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Democracia e Cidadania
A sociedade brasileira tem a história marcada pela exclusão. Desde a sua origem, a
divisão entre “cidadãos” e “não cidadãos” marcou as relações sociais no país. Ao longo
dos anos e das lutas populares pela cidadania muitas conquistas foram alcançadas,
particularmente no plano dos diretores civis e políticos. Liberdade de locomoção,
liberdade de crença religiosa, liberdade de associação, igualdade perante a lei. O
direito do voto foi gradualmente estendido aos não proprietários, às mulheres, aos
analfabetos e, mais recentemente, aos menores de entre dezesseis e dezoito.
Mas a cidadania inclui, além de direitos civis e políticos, os direitos sociais. Os direitos
sociais se referem a condições de vida e de trabalho e ao acesso a bens e serviços
reconhecidos pela sociedade como mínimos indispensáveis a uma vida digna.
A Construção da Cidadania
No plano das relações sociais, a eliminação da distância hoje existente entre cidadãos
não-cidadãos tem que começar pelo efetivo reconhecimento dos direitos universais.
Cada pessoa tem que se reconhecer e reconhecer o outro como portador de direitos.
Esse é um processo que apenas se inicia na sociedade brasileira, que por décadas se
acostumou a aceitar os direitos sociais como privilégios de alguns.
Reconhecer cada brasileiro como cidadão significa reconhecer que todos tem direito a
se alimentar de modo adequado; a morar em uma casa confortável, com água tratada
e esgoto; a freqüentar uma escola de boa qualidade; a ter um trabalho digno e bem
remunerado; a contar com um serviço de saúde eficiente; a gozar seu tempo de lazer
de modo agradável e reparador.
A cidadania não pode ser dada por alguém ou oferecida como um favor. Ela exige que
cada um saiba dizer “Eu tenho o direito” – pois só haverá o efetivo reconhecimento
pelo outro desse direito se houver ao mesmo tempo o auto-reconhecimento.
Vamos destacar duas das mais importantes instituições às quais podemos recorrer
para assegurar o cumprimento das leis e o respeito aos nossos direitos: o Ministério
Público e PROCON.
O que é o SUS?
O SUS – Sistema Único de Saúde, foi instituído pela Constituição de 1988. É um cojunto
organizado e articulado de serviços e ações de saúde nos âmbitos: municipal,estadual
e nacional, e ainda os serviços privados. Faz parte de um sistema mais amplo: o
sistema de seguridade social.
Esse conjunto de ações deve ser oferecido a toda a população, pois o parágrafo único
desse artigo determina a “universalidade da cobertura e do atendimento”.
O artigo 198 da Constituição de 1988, determina que “as ações e serviços de saúde
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, com
as seguintes diretrizes:
III. participação da comunidade”.
O município, por ser a instância de governo mais próxima dos cidadãos, ter mais
condições de conhecer as necessidades da população e, por essa razão, poderá
oferecer serviços mais adequados para atendê-las. Além disso, é mais fácil para a
população acompanhar, controlar e fiscalizar as ações, bem como participar de
processos decisórios relativos à formulação das políticas e programação das ações,
quando as decisões estão sob a responsabilidade do gestor local.
O SUS foi criado partindo-se de uma premissa: todas as pessoas tem igual direito à
atenção à saúde. Cabe ao Estado garantir as condições para o exercício desse direito, e
isso se fará mediante a implantação do Sistema Único de Saúde. O que significa dizer
que a rede de serviços do SUS – sejam as unidades estatais, seja o setor privado
contratado em caráter complementar – tem o dever de atender ou encaminhar para o
atendimento em unidades especializadas todas as pessoas que necessitarem, sem
estabelecer condições ou exigir pagamento.
EQUIDADE
O princípio da equidade significa que a rede de serviços de saúde deve estar atenta
para as desigualdades existentes, com o objetivo de ajustar as suas ações às
necessidades de cada parcela da população a ser coberta. Em outras palavras, devem
tratar desigualmente os desiguais, oferecendo mais a quem precisa mais,
procurando reduzir a desigualdade.
INTEGRALIDADE
Uma das mais graves distorções do sistema de saúde que se constituiu no país nas
décadas passadas foi a fragmentação institucional da responsabilidade pelas ações de
saúde, baseada numa concepção equivocada que entendia poder haver uma divisão
entre “saúde coletiva” e “saúde individual”, entre “ações curativas” e “ações
preventivas”.
Cada um desses órgãos operava através de programas que cuidavam apenas de um ou
alguns aspectos de saúde das pessoas e estas precisavam recorrer a várias instituições
para resolver o conjunto de seus problemas de saúde e, não raro, conseguiam apenas
uma parte do atendimento que buscavam.
O SUS propõe uma mudança profunda nesse modo de organizar as ações e serviços de
saúde. O princípio da integralidade se assenta na compreensão de que as pessoas
tem o direito de serem atendidas no conjunto de suas necessidades, e que os
serviços de saúde devem estar organizados de modo a oferecer todas as ações
requeridas por essa atenção integral. Dessa forma o SUS deve desenvolver ações
sobre o ambiente e sobre os indivíduos, destinadas à promoção, proteção e
recuperação da saúde, bem como à reabilitação.
Isso não quer dizer que todas as unidades devem oferecer todos os tipos de ações,
mas sim que cada uma delas devem estar comprometida com esse objetivo e
integrada a uma rede de serviços que assegura o acesso, através de um sistema de
referência eficiente, que permita a cada unidade encaminhar sua clientela a outros
estabelecimentos para os atendimentos que precisar.
A composição das conferências e dos conselhos deve ser ampla de modo a assegurar
às suas deliberações a máxima representatividade e legitimidade. A representação dos
usuários deve ser paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos (governo,
prestadores privados e profissionais de saúde). Isto significa que o número de vagas
para as entidades ou organizações representantes dos usuários deve ser exatamente a
metade do total de participantes das conferências e dos conselhos.
CONSELHO DE SAÚDE
Na Lei 8142/90 (28 DE DEZEMBRO/1990), art. 1°, inciso II, parágrafos 2° e 4° fica
instituída a criação do Conselho de Saúde. Esse artigo diz o seguinte: “O Conselho de
Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão composto por representantes do
governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, atua na
formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões
serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de
Governo. (...)
-CONTRIBUIÇÕES, DOAÇÕES
CRITÉRIOS
Perfil demográfico que significa o número de habitantes de uma área. Metade dos
recursos (50%) do Fundo Nacional de Saúde serão transferidos segundo esse critério;
Perfil epidemiológico (o quadro de doenças, suas causas e seus agravos);
RECURSOS MÍNIMOS
Plano de Saúde,
SERVIÇOS PRIVADOS E RELAÇÃO COM SUS - Como o setor privado participa no SUS?
Segundo a Constituição Federal, no seu art. 199, a assistência à saúde é livre para
iniciativa privada. Esta poderá participar de forma COMPLEMENTAR ao SUS, segundo
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio. As entidades
filantrópicas e sem fins lucrativos tem preferência quando houver necessidade e se
efetuar contratos ou convênios.
COMPLEMENTAR significa dizer que somente será contratado o serviço privado,
QUANDO A REDE PÚBLICA DE SAÚDE NÃO DISPOR DE CAPACIDADE SUFICIENTE para
atender à demanda de uma determinada área. Os serviços contratados submeter-se-
ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes do SUS, mantido o
equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
A Legislação do SUS
Diz ainda a 8ª conferência que “direito à saúde significa a garantia pelo estado, de
condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário às condições e serviços
de promoção, proteção e recuperação de saúde, em todos os seus níveis, a todos os
habitantes do território nacional, levando ao desenvolvimento pleno do ser humano
em sua individualidade”.
Essa concepção foi assumida pela constituição federal e reafirmada pela 9ª
conferência. Ela também tem norteado a ação dos movimentos popular e sindical na
luta pela saúde.
NOB e NOAS
NOB 01/96 – ressalta-se nesta NOB o tratamento especial para as ações básicas de saúde e
o estabelecimento apenas de dois sistemas de descentralização para os municípios: a
Gestão Plena da Atenção Básica e a Gestão Plena do Sistema Municipal.
PAB
Em 1998 – Piso de Atenção Básica (PAB)- transferência automática dos recursos do Fundo
Nacional de Saúde aos Fundos Municipais de Saúde. Transferindo recursos para
procedimentos com atenção básica (ações individuais ou coletivas na primeira linha dos
serviços de saúde, como: atendimentos básicos, vacinação, assistência pré-natal, pequenas
cirurgias).
PAB Fixo- definido como valor per capita nacional e uma parte variável
1- SAÚDE DA FAMÍLIA
3-SAÚDE BUCAL
PPI
Mesmo com os avanços na legislação do sistema de saúde, ainda eram apontados muitos
problemas e desafios em relação a consolidação do SUS.
Para que isso ocorra é preciso, além de outras coisas mais, referendar a rede de saúde.
AÇÕES
A- Saúde do Idoso: promoção do envelhecimento ativo e saudável; acolhimento
preferencial em unidades de saúde, respeitando o critério de risco; atenção integral e
integrada à saúde da pessoa idosa.
B- Controle do câncer de colo de útero e de mama: cobertura de 80% para o exame
preventivo do câncer do colo de útero, conforme protocolo, em 2006; ampliar para
60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo.
C--Redução da mortalidade infantil e materna: reduzir a mortalidade neonatal em 5%
em 2006; reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20% por pneumonia, em
2006.
D-Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com
ênfase para dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza.
*Dengue: reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes aegypti em 30% dos
municípios prioritário até 2006.
*Eliminação da hanseníase: atingir o patamar de 1 caso por 10mil habitantes em
todos os municípios.
*Controle da tuberculose: atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de
tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano.
*Controle da malária: reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na região da
Amazônia Legal, em 2006.
*Controle da influenza: implantar plano de contingência, unidades sentinelas e o
sistema de informação
E- Promoção da Saúde: elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde,
de responsabilidade dos três gestores.
F- Fortalecimento da atenção básica: Assumir a Estratégia de Saúde da Família(ESF)
como prioridade para o fortalecimento da atenção básica; consolidar e qualificar a
estratégia de Saúde da Família nos pequenos e médio municípios.
PACTO DE GESTÃO:
-Descentralização- com ênfase na descentralização compartilhada.
-Regionalização: deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde e os
processos de negociação e pactuação entre os gestores.
-Financiamento do SUS
Participação e Controle Social
Educação na Saúde
PNAB- Política Nacional de Atenção Básica
Em relação à equidade, o PAB Fixo diferencia o valor per capita por município,
beneficiando o município mais pobre, menor, com maior percentual de população pobre e
extremamente pobre e com as menores densidades demográficas. Pelo viés da qualidade,
induz a mudança de modelo por meio da Estratégia Saúde da Família e cria um
Componente de Qualidade que avalia, valoriza e premia equipes e municípios, garantindo
aumento do repasse de recursos em função da contratualização de compromissos e do
alcance de resultados, a partir da referência de padrões de acesso e qualidade pactuados
de maneira tripartite.
A nova política articula a AB com importantes iniciativas do SUS, como a ampliação das
ações intersetoriais e de promoção da saúde, com a universalização do Programa Saúde na
Escola - e expansão dele às creches – acordo com as indústrias e escolas para uma
alimentação mais saudável, implantação de mais de 4 mil pólos da Academia da Saúde até
2014. Às equipes de Atenção Básica se somam as equipes do Melhor em Casa para ampliar
em muito o leque de ações e resolubilidade da atenção domiciliar. O Telessaúde, a
integração dos sistemas de informação e a nova política de regulação apontam para a
ampliação da resolubilidade da AB e para a continuidade do cuidado do usuário, que
precisa da atenção especializada.
Princípios e Características:
-MÉDICO
-ENFERMEIRO
-AUXILIARES DE ENFERMAGEM
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) -06/EQUIPE
CIRURGIÃO DENTISTA
AUXILIAR DE CONSULTÓRIO DENTÁRIO E/OU TÉCNICO DE HIGIENE DENTAL
O padrão de acolhida aos cidadãos usuários e aos cidadãos trabalhadores da saúde, nos
serviços de saúde, é um desses desafios.
O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades de
saúde favorece a construção de uma relação de confiança e compromisso dos usuários
com as equipes e os serviços, contribuindo para a promoção da cultura de solidariedade e
para a legitimação do sistema público de saúde.
Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber,
atender, admitir (FERREIRA, 1975).
O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias definições, uma
ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou seja, uma atitude de
inclusão.
Essa atitude implica, por sua vez, estar em relação com algo ou alguém. O acolhimento
então se firma como uma das diretrizes de maior relevância ética/estética/política da
Política Nacional de Humanização do SUS:
QUESTÕES
1- A base para o desenvolvimento do Programa Nacional de Humanização é:
A- Porta de entrada
B- Triagem
C- Consulta
D- Acolhimento
D- Aproximação, um não “estar com” e um não“estar perto de”, ou seja, uma atitude de
inclusão.
A- Sinais e sintomas
A- Sala de espera
B- Treinamentos
C- Filas organizadas
A- Acesso
B- Interação
C- Atendimento desqualificado
D- Resolutividade