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Sumário
UNIDADE 01 ......................................................................................................................3
Conhecendo os conceitos de Medicina Preventiva, Medicina Social e Saúde Coletiva ...3
Ações de saúde pública e saúde coletiva presentes no Brasil na atualidade ...................4
Eixos da Saúde Coletiva .....................................................................................................4
Definição de epidemiologia .................................................................................................6
Epidemiologia e indicadores de saúde ...............................................................................7
Epidemiologia e sistemas de informação ...........................................................................9
Doenças de notificação obrigatória ..................................................................................10
Vigilância epidemiológica .................................................................................................12
UNIDADE 02 ....................................................................................................................14
Programa Nacional de Imunização...................................................................................14
Redes de Atenção a Saúde e a Atenção Básica .............................................................15
Saúde da família ...............................................................................................................16
Doenças Crônicas Não Transmissíveis ............................................................................18
Território na Atenção Básica ............................................................................................20
Vigilância na Atenção Básica ...........................................................................................20
Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Saúde do Idoso ............................................21
Redes de Atenção à Saúde ..............................................................................................23
Referências Bibliográficas ........................................................................................26
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UNIDADE 01
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Situações diversas podem nos trazer indisposição, alegria ou ansiedade. Por vezes
nosso corpo não apresenta sintoma fisiopatológico algum, mas os atravessamentos da vida
são tão complexos que desanimamos e desestabilizamos. Em outros momentos, estamos
alegres e dispostos a cuidar da saúde e da vida. E o que queremos dizer com isso? Que
algumas causas são identificáveis e outras não. Com isso, ainda podem ocorrer agravos à
saúde que não são identificados e sequer percebidos. Quando analisamos a expressão
“está tudo bem, não precisei tomar medicamentos nos últimos tempos”, observamos que a
compreensão de saúde se limita à presença ou não de processos fisiopatológicos. Não se
consideram outras causas, como preocupação com filhos, desemprego, fome, pobreza e
condições de moradia, por exemplo.
O SUS, como o sistema de saúde vigente no país, passou e ainda passa por uma
série de mudanças (seja no financiamento ou nas propostas dos programas de assistência),
e não cabe discorrer detalhadamente a respeito de cada uma delas nesta Leitura Digital.
Entretanto, a organização do SUS em uma rede de serviços que vai desde as unidades
básicas de saúde, os ambulatórios de especialidades e os hospitais de pequeno, médio e
grande porte, além de uma série de serviços, como laboratórios de fabricação de vacinas,
medicamentos, laboratórios de tecnologias, serviços de transplantes, articulados com setor
privado, compondo, desta maneira um sistema amplo e complexo. O SUS também é
espaço de formação profissional articulado com universidades em nível de graduação e
pós-graduação na oferta de serviços de diversas ordens para as comunidades, com
projetos de pesquisa e extensão mediante as diretrizes curriculares dos cursos da área de
saúde.
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• Ciências sociais em saúde, com os determinantes sociais da saúde.
Outro eixo pertinente à saúde coletiva diz respeito à política, planejamento e gestão
dos serviços de saúde. Como vimos pelos determinantes sociais da saúde, o processo
saúde-doença é complexo e se relaciona com diferentes instâncias da vida em sociedade.
As formas como os serviços de saúde se organizam também afetam a saúde das pessoas,
e são, por isso, um tema relevante da saúde coletiva. O Sistema Único de Saúde (SUS) faz
parte de uma grande política pública de saúde do país, enquanto papel do Estado, com
diretrizes que abrangem desde a promoção da saúde até a reabilitação de doenças, e é
apoiado nos princípios de universalidade, equidade e integralidade (BRASIL, 1990).
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Definição de epidemiologia
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Epidemiologia e indicadores de saúde
Exemplo de indicadores
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Considerando o ciclo de políticas públicas, os indicadores podem ser utilizados nas
diversas fases e com diferentes objetivos. Na fase de identificação do problema, tem como
objetivo elaborar diagnósticos iniciais ou realizar levantamento de situações para identificar
problemas futuros. Na fase de constituição da agenda (conjunto de problemas oriundos de
debates e discussões e que representam o interesse público), os indicadores visam
identificar os problemas e suas respectivas características, como a gravidade, urgência e
prioridade. Na fase de planejamento, os indicadores são definidos visando medir o
desempenho de determinada intervenção com o intuito de monitorar e avaliar (fases
subsequentes do ciclo). Os indicadores definidos na fase de implementação são, ou
deveriam ser, originários da fase de planejamento e deveriam ser utilizados na fase de
monitoramento, visando observar a evolução da intervenção e, caso necessário, propor
medidas corretivas. Na fase de avaliação, o indicador objetivo compara o desempenho da
política pública proposta para solucionar os problemas apontados (BRASIL, 2018). Como
identificar e escolher os indicadores? Os indicadores que devem ser selecionados são
aqueles capazes de avaliar o desempenho das políticas e também informar características
fundamentais do objeto em questão, ou seja, fenômenos como o social, o econômico, o
ambiental, o cultural.
é preciso levar em consideração suas propriedades (BRASIL, 2018):
• Utilidade: os indicadores devem ser baseados nas necessidades reais.
• Validade: ser capaz de representar, no decorrer do tempo, a realidade que almeja avaliar
e alterar.
• Confiabilidade: os indicadores devem ser originários de fontes seguras e honestas.
• Disponibilidade: os dados devem ser de fácil aquisição.
• Simplicidade: os indicadores devem ser de fácil compreensão, tanto para seus executores
como para o público em geral.
• Clareza: o indicador deve expressar de maneira clara a sua mensagem.
• Sensibilidade: o indicador deve ser capaz de avaliar as variações do fenômeno.
• Desagregabilidade: capacidade de representar a regionalização dos grupos sócio
demográficos.
• Economicidade: o indicador deve ser obtido a baixo custo, ou seja, a relação custo
benefício deve ser favorável.
• Estabilidade: ser oriundo de séries históricas estáveis, em que há possibilidade de
monitoramento e comparações entre as variáveis.
• Auditabilidade ou rastreabilidade: os indicadores devem ser passíveis de verificação
quanto a sua obtenção, tratamento, interpretação.
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Por fim, os indicadores podem ser classificados quanto ao fluxo de implementação
(insumos-antes, processo-durante, produto-depois, resultado-depois, impacto-depois) e
quanto ao seu desempenho (economicidade, eficiência, eficácia, efetividade) (BRASIL,
2018).
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Evidencia-se, portanto, que a epidemiologia é uma ciência que impacta diretamente
na vida de todos e o profissional que atua na área da saúde pública deve ter conhecimento
e se apropriar dessa ferramenta em sua prática. Dentre os inúmeros aspectos, tem-se a
avaliação da eficácia dos testes diagnósticos e dos tratamentos, além da importância dos
sistemas de informação e também da aplicabilidade dos indicadores de saúde na obtenção
de dados. Tais aspectos são imprescindíveis para o planejamento, a avaliação e o
monitoramento dos sistemas de saúde, ou seja, na gestão em saúde.
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b. Doença de Chagas Crônica X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X
12 Doenças com suspeita de disseminação intencional:a. Antraz X X X
pneumônicob. Tularemiac. Varíola
13 Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:a. X X X
Arenavírusb. Ebolac. Marburgd. Lassae. Febre purpúrica
brasileira
a. Doença aguda pelo vírus Zika X
14 b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X
15 Esquistossomose X
16 Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à X X X
saúde pública (ver definição no art. 2º desta portaria)
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X
18 Febre Amarela X X X
a. Febre de Chikungunya X
19 b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X
20 Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em X X X
saúde pública
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X
22 Febre Tifoide X X
23 Hanseníase X
24 Hantavirose X X X
25 Hepatites virais X
26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência X
Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
27 Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e X
Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X
30 Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo X
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados)
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X
32 Leishmaniose Visceral X
33 Leptospirose X
a. Malária na região amazônica X
34 b. Malária na região extra-Amazônica X X X
35 Óbito:a. Infantilb. Materno X
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X
37 Peste X X X
38 Raiva humana X X X
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X
40 Doenças Exantemáticas:a. Sarampob. Rubéola X X X
41 Sífilis:a. Adquiridab. Congênitac. Em gestante X
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírusa. X X X
SARS-CoVb. MERS- CoV
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44 Tétano:a. Acidentalb. Neonatal X
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X
46 Tuberculose X
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X
a. Violência doméstica e/ou outras violências X
48 b. Violência sexual e tentativa de suicídio X
Vigilância epidemiológica
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• Interromper as cadeias de transmissão das doenças, nos casos daquelas
transmissíveis.
• Identificar novos problemas de saúde pública.
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UNIDADE 02
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Redes de Atenção a Saúde e a Atenção Básica
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é definida como uma estratégia para um cuidado
integral e direcionado às necessidades de saúde da população, destacando a Atenção
Básica (AB) como primeiro ponto de atenção e como a porta de entrada preferencial para
o sistema de saúde. Uma das atividades a serem desempenhadas pelas RAS é a
ordenação do fluxo e contra fluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pontos
de atenção à saúde (BRASIL, 2017).
Diretrizes
SAÚDE DA FAMÍLIA
Para uma melhor compreensão sobre a Política Nacional de Atenção Básica, você
deve lembrar-se dos seguintes pontos:
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Básica (PNAB).
• A PNAB está na sua terceira edição. Cada uma das edições apresenta suas
particularidades, principalmente em relação à composição e cadastramento das equipes e
o financiamento delas.
• As equipes de Atenção Básica (eAB) ou equipes de Saúde da Família (eSF) são
compostas por profissionais de várias categorias. Pela última edição da PNAB, a equipe
mínima deve contar com um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou um técnico de
enfermagem e um agente comunitário. Nessa nova portaria não existe mais a necessidade
de ter pelo menos quatro agentes comunitários por equipe. Para ter êxito no cumprimento
dos objetivos da Atenção Básica, as equipes de saúde devem planejar o seu trabalho de
acordo com algumas estratégias importantes e necessárias, que se complementam e fazem
parte do processo de trabalho das equipes. Essas estratégias são:
• Territorialização: etapa constante das ações da equipe de saúde. Deve ser capaz
de traduzir as diferentes realidades do território, indo além de um simples recorte
geográfico. Faz parte da atribuição de todos os profissionais da equipe e é
importante que seja capaz de destacar as informações mais relevantes sobre a
população daquela área de abrangência, para que se priorizem as ações de saúde
a serem desenvolvidas.
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agendado, como uma adolescente com atraso menstrual ou uma gestante com
queixa urinária.
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O controle das DCNT requer ações de promoção da saúde, de forma a se alcançar
hábitos de vida saudáveis. Já está bem comprovado que a maior parte dessas doenças é
evitável eliminando os fatores de risco como obesidade, sedentarismo e tabagismo. Além
de evitar que gerações futuras desenvolvam essas doenças, o sistema de saúde também
deve se organizar de maneira a proteger a população que já é portadora de DCNT, bem
como evitar as complicações que elas podem causar. O papel da Atenção Básica (AB) é
fundamental para se alcançar os resultados esperados para cada extremo desse cuidado.
São as equipes de Saúde da Família que estão mais próximas da vida cotidiana das
pessoas, tendo mais ferramentas para atuar nesse processo saúde-doença.
Nas últimas décadas, diversas políticas públicas de saúde foram implantadas com o
objetivo de reduzir as DCNT e o seu impacto sobre a qualidade da vida das pessoas e a
mortalidade. Além do aumento da cobertura de AB no país, destacam-se também:
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Território na Atenção Básica
Entende-se por território como o espaço, geográfico e social, onde acontece a vida
das pessoas e a forma como se organizam e se relacionam (GODIN;, MONKEN, 2017). As
diferentes formas de ocupação desse espaço, as suas características sociais, culturais e
políticas se relacionam com as condições de saúde dessas pessoas, tanto de forma positiva
como de forma negativa. Uma população que vive e convive com um território onde existem
políticas públicas saudáveis, como saneamento básico, coleta de lixo, acesso à água
potável, boas condições de moradia e de trabalho, tem mais condições de viver de maneira
saudável. Por outro lado, uma população que não tem acesso a qualquer uma dessas
políticas vai apresentar necessidades de saúde e necessidades de cuidado diferentes.
A principal forma de se organizar esses dados é realizando o mapeamento do
território – uma das etapas da territorialização. O mapeamento pode ser realizado de
diferentes maneiras dependendo, sobretudo, dos recursos materiais que cada equipe tiver
à sua disposição. Mas mais importante do que a forma de registrar graficamente esse
mapeamento é a capacidade de análise da situação de saúde que a equipe deve ter, com
base nesse mapeamento.
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Com o envelhecimento progressivo da população brasileira, é esperado um aumento
da incidência das DCNT, principalmente se medidas de prevenção e promoção da saúde
não forem aplicadas em tempo oportuno.
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Referências Bibliográficas
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