúde de sua
1996/2007, Art. 3º) área de abrangência; (Origem: PRT
Parágrafo Único. O Colegiado de MS/GM 1996/2007, Art. 4º, IV)
Gestão Regional deve instituir processo de V - acompanhar, monitorar e avaliar as
planejamento regional para a Educação ações e estratégias de educação em saúde
Permanente em Saúde que defina as implementadas na região; e (Origem: PRT
prioridades, as responsabilidades de cada MS/GM 1996/2007, Art. 4º, V)
ente e o apoio para o processo de VI - avaliar periodicamente a
planejamento local, conforme as composição, a dimensão e o trabalho das
responsabilidades assumidas nos Termos Comissões de Integração Ensino-Serviço e
de Compromissos e os Planos de Saúde propor alterações, caso necessário.
dos entes federados participantes. (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. 4º, VI)
3º, Parágrafo Único)
Art. 6º As Comissões Permanentes de
Art. 5º São atribuições do Colegiado de Integração Ensino-Serviço (CIES)
Gestão Regional, no âmbito da Educação deverão ser compostas pelos gestores de

102
Enfermeiro

saúde municipais, estaduais e do Distrito Art. 6º, II)


Federal e, ainda, conforme as III - incentivar a adesão cooperativa e
especificidades de cada região, por: solidária de instituições de formação e
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. desenvolvimento dos trabalhadores de
5º) saúde aos princípios, à condução e ao
I - gestores estaduais e municipais de desenvolvimento da Educação
educação e/ou de seus representantes; Permanente em Saúde, ampliando a
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. capacidade pedagógica em toda a rede de
5º, I) saúde e educação; (Origem: PRT MS/GM
II - trabalhadores do SUS e/ou de suas 1996/2007, Art. 6º, III)
entidades representativas; (Origem: PRT IV - contribuir com o
MS/GM 1996/2007, Art. 5º, II) acompanhamento, o monitoramento e a
III - instituições de ensino com cursos avaliação das ações e estratégias de
na área da saúde, por meio de seus Educação Permanente em Saúde
distintos segmentos; e (Origem: PRT implementadas; e (Origem: PRT MS/GM
MS/GM 1996/2007, Art. 5º, III) 1996/2007, Art. 6º, IV)
IV - movimentos sociais ligados à V - apoiar e cooperar com os gestores
gestão das políticas públicas de saúde e do na discussão sobre Educação Permanente
controle social no SUS. (Origem: PRT em Saúde, na proposição de intervenções
MS/GM 1996/2007, Art. 5º, IV) nesse campo e no planejamento e
Parágrafo Único. A estruturação e a desenvolvimento de ações que contribuam
dinâmica de funcionamento das para o cumprimento das responsabilidades
Comissões de Integração Ensino-Serviço, assumidas nos respectivos Termos de
em cada região, devem obedecer às Compromisso de Gestão. (Origem: PRT
diretrizes do Anexo LXXXV da Portaria MS/GM 1996/2007, Art. 6º, V)
de Consolidação nº 6. (Origem: PRT
MS/GM 1996/2007, Art. 5º, Parágrafo Art. 8º A abrangência do território de
Único) referência para as Comissões Permanentes
de Integração Ensino-Serviço deve seguir
Art. 7º São atribuições das Comissões os mesmos princípios da regionalização
Permanentes de Integração Ensino- instituída no Pacto pela Saúde. (Origem:
Serviço: (Origem: PRT MS/GM PRT MS/GM 1996/2007, Art. 7º)
1996/2007, Art. 6º) Parágrafo Único. Nenhum Município,
I - apoiar e cooperar tecnicamente com assim como nenhum Colegiado de Gestão
os Colegiados de Gestão Regional para a Regional (CGR), deverá ficar sem sua
construção dos Planos Regionais de referência a uma Comissão Permanente de
Educação Permanente em Saúde da sua Integração Ensino-Serviço. (Origem: PRT
área de abrangência; (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. 7º, Parágrafo
MS/GM 1996/2007, Art. 6º, I) Único)
II - articular instituições para propor, de
forma coordenada, estratégias de Art. 9º As Comissões Permanentes de
intervenção no campo da formação e Integração Ensino-Serviço deverão contar
desenvolvimento dos trabalhadores, à luz com uma secretaria executiva para
dos conceitos e princípios da Educação encaminhar as questões administrativas
Permanente em Saúde, da legislação envolvidas na gestão dessa política no
vigente, e do Plano Regional para a âmbito regional, devendo estar prevista no
Educação Permanente em Saúde, além dos Plano de Ação Regional da Educação
critérios e diretrizes referentes à Política Permanente em Saúde. (Origem: PRT
Nacional de Educação Permanente em MS/GM 1996/2007, Art. 8º)
Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1996/2007,

103
Enfermeiro

Art. 10. A Comissão Intergestores (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.


Bipartite (CIB) deverá contar com o apoio 11)
de uma Comissão Permanente de I - elaborar e pactuar o Plano Estadual
Integração Ensino-Serviço, formada por: de Educação Permanente em Saúde;
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
9º) 11, I)
I - representantes das Comissões de II - definir o número e a abrangência
Integração Ensino-Serviço no Estado; das Comissões de Integração Ensino-
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. Serviço, sendo no mínimo uma e no
9º, I) máximo o limite das regiões de saúde
II - gestores e técnicos (municipais, estabelecidas para o Estado; (Origem:
estaduais e do Distrito Federal) indicados PRT MS/GM 1996/2007, Art. 11, II)
pela CIB para compor esse espaço; e III - pactuar os critérios para a
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. distribuição, a alocação e o fluxo dos
9º, II) recursos financeiros no âmbito estadual;
III - um representante de cada segmento (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
que compõe as Comissões de Integração 11, III)
Ensino-Serviço, conforme o art. 6º. IV - homologar os Planos Regionais de
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. Educação Permanente em Saúde;
9º, III) (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
11, IV)
Art. 11. São atribuições dessa V - acompanhar e avaliar os Termos de
Comissão Permanente de Integração Compromisso de Gestão estadual e
Ensino-Serviço, vinculada à Comissão municipais, no que se refere às
Intergestores Bipartite: (Origem: PRT responsabilidades de educação na saúde; e
MS/GM 1996/2007, Art. 10) (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
I - assessorar a CIB nas discussões 11, V)
sobre Educação Permanente em Saúde, na VI - avaliar periodicamente a
elaboração de uma Política Estadual de composição, a dimensão e o trabalho das
Educação Permanente em Saúde; Comissões de Integração Ensino-Serviço e
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. propor alterações, caso necessário.
10, I) (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
II - estimular a cooperação e a 11, VI)
conjugação de esforços e a Parágrafo Único. Os recursos
compatibilização das iniciativas estaduais financeiros serão transferidos aos fundos
no campo da educação na saúde, visando à estaduais, do Distrito Federal ou de um ou
integração das propostas; e (Origem: PRT mais municípios, conforme as pactuações
MS/GM 1996/2007, Art. 10, II) estabelecidas nos órgãos de gestão
III - contribuir com o colegiada. (Origem: PRT MS/GM
acompanhamento, o monitoramento e a 1996/2007, Art. 11, Parágrafo Único)
avaliação da implementação da Política de
Formação e Desenvolvimento no âmbito Art. 13. São atribuições do Conselho
do SUS e das ações e estratégias relativas Estadual de Saúde, no âmbito da Educação
à educação na saúde, constantes do Plano Permanente em Saúde: (Origem: PRT
Estadual de Saúde. (Origem: PRT MS/GM MS/GM 1996/2007, Art. 12)
1996/2007, Art. 10, III) I - definir as diretrizes da Política
Estadual e do Distrito Federal de Educação
Art. 12. São atribuições da Comissão Permanente em Saúde; (Origem: PRT
Intergestores Bipartite (CIB), no âmbito da MS/GM 1996/2007, Art. 12, I)
Educação Permanente em Saúde: II - aprovar a Política e o Plano de

104
Enfermeiro

Educação Permanente em Saúde Estadual informações relativas à execução das


e do Distrito Federal, que deverão fazer atividades de implementação da Política
parte do Plano de Saúde Estadual e do de Educação Permanente em Saúde.
Distrito Federal; e (Origem: PRT MS/GM (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
1996/2007, Art. 12, II) 16)
III - acompanhar e avaliar a execução
do Plano de Educação Permanente em Art. 18. O Ministério da Saúde e as
Saúde Estadual e do Distrito Federal. Secretarias Estaduais de Saúde garantirão
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. cooperação e assessoramento técnicos que
12, III) se fizerem necessários para: (Origem: PRT
MS/GM 1996/2007, Art. 20)
Art. 14. A formação dos trabalhadores I - organização de um Sistema Nacional
de nível médio no âmbito do SUS deve de Informação com atualização
seguir as diretrizes e orientações referentes permanente, com dados referentes à
à Política Nacional de Educação formação
Permanente em Saúde. (Origem: PRT técnica/graduação/especialização;
MS/GM 1996/2007, Art. 13) (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
Parágrafo Único. As diretrizes e 20, I)
orientações para os projetos de formação II - elaboração do Plano de Ação
profissional de nível técnico constam do Regional para Educação Permanente em
Anexo LXXXVI da Portaria de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1996/2007,
Consolidação nº 6. (Origem: PRT MS/GM Art. 20, II)
1996/2007, Art. 13, Parágrafo Único) III - orientação das ações propostas à
luz da Educação Permanente em Saúde e
Art. 15. Anualmente, a Secretaria de da normatização vigente; (Origem: PRT
Gestão do Trabalho e da Educação na MS/GM 1996/2007, Art. 20, III)
Saúde, do Ministério da Saúde, poderá IV - qualificação técnica dos
propor indicadores para o Colegiados de Gestão Regional e das
acompanhamento da Política Nacional de Comissões Intergestores Bipartite para a
Educação Permanente em Saúde dentro do gestão da Política Nacional de Educação
Processo da Pactuação Unificada de Permanente em Saúde; e (Origem: PRT
Indicadores, que serão integrados aos MS/GM 1996/2007, Art. 20, IV)
Indicadores do Pacto pela Saúde após a V - instituição de mecanismos de
necessária pactuação tripartite. (Origem: monitoramento e de avaliação
PRT MS/GM 1996/2007, Art. 14) institucional participativa nesta área.
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
Art. 16. O acompanhamento das 20, V)
responsabilidades de educação na saúde
será realizado por meio dos Termos de Art. 19. O Ministério da Saúde e as
Compromisso de Gestão das respectivas Secretarias Estaduais e Municipais de
esferas de gestão. (Origem: PRT MS/GM Saúde serão responsáveis por: (Origem:
1996/2007, Art. 15) PRT MS/GM 1996/2007, Art. 21)
I - planejar a formação e a educação
Art. 17. As Secretarias de Saúde dos permanente de trabalhadores em saúde
Estados, do Distrito Federal e dos necessários ao SUS no seu âmbito de
Municípios manterão à disposição da gestão, contando com a colaboração das
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Comissões de Integração Ensino-Serviço;
Educação na Saúde (SGTES), do (Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art.
Ministério da Saúde, e dos órgãos de 21, I)
fiscalização e controle todas as II - estimular, acompanhar e regular a

105
Enfermeiro

utilização dos serviços de saúde em seu coletiva; (Origem: PRT MS/GM


âmbito de gestão para atividades 198/2004, Art. 1º, Parágrafo Único, I)
curriculares e extracurriculares dos cursos II - mobilizar a formação de gestores de
técnicos, de graduação e pós-graduação na sistemas, ações e serviços para a
saúde; e (Origem: PRT MS/GM integração da rede de atenção como cadeia
1996/2007, Art. 21, II) de cuidados progressivos à saúde (rede
III - articular, junto às Instituições de única de atenção intercomplementar e de
Ensino Técnico e Universitário, mudanças acesso ao conjunto das necessidades de
em seus cursos técnicos, de graduação e saúde individuais e coletivas); (Origem:
pós-graduação de acordo com as PRT MS/GM 198/2004, Art. 1º, Parágrafo
necessidades do SUS, estimulando uma Único, II)
postura de corresponsabilidade sanitária. III - propor políticas e estabelecer
(Origem: PRT MS/GM 1996/2007, Art. negociações interinstitucionais e
21, III) intersetoriais orientadas pelas
necessidades de formação e de
Art. 20. A Comissão Nacional de desenvolvimento e pelos princípios e
Acompanhamento da Política Nacional de diretrizes do SUS, não substituindo
Educação Permanente em Saúde tem por quaisquer fóruns de formulação e decisão
atribuição formular políticas nacionais e sobre as políticas de organização da
definir as prioridades nacionais em atenção à saúde; (Origem: PRT MS/GM
educação na saúde, e será composta por 198/2004, Art. 1º, Parágrafo Único, III)
gestores das três esferas de governo, além IV - articular e estimular a
de atores do controle social, das transformação das práticas de saúde e de
instituições de ensino e de trabalhadores educação na saúde no conjunto do SUS e
dos serviços e suas respectivas das instituições de ensino, tendo em vista
representações. (Origem: PRT MS/GM a implementação das diretrizes
1996/2007, Art. 22) curriculares nacionais para o conjunto dos
cursos da área da saúde e a transformação
CAPÍTULO II de toda a rede de serviços e de gestão em
DOS POLOS DE EDUCAÇÃO rede-escola; (Origem: PRT MS/GM
PERMANENTE EM SAÚDE PARA O 198/2004, Art. 1º, Parágrafo Único, IV)
SUS V - formular políticas de formação e
desenvolvimento de formadores e de
Art. 21. A condução locorregional da formuladores de políticas, fortalecendo a
Política Nacional de Educação capacidade docente e a capacidade de
Permanente em Saúde será efetivada gestão do SUS em cada base
mediante um Colegiado de Gestão locorregional; (Origem: PRT MS/GM
configurado como Polo de Educação 198/2004, Art. 1º, Parágrafo Único, V)
Permanente em Saúde para o SUS VI - estabelecer a pactuação e a
(instância interinstitucional e negociação permanentes entre os atores
locorregional/roda de gestão) com as das ações e serviços do SUS, docentes e
funções de: (Origem: PRT MS/GM estudantes da área da saúde; e (Origem:
198/2004, Art. 1º, Parágrafo Único) PRT MS/GM 198/2004, Art. 1º, Parágrafo
I - identificar necessidades de formação Único, VI)
e de desenvolvimento dos trabalhadores de VII - estabelecer relações cooperativas
saúde e construir estratégias e processos com as outras articulações locorregionais
que qualifiquem a atenção e a gestão em nos estados e no País. (Origem: PRT
saúde e fortaleçam o controle social no MS/GM 198/2004, Art. 1º, Parágrafo
setor na perspectiva de produzir impacto Único, VII)
positivo sobre a saúde individual e

106
Enfermeiro

Art. 22. Poderão compor os Polos de resolução do respectivo Conselho Estadual


Educação Permanente em Saúde para o de Saúde. (Origem: PRT MS/GM
SUS: (Origem: PRT MS/GM 198/2004, 198/2004, Art. 3º)
Art. 2º)
I - gestores estaduais e municipais de Art. 24. Nos Estados com vários Polos
saúde e de educação; (Origem: PRT de Educação Permanente em Saúde para o
MS/GM 198/2004, Art. 2º, I) SUS, cabe à Secretaria Estadual de Saúde
II - instituições de ensino com cursos na (SES) a iniciativa de reuni-los
área da saúde; (Origem: PRT MS/GM periodicamente para estimular a
198/2004, Art. 2º, II) cooperação e a conjugação de esforços, a
III - escolas técnicas, escolas de saúde não fragmentação das propostas e a
pública e demais centros formadores das compatibilização das iniciativas com a
secretarias estaduais ou municipais de política estadual e nacional de saúde,
saúde; (Origem: PRT MS/GM 198/2004, atendendo aos interesses e necessidade do
Art. 2º, III) fortalecimento do SUS e da Reforma
IV - núcleos de saúde coletiva; Sanitária Brasileira e sempre respeitando
(Origem: PRT MS/GM 198/2004, Art. 2º, as necessidades locais. (Origem: PRT
IV) MS/GM 198/2004, Art. 4º)
V - hospitais de ensino e serviços de Parágrafo Único. Poderá ser criado um
saúde; (Origem: PRT MS/GM 198/2004, Colegiado ou Fórum dos Polos. (Origem:
Art. 2º, V) PRT MS/GM 198/2004, Art. 4º, Parágrafo
VI - estudantes da área de saúde; Único)
(Origem: PRT MS/GM 198/2004, Art. 2º,
VI) Art. 25. Cada Polo de Educação
VII - trabalhadores de saúde; (Origem: Permanente em Saúde para o SUS será
PRT MS/GM 198/2004, Art. 2º, VII) referência e se responsabilizará por um
VIII - conselhos municipais e estaduais determinado território, que a ele se
de saúde; e (Origem: PRT MS/GM vinculará para apresentar necessidades de
198/2004, Art. 2º, VIII) formação e desenvolvimento. (Origem:
IX - movimentos sociais ligados à PRT MS/GM 198/2004, Art. 5º)
gestão das políticas públicas de saúde. Parágrafo Único. A definição dos
(Origem: PRT MS/GM 198/2004, Art. 2º, territórios locorregionais se fará por
IX) pactuação na Comissão Intergestores
Parágrafo Único. Outras instituições Bipartite e aprovação no Conselho
poderão pedir sua integração, cabendo ao Estadual de Saúde em cada Estado, não
Colegiado de Gestão o encaminhamento podendo restar nenhum município sem
das inclusões. (Origem: PRT MS/GM referência a um Polo de Educação
198/2004, Art. 2º, Parágrafo Único) Permanente em Saúde para o SUS.
(Origem: PRT MS/GM 198/2004, Art. 5º,
Art. 23. O Colegiado de Gestão de cada Parágrafo Único)
Polo de Educação Permanente em Saúde Art. 26. A Política Nacional de
para o SUS será composto por Educação Permanente em Saúde, como
representantes de todas as instituições uma estratégia do SUS para a formação e
participantes e poderá contar com um desenvolvimento de trabalhadores para o
Conselho Gestor que será constituído por setor, pela esfera federal, será financiada
representantes do gestor estadual (direção com recursos do Orçamento do Ministério
regional ou similar), dos gestores da Saúde. (Origem: PRT MS/GM
municipais (Cosems), do gestor do 198/2004, Art. 6º)
município sede do Polo, das instituições de Parágrafo Único. A principal
ensino e dos estudantes, formalizado por mobilização de recursos financeiros do

107
Enfermeiro

Ministério da Saúde para a implementação SUS, sob a responsabilidade da Secretaria


da política de formação e desenvolvimento de Gestão do Trabalho e da Educação na
dos trabalhadores de saúde para o SUS Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde,
será destinada à implementação dos com o objetivo de promover a pactuação
projetos dos Polos de Educação interinstitucional e intersetorial em torno
Permanente em Saúde para o SUS das diretrizes políticas gerais da educação
pactuados pelo Colegiado de Gestão de permanente em saúde no âmbito do SUS,
cada Polo, CIB e CES de cada Estado, bem como de seu acompanhamento e
assegurando as diretrizes para proposição das diretrizes de avaliação.
implementação da Política Nacional de (Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art.
Educação Permanente em Saúde, 1º) (Origem: PRT MS/GM 198/2004, Art.
estabelecidas nacionalmente. (Origem: 8º)
PRT MS/GM 198/2004, Art. 6º, § 2º)
Art. 29. São atribuições da Comissão
Art. 27. Os projetos apresentados pelos Nacional de Acompanhamento da Política
Polos de Educação Permanente em Saúde de Educação Permanente em Saúde para o
para o SUS serão acreditados pelo Sistema Único de Saúde (SUS): (Origem:
Ministério da Saúde, de acordo com as PRT MS/GM 1055/2005, Art. 2º)
"Orientações e Diretrizes para a I - propor prioridades, métodos e
Operacionalização da Política Nacional de estratégias para a integração entre ensino
Educação Permanente em Saúde como das profissões da saúde, gestão do SUS,
estratégia do SUS para a formação e o serviços de saúde e participação popular
desenvolvimento dos trabalhadores para o na saúde; (Origem: PRT MS/GM
setor" ( Anexo 1 do Anexo XL ), 1055/2005, Art. 2º, I)
produzidas em conformidade com os II - propor estratégias e métodos de
documentos aprovados no Conselho articulação com os órgãos educacionais e
Nacional de Saúde e os documentos do SUS, bem como com entidades
pactuados na Comissão Intergestores representativas da formação de recursos
Tripartite. (Origem: PRT MS/GM humanos na área da saúde; e (Origem:
198/2004, Art. 7º) PRT MS/GM 1055/2005, Art. 2º, II)
Parágrafo Único. O Ministério da III - contribuir técnica e
Saúde oferecerá o acompanhamento e operacionalmente com a formulação e
assessoramento necessários para que todos avaliação da política de formação e
os projetos apresentados contemplem as desenvolvimento de recursos humanos
diretrizes de validação previstas e os para a saúde. (Origem: PRT MS/GM
critérios pactuados para tanto, de forma a 1055/2005, Art. 2º, III)
assegurar que nenhum projeto seja
excluído. (Origem: PRT MS/GM Art. 30. A Comissão Nacional de
198/2004, Art. 7º, Parágrafo Único) Acompanhamento da Política de Educação
Permanente em Saúde será composta pelos
CAPÍTULO III seguintes representantes: (Origem: PRT
DA COMISSÃO NACIONAL DE MS/GM 1055/2005, Art. 3º)
ACOMPANHAMENTO DA I - Ministério da Saúde: (Origem: PRT
POLÍTICA DE EDUCAÇÃO MS/GM 1055/2005, Art. 3º, I)
PERMANENTE EM SAÚDE PARA O a) Secretaria de Gestão do Trabalho e
SUS da Educação na Saúde; (Origem: PRT
MS/GM 1055/2005, Art. 3º, I, a)
Art. 28. Fica instituída a Comissão b) Secretaria de Atenção à Saúde;
Nacional de Acompanhamento da Política (Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art.
de Educação Permanente em Saúde para o 3º, I, b)

108
Enfermeiro

c) Secretaria-Executiva; (Origem: PRT de Enfermagem; (Origem: PRT MS/GM


MS/GM 1055/2005, Art. 3º, I, c) 1055/2005, Art. 3º, IX, c)
II - Ministério da Educação: (Origem: X - Articulação Nacional de
PRT MS/GM 1055/2005, Art. 3º, II) Movimentos e Práticas de Educação
a) Secretaria de Ensino Superior; Popular na Saúde; (Origem: PRT MS/GM
(Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art. 1055/2005, Art. 3º, X)
3º, II, a) XI - Mesa Nacional de Negociação
b) Secretaria de Educação Profissional Permanente do SUS. (Origem: PRT
e Tecnológica; (Origem: PRT MS/GM MS/GM 1055/2005, Art. 3º, XI)
1055/2005, Art. 3º, II, b) Parágrafo Único. A Comissão poderá
III - Conselho Nacional de Saúde; convidar outros técnicos e dirigentes para
(Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art. participarem de suas reuniões, em função
3º, III) da especificidade do tema a ser tratado.
IV - Conselho Nacional de Secretários (Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art.
de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 3º, Parágrafo Único)
1055/2005, Art. 3º, IV)
V - Conselho Nacional de Secretários Art. 31. A coordenação dos trabalhos
Municipais de Saúde; (Origem: PRT da Comissão ficará a cargo da Secretaria
MS/GM 1055/2005, Art. 3º, V) de Gestão do Trabalho e da Educação na
VI - Fórum de Pró-Reitores de Saúde, do Ministério da Saúde, que
Extensão; (Origem: PRT MS/GM oferecerá o apoio técnico e operacional
1055/2005, Art. 3º, VI) necessário à realização dos trabalhos.
VII - Fórum de Pró-Reitores de (Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art.
Graduação; (Origem: PRT MS/GM 4º)
1055/2005, Art. 3º, VII) Parágrafo Único. A Comissão terá
VIII - Fórum Nacional de Educação das autonomia para a determinação de
Profissões da Área da Saúde: (Origem:
PRT MS/GM 1055/2005, Art. 3º, VIII) subgrupos, de acordo com temas e
a) Associação Brasileira de Educação necessidades do trabalho. (Origem: PRT
Médica; (Origem: PRT MS/GM MS/GM 1055/2005, Art. 4º, Parágrafo
1055/2005, Art. 3º, VIII, a) Único)
b) Associação Brasileira de [...]
Enfermagem; (Origem: PRT MS/GM
1055/2005, Art. 3º, VIII, b) Questões
c) Associação Brasileira de Ensino de
Psicologia; (Origem: PRT MS/GM 01. (Prefeitura de Guaraciara/SC –
1055/2005, Art. 3º, VIII, c) Psicólogo - AMEOSC/2022) A Educação
d) Associação Brasileira de Hospitais Permanente em Saúde se configura como
Universitários e de Ensino (ABRAHUE); uma proposta de aprendizagem no
(Origem: PRT MS/GM 1055/2005, Art. trabalho, onde o aprender e o ensinar se
3º, VIII, d) incorporam ao cotidiano das organizações.
IX - Movimento Estudantil da Área da (Ministério da Saúde, 2018).
Saúde: (Origem: PRT MS/GM 1055/2005, A condução regional da Política
Art. 3º, IX) Nacional de Educação Permanente em
a) Direção Executiva Nacional dos Saúde dar-se-á por meio dos (as):
Estudantes de Medicina; (Origem: PRT A - Conselhos Municipais de Saúde.
MS/GM 1055/2005, Art. 3º, IX, a) B - Comissões Intergestores Regional.
b) Direção Executiva Nacional dos C - Secretarias Municipais de Educação
Estudantes de Odontologia; (Origem: PRT e Saúde.
MS/GM 1055/2005, Art. 3º, IX, b) D - Colegiados de Gestão Regional.
c) Executiva Nacional dos Estudantes

109
Enfermeiro

02. (Prefeitura de Marco/CE – organizativo do Sistema Único de Saúde


Agente de Combate às Endemias – (SUS) a participação comunitária, a
ESP/CE/2022) A Política Nacional de Constituição Federal de 1988 apontou para
Educação Permanente em Saúde - PNEPS a relevância da inserção da população
elaborou orientações e diretrizes para brasileira na formulação de políticas
assegurar Educação Permanente dos públicas em defesa do direito à saúde. Além
trabalhadores para o Sistema Único de disso, atribuiu importância a instâncias
Saúde. A definição de uma política de populares na fiscalização e controle das
formação e desenvolvimento para o ações do Estado, considerando as
Sistema Único de Saúde, seja no âmbito especificidades de cada região brasileira.
nacional, estadual, regional, e mesmo A participação social é também
municipal, deve considerar o conceito de denominada “participação comunitária” no
Educação Permanente em Saúde. Baseado contexto da saúde, sendo estabelecida e
nesses conceitos, assinale a alterativa regulada pela Lei nº 8.142/90, a partir da
correta: criação de Conselhos de Saúde e
A - A Educação Permanente é a Conferências de Saúde, nas três esferas de
aprendizagem no processo escolar, onde o governo, bem como de colegiados de gestão
aprender e o ensinar se incorporam ao nos serviços de saúde. Busca-se, desta
cotidiano educacional. maneira, que atores sociais historicamente
B - A Educação Permanente se baseia na não incluídos nos processos decisórios do
aprendizagem significativa e na país participem, com o objetivo de
possibilidade de transformar as práticas influenciarem a definição e a execução da
profissionais. política de saúde.
C - A Educação Permanente é feita a Os Conselhos de Saúde são órgãos
partir dos problemas simulados em deliberativos que atuam como espaços
laboratórios de prática não levando em participativos estratégicos na reivindicação,
consideração os conhecimentos e as formulação, controle e avaliação da
experiências que as pessoas já têm. execução das políticas públicas de saúde. Já
D - A Educação Permanente propõe que as Conferências de Saúde consistem em
os processos de educação dos trabalhadores fóruns públicos que acontecem de quatro
da saúde se façam a partir de estudos de em quatro anos, por meio de discussões
casos inspirados na literatura, e considera realizadas em etapas locais, estaduais e
que as necessidades de formação e nacional, com a participação de segmentos
desenvolvimento dos trabalhadores sejam sociais representativos do SUS
pautadas pelas necessidades das empresas (prestadores, gestores, trabalhadores e
públicas e privadas. usuários), para avaliar e propor diretrizes
para a formulação da política de saúde.
Alternativas Juntamente com a gestão destas
01.D / 02.B instâncias e de outras redes de articulação
em prol da garantia da participação social,
A organização social e comunitária o desafio que se coloca é a criação de uma
eficiente rede de informação e comunicação
ao cidadão sobre estes espaços de
participação. E mais, do cidadão perceber-
Participação Social e Organização se como ator fundamental na reivindicação
Comunitária pelo direito à saúde.
Segundo a Wikipédia, uma organização
Ao estabelecer como princípio2526 comunitária ou organização local é a ação

25
https://pensesus.fiocruz.br/participacao-social content/uploads/2018/12/capitulo1_final.pdf
26
http://aguamaisacesso.com.br/wp-

110
Enfermeiro

conjunta de cidadãos de uma determinada B - a participação social permite que a


região para obter e/ou realizar melhorias sociedade fiscalize as ações do governo.
para a população (comunidade). Trata-se, C - são mecanismos de participação
portanto, de uma forma de atuação e social: audiência pública, ação popular e
ativismo para atender demandas comuns ação civil pública.
identificadas, superar desafios e gerar D - os Conselhos de Saúde são instâncias
oportunidades para as comunidades. deliberativas do Sistema Único de Saúde e,
As organizações comunitárias, quando assim, de controle social.
legalmente constituídas, tornam-se E - as Conferências estaduais e
Associações ou Cooperativas (caso estas municipais de saúde são instâncias não
tenham fins de produção). deliberativas do Sistema Único de Saúde
O sentido de se organizar uma e, assim, de participação social.
associação é a existência de problemas
concretos para os quais a união das Alternativas
pessoas é a solução mais eficaz para 01.D
resolvê-los. Somar esforços, dinheiro,
equipamentos, vontade e desejo de várias
pessoas torna tudo mais fácil, mais barato Os Conselhos de Saúde
e possível de ser realizado. Esse é o
fundamento essencial do processo
associativo: a soma de esforços
proporcionando soluções mais eficazes Prezado (a) candidato (a) este assunto foi
para problemas coletivos. abordado no tópico A participação da
comunidade na gestão do Sistema Único
“A mobilização social é muitas vezes de Saúde (SUS) e as transferências
confundida com manifestações públicas, intergovernamentais de recursos
com a presença das pessoas em uma financeiros na área da saúde - Lei nº
praça, passeata, concentração. Mas isso 8.142/1990.
não caracteriza uma mobilização. A
mobilização ocorre quando um grupo de
pessoas, uma comunidade ou uma O Pacto pela Saúde
sociedade decide e age com um objetivo
comum, buscando, quotidianamente,
resultados decididos e desejados por
todos.” (Mobilização Social: um modo de Pacto pela Saúde
construir a democracia e a participação,
Bernardo Toro, p.05, 1996.) I. Pacto pela Vida
O Pacto pela Vida27 é o compromisso
Questões entre os gestores do SUS em torno de
prioridades que apresentam impacto sobre
01. (SES/RS – Administrador – a situação de saúde da população
Edital n°15 - FAURGS/2022) Quanto aos brasileira.
conceitos de controle social e participação A definição de prioridades deve ser
social, é correto afirmar que estabelecida por meio de metas nacionais,
A - o controle social visa ao diálogo estaduais, regionais ou municipais.
entre a sociedade civil organizada e o Prioridades estaduais ou regionais podem
governo no processo decisório das ser agregadas às prioridades nacionais,
políticas públicas. conforme pactuação local.
Os estados/regiões/municípios devem

27
https://conselho.saude.gov.br/webpacto/index.htm

111
Enfermeiro

pactuar as ações necessárias para o alcance informação sobre a Política Nacional de


das metas e dos objetivos propostos. Saúde da Pessoa Idosa para profissionais
de saúde, gestores e usuários do SUS;
São seis as prioridades pactuadas: j. Promoção da
A. Saúde do cooperação nacional e internacional das
Idoso; experiências na atenção à saúde da pessoa
B. Controle do idosa;
câncer do colo do útero e da mama; k. Apoio ao
C. Redução da desenvolvimento de estudos e pesquisas.
mortalidade infantil e materna;
D. Fortalecimento 2. Ações
da capacidade de resposta às doenças estratégicas:
emergentes e endemias, com ênfase na a. Caderneta de
dengue, hanseníase, tuberculose, malária e Saúde da Pessoa Idosa - instrumento de
influenza; cidadania com informações relevantes
E. Promoção da sobre a saúde da pessoa idosa,
Saúde; possibilitando um melhor
F. Fortalecimento acompanhamento por parte dos
da Atenção Básica. profissionais de saúde.
b. Manual de
Saúde do Idoso Atenção Básica à Saúde da Pessoa Idosa -
Para efeitos deste Pacto será considerada para indução de ações de saúde, tendo por
idosa a pessoa com 60 anos ou mais. referência as diretrizes contidas na Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
1. O trabalho c. Programa de
nesta área deve seguir as seguintes Educação Permanente à Distância -
diretrizes: implementar programa de educação
a. Promoção do permanente na área do envelhecimento e
envelhecimento ativo e saudável; saúde do idoso, voltado para profissionais
b. Atenção que trabalham na rede de atenção básica à
integral e integrada à saúde da pessoa saúde, contemplando os conteúdos
idosa; específicos das repercussões do processo
c. Estímulo às de envelhecimento populacional para a
ações intersetoriais, visando a saúde individual e para a gestão dos
integralidade da atenção; serviços de saúde.
d. A implantação d. Acolhimento -
de serviços de atenção domiciliar; reorganizar o processo de acolhimento à
e. O acolhimento pessoa idosa nas unidades de saúde, como
preferencial em unidades de saúde, uma das estratégias de enfrentamento das
respeitado o critério de risco; dificuldades atuais de acesso.
f. Provimento de e. Assistência
recursos capazes de assegurar qualidade Farmacêutica - desenvolver ações que
da atenção à saúde da pessoa idosa; visem qualificar a dispensação e o acesso
g. Fortalecimento da população idosa.
da participação social; f. Atenção
h. Formação e Diferenciada na Internação - instituir
educação permanente dos profissionais de avaliação geriátrica global realizada por
saúde do SUS na área de saúde da pessoa equipe multidisciplinar, a toda pessoa
idosa; idosa internada em hospital que tenha
i. Divulgação e aderido ao Programa de Atenção

112
Enfermeiro

Domiciliar. prevalentes.
g. Atenção d. Criação de
domiciliar – instituir esta modalidade de comitês de vigilância do óbito em 80% dos
prestação de serviços ao idoso, valorizando municípios com população acima de 80.000
o efeito favorável do ambiente familiar no habitantes, em 2006.
processo de recuperação de pacientes e os
benefícios adicionais para o cidadão e o Objetivos e metas para a redução da
sistema de saúde. mortalidade materna
a. Reduzir em 5%
Controle do Câncer do Colo do Útero a razão da mortalidade materna, em 2006.
e da Mama: b. Garantir
1. Objetivos e insumos e medicamentos para tratamento
metas para o Controle do Câncer do Colo das síndromes hipertensivas no parto.
do Útero: c. Qualificar os
a. Cobertura de pontos de distribuição de sangue para que
80% para o exame preventivo do câncer do atendam às necessidades das maternidades
colo do útero, conforme protocolo, em e outros locais de parto.
2006.
b. Incentivo para Fortalecimento da capacidade de
a realização da cirurgia de alta frequência, resposta às doenças emergentes e
técnica que utiliza um instrumental especial endemias, com ênfase na dengue,
para a retirada de lesões ou parte do colo hanseníase, tuberculose, malária e
uterino comprometido (com lesões intra- influenza
epiteliais de alto grau) com menor dano 1. Objetivos e
possível, que pode ser realizada em metas para o controle da dengue:
ambulatório, com pagamento diferenciado, a. Plano de
em 2006. Contingência para atenção aos pacientes,
elaborado e implantado nos municípios
2. Metas para o prioritários, em 2006;
Controle do Câncer da mama: b. Reduzir para
a. Ampliar para menos de 1% a infestação predial por Aedes
60% a cobertura de mamografia, conforme aegypti em 30% dos municípios prioritários
protocolo. até 2006.
b. Realizar a
punção em 100% dos casos necessários, 2. Meta para a
conforme protocolo. eliminação da hanseníase:
a. Atingir o
patamar de eliminação como problema de
Redução da mortalidade infantil e saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por
materna 10.000 habitantes em todos os municípios
1. Objetivos e metas para a redução da prioritários, em 2006.
mortalidade infantil
a. Reduzir a 3. Metas para o
mortalidade neonatal em 5%, em 2006. controle da tuberculose:
b. Reduzir em a. Atingir pelo
50% os óbitos por doença diarreica e 20% menos 85% de cura de casos novos de
por pneumonia, em 2006. tuberculose bacilífera diagnosticados a
c. Apoiar a cada ano.
elaboração de propostas de intervenção 4. Meta para o controle da malária
para a qualificação da atenção às doenças a. Reduzir em 15% a Incidência

113
Enfermeiro

Parasitária Anual, na região da Amazônia c. Consolidar e


Legal, em 2006. qualificar a estratégia de Saúde da Família
5. Objetivo para o controle da Influenza nos pequenos e médios municípios;
a. Implantar Plano de Contingência, d. Ampliar e
unidades sentinelas e o sistema de qualificar a estratégia de Saúde da Família
informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. nos grandes centros urbanos;
e. Garantir a
Promoção da saúde, com ênfase na infra-estrutura necessária ao
atividade física regular e alimentação funcionamento das Unidades Básicas de
saudável Saúde, dotando-as de recursos materiais,
1. Objetivos: equipamentos e insumos suficientes para o
a. Elaborar e conjunto de ações propostas para estes
implementar uma Política de Promoção da serviços;
Saúde, de responsabilidade dos três f. Garantir o
gestores; financiamento da Atenção Básica como
b. Enfatizar a responsabilidade das três esferas de gestão
mudança de comportamento da população do SUS;
brasileira de forma a internalizar a g. Aprimorar a
responsabilidade individual da prática de inserção dos profissionais da Atenção
atividade física regular, alimentação Básica nas redes locais de saúde, por meio
adequada e saudável e combate ao de vínculos de trabalho que favoreçam o
tabagismo; provimento e fixação dos profissionais;
c. Articular e h. Implantar o
promover os diversos programas de processo de monitoramento e avaliação da
promoção de atividade física já existentes Atenção Básica nas três esferas de
e apoiar a criação de outros; governo, com vistas à qualificação da
d. Promover gestão descentralizada;
medidas concretas pelo hábito da i. Apoiar
alimentação saudável; diferentes modos de organização e
e. Elaborar e fortalecimento da Atenção Básica que
pactuar a Política Nacional de Promoção da considere os princípios da estratégia de
Saúde que contemple as especificidades Saúde da Família, respeitando as
próprias dos estados e municípios devendo especificidades loco-regionais.
iniciar sua implementação em 2006.
Questões
Fortalecimento da Atenção Básica
1. Objetivos 01. (Prefeitura de Presidente
a. Assumir a Prudente/SP – Psicólogo -
estratégia de Saúde da Família como VUNESP/2022) A construção do Pacto
estratégia prioritária para o fortalecimento pela Saúde em 2006 foi estruturada na
da atenção básica, devendo seu definição de prioridades articuladas e
desenvolvimento considerar as diferenças integradas em três componentes: Pacto
loco-regionais; pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e
b. Desenvolver Pacto de Gestão do SUS.
ações de qualificação dos profissionais da Dentre outras, são prioridades do Pacto
atenção básica por meio de estratégias de pela Vida
educação permanente e de oferta de cursos A - reduzir a mortalidade materna,
de especialização e residência infantil neonatal, infantil por doença
multiprofissional e em medicina da diarreica e por pneumonias e implantar a
família; Política Nacional da Pessoa Idosa.

114
Enfermeiro

B - qualificar a estratégia de saúde da verificar e descobrir erros e proceder às


família e implementar projeto permanente advertências e punições.
de mobilização social em defesa do SUS. C - a avaliação sistemática da qualidade
C - garantir incremento de recursos da assistência de enfermagem, devendo ser
orçamentários e financeiros para o SUS e verificada apenas através das anotações de
garantir o financiamento público tripartite. enfermagem no prontuário.
D - definir a responsabilidade sanitária D - a análise dos prontuários,
das instâncias gestoras e implantar a acompanhamento do cliente “in loco” e
Política Nacional de Promoção da Saúde. verificação da compatibilidade entre o
E - definir a responsabilidade sanitária procedimento realizado e os itens
das instâncias gestoras e implantar a cobrados que compõem a conta hospitalar,
Política Nacional de Promoção da Saúde. porém não contribui como um indicativo
de qualidade da assistência.
02. (Prefeitura de Porto Alegre/RS – E - um elemento essencial para mensurar
Técnico em Enfermagem - a qualidade da assistência de Enfermagem,
FUNDATEC/2022) O Pacto pela Vida oferecendo subsídios aos profissionais
está constituído por um conjunto de para reorientar suas atividades,
compromissos sanitários, expressos em estimulando a reflexão individual e
objetivos de processos e resultados e coletiva e nortear o processo de educação
derivados da análise da situação de saúde permanente.
do País e das prioridades definidas pelos
governos federal, estaduais e municipais. 02. (Prefeitura de Balneário de
São prioridades e objetivos do pacto pela Camburiú/SC – Enfermeiro –
vida, EXCETO: FEPESE/2023) No que se refere às
A - Saúde do idoso. atribuições da equipe de enfermagem, é
B - Câncer de útero e de mama. considerada atribuição privativa do
C - Mortalidade infantil e materna. enfermeiro.
D - Elaborar e divulgar a carta dos A - realizar curativos simples.
direitos dos usuários do SUS. B - prestar cuidados de higiene e
E - Promoção da saúde. conforto ao paciente.
C - observar, reconhecer e descrever
Alternativas sinais e sintomas.
D - participar da orientação e supervisão
01.A – 02.D do trabalho de enfermagem em grau
auxiliar.
E - organização e direção dos serviços de
Questões Extras enfermagem e de suas atividades técnicas
e auxiliares nas empresas prestadoras
desses serviços.

03. (Prefeitura de Americana/SP –


01. (Prefeitura de Balneário de Enfermeiro – Avança SP/2023) O evento
Camburiú/SC – Enfermeiro Auditor – epidemiológico que é capaz de alcançar
FEPESE/2023) A auditoria em toda população, é denominada como:
enfermagem é: A – Epidemia
A - a avaliação direta e sistemática da B – Pandemia
assistência prestada por toda equipe de C – Surto.
saúde. D - Endemia.
B - o exame oficial dos registros de E – Epidemiologia
enfermagem com o objetivo de avaliar,

115
Enfermeiro

04. (Prefeitura de Alto Paraíso de Brasil, pois


Goiás/GO – Enfermeiro – A – passou a identificar os fatores
Quadrix/2023) De acordo com a Lei condicionantes e determinantes da saúde
Orgânica da Saúde (Lei n. o 8.080/1990), para promover a assistência às pessoas por
não é um fator determinante e meio de ações de promoção, proteção e
condicionante da saúde o(a) recuperação da saúde.
A – moradia. B – definiu um modelo hospitalocêntrico
B – religião com investimentos em tecnologias e
C – renda. programas especiais de capacitação
D - trabalho. profissional para alcançar níveis de
E - lazer. eficiência máximos.
C – incluiu na gestão hospitalar a
05. (Prefeitura de Alto Paraíso de participação da comunidade como
Goiás/GO – Enfermeiro – princípio para a tomada de decisões sobre
Quadrix/2023) A Lei n.° 8.080/1990 as ações e serviços de saúde.
dispõe sobre as condições para a D - centralizou a direção político-
promoção, a proteção e a recuperação da administrativa do Sistema Único de Saúde
saúde e sobre a organização e o (SUS) como responsabilidade da União.
funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. 07. (Prefeitura de Lavras/MG –
De acordo com essa Lei, é(são) objetivo(s) Enfermeiro – FUNDEP (Gestão de
do SUS a Concursos)/2023) Considerando que a
A – identificação e a divulgação dos Enfermagem representa o maior grupo de
fatores condicionantes e determinantes da profissionais da área da saúde no Brasil,
saúde. assinale a alternativa correta com relação à
B – informação às pessoas, por Lei do Exercício Profissional.
intermédio de ações de promoção, A – Cabe ao técnico de enfermagem
proteção e recuperação da saúde, e a prestar cuidados diretos de Enfermagem a
realização integrada das ações pacientes graves com risco de vida.
assistenciais e das atividades preventivas. B – O enfermeiro participa da orientação
C – participação indireta na viabilização e supervisão do trabalho de Enfermagem e
da política e no cumprimento de projetos em grau auxiliar do médico quando
de saneamento básico. necessário.
D - assistência ao trabalhador portador C – É privativo do enfermeiro o
de doença profissional e do trabalho, não planejamento, organização, coordenação,
incluindo vítimas de acidentes de trabalho. execução e avaliação dos serviços da
E - fiscalização de alimentos, água e assistência de Enfermagem.
bebidas para consumo humano; a inspeção D - A direção do serviço de Enfermagem
e as multas são realizadas pela Agência em uma instituição de saúde deve ser
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), exercida pelo profissional que ocupa o
não pelo SUS. cargo de gestão, independentemente da
sua categoria profissional.
06. (Prefeitura de Lavras/MG –
Enfermeiro – FUNDEP (Gestão de 08. (Prefeitura de Barra Longa/MG –
Concursos)/2023) A regulação das ações Enfermeiro – FUNDEP (Gestão de
e serviços de saúde, em todo o território Concursos)/2023) O Código de Ética dos
nacional, está descrita na Lei Orgânica da profissionais de Enfermagem orienta o
Saúde, nº 8.080/90. exercício profissional, determina
A Lei nº 8080/90 mudou o modelo penalidades e define infrações que podem
organizativo e assistencial de saúde no ocorrer por imperícia, imprudência e

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Enfermeiro

negligência do profissional. C – Organização e direção dos serviços


Diante do julgamento das infrações, são de Enfermagem e de suas atividades
consideradas circunstâncias atenuantes: técnicas e auxiliares nas empresas
A – Ter bons antecedentes criminais e prestadoras desses serviços.
ter agido por coação, sendo inocentado das D – Prevenção e controle sistemático de
consequências dos seus atos. danos físicos que possam ser causados a
B - Ter o infrator procurado pacientes durante a assistência de saúde.
precocemente, espontaneamente e com
eficiência a resolução, evitando ou 11. (AL/MG – Analista Legislativo -
atenuando as consequências dos seus atos. Enfermeiro – FUMARC/2023) Para O
C - Ter cometido a infração profissional de Enfermagem atua com
dolosamente e ter confessado autonomia e em consonância com os
espontaneamente a autoria da infração, princípios éticos e legais, técnico-
evitando danos ao paciente. científicos e teórico-filosóficos; exerce
D - Ter cometido a infração em suas atividades laborais com competência
momento de desequilíbrio emocional, para promoção da saúde do ser humano na
tendo agido sob estresse causado pelo sua integralidade, em consonância com os
ambiente de trabalho e circunstâncias do princípios da eticidade e legalidade. Em
atendimento. relação aos direitos dos profissionais,
conforme o Código de Ética dos
09. (AL/MG – Analista Legislativo - Profissionais de Enfermagem (CEPE), é
Enfermeiro – FUMARC/2023) É INCORRETO afirmar:
VEDADO ao enfermeiro auditor, no A – Posicionar-se contra e denunciar
exercício de suas funções: aos órgãos competentes ações e
A – Acompanhar os procedimentos procedimentos de membros da equipe de
prestados. saúde, quando houver risco de danos
B - Dirigir os serviços de auditoria de decorrentes de imperícia, negligência e
Enfermagem. imprudência ao paciente, visando à
C - Retirar os prontuários ou cópias da proteção da pessoa, da família e da
instituição. coletividade.
D - Visitar e entrevistar o paciente.. B – Recusar-se a executar atividades
que não sejam de sua competência técnica,
10. (AL/MG – Analista Legislativo - científica, ética e legal ou que não
Enfermeiro – FUMARC/2023) A ofereçam segurança ao profissional, à
importância do Enfermeiro no pessoa, à família e à coletividade.
gerenciamento dos Serviços de C – Suspender as atividades,
Enfermagem é alicerçada pela Lei do individuais ou coletivas, quando o local de
Exercício Profissional de Enfermagem trabalho não oferecer condições seguras
(LEPE) 7498, de 25 de junho de 1986, que para o exercício profissional e/ou
dispõe sobre a regulamentação do desrespeitar a legislação vigente,
exercício da Enfermagem, e dá outras ressalvadas as situações de urgência e
providências. Considerando as atividades emergência, devendo formalizar
privativas do enfermeiro, é INCORRETO imediatamente sua decisão por escrito e/ou
afirmar: por meio de correio eletrônico à instituição
A – Consultoria, auditoria e emissão de e ao Conselho Regional de Enfermagem.
parecer sobre matéria de Enfermagem. D – Utilizar-se de veículos de
B – Cuidados de Enfermagem de maior comunicação, mídias sociais e meios
complexidade técnica e que exijam eletrônicos para conceder entrevistas,
conhecimentos de base científica e ministrar cursos, palestras, conferências,
capacidade de tomar decisões imediatas. sobre assuntos de sua competência e/ou

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Enfermeiro

divulgar eventos com finalidade educativa diárias no que compete ao seu cargo.
e de interesse social. Acerca do processo de tomada de decisão
na administração da assistência e do
12. (IIER/SP – Agente Técnico de serviço de enfermagem, assinale a
Assistência à Saúde - Enfermeiro – alternativa correta.
Quadrix/2023) Existe uma medida que A – A técnica heurística de solução de
constata a gravidade de uma doença ao problemas é um exemplo de técnica de
dividir o número de óbitos pelo número de tomada de decisão programada
casos da doença. Essa medida é chamada tradicional.
de B – As etapas do processo de decisão
A – mortalidade. compreendem, nesta ordem, a percepção
B – morbimortalidade do problema, a coleta e a análise dos
C – letalidade. dados, a procura de soluções alternativas,
D – incidência a escolha ou decisão, a redefinição do
E – prevalência problema e a avaliação.
C – A fase de procura de soluções
13. (IIER/SP – Agente Técnico de alternativas exige criatividade e uso de
Assistência à Saúde - Enfermeiro – estratégias de decisão. A política da
Quadrix/2023) De acordo com o instituição, a subjetividade, a
programa nacional de imunização, personalidade ou os processos afetivos
algumas vacinas devem ser aplicadas na pouco influenciam nos serviços de
criança ao nascer. Considerando essa enfermagem das organizações de saúde
informação, assinale a alternativa que atuais.
apresenta essas vacinas. D – Os círculos de controle de
A – BCG e 1.a dose de hepatite B. qualidade tiveram seu início nos Estados
B – BCG e poliomielite Unidos da América e são aplicados em
C – BCG e 1.a dose de DTP grupos grandes de trabalhadores, que
D – DTP e poliomielite realizam tarefas distintas, com o objetivo
E - BCG e rotavírus de trocar experiências e de encontrar
alternativas, de maneira a ajudar nas
14. (IIER/SP – Agente Técnico de tomadas de decisão de diferentes setores.
Assistência à Saúde - Enfermeiro – E - A tomada de decisão exige
Quadrix/2023) A vacina de sarampo, habilidades que possam ser aprendidas e
caxumba, rubéola e varicela (SCRV) praticadas e envolve um processo
previne contra essas patologias. De acordo cognitivo complexo de análise dos
com o calendário de vacinação infantil, a assuntos e de escolha entre diferentes
idade recomendada pelo Programa linhas de ação.
Nacional de Imunização para
administração dessa vacina é Alternativas
A – seis meses de vida. 01.E - 02.E – 03.B – 04.B – 05.A –
B – nove meses de vida. 06A – 07.C – 08.B – 09.C – 10.D – 11.A –
C – doze meses de vida. 12.C – 13.A – 14.D –15.E
D – quinze meses de vida.
E - dezoito meses de vida.

15. (IIER/SP – Agente Técnico de


Assistência à Saúde - Enfermeiro –
Quadrix/2023) Na profissão de
enfermagem, o profissional precisa tomar
certas decisões para executar atividades

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