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Gestão governamental do SUS:

impasses e alcances
Gestão governamental do
SUS: impasses e alcances
ESTRUTURA, PRINCÍPIOS E COMO FUNCIONA

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos


sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o simples
atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária,
até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito
para toda a população do país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o
acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção
integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um
direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco
na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/s/sus#:~:text=O%20Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20(SUS)%20%C3%A9%20composto%20pelo%20Minist%C3%A9rio,con
forme%20determina%20a%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20Federal.
Gestão governamental do SUS:
impasses e alcances
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados e os
municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações
quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e alta
complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as
ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e
assistência farmacêutica.
Avanço: Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de
todos e dever do Estado”.
No período anterior a CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência
apenas aos trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente 30
milhões de pessoas com acesso aos serviços hospitalares, cabendo o
atendimento aos demais cidadãos às entidades filantrópicas.
SUS faz Brasil liderar com o maior sistema público de transplantes do mundo
Série “Corrida pela Vida”, exibida no Jornal da Band, mostra histórias de quem teve a
vida salva pelo transplante de órgãos no Brasil 15/07/2023

https://www.band.uol.com.br/noticias/jornal-da-band/ultimas/sus-faz-brasil-liderar-com-o-maior-sistema-publico-de-
transplantes-do-mundo-16617024
7 países com sistema de saúde gratuito
Apesar de poucas pessoas saberem, entre os países com sistema de saúde gratuito,
o Brasil é referência em todo o mundo, no quesito saúde. Apesar de muitas
pessoas não estarem completamente satisfeitas com o nosso sistema público de
saúde, que é o SUS (Sistema Único de Saúde), vale ressaltarmos que é um dos
poucos sistema gratuito tão flexível em todo o mundo. E a razão de muitas vezes
ser um pouco demorado. O fato é, que as pessoas perceberam que as vezes pagar
caro por um sistema de saúde privado, não está compensando, já que a sua
disposição contam com um sistema extremamente eficiente, que disponibiliza
atendimentos clínicos, exames e também cirurgias.

Reino Unido Suécia Canadá Espanha França Portugal Austrália


https://vivendoasdiversidades.org/sistema-de-saude/
ESTRUTURA DO SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pelo Ministério da Saúde,
Estados e Municípios, conforme determina a Constituição Federal. Cada ente
tem suas co-responsabilidades.
MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE (SMS)

CONSELHOS
Conselho de Saúde, no âmbito de atuação (Nacional, Estadual ou Municipal),
Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass)

Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)

Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems)


PRINCÍPIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao
Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços
Universalização: deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo,
raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais.

o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas


as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e,
Equidade: por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade
significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a
carência é maior.

este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas


as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações,
incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento
Integralidade: e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a
articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma
atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham
repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS
os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a
uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com
definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de
Regionalização e articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos
Hierarquização: mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir
formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos
limites dos recursos disponíveis numa dada região.

descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com


relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o
Descentralização e controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve
Comando Único: ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições
gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o
princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada
esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os
princípios gerais e a participação da sociedade.

a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser


criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular
Participação Popular
estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
A saúde no Brasil, impasses e desafios
enfrentados pelo Sistema Único de Saúde -
SUS
Health in Brazil, dilemmas and challenges faced by the
Brazilian Public Health System
Salud en Brasil, los dilemas y desafíos que enfrenta el
Sistema Único de Salud
Nemésio Dario Almeida
Universidade Federal de Pernambuco
A saúde no Brasil, impasses e desafios enfrentados
pelo Sistema Único de Saúde - SUS
• ter saúde exige alimentação adequada
• condições de trabalhos saudáveis
• moradia digna
• saneamento básico eficiente
• meio ambiente protegido e bem conservado
• possibilidade de lazer, informação. Resultado de um conjunto de determinantes em relação às
quais o SUS apresenta-se como uma proposta nesta mesma direção.

Temos passado nas últimas décadas por transformações demográficos, epidemiológicos,


nutricionais e tecnológicos.
• Expectativa de vida no Brasil que tem apresentado evolução significativa.

• Uma nova atenção à saúde a partir da concepção que não compreende a saúde apenas como a
ausência de doença, mas parte do entendimento e qualidade de vida.
• O Sistema propõe uma mudança profunda no modelo de planejar, organizar e gerir as ações e serviços
de saúde.

• O princípio de integralidade se assenta na compreensão de que as pessoas têm o direito de serem


atendidas no conjunto de suas necessidades, e que os serviços de saúde devem estar organizados de modo
a oferecer todas as ações requeridas por essa atenção integral.

• O SUS deve desenvolver ações sobre o ambiente e sobre a pessoa destinados à promoção, proteção e
recuperação da saúde, bem como à reabilitação.

• Com qualidades e defeitos, o SUS é reconhecido no país e fora dele como uma política pública
importante e com grande potencial.

• Em 2011, a renomada revista científica internacional The Lancet publicou uma série de artigos com o
intuito de apresentar à comunidade internacional a experiência brasileira, ressaltando que “o Brasil
vive um período de transição, mas encontra-se em uma excelente posição para atingir suas
ambiciosas aspirações, graças ao seu compromisso histórico com a saúde pública e a sua atual força
política e econômica” (Paim, Travassos, Almeida, Bahia & Macinko, 2011, p.1795 ).
Revista Psicologia e Saúde, v. 5, n. 1, jan./jun. 2013, p. 01-09
Expectativa de vida sobe de 76,8 para 77 anos no Brasil

A expectativa de vida dos brasileiros que nasceram em 2021 é de 77 anos, segundo o


estudo Tábulas de Mortalidade publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25). Em comparação a 2020, a expectativa de
vida aumentou em exatos 2 meses e 26 dias, quando registrou 76,8 anos.

O resultado foi fortemente puxado pelas mulheres. A pesquisa analisou que os homens
nascidos em 2021 podem chegar até os 73,6 anos, enquanto as mulheres que
nasceram neste mesmo ano podem atingir, em média, os 80,5 anos.

25/11/2022
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/expectativa-de-vida-sobe-de-768-para-77-anos-no-brasil-diz-
ibge/#:~:text=Em%20compara%C3%A7%C3%A3o%20a%202020%2C%20a,metodologia%20utilizada%20para%20o%20c%C3%A1lculo.
Controle social na gestão do SUS: aspectos
estruturais, organizativos e estratégicos

No Brasil, a expressão “controle social” dependendo do momento histórico, pode ser


conceituado de maneiras distintas. No período ditatorial, por exemplo, esse termo era
caracterizado como o controle do Estado sobre a sociedade, inviabilizando qualquer tipo
de expressão da população (Cotta et al., 2009; Silva, Cruz et al., 2007; Vilaça et al., 2019).

Por outro lado, após o Movimento da Reforma Sanitária, o termo “controle social” passou a
ser entendido como a prática de cogestão pública da sociedade, por meio de seus
representantes, sobre as ações estatais (Batagello et al., 2011; Cotta et al., 2009; Duarte
et al., 2012; Oliveira, 2004; Oliveira et al., 2009; Oliveira, Ianni et al., 2013; Shimizu et
al., 2013; Silva et al., 2007)
José Felipe de Freitas Gomes ORCID: https://orcid.org/0000 0001 9096 6930 Fundação Universidade Federal de Rondônia, Brasil
Nathalia Halax Orfão Fundação Universidade Federal de Rondônia, Brasil
Research, Society and Development, v. 11, n. 3, e49911326843, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i3.26843 - 05/03/2022
• Conferências de Saúde são espaços deliberativos institucionalizados e representativos de participação social
(Müller et al., 2014), que objetivam avaliar a situação de saúde da comunidade e formular, propor e deliberar
diretrizes direcionadas ao estabelecimento de políticas públicas neste setor (Coelho, 2012; Miranda et al., 2016;
Shimizu et al., 2009).

• Conselho de Saúde, com sua pluralização da representação, é considerado pilar institucional do SUS, possuindo
natureza paritária, permanente e caráter deliberativo, sendo considerado um espaço público de consolidação da
democracia nas diferentes esferas governamentais (Aciole, 2007; Durán et al., 2014; Oliveira et al., 2013;
Serapioni et al., 2006).

• São mais de 5.600 Conselhos de Saúde no país (Da Silva et al., 2020; Santos et al., 2020), que possuem as
funções de formular estratégias, controlar e fiscalizar a execução da política pública de saúde, inclusive nos
aspectos econômico-financeiros (Coelho, 2012; Gonçalves et al., 2013; Santos et al., 2020).
• A temática da participação da comunidade, nas diversas instâncias participatórias, tem sido
objeto de interesse de inúmeros estudiosos (Pessoto et al., 2001),

• com pesquisas direcionadas principalmente aos Conselhos de Saúde, as quais têm investigado as
particularidades da dinâmica dessas instâncias de controle social, assim como os entraves que as
mesmas têm enfrentado (Miranda et al., 2016; Rocha et al., 2020).

• Estudos reforçam a fragilidade técnica e política dos conselheiros de saúde – especialmente o


segmento representativo dos usuários - para uma atuação eficiente frente às ações de proposição
que constituem práticas rotineiras nos espaços institucionalizados de deliberação (Martinez et al.,
2016; Van Stralen et al., 2006).

• torna-se necessário compreender como estão estruturadas e organizadas as instâncias de participação social,
inclusive de que forma e com qual frequência ocorre a capacitação dos diferentes sujeitos coletivos que
integram as arenas de participação, pois considera-se que tais fatores influenciam diretamente na consolidação
da cultura participativa e, consequentemente, no fortalecimento (ou não) do controle social no SUS.

• Descrever as estratégias e periodicidade de capacitação dos conselheiros de saúde nos órgãos colegiados do
SUS.
• Ainda que seja previsto legalmente que, nos Conselhos de Saúde, não é permitida a participação
de membros eleitos do Poder Legislativo, bem como representações do Poder Judiciário e do
Ministério Público (MP), como conselheiros de saúde.(Brasil, 2012), verificou-se que essa diretriz
nem sempre é respeitada, seja pela presença de vereadores exercendo a atribuição de
conselheiros (Cotta et al., 2011) e/ ou devido ao envolvimento direto de representantes políticos
nas instâncias participativas, podendo resultar em inibição do posicionamento crítico dos
conselheiros (Bispo Júnior et al., 2008).

• Os Conselhos de Saúde devem estabelecer integração com instituições do controle externo, tais
como o Tribunal de Contas do Estado e o MP (Moreira et al., 2008; Pacheco et al., 2020; Shimizu
et al., 2009; Zambon et al., 2013), com o propósito de possibilitar a avaliação e o
acompanhamento dos resultados obtidos com as Organizações Sociais de Saúde, através de
comparações entre aquilo que foi previamente estabelecido no contrato de gestão e os
resultados alcançados (Pacheco et al., 2020).
• Em acréscimo, segundo especificado na Constituição Federal de 1988, o MP é um
componente fundamental no monitoramento de programas e recursos de saúde,
proporcionando, assim, a atuação conjunta com os Conselhos de Saúde por meio de
reuniões e debates (Aciole, 2003; Shimizu & Dytz, 2009).

• Estudos têm revelado uma relação frágil e superficial entre o MP e os Conselhos de


Saúde em virtude da escassa participação dos promotores de justiça nas reuniões
dos órgãos colegiados, prejudicando, assim, a orientação da política institucional
do MP para que, através do diálogo interinstitucional, seja qualificado e fortalecido
o controle social no SUS (Pereira et al., 2019).
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é uma instância colegiada, deliberativa e permanente
do Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da estrutura organizacional do Ministério da
Saúde. Criado em 1937, sua missão é fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas
públicas de saúde nas suas mais diferentes áreas, levando as demandas da população ao
poder público, por isso é chamado de controle social na saúde. As atribuições atuais do CNS
estão regulamentadas pela Lei n° 8.142/1990.

O conselho é composto 48 conselheiros(as) titulares e seus respectivos primeiros e segundos


suplentes, que são representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores, gestores do
SUS e prestadores de serviços em saúde. Além do Ministério da Saúde, fazem parte do CNS
movimentos sociais, instituições governamentais e não-governamentais, entidades de
profissionais de saúde, comunidade científica, entidades de prestadores de serviço e
entidades empresariais da área da saúde.
O CNS tem eleições a cada três anos para escolher seus membros, que podem se
candidatar seguindo as regras regimentais. Tudo isso para garantir que o direito à
saúde integral, gratuita e de qualidade, conforme estabelece a Constituição de 1988,
seja efetivado a toda a população no Brasil.

https://conselho.saude.gov.br/apresentacao/apresentacao.htm
PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA NO SUS
José Dínio Vaz Mendes1, Olímpio J. Nogueira V. Bittar2

Com 25 anos de duração, o Sistema Único de Saúde - SUS - enfrenta problemas no


financiamento e na qualidade dos serviços produzidos. Seus desafios envolvem mudanças
nas necessidades de saúde (transições demográfica, e atender a todos os brasileiros e na
tecnologia médica (encarecimento). O desenvolvimento do SUS necessita superar a
fragmentação da atenção, estabelecer redes de atenção à saúde, buscar melhorias na
gestão, produção e qualidade das ações de saúde e soluções para a formação e alocação de
recursos humanos.

1. Médico, especialista em saúde pública, assessor técnico da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
2. Médico, professor doutor em administração hospitalar, assessor técnico da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Rev. Fac.
Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 16, n. 1, p. 35 - 39, 2014
• Formação e alocação dos médicos e outras treze categorias profissionais de saúde para atender
às necessidades de saúde da população é um grande desafio para o SUS.

• Fixação dos médicos nos pequenos municípios para atuação na atenção primária em saúde e no
Programa de Saúde da Família é uma questão crítica. Estes profissionais são disputados pelos
municípios e mesmo com salários mais altos, muitas desistem do trabalho nestes locais. A
insegurança e isolamento dos profissionais bem como a impossibilidade de aperfeiçoamento
podem ser fatores que inibem sua fixação.
• Adequada supervisão da qualidade do atendimento prestado, a educação continuada e o apoio
clínico e acompanhamento à distância por tecnologias de comunicação e informação, como o
tele eletrocardiograma e tele imagem crônicas (exames eletrocardiográficos e por imagem à
distância), teleoftalmologia (suporte diagnóstico e terapêutico multimodal por internet), a
telemedicina para discussão de casos, entre outros, podem facilitar esta alocação.

• Problemas de contratação e disputa entre municípios indicam a necessidade de


desenvolvimento de novas propostas, de recursos humanos, que envolvam contratação,
capacitação e supervisão de pessoal com mecanismos de abrangência regional ou estadual, como
por meio de fundações estatais ou consórcios municipais, evitando-se a precarização dos
contratos de trabalho dos médicos e demais funcionários e também aumentando a segurança dos
profissionais com salários compatíveis.
Recursos Públicos e redes

• A implantação de redes de atenção de saúde é um caminho para melhorar a alocação, integração


e otimização de recursos, mas sua implementação é bastante difícil e depende de consensos
variados entre os gestores e do desenvolvimento de metodologias que aperfeiçoem o modelo de
atenção à saúde, como o desenvolvimento de linhas de cuidados, protocolos clínicos e outros
instrumentos para condutas clínicas, baseados em evidências científicas, a logística para a rede
(incluindo o transporte), o financiamento, o planejamento, a tecnologia de comunicação e
informação (para regulação, monitoramento e avaliação) entre outros aspectos.
Recursos Públicos. redes de apoio e tecnologia
• O Ministério da Saúde optou por trabalhar com redes temáticas (urgência e
emergência, cegonha, atenção à pessoa com deficiência e crônicos), que não seguem
plenamente a lógica da rede de atenção à saúde voltada para cuidados de condições
crônicas e não modifica a proporção de financiamento entre a rede hospitalar de média
e alta complexidade e a atenção básica em saúde.

• O Brasil pode e deve criar normas que tratem da incorporação tecnológica e suas
consequências para o SUS. Em vários países desenvolvidos, com sistemas universais de
saúde, há preocupação em avaliar e comparar as novas tecnologias, inclusive
medicamentos, e que envolve vários quesitos, como segurança, eficácia, possibilidade
e indicação do uso, uso em saúde pública, custos e medidas de resultados, reflexos
econômicos e éticos.
Exemplos em outros países
• Como exemplos, no Reino Unido , o National Institute, for Health and Clinical Excellence
(Nice) ligado ao National Health Service (NHS), que desenvolve os protocolos dos
procedimentos intervencionistas e avaliações tecnológicas dos fármacos; na Espanha, a
Catalan Office for Health Technology (COHTA), Agência pública ligada ao Serviço de Saúde
Catalã; no Canadá, a Canadian Coordinating Office for Health Technology Assessment
(CCOHTA), focada na utilização de evidências e efetividade clínica e econômica.
Para superar os desafios do SUS é preciso mudar e otimizar práticas do sistema buscando ganhos
de escala e de qualidade. Melhorar a assistência pelo uso de informações e de evidências
científicas, que possam ser compreendidas e utilizadas pelos gestores. Deve-se evitar a
tendência de soluções simplistas para o SUS, com o risco de se repetir o erro já apontado por
H.L. Mencken: “Para cada problema complexo há uma solução simples, elegante e errada.” -
H.L. Mencken
Bye , @luizpascoal1

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