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SAÚDE PÚBLICA
MODULO I
No Brasil, a maior parte dos casos de doença e morte prematura tem, ainda
hoje, como causa direta, condições desfavoráveis de vida: convive-se com
taxas elevadas de desnutrição infantil e anemias e uma prevalência inaceitável
de hanseníase, doenças típicas de ausência de condições mínimas de
alimentação, saneamento e moradia para a vida humana. Uma realidade de
contrastes se espelha, paradoxalmente, na ocorrência de problemas de saúde
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característicos de países desenvolvidos: as doenças cardiovasculares vêm
ganhando crescente importância entre as causas de morte, associadas
principalmente ao estresse, à predisposição individual, a hábitos alimentares
impróprios, à vida sedentária e ao hábito de fumar. Este quadro sanitário
compõe o chamado “duplo perfil de morbimortalidade”, típico dos países
denominados em desenvolvimento: convivem hoje, no Brasil, doenças próprias
do Primeiro e do Terceiro Mundo.
Buscando o horizonte possível Uma concepção tão ampla de saúde pode levar
a crer que o desafio que se impõe é demasiadamente grande para ser
enfrentado ou demasiadamente caro para ser custeado. O relatório do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef), “Situação Mundial da Infância —
1993”, combate com ênfase essa idéia. Demonstra que o atendimento de
necessidades humanas elementares — dentre as quais destacam-se
alimentação, habitação adequada, acesso à água limpa, aos cuidados
primários de saúde e à educação básica — é viável em uma década, a um
custo extra de US$ 25 bilhões anuais, em nível mundial. Cita, para fins de
comparação, que essa cifra é inferior ao gasto anual da população dos EUA
com o consumo de cerveja. O relatório reporta-se ao sucesso obtido no
cumprimento de metas, como a vacinação de 80% das crianças do mundo até
1990. Bangladesh, por exemplo, ampliou a cobertura vacinal de suas crianças
de 2 para 62% em apenas cinco anos, entre 1985 e 1990.
MODULO II
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condições são marcas e ações próprias da clínica, da política, da atenção e da
gestão, ratificando esses planos de atuação como indissociáveis.
Canadá
Austrália
Suécia
Jacarta
México
Tailândia
Colombia
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Foi realizada sob o patrocínio do Ministério da Saúde da Colômbia e
da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Santafé de Bogotá,
na Colômbia, de 9 a 12 de novembro de 1992. Contou com 550 representantes
de 21 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México,
Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e
Venezuela).
Caribe
Foi elaborada, a pedido da 13ª Reunião dos Ministros responsáveis pela saúde
da região, a Carta do Caribe para a Promoção da Saúde, seguindo as metas
das conferências anteriores, que defendiam a igualdade social e a atenção
primária em saúde como fatores de bem-estar social.
Brasil
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Argentina
MODULO III
MODULO IV
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sem prejuízo de sua ação executiva direta, no campo do saneamento e da
assistência médico-sanitária aos estados.
No início dos anos 60, a desigualdade social, marcada pela baixa renda per
capita e a alta concentração de riquezas, ganha dimensão no discurso dos
sanitaristas em torno das relações entre saúde e desenvolvimento. O
planejamento de metas de crescimento e de melhorias, conduziram o que
alguns pesquisadores intitularam como a grande panacéia dos anos 60 - o
planejamento global e o planejamento em saúde. As propostas para adequar
os serviços de saúde pública à realidade diagnosticada pelos sanitaristas
desenvolvimentistas tiveram marcos importantes, como a formulação da
Política Nacional de Saúde na gestão do então ministro, Estácio Souto-Maior,
em 1961, com o objetivo de redefinir a identidade do Ministério da Saúde e
colocá-lo em sintonia com os avanços verificados na esfera econômico-social.
Outro marco da história da saúde no âmbito ministerial ocorreu em 1963, com a
realização da III Conferência Nacional da Saúde (CNS), convocada pelo
ministro Wilson Fadul, árduo defensor da tese de municipalização. A
Conferência propunha a reordenação dos serviços de assistência médico-
sanitária e alinhamentos gerais para determinar uma nova divisão das
atribuições e responsabilidades entre os níveis político-administrativos da
Federação visando, sobretudo, a municipalização.
Em 1964, os militares assumem o governo e Raymundo de Brito firma-se como
ministro da saúde e reitera o propósito de incorporar ao MS a assistência
médica da Previdência Social, dentro da proposta de fixar um Plano Nacional
de Saúde segundo as diretrizes da III Conferência Nacional de Saúde.
Com a implantação da Reforma Administrativa Federal, em 25 de fevereiro de
1967, ficou estabelecido que o Ministério da Saúde seria o responsável pela
formulação e coordenação da Política Nacional de Saúde, que até então não
havia saído do papel. Ficaram as seguintes áreas de competência: política
nacional de saúde; atividades médicas e paramédicas; ação preventiva em
geral, vigilância sanitária de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
controle de drogas, medicamentos e alimentos e pesquisa médico-sanitária.
Ao longo destes quase cinqüenta anos de existência, o Ministério da Saúde
passou por diversas reformas na estrutura. Destaca-se a reforma de 1974, na
qual as Secretarias de Saúde e de Assistência Médica foram englobadas,
passando a constituir a Secretaria Nacional de Saúde, para reforçar o conceito
de que não existia dicotomia entre Saúde Pública e Assistência Médica. No
mesmo ano, a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública - SUCAM -
passa à subordinação direta do Ministro do Estado, para possibilitar-lhe maior
flexibilidade técnica e administrativa, elevando-se a órgão de primeira linha.
Foram criadas as Coordenadorias de Saúde, compreendendo cinco regiões:
Amazônia, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, ficando as Delegacias
Federais de Saúde compreendidas nessas áreas subordinadas às mesmas. As
Delegacias Federais de Saúde deixavam, assim, de integrar órgãos de primeira
linha. É criada também, a Coordenadoria de Comunicação Social como órgão
de assistência direta e imediata do Ministro de Estado e instituído o Conselho
de Prevenção Antitóxico, como órgão colegiado, diretamente subordinado ao
Ministro de Estado.
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Do final da década de 80 em diante, destaca-se a Constituição Federal de
1988, que determinou ser dever do Estado garantir saúde a toda a população
e, para tanto, criou o Sistema Único de Saúde. Em 1990, o Congresso Nacional
aprovou a Lei Orgânica da Saúde que detalha o funcionamento do Sistema.
Fonte: Ministério da Saúde
MODULO V
Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois outros
conceitos importantes: o de sistema e a idéia de unicidade. A idéia de sistema
significa um conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do
setor privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. Já
na lógica de sistema público, os serviços contratados e conveniados seguem
os mesmos princípios e as mesmas normas do serviço público. Todos os
elementos que integram o sistema referem-se ao mesmo tempo às atividades
de promoção, proteção e recuperação da saúde.
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Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de
organização, sendo que é definido como único na Constituição um conjunto de
elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, os princípios da
universalização, da eqüidade, da integralidade, da descentralização e da
participação popular.
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que
concentra os princípios doutrinários, e uma forma e operacionalização, os
princípios organizativos.
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- 8a Conferência Nacional de Saúde
• Marco do Movimento Sanitário Brasileiro
• Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história
dos movimentos sociais
• Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988
• Conceito ampliado da saúde
• Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado
• Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e
descentralizado de saúde
“Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante das condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de
saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social
da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”
- 1988 – Constituição Federal e leis 8.080 e 8.142 de 1990
Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido por políticas sociais e
econômicas
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único.
- BRASIL, 1990. LEI 8.080, de 19 de setembro de 1990:
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências.
Brasília: Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, 20/09/90. Brasília:
Imprensa Nacional.
- BRASIL, 1990, Lei 8.142, de 29 de dezembro de 1990:
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde – SUS – e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área de saúde e outras providências.
Brasília: Ministério da Saúde. Diário Oficial da União, 30/12/90. Brasília:
Imprensa Nacional.
- Princípios do SUS
Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do SUS norteia-se pelos
seguintes princípios doutrinários:
• UNIVERSALIDADE
• EQUIDADE
• INTEGRALIDADE
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UNIVERSALIDADE
• Promoção:
Envolve ações também em outras áreas, como habitação, meio
ambiente, educação.
• Proteção:
Saneamento básico, imunizações, ações coletivas e preventivas,
vigilância à saúde e sanitária, etc...
• Recuperação:
Atendimento médico, odontológico, tratamento e reabilitação para os
doentes.
MUNICIPALIZAÇÃO
MODULO VI
Com o tema “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: direito
do povo brasileiro”, a 15ª Conferência Nacional de Saúde, foi realizada em
Brasília, entre os dias 1º e 4 de dezembro de 2015.
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7.5. 11ª Conferência Nacional de Saúde
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A 5ª CNS teve como destaque a constituição do Sistema Nacional de Saúde e
a sua institucionalização, com a proposta de elaboração de uma política
nacional de saúde.
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MODULO VII
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No PACS, as ações dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são
acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma
unidade básica de saúde.
ADSCRIÇÃO DE CLIENTELA
Definição precisa do território de atuação
TERRITORIALIZAÇÃO
Mapeamento da área, compreendendo segmento populacional determinado
DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO
Cadastramento das famílias e dos indivíduos, gerando dados que possibilitem
a análise da situação de saúde do território
PLANEJAMENTO BASEADO NA REALIDADE LOCAL
Programação das atividades segundo critérios de risco à saúde, priorizando
solução dos problemas
INTERDISCIPLINARIDADE
Trabalho interdisciplinar, integrando áreas técnicas e profissionais de
diferentes formações
VINCULAÇÃO
Participação na dinâmica social das famílias assistidas e da própria
comunidade
COMPETÊNCIA CULTURAL
Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem
integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança com
ética, compromisso e respeito
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INTEGRALIDADE
Assistência integral, continua e organizada, à população adscrita, com garantia
de acesso a recursos complementares
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Participação da comunidade no planejamento, execução e avaliação das
ações
INTERSETORIALIDADE
Trabalho intersetorial, integrando projetos sociais e setores afins, voltados para
a promoção da saúde
FORTALECIMENTO DA GESTÃO LOCAL
Apoio a estratégias de fortalecimento da gestão local.
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Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a
Universidade de São Paulo e Universidade de Nova York, demonstra
que a cada 10% de aumento de cobertura o índice de mortalidade
infantil cai em 4,6%.
Aumento da satisfação dos usuários quanto ao atendimento recebido
resultado das mudanças das práticas das equipes de saúde.
A Saúde da Família constitui uma estratégia para a organização e
fortalecimento da Atenção Básica como o primeiro nível de atenção à saúde no
SUS.
Procura o fortalecimento da atenção por meio da ampliação do acesso, a
qualificação e reorientação das práticas de saúde embasadas na Promoção da
Saúde.
O NASF é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar,
aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da
Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a
responsabilidade por determinado número de Equipes de Saúde da Família e o
desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da
Família.
Almeida (2009) também refere como ações a serem desenvolvidas pelo NASF:
proporcionar educação permanente em nutrição; contribuir para a ampliação e
valorização da utilização dos espaços públicos de convivência; implementar
ações em homeopatia e acupuntura para a melhoria da qualidade de vida;
promover ações multiprofissionais de reabilitação para reduzir a incapacidade e
deficiências, permitindo a inclusão social; atender usuários e familiares em
situação de risco psicossocial ou doença mental; criar estratégias para abordar
problemas vinculados à violência e ao abuso de álcool; e apoiar as Equipes de
Saúde da Família na abordagem e na atenção aos agravos severos ou
persistentes na saúde de crianças e mulheres, entre outras ações.
Federal
Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica
Co-financiar o sistema de atenção básica
Ordenar a formação de recursos humanos
Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação
da atenção básica
Manter as bases de dados nacionais
Estadual
Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em
seu território
Regular as relações inter-municipais
Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos
em seu território
Co-financiar as ações de atenção básica
Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em
seu território.
Municipal
Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território
Contratualizar o trabalho em atenção básica
Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e
gerência)
Co-financiar as ações de atenção básica
Alimentar os sistemas de informação
Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão.
MODULO VIII
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Academia da Saúde
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As UPA 24h são estruturas de complexidade intermediária, entre as Unidades
Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares, e, em conjunto com
estas, compõem uma rede organizada de Atenção às Urgências.
HumanizaSUS
MODULO IX
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» a manutenção do financiamento da rede privada conveniada, assim como o
faz com as unidades próprias, por meio da remuneração dos serviços
prestados à população;
» o conceito de participação complementar do setor privado ao SUS surgiu
relacionado à oferta de serviços de saúde;
» a liberdade da iniciativa privada de prestar assistência à saúde estabeleceu,
de forma direta, a interface entre essa rede privada e o SUS.
Tais análises demonstram a possibilidade da existência de hospitais e clínicas
privadas que, a despeito de serem conveniados com o SUS, prestam serviços
às operadoras de planos e seguros de saúde. Da mesma forma, observa-se a
existência de estabelecimentos públicos, especialmente hospitais de grande
porte, que prestam serviços às operadoras de planos e seguros de saúde.
Esses estabelecimentos, portanto, fazem parte tanto da rede SUS quanto da
rede de serviços que constitui a saúde suplementar, sugerindo uma duplicidade
de prestação de serviços de saúde.
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