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GESTÃO DA SAÚDE

Joana Áurea Cordeiro Barbosa

Artigo científico
GESTÃO DA SAÚDE

Joana Áurea Cordeiro Barbosa*

RESUMO

A Gestão em Saúde é responsável por cuidar para que todos os recursos e bens
estejam ajustados e integrados ao bom desempenho de atividade e andamento das
instituições de saúde, seja esta instituição do setor privado ou do setor público.
Dessa forma, qualquer organização que esteja relacionada à área de saúde é
resultado da junção de uma equipe multiprofissional, de tecnologia e recursos.
Sendo assim, é preciso que exista uma forma ou método de realizar esse
gerenciamento, para que os atendimentos sejam feitos e entregues de maneira que
satisfaça as necessidades da instituição hospitalar. A efetividade das instituições de
saúde também vai se submeter às relações que constituem pessoas, métodos,
tecnologia, bens e gerenciamento, para executar as atividades organizacionais de
prestação de serviços de atenção e cuidado à saúde. É de fundamental importância
entender como é feita a gestão dos recursos e como eles serão disponibilizados
para todos os indivíduos que fazem parte do corpo da instituição, pois afeta
diretamente a todos, inclusive o bom desempenho do centro de saúde. Existem
algumas normas e princípios que regem o Sistema Único de Saúde (SUS), por
isso compete aos poderes que fazem parte do governo, de maneira concomitante,
estabelecerem instrumentos de manejo e análise dos negócios de saúde.

Palavras-chave: Gestão em saúde. Sistema Único de Saúde. Gestão Hospitalar.


Promoção da saúde. SUS. Gestão em Saúde.

INTRODUÇÃO

A saúde pode ser definida como o estado de inalterabilidade entre o


organismo e o ambiente em que o indivíduo está presente, portanto deve existir uma
organização por parte dos encarregados, para o gerenciamento do centro hospitalar.
Para uma melhor compreensão é necessário termos conhecimento de que, no
início, o Estado cuidava da saúde pública apenas de modo superficial e em
momentos específicos, como em epidemias ou surtos de doenças.

Alguns anos depois, investimentos foram designados para a construção de


hospitais e unidades básicas de atendimento que prestavam serviços na área de
saúde, mas que eram desfrutados apenas por pessoas detentoras de planos de
saúde – serviço considerado como particular.
Assim, tornou-se indispensável que fosse desenvolvido um método capaz de
melhorar esse quadro da saúde, foi quando nasceu o Movimento da Reforma
Sanitária, e com ele a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).

*
Possui graduação em Licenciatura em Psicologia pela Universidade Regional do Nordeste (1981), graduação
em Formação de Psicólogo pela Universidade Regional do Nordeste (1982) e mestrado em Educação pela
Universidade Federal da Paraíba (2003). Doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Coimbra -
Portugal (2018).
Além disso, o ambiente em que os usuários devem ser consultados, utilizando
dos serviços, passou a ter necessidade de seguir uma série de normas e regras que
possam transformar e deixar o atendimento mais aconchegante, possibilitando a
sensação de segurança para os pacientes.

1. O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL

Inicialmente, é fundamental que exista conhecimento a respeito de como


funciona o sistema de saúde no Brasil e seu curso. Entre os anos 1922 até 1987, o
Brasil passava por um período de inconsistência e insegurança no processo de
evolução da saúde, uma vez que, nos primórdios, as responsabilidades do Estado
estavam concentradas em esclarecer casos particulares, como epidemias grandes, e
em campanhas que incentivavam a vacinação.
Por volta de 1980, o Brasil enfrenta um período no qual surgem mudanças de
extrema importância e que fizeram com que o sistema de saúde do Brasil sofresse
uma reconfiguração e remodelação, sendo incorporado à Constituição Federal de
1988 um artigo que evidencia bem a iniciativa de mudança que seria realizada
(CARVALHO, 2013).
Ficou claro que, após algumas alterações e novas alternativas, o sistema de
saúde passou a ter uma dimensão maior, uma vez que, com o novo conceito de
saúde, tornou-se concreto o direito de todos os cidadãos terem acesso íntegro ao
sistema de saúde e seus serviços oferecidos.
É possível observar que a performance se modificaria, para maior e melhor,
quando relacionada às mudanças que foram citadas; outras áreas de atuação foram
agregadas aos princípios sociais e econômicos, conquistando, assim, um modelo de
Sistema Único de Saúde, conhecido como SUS, que possui a finalidade de atender
a todos igualmente.
O Sistema Público de Saúde resultou de décadas de luta, de um movimento
que se denominou Movimento da Reforma Sanitária e foi instituído pela Constituição
Federal (CF) de 1988, consolidado pelas Leis n° 8.080 e n° 8.142. Esse sistema foi
denominado Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Mattos (2009), a Saúde Pública que concorreu para o movimento
sanitário trazia consigo os ventos do desenvolvimentismo. Essa vertente enfatizava
a necessidade de se compreender as relações entre a saúde e o desenvolvimento
econômico e social; defendia o planejamento como central, na atuação do Estado na
saúde, e abria-se para as teses que buscavam a articulação entre a Saúde Pública e
a assistência médica.
A saúde pública do Brasil funciona com a participação do Sistema Único de
Saúde (SUS), que além de ser um avanço importante para todos os cidadãos e para
a história da saúde no Brasil, na situação atual, ainda tenta afrontar e vencer
inúmeros obstáculos que são decorrentes, na maioria dos casos, da ausência de
coerência na gestão de ambientes que contribuem para os serviços na área de
saúde.
Dessa forma, a decadência e a insuficiência na qualidade revelam a grande
importância de um gerenciamento contemporâneo, que seja capaz de atender as
necessidades dos pacientes e dos ambientes hospitalares e clínicos.
No Sistema Único de Saúde, as ações de saúde são formadas por complexas
redes de níveis de poderes, que respeitam a complexidade de atenção,
fundamentada nos princípios da universalidade, integridade e equidade. Esse
Sistema objetiva uma transformação acentuada no modelo de programar,
sistematizar e conduzir as ações e serviços de saúde (ALMEIDA, 2013).
Os três princípios ideológicos que são aplicados no Sistema Único de Saúde
no Brasil são: equidade, integralidade e universalidade.
A integralidade refere-se ao direito que todos os cidadãos brasileiros têm de
acesso à saúde e serviços, sem qualquer tipo de distinção, seja racial, econômica ou
social. Equidade é a iniciativa de diminuir desigualdades, pois todos têm,
igualmente, direito aos serviços oferecidos, entretanto possuem necessidades
diferentes que devem ser enfrentadas. E a universalidade leva em consideração os
indivíduos como um todo, dessa forma, refere-se à condição integral de
compreender com clareza o ser humano na sua universalidade.
Como forma de embasamento para conseguir atingir objetivos e tomar rumos
de como levar o sistema à frente, as diretrizes organizativas têm como finalidade
assegurar o bom desempenho do sistema, que pode acontecer por meio da:
Descentralização e Comando Único, Regionalização e Hierarquização e Participação
Popular.
Essas diretrizes giram em torno de manter o ideal de dividir e distribuir os
poderes entre os três níveis de governo, com propósito de atender as necessidades
e oferecer serviços de alta qualidade, assim como sustentam a ideia de manter a
participação popular por meio de conferências ou campanhas, para que, assim,
todos possam contribuir com suas opiniões e ideias na melhora e inovação dos
serviços de atenção e cuidado à saúde.

1.1 Serviços hospitalares e a Gestão

De acordo com Borba (2006), o setor de saúde brasileiro está passando, nas
últimas décadas, por uma constante transformação, buscando maneiras diferentes
de alcançar a descentralização das políticas de saúde proposta pelo Sistema Único
de Saúde (SUS).
Os hospitais são ambientes que devem ser observados por diversos
aspectos, sejam eles estruturais, econômicos ou gerenciais, e que possuem certo
grau de complexidade e relevância, uma vez que um gerenciamento relevante é
resultado da união que existe entre esses aspectos.
Uma das maiores fontes de preocupação é o impacto ambiental causado
pelo gerenciamento desses ambientes. A grande parcela de resíduos sólidos que
são gerados diariamente é resultado da quantia exorbitante de recursos usufruídos
por profissionais e pacientes na esfera hospitalar. Essa adversidade na organização
dos hospitais vem se tornando cada vez mais um aspecto que influencia de forma
direta todas as realidades dos que frequentam esses locais.
O lixo hospitalar é uma mistura de vários restos contaminados e o contato
deve ser evitado ao máximo, devido aos riscos de infecção e, por esse motivo, a
maneira como o lixo é descartado deve ser apropriada, com o intuito de reduzir os
impactos ambientais causados por esses resíduos e promover uma melhoria na
qualidade dos serviços oferecidos aos usuários nessas unidades hospitalares.
No Brasil, pode-se dizer que cerca de 2000 mil toneladas de lixo hospitalar
são produzidas por dia, entretanto uma pequena porção desse lixo recebe o
tratamento adequado e chega ao seu destino final. Desse modo, boa parte desse
lixo acaba indo para um destino diferente do que é permitido e apropriado para o lixo
hospitalar.
A remoção dos resíduos sólidos, hospitalares ou residenciais, é muito mais
uma agressão sensorial à visão e ao olfato do que um risco infeccioso. Essa
constatação não diminui a importância da coleta e do tratamento adequado desses
resíduos, apenas situa o problema, racionalmente, no cenário epidemiológico atual,
e evita o desperdício de recursos na prevenção de perigos inexistentes (ZANON,
1990).
Tendo conhecimento que o lixo hospitalar precisa de um descarte correto,
para que não cause prejuízos, existem alguns tipos de descarte eficientes, sendo
eles:
A autoclavagem: que é um método bastante utilizado no Brasil, em que o
equipamento (Autoclave) recebe o lixo em sacos plásticos que, em seguida, são
colocados em uma máquina responsável por esterilizar, a vapor, os resíduos
oriundos dos serviços de saúde.
A incineração: um dos métodos mais utilizados, pois é um tratamento que
queima todos os restos do lixo (por meio de usinas), de modo que as cinzas que
restam, após a realização do processo, geralmente são enterradas em aterros e
monitoradas.
Ambos os métodos possuem riscos e desvantagens, entretanto é necessário
que seja utilizado o que cabe dentro das recomendações que são permitidas e
adequadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O impacto ambiental resultante da elevada produção de resíduos hospitalares
não contribui negativamente somente com o meio ambiente, mas também se pode
dizer que se torna um elemento de impacto econômico na gestão dos hospitais.
Nesse caso, os gestores possuem uma responsabilidade de empenho para alcançar
uma combinação que beneficie o meio ambiente, juntamente com a logística do
local.
Muitas técnicas podem ser postas em prática para que possa ser observada
uma melhora no descarte desses resíduos e como podem ser entendidos. Uma
forma de aplicar isso, na prática, é a educação ambiental.
A educação ambiental é indispensável para que a evolução das propostas de
saneamento básico e saúde coletiva sejam definitivamente uma realidade, uma vez
que é de conhecimento de grande parte da população que a ausência de
saneamento e uma falta de qualidade de saúde coletiva promovem riscos à saúde,
em vários ambientes, para todos aqueles que têm contato direto ou indireto com
resíduos.
Se a gestão do hospital não está suficientemente apta, isso pode ocorrer
devido à falta de gerenciamento, quando instituições não colocam em primeiro plano
contar com profissionais responsáveis nessa área.
Os impactos ambientais acarretados pelo gerenciamento ineficaz dos
resíduos hospitalares podem alcançar proporções inesperadas, com as
contaminações e os índices de infecção hospitalar, chegando a gerar epidemias
devido a contaminações que são causadas no lençol freático.
Dessa maneira, é evidente que a gestão em saúde deve encontrar um
método que seja seguido e que mantenha a harmonia entre as funcionalidades e
gerenciamento de instituições hospitalares. Garantindo, assim, que as relações entre
os aspectos que formam os atendimentos de cuidado à saúde e como esse serviço é
oferecido estejam de acordo com as necessidades e normas dos centros
hospitalares.
O hospital é uma instituição que é composta por um sistema de extrema
complexidade (organizacional). Apesar disso, tem o dever de possuir um caráter
humanitário e hierarquizado que solicita uma divisão de trabalho operativo e
capacitado, em que sua finalidade é viabilizar atenção em conformidade com as
necessidades dos pacientes, sempre fazendo uso dos seus melhores equipamentos,
serviços e recursos disponibilizados pelos profissionais.
A autoridade hospitalar é dividida em setores, e estes em funções e ações :
direção superior, corpo clínico, corpo profissional e diretoria.
Concomitantemente agregados ao desempenho das atividades dos hospitais,
existem profissionais, como os nutricionistas, que acompanham de perto a dieta
alimentar dos pacientes; os psicólogos; os farmacêuticos; serviço social e
fisioterapeutas, de modo que se faz necessária uma equipe multiprofissional.
Essa concepção de saúde, baseada numa perspectiva interdisciplinar e
transdisciplinar, pretende a superação do modelo centrado na doença e o
desenvolvimento de estratégias que abordem a complexidade inerente à saúde.
Agregando conceitos de qualidade de vida, cidadania e inclusão social ao seu
campo de ação, busca superar o reducionismo, apoiando-se no princípio da
integralidade da atenção (FERIOTTI, 2009).
É fundamental mencionar que, além dos serviços realizados pela equipe
multiprofissional, é vital que exista suporte jurídico, profissionais que são
especializados na área de sistemas de informação e outros, para que possam fazer
parte do conjunto das pessoas que compõem o quadro de uma instituição.
Esses alicerces têm indispensável participação no gerenciamento dos
hospitais, visto que oferecem conhecimento e materiais aos técnicos, obtendo
resultados mais eficazes nas atividades realizadas.
As atribuições dos hospitais progrediram com o passar do tempo, de modo
que o hospital deixou de ser um local com poucas funcionalidades, e passou a ser
um centro que acolhe e cuida de várias pessoas que apresentam diferentes
problemas de saúde.
O hospital pode ser classificado a partir de uma série de condições que têm
como finalidade avaliar o funcionamento relacionado aos serviços oferecidos, com
suporte em alguns critérios exigidos e predeterminados, os quais têm em vista
aumentar a qualidade da instituição.
Existem alguns critérios que devem ser analisados para que seja definida a
classificação dos hospitais: o nível de competência, por exemplo, verifica o grau dos
serviços médicos, podendo ser dividido em hospital primário, hospital secundário e
hospital terciário, de modo que cada um deles possua uma especialidade diferente.
Um critério que pode ser considerado para analisar a classificação de
hospitais é quando se refere ao regime de propriedade, isto é, existem hospitais
privados, públicos e filantrópicos.
O hospital particular é sustentado por instituições privadas e os lucros dessa
empresa podem ter fins diferentes, sejam eles destinados à instituição que a
mantém ou apenas utilizados para suprir as necessidades da própria empresa.
Os hospitais filantrópicos são particulares e não têm fins lucrativos, porém são
também contratados para servirem ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Jáos hospitais públicos são dirigidos por uma corporação do governo, seja ela
municipal, estadual ou federal.
É possível apontar o que é chamado de “Hospital Beneficente”, que tem um
conceito bastante parecido com o hospital filantrópico – já que se trata de uma
instituição particular sem fins lucrativos – entretanto seu propósito é conceder auxílio
à saúde para um conjunto de pessoas que necessitam, tendo seu lucro voltado
totalmente para a ajuda daqueles que precisam.
Inspirada no modelo da Casa-mãe de Lisboa, fundada em 1498, por iniciativa
real, a Irmandade de Misericórdia chega ao Brasil em 1543, com a fundação da
Santa Casa de Santos, por Braz Cubas (FIGUEIREDO, 2000). Em seguida,
espalhou-se, criando vários hospitais e se constituindo na base assistencial
hospitalar da colônia, além de servir, mais tarde, como espaço de treinamento para a
formação dos primeiros médicos brasileiros (FERIOTTI, 2009).
As Santas Casas são conhecidas como ambientes de auxílio ao cuidado e
atenção à saúde, atuando juntamente com os hospitais filantrópicos. Essas
unidades atendem a população de forma gratuita, de maneira que são consideradas,
atualmente, um dos grandes aliados e parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS),
quando falamos em tentar garantir o atendimento e qualidade de serviços
oferecidos.
Dessa forma, resta claro que os hospitais são divididos conforme vários
critérios e atendem as diversas necessidades que são apresentadas.
Os hospitais ainda podem ser classificados pelo critério de quantidade de
leitos que possuem, e esse fator, com certeza, está relacionado à especialidade e ao
objetivo que esses centros hospitalares colocam como prioridade. Por exemplo, os
hospitais que dispõem de uma quantidade acima de 500 leitos podem ser
conhecidos como capacidade extra. Esses locais de assistência à saúde, mesmo
que com dimensões diferentes, conservam o mesmo objetivo de proporcionar uma
boa qualidade nos serviços concedidos. Sendo assim, é preciso que haja uma
divisão de tipos de assistências, para que os indivíduos possam ser encaminhados a
centros específicos e que sejam compatíveis com a emergência de cada um.
O Hospital Geral oferece ao paciente atendimento tanto em especialidades
básicas quanto em outras mais específicas, além disso se coloca à disposição para
serviços de urgência e emergência.
As diversas classificações que são aplicadas para determinar a divisão a
respeito dos hospitais são pontos de fundamental importância, uma vez que
contribuem também para melhorar o processo de avaliação de qualidade dos
serviços que são realizados.
Tendo em vista que muitos aspectos influenciam no processo de avaliação de
qualidade de serviços, pode-se dizer que a comunicação é uma boa ferramenta de
melhora. No ambiente hospitalar, a comunicação minimiza os episódios em que os
erros são identificados, além de que é comprovado que há uma melhora na
sensação de segurança transmitida ao paciente. É conhecida por ser uma das
estratégias que funciona e que, se bem empregada pelos gestores, pode aprimorar
o desempenho e a qualidade dos atendimentos de cuidado à saúde, restabelecendo
a sensação de conforto dos pacientes que recebem esse cuidado.
Em ambiente hospitalar, a possibilidade de esquiva e fuga de situações
estressantes diminui, pois muitas vezes essas situações fazem parte do dia a dia da
instituição. Diante dessa realidade, os profissionais utilizam estratégias para
enfrentar situações que causam estresse e desconforto físico e emocional – as
chamadas estratégias de enfrentamento (MATURANA, 2014).
O profissional da saúde, ao refletir sobre as condições e relações de trabalho
e o seu modo de agir, pode se inserir na realidade de uma maneira mais crítica e
consciente. Problematizar e concretizar a humanização do ambiente, mais
especificamente a partir do trabalhador, implica uma reflexão crítica e dialógica dos
princípios e valores que norteiam a prática dos profissionais, de modo a assumirem
sua condição de sujeitos e agentes de transformação (BACKES, 2006).
Essa particularidade nos serviços de saúde exige que o gerenciamento do
local seja estudado com bastante cautela, uma vez que são necessários cuidados
extras ao implantar alguma mudança.
Hospitais e centros especializados em atendimentos à saúde são redes
compostas por diversos setores, profissionais, pacientes que interagem uns com os
outros, diariamente, encarando eventos que abalam diretamente o emocional por
razões diferentes. Assim, torna-se substancial que seja realizado o
acompanhamento de todas as pessoas que frequentam esses locais, sem exceções,
com um atendimento humanizado, que compreende uma explanação diferente
quando se fala da assistência a ser oferecida, seja ao paciente, gestor, funcionários,
proporcionando um trabalho de qualidade elevada.
Dessa maneira, fica bastante evidente a necessidade de que a instituição da
área de saúde possua uma boa equipe de profissionais e gestores, colocando em
prática os planos e metas do hospital.
É perceptível que ao longo dos anos existe uma busca por um enraizamento
de técnicas que visam à qualidade do processo de organização hospitalar,
influenciando, automaticamente, de modo positivo na gestão dos serviços.
Muitos critérios são levados em consideração quanto à classificação dos
hospitais no Brasil, sendo eles utilizados para avaliar instituições hospitalares do
Sistema Único de Saúde (SUS) e também hospitais, que buscam se certificar que
estão aptos a atender as exigências para manter a qualidade de serviços aos
pacientes.
Um dos benefícios que incentivam os hospitais a procurarem e introduzirem
novos projetos de qualidade na assistência à saúde é a diminuição de gastos. Nessa
perspectiva, muitos países impulsionam essa concepção e tentam levar em frente,
buscando gerar nos gestores uma inquietação que faça com que eles desenvolvam
meios e artifícios competentes e capazes de suprir as necessidades, no entanto
mantendo o cuidado para obter o resultado esperado: a redução dos custos.
As maiores causas que levam à existência de problemáticas no
estabelecimento desses métodos de qualidades são os contratempos
organizacionais e econômicos. Métodos esses que podem ser: a utilização de
softwares, profissionais treinados para avaliação de qualidade, entre outros.
O serviço oferecido deve ter estabilidade e segurança na qualidade concedida
ao paciente, uma vez que as pessoas que estão sujeitas a fazer uso são, em sua
maioria, leigas, e não conseguem avaliar imediatamente como está sendo realizado
o serviço e a sua qualidade – e esse é um fator complexo na avaliação.
Devem existir graus de fiscalização de qualidade, pois há uma diversidade
grande de tipos de serviços no ambiente hospitalar. Assim, faz-se necessário ter
conhecimento a respeito do serviço para entender e supervisionar de acordo com o
padrão.
Existem muitos hospitais e instituições que optam por não adotar programas
que regularizam e priorizam a qualidade. Por outro lado, há diversos argumentos
que comprovam que apenas o gerenciamento hospitalar, equipe de
multiprofissionais e colaboradores não são suficientes para garantir a fiscalização de
qualidade. A atitude que leva a iniciativa da interferência desses programas não se
faz de forma direta à equipe médica, mas sim na configuração da administração
hospitalar.
No entanto, a ideia de qualidade surgiu no período do pós-guerra - Segunda
Guerra Mundial – com o advento da modernização industrial por intermédio da
administração científica.
O conceito “Qualidade” tem destaque nas décadas de 80 e 90, através dos
meios de comunicação, fazendo com que as empresas tenham vistas ao futuro, pela
necessidade de sustentabilidade.
No fim do século XIX e início do século XX, ocorre uma revolução no papel e
nas funções do hospital, por conta dos avanços tecnológicos e do aparecimento da
medicina científica (PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S, 2015).
O planejamento, a revisão de processos e o acompanhamento de
performance, assim como melhorias constantes, passaram a ser vitais para o
posicionamento das organizações no mercado. Sistemas de Qualidade foram
adotados na busca de competitividade, de eficiência e eficácia dos processos e dos
altos índices de desempenho com resultados de sucesso (BONATO, 2011).
Dentre as mudanças requeridas, destacam-se: a visão sistêmica da
organização dos seus processos institucionais; a transformação dos indivíduos, com
ações dirigidas por novos paradigmas, buscando autorrealização e inovação; e
estímulo ao desenvolvimento de novas capacidades, da criatividade e alta
produtividade, mobilizando sujeitos mais capazes, criativos e produtivos (BONATO,
2011).
O serviço de saúde e sua administração, no âmbito hospitalar, sempre
apresentaram controvérsias nesse mercado, uma vez que sua matéria-prima é o
doente em busca de cura ou solução para o seu problema, e o produto final é o
resultado da saúde de seu cliente, o que dificulta mensurá-los no mercado
hospitalar.
São aspectos que independem apenas de um bom material para
conseguirmos chegar a um possível resultado final de excelência. Quando se trata
de administração hospitalar, vivenciamos diferentes situações que nos levam a
questionar o que queremos da nossa empresa no nível de satisfação do cliente, e
até que ponto se pode custear essa satisfação para obtermos retorno na receita
(PEREIRA, G. S.; PEREIRA, S. S., 2015).
Faz-se necessário lembrar que, ao longo da história da administração
hospitalar, paradigmas foram encontrados nesse mercado, por existirem categorias
médicas que administram as redes hospitalares com visões diferenciadas do
administrador, prevalecendo o regime tecnicista no seu gerenciamento em busca de
resultado do diagnóstico e da cura do cliente.
Observa-se a falta de uma visão mais ampla do contexto situacional que o
mercado experimenta, sem um retorno desse custo e a manutenção desse
gerenciamento. Assim, o que se encontra é a dificuldade no gerenciamento na
administração hospitalar. Desse modo, podemos concluir que a administração
hospitalar nada mais é que uma constante busca de convivência harmoniosa entre a
equipe multidisciplinar de saúde, que se preocupa em salvar a vida do seu cliente, e
o administrador, que precisa oferecer os recursos materiais e tecnológicos de custos
caros, mas em busca de manter a saúde financeira da instituição (PEREIRA, G. S.;
PEREIRA, S. S., 2015).
Considera-se como um dos fatores primordiais para a melhoria da qualidade
de atendimento a compreensão do processo de aprendizagem existente na
organização, sobretudo na geração de ferramentas e metodologias que apoiem o
processo de tomada de decisão.
Nesse sentido, é necessário reconhecer formas de identificação dos
princípios de aprendizagem existentes, em especial na área hospitalar. Observa-se
uma cultura na área médica de discussão e compartilhamento dos modelos. Isso
ocorre por meio de diferentes processos, como a discussão de casos clínicos ou a
criação de protocolos de atendimento. A capacidade de aprender coletivamente é
reforçada pelo compartilhamento dos modelos mentais, fator bastante presente na
área assistencial, mas ainda incipiente na área gerencial da organização (BORBA,
2009).
A área hospitalar está passando por uma transformação de paradigma, que
desconsidera uma visão associada ao atendimento padronizado, – que
compreendia a qualidade como custo, destacava a gestão como controle e
diferenciava a delegação de poder como contrariedade – para uma visão que
procura o melhoramento de modo contínuo, com os recursos direcionados a
conquistar qualidade, melhorias entre departamentos, trabalhando com o conceito
de gerenciamento baseado em evidência, levando em conta o gestor colaborador e
os empregados que vão solucionar os problemas. Nesse novo exemplo, torna-se
imprescindível o ato de tomar decisões estratégicas nas organizações de saúde.
A saúde é um direito fundamental do indivíduo, sendo assim prover
ferramentas que auxiliem a tomada de decisões estratégicas para a melhor gestão
hospitalar contribui para assegurar esse direito.
Os hospitais necessitam de gestão de recursos escassos, que devem ser
utilizados da melhor forma possível para que possam auxiliar o maior número de
pacientes possível. Esses hospitais podem melhorar consideravelmente seus
processos por meio da adequada implementação de um sistema de ERP
(Enterprise Resource Planning – , Sistema de Gestão Integrado) e outros sistemas
integrados.
Um ERP é o alicerce do fluxo de informações. Ele fornece planejamento
avançado, sincronização e colaboração entre fabricantes e distribuidores. Essas
características dificilmente são encontradas em hospitais, de forma que sua
implantação representa uma grande contribuição, não sendo um diferencial
competitivo, mas sim uma necessidade.
Os maiores desafios enfrentados nas implantações dos sistemas
informatizados estão relacionados à motivação para sua adoção tais como:
necessidade de conectar e substituir diferentes sistemas legados; baixa qualidade
de dados, processos de negócio específicos; exigências de infraestrutura e
necessidade de customizações (PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA;
PEREIRA, A. R., 2012).
Um fator que contribui para a complexidade da rastreabilidade da informação
nos hospitais é a falta de padronização de medicamentos e a ausência de protocolos
que possam relacionar tipo de doença com recursos necessários para seu
respectivo tratamento, prejudicando assim o planejamento de compras (o que,
quanto e quando).
Quanto maior a padronização, melhor será a funcionalidade do sistema de
rastreabilidade de materiais. É necessária também uma análise para se determinar
quais os materiais que deverão ser rastreados, a fim de buscar um equilíbrio entre
os custos gerados pelo sistema de rastreabilidade e os benefícios obtidos
(PEREIRA, S. R; PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).
Vale ressaltar a necessidade de se garantir a integridade das informações
disponibilizadas de modo correto, atualizadas e em tempo hábil para a tomada de
decisões. Para tal, é fundamental a importância de uma política de valorização da
qualidade e segurança no sistema (pelos desenvolvedores e stakeholders), senão
facilmente o engenheiro de software irá esquecê-la ou ignorá-la. Infelizmente, as
drásticas consequências não serão identificadas de momento (PEREIRA, S. R;
PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).Hospitais estão investindo
fortemente em sistemas de gestão com diversos objetivos, entre eles o de
administrar a cadeia de suprimentos. Com um sistema completo de administração
hospitalar, devidamente definido e implantado, é possível um efetivo gerenciamento
de todo o processo de tratamento dos pacientes, auxiliando na tomada de decisão
dos gestores e, consequentemente, na excelência em qualidade. Uma das formas
de um hospital otimizar seus recursos é por meio do redesenho de sua cadeia de
suprimentos e da utilização da TI (Tecnologia da Informação) (PEREIRA, S. R;
PAIVA; SOUZA; SIQUEIRA; PEREIRA, A. R., 2012).

2. RELAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS DE SAÚDE

A conjuntura nacional expõe o modelo que trata do relacionamento público-


privado no sistema de saúde, mostrando que existem obstáculos a serem
enfrentados, e que é preciso, inevitavelmente, olhar para essas problemáticas a
longo prazo.
Há uma necessidade de procurar uma diminuição de custos, elevar a
qualidade dos serviços de assistência à saúde, a utilização de informações,
tecnologia e descobertas a favor do gerenciamento, qualificar e aprimorar os setores
de atendimento primários e secundários, que diminuíram a taxa de entrada de
paciente, com casos mais específicos e complexos no atendimento terciário. Dessa
forma, esse aprimoramento revela uma melhora na taxa de entrada de usuários.
A assistência hospitalar pode ser considerada uma questão que muda
constantemente seus questionamentos e certezas. Sabemos que hospitais
dependem de vários setores e elementos para que possam funcionar e receber seus
pacientes, então é nesse momento que muitos questionamentos surgem,
principalmente para os gestores, já que eles têm a responsabilidade de lidar com
essas circunstâncias e administrar cada uma da forma mais eficiente possível.
O envelhecimento da população se tornou um dos debates principais quando
o assunto é a demografia, uma vez que a população envelhece e junto desse fator a
procura pelos serviços de saúde também aumentam.
Os recursos humanos e a incorporação de diversos profissionais ao ambiente
hospitalar geraram o que chamamos de equipe multiprofissional, entretanto a disputa
por cargos e poderes torna o ambiente uma área de conflitos em alguns casos. Por
sua vez, a tecnologia é um fator que se desenvolve cada dia mais, e em alguns
hospitais e centros médicos, sejam eles públicos ou privados, há uma dificuldade na
implantação e na elevada taxa para adoção dessas novas tecnologias nos setores.
O custo em setores hospitalares se resume a uma incerteza, visto que a procura por
serviços e materiais hospitalares é muito alta.
Perdura o conflito sobre o que deve ou não ser levado em consideração,
como despesas com saúde, e torna-se perceptível a transformação no padrão de
financiamento, que tem o objetivo de trazer a estabilidade para os hospitais.
O setor de saúde privada sofreu algumas consequências quando se refere à
Assistência Médica Supletiva (AMS), uma vez que os altos custos, despesas,
imposição de colaboradores e compradores influenciaram para que houvesse uma
busca por alternativas de assistência à saúde e que se reorganizem de forma
diferente, atendendo às novas perspectivas.
A AMS tem como principal objetivo proporcionar aos colaboradores o ingresso
a um plano de saúde que certifique qualidade de atendimento em serviços diversos
e que, de preferência, tenha um custo acessível para os cidadãos que fazem a
adesão.
No Brasil, os hospitais escolas ou hospitais universitários são encarregados
por fazerem uso de leitos. Além disso é neles que é desempenhada uma boa parte
dos procedimentos e mecanismos, com centralização na realização de
procedimentos de alta dificuldade. Eles são um constituinte privativo e relevante da
rede pública, à procura de novos tipos de financiamento para complementar a
escassez de recursos públicos e estabeleceram negociações por meio de venda de
serviços e atendimentos com a AMS.
Essa aplicação também tem sido bastante considerada e utilizada para atingir
a melhoria e eficácia, de modo que os hospitais preservem seu corpo clínico e
equipe multiprofissional, elevando a parcela de circunstâncias a serem ponderadas
na pesquisa de indagação e no direcionamento de prováveis resultados.
Uma das consequências desse contexto é o desmembramento do
procedimento de atenção e cuidado à saúde, que se torna mais claro no campo de
atuação pública, onde espelha mais evidentemente o debate relacionado à saúde
pública.
Uma problemática bem presente na atualidade é a caracterização de
técnicas que regularizam a integração da rede de assistência à saúde. No setor
privado, a totalidade de problemas é antiga e demonstrou consequências
relacionadas à elevada taxa de competência e domínio de acesso à assistência.
Ainda que se faça relação com a integralidade e seus frutos positivos e
negativos, é possível afirmar que ainda estamos muito distantes de atingir o que é
desejado. Tal temática está voltada para várias concepções e sentidos, porém seu
alicerce está na qualidade do atendimento prestado ao usuário, envolvendo
questões como cuidado, acolhimento, visão ampliada, entre outros. Sabe-se que a
integralidade é de grande relevância nas políticas de saúde, como uma das
diretrizes mestras da reforma do Sistema de Saúde Brasileiro (FONTOURA;
MAYER, 2006).
O conceito de integralidade é um dos pilares a sustentar a criação do Sistema
Único de Saúde. Princípio consagrado pela Constituição de 1988, seu cumprimento
pode contribuir muito para garantir a qualidade da atenção à saúde. Em primeiro
lugar, é previsto nesse conceito que, de forma articulada, sejam ofertadas ações de
promoção da saúde, prevenção dos fatores de risco, assistência aos danos e
reabilitação – segundo a dinâmica do processo saúde-doença (CAMPOS, 2003).
É imprescindível destacar a importância que deve existir a respeito de uma
visão geral da situação, para que haja uma identificação de todos os contratempos e
situações que possam acarretar a essa perda de estabilidade em relação aos altos
custos e limitada remuneração, desse modo, fazendo retornar ao conjunto de
problemas que são considerados os elementos de impacto ao hospital, mantendo,
assim, a integralidade.
A tendência é desenvolver formas e métodos econômicos de mais fácil
compreensão, que sejam apropriados para atividades e atendimentos de maior
complexidade, voltando a atenção não só para tecnologia em equipamentos, mas
também em procedimentos e processos realizados por esses recursos. Indicando,
também, a oportunidade do fim dos pequenos centros de atendimento ou hospitais,
com exceção para aqueles que possuem especialidades ou que tratam com primazia
os casos admitidos, obviamente, respeitando a capacidade que possui.
A busca por maneiras variadas de financiamentos tem se tornado cada vez
mais frequente e solicitada, em virtude da ausência de satisfação e contentamento
com o modelo atual utilizado, já que o mesmo possui nível elevado e dificulta a
estabilização de um padrão no gerenciamento, nos métodos utilizados,
procedimentos, materiais, recursos humanos, equipamentos de alta tecnologia e
qualidade oferecida pelo atendimento.
No Brasil, já é um debate entre os temas de relação e colaboração entre o
setor privado e o setor público, quando se trata de serviços de assistência hospitalar.
É possível observar alguns modelos e programas de gerenciamento que têm em
vista perpetuar uma gestão no setor público, com a finalidade e intenção de
possibilitar a elaboração de serviços públicos sem fins lucrativos – as Organizações
Sociais da Saúde (OSS).
As OSS começaram a surgir no Brasil na esteira das possibilidades abertas
para a gestão pública, após a Reforma do Estado, desencadeada nos anos
1994/1995. Portanto, são consideradas como um dos padrões de apresentação do
denominado “terceiro setor”, e emergem como nova modalidade voltada à função
social de gestão e provisão de serviços de saúde, vinculadas ao modelo das
parcerias público-privadas (MORAIS, 2018).
Ainda que com muitos problemas e empecilhos, a escolha pela adoção desse
modelo das OSS começou a acontecer, entretanto, apenas em hospitais que se
encaixavam nos critérios e padrões que eram exigidos, alguns deles: recém-
construídos, atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem problemas de
manutenção e voltados a atingir metas estabelecidas pela Secretária do Estado da
Saúde.
Dando visibilidade à quantidade de obstáculos que existia, a dificuldade de
comprometimento e admissão, causada pela limitação de despesas públicas,
impasses considerados para a continuidade e boa manutenção dos hospitais, que
estavam sob o comando da Administração Pública e o ordenamento de algumas
instituições privadas, de se manterem mais próximas do governo, passaram a
procurar rendimentos de atividades coexistentes entre o privado e o público.
Não existia o auxílio de todos os lados para que fosse posicionado e posto em
prática esse modelo, a Secretaria Municipal de São Paulo, por exemplo, não
compactuava com a ideia de gestão proposta pelas Organizações Sociais de Saúde,
que propagandeava o ideal de unir e manter as organizações privadas parceiras
com os Hospitais Municipais e, consequentemente, não foi aceita e aprovada, muito
menos considerada eficiente o suficiente para solucionar ou satisfazer as
necessidades.

2.1 Modelos contemporâneos que tentam encaixar o setor público e privado e


suas necessidades

As normas que são colocadas na mesa para conduzir o setor público fazem
com que se torne mais claro o quanto é preciso ser feita uma reavaliação do
gerenciamento, uma vez que, quando colocada em prática, a gestão visa avaliar
como funcionam os meios e as ações.
Não existindo preocupação com os resultados, é o fator que esclarece e
mostra como está o andamento e qualidade dos atendimentos oferecidos em
ambientes hospitalares.
Quando a temática é o setor privado, todos os que fazem parte do corpo da
instituição experimentam a sensação de competitividade entre os que ali estão,
mesmo que cada um execute uma atividade ou cargos distintos na assistência de
serviços de saúde; não se pode comparar com ter que responsabilizar-se com
planos de saúde ou outros tipos de seguros.
O compromisso na procura por alguma forma de competividade – tais como a
contratualização entre componentes e colaboradores – são pontos que devem estar
presentes quando se trata desse aspecto.
O modelo que está em vigor traz a constatação da supressão de uma visão
do todo, seja pelo ato momentâneo da gestão, pela falta de entendimento (ou
ausência de compreensão da situação) das despesas do setor. O gestor do setor
tem uma conduta relativa, com disposição muito baixa para construir novos
movimentos.
A intranquilidade com a competência chega ao ponto de ser repreendida,
como um incentivo ao uso de raciocínio lógico de serviços, mas quando a
competência é um enfoque que passa por análise durante o processo de
gerenciamento tem total lógica buscar por processos e projetos gerenciais capazes e
habilitados a suprir as necessidades.
O apuramento dos custos e despesas não é uma problemática insuperável,
porém sua introdução vai depender da política institucional, e se explica quando
passa a servir para a tomada de decisões.
Conclui-se por ser um fundamento para processos pontuais de redução de
custos, instigados por agentes externos ao setor, com pouca bagagem de
conhecimento a respeito das partes especificas de seus processos, podendo auxiliar
ou não no processo de redução de custos.
Existem inúmeras ferramentas, projetos, métodos e programas que têm como
finalidade tentar garantir o aperfeiçoamento no setor de qualidade e gerenciamento
para inúmeras empresas e instituições, cabendo, então, ao hospital,
independentemente de compatibilizar-se ao setor público ou privado, encontrar um
método que se encaixe com suas respectivas necessidades, ou ainda, tentar
fortalecer e amplificar métodos que sejam desenvolvidos de acordo com os objetivos
do hospital. Tudo isso com o único intuito de melhorar o desempenho e o nível de
qualidade dos serviços de assistência à saúde, que são realizados por centros e
hospitais.
A assistência de serviços hospitalares realizada no Sistema Único de Saúde
(SUS) – setor público – é desenvolvida e apoiada nas necessidades de todos
aqueles da população, com o intuito de comprometer-se com o atendimento e
serviços oferecidos aos pacientes, com a contribuição de um conjunto de
profissionais, que constituem uma equipe multiprofissional; de forma integrada aos
outros aspectos de cuidado, exercidos pela Rede de Atenção à Saúde (RAS) e
com diversas outras políticas que atuem em uma ou mais regiões.
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) pode ser tratada como o conjunto de
ações e atos, com o objetivo de prestar assistência à saúde. Esse auxílio requer um
funcionamento complexo e habilidoso, com o propósito de comprovar, de manter a
integralidade da assistência de serviços de apoio à saúde do cidadão, obviamente,
entendendo as normas de cada região onde são desenvolvidas as atividades.
O auxílio tem como objetivo garantir a resolução do cuidado e continuidade
do cuidado, demonstrando certeza em honrar a equidade e a transparência
(princípios), sempre coerente com os acordos estipulados com o Sistema Único de
Saúde (SUS).
A Atenção Hospitalar compreende vários outros aspectos que devem ser
discutidos e compreendidos, para que haja um fácil entendimento de associar os
fatos que fazem ligação, e deixam, diretamente, um lugar ligado ao outro.
Perpetuado por uma conjunção de instabilidades relativas às finanças e ao
dinheiro nos hospitais, o Ministério da Saúde (MS) recomenda a reestruturação do
sistema que constitui a assistência hospitalar, compreendendo as incompatibilidades
e a transformação do padrão empregue na assistência à saúde, não devendo ser
esquecida a participação da assistência hospitalar.
O modelo que era aplicado na realidade brasileira conta com o Programa de
Saúde da Família (PSF), que representa tanto uma estratégia para reverter a forma
atual de prestação de assistência à saúde, como uma proposta de reorganização da
atenção básica, como eixo de reorientação do modelo assistencial, respondendo a
uma nova concepção de saúde, não mais centrada somente na assistência à
doença, mas, sobretudo, na promoção da qualidade de vida e intervenção nos
fatores que a colocam em risco ¾, pela incorporação das ações programáticas de
uma forma mais abrangente e do desenvolvimento de ações intersetoriais (Programa
Saúde da Família, 2000).
Seus princípios, o Programa Saúde da Família, é, nos últimos anos, a mais
importante mudança estrutural já realizada na saúde pública no Brasil. Junto ao
Programa dos Agentes Comunitários de Saúde, com o qual se identifica cada vez
mais, permite a inversão da lógica anterior, que sempre privilegiou o tratamento da
doença nos hospitais (Programa Saúde da Família, 2000).
O novo modelo em vigência estende sua atenção para diversos âmbitos, e a
educação é um deles. Temos conhecimento de que o ambiente hospitalar possui
uma grande capacidade de transmitir conhecimento e assim influencia diretamente
na formação/graduação daqueles que serão futuros profissionais de saúde.
É importante ressaltar que a atenção e o cuidado devem ser estendidos para
além do ato de receber os atendimentos, deve existir a preocupação em manter a
educação dentro dos planos, uma vez que os futuros profissionais, dispõem de uma
ótima fonte de experiência e conhecimento nos hospitais de ensino/universitários.
Os Hospitais de Ensino são instituições de saúde que interessam e possuem
convênio, pois dispõem de uma gama de oportunidades a uma Instituição de
Ensino Superior (IES), seja ela de setor privado ou público.
Esses Hospitais de Ensino prestam auxílio ao setor para a execução de
práticas e atividades de ensino, aplicadas na área da saúde, conforme o
determinado na legislação do Programa de Certificação de Hospitais de Ensino.
As instituições hospitalares têm, claramente, duas finalidades bem definidas:
a primeira delas, e bem essencial é manter a qualidade dos serviços e garantir que
os pacientes tenham melhoras nas suas condições de saúde.
Os hospitais universitários são reconhecidos pela sua fama como unidades
de referência em processos de maior complexidade tecnológica, e são ambientes
de formação de ensino e atividade de significativos tipos de especialidades na área
de saúde, dando ênfase especial aos profissionais que são médicos especialistas e
contribuem nos métodos de engrandecimento e esclarecimento de assistência e
integração tecnológica na saúde.
Essas instituições de ensino, conhecidas como Hospitais Universitários,
possuem seus objetivos bem definidos e claros, a fim de que seja seguida uma linha
de boa organização, influenciando diretamente na qualidade dos serviços oferecidos
nesses centros, podendo citar: garantir, gradativamente e de maneira íntegra, o
aperfeiçoamento da qualidade da atenção e cuidado à saúde com os estudos;
entusiasmar a integração da instituição na pesquisa, no progresso e no
gerenciamento de novas tecnologias na área de saúde, de maneira que esteja
conforme as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS); estimular a
participação e presença dos Hospitais de Ensino nos conteúdos e projetos que têm
como objetivo o alargamento na oferta de profissionais médicos no Sistema Único de
Saúde (SUS).
Os objetivos e princípios que são seguidos pelos Hospitais de Ensino (HE)
buscam garantir que o futuro profissional de saúde tenha acesso a todos os recursos
que são oferecidos dentro dessas instituições, além de desenvolver diversos
programas e projetos que têm finalidade de ampliar as especialidades e experiências
daqueles que irão fazer parte dos ambientes e centros hospitalares.
Mesmo quando forem atingidas as diversas metas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), a aplicação dos seus princípios (e diretrizes) não pode ser
considerada como algo que foi alcançado de maneira completa e total, pois existem
muitos aspectos que ainda necessitam ganhar uma maior visibilidade e um lugar de
prioridade.
Assim, a integralidade e a reestruturação da tecnologia, partindo das formas
mais simplificadas de tecnologia e dos locais de tratamento ampliados, devem ser
entendidas, não só como diretrizes e princípios, mas também de uma maneira
dinâmica e diferente de implantar a saúde.
É importante compreender que uma grande porção dos obstáculos que
dificulta a melhor forma de realização dos serviços executados em ambientes de
atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) refere-se à predominância do
projeto médico de assistência no ato de refletir a saúde dos profissionais que atuam
nessa área.
Posicionando contra esse raciocínio, o princípio da integralidade da atenção e
a reorganização tecnológica argumentam e preservam a atitude de afinidade e maior
contato entre profissionais e usuários, tendo em vista que essas atitudes sejam
então guiadas pelas imprescindibilidades dos pacientes e do coletivo, no geral.
Logo, torna-se óbvio que é necessário, cada vez mais, no âmbito hospitalar, a
implantação de outros vários recursos que tenham impacto positivo na atuação
daqueles profissionais.
Entretanto, não se faz necessário apenas recursos tecnológicos ou materiais,
é imprescindível novas atitudes e formas de pensar, para que possamos conseguir
alcançar um melhor entendimento na relação entre os profissionais, e também não
menos importante, entre pacientes e profissionais, ou seja, deve haver uma
reformulação e adoção de novos métodos e propostas para a harmonia do ambiente
hospitalar, auxiliando com a experiência de inovação na prática da conformação da
tecnologia no ambiente hospitalar, no ponto de vista de suspender com o raciocínio
que impõe barreiras no desempenho da instituição em questão, já que é um
ambiente com benefícios de configuração.
A aplicação no prosseguimento de novas tecnologias e medicamentos, os
quais possuem habilidades e capacidades de solução diagnóstica e terapêutica,
representam impacto maior pelos setores industriais comprometidos com a saúde,
que têm se destacado, particularmente, nas sociedades mais desenvolvidas, onde a
compressão dos usuários a respeito do sistema, traz a indispensabilidade de novas
maneiras de atuação e verificação da origem de produção de serviços médicos e de
assistência à saúde.
A concorrência da produção de serviços realizados a respeito do hospital se
torna algo a ser interrogado, dentro de um ponto de vista de transformação social a
ser considero, em um contexto de estratégia, quanto aos principais fatores
determinantes relacionados à continuidade da sobrevivência e das circunstâncias de
produção e de consumo.
A questão da decisão de aquisição de novas tecnologias médicas assume
importância crucial por parte dos gestores de organizações de saúde, posto que é
preciso considerar informações que possibilitem uma melhor utilização dos recursos
disponíveis.
Atributos relacionados aos vários agentes envolvidos, à capacidade
resolutiva, ao potencial de redução de custos e à cultura e formação dos envolvidos
com a produção passam a fazer parte do processo decisório, e não apenas os
aspectos financeiros, vinculados à opção de compra ou financiamento de
determinada incorporação.
Em consequência, selecionar opções que propiciem as melhores relações
custo-benefício e os melhores desempenhos operacionais, que abram novas
possibilidades de desenvolvimento de conhecimentos, pode vir a demandar novos
modelos de avaliação, em que esses fatores estejam contemplados (QUEIROZ;
BARBOSA, 2003).
Para que sejam feitos esses investimentos na indústria da assistência médica,
é necessário que exista um financiamento capaz de suprir as necessidades e
empurrar o gerenciamento hospitalar para frente.
No Brasil, é possível identificar três formas de financiamento do sistema de
saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS), financiado pelo Estado, o Sistema
Supletivo de Assistência, financiado pelo recolhimento de contribuições contratadas,
e o autofinanciamento, previsto na Constituição Federal, 1988.
A presença concomitante desses modelos, em um mesmo mercado de
assistência, é responsável por uma série de desvios de função. No fundo, pode-se
inferir que o Estado tem uma capacidade limitada de inversão de recursos no
sistema, em razão das suas opções econômicas.
O que se pode observar é uma tendência de privatização das ações de saúde
a alavancar o sistema supletivo, que está mais diretamente vinculado ao ambiente
da produção (cerca de 70% dos planos de saúde estão relacionados a empresas e
trabalhadores da economia formal) (QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
Um dos setores em que ocorrem os maiores investimentos em pesquisa e
desenvolvimento no mundo é o setor químico-farmacêutico. Simultaneamente, a
dominação do setor é exercida por poucos grupos multinacionais,
predominantemente de origem europeia e americana, e o volume de lançamentos de
novos produtos é regulado, nestes países, por agências controladoras da eficácia e
efetividade que seus produtos apresentam.
As sociedades em que se localizam as matrizes desses grupos conseguiram
chegar a um estado de regulação da atividade bastante rigoroso na validação e
aceitação dos fármacos. Outro dado importante é que, nesses países, as leis de
patente e propriedade industrial acabam por limitar o tempo de exclusividade a 15
anos de registro.
Com a média de tempo de liberação dos medicamentos sendo bastante
longa, na prática, essas indústrias usufruem disso e de preços elevados por um
período relativamente curto, após o qual passam a sofrer concorrência de
laboratórios especializados na produção de genéricos de equivalente eficácia
(QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
Logo, com o grande investimento em indústria farmacêutica e tecnológica
voltada para a saúde, deixa evidente o quanto essa área está em crescimento e com
um bom gerenciamento, envolvida com as descobertas, ampliando cada vez mais a
gama de possibilidades.
Semelhante ao que ocorre na indústria farmacêutica, a área de tecnologia
médica também apresenta uma forte concentração de empresas multinacionais. A
diferença é que, nessa área, as empresas mais importantes são da área
eletro/eletrônicas e a saúde não constitui seu principal negócio.
O investimento em pesquisa e desenvolvimento, no entanto, é também
elevado, e um dos objetivos estratégicos dessas empresas, ao investirem nessas
áreas, é a melhoria de sua imagem. Logo, as margens de comercialização dos seus
produtos médicos, não são, em essência, diferentes dos outros produtos que
compõem seu portfólio (QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
A veiculação pela mídia das novidades em tecnologias imprime uma
demanda por novos métodos, por parte dos consumidores, que acaba por encarecer
a assistência. Por outro lado, a tecnologia também tem propiciado, especialmente
nos últimos anos, uma mudança acentuada no modelo de atendimento com redução
da permanência em hospitais, com o crescimento do atendimento ambulatorial mais
complexo e com a introdução de novas formas de atendimento.
Como agente regulador, o poder público tem se pautado, desde a última
década, na criação da legislação, modeladora e balizadora do comportamento dos
demais agentes. Isso pode ser notado, por exemplo, com a reforma legal do sistema
supletivo de saúde e com a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), com poder fiscalizatório sobre a produção de produtos usados em saúde
(QUEIROZ; BARBOSA, 2003).
Logo, depois de obter as informações, torna-se possível entender a
classificação com base em critérios de segurança, essencialidade que dará sentido
às tecnologias no meio da área de saúde.
Investimentos Classe I, cujo caráter principal é a criação de melhores
condições de segurança ao paciente, ao trabalhador e ao ambiente físico,
constituem-se em elemento fundamental ao processo assistencial. São exemplos: as
tecnologias de monitoração e controle de outras tecnologias médicas, de prevenção
e combate a incêndios e de garantia de suprimentos de energia, água e de
manutenção de equipamentos ligados a funções vitais (QUEIROZ; BARBOSA,
2003).
Investimentos Classe II são caracterizados pela sua essencialidade, quer
esteja vinculada a um processo intermediário, quer final da assistência. São
exemplos desse grupo: as tecnologias de diagnóstico por imagem; os sistemas de
suporte ventilatório; os equipamentos utilizados em procedimentos terapêuticos e
intervencionistas e aqueles que direta ou indiretamente sejam responsáveis pela
produção assistencial. Nesse grupo, é possível ainda uma subclassificação em
função do caráter de rentabilidade que a tecnologia propicia.
Investimentos Classe III são caracterizados pela sua não essencialidade ao
processo de assistência, sendo necessário um pareamento de suas incorporações
com as vocações assistenciais da organização.
Investimentos Classe IV são caracterizados pela sua aplicação em pesquisa
médica e desenvolvimento de novos serviços e produtos, e que apresentam um grau
de maior de dificuldade de análise, uma vez que se referem aos procedimentos
ainda não bem estabelecidos no ambiente assistencial (QUEIROZ; BARBOSA,
2003).
As organizações de saúde têm se defrontado com crescentes desafios e
dificuldades, em um ambiente de restrições, cujas pressões dos vários agentes
envolvidos com o sistema se estabelecem em regimes permanentes, e a questão da
incorporação de novas tecnologias demanda novos posicionamentos e a
administração de um volume muito maior de informações que subsidiem o processo
decisório. Entre estas, é possível selecionar dados relativos à evolução
epidemiológica e demográfica da população, aos padrões de remuneração
praticados pelo mercado comprador de serviços e à capacidade de absorção e
aprendizagem disponíveis nos grupos profissionais do hospital, no sentido de
compor um modelo de análise que estabeleça a utilidade e aplicação das novas
tecnologias.
Da mesma forma, o monitoramento das tendências de inserção de novas
tecnologias, especialmente as que demandem mudanças de comportamento médico
e que necessitem de sua participação na implementação de novos processos
assistenciais, deve se constituir em item de preocupação permanente dos
planejadores e gestores de organizações de assistência médico-hospitalar
(QUEIROZ; BARBOSA, 2003).

3. INSTITUIÇÃO HOSPITALAR E CONTRATUALIZAÇÃO

Os arranjos contratuais, necessariamente, envolvem duas partes – o ente


contratante/financiador e o(s) ente(s) contratado(s)/prestador(es). Constituem-se em
mecanismos de coordenação nos sistemas de saúde públicos, que separaram as
funções de financiamento/compra e de regulação da função de prestação de
serviços e naqueles em que a referida separação não ocorreu (LIMA; RIVERA,
2012).
A contratualização é um procedimento em que os componentes – o
administrador do Município ou do Estado, do Sistema Único de Saúde (SUS) e
representativo oficial da instituição hospitalar – constituem objetivos que indicam
quantidade e qualidade de atenção e cuidado à saúde, referente ao gerenciamento
hospitalar, formalizados e certificados por meio de um acordo contratual.
A vivência do Ministério da Saúde (MS) com a metodologia de
contratualização teve seu início em 2004, com a introdução dos princípios e
políticas de reorganização dos hospitais de ensino e também dos hospitais
filantrópicos.
Com a priorização dessas políticas e princípios, o Ministério da Saúde (MS)
estabeleceu uma referência inovadora de financiamento para os ambientes
hospitalares, fundamentado no regresso de incentivos e financiamento, calculados
com base na ordem histórica da formação hospitalar de cada estabelecimento ou
instituição.
O Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC) se estabeleceu criando a
possibilidade do regresso de recursos, fundos e materiais aos estabelecimentos e
instituições hospitalares, por intermédio de lançamento de portarias.
Atualmente, há cerca de 1.030 hospitais que recebem e utilizam o Incentivo
de Adesão à Contratualização (IAC).
Existem diversos aspectos positivos com o fato de optar por seguir o método
de contratualização, são eles: facilitação dos processos de avaliação; controle,
regulação dos serviços ofertados; programação orçamentária e financeira;
possibilidade de investimento na gestão hospitalar; adequação dos serviços
conforme a demanda e necessidades do gestor local de saúde; maior transparência
na relação com o gestor local do SUS; melhor inserção institucional na rede de
serviços de saúde; valorização dos aspectos referentes ao ensino, pesquisa e
produção de conhecimento; integração ensino-serviço; indução de um maior
comprometimento do corpo de colaboradores da unidade hospitalar (contrato
interno); melhor alocação e gestão dos recursos públicos, por meio da
racionalização do gasto e da qualidade do serviço prestado e fortalecimento da
relação entre o gestor e o prestador de serviço, uma vez que as metas passam a ser
formuladas em parceria.
No Brasil, os arranjos contratuais estão no cerne das discussões sobre
alternativas para a Administração Pública, tendo em vista a melhoria do
desempenho e da prestação de contas dos prestadores de serviços de saúde. Além
disso, estão sendo propostos e/ou utilizados como instrumentos de coordenação e
ligação do núcleo central da Administração Pública, com seus próprios entes
internos já existentes e/ou com novas modalidades jurídico-administrativas, público
ou privadas, prestadores de serviços de saúde.
No Brasil, desde o final de 1990, os arranjos contratuais entre hospitais e
unidades de atenção básica, com secretarias de saúde estaduais ou municipais,
vêm sendo estabelecidos.
É fundamental entender que o processo de contratualização está sujeito a
modificações, uma vez que é necessário que todos os aspectos que compõem um
hospital mantenham a ordem e conexão, para que, assim, possa ser observado um
bom funcionamento, quando nos referimos aos serviços e ao gerenciamento do
ambiente.
Existem diretrizes e princípios que são estabelecidos com a finalidade de
deixar claro e evidente como funciona esse processo, de modo que podemos
observar as diretrizes para a contratualização de hospitais no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS) – Portaria da Consolidação nº 2, que estabeleceu a
Consolidação das regras e normas a respeito das políticas nacionais de saúde do
Sistema Único de Saúde (SUS).
O comprometimento de cada responsável pelo gerenciamento do Sistema
Único de Saúde (SUS), a sua cooperação, na constituição das linhas de atenção e
cuidado e da rede de assistência de serviços à saúde pode ser relevante. De
maneira a certificar que os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), habitantes
em sua zona, tenham acesso ao atendimento e serviços de qualidade, dentro, mas
também fora do seu território, precisando verificar-se pactuações, promovendo os
fluxos, referências e informações.
Antes de acontecer a contratualização, existe e deve ser realizada uma
consulta a assessoria/assistência jurídica do Município ou área em questão. Em
seguida, deve ser pesquisada a oportunidade de existir uma resolução em conjunto,
para os Municípios e Estados, o que pode ser realizado via Consórcio Intermunicipal
de Saúde (CIS).
Na terceirização, a autoridade pública entrega a uma entidade do setor
privado, com ou sem fins lucrativos, (como acontece em situações de empresas de
telefonia e serviços de outras atividades) a execução do serviço, ao mesmo tempo
em que a publicitação e a contribuição do serviço público é trasladada para uma
estruturação de ordem privada, reconhecida pelo poder público, como sistema
privado de interesse público, não podendo ter fins lucrativos.
A vasta discussão sobre as terceirizações transcorre sobre autenticidade e
originalidade de contratualização de serviços, para progredir as atividades em meio
ao gerenciamento público.
A Justiça do Trabalho é responsável por afirmar os critérios e princípios para
o processo de terceirização. A princípio, a terceirização é determinada para o
trabalho momentâneo e prestação de serviço de vigilância. E, ainda, hábitos lícitos
quando se procedessem de atividades meio, mas sempre acompanhados de debate,
pontuados os limites que são definidos e diferenciados dessas atividades como fim
ou meio.
É analisado um número crescente no processo de terceirizações, que
aumenta o sentido das consideradas atividades meio no gerenciamento hospitalar.
Os serviços prestados como lavanderia, higienização, segurança, esterilização,
laboratorial e assistência nutricional são exemplos claros e evidentes de assinalar o
quanto as prestações de serviços têm, cada vez mais, tornado-se instrumentos com
finalidades contratuais, que acomodam o elevado nível de complexidade de
gerenciamento dessas organizações hospitalares, uma vez que deve existir uma
comunicação e uma gestão boa o suficiente para manter em harmonia.
Existem indicações de que este método de terceirização tem se representado
no Sistema Único de Saúde (SUS) como amplificação dos mercados, quando se
refere à prestação de serviços públicos, tais como os serviços dos laboratórios de
análises clínicas.
Na história prefacial, com relação a quando se encontrava da relação entre o
setor público e o setor privado na área de saúde, a característica complementar foi
explanada pelo ato de entender que, com o desenvolvimento e progresso do
financiamento da assistência à saúde, a contribuição e participação do setor privado
diminuiria em desvantagem à ampliação da rede pública.
Há de se observar que o setor privado se desenvolveu e fundamentou uma
transformação em que o setor público parece se juntar para complementá-lo,
reivindicando precaução ao aprimoramento dos instrumentos e recursos de natureza
contratuais de prestação de serviços e, consequentemente, de regulamentação,
estabelecendo-se numa transformação do setor privado sobre o setor público, em
que o direito privado desempenha grandes impactos e intervenções sobre o direito
público.
Essa conjunção é evidenciada quando conhecidas as atenções e cuidados
ambulatorial especialista e hospitalar, em razão à baixa capacidade/competência
estabelecida, acarretando a imprescindibilidade de contratação de serviços
complementares para proposta aos pacientes. Isso se deve à solicitação de
melhorias da clareza no relacionamento contratual, com objetivos ao interesse
público, especialmente quando se reconhece a circunstância do público ser preso à
condição da prestação de serviços de natureza privada, com realidade de baixa
legalização do relacionamento contratual.
A contratualização não alterou a disponibilização de leitos, exames e
consultas para a secretaria, e também não influenciou a inserção dos serviços de
urgência/emergência na rede, o que era desejado pelo Programa. São condições
obrigatórias para o ingresso no Programa a certificação e a contratualização (LIMA;
RIVERA, 2012).
No método utilizado de contratualização, faz-se necessário que exista o
processo avaliativo de qualidade, para que, como os outros serviços, esse também
tenha uma análise.
Na Saúde Coletiva e na área de saúde como um todo – Planejamento e
Gerenciamento – são beneficiadas implantações com vasta produção científica,
sabendo que a consideração é um dos seus aspectos fortes, sendo analisado o
tema que possui uma orientação oblíqua, frequente na produção científica dessa
determinada área. A administração do setor público tem beneficiado tomada de
resolução, e privilegiado a sociedade e instituições com seus procedimentos de
autocrítica e avaliação.
No Brasil, tem sido fundamental o instrumento de gerenciamento hospitalar
associado aos gestores e administradores dos sistemas e serviços à saúde,
igualmente ao de políticas e programas de promoção à saúde. Para tanto, evidencia-
se a indispensabilidade do desenvolvimento de avaliadores com fundamento teórico-
científico, multiplicidade metodológica às complicações, intrínsecos à saúde e
recursos institucionais, que visam regulamentar a pesquisa que realiza a avaliação.
O método normativo de institucionalização na saúde no Brasil surgiu a partir
da implantação do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares
(PNASH) e de outros programas, que também foram desenvolvidos e implantados
com finalidades parecidas com PNASH. Na atualidade, podemos dizer que pertence
à Portaria nº 8 reestruturar o sistema de saúde por meio do Programa Nacional de
Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS), concedendo à avaliação um passo de
extrema relevância para orientar, de forma consciente, a realização de ações e
serviços de saúde quando falamos de eficácia, segurança e efetividade. Esse
programa tem como finalidade geral e especifica de analisar a completude dos
estabelecimentos e instituições de atenção e cuidado em atendimento, saúde,
ambulatórios e centros hospitalares, beneficiados com recursos financeiros de
origem de programas implantados pelo Ministério da Saúde (MS).
O incentivo à qualificação da gestão hospitalar (IQGH) estabelece algumas
diretrizes para que possa ser realizado o processo de contratualização em hospitais,
quando nos referimos ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Existem algumas diretrizes que regem esse incentivo e são as mesmas que a
da Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP).
A atenção hospitalar é temática importante na análise de políticas públicas de
saúde e objeto de constante preocupação por parte dos gestores, tendo em vista a
complexidade e os desafios existentes na área. Seu fomento é histórico no Brasil,
desde o período colonial, e fortaleceu o modelo assistencial médico-
hospitalocêntrico e liberal nas Repúblicas e Ditaduras dos séculos seguintes
(SANTOS; PINTO, 2017).
Três eixos estruturantes da política se destacam: a gestão hospitalar, que
versa sobre qualidade da assistência, cumprimento de metas contratualizadas,
eficiência e transparência, planejamento participativo, papel na RAS, fluxos
regulatórios e critérios de monitoramento e avaliação; o financiamento tripartite e os
instrumentos formais de contratualização que regularizam a relação entre o gestor e
os hospitais públicos e privados, por meio de critérios regionais, orçamentários, de
monitoramento e cumprimento das metas, aprimoramento assistencial e efetivação
do controle social e transparência e, por fim; a responsabilidade das esferas de
gestão que especifica competências das Secretarias Estaduais de Saúde frente a
metas e prioridades para atenção hospitalar, cofinanciamento, contratualização e
monitoramento ou avaliação (SANTOS; PINTO, 2017).
Assim, é válido entender quais as principais ideias das diretrizes, sendo elas:
garantia de universalidade de acesso, equidade e integralidade na atenção
hospitalar; regionalização da atenção hospitalar, com abrangência territorial e
populacional, em consonância com as pactuações regionais; modelo de atenção
centrado no cuidado ao usuário, de forma multiprofissional e interdisciplinar; acesso
regulado de acordo com o estabelecido na Política Nacional de Regulação do SUS;
atenção humanizada em consonância com a Política Nacional de Humanização;
garantia da qualidade da atenção hospitalar e segurança do paciente; garantia da
atenção à saúde indígena, organizada de acordo com as necessidades regionais,
respeitando-se as especificidades socioculturais e direitos estabelecidos na
legislação, com correspondentes alternativas de financiamento específico, de acordo
com pactuação com subsistema de saúde indígena.
Os serviços de atendimentos de assistência à saúde são estruturados e
sustentados nas carências e necessidades de todos aqueles que fazem parte
população, com a intenção de envolver-se com o atendimento e serviços
oferecidos aos pacientes, com contribuição de um conjunto de profissionais, mais
conhecidos como Equipe de Multiprofissionais - responsáveis por colocarem em
prática todos os objetivos e propostas que são desenvolvidas e pensadas pelos
programas de assistência e acesso à saúde.
Esses profissionais desempenham seus trabalhos baseados nos princípios
fundamentais de manter em primeiro lugar a preocupação, cuidado e atenção ao
paciente, sempre habituados com as normas e instruções instituídas pelo RAS
(Rede de Atenção à Saúde). E, claro, sem esquecer de ter em vista que o trabalho
não acaba após o fim do atendimento em alguma das unidades de saúde, por isso
é de suma importância que exista a continuidade do cuidado e atenção do
tratamento com o usuário, para que ele venha a ter uma boa melhora no seu
quadro de saúde.
Aperfeiçoar a qualidade da atenção e cuidado do atendimento e serviços
hospitalares, sustentar o enrobustecimento do gerenciamento dos hospitais,
impulsionar a ampliação do ingresso às ações e serviços de saúde na atenção
hospitalar são objetivos diretos e específicos, que giram em torno do que esse
programa procura botar em prática.
Os objetivos estabelecidos pelo Incentivo à Qualificação da Gestão Hospitalar
(IQGH) estão voltados à melhoria na qualidade, que deve existir na prestação de
serviços, quando nos referimos à atenção e cuidado (fator de extrema importância),
visto que o atendimento é a porta de entrada para que depois sejam realizados os
outros serviços e, principalmente, é o aspecto que revela qual o nível de eficácia dos
serviços oferecidos pelo Centro hospitalar em questão.
Toda organização hospitalar deve possuir profissionais que sejam
responsáveis pelo quesito gestão e desenvolva um método que consiga atender as
necessidades do hospital e manter a harmonia em todos os setores que compõem o
ambiente hospitalar. Assim, é imprescindível que esse setor receba incentivos para
continuar sempre em progresso.
Impulsionar as ações e atendimentos de assistência à saúde para que sejam
cada vez mais presentes e efetivos vai refletir em um resultado satisfatório, uma vez
que a atenção hospitalar necessita que os atendimentos sejam mais inovadores e
capazes de suprir a demanda de pacientes e a gravidade que os casos possuem.
A execução malfeita desse gerenciamento pode provocar uma reflexão em
como vão ser desempenhados esses serviços, além de ser esse o principal, e um
dos mais fundamentais, princípios/objetivos quando se trata do atendimento e
serviços de saúde na atenção hospitalar.
O investimento financeiro no quesito hospitalar torna-se cada vez mais
necessário e fundamental, visto que a atenção hospitalar faz referência a uma
diversidade de serviços e aspectos que, sem dúvidas, estão diariamente em
evolução.
Com o advento da tecnologia, muitas descobertas são feitas e, com isso,
nasce a necessidade de inovação e implantação de novos métodos, recursos,
equipamentos, profissionais, formações e informações, tudo isso com a finalidade de
progredir em questões de atenção, cuidado e qualidade do serviço oferecido ao
usuário que vai precisar de atendimento.
Para que centros e instituições hospitalares possam ter ligação ou participar
do Incentivo à Qualificação da Gestão Hospitalar (IQGH), são estabelecidos alguns
critérios que vão definir se aquele hospital se enquadra no padrão definido e, na
maioria das vezes, esses critérios estão ligados ao tamanho, porte ou capacidade
que o centro hospitalar pode alcançar.
Os hospitais públicos elegíveis ao recebimento do IQGH, os estabelecimentos
certificados como Hospital de Ensino, deverão ser priorizados no processo de
aditamento ou celebração do instrumento de contratualização.
Os critérios de priorização dos demais hospitais públicos, elegíveis ao
recebimento do IQGH, serão estabelecidos pela Comissão de Intergestores Bipartite
(CIB) e além dos Hospitais que já recebem o IAC (Incentivo de Adesão à
Contratualização), inclui outros aspectos, destacando: hospitais que não
conseguiram aderir ao IAC, por não conformidade momentânea; percentual de
atendimento de usuários de outros municípios; possuir especialidade além das
quatro básicas; habilitações, ser certificado como Hospital de Ensino 50% do valor
da série histórica da produção do nível médio de complexidade ambulatorial e
hospitalar; 60% do valor da série histórica para os hospitais de setores públicos ou
privados, que não possuem fins lucrativos com constatação como Hospital de Ensino
(HE); 70% do valor da série histórica para os hospitais de setores privados que não
possuem fins lucrativos, capazes de manter Hospital 100% do Sistema Único de
Saúde (SUS); 80% do valor da série histórica para os hospitais de setor privados,
que não possuem fins lucrativos, certificados como Hospital de Ensino (HE) capazes
de manter e Hospital 100% Sistema Único de Saúde (SUS).
Dessa maneira, fica evidente que os hospitais passam por diversos tipos de
classificações, para que, então, possam ser encaixados numa especialidade. Os
Hospitais de Ensino (HE) são grandes exemplos de centros de atendimento à saúde
que possuem muitos pontos positivos, mas, para prosperarem e se devolverem para
os indivíduos, devem enfrentar muitos desafios.
Da mesma forma, o monitoramento das tendências de inserção de novas
tecnologias, especialmente as que demandam mudanças de comportamento médico
e que necessitam de sua participação na implementação de novos processos
assistenciais, deve se constituir em um item de preocupação permanente dos
planejadores e gestores de organizações de assistência médico-hospitalar.
Ainda que limitado ao escopo dessa análise, aos Hospitais Universitários (HU)
públicos federais cabe enfatizar que há substantiva heterogeneidade entre essas
instituições. Essa heterogeneidade envolve desde a existência de instituições com
diferentes naturezas jurídico-legais, perfis assistenciais, níveis de complexidade,
porte, modelos de gestão, até a vinculação com as Universidades e com o Sistema
Único de Saúde (SUS).
No Brasil, a quase totalidade dos profissionais de saúde tem nas instituições
hospitalares um campo prioritário de formação acadêmica (MACHADO;
KUCHENBECKER, 2007).
No contexto dos desafios e perspectivas vivenciadas pelos HU, talvez o mais
importante passo a ser dado seja o fortalecimento da sua sustentabilidade
organizacional. Concebida como o resultado de práticas efetivas de gestão e
planejamento, equilíbrio financeiro, orçamentação, preservação da capacidade de
investimento e de gestão de pessoas, a sustentabilidade organizacional dos HU é
conceito-chave no exercício de sua missão e compromisso social.
Há inúmeros desdobramentos inerentes ao conceito de sustentabilidade
organizacional, que incluem a capacidade de implantação de mecanismos de
saneamento financeiro dos HU, o desenvolvimento de sistemas de indicadores de
avaliação e gestão, a incorporação das questões afetas à qualidade dos serviços
prestados, a transparência e a responsabilidade social, entre outros (MACHADO;
KUCHENBECKER, 2007).
Nos últimos anos, várias iniciativas foram propostas com o intuito de
promover mudanças no modelo de assistência hospitalar e fortalecer a participação
dos HU no SUS (MACHADO; KUCHENBECKER, 2007).
Às instituições hospitalares cabem, primordialmente, dois papéis: o primeiro,
melhorar as condições de saúde da população, o que – no contexto dos HU –
remete também ao ensino e à pesquisa. Segundo, integrar, de modo efetivo, os
sistemas de saúde, a fim de que não sejam considerados isoladamente, fora de um
espectro mais amplo de cuidados e de proteção social. Vislumbrada sob uma
perspectiva futura, a efetivação desses papéis nos parece ser muito mais ampla do
que conceber os HU somente como instituições prestadoras de serviços
(MACHADO; KUCHENBECKER, 2007).
O futuro e a afirmação dos HU dependerão sempre da capacidade em
contribuir efetivamente para ações criativas e integradoras no âmbito das políticas
de Estado para a saúde e educação, cenário no qual a visibilidade e a importância
dessas instituições resultam incontestes.
Além do que já foi citado, é de extrema importância que aliado ao ato de
promover atendimento e serviços de cuidado aos pacientes, assim como oferecer
um ambiente aconchegante, é importante que o cuidado com o paciente continue
mesmo depois do atendimento, que seja contínuo.
O desafio no gerenciamento de custos em saúde é optar por decisões
racionais, para tentar equilibrar a qualidade dos serviços realizados com as
limitações no orçamento.
A gestão de custos na assistência de atendimentos em saúde é um
procedimento de cunho administrativo, de tomada de decisão, na procura de uma
racionalização na destinação de recursos e materiais que são disponíveis,
respeitando tanto as necessidades dos pacientes quanto as finalidades que são
impostas pela instituição.
A Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica é considerada uma das maiores e
principais usuárias do orçamento total hospitalar, resultante de suas particularidades
assessoriais, das tecnologias, materiais e recursos disponibilizados, no geral, que
fazem uso para proporcionar uma colaboração de qualidade, para conquistar o
alcance de excelentes resultados na atenção a crianças que estão internadas na
unidade de terapia intensiva em estado crítico.
Assim como a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, os Hospitais
Universitários também necessitam de uma boa quantidade de orçamento do
hospital, visto que exige altos investimentos, dada a situação de possuir uma
demanda muito alta de futuros profissionais, que fazem uso do local para adquirir
conhecimento.
Os desafios do gerenciamento das informações de saúde, em geral, e
hospitalar, em particular, não dependem apenas dos avanços tecnológicos. Além da
tecnologia, um estudo da melhoria do registro de pacientes deve considerar como o
uso desses registros deve ser melhorado.
A melhoria dos registros e a racionalidade clínica dos profissionais de saúde
são tópicos que estão, inevitavelmente, associados, uma vez que os registros
médicos refletem o processo racional clínico. Se o desejo é criar melhores sistemas
de registro de pacientes, o usuário deve ser reconhecido e as atividades inerentes
às soluções dos problemas dos profissionais de saúde devem ser examinadas
(RODRIGUES FILHO; XAVIER; ADRIANO, 2001).
Há inúmeras tecnologias que podem ser usadas para facilitar trabalhos de
diversos profissionais dentro do ambiente hospitalar. Dessa forma, o responsável
pela gestão pode contribuir para facilitar a realização de algumas tarefas, optando
por fazer uso de softwares, por exemplo: softwares que ajudam a diagnosticar
pacientes, preencher prontuário e auxiliar a controlar o acesso de usuários que dão
entrada. Isto é, muitos problemas podem ser resolvidos a partir de uma boa visão
contemporânea de um bom gestor, que possua uma visão ampla, a fim de que atinja
os objetivos da instituição.
Os dados do prontuário médico são frequentemente ilegíveis, não acurados,
fragmentados, incompletos, incompreensíveis para o paciente e seus familiares e,
algumas vezes, excessivos ou redundantes. Nem sempre a documentação do
prontuário é ordenada de forma lógica; a pobreza do seu formato impede uma
utilização mais eficiente (RODRIGUES FILHO; XAVIER; ADRIANO, 2001).
Para tanto, os hospitais devem ter um melhor conhecimento dos seus custos
de funcionamento e dispor de sistemas com informações confiáveis e tempestivas
para subsidiar a análise, tomada de decisão e adoção de medidas corretivas em
todas as fases do gerenciamento. O melhor gestor de custos é quem conhece
profundamente as atividades desenvolvidas na unidade e não quem reúne apenas
os conceitos relacionados à contabilização dos custos (DALLORA; FOSTER, 2008).
Em todas as instituições, a competência dos procedimentos é essencial para
o bom desempenho. Em uma instituição hospitalar, ela significa muito mais que isso.
Por isso, a disposição interna é digna de uma atenção em particular. A logística
interna compreende todos os processos que ocorrem dentro de um hospital, desde a
triagem de pacientes, gestão e desempenho da equipe multiprofissional, processos
de atendimento, comando de medicamentos, realização de consultas e exames,
entre outros.
Outro ponto positivo considerado ainda importante é associar a oportunidade
para enxergar as problemáticas e aprimorar os processos. Com informações
íntegras compondo um sistema, o administrador consegue pesquisas que admitem
idealizar erros no atendimento, indicar departamentos em que os custos não são
bem administrados, e áreas com demanda larga de crescimento.
Quando todo esse procedimento tem um gerenciamento hábil e capacitado, a
equipe tem as ocorrências necessárias para alavancar no atendimento de cuidado à
saúde de alta qualidade e se esforçar para oferecer o melhor, dentro de uma
determinada margem de custos total.
Desse modo, as tecnologias ajudam a compreender esses procedimentos e
como estruturar cada um da melhor maneira, e isso evidencia alguns prejuízos,
garantindo o desimpedimento e o uso de maneira mais proveitosa dos materiais e
recursos necessários, desempenhando um resultando no bom atendimento nos
pacientes.
Dessa maneira, o gestor pode intervir de forma factual, para tentar corrigir
esses problemas e, de maneira plena e certa, equilibrar o atendimento
humanizado e a saúde financeira da instituição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos parâmetros traçados, tem-se a responsabilidade de entender que a
gestão em saúde é uma rede complexa, que precisa ser bem gerenciada e tem
fundamental importância para um centro hospitalar, uma vez que os resultados
desse aspecto refletem diretamente nos serviços oferecidos pelo Hospital.
Da mesma forma, observou-se que existem diversos fatores e programas que,
ao longo do tempo, contribuíram para a evolução e melhoria do Sistema Único de
Saúde no Brasil.
Por fim, diante do propósito do presente trabalho, restou clarividente a
necessidade de se fazer presente profissionais especializados em gestão em saúde
em todos os centros e unidades de atendimento, a fim de que possa ser atingido o
propósito de alavancar o gerenciamento dos serviços de saúde, juntamente com o
desenvolvimento tecnológico e contemporâneo, que faz parte da realidade atual.
Dessa forma é, pois, capaz de promover um conhecimento claro e aprofundado a
respeito de como a gestão em saúde pode acarretar resultados positivos, e então
tornar cada vez mais dinâmica a relação entre as atividades oferecidas pelo sistema
de saúde e a participação assídua e harmoniosa com os indivíduos.

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