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O que é gestão em saúde pública?

A gestão em saúde pública é a atividade responsável por acompanhar e liderar projetos


relacionados à manutenção das instituições responsáveis por promover uma população mais
saudável. Isso envolve a gestão de recursos, infraestrutura, insumos e pessoas responsáveis
por promover a saúde dos cidadãos.

Em termos simples, a gestão em saúde pública visa à administração de ações e projetos da


área da saúde e no setor público. Essa atividade, independentemente do país, tem um status
estratégico, afinal, milhões de pessoas — carentes ou não — dependem dela. Sendo assim,
para uma gestão em saúde pública bem-feita, é fundamental haver uma grande organização, a
otimização da produtividade e do tempo, o zelo pelo dinheiro público e uma capacitação
adequada dos profissionais que fazem parte do sistema.

É importante pontuar que, ao falarmos em saúde pública, não é incomum que a primeira
imagem que venha à mente envolva unidades cheias e longas filas de espera. De fato, esse é
um dos maiores desafios, mas é indispensável destacar que o programa de saúde pública do
país é o maior — mundialmente falando —, sendo integralmente gratuito e com abrangência
em todo o Brasil.

Nesse sentido, um bom programa de saúde pública busca promover uma população mais
saudável, um sistema acessível e, principalmente, um atendimento mais eficiente e digno.

Quais são os seus maiores objetivos?

A gestão em saúde desempenha um papel essencial, por exemplo, para a boa administração
dos recursos das diversas instituições de saúde, abrangendo unidades básicas, ambulatórios,
clínicas, hospitais e outras instituições. Nesse contexto, é possível listar como os seus maiores
objetivos:

A personalização do atendimento: com o intuito de demonstrar respeito e atenção,


aumentando a confiança da relação que se estabelece entre médico e paciente;

A otimização do tempo: envolvendo planejamentos, a elaboração de escalas, o uso de


sistemas de compartilhamento de dados, a automatização de processos etc.;

A ordenação das informações: atividade na qual a tecnologia se mostra uma incrível aliada,
pois traz a automação para os diversos processos e centraliza os dados, gerando, inclusive,
relatórios para eventuais análises.

Quais são os principais desafios da gestão em saúde pública?

Uma das medidas mais urgentes atualmente para o Sistema de Saúde Pública é a definição de
estratégias que possam atenuar os problemas provocados pela elevação dos custos, elevar a
eficiência e a qualidade dos atendimentos e, especialmente, suprir a carência dos serviços do
setor. No entanto, para além desses, há outros obstáculos a serem contornados, a saber:

A renegociação dos papéis privados e públicos com o fim de possibilitar a implementação de


ações em prol de um atendimento universal diante da demanda altamente crescente pelos
serviços públicos de saúde;

O expressivo volume de processos judiciais em razão do notório distanciamento entre o direito


à saúde e o que efetivamente é oferecido;

A implementação de mecanismos de regulação eficazes;

A importância de assegurar a qualidade da atenção e da segurança ao paciente, viabilizando o


acesso a amplos cuidados;

A adequação do modelo de atenção para o atendimento das mudanças demográficas e


epidemiológicas do Brasil;

A ausência de mecanismos que promovam a otimização dos recursos financeiros;

A necessidade de reforma da estrutura de financiamento de todo o sistema, com o objetivo de


assegurar igualdade, universalidade e sustentabilidade.

A realidade é que a necessidade de políticas públicas exige uma profunda reformulação na


organização e na gestão de instituições de saúde públicas, visando o benefício da população.
Nesse sentido, para possibilitar a implantação de ações com esse fim, é necessária a
disseminação de uma perspectiva nova que reconheça que os entraves do Sistema Único de
Saúde não serão contornados por meio ações pontuais.

Nesse contexto, o intuito é assegurar a qualidade das prestações à sociedade e a


universalização do atendimento.

O QUE É A SAÚDE PÚBLICA?

A Saúde Pública é definida como “a arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida e
promover a saúde através de esforços organizados da sociedade” (Acheson, 1988; OMS). As
actividades de Saúde Pública visam reforçar o sistema de ação e as melhorias nos serviços de
saúde com o objectivo de manter os cidadãos saudáveis, melhorar a sua saúde e bem estar e
prevenir a sua deterioração. A Saúde Pública foca-se no total espectro de saúde e bem estar e
não apenas na erradicação de certas doenças. 1

1 Definição adaptada da OMS Europa. Link: clicar aqui

O QUE É A SAÚDE PÚBLICA?

E O QUE DEVE FAZER O MÉDICO DE SAÚDE PÚBLICA?

O Médico de Saúde Pública (SP) centra a sua atividade profissional em três pilares essenciais:
promoção da saúde, prevenção da doença e prolongamento da vida saudável.
Para alcançar estes objetivos os médicos de SP devem desenvolver treino e competência nas
10 operações essenciais da saúde pública (EPHO), definidas pela OMS Europa.

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O Colégio de Especialidade em Saúde Pública caracteriza também as competências de um


especialista em Saúde Pública:

Descrever, analisar, interpretar e comunicar tecnicamente o nível de saúde de uma população


e dos grupos que a integram

Desenhar planos de acção e programas de intervenção em saúde, participar na sua


implementação, execução, e avaliação

Vigiar e monitorizar fenómenos e acontecimentos que possam interferir ou fazer perigar a


saúde da população

Supervisionar programas ou actividades que têm por finalidade a defesa, protecção e


promoção da saúde da população

Auditar serviços, programas e projectos de saúde, tendo com referência normas técnicas e de
creditação, nacionais e internacionais

Investigar problemas de saúde com repercussão populacional e seus factores determinantes

Colaborar com os serviços de saúde na análise e transferência de dados e informação de


saúde, designadamente com os serviços de saúde pública de outros níveis

Colaborar com instituições da comunidade cuja actividade é relevante para a saúde

Comunicar à população informação relevante em saúde

Associar conhecimentos das disciplinas da saúde pública com informação técnica específica
sobre o perfil de saúde da população, tendo em vista influenciar políticas de saúde que
defendam, protejam ou promovam a saúde do público

Utilizar ferramentas informáticas de apoio ao planeamento, vigilância, intervenção e


investigação em saúde

Exercer o poder de autoridade de saúde quando para tal for nomeado

Um médico de Saúde Pública (SP) vai além da sua experiência na prática clínica, utilizando o
seu conhecimento médico na saúde das populações. Para isso, um médico de SP tem que ter
ser capaz de desempenhar diversos papéis: epidemiologista, bioestatístico, gestor em saúde,
economista de saúde, consultor em direito da saúde, etc. A linguagem e o racional mudam
drasticamente da prática clinica convencional. Os médicos de Saúde Pública identificam e
intervem em problemas de saúde em larga-escala, tentando resolvê-los antes deles
aparecerem através de evidência científica e políticas de saúde. Por exemplo, ao invés de
tratar doentes com hipertensão, o foco da intervenção em Saúde Pública é reduzir o consumo
de sal (e.g. PÃO.COME).
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

Ano 100% académico. É o regresso ao percurso académico, que assegura que os conceitos
teóricos essenciais em 12 áreas sejam consolidados:

Epidemiologia

Demografia

Bioestatística

Planeamento em saúde

Metodologias da investigação em saúde (especialmente investigação epidemiológica)

Microbiologia e doenças infecciosas com importância em saúde pública

Doenças não-infecciosas com importância em saúde pública

Princípios e técnicas de informática aplicados à saúde pública

Ciências ambientais

Ciências sociais e comportamentais

Ciências económicas

Ciências da comunicação.

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