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GESTÃO DA SAÚDE
RESUMO
A Gestão em Saúde é responsável por cuidar para que todos os recursos e bens
estejam ajustados e integrados ao bom desempenho de atividade e andamento das
instituições de saúde, seja esta instituição do setor privado ou do setor público.
Dessa forma, qualquer organização que esteja relacionada à área de saúde é
resultado da junção de uma equipe multiprofissional, de tecnologia e recursos.
Sendo assim, é preciso que exista uma forma ou método de realizar esse
gerenciamento, para que os atendimentos sejam feitos e entregues de maneira que
satisfaça as necessidades da instituição hospitalar. A efetividade das instituições de
saúde também vai se submeter às relações que constituem pessoas, métodos,
tecnologia, bens e gerenciamento, para executar as atividades organizacionais de
prestação de serviços de atenção e cuidado à saúde. É de fundamental importância
entender como é feita a gestão dos recursos e como eles serão disponibilizados
para todos os indivíduos que fazem parte do corpo da instituição, pois afeta
diretamente a todos, inclusive o bom desempenho do centro de saúde. Existem
algumas normas e princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS), por
isso compete aos poderes que fazem parte do governo, de maneira concomitante,
estabelecerem instrumentos de manejo e análise dos negócios de saúde.
INTRODUÇÃO
*
Possui graduação em Licenciatura em Psicologia pela Universidade Regional do Nordeste (1981), graduação
em Formação de Psicólogo pela Universidade Regional do Nordeste (1982) e mestrado em Educação pela
Universidade Federal da Paraíba (2003). Doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Coimbra -
Portugal (2018).
Além disso, o ambiente em que os usuários devem ser consultados, utilizando
dos serviços, passou a ter necessidade de seguir uma série de normas e regras que
possam transformar e deixar o atendimento mais aconchegante, possibilitando a
sensação de segurança para os pacientes.
De acordo com Borba (2006), o setor de saúde brasileiro está passando, nas
últimas décadas, por uma constante transformação, buscando maneiras diferentes
de alcançar a descentralização das políticas de saúde proposta pelo Sistema Único
de Saúde (SUS).
Os hospitais são ambientes que devem ser observados por diversos
aspectos, sejam eles estruturais, econômicos ou gerenciais, e que possuem certo
grau de complexidade e relevância, uma vez que um gerenciamento relevante é
resultado da união que existe entre esses aspectos.
Uma das maiores fontes de preocupação é o impacto ambiental causado
pelo gerenciamento desses ambientes. A grande parcela de resíduos sólidos que
são gerados diariamente é resultado da quantia exorbitante de recursos usufruídos
por profissionais e pacientes na esfera hospitalar. Essa adversidade na organização
dos hospitais vem se tornando cada vez mais um aspecto que influencia de forma
direta todas as realidades dos que frequentam esses locais.
O lixo hospitalar é uma mistura de vários restos contaminados e o contato
deve ser evitado ao máximo, devido aos riscos de infecção e, por esse motivo, a
maneira como o lixo é descartado deve ser apropriada, com o intuito de reduzir os
impactos ambientais causados por esses resíduos e promover uma melhoria na
qualidade dos serviços oferecidos aos usuários nessas unidades hospitalares.
No Brasil, pode-se dizer que cerca de 2000 mil toneladas de lixo hospitalar
são produzidas por dia, entretanto uma pequena porção desse lixo recebe o
tratamento adequado e chega ao seu destino final. Desse modo, boa parte desse
lixo acaba indo para um destino diferente do que é permitido e apropriado para o lixo
hospitalar.
A remoção dos resíduos sólidos, hospitalares ou residenciais, é muito mais
uma agressão sensorial à visão e ao olfato do que um risco infeccioso. Essa
constatação não diminui a importância da coleta e do tratamento adequado desses
resíduos, apenas situa o problema, racionalmente, no cenário epidemiológico atual,
e evita o desperdício de recursos na prevenção de perigos inexistentes (ZANON,
1990).
Tendo conhecimento que o lixo hospitalar precisa de um descarte correto,
para que não cause prejuízos, existem alguns tipos de descarte eficientes, sendo
eles:
A autoclavagem: que é um método bastante utilizado no Brasil, em que o
equipamento (Autoclave) recebe o lixo em sacos plásticos que, em seguida, são
colocados em uma máquina responsável por esterilizar, a vapor, os resíduos
oriundos dos serviços de saúde.
A incineração: um dos métodos mais utilizados, pois é um tratamento que
queima todos os restos do lixo (por meio de usinas), de modo que as cinzas que
restam, após a realização do processo, geralmente são enterradas em aterros e
monitoradas.
Ambos os métodos possuem riscos e desvantagens, entretanto é necessário
que seja utilizado o que cabe dentro das recomendações que são permitidas e
adequadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O impacto ambiental resultante da elevada produção de resíduos hospitalares
não contribui negativamente somente com o meio ambiente, mas também se pode
dizer que se torna um elemento de impacto econômico na gestão dos hospitais.
Nesse caso, os gestores possuem uma responsabilidade de empenho para alcançar
uma combinação que beneficie o meio ambiente, juntamente com a logística do
local.
Muitas técnicas podem ser postas em prática para que possa ser observada
uma melhora no descarte desses resíduos e como podem ser entendidos. Uma
forma de aplicar isso, na prática, é a educação ambiental.
A educação ambiental é indispensável para que a evolução das propostas de
saneamento básico e saúde coletiva sejam definitivamente uma realidade, uma vez
que é de conhecimento de grande parte da população que a ausência de
saneamento e uma falta de qualidade de saúde coletiva promovem riscos à saúde,
em vários ambientes, para todos aqueles que têm contato direto ou indireto com
resíduos.
Se a gestão do hospital não está suficientemente apta, isso pode ocorrer
devido à falta de gerenciamento, quando instituições não colocam em primeiro plano
contar com profissionais responsáveis nessa área.
Os impactos ambientais acarretados pelo gerenciamento ineficaz dos
resíduos hospitalares podem alcançar proporções inesperadas, com as
contaminações e os índices de infecção hospitalar, chegando a gerar epidemias
devido a contaminações que são causadas no lençol freático.
Dessa maneira, é evidente que a gestão em saúde deve encontrar um
método que seja seguido e que mantenha a harmonia entre as funcionalidades e
gerenciamento de instituições hospitalares. Garantindo, assim, que as relações entre
os aspectos que formam os atendimentos de cuidado à saúde e como esse serviço é
oferecido estejam de acordo com as necessidades e normas dos centros
hospitalares.
O hospital é uma instituição que é composta por um sistema de extrema
complexidade (organizacional). Apesar disso, tem o dever de possuir um caráter
humanitário e hierarquizado que solicita uma divisão de trabalho operativo e
capacitado, em que sua finalidade é viabilizar atenção em conformidade com as
necessidades dos pacientes, sempre fazendo uso dos seus melhores equipamentos,
serviços e recursos disponibilizados pelos profissionais.
A autoridade hospitalar é dividida em setores, e estes em funções e ações :
direção superior, corpo clínico, corpo profissional e diretoria.
Concomitantemente agregados ao desempenho das atividades dos hospitais,
existem profissionais, como os nutricionistas, que acompanham de perto a dieta
alimentar dos pacientes; os psicólogos; os farmacêuticos; serviço social e
fisioterapeutas, de modo que se faz necessária uma equipe multiprofissional.
Essa concepção de saúde, baseada numa perspectiva interdisciplinar e
transdisciplinar, pretende a superação do modelo centrado na doença e o
desenvolvimento de estratégias que abordem a complexidade inerente à saúde.
Agregando conceitos de qualidade de vida, cidadania e inclusão social ao seu
campo de ação, busca superar o reducionismo, apoiando-se no princípio da
integralidade da atenção (FERIOTTI, 2009).
É fundamental mencionar que, além dos serviços realizados pela equipe
multiprofissional, é vital que exista suporte jurídico, profissionais que são
especializados na área de sistemas de informação e outros, para que possam fazer
parte do conjunto das pessoas que compõem o quadro de uma instituição.
Esses alicerces têm indispensável participação no gerenciamento dos
hospitais, visto que oferecem conhecimento e materiais aos técnicos, obtendo
resultados mais eficazes nas atividades realizadas.
As atribuições dos hospitais progrediram com o passar do tempo, de modo
que o hospital deixou de ser um local com poucas funcionalidades, e passou a ser
um centro que acolhe e cuida de várias pessoas que apresentam diferentes
problemas de saúde.
O hospital pode ser classificado a partir de uma série de condições que têm
como finalidade avaliar o funcionamento relacionado aos serviços oferecidos, com
suporte em alguns critérios exigidos e predeterminados, os quais têm em vista
aumentar a qualidade da instituição.
Existem alguns critérios que devem ser analisados para que seja definida a
classificação dos hospitais: o nível de competência, por exemplo, verifica o grau dos
serviços médicos, podendo ser dividido em hospital primário, hospital secundário e
hospital terciário, de modo que cada um deles possua uma especialidade diferente.
Um critério que pode ser considerado para analisar a classificação de
hospitais é quando se refere ao regime de propriedade, isto é, existem hospitais
privados, públicos e filantrópicos.
O hospital particular é sustentado por instituições privadas e os lucros dessa
empresa podem ter fins diferentes, sejam eles destinados à instituição que a
mantém ou apenas utilizados para suprir as necessidades da própria empresa.
Os hospitais filantrópicos são particulares e não têm fins lucrativos, porém são
também contratados para servirem ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Jáos hospitais públicos são dirigidos por uma corporação do governo, seja ela
municipal, estadual ou federal.
É possível apontar o que é chamado de “Hospital Beneficente”, que tem um
conceito bastante parecido com o hospital filantrópico – já que se trata de uma
instituição particular sem fins lucrativos – entretanto seu propósito é conceder auxílio
à saúde para um conjunto de pessoas que necessitam, tendo seu lucro voltado
totalmente para a ajuda daqueles que precisam.
Inspirada no modelo da Casa-mãe de Lisboa, fundada em 1498, por iniciativa
real, a Irmandade de Misericórdia chega ao Brasil em 1543, com a fundação da
Santa Casa de Santos, por Braz Cubas (FIGUEIREDO, 2000). Em seguida,
espalhou-se, criando vários hospitais e se constituindo na base assistencial
hospitalar da colônia, além de servir, mais tarde, como espaço de treinamento para a
formação dos primeiros médicos brasileiros (FERIOTTI, 2009).
As Santas Casas são conhecidas como ambientes de auxílio ao cuidado e
atenção à saúde, atuando juntamente com os hospitais filantrópicos. Essas
unidades atendem a população de forma gratuita, de maneira que são consideradas,
atualmente, um dos grandes aliados e parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS),
quando falamos em tentar garantir o atendimento e qualidade de serviços
oferecidos.
Dessa forma, resta claro que os hospitais são divididos conforme vários
critérios e atendem as diversas necessidades que são apresentadas.
Os hospitais ainda podem ser classificados pelo critério de quantidade de
leitos que possuem, e esse fator, com certeza, está relacionado à especialidade e ao
objetivo que esses centros hospitalares colocam como prioridade. Por exemplo, os
hospitais que dispõem de uma quantidade acima de 500 leitos podem ser
conhecidos como capacidade extra. Esses locais de assistência à saúde, mesmo
que com dimensões diferentes, conservam o mesmo objetivo de proporcionar uma
boa qualidade nos serviços concedidos. Sendo assim, é preciso que haja uma
divisão de tipos de assistências, para que os indivíduos possam ser encaminhados a
centros específicos e que sejam compatíveis com a emergência de cada um.
O Hospital Geral oferece ao paciente atendimento tanto em especialidades
básicas quanto em outras mais específicas, além disso se coloca à disposição para
serviços de urgência e emergência.
As diversas classificações que são aplicadas para determinar a divisão a
respeito dos hospitais são pontos de fundamental importância, uma vez que
contribuem também para melhorar o processo de avaliação de qualidade dos
serviços que são realizados.
Tendo em vista que muitos aspectos influenciam no processo de avaliação de
qualidade de serviços, pode-se dizer que a comunicação é uma boa ferramenta de
melhora. No ambiente hospitalar, a comunicação minimiza os episódios em que os
erros são identificados, além de que é comprovado que há uma melhora na
sensação de segurança transmitida ao paciente. É conhecida por ser uma das
estratégias que funciona e que, se bem empregada pelos gestores, pode aprimorar
o desempenho e a qualidade dos atendimentos de cuidado à saúde, restabelecendo
a sensação de conforto dos pacientes que recebem esse cuidado.
Em ambiente hospitalar, a possibilidade de esquiva e fuga de situações
estressantes diminui, pois muitas vezes essas situações fazem parte do dia a dia da
instituição. Diante dessa realidade, os profissionais utilizam estratégias para
enfrentar situações que causam estresse e desconforto físico e emocional – as
chamadas estratégias de enfrentamento (MATURANA, 2014).
O profissional da saúde, ao refletir sobre as condições e relações de trabalho
e o seu modo de agir, pode se inserir na realidade de uma maneira mais crítica e
consciente. Problematizar e concretizar a humanização do ambiente, mais
especificamente a partir do trabalhador, implica uma reflexão crítica e dialógica dos
princípios e valores que norteiam a prática dos profissionais, de modo a assumirem
sua condição de sujeitos e agentes de transformação (BACKES, 2006).
Essa particularidade nos serviços de saúde exige que o gerenciamento do
local seja estudado com bastante cautela, uma vez que são necessários cuidados
extras ao implantar alguma mudança.
Hospitais e centros especializados em atendimentos à saúde são redes
compostas por diversos setores, profissionais, pacientes que interagem uns com os
outros, diariamente, encarando eventos que abalam diretamente o emocional por
razões diferentes. Assim, torna-se substancial que seja realizado o
acompanhamento de todas as pessoas que frequentam esses locais, sem exceções,
com um atendimento humanizado, que compreende uma explanação diferente
quando se fala da assistência a ser oferecida, seja ao paciente, gestor, funcionários,
proporcionando um trabalho de qualidade elevada.
Dessa maneira, fica bastante evidente a necessidade de que a instituição da
área de saúde possua uma boa equipe de profissionais e gestores, colocando em
prática os planos e metas do hospital.
É perceptível que ao longo dos anos existe uma busca por um enraizamento
de técnicas que visam à qualidade do processo de organização hospitalar,
influenciando, automaticamente, de modo positivo na gestão dos serviços.
Muitos critérios são levados em consideração quanto à classificação dos
hospitais no Brasil, sendo eles utilizados para avaliar instituições hospitalares do
Sistema Único de Saúde (SUS) e também hospitais, que buscam se certificar que
estão aptos a atender as exigências para manter a qualidade de serviços aos
pacientes.
Um dos benefícios que incentivam os hospitais a procurarem e introduzirem
novos projetos de qualidade na assistência à saúde é a diminuição de gastos. Nessa
perspectiva, muitos países impulsionam essa concepção e tentam levar em frente,
buscando gerar nos gestores uma inquietação que faça com que eles desenvolvam
meios e artifícios competentes e capazes de suprir as necessidades, no entanto
mantendo o cuidado para obter o resultado esperado: a redução dos custos.
As maiores causas que levam à existência de problemáticas no
estabelecimento desses métodos de qualidades são os contratempos
organizacionais e econômicos. Métodos esses que podem ser: a utilização de
softwares, profissionais treinados para avaliação de qualidade, entre outros.
O serviço oferecido deve ter estabilidade e segurança na qualidade concedida
ao paciente, uma vez que as pessoas que estão sujeitas a fazer uso são, em sua
maioria, leigas, e não conseguem avaliar imediatamente como está sendo realizado
o serviço e a sua qualidade – e esse é um fator complexo na avaliação.
Devem existir graus de fiscalização de qualidade, pois há uma diversidade
grande de tipos de serviços no ambiente hospitalar. Assim, faz-se necessário ter
conhecimento a respeito do serviço para entender e supervisionar de acordo com o
padrão.
Existem muitos hospitais e instituições que optam por não adotar programas
que regularizam e priorizam a qualidade. Por outro lado, há diversos argumentos
que comprovam que apenas o gerenciamento hospitalar, equipe de
multiprofissionais e colaboradores não são suficientes para garantir a fiscalização de
qualidade. A atitude que leva a iniciativa da interferência desses programas não se
faz de forma direta à equipe médica, mas sim na configuração da administração
hospitalar.
No entanto, a ideia de qualidade surgiu no período do pós-guerra - Segunda
Guerra Mundial – com o advento da modernização industrial por intermédio da
administração científica.
O conceito “Qualidade” tem destaque nas décadas de 80 e 90, através dos
meios de comunicação, fazendo com que as empresas tenham vistas ao futuro, pela
necessidade de sustentabilidade.
No fim do século XIX e início do século XX, ocorre uma revolução no papel e
nas funções do hospital, por conta dos avanços tecnológicos e do aparecimento da
medicina científica (PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S, 2015).
O planejamento, a revisão de processos e o acompanhamento de
performance, assim como melhorias constantes, passaram a ser vitais para o
posicionamento das organizações no mercado. Sistemas de Qualidade foram
adotados na busca de competitividade, de eficiência e eficácia dos processos e dos
altos índices de desempenho com resultados de sucesso (BONATO, 2011).
Dentre as mudanças requeridas, destacam-se: a visão sistêmica da
organização dos seus processos institucionais; a transformação dos indivíduos, com
ações dirigidas por novos paradigmas, buscando autorrealização e inovação; e
estímulo ao desenvolvimento de novas capacidades, da criatividade e alta
produtividade, mobilizando sujeitos mais capazes, criativos e produtivos (BONATO,
2011).
O serviço de saúde e sua administração, no âmbito hospitalar, sempre
apresentaram controvérsias nesse mercado, uma vez que sua matéria-prima é o
doente em busca de cura ou solução para o seu problema, e o produto final é o
resultado da saúde de seu cliente, o que dificulta mensurá-los no mercado
hospitalar.
São aspectos que independem apenas de um bom material para
conseguirmos chegar a um possível resultado final de excelência. Quando se trata
de administração hospitalar, vivenciamos diferentes situações que nos levam a
questionar o que queremos da nossa empresa no nível de satisfação do cliente, e
até que ponto se pode custear essa satisfação para obtermos retorno na receita
(PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S., 2015).
Faz-se necessário lembrar que, ao longo da história da administração
hospitalar, paradigmas foram encontrados nesse mercado, por existirem categorias
médicas que administram as redes hospitalares com visões diferenciadas do
administrador, prevalecendo o regime tecnicista no seu gerenciamento em busca de
resultado do diagnóstico e da cura do cliente.
Observa-se a falta de uma visão mais ampla do contexto situacional que o
mercado experimenta, sem um retorno desse custo e a manutenção desse
gerenciamento. Assim, o que se encontra é a dificuldade no gerenciamento na
administração hospitalar. Desse modo, podemos concluir que a administração
hospitalar nada mais é que uma constante busca de convivência harmoniosa entre a
equipe multidisciplinar de saúde, que se preocupa em salvar a vida do seu cliente, e
o administrador, que precisa oferecer os recursos materiais e tecnológicos de custos
caros, mas em busca de manter a saúde financeira da instituição (PEREIRA, G. S.;
PEREIRA, S. S., 2015).
Considera-se como um dos fatores primordiais para a melhoria da qualidade
de atendimento a compreensão do processo de aprendizagem existente na
organização, sobretudo na geração de ferramentas e metodologias que apoiem o
processo de tomada de decisão.
Nesse sentido, é necessário reconhecer formas de identificação dos
princípios de aprendizagem existentes, em especial na área hospitalar. Observa-se
uma cultura na área médica de discussão e compartilhamento dos modelos. Isso
ocorre por meio de diferentes processos, como a discussão de casos clínicos ou a
criação de protocolos de atendimento. A capacidade de aprender coletivamente é
reforçada pelo compartilhamento dos modelos mentais, fator bastante presente na
área assistencial, mas ainda incipiente na área gerencial da organização (BORBA,
2009).
A área hospitalar está passando por uma transformação de paradigma, que
desconsidera uma visão associada ao atendimento padronizado, – que
compreendia a qualidade como custo, destacava a gestão como controle e
diferenciava a delegação de poder como contrariedade – para uma visão que
procura o melhoramento de modo contínuo, com os recursos direcionados a
conquistar qualidade, melhorias entre departamentos, trabalhando com o conceito
de gerenciamento baseado em evidência, levando em conta o gestor colaborador e
os empregados que vão solucionar os problemas. Nesse novo exemplo, torna-se
imprescindível o ato de tomar decisões estratégicas nas organizações de saúde.
A saúde é um direito fundamental do indivíduo, sendo assim prover
ferramentas que auxiliem a tomada de decisões estratégicas para a melhor gestão
hospitalar contribui para assegurar esse direito.
Os hospitais necessitam de gestão de recursos escassos, que devem ser
utilizados da melhor forma possível para que possam auxiliar o maior número de
pacientes possível. Esses hospitais podem melhorar consideravelmente seus
processos por meio da adequada implementação de um sistema de ERP
(Enterprise Resource Planning – , Sistema de Gestão Integrado) e outros sistemas
integrados.
Um ERP é o alicerce do fluxo de informações. Ele fornece planejamento
avançado, sincronização e colaboração entre fabricantes e distribuidores. Essas
características dificilmente são encontradas em hospitais, de forma que sua
implantação representa uma grande contribuição, não sendo um diferencial
competitivo, mas sim uma necessidade.
Os maiores desafios enfrentados nas implantações dos sistemas
informatizados estão relacionados à motivação para sua adoção tais como:
necessidade de conectar e substituir diferentes sistemas legados; baixa qualidade
de dados, processos de negócio específicos; exigências de infraestrutura e
necessidade de customizações (PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA;
PEREIRA, A. R., 2012).
Um fator que contribui para a complexidade da rastreabilidade da informação
nos hospitais é a falta de padronização de medicamentos e a ausência de protocolos
que possam relacionar tipo de doença com recursos necessários para seu
respectivo tratamento, prejudicando assim o planejamento de compras (o que,
quanto e quando).
Quanto maior a padronização, melhor será a funcionalidade do sistema de
rastreabilidade de materiais. É necessária também uma análise para se determinar
quais os materiais que deverão ser rastreados, a fim de buscar um equilíbrio entre
os custos gerados pelo sistema de rastreabilidade e os benefícios obtidos
(PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).
Vale ressaltar a necessidade de se garantir a integridade das informações
disponibilizadas de modo correto, atualizadas e em tempo hábil para a tomada de
decisões. Para tal, é fundamental a importância de uma política de valorização da
qualidade e segurança no sistema (pelos desenvolvedores e stakeholders), senão
facilmente o engenheiro de software irá esquecê-la ou ignorá-la. Infelizmente, as
drásticas consequências não serão identificadas de momento (PEREIRA, S. R;
PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).Hospitais estão investindo
fortemente em sistemas de gestão com diversos objetivos, entre eles o de
administrar a cadeia de suprimentos. Com um sistema completo de administração
hospitalar, devidamente definido e implantado, é possível um efetivo gerenciamento
de todo o processo de tratamento dos pacientes, auxiliando na tomada de decisão
dos gestores e, consequentemente, na excelência em qualidade. Uma das formas
de um hospital otimizar seus recursos é por meio do redesenho de sua cadeia de
suprimentos e da utilização da TI (Tecnologia da Informação) (PEREIRA, S. R;
PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).
As normas que são colocadas na mesa para conduzir o setor público fazem
com que se torne mais claro o quanto é preciso ser feita uma reavaliação do
gerenciamento, uma vez que, quando colocada em prática, a gestão visa avaliar
como funcionam os meios e as ações.
Não existindo preocupação com os resultados, é o fator que esclarece e
mostra como está o andamento e qualidade dos atendimentos oferecidos em
ambientes hospitalares.
Quando a temática é o setor privado, todos os que fazem parte do corpo da
instituição experimentam a sensação de competitividade entre os que ali estão,
mesmo que cada um execute uma atividade ou cargos distintos na assistência de
serviços de saúde; não se pode comparar com ter que responsabilizar-se com
planos de saúde ou outros tipos de seguros.
O compromisso na procura por alguma forma de competividade – tais como a
contratualização entre componentes e colaboradores – são pontos que devem estar
presentes quando se trata desse aspecto.
O modelo que está em vigor traz a constatação da supressão de uma visão
do todo, seja pelo ato momentâneo da gestão, pela falta de entendimento (ou
ausência de compreensão da situação) das despesas do setor. O gestor do setor
tem uma conduta relativa, com disposição muito baixa para construir novos
movimentos.
A intranquilidade com a competência chega ao ponto de ser repreendida,
como um incentivo ao uso de raciocínio lógico de serviços, mas quando a
competência é um enfoque que passa por análise durante o processo de
gerenciamento tem total lógica buscar por processos e projetos gerenciais capazes e
habilitados a suprir as necessidades.
O apuramento dos custos e despesas não é uma problemática insuperável,
porém sua introdução vai depender da política institucional, e se explica quando
passa a servir para a tomada de decisões.
Conclui-se por ser um fundamento para processos pontuais de redução de
custos, instigados por agentes externos ao setor, com pouca bagagem de
conhecimento a respeito das partes especificas de seus processos, podendo auxiliar
ou não no processo de redução de custos.
Existem inúmeras ferramentas, projetos, métodos e programas que têm como
finalidade tentar garantir o aperfeiçoamento no setor de qualidade e gerenciamento
para inúmeras empresas e instituições, cabendo, então, ao hospital,
independentemente de compatibilizar-se ao setor público ou privado, encontrar um
método que se encaixe com suas respectivas necessidades, ou ainda, tentar
fortalecer e amplificar métodos que sejam desenvolvidos de acordo com os objetivos
do hospital. Tudo isso com o único intuito de melhorar o desempenho e o nível de
qualidade dos serviços de assistência à saúde, que são realizados por centros e
hospitais.
A assistência de serviços hospitalares realizada no Sistema Único de Saúde
(SUS) – setor público – é desenvolvida e apoiada nas necessidades de todos
aqueles da população, com o intuito de comprometer-se com o atendimento e
serviços oferecidos aos pacientes, com a contribuição de um conjunto de
profissionais, que constituem uma equipe multiprofissional; de forma integrada aos
outros aspectos de cuidado, exercidos pela Rede de Atenção à Saúde (RAS) e
com diversas outras políticas que atuem em uma ou mais regiões.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) pode ser tratada como o conjunto de
ações e atos, com o objetivo de prestar assistência à saúde. Esse auxílio requer um
funcionamento complexo e habilidoso, com o propósito de comprovar, de manter a
integralidade da assistência de serviços de apoio à saúde do cidadão, obviamente,
entendendo as normas de cada região onde são desenvolvidas as atividades.
O auxílio tem como objetivo garantir a resolução do cuidado e continuidade
do cuidado, demonstrando certeza em honrar a equidade e a transparência
(princípios), sempre coerente com os acordos estipulados com o Sistema Único de
Saúde (SUS).
A Atenção Hospitalar compreende vários outros aspectos que devem ser
discutidos e compreendidos, para que haja um fácil entendimento de associar os
fatos que fazem ligação, e deixam, diretamente, um lugar ligado ao outro.
Perpetuado por uma conjunção de instabilidades relativas às finanças e ao
dinheiro nos hospitais, o Ministério da Saúde (MS) recomenda a reestruturação do
sistema que constitui a assistência hospitalar, compreendendo as incompatibilidades
e a transformação do padrão empregue na assistência à saúde, não devendo ser
esquecida a participação da assistência hospitalar.
O modelo que era aplicado na realidade brasileira conta com o Programa de
Saúde da Família (PSF), que representa tanto uma estratégia para reverter a forma
atual de prestação de assistência à saúde, como uma proposta de reorganização da
atenção básica, como eixo de reorientação do modelo assistencial, respondendo a
uma nova concepção de saúde, não mais centrada somente na assistência à
doença, mas, sobretudo, na promoção da qualidade de vida e intervenção nos
fatores que a colocam em risco ¾, pela incorporação das ações programáticas de
uma forma mais abrangente e do desenvolvimento de ações intersetoriais (Programa
Saúde da Família, 2000).
Seus princípios, o Programa Saúde da Família, é, nos últimos anos, a mais
importante mudança estrutural já realizada na saúde pública no Brasil. Junto ao
Programa dos Agentes Comunitários de Saúde, com o qual se identifica cada vez
mais, permite a inversão da lógica anterior, que sempre privilegiou o tratamento da
doença nos hospitais (Programa Saúde da Família, 2000).
O novo modelo em vigência estende sua atenção para diversos âmbitos, e a
educação é um deles. Temos conhecimento de que o ambiente hospitalar possui
uma grande capacidade de transmitir conhecimento e assim influencia diretamente
na formação/graduação daqueles que serão futuros profissionais de saúde.
É importante ressaltar que a atenção e o cuidado devem ser estendidos para
além do ato de receber os atendimentos, deve existir a preocupação em manter a
educação dentro dos planos, uma vez que os futuros profissionais, dispõem de uma
ótima fonte de experiência e conhecimento nos hospitais de ensino/universitários.
Os Hospitais de Ensino são instituições de saúde que interessam e possuem
convênio, pois dispõem de uma gama de oportunidades a uma Instituição de
Ensino Superior (IES), seja ela de setor privado ou público.
Esses Hospitais de Ensino prestam auxílio ao setor para a execução de
práticas e atividades de ensino, aplicadas na área da saúde, conforme o
determinado na legislação do Programa de Certificação de Hospitais de Ensino.
As instituições hospitalares têm, claramente, duas finalidades bem definidas:
a primeira delas, e bem essencial é manter a qualidade dos serviços e garantir que
os pacientes tenham melhoras nas suas condições de saúde.
Os hospitais universitários são reconhecidos pela sua fama como unidades
de referência em processos de maior complexidade tecnológica, e são ambientes
de formação de ensino e atividade de significativos tipos de especialidades na área
de saúde, dando ênfase especial aos profissionais que são médicos especialistas e
contribuem nos métodos de engrandecimento e esclarecimento de assistência e
integração tecnológica na saúde.
Essas instituições de ensino, conhecidas como Hospitais Universitários,
possuem seus objetivos bem definidos e claros, a fim de que seja seguida uma linha
de boa organização, influenciando diretamente na qualidade dos serviços oferecidos
nesses centros, podendo citar: garantir, gradativamente e de maneira íntegra, o
aperfeiçoamento da qualidade da atenção e cuidado à saúde com os estudos;
entusiasmar a integração da instituição na pesquisa, no progresso e no
gerenciamento de novas tecnologias na área de saúde, de maneira que esteja
conforme as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS); estimular a
participação e presença dos Hospitais de Ensino nos conteúdos e projetos que têm
como objetivo o alargamento na oferta de profissionais médicos no Sistema Único de
Saúde (SUS).
Os objetivos e princípios que são seguidos pelos Hospitais de Ensino (HE)
buscam garantir que o futuro profissional de saúde tenha acesso a todos os recursos
que são oferecidos dentro dessas instituições, além de desenvolver diversos
programas e projetos que têm finalidade de ampliar as especialidades e experiências
daqueles que irão fazer parte dos ambientes e centros hospitalares.
Mesmo quando forem atingidas as diversas metas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), a aplicação dos seus princípios (e diretrizes) não pode ser
considerada como algo que foi alcançado de maneira completa e total, pois existem
muitos aspectos que ainda necessitam ganhar uma maior visibilidade e um lugar de
prioridade.
Assim, a integralidade e a reestruturação da tecnologia, partindo das formas
mais simplificadas de tecnologia e dos locais de tratamento ampliados, devem ser
entendidas, não só como diretrizes e princípios, mas também de uma maneira
dinâmica e diferente de implantar a saúde.
É importante compreender que uma grande porção dos obstáculos que
dificulta a melhor forma de realização dos serviços executados em ambientes de
atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) refere-se à predominância do
projeto médico de assistência no ato de refletir a saúde dos profissionais que atuam
nessa área.
Posicionando contra esse raciocínio, o princípio da integralidade da atenção e
a reorganização tecnológica argumentam e preservam a atitude de afinidade e maior
contato entre profissionais e usuários, tendo em vista que essas atitudes sejam
então guiadas pelas imprescindibilidades dos pacientes e do coletivo, no geral.
Logo, torna-se óbvio que é necessário, cada vez mais, no âmbito hospitalar, a
implantação de outros vários recursos que tenham impacto positivo na atuação
daqueles profissionais.
Entretanto, não se faz necessário apenas recursos tecnológicos ou materiais,
é imprescindível novas atitudes e formas de pensar, para que possamos conseguir
alcançar um melhor entendimento na relação entre os profissionais, e também não
menos importante, entre pacientes e profissionais, ou seja, deve haver uma
reformulação e adoção de novos métodos e propostas para a harmonia do ambiente
hospitalar, auxiliando com a experiência de inovação na prática da conformação da
tecnologia no ambiente hospitalar, no ponto de vista de suspender com o raciocínio
que impõe barreiras no desempenho da instituição em questão, já que é um
ambiente com benefícios de configuração.
A aplicação no prosseguimento de novas tecnologias e medicamentos, os
quais possuem habilidades e capacidades de solução diagnóstica e terapêutica,
representam impacto maior pelos setores industriais comprometidos com a saúde,
que têm se destacado, particularmente, nas sociedades mais desenvolvidas, onde a
compressão dos usuários a respeito do sistema, traz a indispensabilidade de novas
maneiras de atuação e verificação da origem de produção de serviços médicos e de
assistência à saúde.
A concorrência da produção de serviços realizados a respeito do hospital se
torna algo a ser interrogado, dentro de um ponto de vista de transformação social a
ser considero, em um contexto de estratégia, quanto aos principais fatores
determinantes relacionados à continuidade da sobrevivência e das circunstâncias de
produção e de consumo.
A questão da decisão de aquisição de novas tecnologias médicas assume
importância crucial por parte dos gestores de organizações de saúde, posto que é
preciso considerar informações que possibilitem uma melhor utilização dos recursos
disponíveis.
Atributos relacionados aos vários agentes envolvidos, à capacidade
resolutiva, ao potencial de redução de custos e à cultura e formação dos envolvidos
com a produção passam a fazer parte do processo decisório, e não apenas os
aspectos financeiros, vinculados à opção de compra ou financiamento de
determinada incorporação.
Em consequência, selecionar opções que propiciem as melhores relações
custo-benefício e os melhores desempenhos operacionais, que abram novas
possibilidades de desenvolvimento de conhecimentos, pode vir a demandar novos
modelos de avaliação, em que esses fatores estejam contemplados (QUEIROZ;
BARBOSA, 2003).
Para que sejam feitos esses investimentos na indústria da assistência médica,
é necessário que exista um financiamento capaz de suprir as necessidades e
empurrar o gerenciamento hospitalar para frente.
No Brasil, é possível identificar três formas de financiamento do sistema de
saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS), financiado pelo Estado, o Sistema
Supletivo de Assistência, financiado pelo recolhimento de contribuições contratadas,
e o autofinanciamento, previsto na Constituição Federal, 1988.
A presença concomitante desses modelos, em um mesmo mercado de
assistência, é responsável por uma série de desvios de função. No fundo, pode-se
inferir que o Estado tem uma capacidade limitada de inversão de recursos no
sistema, em razão das suas opções econômicas.
O que se pode observar é uma tendência de privatização das ações de saúde
a alavancar o sistema supletivo, que está mais diretamente vinculado ao ambiente
da produção (cerca de 70% dos planos de saúde estão relacionados a empresas e
trabalhadores da economia formal) (QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
Um dos setores em que ocorrem os maiores investimentos em pesquisa e
desenvolvimento no mundo é o setor químico-farmacêutico. Simultaneamente, a
dominação do setor é exercida por poucos grupos multinacionais,
predominantemente de origem europeia e americana, e o volume de lançamentos de
novos produtos é regulado, nestes países, por agências controladoras da eficácia e
efetividade que seus produtos apresentam.
As sociedades em que se localizam as matrizes desses grupos conseguiram
chegar a um estado de regulação da atividade bastante rigoroso na validação e
aceitação dos fármacos. Outro dado importante é que, nesses países, as leis de
patente e propriedade industrial acabam por limitar o tempo de exclusividade a 15
anos de registro.
Com a média de tempo de liberação dos medicamentos sendo bastante
longa, na prática, essas indústrias usufruem disso e de preços elevados por um
período relativamente curto, após o qual passam a sofrer concorrência de
laboratórios especializados na produção de genéricos de equivalente eficácia
(QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
Logo, com o grande investimento em indústria farmacêutica e tecnológica
voltada para a saúde, deixa evidente o quanto essa área está em crescimento e com
um bom gerenciamento, envolvida com as descobertas, ampliando cada vez mais a
gama de possibilidades.
Semelhante ao que ocorre na indústria farmacêutica, a área de tecnologia
médica também apresenta uma forte concentração de empresas multinacionais. A
diferença é que, nessa área, as empresas mais importantes são da área
eletro/eletrônicas e a saúde não constitui seu principal negócio.
O investimento em pesquisa e desenvolvimento, no entanto, é também
elevado, e um dos objetivos estratégicos dessas empresas, ao investirem nessas
áreas, é a melhoria de sua imagem. Logo, as margens de comercialização dos seus
produtos médicos, não são, em essência, diferentes dos outros produtos que
compõem seu portfólio (QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
A veiculação pela mídia das novidades em tecnologias imprime uma
demanda por novos métodos, por parte dos consumidores, que acaba por encarecer
a assistência. Por outro lado, a tecnologia também tem propiciado, especialmente
nos últimos anos, uma mudança acentuada no modelo de atendimento com redução
da permanência em hospitais, com o crescimento do atendimento ambulatorial mais
complexo e com a introdução de novas formas de atendimento.
Como agente regulador, o poder público tem se pautado, desde a última
década, na criação da legislação, modeladora e balizadora do comportamento dos
demais agentes. Isso pode ser notado, por exemplo, com a reforma legal do sistema
supletivo de saúde e com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), com poder fiscalizatório sobre a produção de produtos usados em saúde
(QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
Logo, depois de obter as informações, torna-se possível entender a
classificação com base em critérios de segurança, essencialidade que dará sentido
às tecnologias no meio da área de saúde.
Investimentos Classe I, cujo caráter principal é a criação de melhores
condições de segurança ao paciente, ao trabalhador e ao ambiente físico,
constituem-se em elemento fundamental ao processo assistencial. São exemplos: as
tecnologias de monitoração e controle de outras tecnologias médicas, de prevenção
e combate a incêndios e de garantia de suprimentos de energia, água e de
manutenção de equipamentos ligados a funções vitais (QUEIROZ; BARBOSA,
2003).
Investimentos Classe II são caracterizados pela sua essencialidade, quer
esteja vinculada a um processo intermediário, quer final da assistência. São
exemplos desse grupo: as tecnologias de diagnóstico por imagem; os sistemas de
suporte ventilatório; os equipamentos utilizados em procedimentos terapêuticos e
intervencionistas e aqueles que direta ou indiretamente sejam responsáveis pela
produção assistencial. Nesse grupo, é possível ainda uma subclassificação em
função do caráter de rentabilidade que a tecnologia propicia.
Investimentos Classe III são caracterizados pela sua não essencialidade ao
processo de assistência, sendo necessário um pareamento de suas incorporações
com as vocações assistenciais da organização.
Investimentos Classe IV são caracterizados pela sua aplicação em pesquisa
médica e desenvolvimento de novos serviços e produtos, e que apresentam um grau
de maior de dificuldade de análise, uma vez que se referem aos procedimentos
ainda não bem estabelecidos no ambiente assistencial (QUEIROZ; BARBOSA,
2003).
As organizações de saúde têm se defrontado com crescentes desafios e
dificuldades, em um ambiente de restrições, cujas pressões dos vários agentes
envolvidos com o sistema se estabelecem em regimes permanentes, e a questão da
incorporação de novas tecnologias demanda novos posicionamentos e a
administração de um volume muito maior de informações que subsidiem o processo
decisório. Entre estas, é possível selecionar dados relativos à evolução
epidemiológica e demográfica da população, aos padrões de remuneração
praticados pelo mercado comprador de serviços e à capacidade de absorção e
aprendizagem disponíveis nos grupos profissionais do hospital, no sentido de
compor um modelo de análise que estabeleça a utilidade e aplicação das novas
tecnologias.
Da mesma forma, o monitoramento das tendências de inserção de novas
tecnologias, especialmente as que demandem mudanças de comportamento médico
e que necessitem de sua participação na implementação de novos processos
assistenciais, deve se constituir em item de preocupação permanente dos
planejadores e gestores de organizações de assistência médico-hospitalar
(QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos parâmetros traçados, tem-se a responsabilidade de entender que a
gestão em saúde é uma rede complexa, que precisa ser bem gerenciada e tem
fundamental importância para um centro hospitalar, uma vez que os resultados
desse aspecto refletem diretamente nos serviços oferecidos pelo Hospital.
Da mesma forma, observou-se que existem diversos fatores e programas que,
ao longo do tempo, contribuíram para a evolução e melhoria do Sistema Único de
Saúde no Brasil.
Por fim, diante do propósito do presente trabalho, restou clarividente a
necessidade de se fazer presente profissionais especializados em gestão em saúde
em todos os centros e unidades de atendimento, a fim de que possa ser atingido o
propósito de alavancar o gerenciamento dos serviços de saúde, juntamente com o
desenvolvimento tecnológico e contemporâneo, que faz parte da realidade atual.
Dessa forma é, pois, capaz de promover um conhecimento claro e aprofundado a
respeito de como a gestão em saúde pode acarretar resultados positivos, e então
tornar cada vez mais dinâmica a relação entre as atividades oferecidas pelo sistema
de saúde e a participação assídua e harmoniosa com os indivíduos.
BIBLIOGRAFIA
C, G. A saúde pública no Brasil. Estud. av. [online]. Vv. 27, n. 78, p.7-26, 2013.
Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 3, p. 316-
319, jun., 2000.