Você está na página 1de 6

Resumo – Gestão de saúde

Profª Rafaela

Cunha JPP, Cunha RE. Sistema Único de Saúde: gestão municipal de saúde (textos básicos),
Princípios do SUS
Tema 12
O PROCESSO HISTÓRICO DE CONSTRUÇÃO DO SUS

O surgimento da Previdência Social no Brasil se insere num contexto político e social mais amplo. Esta
também é a época de nascimento da legislação trabalhista brasileira.
Em 1923, é promulgada a Lei Eloy Chaves, que, para alguns autores, pode ser definida como marco do
início da Previdência Social no Brasil. De 1923 a 1930, surgem as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs).
Eram organizadas por empresas, de natureza civil e privada, responsáveis pelos benefícios pecuniários e serviços
de saúde para os empregados de empresas específicas. As CAPs começou na tentativa de oferecer aos
trabalhadores assistência a saúde através de serviços próprios, que eram financiadas com recursos dos empregados
e empregadores e administradas por comissões formadas por representantes da empresa e dos empregados. Cabia
ao poder público apenas a resolução de conflitos. Quem tinha direito a saúde eram apenas quem trabalhava
mesmo sendo um serviço precário, porém com a constituição de 1988 todos os cidadãos passa a ter direito a saúde
tendo como princípio doutrinário a universalidade, segundo art. 196.

O Período 30-45
Com a Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, Foi criado o Ministério do Trabalho, aprofundou-se
a legislação trabalhista que traz de forma destacada, a preocupação com o novo operariado urbano.
A Previdência é claramente definida como seguro, privilegiando os benefícios e reduzindo a prestação de
serviços de saúde.
Do ponto de vista organizativo, este é um momento marcado pela criação dos Institutos de Aposentadoria
de Pensões (IAPs), entidades organizadas não mais por empresas, mas por categorias profissionais.
Diferentemente das CAPs, a administração dos IAPs era bastante dependente do governo federal.
Caracterizam esta época a participação do Estado no financiamento (embora meramente formal) e na
administração dos institutos, e um esforço ativo para diminuir despesas, com a consolidação de um modelo de
Previdência mais preocupado com a acumulação de reservas financeiras do que com a ampla prestação de
serviços. A Previdência passa a se configurar como “sócia” do Estado nos investimentos de interesse do governo.
Em 1942, é criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), com atuação voltada para as áreas não cobertas
pelos serviços tradicionais.

O Período 45-66: crise do regime de capitalização


subdividido em duas fases A primeira é representada pelo fim do Estado Novo e a redemocratização do país, com
a visão de que a solução para os problemas sociais estava mais no desenvolvimento do que nas políticas sociais.
Uma segunda fase é inaugurada com o golpe de 64, O regime instalado tem como características o autoritarismo,
com o fechamento dos canais de participação aos trabalhadores.
As ações de Previdência são agora caracterizadas pelo crescimento dos gastos.
A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), promulgada em 1960, uniformiza direitos dos segurados de
diferentes institutos, o que agrava as dificuldades financeiras. Além da assistência médica e dos benefícios
pecuniários, a legislação se refere a habitação, empréstimos e alimentação.
Nessa mesma época, o Brasil passa a ser influenciado pelas ideias de seguridade social que são amplamente
discutidas no cenário internacional após a Segunda Guerra mundial.

Com o golpe de 1964 e o discurso de racionalidade, eficácia e saneamento financeiro, ocorre a fusão dos IAPs,
com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

Em 1986, é realizada em Brasília a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), com ampla participação de
trabalhadores, governo, usuários e parte dos prestadores de serviços de saúde. Seu documento final sistematiza o
processo de construção de um modelo reformador para a saúde, definida como resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e
posse da terra e acesso a serviços de saúde, vendo o indivíduo de forma integral BIOPSICOSSOCIAL – princípio
da integralidade.
A Constituição Federal de 1988 aprovou a criação do SUS, reconhecendo a saúde como um direito a ser
assegurado pelo Estado e pautado pelos princípios de universalidade, eqüidade, integralidade e organizado de
maneira descentralizada, hierarquizada e com participação da população.

O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: princípios doutrinários e organizativos


O SUS é o novo sistema de saúde que está em construção, com o objetivo de melhorar a qualidade de atenção a
saúde no país.

Encarar saúde apenas como ausência de doenças nos legou um quadro repleto não só das próprias doenças, como
de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de comprometimento profissional,
com isso ouve a necessidade de conceber a atenção à saúde como um projeto que iguala saúde com condições de
vida. O direito à saúde, nesta visão, se confunde com o direito à vida, mudando o conceito de saúde, não sendo
mais vista como a ausência de doença, é considerada também as influencias de outros fatores.

Este conceito ampliado, ao definir os elementos condicionantes da saúde, incorpora:


• meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação etc.);
• meio socioeconômico e cultural (emprego, renda, educação, hábitos etc.);
• garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da saúde.

Ou seja, para se ter saúde, é preciso possuir um conjunto de fatores, como alimentação, moradia, emprego, lazer,
educação etc. A saúde se expressa como um retrato das condições de vida. Entretanto, a ausência de saúde não se
relaciona apenas com a inexistência ou a baixa qualidade dos serviços de saúde, mas com todo este conjunto de
determinantes. o SUS faz parte das ações definidas na Constituição como sendo de “relevância pública”, ou seja, é
atribuída ao poder público a regulamentação, a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde,
independentemente da execução direta do mesmo.

a saúde faz parte de um sistema mais amplo, o Sistema da Seguridade Social. a Seguridade Social “compreende
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinada a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.
Este sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização em todo o país. Mas é
preciso compreender bem esta ideia de unicidade. O que é definido como único na Constituição é um conjunto de
elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, os princípios da universalização, da eqüidade, da
integralidade, da descentralização, regionalização e hierarquização e da participação popular.

Princípios Doutrinários
Universalização
a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito. Neste sentido, o
acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, renda,
ocupação ou outras características sociais ou pessoais.

Eqüidade
Atender o indivíduos conforme a necessidade. Oferece programas e ações de acordo com as necessidades
específicas.

Integralidade
considera a pessoa como um todo, biopsicossocial, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante
a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Ao
mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, como
forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
qualidade de vida dos indivíduos.

Princípios Organizativos
Regionalização e Hierarquização
Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnologia crescente, dispostos numa área
geográfica e com a definição da população a ser atendida. A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada e
regionalizada, permite um conhecimento maior dos problemas de saúde da população da área delimitada.

Descentralização e Comando Único


É a distribuição da responsabilidade. Assim, o que é abrangência de um município é de responsabilidade do
governo municipal, o que abrange um estado ou região estadual deve estar sob responsabilidade do governo
estadual e o que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal.
A descentralização, ou municipalização, é uma forma de aproximar o cidadão das decisões do setor e
significa a responsabilização do município pela saúde de seus cidadãos. É também uma forma de
intervir na qualidade dos serviços prestados.
Para fazer valer o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único.
Cada esfera de governo é autônoma e soberana em suas decisões e atividades, respeitando os princípios
gerais e a participação da sociedade.

Participação Popular
Os Conselhos de Saúde, que devem existir nos três níveis de governo, são órgãos deliberativos, de caráter
permanente, compostos com a representatividade de toda a sociedade.

complementaridade do setor privado. Quando a insuficiência do setor público, for necessário a contratação de
serviços privados, seguindo as seguintes condições: Em primeiro lugar, entre os serviços privados devem ter
prioridade os não-lucrativos ou filantrópicos. Para a celebração dos contratos, deverão ser seguidas as regras do
direito público. Em suma, trata-se de fazer valer, na contratação destes serviços, a lógica do público e as diretrizes
do SUS. Todo serviço privado contratado passa a seguir as determinações do sistema público, em termos de regras
de funcionamento, organização e articulação com o restante da rede.

Gestores do SUS
a autoridade sanitária do SUS é exercida na União pelo ministro da Saúde, nos estados pelos secretários
estaduais de Saúde e nos municípios pelos secretários ou chefes de departamentos de Saúde. Eles são
também conhecidos como “gestores” do sistema de saúde.

Tema 7. MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE


SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PACS)
O Programa de Saúde da Família (PSF) é a principal estratégia de organização da atenção básica.
Uma Equipe de Saúde da Família, formada por, no mínimo, um médico, um enfermeiro, um auxiliar de
enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde, é responsável pelo atendimento de uma
determinada comunidade, englobando de 2.400 a 4.500 pessoas. Profissionais, como assistentes sociais,
psicólogos e outros, poderão ser incorporados ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades e
possibilidades locais.
O PSF fortalece as ações de prevenção da doença, promoção e recuperação da saúde, de forma integral e
contínua. As ações educativas/preventivas e a rapidez no atendimento aos problemas mais simples, no entanto,
exigem que o sistema de saúde esteja muito próximo das pessoas. O ideal é que consiga envolver as próprias
comunidades. É isso exatamente que faz o PSF, por meio da Equipe de Saúde da Família e da Unidade de Saúde
da Família.

O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) é hoje considerado parte do PSF. Nos municípios onde
há somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transição para o PSF. No PACS, as ações dos
agentes de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/instrutor locado em uma unidade de saúde.
A visita domiciliar é seu principal instrumento de trabalho. Cada agente vai pelo menos uma vez por mês a cada
casa localizada em sua área de atuação. Eles fazem a ligação entre as famílias e o serviço de saúde, realizam o
mapeamento das áreas, o cadastramento das famílias e estimulam a comunidade para práticas que proporcionem
melhores condições de saúde e de vida.

Fazem parte da rotina do agente comunitário de saúde, juntamente com as visitas domiciliares, uma série de
ações fundamentais:
• cadastramento/diagnóstico Consiste em registrar, na ficha de cadastro do Sistema de Informação da Atenção
Básica (SIAB), informações sobre cada membro da família a respeito de variáveis que influenciam a qualidade da
saúde, como situação de moradia, condições de saúde etc.
• mapeamento – esta fase consiste no registro das áreas de risco para a comunidade, assim como dos pontos de
referência no dia-a-dia da mesma. O objetivo é facilitar o planejamento e o desenvolvimento do trabalho do
agente;
• identificação de microáreas de risco – após o mapeamento, o agente comunitário identifica setores no território
da comunidade que representam áreas de risco, como inexistência ou precariedade do sistema de tratamento de
esgoto sanitário, de abastecimento de água, áreas de violência, entre outros;
• ações coletivas – com vistas a mobilizar a comunidade, o agente comunitário de saúde promove reuniões e
encontros com grupos diferenciados –gestantes, mães, pais, adolescentes, idosos, grupos em situações de risco ou
de porta (dores de doenças comuns) – e incentiva a participação das famílias na discussão do diagnóstico
comunitário de saúde, no planejamento de ações e na definição de prioridades.

A partir do agente comunitário, todo o trabalho da equipe é voltado para a prevenção e a proximidade com a
comunidade procurando responder com a maior agilidade possível às demandas de saúde de sua área.

Cada Equipe de Saúde da Família, atuando dessa forma, deve ser responsável por no máximo 4.500 pessoas.
Ela estará capacitada para:
• conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio do cadastramento e do diagnóstico de
suas características sociais, demográficas e epidemiológicas;
• identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos quais a população está exposta;
• elaborar, com a participação da comunidade um plano local para melhorar as condições que determinam o
processo saúde/doença;
• prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda organizada ou
espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento
nos serviços de referência ambulatorial;
• desenvolver ações educativas e intersetoriais para enfrentar os problemas de saúde identificados.

A UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA


A estruturação física do PSF se dá a partir da Unidade de Saúde da Família – ou Unidade Básica de Saúde –
quando se tratar apenas do PACS, Trata-se de uma unidade pública de saúde que assume a responsabilidade por
uma determinada população a ela vinculada, centros comunitários, igrejas etc.
Características da Unidade de Saúde da Família
• Em primeiro lugar, tem caráter substitutivo, isto é, não constitui uma nova estrutura de serviços (exceto
em áreas desprovidas), mas substitui práticas convencionais de assistência por um novo processo de trabalho, cujo
eixo está centrado na vigilância à saúde e na participação da comunidade.
• Em segundo lugar, ela é parte orgânica do sistema de saúde, dentro do princípio de integralidade e
hierarquização. Por isso, deve estar vinculada à rede de serviços para garantir atenção integral aos indivíduos e
famílias, garantindo os encaminhamentos para atendimentos de média e alta complexidade, sempre que
necessário.
• Em terceiro lugar, tem um território definido de abrangência e é responsável pelo cadastramento e
acompanhamento da população moradora nessa área.

O SUS necessário e o SUS possível: estratégias de gestão. Uma reflexão a partir de uma experiência
concreta
Souza, L.E. P.
o SUS é uma estratégia das mais importantes para a construção de um país socialmente justo. È uma política
social muito importante para o município.
Nesse sentido, o SUS necessário, para que tenhamos uma sociedade mais justa, está definido nos seus princípios
legais. Por sua vez, o SUS possível hoje é aquele que se encontra no funcionamento cotidiano dos serviços de
saúde. Apesar dos significativos avanços desde o início dos anos noventa, o SUS possível ainda está longe do SUS
necessário.
O SUS é uma política necessária, é o que foi estabelecido na constituição, porém está longe de ser assim, portanto
é uma política possível.

Pode-se distinguir, o sus segundo Garcia1, em três níveis de gestão, macro, meso e micro. E em cada nível e em
cada dimensão a um problema a ser resolvido.
• Macrogestão, referida às ações de formulação de políticas;
• Mesogestão, relacionada às atividades de condução de uma organização;
• Microgestão, atinente à coordenação dos processos de trabalho desenvolvidos em uma organização.

Por último, deve-se considerar os três níveis de gestão nas diferentes dimensões da administração da saúde. As
dimensões correspondem a atividades fins que o gestor é obrigado a desenvolver para cumprir seu papel de
dirigente. A partir de nossa experiência prática, classificamos as dimensões em quatro grupos, relativos a quatro
objetivos de gestão:
1) sociopolítica - Sustentação social do projeto político do SUS;
2) Viabilização institucional do projeto político;
3) Técnico sanitária - Fortalecimento da condução técnica da organização de saúde;
4) Administrativa - Garantia da coordenação administrativa da organização.

A dimensão sociopolítica
Problemas: Falta de participação popular e problemas de qualidade técnica. Por isso, para aproximar o SUS
possível do SUS necessário, e expandir e melhorar a qualidade dos serviços de saúde e à participação popular.
No nível macro, expansão e a qualificação dos serviços e apoiar a participação popular. expandir e qualificar os
serviços em duas frentes: a atenção básica, (PSF), e a atenção às urgências, a partir da implantação do (Samu).
No nível meso, é preciso comandar os diversos setores da instituição. No caso da participação popular, a
organização como um todo deve incorporá- la como uma diretriz permanente, o que pode exigir a criação de
instâncias internas específicas para apoiar a participação.
No nível micro, o gestor tem que desencadear e acompanhar os processos de trabalho referentes às ações de
expansão e melhoria dos serviços: o planejamento e a programação, a elaboração de normas e rotinas técnicas, a
contratação de empresas de fornecedores de materiais, a alocação e capacitação dos trabalhadores e a dotação de
recursos financeiros.

A dimensão institucional
Relação entre outras áreas e instituições, mídia, ministério público, etc.
macro, essa estratégia exige uma análise apurada dos interesses de cada instituição.
meso, a organização deve adotar procedimentos que fortaleçam as alianças, colaborando com as instituições que
têm interesses comuns.
micro, o gestor tem que fazer adaptações nos processos de trabalho, visando a atender às necessidades postas
pelas relações interinstitucionais.

A dimensão técnico-sanitária
Tem o objetivo de conduzir a organização de acordo com os preceitos técnicos da Saúde Coletiva. Na prática,
refere-se às ações de identificação e priorização de problemas de saúde e de proposição e aplicação de soluções,
ou seja, trabalha de acordo com as necessidades da população. Trata-se da dimensão que confere especificidade à
gestão da saúde.
Macro – desenv. As ações com políticas de saúde mais amplas.
Meso – planejamento e avaliação dos processos
Micro – Apoio aos profissionais da região.

A dimensão administrativa
objetivo é garantir a coordenação, gestão da organização.
A gestão do trabalho em saúde engloba desde a formulação das políticas de pessoal até as rotinas de trabalho dos
funcionários do “setor de recursos humanos”, passando pela estrutura de pessoal da organização. Aqui, a
estratégia central para aproximar o SUS possível do SUS necessário é formular uma política de gestão do trabalho
coerente com as políticas de saúde. Articular as condições de trabalho e de Recursos Humanos, valorizando o
profissional.

Políticas de saúde são respostas, produzidas socialmente e conduzidas pelo aparelho estatal, às necessidades de
saúde de toda a população. O conceito de política de saúde, remete à ideia de modelo de atenção à saúde, entende-
se a forma de combinação das tecnologias (conhecimentos, técnicas, equipamentos) disponíveis para atender às
demandas ou necessidades de saúde.

Emenda 29 – determina o financiamento para os programas do sus, que antes não havia uma garantia.

Pacto pela Saúde


possibilidade ou realidade?

Trata-se de um esforço das três esferas de governo (municípios, estados e União) para, juntamente com o
Conselho Nacional de Saúde, rediscutir a organização e o funcionamento do SUS. Seu objetivo principal é
avançar na implantação dos princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as responsabilidades
de gestão de cada ente federado.

o Pacto pela Saúde busca preservar os princípios do SUS previstos na Constituição, universal, integral e
equitativo, O próprio Pacto prevê estratégias que afirmam esses princípios. É a partir deles que se construiu uma
pactuação que contempla três dimensões:
a) Pacto pela Vida
b) Pacto em Defesa do SUS
c) Pacto de Gestão do SUS

O Pacto pela Vida tem como foco central estabelecer um conjunto de prioridades a serem assumidas pelos
gestores das três esferas. A importância do Pacto pela Vida é olhar para o contexto da saúde (lugar onde as
pessoas moram e suas condições de vida) e definir prioridades que incidem progressivamente para a melhoria da
situação de saúde dos brasileiros. No entanto, uma vez definidas e acordadas, é preciso estabelecer recursos
orçamentários para que elas não sejam apenas boas intenções. É preciso também definir as suas próprias
prioridades, que dizem respeito especificamente ao seu território. O documento que deve guiar o estabelecimento
dessas metas é o Plano de Saúde (O Plano de Saúde é um dos instrumentos imprescindíveis para a qualificação da
gestão do SUS).

O Pacto em Defesa do SUS objetiva discutir o sistema a partir dos seus princípios fundamentais.
As diretrizes operacionais do Pacto em Defesa do SUS recomendam:
a) expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira,
explicitada na defesa dos princípios do SUS estabelecidos na Constituição Federal;

b) desenvolver e articular ações no seu âmbito de competência e em conjunto com os demais gestores que visem
qualificar e assegurar o Sistema Único de Saúde como política pública.

Para garantir a defesa dos princípios do SUS e assegurá-lo como política pública, foram definidas como
fundamentais três frentes de ação.

* Primeiro, implementar um amplo processo de mobilização social para divulgar a saúde como direito de todos e
o SUS como a política pública que deve responder a esse direito. Deste processo resultou a Carta dos Direitos dos
Usuários do SUS, um instrumento conhecido e importante para a mobilização e controle social.
* A segunda frente de ação é mobilizar a sociedade para que tenhamos mais recursos para a saúde.
* A terceira frente, diz respeito à ampliação do diálogo com a sociedade. A perspectiva é que, em curto prazo, a
Emenda Constitucional nº 29 seja regulamentada e, em longo prazo, que a saúde tenha aumentados seus recursos
orçamentários e financeiros.

O Pacto de Gestão do SUS definiu melhor as responsabilidades de cada esfera de governo. Essa definição é
importante para que a política do SUS funcione a partir da gestão participativa, a participação da comunidade tem
importância estrutural na gestão do SUS.
Suas diretrizes dizem respeito à Regionalização, ao Financiamento, ao Planejamento, à Programação Pactuada e
Integrada da Atenção à Saúde (PPI), à Regulação da Atenção à Saúde e da Assistência, à Participação e Controle
Social, à Gestão do Trabalho e à Educação na Saúde.

Você também pode gostar