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08/11/2019

Estratégia

Profª. MSc. Dione Seabra

Um pouco da História da
Saúde no Brasil

 No Brasil, como na maioria dos países subdesenvolvidos, o modelo


instituído sofreu críticas quanto ao seu funcionamento, visto que os
princípios norteadores de sua implantação parecem ter privilegiado o
curativo sobre o preventivo.
 Atuava de forma esporádica em situações de epidemias;
 Atuava em “espaços de circulação de mercadorias”;
 Interesses puramente mercantis.
 Socialmente desorganizado;
 Oportunismo político.

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Experiências isoladas ou
parciais acumuladas ao longo Propostas da 8ª CNS-1986
dos últimos 10 anos.

A Constituição de 1988 estabeleceu pela 1ª


vez, uma seção sobre a SÀÚDE

A Constituição de 1988- Saúde

1º. Abrange o conceito sobre Saúde;

2º. Legitima o direito de todos sem


qualquer discriminação;

3º. Estabelece a criação do SUS

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Então surge o Programa


Saúde da Família-PSF

 A Saúde da Família constituiu uma estratégia para a


organização e fortalecimento da Atenção Básica como o primeiro
nível de atenção à saúde no SUS.

 Procurou o fortalecimento da atenção por


meio da AMPLIAÇÃO do acesso, a
qualificação e reorientação das práticas de
saúde embasadas na Promoção da
Saúde.
 Ela pressupõe o princípio da Vigilância à
Saúde, a inter e multidisciplinaridade e a
integralidade do cuidado sobre a
população que reside na área de
abrangência de suas unidades de saúde.

Programa Saúde da
Família-PSF
 A primeira etapa de sua implantação se iniciou em 1991, por meio do
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
 A partir de 1994, começaram a ser formadas as primeiras equipes do
Programa de Saúde da Família, incorporando os ACS.
 Reorganização da prática assistencial em novas bases e critérios, em
substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado para a cura
de doenças e realizado principalmente no hospital.
 A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir de
seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às equipes de
Saúde da Família uma compreensão ampliada do processo
saúde/doença e das intervenções que vão além das práticas curativas.

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Então o PSF passou a ser


ESF

 Em 2006 o PSF deixou de ser programa e passou a ser uma


estratégia permanente na atenção básica em saúde, justamente por
que programa possui tempo determinado e estratégia é permanente
e contínua. Desse modo passou a ser denominado de Estratégia
Saúde da Família - ESF.
 A ESF tem como objeto e ponto central do seu trabalho a
saúde da família, priorizando a construção de vínculos entre a
família e a equipe de saúde da família, desenvolvendo ações de
prevenção, promoção e proteção da saúde da mesma.
 Ela procura reorganizar os serviços e reorientar as práticas
profissionais na lógica da promoção da saúde, prevenção de doenças
e reabilitação, enfim, da promoção da qualidade de vida da população,
constituindo-se em uma proposta com dimensões técnica, política e
administrativa inovadoras.

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Objetivos da ESF
 Prestação da assistência integral e contínua de boa qualidade à
população, elegendo a família e o seu espaço social como núcleo
básico de abordagem no atendimento à saúde;
 Intervenção sobre os fatores de risco a que esta população
está exposta, humanizando as práticas de saúde por meio de
estabelecimento de vínculo de confiança e contribuindo para a
democratização do conhecimento do processo saúde-doença.

Princípios norteadores da ESF

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 Integralidade e Hierarquização
 A Unidade de Saúde da Família (USF) está inserida na atenção primária à saúde.
 Suas equipes devem realizar o diagnóstico de saúde do território adscrito,
identificando o perfil epidemiológico e sociodemográfico das famílias,
reconhecendo os problemas de saúde prevalentes e os riscos a que esta
população está exposta, elaborando, com a sua participação, um plano local
para o enfrentamento dos problemas de saúde.
 Territorialização e Adscrição da Clientela
A USF trabalha com território de abrangência definido, sendo responsável pelo
cadastramento e acompanhamento desta população. Recomenda-se que a equipe
seja responsável por, no máximo, 4000 pessoas do território.
 Equipe Multiprofissional
Composta por um enfermeiro, um médico generalista ou de família, um auxiliar de
enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Além desses, odontólogos,
assistentes sociais e psicólogos, dentre outros, poderão fazer parte das equipes ou
formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades locais.
 Caráter Substitutivo
Substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco nas doenças, por um
novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à Saúde

Como funcionam as Unidades


de Saúde da Família (USF)?
 O funcionamento das USF se dá pela atuação de uma ou
mais equipes de profissionais que devem se responsabilizar
pela atenção à saúde da população, vinculada a um
determinado território.
 Cada equipe é responsável por uma área onde residem
entre 600 a 1000 famílias, com limite máximo de 4000
habitantes.
 Essas equipes devem realizar o cadastramento das famílias
por meio de visitas domiciliares às residências, em sua área
de abrangência.

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Como funcionam as Unidades de


Saúde da Família (USF)?
 As informações desse cadastro, juntamente com outras
fontes de informação, levam ao conhecimento da realidade
daquela população, seus principais problemas de saúde e
seu modo de vida.
 Essas informações servem para que o gestor e a equipe,
juntamente com a população, possam planejar as atividades
a serem desenvolvidas, para que cumpram seu objetivo de
melhorar as condições encontradas.
 O cadastro destas famílias é registrado no Sistema de
Informações da Atenção Básica (SIAB).

Equipe da ESF
Mínima

1. Médico
1. Enfermeiro
2. Técnicos de enfermagem
4 a 6. Agentes comunitários de saúde
(ACS)
 Ampliada
1. Cirurgião dentista
1. Psicólogo
1. Auxiliar de cuidados dentários
(ACD)
1. Técnico de Higiene dental (THD)

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O papel de cada membro


da equipe da ESF

Agente Comunitário de Saúde


(ACS)
1. Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e
a população adscrita à UBS;
2.Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida;
3. Estar em contato permanente com as famílias desenvolvendo ações
educativas, visando à promoção da saúde e à prevenção das doenças;
4. Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros
atualizados;
5. Orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
6. Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das
doenças e de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas
domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e
na comunidade;
7. Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos
sob sua responsabilidade.

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Técnico de enfermagem
1. Participar das atividades de assistência básica, realizando
procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na
Unidade de Saúde Familiar (USF) e, quando indicado ou necessário,
no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações etc.);
2. Realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a
famílias em situação de risco,;
3. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o
adequado funcionamento da USF.

Enfermeiro
1. Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde,
prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e, quando
indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços
comunitários (escolas, associações etc.), em todas as fases do
desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e
terceira idade;
2. Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares
e prescrever medicações;
3. Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
ACS;
4. Supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação
permanente dos ACS e da equipe de enfermagem;
5. Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do
Auxiliar de Consultório Dentário (ACD) e Técnico em Higiene
Dental (THD);
6. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o
adequado funcionamento da USF.

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No que a ESF é diferente do


Modelo Tradicional?
 Enquanto os postos e os centros de saúde tradicionais adotam um
modelo passivo de atenção, limitados a encaminhar para centros
especializados, as equipes de saúde da família identificam os
problemas e necessidades das famílias e da comunidade onde
trabalham, planejando, priorizando e organizando o
atendimento.

O que então pode acontecer


quando a ESF é implantada num
local?
 Diminuição do número de mortes de crianças por causas evitáveis;
 Aumento do número de gestantes saudáveis e bem-informadas ao
parto;
 Melhora da qualidade de vida dos idosos;
 Melhora dos índices de vacinação;
 Hipertensos e diabéticos são diagnosticados, acompanhados e
tratados;
 Pacientes com tuberculose e hanseníase são localizados e tratados;
 Mulheres com exame PCCU atualizado;
 Contato com a rede escolar do bairro;
 Maiores chances da efetivação do controle social;

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Qual é a função de uma


equipe de Saúde da Família?
 Cadastramento e diagnóstico de saúde da comunidade;
 Estabelecimento de um plano de ação em relação as prioridades locais
identificadas;
 Prestar assistência contínua à comunidade da qual se torna
responsável, acompanhando integralmente a saúde da criança, do
adulto e do idoso (desde ações de promoção, prevenção, assistência e
reabilitação da saúde).

Principais programas da
Atenção Primária a serem
executadas pelas ESF

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1. Atenção à saúde da criança

 Vigilância nutricional com acompanhamento do crescimento e


desenvolvimento, promoção ao aleitamento materno;
 Imunização - realização de esquema vacinal básico e busca ativa de
faltosos;
 Assistência às doenças prevalentes entre elas as diarreicas em crianças
menores de cinco anos;
 Assistência e prevenção das patologias bucais com foco no
desenvolvimento neurolinguístico e no processo de socialização da
criança.

2. Atenção à Saúde da Mulher


 Pré-natal - diagnóstico de gravidez, cadastramento das gestantes com e
sem riscos gestacionais, na primeira consulta. Vacinação antitetânica,
avaliação no puerpério e atividade educativa de promoção à saúde;
 Planejamento familiar;
 Prevenção de câncer de colo e útero;
 Prevenção de problemas odontológicos e levantamento de doenças
bucais especialmente cáries e doenças gengivais.

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3. Controle de hipertensão e
diabetes
 Diagnóstico de caso e cadastramento dos portadores;
 Busca ativa dos casos com medição de pressão arterial e/ou dosagem
dos níveis de glicose;
 Tratamento dos casos com fornecimento de medicação e
acompanhamento do paciente;
 Diagnóstico precoce de complicações;
 Ação educativa para controle de risco como obesidade, vida sedentária,
tabagismo além da prevenção de patologias bucais.

4. Controle de Tuberculose
 Busca ativa de casos e identificação de sintomáticos respiratórios;
Diagnóstico clínico dos comunicantes, vacinação com BCG e
quimioprofilaxia quando necessário;
 Notificação e investigação dos casos;
 Tratamento supervisionado dos casos positivos e busca de faltosos;
 Fornecimento de medicamentos;
 Ações educativas.

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5. Controle da Hanseníase

 Busca ativa de casos e identificação dos sintomáticos dermatológicos e


de seus comunicantes;
 Notificação e investigação dos casos;
 Diagnóstico clínico dos casos com exames dos sintomáticos e
classificação clínica dos casos multi e palcibacilares;
 Tratamento supervisionado dos casos com avaliação dermato-
neurológica e fornecimento de medicamento;
 Controle de incapacidades físicas;
 Atividades educativas.

6. Ações de saúde bucal


 Cadastramento de usuários, planejamento e programação integrada às
demais áreas de atenção do ESF;
 Alimentação e análise dos sistemas de informação específicos;
 Participação do processo de planejamento, acompanhamento e
avaliação das ações desenvolvidas no território de abrangência;
 Desenvolvimento de ações intersetoriais.

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Referências
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde.
Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da Família: uma
estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério
da Saúde, 1997.
 ________. Ministério da Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para a
reorientação do modelo assistencial. Brasília, DF, 1997.
 ________. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS):
princípios e conquistas. Secretaria Executiva – Brasília: Ministério da
Saúde, 2000.

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