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A atuação do enfermeiro na

gestão da saúde pública


Conforme a Constituição Federal de
1988 (CF-88), a “Saúde é direito de
todos e dever do Estado”. No
período anterior a CF-88, o sistema
público de saúde prestava
assistência apenas aos
trabalhadores vinculados à
Previdência Social
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos
maiores e mais complexos sistemas de saúde
pública do mundo, abrangendo desde o simples
atendimento para avaliação da pressão arterial,
por meio da Atenção Primária, até o transplante
de órgãos, garantindo acesso integral, universal e
gratuito para toda a população do país. Com a
sua criação, o SUS proporcionou o acesso
universal ao sistema público de saúde, sem
discriminação.
A atenção integral à saúde, e não somente aos
cuidados assistenciais, passou a ser um direito de
todos os brasileiros, desde a gestação e por toda
a vida, com foco na saúde com qualidade de vida,
visando a prevenção e a promoção da saúde.
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve
ser solidária e participativa entre os três entes da
Federação: a União, os Estados e os municípios.
A rede que compõe o SUS é ampla e abrange
tanto ações quanto os serviços de saúde.
Engloba a atenção primária, média e alta
complexidades, os serviços urgência e
emergência, a atenção hospitalar, as ações e
serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária
e ambiental e assistência farmacêutica.
Princípios do Sistema Único de
Saúde (SUS)
Universalização: a saúde é um direito de todas as
pessoas

Equidade: tratar desigualmente os desiguais,


investindo mais onde a carência é maior.

Integralidade: este princípio considera as pessoas


como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades.
Ingresso no setor público
Servidor público - A forma mais tradicional de
ingresso, aprovado em concurso público, de
provas ou de provas e títulos. regido pela Lei
8.112/90, que prevê estabilidade no cargo, salvo
em casos de sentença judicial sem possibilidade
de recurso ou de processo administrativo
disciplinar.
Ingresso no setor público
Empregado público -

De forma similar ao servidor, o empregado


também precisa ser aprovado em concurso e
possui certa estabilidade, não podendo ser
dispensado imotivadamente. A diferença é que o
regime de trabalho seguido é nos moldes da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que a
lotação do empregado é em empresas do estado,
porém de natureza privada ou economia mista,
como as fundações e empresas públicas
(EBSERH)
Ingresso no setor público
Comissionado -

Cargo de confiança, o comissionado não possui


estabilidade pois pode ser dispensado a qualquer
tempo, sem necessidade de justificativas. É uma
posição de livre nomeação, mas que costuma
exigir qualificações específicas para a área a qual
se destina, que ficam a critério do órgão. O
comissionado também segue um regime similar à
CLT, mas não possui benefícios como o Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Ingresso no setor público

Terceirizado -

A contratação de mão de obra terceirizada é


realizada entre o órgão e a empresa prestadora
de serviços, por meio de licitação. Portanto, o
trabalhador não tem vínculo com a instituição
pública. O processo de seleção e a definição das
formas de contratação e de trabalho é de
responsabilidade exclusiva da empresa
terceirizada.
Ingresso no setor público
Temporário -

São aqueles contratados por tempo determinado


para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público, art. 37, IX, da
Constituição Federal; O regime a eles imposto é
contratual, sem vínculo com cargo ou emprego
público. Assim como os terceirizados, servidores
temporários não têm um vínculo direto com os
cargos públicos.
Onde fazer a gestão?
As Redes de Atenção à Saúde (RAS)

Organizam-se por meio de pontos de atenção à


saúde, ou seja, locais onde são ofertados
serviços de saúde que determinam a estruturação
dos pontos de atenção secundária e terciária. Nas
RAS o centro de comunicação é a Atenção
Primária à Saúde (APS), sendo esta a
ordenadora do cuidado.
As Redes de Atenção à Saúde (RAS)
*Rede Cegonha;
* Rede de Atenção às Urgências e Emergências;
* Rede de Atenção Psicossocial (com prioridade
para o Enfrentamento do Álcool, Crack, e outras
Drogas);
* Rede de Atenção às Doenças e Condições
Crônicas: iniciando-se pelo câncer (a partir da
intensificação da prevenção e controle do câncer
de mama e colo do útero);
* Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência.
Níveis de atenção

Atenção Primária à Saúde (APS)

Médica Complexidade

Alta Complexidade
A função gerencial do enfermeiro na
APS
Gerenciar é uma função administrativa que compreende o processo de
tomada de decisões
Nas Unidade de Saúde da Família (USF), o gerente é aquele
profissional que, por meio de atos administrativos/gerenciais, executa
atividades que envolvem o seu próprio esforço somados ao trabalho
direcionado de sua equipe e de lideranças da comunidade.
O gerente é responsável pelo uso efetivo e eficiente de insumos de
forma que contribua para que o serviço alcance os resultados
desejados.
A forma gerencial requer do profissional de enfermagem criatividade e
inovação, considerados instrumentos eficazes do processo de gestão,
requisitos também indispensáveis ao gerenciamento dos serviços de
enfermagem.
Exige-se do enfermeiro competências de modo educativo, assistencial,
administrativo e político, todas engajadas no compartilhamento de
conhecimentos e informação que o enfermeiro tem do processo de
gestãoem saúde
A função gerencial do enfermeiro na
APS
Exige a capacidade de articular os diversos saberes e permitir o diálogo
aberto com foco na melhoria da qualidade da assistência a ser prestada
pelos diferentes profissionais que atuam na atenção primária à saúde,
pois há um caráter multiprofissional das equipes de Saúde da Família e
de Saúde Bucal, além do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).
O enfermeiro gerente deve conhecer as atribuições de cada membro, para
melhor organização das normas e rotinas da unidade.
O Ministério da Saúde aponta como atribuiçãodo enfermeiro “planejar,
gerenciar, coordenar, executar e avaliar a USF”, o que traz à discussão
os aspectos gerenciais da equipe e da unidade, que não podem ficar
limitados às atividades administrativas burocráticas,pondo como função
básica apenas o controle do trabalho; mas considerar as dimensões que
a atividade gerencial apresenta, principalmente quando se tem como
norte a estratégia como disparadora da transformaçãode modelo
assistencial.
A função gerencial do enfermeiro na
APS
Importante repensarmos a formação desse profissional, em nível de
graduação e subsidiarmos os docentes da área de Saúde Pública dos
Cursos de Enfermagem, para um enfoque que privilegie a gestão
pública nos serviços de saúde,pois assim, acredita-se que as
capacidades e habilidades específicas para o campo de
administração e processo gerencial em enfermagem são
desenvolvidas durante o processo de formação, estando
permanentemente construídas nas experiências cotidianas.
A formação do profissional não se encerra no conhecimento tecnicista e
biologicista, tornam-se necessários o compromisso e a
responsabilidade para com a gestão em saúde, procurando a
integralidade, a participação popular, a promoção à saúde e o
acolhimento a interesses coletivos.
A função gerencial do enfermeiro na
APS
A enfermagem estabelece a cada dia, maior relevância na atuação
nos sistemas de saúde, tornando-se apreciada pela qualidade da
atuação profissional e tendo o reconhecimento de seu papel,
enquanto conscientizador, sempre em busca da melhoria da
qualidade de vida, como também, sua valiosa contribuição para a
implantação e para a manutenção da política de saúde e,
consequentemente, em gestãode sistema de saúde.
Para a gestão de sistemas de saúde, não tem uma receita de bolo
finalizada a ser seguida, ela é edificada no cotidiano. A capacidade
dos enfermeiros para gerenciar sistemas é adquirida com a
formação, por meio das capacidades, das habilidades, da prática e
da vivência diária e também através das experiências. Essa
conexão é que torna a enfermagem sensível à gestãode sistemas.
O papel do enfermeiro na Saúde Pública é reconhecido pela competência e
habilidade que possui para compreender o ser humano holisticamente, pela
integralidade da assistência à saúde e pela capacidade de atender e identificar-
se com as necessidades da comunidade.
Faz necessário qualificar a formação profissional,
seja durante a graduação, suscitando o
desenvolvimento de competências e
habilidades gerenciais, seja por meio da
educação permanente, estimulando entre os
profissionais reflexões sobre as situações que
se colocam cotidianamente e as melhores
estratégias para solucioná-las.
REFERÊNCIAS
1. Sperling S. Estratégia de Saúde da Família: a melhor aposta para um
sistema de saúde orientado para a proteção de pessoas e conquistas
civilizatórias. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação
em Saúde [Online], 2017 dez 31 [Acesso em 09 dez 2018] 11(4). Disponível
em: https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/1471/
pdf1471.
2. Ferreira SRS, Périco LAD, Dias VRGF. The complexity of the work of nurses
in Primary Health Care. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018 [cited 2018 dec
09]; 71 (Supl 1): 704-709. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
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http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0471.
3. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Perfil da Enfermagem no Brasil
[Internet]. 2015 [citado 2018 out 22]. Disponível em:
http://www.cofen.gov.br/perfilenfermagem/.
4. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Retratos da atenção básica no Brasil 2012: características
das Unidades Básicas de Saúde [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde;
2015 [citado 2018 dez 09]. (Gestãoda Atenção Básica; v.1). Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/retratos_ab_2_vol_1.
pdf

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