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INSTRUMENTOS LEGAIS:
Artigo 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Artigo 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica do serviço privado.
O estado, município e união pode terceirizar a prestação do serviço em saúde, mas isso
não tira à obrigatoriedade do estado de regulamentar a prestação de serviço, a fiscalização
e o controle de tudo que é ofertado em saúde.
Exemplo:
Em Araçatuba temos o ambulatório médico do estado de São Paulo (AME). Este ambiente é
de responsabilidade da secretaria de saúde do estado de São Paulo, portanto toda a
atenção de média complexidade que é ofertada na região, por exemplo, pré-natal de alto
risco, oftalmologia, endocrinologia são encaminhadas para o AME de Araçatuba.
O AME de Araçatuba é uma instituição do estado de SP e mantida pelo poder público, no
entanto, quem faz a prestação do serviço não é diretamente o estado de SP, existe uma
organização social, que é a Santa Casa de Andradina, responsável pela contração de
funcionários, administração, segurança etc., porém, isso não tira do Estado o direito de
fiscalizar, regulamentar e controlar esses serviços.
Artigo 198 - As ações e serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes.
1. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
2. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
3. Participação da comunidade.
O governo que antes era centralizado, precisa agora distribuir, descentralizar. Atendimento
integral, ou seja, atender a todos e atender o indivíduo com um todo.
O artigo trata das diretrizes fundamentais pelas quais deverão se pautar as ações e os
serviços públicos de saúde, prevendo expressamente que o serviço público deverá ser
integrado por uma rede regionalizada e hierarquizada, de tal forma que constitua um
sistema único e democrático, inclusive com participação da comunidade.
Esse artigo 198 traz pontos chaves que nortearão as leis 8.080 e 8.142, pois ele traz as
diretrizes sobre o que deverá ser feito no SUS e essas diretrizes são constitucionais, ou
seja, são obrigatórias.
Artigo 200 - “Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da
lei:
1. Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e
participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos,
hemoderivados e outros insumos;
2. Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
3. Ordenar a formação de recursos humanos na área da saúde;
Temos uma política para formação de recursos humanos voltada a necessidade de cada
área ou área prioritárias dentro da atenção no país
4. Participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico.
Nós usamos o SUS em tudo. Ele não é somente atendimento médico e odontológico, vai
muito além disso. Até quem paga plano de saúde a vida inteira, faz uso do SUS de alguma
forma.
A agência nacional de vigilância sanitária também faz parte do SUS. Ela é responsável
pelo controle de qualidade e higiene de alimentos, cosméticos, produtos de limpeza,
vacinas, transplante, cigarro e medicamentos no Brasil. O objetivo da Anvisa é identificar
os potenciais riscos à saúde e ao meio ambiente de vários dos produtos e serviços
comercializados no país.
Vigilância epidemiológica é a parte do SUS que identifica e controla as epidemias de
doenças no Brasil. Os profissionais dessa área monitoram o surgimento e propagação de
doenças transmissíveis, não-transmissíveis e seus fatores de risco, além de fazerem
vigilância ambiental da saúde. As ações de prevenção contra o mosquito da dengue são
um exemplo de ações de vigilância epidemiológica. Esse trabalho de identificação também
é importante para ajudar no planejamento de distribuição de vacinas.
PRINCÍPIOS DO SUS
PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS
Descentralização político-administrativa com
Universalidade do acesso
direção única em cada esfera do governo.
- Acesso a qualquer pessoa.
- Descentralização dos serviços para os municípios.
Regionalização e hierarquização de rede de
Integralidade da assistência
serviço de saúde (níveis de complexidade).
(promoção, proteção e
- As distribuições dos serviços de saúde são feitas de
recuperação).
acordo com a demanda de cada região, de acordo
- Indivíduo como um todo.
com levantamento de dados.
Equidade
Participação da comunidade (controle social).
- Ofertar desigual aos desiguais,
- É um princípio de proteção e é fruto de um clamor
pois os indivíduos são diferentes e
social que se materializa com a constituição.
possuem necessidades diferentes.
Temos que compreender que saímos de um âmbito de atenção federal (centralizador) que
passou a ter toda a atenção em saúde de maneira igualitária, bem distribuída em todo
território nacional, portanto é necessário regionalizar essa atenção.
Ao hierarquizar, saímos de uma pirâmide, na qual temos níveis diferentes, para apresentar
alguns centros que atendem atenção básica, outros que atendem média complexidade e
centros que atendem atenção especializada que vai desde níveis hospitalar de baixa e alta
especialidade, a distribuição desses centros deve ser regionalizada, permitindo ofertar de
maneira efetiva a atenção em saúde.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo,
com as seguintes instâncias colegiadas: I - a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de
Saúde.
Ocorrem anualmente
Cada município com o seu conselho, cada estado com o seu, e a união com o seu.
O poder público não pode tomar decisões amplas isoladas sem a participação do
colegiado.
ÓRGÃO PERMANENTE: Tem sua existência garantida em qualquer circunstância. Para
ser extinto é preciso haver uma lei.
DELIBERATIVO: Toma decisões que devem ser cumpridas pelo poder público.
COLEGIADO: Composto por pessoas que representam diferentes grupos da sociedade,
sendo 50% delas representantes de usuários do SUS.
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os
Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de
7 de agosto de 1990;
III - Plano de saúde;
IV - Relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n°
8.080, de 19 de setembro de 1990;
V - Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o
prazo de dois anos para sua implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito
Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes
sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a
estabelecer condições para aplicação desta lei.
CONSELHOS
A fim de manter equilíbrio dos interesses envolvidos, a distribuição das vagas é paritária,
ou seja, 50% de usuários, 25% de trabalhadores e 25% de prestadores de serviço e
gestores.
Os 50% são de usuários para garantir o poder de voz da sociedade dentro de uma votação.
Os 25% de profissionais da saúde é necessário para direcionar as necessidades técnicas
do sus, como qual a melhor opção de compras de equipamentos, quais materiais são
essenciais para promover a proteção da saúde, entre outros.
Atuam na formulação de estratégias e no controle de execução de políticas na instancia
correspondente, ou seja, município, estado e união cada um com seu conselho.
O planejamento das ações, ou seja, a gestão das políticas de saúde é realizada pela
administração pública, e se dá por meio dos órgãos de saúde nas três esferas de
governo, com destaque para o Ministério da Saúde (no âmbito federal) e as
Secretarias de Saúde (estadual e municipal). Além disso, o Ministério e as Secretarias
contam com órgão de apoio para a gestão do SUS como: Conselhos de Saúde (nacional
estadual e municipal).
CONFERÊNCIA DE SAÚDE:
Reunião a cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a
situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes, convocada pelo poder executivo ou, extraordinariamente, por esta ou
pelo conselho de saúde. Tratar planos de longo prazo. Existe a representatividade de todas
as regiões do país, e as reuniões são temáticas (saúde da mulher, saúde mental,
saúde bucal, vigilância sanitária, saúde indígena), para aprofundar temas que as vezes
não é possível discutir num âmbito geral.
Essas conferências temáticas seguem as mesmas regras quanto à composição, frequência
de ocorrência e todas as condições que a conferência nacional cumpre.
REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA
Saímos de um sistema totalmente centralizado no governo federal e tudo isso passa para o
estado e município prestarem essa atenção, para ser possível fazer todas essas
amarrações entre os níveis de complexidade, é preciso integralizar e pactuar muita coisa
com a finalidade da população ter acesso à atenção em saúde.
EX: O AME de Araçatuba é referência em pré-natal de alto risco para 28 municípios da
região de Araçatuba e isso é definido e não foi escolhido aleatoriamente, pois existe uma
divisão.
Essa divisão foi feita entre município e estado e foi pactuado o que cada região é capaz de
atender em saúde, desde a baixa até a alta complexidade, selecionando quais são os
centros de referência para doenças específicas, essa organização facilita o direcionamento
para quais locais o paciente deve ser encaminhado e além de tornar a transição do usuário
dentro da rede mais fácil.