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AMANDA RODRIGUES PROBLEMA 1

COMPREENDER COMO FOI CRIADO O SUS, QUAIS SÃO SEUS PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E
ORGANIZAÇÃO;

 Antes da criação SUS, o sistema público de saúde era destinado apenas àqueles que tinham carteira de trabalho,
quem contribuía com a previdência. O restante da população brasileira dependia de ações filantrópicas de outras
entidades (Santas Casas e instituições de caridade).
 Nos anos 70 e 80, diversos grupos se engajaram no movimento sanitário, com o objetivo de pensar em um
sistema público para solucionar os problemas encontrados no atendimento da população, defendendo o direito
universal à saúde.
 O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal de 1988, que determina que é dever do Estado garantir saúde
a toda população brasileira.
 Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde, que detalhou o funcionamento do SUS e
instituiu os preceitos que seguem até hoje. A partir desse momento a população brasileira passou a ter direito à
saúde universal e gratuita.
 Em setembro de 2000, foi aprovada a Emenda Constitucional 29 (EC -29), em que o SUS passou a ser
administrado de forma tripartite e contou com recursos provenientes dos orçamentos dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

DIRETRIZES:

Conjunto de normas que devem ser seguidas para a execução de um fim. São várias normas a serem aplicadas para
alcançar um propósito.

PRINCÍPIOS:

São preceitos, leis ou pressupostos considerados universais que definem regras pelas quais uma sociedade
civilizada deve se orientar. Em qualquer lugar do mundo princípios são incontestáveis, pois quando adotados não
oferecerem resistência alguma.

Podem ser divididos em princípios doutrinários e princípios organizativos.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS:

UNIVERSALIDADE

 Fala que todas as pessoas têm acesso ao SUS, sem qualquer tipo de discriminação, até estrangeiros.
 Antes do SUS, apenas pessoas que trabalhavam com carteira assinada e previdenciários que tinham acesso aos
serviços de saúde públicos. De resto, tinha que pagar pelos serviços privados.
 Isso foi adotado a partir da Constituição Federal de 1988 e foi muito importante, pois transformou a saúde em
direito de todos e dever do Estado.

INTEGRALIDADE

 Esse princípio considera a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas necessidades.
 Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doença s, o
tratamento e a reabilitação.
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 E também deve tem que existir a articulação da saúde com outras políticas públicas, para que haja uma atuação
intersetorial (entre as diferentes áreas para melhoria na qualidade de vida dos indivíduos)
 A integralidade oferece todos os níveis de atenção ao paciente Atenção primária (UBS), secundária
(especialidades) e terciária (hospitais).
 Atendimento médico; laboratório; serviço especializado; atendimento farmacêutico; posto de enfermagem; serviço
social.

EQUIDADE

 Tem como objetivo diminuir desigualdades.


 Tratar desigualmente os desiguais,
 Ela busca tratar as necessidades dos indivíduos, investindo mais onde a carência é maior.
 Ex: é quando uma vítima de acidente grave chega na emergência e passa na frente de alguém que necessite de
atendimento médico menos urgente.
 Então equidade é oferecer mais a quem mais precisa e menos a quem requer menos.

PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS:

DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO

 Distribui o poder entre os governo federal, estadual e municipal.


 Para que exista a descentralização, deve haver o Comando Único, onde cada esfera de governo é autônoma e
soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.

REGIONALIZAÇÃO HIERARQUIZAÇÃO:

 Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área
geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser
atendida.
 A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado
deles.
 Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que
façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.
 Resolubilidade: é a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de
impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo.

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

 A sociedade deve participar no dia a dia do sistema.


 Para isto, devem ser criados os Conselhos e Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e
avaliar a execução da política de saúde.
 Nos Conselhos de Saúde, 50% é composto por representantes de usuários do SUS e 50% por representantes do
governo, prestadores de serviço, profissionais da saúde.
 A Conferência Nacional de Saúde deve acontecer a cada 4 anos, após as Conferências estaduais e municipais.
 As conferências têm como objetivo avaliar a situação da saúde em cada uma das suas áreas de competência e
propor as diretrizes para formulação de políticas públicas.
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GESTORES DO SUS

A distribuição de responsabilidades entre Estado e sociedade, além das diferentes esferas do governo (federal,
estadual e municipal) passa por gestores, tendo papel fundamental na concretização dos princípios e diretrizes.

Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera do governo, designado para o desenvolvimento do poder
executivo na saúde.

 Âmbito Nacional: Ministro da Saúde


 Âmbito Estadual: Secretário da Saúde
 Âmbito Municipal: Secretário Municipal de Saúde

Cada órgão e cada função têm suas normas operacionais determinadas pela legislação vigente, e são elas que
definem as competências de cada esfera e as condições necessárias para que tanto estados e municípios possam
assumir funções na gestão do SUS.

As responsabilidades são distribuídas entre Estado e sociedade.

Então, o SUS permite a participação de diversos grupos e populações em conselhos e conferências permitindo
acompanhar e avaliar como as políticas de saúde estão sendo avaliadas.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

 É o principal gestor do SUS, sendo responsável pela formulação, fiscalização, monitoramento e avaliação das
políticas públicas e ações;
 É responsável pela criação do Plano de Saúde, com uma comissão tripartite;
 São integrantes dessa estrutura a ANVISA, Fiocruz, Funasa, Hemobrás e INCA.

SECRETARIA DE SAÚDE

 Cada estado tem uma secretaria de saúde, atuando junto com municípios daquele estado, para aplicar o plano
estadual de saúde.

SECRETARIA MUNICIPAL

 Essa secretaria planeja, avalia e executa as ações do plano municipal de saúde, com os conselhos de saúde.

CONSELHOS DE SAÚDE

 Esses conselhos possuem membros representantes de diferentes órgãos e camadas da população, como
profissionais da área da saúde, prestadores de serviços privados e movimentos representativos de usuários.
 Além de todas essas secretarias e conselhos, existem comissões especializadas que são formadas em virtude
de alguma situação que o país enfrenta.
Ex; pandemia da Covid-19: foram montados comitês de combate ao vírus.

ESTUDAR A HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E CORRELACIONAR COM OS


ASPECTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E EPIDEMIOLÓGICOS;

1923
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 Surgiu o seguro social no BR.


 É aprovada a Lei Elói Chaves, que tem o mesmo nome que o deputado que a fez, que instituiu as Caixas de
Aposentadoria e Pensão (CAP's)
 A lei atingia somente os trabalhadores urbanos,
 Inicialmente, atendeu aos trabalhadores ferroviários e, posteriormente, aos marítimos e portuários.
 Além das aposentadorias e pensões, os fundos proviam assistência médica e fornecimento de medicamentos
(serviços funerários e acidentes no trabalho).
 A CAPS não tinha contribuição governamental, ela recebia contribuição dos empregados e empregadores (3% do
salário dos funcionários e 1% da renda bruta das empresas).
 O governo só participou da contribuição e administração quando os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS)
foram criados, em 1930.

1930

 É o ano em que Getúlio Vargas instala a revolução e rompe com a política do café com leite em SP e MG,
promovendo a expansão do sistema econômico, uma nova legislação, criou-se o Ministério do Trabalho, o da
Industria e Comércio, e o Ministério da Educação e Saúde.
 Foram fundados os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS) para substituir o CAPS
 Os IAPS eram organizados por categorias profissionais (marítimos, bancários, comerciários), e não por empresas
como o CAPS.
 Eles asseguravam aposentadoria, pensão, forneciam medicamentos, e assistência médica e hospitalar.
 Eles serviam de controle social e instrumento de captação de poupança forçada. (Porque quando o dinheiro era
retirado das CAPS, o governo não tinha como fazer o controle desse montante e com o IAPS iria ter acesso a esse
dinheiro arrecadado)

1942

 Foi criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), a partir de um acordo do Brasil com os Estados Unidos.
 Ele fazia o saneamento de regiões produtoras de matérias-primas, inicialmente atuava na Amazônia (produção de
borracha), no estado de Goiás e no Vale do Rio Doce (minérios).
 Ele se expandiu nas regiões rurais e construiu redes de unidades de saúde locais, focalizando tanto a medicina
preventiva como a curativa
 Ele tinha como foco principal a educação sanitária, que era feita em vários espaços.
 Com o tempo ele foi agindo em áreas mais distantes e carentes, e se destacou por introduzir inovações na
assistência médico-sanitária.
 Foi também pioneiro na atenção básica domiciliar, com o uso de pessoal auxiliar e, sobretudo, na implantação de
redes hierarquizadas de atenção integrada à saúde, proporcionando serviços preventivos e curativos, inclusive
internação em especialidades básicas em suas Unidades Mistas.
 Em 1960 ele foi transformado em fundação do Ministério de Saúde.

1949

 Houve uma inovação na assistência à saúde, foi criado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência
(SAMDU).
 Ele disponibilizava um médico hospitalar para prestar atendimento aos previdenciários.
 E ele foi muito importante, porque até então o atendimento médico domiciliar era restrito ao setor privado, era
inexistente no público.
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 Também por ter o financiamento consorciado entre todos os IAPS e por ser um atendimento mais universal ainda
que limitado aos casos de urgência.
 Mas mesmo o atendimento médico sendo um privilégio dos previdenciários, a legislação de vários IAPS não dava
tanta importância para os serviços de saúde e tinham algumas restrições.
 Ex: No Instituto dos Marítimos (IAPM), o período de internação era limitado a 30 dias e as despesas do Instituto
com atenção médica não podiam ultrapassar 8% da receita do ano anterior.
 Ex: No Instituto dos Industriários e o dos Trabalhadores em transportes e cargas, a atenção médica poderia
implicar a cobrança de contribuição suplementar.
 Então, por haver essas diferenças nas normas entre os IAPS, surgiram reivindicações para que houvesse um
sistema de previdência unificado e menos desigual. Mas também tinham outras pessoas que eram contra a
unificação (receio da perda de poder por parte dos trabalhadores e o risco de centralização e concentração de
poder no Estado)
 Daí a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) (1960) veio para uniformizar as regras, mas manteve a
organização institucional segmentada.
 Mas, mesmo com a LOPS, nem todas as distorções entre os vários institutos foram corrigidas. Ainda existia uma
diferença na distribuição dos gastos entre os programas.
 Ex: enquanto, o instituto dos bancários despendia 33% do seu orçamento em assistência médica, no instituto dos
industriários esse percentual era inferior a 8,5%

1953

 O presidente Carlos Luz criou o Ministério da saúde


 Foi um desmembramento do Ministério da Saúde e Educação não significando uma nova postura do governo e
uma nova preocupação aos importantes problemas de saúde pública.

1956

 Criação do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU), incorporando os antigos serviços nacionais de
febre amarela, malária, peste.

1966

 Época da ditadura militar.


 INPS foi criado, sem grandes mudanças e teve um leve aumento na participação estatal.
 Nele o empregador dá 8% e o empregado dá 8% do seu salário, com isso fica guardado os 16% para caso o
empregado precise usar.
 Entraram novas categorias, como os trabalhadores rurais, as empregadas domésticas e os autônomos. E como
eles não tinham um empregador formal (carteira assinada), eles tinham que pagar os 16%.

1968

 Governo Costa e Silva


 O Plano Nacional de Saúde foi elaborado pelo Ministro da Saúde, Leonel Miranda, ele pretendia buscar pela
universalização do acesso e a integração da assistência médica no Ministério da Saúde.
 Ele tinha o plano de privatizar a rede pública e dar ao paciente a liberdade de escolher o profissional e hospital de
sua preferência, sendo a remuneração aos provedores proporcional ao número e complexidade dos
procedimentos.
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 Porém o governo cancelou o Plano, pois tinha uma forte oposição, tanto das várias entidades, como da área
previdenciária que tinha medo de perder poder da medicina previdenciária em favor do Ministério da Saúde.
 Com isso, o novo ministro, Mário Machado de Lemos, tentou implementar um conjunto de princípios e diretrizes
destinados a orientar a ação e decisão do governo em relação ao Sistema Nacional de Saúde (SNS).
 E seguiria alguns princípios, que hoje regem o Sistema Único de Saúde (SUS), tais como a universalização da
assistência, a regionalização dos serviços e a integração entre serviços preventivos e de assistência individual.
 Mas, por oposição do governo, o projeto foi cancelado.

1977-8

 Quando o INPS começa a ficar com pouco dinheiro, o governo muda o nome para INAMPS.
 O INAMPS cria um teto para pagamento de consultas e procedimentos
 E com essa centralização, há uma grande concentração de dinheiro. E aí o dinheiro que era pra ser usado na
assistência médica vai ser usado para outras coisas, como a construção de hospitais privados, e outras
construções. Com isso, a desigualdade social só aumentou e as pessoas ficaram doentes.

APÓS 1988

 Descentralização
 Quando aconteceu a Reforma Sanitária Brasileira, onde a população e alguns intelectuais da época buscaram por
uma redemocratização da saúde.
 Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (1987), que veio antes do SUS.

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