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CONHECIMENTO DO SISTEMA UNICO DE SAÚDE SUS,

ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

Conhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e
das fundações mantidas pelo Poder Público.

Há um tempo atrás, a saúde era encarada apenas como a ausência de doenças, o que nos legou um
quadro repleto não só das próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuário, exclusão,
baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. No entanto, este conceito foi ampliado, ao
serem definidos os elementos condicionantes da saúde, que são:

• Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação, etc);

• Meio sócio-econômico e cultural (emprego, renda, educação, hábitos, etc);

• Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da
saúde.

Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde, compreende-se que “os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica do país".

As reinvidicações do movimento que recebeu o nome de “Movimento Sanitarista” foram apresentadas


na 8° Conferência Nacional de Saúde, em 1986. Sendo que mais tarde, na Constituição de
1988 foram definidas as ações relativas ao SUS, sendo considerado de “relevância pública”, ou seja,
é atribuído ao Poder Público a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços
de saúde, independente da execução direta do mesmo.

Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois outros conceitos
importantes: o de sistema e a idéia de unicidade. A idéia de sistema significa um conjunto de várias
instituições, dos três níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem
para um fim comum. Já na lógica de sistema público, os serviços contratados e conveniados seguem
os mesmos princípios e as mesmas normas do serviço público. Todos os elementos que integram o
sistema referem-se ao mesmo tempo às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização, sendo que é
definido como único na Constituição um conjunto de elementos doutrinários e de organização do
sistema de saúde, os princípios da universalização, da eqüidade, da integralidade, da
descentralização e da participação popular.

Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os princípios
doutrinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos.

Princípios Doutrinários

• Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado


assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as
pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.

• Eqüidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas


possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas.
Em outras palavras, eqüidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a
carência é maior.

• Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a
prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o principio de integralidade
pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação
intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos
indivíduos.

Princípios Organizativos

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Estes princípios tratam, na realidade, de formas de concretizar o SUS na prática.

• Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de


complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios
epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é
um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos
mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de
acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos
disponíveis numa dada região.

• Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os


três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior
qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade
pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município
condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que
valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada
esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios
gerais e a participação da sociedade.

• Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser
criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar
a execução da política de saúde.

A expressão ‘Sistema Único de Saúde’ (SUS) alude em termos conceituais ao formato e aos
processos jurídico-institucionais e administrativos compatíveis com a universalização do direito
à saúdee em termos pragmáticos à rede de instituições – serviços e ações – responsável pela
garantia do acesso aos cuidados e atenção à saúde. Os termos que compõem a expressão ‘SUS’,
espelham positivamente críticas à organização pretérita da assistência médico-hospitalar brasileira.

‘Sistema’, entendido como o conjunto de ações e instituições, que de forma ordenada e articulada
contribuem para uma finalidade comum, qual seja, a perspectiva de ruptura com os esquemas
assistenciais direcionados a segmentos populacionais específicos, quer recortados segundo critérios
socioeconômicos, quer definidos a partir de fundamentos nosológicos.

‘Único’ referido à unificação de dois sistemas: o previdenciário e o do Ministério da Saúde e


secretarias estaduais e municipais de saúde, consubstanciada na incorporação do Instituto Nacional
de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) pelo Ministério da Saúde e na universalização
do acesso a todas ações e cuidados da rede assistencial pública e privada contratada e ao comando
único em cada esfera de governo.

‘Saúde’ compreendida como resultante e condicionante de condições de vida, trabalho e acesso a


bens e serviços e, portanto, componente essencial da cidadania e democracia e não apenas como
ausência de doença e objeto de intervenção da medicina; a saúde, tomada como medida de
determinações sociais e perspectiva de conquista da igualdade, contrapõe-se ao estatuto de
mercadoria assistencial que lhe é conferido pela ótica economicista, tal como definida na VIII
Conferência Nacional de Saúde é “a resultante das condições de alimentação, habitação, renda, meio
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos
serviços de saúde”.

A primeira e maior novidade do Sistema Único de Saúde é seu conceito de saúde. Esse “conceito
ampliado de saúde”, resultado de um processo de embates teóricos e políticos, como visto
anteriormente, traz consigo um diagnóstico das dificuldades que o setor da saúde enfrentou
historicamente e a certeza de que a reversão deste quadro extrapolava os limites restritos da noção
vigente.

Encarar saúde apenas como ausência de doenças evidenciou um quadro repleto não só das próprias
doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de
comprometimento profissional.

Para enfrentar essa situação era necessário transformar a concepção de saúde, de serviços de
saúde e, até mesmo, de sociedade. Uma coisa era se deparar com a necessidade de abrir unidades,

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contratar profissionais, comprar medicamentos. Outra tarefa é conceber a atenção à saúde como um
projeto que iguala saúde com condições de vida.

Ao lado do conceito ampliado de saúde, o Sistema Único de Saúde traz dois outros conceitos
importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A noção de sistema significa que não estamos
falando de um novo serviço ou órgão público, mas de um conjunto de várias instituições, dos três
níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum.

Na lógica do sistema público, os serviços contratados e conveniados são seguidos dos mesmos
princípios e das mesmas normas do serviço público. Os elementos integrantes do sistema referem-
se, ao mesmo tempo, às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Esse sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização em todo
país. Mas é preciso compreender bem esta ideia de unicidade. Em um país com tamanha diversidade
cultural, econômica e social como o Brasil, pensar em organizar um sistema sem levar em conta
essas diferenças seria uma temeridade.

O que é definido como único na Constituição é um conjunto de elementos doutrinários e de


organização do Sistema Único de Saúde, os princípios da universalização, da equidade, da
integralidade, da descentralização e da participação popular. Esses elementos se relacionam com as
peculiaridades e determinações locais, por meio de formas previstas de aproximação de gerência aos
cidadãos, seja com descentralização político-administrativa, seja por meio do controle social do
sistema.

O Sistema Único de Saúde pode, então, ser entendido a partir da seguinte imagem: um núcleo
comum (único), que concentra os princípios doutrinários, e uma forma de organização e
operacionalização, os princípios organizativos. A construção do SUS norteia-se, baseado nos seus
preceitos constitucionais, pelas seguintes doutrinas:

• Universalidade: É a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão
(“A saúde é direito de todos e dever do Estado” – Art. 196 da Constituição Federal de 1988).

Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de
saúde, assim como aqueles contratados pelo poder público de saúde, independente de sexo, raça,
renda, ocupação ou outras características sociais ou pessoais. Saúde é direito de cidadania e dever
do Governo: Municipal, Estadual e Federal.

• Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Mas isso não significa que a equidade
seja sinônima de igualdade. Apesar de todos terem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e
por isso têm necessidades diferentes. Então, equidade é a garantia a todas as pessoas, em
igualdade de condições, ao acesso às ações e serviços dos diferentes níveis de complexidade do
sistema.

O que determinará as ações será a prioridade epidemiológica e não o favorecimento, investindo mais
onde a carência é maior. Sendo assim, todos terão as mesmas condições de acesso, more o cidadão
onde morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido
conforme suas necessidades até o limite do que o sistema pode oferecer para todos.

• Integralidade: As ações de promoção, proteção e reabilitação da saúde não podem ser fracionadas,
sendo assim, os serviços de saúde devem reconhecer na prática que: se cada pessoa é um todo
indivisível e integrante de uma comunidade, as ações de promoção, proteção e reabilitação da saúde
também não podem ser compartimentalizadas, assim como as unidades prestadoras de serviço, com
seus diversos graus de complexidade, configuram um sistema capaz de prestar assistência integral.

Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas
públicas, como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham
repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

Para organizar o SUS a partir dos princípios doutrinários apresentados e considerando-se a ideia de
seguridade social e relevância pública existem algumas diretrizes que orientam o processo. Na
verdade, trata-se de formas de concretizar o SUS na prática.

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• Regionalização e hierarquização: Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade


tecnológica crescente, dispostos em uma área geográfica delimitada e com a definição da população
a ser atendida.

Planejados a partir de critérios epidemiológicos, implica na capacidade dos serviços em oferecer a


uma determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de
tecnologia disponível, possibilitando alto grau de resolutividade (solução de problemas).

A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento


maior da situação de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de atenção
ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.

Deve o acesso da população à rede se dar por intermédio dos serviços de nível primário de atenção,
que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os
serviços de saúde. Os demais deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade
tecnológica. Estes caminhos somam a integralidade da atenção com o controle e a racionalidade dos
gastos no sistema.

Organização e Princípios do SUS

Durante os últimos anos o processo de implantação e consolidação do Sistema único de Saúde-SUS,


desde sua concepção na Constituição Federal, em 1988, vem sendo objeto de inúmeros instrumentos
normativos, como forma de regulamentar esse sistema e colocar em prática os objetivos, diretrizes e
princípios do mesmo.

A Constituição Federal que é considerada o marco jurídico inicial, onde “nasce o SUS”, traz em seus
artigos 196 ao 200, o “registro do SUS”, o artigo 198 da CF, traz em seu texto as Diretrizes e alguns
dos princípios do SUS, conforme podemos verificar abaixo:

“Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade. ”

Uma vez constituído o SUS, houve a necessidade de regulamentação, o que aconteceu em 1990,
com a promulgação das duas Leis Orgânicas da Saúde (LOS):

1. Lei 8.080/90 que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

2. Lei 8.142/90 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
saúde e dá outras providências.

Os princípios do SUS

Os princípios e diretrizes do SUS estão na Constituição Federal de 1988, regulamentados e


“reafirmados” no capítulo II, artigo 7º da lei 8.080/90.

“Capítulo II
Dos Princípios e Diretrizes

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas
no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios.

I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;


II - Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e

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serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo
usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a
orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.”

Os princípios do sus são cobrados em provas. Muitos certames utilizam em questões a divisão teórica
dos princípios:

1- Doutrinários (universalidade, integralidade e equidade*);


2- Organizativos: todos os outros que constam no art. 7 desta lei.

No total são 13 princípios/diretrizes. Falarei um pouco, dos mais importantes:

A universalidade é um princípio finalístico, ou seja, é um ideal a ser alcançado, indicando, portanto,


uma das características do sistema que se pretende construir e um caminho para sua construção.
Para que o SUS venha a ser universal é preciso se desencadear um processo de universalização,
isto é, um processo de extensão de cobertura dos serviços, de modo que venham, paulatinamente, a
se tornar acessíveis a toda a população.

Para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se interpõem
entre a população e os serviços.A primeira delas, a barreira jurídica, foi eliminada com a Constituição
Federal de 88, na medida em que universalizou o direito à saúde, e com isso, eliminou a necessidade
do usuário do sistema público colocar-se como trabalhador ou como “indigente”, situações que
condicionavam o acesso aos serviços públicos antes do SUS.

Universalidade: Acesso para Todos os Cidadãos;

A noção de integralidade diz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da saúde,
prevenção de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando a sistematização do conjunto de
práticas que vem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e o atendimento das
necessidades de saúde. A integralidade é (ou não), um atributo do modelo de atenção, entendendo-
se que um “modelo de atenção integral à saúde” contempla o conjunto de ações de promoção da
saúde, prevenção de riscos e agravos, assistência e recuperação. Um modelo “integral”, portanto, é
aquele que dispõe de estabelecimentos, unidades de prestação de serviços, pessoal capacitado e
recursos necessários, à produção de ações de saúde que vão desde as ações inespecíficas de
promoção da saúde em grupos populacionais definidos, às ações específicas de vigilância ambiental,
sanitária e epidemiológica dirigidas ao controle de riscos e danos, até ações de assistência e
recuperação de indivíduos enfermos, sejam ações para a detecção precoce de doenças, sejam ações
de diagnóstico, tratamento e reabilitação.

O princípio da equidade, mais um dos princípios finalísticos do SUS e, atualmente, o tema central em
todos os debates sobre as reformas dos sistemas de saúde no mundo ocidental. A noção de
equidade diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais” de modo a se alcançar
a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os
membros de uma dada sociedade. O ponto de partida da noção de equidade é o reconhecimento da
desigualdade entre as pessoas e os grupos sociais e o reconhecimento de que muitas dessas

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desigualdades são injustas e devem ser superadas. Em saúde, especificamente, as desigualdades


sociais se apresentam como desigualdades diante do adoecer e do morrer, reconhecendo-se a
possibilidade de redução dessas desigualdades, de modo a garantir condições de vida e saúde mais
iguais para todos.

A descentralização da gestão do sistema implica na transferência de poder de decisão sobre a


política de saúde do nível federal (MS) para os estados (SES) e municípios (SMS). Esta transferência
ocorre a partir da redefinição das funções e responsabilidades de cada nível de governo com relação
à condução político administrativa do sistema de saúde em seu respectivo território (nacional,
estadual, municipal), coma transferência, concomitante, de recursos financeiros, humanos e materiais
para o controle das instâncias governamentais correspondentes.

A regionalização e a hierarquização dos serviços, dizem respeito à forma de organização dos


estabelecimentos (unidades de unidades) entre si e com a população usuárias.

- A regionalização dos serviços implica a delimitação de uma base territorial para o sistema de saúde,
que leva em conta a divisão político- administrativa do país, mas também contempla a delimitação de
espaços territoriais específicos para a organização das ações de saúde, subdivisões ou agregações
do espaço político-administrativo.

- A hierarquização dos serviços, por sua vez, diz respeito à possibilidade de organização das
unidades segundo grau de complexidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de uma
rede que articula as unidades mais simples às unidades mais complexas, através de um sistema de
referência (SR) e contrarreferência(CR) de usuários e de informações. O processo de
estabelecimento de redes hierarquizadas pode também implicar o estabelecimento de vínculos
específicos entre unidades (de distintos graus de complexidade tecnológica) que prestam serviços de
determinada natureza, como por exemplo, a rede de atendimento a urgências/emergências, ou a rede
de atenção à saúde mental.

A integração entre as ações promocionais, preventivas e curativas diz respeito à possibilidade de se


estabelecer um perfil de oferta de ações e serviços do sistema que contemple as várias alternativas
de intervenção sobre os problemas de saúde em vários planos de sua “história (natural) social”,
abarcando intervenções sobre condições de vida, riscos e danos à saúde. Cabe registrar a distinção
entre “integralidade” e “integração”, termos que por vezes se confundem no debate acerca da
organização dos serviços de saúde. Se a integralidade, como posto anteriormente, é um atributo do
modelo, algo que o modelo de atenção à saúde “deve ser”, a integração é um processo, algo “a fazer”
para que o modelo de atenção seja integral. Nesse sentido, a integração envolve duas dimensões:
uma dimensão “vertical”, proporcionada pelo estabelecimento da hierarquização dos serviços (SR e
CR), que permite a produção de ações de distinta complexidade (primária, secundária, terciária) em
função da natureza do problema que se esteja enfrentando, e uma integração “horizontal”, que
permite a articulação, no enfrentamento do problema, de ações de distinta natureza (promoção,
prevenção, recuperação).

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Regionalização Da Assistência À Saúde

A regionalização no Sistema Único de Saúde constitui estratégia prioritária para garantir o direito à
saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais, promover a equidade e a integralidade da atenção,
racionalizar os gastos, otimizar os recursos e potencializar o processo de descentralização.
A regionalização oferece os meios para melhorar a coordenação e integração do cuidado em saúde e
os custos e proporciona escala mais adequada e maior participação dos cidadãos no processo de
tomada de decisão. Contudo, a regionalização, apesar dos benefícios, apresenta desafios, tais como
as dificuldades para integrar e coordenar as ações e serviços, em diferentes espaços geográficos,
com distintas gestões e gerências para atender as necessidades de saúde e demandas da população
na escala, qualidade e custos adequados. Para isso, requer a existência de sistemas de informação
em tempo real para orientar a tomada de decisão e a busca constante de alternativas para otimizar
recursos e organizar a gestão compartilhada (Brasil,2009).

A regionalização da saúde na regulamentação do SUS

Constituição Federal – Art. 198

As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem
um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II –Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade. (Brasil, 1998).

Lei nº 8.080/1990 – Art. 7º

As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que


integram o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas
no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: [...] a) ênfase na
descentralização dos serviços para os municípios; b) regionalização e hierarquização da rede de
serviços de saúde; [...]. (BRASIL, 1990).

NOB-SUS 01/93 – Item g da Introdução – Portaria GM/MS n. 545/1993 Item g)

A regionalização deve ser entendida como uma articulação e mobilização municipal que leve em
consideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico, oferta de serviços
e, acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos municípios de se consorciar ou
estabelecer qualquer outra relação de caráter cooperativo (BRASIL,1993).

NOB-SUS 01/96 – Item 4 – Portaria GM/MS n. 2203/1996

A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve ser desenvolvida
em um conjunto de estabelecimentos, organizados em rede regionalizada e hierarquizada e
disciplinados segundo subsistemas, um para cada município – o SUS-Municipal – voltado ao
atendimento integral de sua própria população e inserido de forma indissociável no SUS, em suas
abrangências estadual e nacional (BRASIL, 1996).

NOAS-SUS 01/2001 e NOAS-SUS 01/2002

[...] para o aprofundamento do processo de descentralização, deve-se ampliar a ênfase na


regionalização e no aumento da equidade, buscando a organização de sistemas de saúde funcionais
com todos os níveis de atenção, não necessariamente confinados aos territórios municipais e,
portanto, sob responsabilidade coordenadora da SES. [...](BRASIL, 2001).

1. Estabelecer o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de


saúde e de busca de maior equidade. [...]
2. Instituir o Plano Diretor de Regionalização – PDR como instrumento de ordenamento do processo
de regionalização da assistência em cada estado [...] (BRASIL, 2001).

? Pacto pela Saúde – Item 2, Diretrizes para a Gestão do SUS, Pacto de Gestão, Portaria GM/ MS n.

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399/2006

A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde e um eixo estruturante do Pacto de


Gestão e deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde e os processos de
negociação e pactuação entre os gestores. Os principais instrumentos de planejamento da
Regionalização são o Plano Diretor de Regionalização – PDR –, o Plano Diretor de Investimentos –
PDI – e a Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde – PPI [...] (BRASIL, 2006b).

Decreto federal n° 7.508/11

Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios


limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde (art. 2°, I)

O Decreto estabelece a Comissão Intergestores Regional e delibera sobre todos os aspectos


operacionais de serviços de saúde na região (aloca recursos financeiros na região; distribui serviços,
acompanha o desenvolvimento e a produção de serviços da rede, aclara o plano de saúde para as
regiões).
O pressuposto da região é a organização da rede de atenção, o Decreto define quais são os
compromissos com e dos municípios de cada região em termos de saúde.

Objetivos da Regionalização

1. Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de saúde cuja complexidade e


contingente populacional transcendam a escala local/municipal.
2. Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais e promover a equidade.
3. Garantir a integralidade na atenção à saúde por meio da organização de redes de atenção à saúde
integradas.
4. Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo estados e municípios para exercerem
papel de gestores e organizando as demandas nas diferentes regiões.
5. Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando ganhos em escala nas ações e
serviços de saúde de abrangência regional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Os Gestores do SUS em Cada Esfera de Governo

A nova concepção do sistema de saúde, descentralizado e administrado democraticamente com a


participação da sociedade organizada, prevê mudanças significativas nas relações de poder político e
na distribuição de responsabilidades entre o Estado e a sociedade e entre as distintas esferas de
governo – nacional, estadual e municipal –, cabendo aos gestores setoriais papel fundamental na
concretização dos princípios e das diretrizes da reforma sanitária brasileira.

O processo de descentralização em saúde no Brasil envolve não apenas a transferência de serviços,


mas também de responsabilidades, poder e recursos da esfera federal para a estadual e a municipal
(LECOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001).
Para que se possa discutir o papel de cada esfera de governo no SUS, é importante definir quem são
os gestores do Sistema Único de Saúde e o que são as funções gestoras no SUS.

Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados para o


desenvolvimento das funções do Executivo na saúde: no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no
âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde, e no municipal, o Secretário Municipal de Saúde.

A atuação do gestor do SUS efetiva-se por meio do exercício das funções gestoras na saúde. As
funções gestoras podem ser definidas como “um conjunto articulado de saberes e práticas de gestão,
necessários para a implementação de políticas na área da saúde” (SOUZA, 2002).

Definir o papel e as atribuições dos gestores do SUS nas três esferas de governo significa identificar
as especificidades da atuação no que diz respeito a cada uma dessas macro funções gestoras, de
forma coerente com a finalidade de atuação do Estado em cada esfera governamental, com os
princípios e os objetivos estratégicos da política de saúde, e para cada campo da atenção na saúde

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(promoção da saúde, articulação intersetorial, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do


trabalhador, assistência à saúde, entre outros) (LECOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001).

Esse processo tem sido orientado pela Legislação do SUS e pelas Normas Operacionais que, ao
longo do tempo, têm definido as competências de cada esfera de governo e as condições
necessárias para que estados e municípios possam assumir suas funções no processo de
implantação do SUS

Para se iniciar a discussão é possível partir de uma definição conceitual dada por Cipriano
Vasconcelos e Dário Pasche (2006), os quais apontam que: “O Sistema Único de Saúde (SUS) é o
arranjo organizacional do Estado brasileiro que dá suporte à efetivação da política de saúde no Brasil,
e traduz em ação os princípios e diretrizes desta política. Compreende um conjunto organizado e
articulado de serviços e ações de saúde, e aglutina o conjunto das organizações públicas de saúde
existentes nos âmbitos municipal, estadual e nacional, e ainda os serviços privados de saúde que o
integram funcionalmente para a prestação de serviços aos usuários do sistema, de forma
complementar, quando contratados ou conveniados para tal fim”

Nasceu na década de oitenta, fruto da reivindicação social da sociedade civil através de movimentos
pela reforma sanitária, sendo institucionalizado quando da promulgação da Constituição Nacional de
1988. É possível dizer que o SUS tem como objetivo integrar e coordenar as ações de saúde nas três
esferas do governo. O artigo 4° da Lei 8.080/90 afirma que: O conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta
e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde – SUS.
Em sua concepção, é importante apontar que o SUS são se trata de um sistema de serviços
assistencialistas, mas que visa “articular e coordenar ações promocionais e de prevenção, como as
de cura e reabilitação.” (Ibidem, p. 532).

O SUS traria uma nova concepção de saúde agora ampliada, pois passaria a considerar também
outros fatores que, direta ou indiretamente, estariam associados ao se pensar a saúde e qualidade de
vida como aspectos econômicos, sociais, culturais e biotecnológicos (estes aspectos serão tratados
mais pontualmente no tópico a seguir). Somado a isso, estaria também uma visão integrada das
ações e dos serviços de saúde. Logo, o caráter inovador estaria na criação de condições para a
superação de uma visão de saúde pública que se concentrava na doença.

São 3 os princípios doutrinários que conferem legitimidade ao SUS: a universalidade, a integralidade


e a equidade. A universalidade está ligada à garantia do direito à saúde por todos os brasileiros, sem
acepção ou discriminação, de acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo SUS. O significado
deste princípio é extremamente relevante para a consolidação da democracia, pois, partir de então,
não apenas as pessoas com carteira assinada (ligadas à previdência) poderiam contar com tais
serviços, mas toda a população. Outro princípio fundamental é integralidade. Tal conceito parte da
ideia de que existem várias dimensões que são integradas envolvendo a saúde dos indivíduos e das
coletividades.

Assim, o SUS procura ter ações contínuas no sentido da promoção, da proteção, da cura e da
reabilitação. Como apontam Vasconcelos e Pasche (2006, p. 535), “esse princípio orientou a
expansão e qualificação das ações e serviços do SUS que ofertam desde um elenco ampliado de
imunizações até os serviços de reabilitação física e mental, além das ações de promoção da saúde
de caráter nacional intersetorial.” Da mesma forma, a equidade “como princípio complementar ao da
igualdade significa tratar as diferenças em busca da igualdade” (ELIAS, 2008, P. 14). Assim, este
princípio veio ao encontro da questão do acesso aos serviços, acesso muitas vezes prejudicado por
conta da desigualdade social entre os indivíduos. Neste sentido, fala-se em prioridade no acesso às
ações e serviços de saúde por grupos sociais considerados mais vulneráveis do ponto de vista
socioeconômico.

Na obra A saúde como direito e como serviço, Amélia Cohn (1991, p. 25) afirma que: “Constituir,
portanto, a saúde como ‘um direito de todos e dever do Estado’ implica enfrentar questões tais como
a de a população buscar a utilização dos serviços públicos de saúde tendo por referência a sua
proximidade, enquanto para os serviços privados a referência principal consiste em ‘ter direito’. Da
mesma forma, e exatamente porque essas questões remetem à tradição brasileira de direitos sociais
vinculados a um contrato compulsório de caráter contributivo, contrapostos a medidas
assistencialistas aos carentes, a equidade na universalização do direito à saúde está estreitamente

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ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

vinculada às mudanças das políticas de saúde no interior de um processo de alteração da relação do


Estado com a sociedade, o que vale dizer, da alteração do sistema de poder no país.”

Para além destes três princípios básicos para se pensar o SUS, é também relevante apontar outro
aspecto como o direito à informação, requisito importante - do ponto de vista democrático - para vida
do cidadão usuário do sistema. É fundamental que as informações acerca da saúde individual e
coletiva sejam divulgadas pelos profissionais da saúde, os quais são assim responsáveis pela
“viabilização deste direito” (VASCONCELOS e PASCHE, 2006, p. 536).

Além dos princípios, do ponto de vista do funcionamento do SUS, deve-se considerar suas diretrizes
organizativas, as quais buscam garantir um melhor funcionamento do sistema, dentre as quais estão:
a descentralização com comando único, a regionalização e hierarquização dos serviços e
participação comunitária.

O processo de descentralização tinha como objetivo alcançar a municipalização da gestão dos


serviços, o que certamente representou a quebra de um paradigma. Assim, para cada esfera de
poder regional (União, Estado e Município) haveria um responsável local, mas articulado com as
outras esferas. Ao se falar da descentralização faz-se necessário pensar na regionalização. Como
apontam Vasconcelos e Pasche (2006), o objetivo da regionalização é ajudar na melhor e mais
racional distribuição dos recursos entre as regiões, seguindo a distribuição da população pelo
território nacional. Já com relação à hierarquização, o que se almeja é ordenar o sistema por “níveis
de atenção e estabelecer fluxos assistenciais entre os serviços de modo que regule o acesso aos
mais especializados, considerando que os serviços básicos de saúde são os que ofertam o contato
com a população e são os de uso mais frequente”. (Ibidem, p. 536).

Outra diretriz muito importante ao SUS e que, certamente, está ligada também a uma mesma raiz
democrática pertinente ao sistema é a participação comunitária e a criação dos conselhos. A
participação comunitária foi assegurada por lei (8.142/1990), o que valoriza a ideia de democracia
participativa. Neste mesmo sentido da valorização do SUS como um patrimônio e responsabilidade
de todos, foram criados em 2006 três pactos: o Pacto pela vida, o Pacto em defesa do SUS e o Pacto
de Gestão do SUS. Do ponto de vista da concepção das políticas para saúde, todos devem ser
considerados.

Por fim, há também uma preocupação com a questão da Integração. “A integração de recursos, de
meios e de pessoal na gestão do sistema é preconizada nas leis e normas como condição básica
para assegurar eficácia e eficiência ao sistema” (Ibidem, p. 537). Da mesma forma, para a além da
compreensão dos princípios e das diretrizes organizativas do SUS, é importante destacar a questão
da racionalização do sistema com vistas ao melhor desempenho e atendimento de seus objetivos.

Logo, o que se pode concluir é que a concepção de um sistema único de saúde e sua
institucionalização por meio da Constituição foram um dos maiores avanços na luta pela construção
de um país mais justo e menos desigual. Se ainda existem problemas no atendimento público da
saúde – e não são poucos, é inegável o fato de que, a despeito disso, o SUS contribuiu para o
fortalecimento da cidadania nacional, uma vez que o direito ao atendimento à saúde é um
importantíssimo direito social.

Controle Social do SUS

A lei 8142/90, determina duas formas de participação da população na gestão do Sistema Único de
Saúde – SUS: Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde. Conferências de Saúde – no artigo 1º
da 8142/90 parágrafo 1º diz:

– A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4(quatro) anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde.

Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz:

– O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de caráter permanente e deliberativo do Sistema


Único de Saúde- SUS

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ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

O colegiado do Conselho de Saúde é composto por:

– 25% de representantes do governo e prestadores de serviços, 25% de profissionais de saúde e


50% de usuários, atua na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das
políticas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cuja decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de governo.

A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacional de Saúde aprova diretrizes para a Criação
, reformulação , estruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde.

Direitos Dos Usuários Do SUS

A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que você conheça seus direitos
na hora de procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis princípios básicos de cidadania que
asseguram ao brasileiro o ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A Carta
é uma importante ferramenta para que você conheça seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um
sistema de saúde ainda mais efetivo.

Os princípios da Carta são:

1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e seus direitos
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça da forma
adequada
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que os princípios
anteriores sejam cumpridos

É garantido aos cidadãos a participação social no Sistema Único de Saúde na Lei nº8142/90,
configurando o controle social. A participação da população pode se dar de duas formas: nos
Conselhos de Saúde e nas Conferências de Saúde.

O Conselho de Saúde é responsável por denifir as diretrizes norteadoras para elaboração do Plano
de Saúde, aprovar ou reprovar o Plano de Saúde e o Relatório de Gestão, fiscalizar a execução das
Políticas Públicas de saúde além de formular e propor estratégias para a execução destas,
consubstanciar a participação organizada da sociedade na administração da saúde, entre outras
atribuições. O Conselho é composto de forma paritária: 50% usuários (representantes de entidades e
movimentos sociais) e 50% prestadores de serviços, representantes do governo e profissionais de
saúde. A Lei Complementar nº141/12 Art 44 garante ao cidadão que o gestor do SUS de cada ente
da Federação disponibilizará ao Conselho de Saúde um programa permanente de educação em
saúde para qualificar a participação social nas atribuições do Conselho.

As Conferências de Saúde são intâncias colegiadas com a missão de avaliar a situação de saúde e
propor diretrizes para a formulação da política de saúde nos três niveis de governo, as conferências
são abertas para a participação da população. Ocorrem a cada 4 anos.

Com isso temos as ferramentas para participar efetivamente da elaboração/execução das políticas
públicas de saúde, garantindo políticas mais eficazes, eficientes e com maior efetividade para a
população!

O Que é Controle Social?

Significa a participação da sociedade na elaboração e execução das políticas públicas no Brasil, sua
gestão, controle administrativo-financeiro, monitoramento dos planos e programas de saúde, que se
associa à redemocratização do país.

Diante da precariedade da infraestrutura para o atendimento às necessidades, e o acirramento de


tensões formaram-se conselhos, que eram estruturas populares e informais.

Refletindo estes movimentos, a Constituição de 1988, por meio da Lei Orgânica da Saúde (Lei No.
8142/90), criou uma nova institucionalidade no poder público, marcada por duas importantes

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CONHECIMENTO DO SISTEMA UNICO DE SAÚDE SUS,
ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

inovações: a descentralização que propunha a transferência de decisões para estados e municípios,


e a valorização da participação popular no processo decisório por meio dos Conselhos de Saúde,
como acontece no Sistema Único de Saúde (SUS).

O controle social no SUS se dá por meio dos Conselhos de Saúde, em suas diversas modalidades,
como o Conselho Nacional, Conselhos Estaduais, Municipais, Locais, e das Comunidades Indígenas.
E também, em especial, das Conferências de Saúde (Nacionais, Estaduais e Municipais), dentre
outras modalidades.

A relevância dessa participação se justifica na busca da equidade e justiça social e na ideia de que as
decisões em saúde não obedecem necessariamente à uma racionalidade técnica.

Controle Social na Saúde do Trabalhador

Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador – CIST

A comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador - CIST está prevista na Lei nº 8.080, de 19 de


setembro de 1990 tendo como atribuições: Elaboração de Normas Técnicas e estabelecimento de
padrões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador (art.15,VI); Participar da formulação e
na implementação das políticas relativas às condições e aos ambientes de trabalho (art.16,II,d);
Participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes
de trabalho (art.16,V).

Foi criada com o objetivo de participar em conjunto com entidades representativas dos empregados,
empregadores, instituições da sociedade civil e órgãos públicos, direta ou indiretamente responsáveis
pela preservação e recuperação da saúde.

A sua composição não segue a paridade do Conselho de Saúde. Porém deve ser o mais
representativa possível tendo em sua composição as entidades/gestores ligados à política de Saúde
do Trabalhador (Secretárias de Educação, Meio Ambiente, na Saúde, Vigilâncias, CERESTs e outras
áreas que tenham a ver, movimento sindical, empregadores).

Em sua composição é essencial que haja CONSELHEIROS DE SAÚDE.

Das principais ações e atividades recentes na área de Saúde do Trabalhador, destacam-se as


referentes ao desenvolvimento da Vigilância em Saúde do Trabalhador e a implantação da Rede
Nacional de Atenção em Saúde do Trabalhador, RENAST.

Por considerar a área de S.T. como de práticas eminentemente intersetoriais, desde 1990, a Lei Nº
8.142, previu a criação e funcionamento das Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador,
CIST, como assessoras dos conselhos de saúde.

O controle social deverá ser exercido na RENAST por meio do controle direto das ações desses
Centros de Referência, pela participação efetiva das organizações dos trabalhadores na definição das
prioridades de intervenção, no acompanhamento da implementação da Política de Saúde do
Trabalhador, na legitimação e no controle da aplicação dos recursos específicos de modo que
assegure que as atividades sejam consoantes com a realidade do sistema produtivo local e das
necessidades dos trabalhadores.

Finalidade e Composição

Tem por finalidade de discutir, propor, acompanhar e avaliar a política de saúde do trabalhador para o
Estado de Mato Grosso e defender o direito do trabalhador, formal ou informal, urbano ou rural,
residente no Estado de Mato Grosso, para que tenha amplo acesso ao Sistema Único de Saúde -
SUS, seja nas ações de prevenção, seja nas de atendimento e reabilitação.

Atualmente, a sua composição está definida na Resolução CES nº 015, de novembro de 2009. São
27 membros titulares e seus respectivos suplentes, sendo: 14 (quatorze) representantes das
Instituições de trabalhadores (as) do Estado de Mato Grosso: Sindicatos Estaduais, Centrais
Estaduais e Federações; 08 (oito) representantes de Instituições Públicas que faz interface no setor
de saúde, trabalho e meio ambiente; 03 (três) representantes de Classe Patronal; e 03 (três)

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ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

Conselheiros representantes do Conselho Estadual de Saúde (CES/MT). Esta composição inclui a


articulação intersetorial necessária para o acompanhamento das ações em Saúde do Trabalhador.

Ao estabelecer como princípio organizativo do Sistema Único de Saúde (SUS) a participação


comunitária, a Constituição Federal de 1988 apontou para a relevância da inserção da população
brasileira na formulação de políticas públicas em defesa do direito à saúde. Além disso, atribuiu
importância a instâncias populares na fiscalização e controle das ações do Estado, considerando as
especificidades de cada região brasileira.

A participação social é também denominada “participação comunitária” no contexto da saúde, sendo


estabelecida e regulada pela Lei nº 8.142/90, a partir da criação de Conselhos de Saúde e
Conferências de Saúde, nas três esferas de governo, bem como de colegiados de gestão nos
serviços de saúde. Busca-se, desta maneira, que atores sociais historicamente não incluídos nos
processos decisórios do país participem, com o objetivo de influenciarem a definição e a execução da
política de saúde.

Os Conselhos de Saúde são órgãos deliberativos que atuam como espaços participativos
estratégicos na reivindicação, formulação, controle e avaliação da execução das políticas públicas de
saúde. Já as Conferências de Saúde consistem em fóruns públicos que acontecem de quatro em
quatro anos, por meio de discussões realizadas em etapas locais, estaduais e nacional, com a
participação de segmentos sociais representativos do SUS (prestadores, gestores, trabalhadores e
usuários), para avaliar e propor diretrizes para a formulação da política de saúde.

Juntamente com a gestão destas instâncias e de outras redes de articulação em prol da garantia da
participação social, o desafio que se coloca é a criação de uma eficiente rede de informação e
comunicação ao cidadão sobre estes espaços de participação. E mais, do cidadão perceber-se como
ator fundamental na reivindicação pelo direito à saúde.

A participação social no SUS é um princípio doutrinário e está assegurado na Constituição e nas Leis
Orgânicas da Saúde (8.080/90 e 8.142/90).
O Controle Social no SUS é um dos principais instrumentos para promover a democratização da
saúde, propiciando a participação efetiva da sociedade na busca da garantia dos direitos
conquistados constitucionalmente.

Visando a participação mais efetiva da comunidade, oProjeto de Gênero e Políticas Públicas,


realizado pelo Cepat/CJ-Cias, na Casa do Trabalhador e formado por moradores da região do Sítio
Cercado (Regional Bairro Novo), vem debatendo as Políticas Públicas, objetivando uma interação
com outros fundamentos do processo de democratização, como a descentralização, regionalização e
mudança de cultura.

Neste contexto, o SUS representa o resultado da política pública de proteção social, universalista e
equitativa, com ampla participação da sociedade na discussão, formulação, gestão e controle da
política pública de saúde, cujos princípios estão definidos na Constituição de 1988.

Promover a gestão participativa no SUS fortalece o incremento das demandas coletivas nas ações de
governo, propiciando espaços coletivos de formulação conjunta das políticas de saúde, criando
sustentação para os programas e políticas propostas, assegurando a inclusão de novos atores
políticos e possibilitando a escuta das necessidades por meio da interlocução com a comunidade,
movimentos sociais e entidades da sociedade, ampliando, desse modo, a esfera pública e conferindo
maior densidade ao processo de redemocratização da sociedade brasileira.

Na organização dos serviços, a tarefa que se apresenta é a construção da integralidade, promovendo


a equidade e a atenção humanizada à saúde. A gestão participativa constitui-se estratégia
transversal, presente nos processos cotidianos da gestão do SUS. Formular e deliberar juntos
significa mais do que realizar o controle social – e este é o efetivo desafio apresentado.

Os fundamentos legais instituem os Conselhos e Conferências de Saúde, que vêm mobilizando


trabalhadores de saúde, gestores e usuários no controle social do SUS. No entanto, a democracia
participativa ainda precisa de maior fortalecimento e, no tocante ao controle social no SUS,
precisamos de uma maior ampliação de espaços públicos de construção e pactuação da política de
saúde, fortalecendo seus espaços e mobilizando a população em torno do direito à saúde. Este

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CONHECIMENTO DO SISTEMA UNICO DE SAÚDE SUS,
ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

processo, além de promover a equidade, também conduzirá a um espaço de inclusão e diálogo com
grupos populacionais socialmente excluídos.

Vamos falar de Controle Social? Tema constante em provas e que também deve ser pauta de rodas
de conversas entre profissionais de saúde e usuários do SUS.

O controle social é um processo no qual a população participa, por meio de representantes, na


definição, execução e acompanhamento de políticas públicas, as políticas de governo.

A saúde tem sido referida como o bem mais precioso de uma nação, sendo responsabilidade de
todos – estado e sociedade. Nessa estrutura, de um lado está a emergência das necessidades da
população em relação à saúde e de outro a intervenção do estado, definindo estratégias de ações em
resposta a essas necessidades, destacando-se, nesse processo, o andamento dos fatos políticos e
econômicos, que ora levam a avanços, ora a retrocessos nas políticas de saúde em nosso país.

O Sistema Único de Saúde é um exemplo desse processo, tendo sido criado em 1988, com a atual
Carta Magna, que até os dias atuais não foi ainda implementado em sua magnitude. Contudo,
estabeleceu o controle social sobre as políticas de saúde, e que somente será possível efetivamente
com a organização popular.

O controle social pode ser entendido como a fiscalização direta da sociedade civil nos processos de
gestão da coisa pública, a apropriação pela sociedade organizada, dos meios e instrumentos de
planejamento, fiscalização e análise das ações e serviços de saúde (CORREIA, 2000).

O controle social traz a possibilidade de a sociedade civil interagir com o governo para estabelecer
prioridades e definir políticas de saúde que atendam às necessidades da população, tendo como
estratégia para sua viabilização os canais de participação institucional, tais como os conselhos de
saúde e as conferências de saúde

A Lei n. 8.142/1990, resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde, representa uma
vitória significativa. A partir deste marco legal, foram criados os Conselhos e as Conferências de
Saúde como espaços vitais para o exercício do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS).

Quando conquistamos esses espaços de atuação da sociedade na lei, começou a luta para garanti-
los na prática. Os Conselhos de Saúde foram constituídos para formular, fiscalizar e deliberar sobre
as políticas de saúde. Deliberar acerca das políticas de saúde é uma grande conquista da sociedade.

Garantir a implementação das deliberações é uma disputa permanente em defesa do SUS. É por isso
que a promoção do conhecimento sobre a saúde no País e o papel dos Conselhos de Saúde
implicam no fortalecimento do SUS.

O Conselho Nacional de Saúde, ao reestruturar as Diretrizes Nacionais para o Processo de Educação


Permanente no Controle Social do Sistema Único de Saúde, dá um passo importante na valorização
da saúde no Brasil. É de responsabilidade do CNS elaborar, em conjunto com o Ministério da Saúde,
a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS. O reconhecimento da
rica diversidade regional do País, com suas especificidades locais, estabelece e incentiva que os
Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde também elaborem suas políticas e planos de ação,
apoiados pelos gestores municipais e estaduais (BRASIL,2006).

• O Controle Social é uma diretriz e princípio do SUS e sua regulamentação se dá através da Lei
Orgânica da Saúde – 8.142/90. De acordo com a lei em questão, o SUS tem duas instâncias
colegiadas: os conselhos de saúde – em caráter permanente, e as Conferências de Saúde – que, de
forma ordinária, devem acontecer a cada 4 anos em todas as esferas de governo. (SOUZA,2016).

A Lei Orgânica n. 8.142, de 1990

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, e dá outras
providências.

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CONHECIMENTO DO SISTEMA UNICO DE SAÚDE SUS,
ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

O controle social é uma diretriz e princípio do SUS. É o mecanismo de participação da comunidade nas ações de
saúde em todas as esferas de governo. De forma institucionalizada temos: os conselhos e as conferências de
saúde.

Art. 1º – O Sistema Único de Saúde – SUS de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as
seguintesinstâncias colegiadas:

I – A Conferência de Saúde, e

II – O Conselho de Saúde.

§ 1º – A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4 anos com a representação dos vários segmentos
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde

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CONHECIMENTO DO SISTEMA UNICO DE SAÚDE SUS,
ORGANIZAÇÃO E PRINCIPIOS DO SUS, CONTROLE SOCIAL DO SUS

nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou
pelo Conselho de Saúde.

Importantíssimo sabermos que nós, cidadãos, temos papel relevante na construção das decisões e
no acompanhamento das atividades da administração pública. Isso é democracia. Isso é controle
social. Está previsto na Constituição Federal que todos temos direito à informação, em outras
palavras, os gestores devem prestar contas do que fazem. Isso dá direto ao cidadão de escolher de
quatro em quatro anos em quem vai votar, e também de acompanhar de perto o seu desempenho
durante o mandato.

Quanto mais informado o cidadão, melhores condições este tem de avaliar e apontar falhas nos
processos decisórios dos seus representantes, diminuindo assim a corrupção e os escândalos e
garantindo a lisura e eficiência do sistema. Os conselhos de saúde e os sindicatos são exemplos de
controle social, assim como o Ministério Público, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas.

E é justamente pensando sobre esse aspecto que questionamos a estadualização com posterior
entrega de comando para as OS (Organizações Sociais) dos prontos-socorros dos municípios de
Cuiabá e Várzea Grande. A tomada de decisão foi unilateral, a população não foi consultada, mas
nem por isso vai se tornar passiva. Formou-se um Comite em Defesa do SUS (Sistema Único de
Saúde), que congrega várias entidades, e que em um ato de protesto abraçará o pronto-socorro
municipal de Cuiabá, no dia 9 de novembro, às 9h. Ato este que é um retrato da democracia
participativa. É como disse Palma Filho: “Só as práticas sociais levam à verdadeira cidadania".

Uma das grandes interrogações que paira a mente dos envolvidos no processo é: já que o repasse
de verbas para as OSs é de três vezes o valor da tabela do SUS, porque o município, com o auxílio
do Estado, não assume a gerência e proporciona ao usuário uma saúde de qualidade ao usuário?
Esta é uma dúvida que com certeza gostaríamos de dirimir. Mas nem só de protestos vive a saúde
pública. No dia 28 de outubro comemoramos o Dia do Funcionário Público. Parabéns, principalmente
aos que se dedicam à carreira da saúde pública, e que, ao contrário do que reza o senso comum, há
muitos profissionais comprometidos, apaixonados e que exercem a sua profissão com competência e
orgulho, pensando que o ator principal e foco de todas as suas ações é o usuário.

E também manifesto o meu mais sincero sentimento de agradecimento ao CRO (Conselho Regional
de Odontologia), na pessoa do seu presidente e de sua diretoria, que proporcionaram aos nossos
pares, cirurgiões-dentistas, muitos aliás servidores estaduais e municipais, uma festa de
comemoração pelo 25 em outubro, dia do cirurgião-dentista, cujo presente maior é a cada vez mais
sólida união da classe. Unidos, informados, politizados, podemos contribuir para uma saúde pública
de mais qualidade.

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