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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DE LUANDA


DIRECÇÃO MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE ANA ESTRELA

TROMBOSE

Curso: Análises Clínicas


Disciplina: Hematologia I
Classe: 11ª
Periódo: Manhã
Sala: 15
Turma: 2.19

O Docente
_________________
Genito Mbange

Luanda, 2024
TROMBOSE

Curso: Análises Clínicas


Disciplina: Hematologia I
Classe: 11ª
Periódo: Manhã
Sala: 15
Turma: 2.19

O Docente
_________________
Genito Mbange

Luanda, 2024
ÍNDICE

Página

Integrantes……………………………………………………………….…………… iv
Dedicatória……………………………………………………………………….…… v
Agradecimentos…………………………………………………………………….….vi
RESUMO…………………………………………………………………………….. vii
INTRODUÇÃO ………………………………………………………………….…….8
1. DEFINIÇÃO ……………………………………………...………………….……9
1.1. Etmologia …………………………………………..……..
………………………9
1.2. Tipos de trombose…………………………………………….…..……………………….10
1.2.1. Tromboses Venosas………………………………………..….……………………….10
1.2.2. Trombose da veia superficial……………………………..……………………………..10
1.2.3. Trombose venosa profunda……………………………………………………………..10
1.2.4. Trombose venosa renal………………………………………………………………….11
1.2.5. Trombose arterial…………………………………..…………………………..………11
2. CLASSIFICAÇÃO E FISIOPATOLOGIA ……………………………...………12
2.1. AVC
isquêmico…………………………………………………………………....12
2.1.1 Acidente Isquêmico Transitório (AIT)………………………………..……….13
2.2. AVC
hemorrágico………………………………………………………………….13
3. CAUSAS E FACTORES DE RISCO ……………………………………………..13
3.1. Diagnóstico………………………………………………………………….
……..14
3.2. Tratamento …………………………………………………………………..
…….14
3.3. Prevenção……………………………………………………..
……………………15
4. COMPLICAÇÕES CAUSADAS PELAS TROMBOSES………….……………...………..15
4.1. Embolia pulmonar………………………………………………….…………..……..…15-
16
4.2. Acidente vascular cerebral – AVC………………………………….………….…….………16
4.2.1. Sinais e sintomas…………………………………….…………………………17
4.2.2. Factores de risco para AVC…………………………………………………….17
4.2.2.1. Principais fatores de risco…………………………………..………………17-18
4.2.3. Prevenção………………………………………………………………………18
5. USO DE ANTICONCEPCIONAIS E
TROMBOSE……………………………………..19
CONCLUSÃO…………………………………………………….……………………20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………21
INTEGRANTES

 Jureuma Felisberto Muquixi

 Lurdes Kaeke

 Marcelina Brandão

 Margarida Mateus
DEDICATÓRIA iv

Aos nossos pais, pelos feitos em prol da nossa educação; que sempre nos apoiam e nos
incentivam a seguir nossos sonhos. Aos nossos irmãos que tanto nos auxiliam para que
esta caminhada seja uma realidade.
AGRADECIMENTOS v

Primeiramente a Deus que, em sua grandiosidade, nos deu a vocação desta futura
profissão e nos abençoou com força e capacidade para a realização deste trabalho.

Às nossas famílias que foi a base das nossas realizações fornecendo-nos não apenas o
apoio financeiro, como também o psicológico e emocional.

Aos nossos amigos, de todos os lugares do mundo, que partilham connosco as diferentes
situações da vida. Sem eles nada seria possível.

Ao nosso Professor Genito Mbange que , proporcionou-nos este grande tema para o
enriquecimento das nossas capacidades mentais.

À todos os colegas do Instituto ´´Ana Estrela´´ pela partilha e apoio incondional.


vi
RESUMO

Devido à ocorrência do distúrbio vascular, a trombose é a formação de coágulos que


impedem a circulação normal do sangue nas veias ou artérias. No entanto os fatores de
risco podem ser agregados a um histórico familiar de trombose, tabagismo, traumas
graves e alcoolismo, como um bloqueio da circulação por trombos, esse coágulo
desencadeia e se movimenta na corrente sanguínea, em um procedimento chamado de
embolia podendo permanecer presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra
região, levando a anomalias mais graves.
vii
INTRUDUÇÃO

A trombose é uma doença que está relacionada, pela formação de trombo (coagulo
sanguíneo), impossibilitando o fluxo normal de sangue por uma veia ou artéria,
podendo ser nos membros superiores e inferiores, porém é mais comumente nos
membros inferiores, três mecanismos principais são ápice para o desenvolvimento da
trombose conhecidos como tríade de VIRCHOW, que é lesão endotelial, estase
sanguínea, hipercoagulabilidade, esses processos se desencadeiam devido ao repouso
prolongado provocando estase sanguínea, as cirurgias que ocasionam lesão endotelial,
neoplasias, uso de contraceptivos e terapias hormonais .

No entanto outros fatores de risco podem estar relacionados, histórico familiar de


trombose, IMC (índice de massa corporal) alto, tabagismo e traumas graves, a
probabilidade de desenvolvimento da trombose venosa profunda é igual para homens e
mulheres, no entanto nas mulheres em idade fértil tem maior prevalência devido estar
associado as condições hormonais, uso de métodos contraceptivos e também no período
gestacional o risco de desenvolver é alto. A trombose é definida como uma obstrução da
circulação por trombos em qualquer local no corpo. Podendo causar isquemia ou
necrose, dentro dela existem dois tipos de trombose venoso ou artéria.

Diversos sintomas podem indicar que o indivíduo está com a doença, podemos citar:
Deformação na cor da pele (vermelhidão); dor na perna ou sensibilidade; abcesso nas
pernas (edema); pele que se sente quente ao toque dentre outros. O tratamento da
trombose é realizado por meio de umdiagnóstico, é hora de começar o tratamento. A
finalidade do tratamento pode ser dividido em três métodos de ação distintas:

 Inibir o crescimento do coágulo sanguíneo;


 Impossibilitar que o mesmo avance para outras regiões do corpo;
 Diminuir as chances de ressurgimento da trombose.
1. DEFINIÇÃO 8

Trombose é a formação de um trombo no interior do coração ou de um vaso


sanguíneo num indivíduo vivo. Tromboembolia seria o termo usado para descrever
tanto a trombose quanto sua complicação que seria o embolismo. Já os coágulos
sanguíneos ocorrem, num indivíduo vivo, fora do sistema cardiovascular ou, num
indivíduo morto dentro dos vasos e no coração.

Figura 1.

Às vezes pode ocorrer em uma veia situada na superfície do corpo, logo abaixo da pele.
Nesse caso é chamada de tromboflebite superficial ou simplesmente tromboflebite ou
flebite.

Segundo o Dr. André Lorenzon, angiologista e cirurgião vascular, a trombose ocorre,


geralmente, após cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais
frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e
ginecológicos. Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, homens
também podem ter trombose. Em números, quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a
40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição
a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.

1.1. Etmologia
A etimologia da palavra trombose vem das palavras gregas Thrombos que significa
coágulo e Ose que por sua vez significa doença, logo, trombose quer dizer doença
resultante de coágulos.

A trombose pode ter como local de origem vasos arteriais – Trombose Arterial – ou
vasos venosos – Trombose Venosa. A trombose pode ter como local de origem vasos
arteriais Trombose Arterial ou vasos venosos Trombose Venosa. As tromboses arteriais
se apresentam nas formas mais graves em comparaçãoàs venosas, pois causa hipóxia
aos tecidos dependentes podendo causar infarto comnecrose (a gravidade dependerá do
local e extensão atingida), pode-se citar como exemplos: o Acidente Vascular
Encefálico (AVE), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), entre outros. 9

1.2. Tipos de trombose

Os tipos de trombose são caracterizadas pelos tipos de coágulos que foram os


causadores da doença. Existem dois tipos de coágulos: coágulos arteriais e venosos.

 Coágulos arteriais: são os que se formam nas artérias. Causam sintomas


instantâneamente. São esses coágulos que impedem a passagem de oxigênios para os
órgãos, e podem causar graves complicações como AVC, ataque cardíaco e dor intensa.

 Coágulos venosos: são os que se formam nas veias. Seu desenvolvimento é mais
gradual, assim como o aparecimento dos sintomas.

1.2.1. Tromboses Venosas

As tromboses venosas são aquelas que se formam nas veias. As veias, por sua vez, são
os vasos sanguíneos que levam o sangue de volta ao coração.

Em geral, o sangue flui mais lentamente nas veias do que nas artérias, o que aumenta as
chances da formação de coágulos e consequentemente de trombose.

Trombose da veia superficial, trombose venosa profunda e trombose venosa renal são
alguns dos tipos de trombose que acometem as veias.

1.2.2. Trombose da veia superficial

As veias superficiais são aquelas que ficam mais próximas da superfície do corpo.
Geralmente, são essas veias superficiais que enxergamos sob a pele, principalmente
quando a pessoa já sofre com varizes.

1.2.3. Trombose venosa profunda

Ao contrário da trombose da veia superficial, a trombose venosa profunda – TVP ocorre


nas veias que ficam mais longe da superfície do corpo.
Nessas veias, uma maior quantidade de sangue é transportada, e é mais comum que
TVP ocorra nas pernas, mas nada impede que elas apareçam nos membros superiores.

A complicação mais grave que pode ocorrer devido a TVP é a embolia pulmonar.

10

Figura 2.
1.2.4. Trombose venosa renal

Esse tipo de trombose acontece nas veias que drenam o sangue dos rins,
consequentemente reduzem a capacidade dos rins de filtrar e limpar o sangue.

A trombose venosa renal precisa de tratamento imediato assim que for descoberta, pois
pode comprometer toda a função renal.

1.2.5. Trombose arterial

As artérias são responsáveis por transportar também o oxigênio (além do sangue) do


coração para diferentes partes do corpo.

Nas artérias, sangue e oxigênio fluem mais rápido do que nas veias, sendo assim, tem
menos chance de coagular, o que torna a trombose arterial menos comum que a
trombose venosa.

Porém, não é porque a trombose arterial seja mais difícil de acontecer que ela é menos
perigosa. Enquanto as tromboses venosas causam inchaço, dor e vermelhidão, a
trombose arterial prejudica a entrega de oxigênio, o que pode resultar em necrose da
área afetada.

E levando em consideração essa entrega deficiente de oxigênio causada pela trombose


arterial, outros quadros sérios podem surgir.
Uma trombose na artéria coronária pode causar um ataque cardíaco, se a entrega de
sangue e oxigênio para o cérebro é prejudicada, pode causar um AVC isquêmico.

2. CLASSIFICAÇÃO E FISIOPATOLOGIA 11

Os acidentes vasculares do cérebro podem ser basicamente decorrentes da obstrução de


uma artéria que irriga o cérebro (ou seja, por isquemia) ou podem ser por vazamento de
sangue de um vaso sanguíneo (ou seja, hemorrágico).

Figura 3.

2.1. AVC isquêmico

É o tipo de AVC mais comum, presente em cerca de 80% dos casos. Ocorre pela falta
de fluxo sanguíneo cerebral, levando ao sofrimento e enfarte do parênquima do sistema
nervoso. Essa queda no fluxo sanguíneo pode ser decorrente de:

 Uma obstrução arterial: um trombo ou, mais comummente, um êmbolo;


 Queda na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque;
 Uma obstrução na drenagem do sangue venoso, como na trombose venosa,
causando dificuldade de entrada do sangue arterial no cérebro.
Nos primeiros momentos do AVC isquêmico não há morte de tecido cerebral, mas a
falta de suprimento sanguíneo provoca a rápida degeneração do tecido cerebral, um
tecido metabolicamente muito ativo e que demanda muito oxigénio e glicose para
manter seus neurónios vivos. A área central do acidente vascular morre em pouco
tempo, pois está praticamente sem nenhum fluxo de sangue. No entanto, existe uma
região ao redor do infarto central que possui um fluxo de sangue reduzido, que se
mantém viável por mais tempo. A essa área dá-se o nome de penumbra. É na penumbra,
uma área parcialmente perfundida, mas ainda viável, que deve-se concentrar os esforços
terapêuticos. É por isso também que o tempo do início do ataque vascular cerebral até a
reversão da obstrução de sangue é importante na evolução do AVC isquêmico.
2.1.1. Acidente Isquêmico Transitório (AIT) 12

O AIT ou ataque isquêmico transitório é um episódio transitório de disfunção


neurológica causado por isquemia focal no cérebro, na medula espinhal ou na retina,
sem infarto agudo. Nova definição substitui a antiga de comprometimento neurológico
focal com duração inferior a 24 horas. A maioria dos AITs é revertida dentro da
primeira hora e o diagnóstico por imagem permite reconhecer que alguns eventos com
rápida resolução clínica estão associados com infarto cerebral permanente.

2.2. AVC hemorrágico

É o acidente vascular cerebral menos comum presente em cerca de 20% dos casos, mas
não menos grave. Ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano. O sangue
em contato com o parênquima nervoso tem ação irritativa. Além disso, a inflamação e o
efeito de massa ou pressão exercida pelo coágulo de sangue no tecido nervoso prejudica
e degenera o cérebro e a função cerebral. Pode ser divido em dois tipos, O sangramento
intraparenquimatoso ou a hemorragia subaracnóidea:

 O sangramento intraparenquimatoso ocorre por ruptura dos aneurismas de Charcot-


Bouchard, pequenas formações saculares das artérias cerebrais na transição da
substância branca com o córtex cerebral que se formam pela hipertensão arterial
descontrolada ou não tratada.
 A hemorragia subaracnoide ocorre por sangramento de aneurismas cerebrais
(defeito ou formações saculares das artérias) no espaço licórico ou subaracnóideo.
Eles tem provavelmente origem congênita.

3. CAUSAS E FACTORES DE RISCO

A trombose possui várias causas e fatores de risco. A maior parte delas são evitáveis,
então procure sempre um médico e faça exames regularmente, além de manter um estilo
de vida saudável. As principais causas da trombose são:
 uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal;
 tabagismo;
 ficar sentado ou deitado muito tempo;
 hereditariedade;
 gravidez;
 presença de varizes;
 idade avançada;
 pacientes com insuficiência cardíaca;
 tumores malignos;
 obesidade;
 distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos;
 história prévia de trombose venosa.

Além dessas causas o choque térmico pode levar a um tipo de trombose que pode ser
revertido.

A formação do trombo é geralmente causada por um dano nas paredes do vaso, ou ainda
por um trauma ou infecção, e também pela lentidão ou estagnação do fluxo sanguíneo,13
ocasionado por alguma anomalia na coagulação sanguínea. Após a coagulação
intravascular, formam-se uma massa deforme de hemácias, leucócitos e fibrina.

O risco de desenvolver uma trombose pode ser aumentada por alguns fatores tais como:

 Estase - permanecer em inatividade prolongada (por exemplo viagem de avião ou de


carro);
 Traumatismo na veia - algum traumatismo que provoque lesão nas veias;
 Prática do tabagismo;
 Uso de anticoncepcionais;
 O avanço da idade;
 Predisposição genética.
Quando uma trombose é diagnosticada uma das primeiras suspeitas recaem sobre a
combinação do uso de anticoncepcionais aliado à prática do tabagismo, sobretudo se o
paciente possui 35 anos ou mais. Outras hipóteses como trauma na veia,
por infecção, cateterismo, introdução de medicação venosa também podem estar
desencadeando uma trombose. Alguns fatores genéticos como o Fator V de
Leiden, com prevalência de até 5% na população caucasiana, e a Protrombina fator II,
podem aumentar significativamente a predisposição de desenvolver uma trombose,
sobretudo quando combinada a outros fatores de risco.

3.1. Diagnóstico

Para fazer o diagnóstico da trombose, o médico fará, inicialmente, um exame clínico,


com base nos sintomas que cada paciente apresentar. Para confirmar, podem ser
solicitados alguns exames, como, por exemplo:
 Ultrassonografia.

 Exame de sangue.
 Venografia.
 Eco Color Doppler (Ultrassom Vascular).
 Tomografia e ressonância magnética.

3.2. Tratamento

O tratamento da trombose visa prevenir a formação de coágulos e dissolver os que já se


formaram. Para isso, a principal classe de medicamentos usados são os anticoagulantes.
Alguns representantes são a heparina, enoxaparina, warfarina e rivaroxabana.
É também possível dissolver os trombos formados com o uso de ativador de
plasminogênio tecidual (t-PA), administrado por via intravenosa. Essa medicação requer
monitoramento devido ao seu alto risco de hemorragias.

Alternativas não medicamentosas incluem o uso de massageadores pneumáticos ou


meias de compressão, que ativam a circulação e impedem que o sangue fique estagnado
nos vasos, sobretudo de membros inferiores.
14
3.3. Prevenção

Pequenos cuidados podem prevenir a trombose tanto pós-cirurgia como no cotidiano.


Por isso, é fundamental manter-se em movimento, se possível, fazer atividades físicas
rotineiramente. Além de ingerir bastante líquido. As principais formas de prevenir a
trombose são:

 Praticar exercícios físicos regularmente;


 Evitar o consumo de álcool e tabagismo;
 Manter uma dieta equilibrada são as principais maneiras de prevenir a trombose.
Caso você tenha que fazer algum tratamento ou tomar algum medicamento, como
prevenção de trombose, não fique com dúvidas e pergunte sempre. Algumas atitudes
também ajudam a diminuir o risco de se desenvolver uma trombose.
 Evitar o aumento do peso corporal.
 Usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa, sempre com orientação médica.
 Movimentar-se ao máximo no dia, respeitando as limitações orientadas pela equipe de
saúde.
 Realizar exercícios recomendados pela equipe de saúde.
 Parar de fumar.
 Ingerir líquidos.

4. COMPLICAÇÕES CAUSADAS PELAS TROMBOSES


Como já vimos nos tópicos anteriores, a trombose é um quadro que pode se agravar e
causar outros problemas sérios de saúde. Os mais comuns são a embolia pulmonar e o
acidente vascular cerebral.

4.1. Embolia pulmonar

A embolia pulmonar acontece quando o coágulo que se formou em alguma outra parte
do corpo (geralmente nas pernas) se desloca, e acaba obstruindo uma ou mais veias do
pulmão.
Segundo uma matéria publicada na Veja Saúde em 2020, 15% dos casos de trombose
evoluem para embolia pulmonar. Esse é um quadro grave e que se não tratado pode
levar o paciente a óbito.
Quando esse trombo (coágulo) se desloca até as veias do pulmão, os sintomas mais
comuns são dor repentina no peito, que vai aumentando de intensidade gradualmente,
falta de ar, ansiedade, palidez e aumento repentino dos batimentos cardíacos.

O tratamento de embolia pulmonar é realizado em ambiente hospitalar e depende do


grau da doença. Existem as opções de tratamento medicamentoso, implantação de filtro 15
na veia cava e em últimos casos uma embolectomia (procedimento cirúrgico para
retirada do
coágulo).

Figura 4.
4.2. Acidente vascular cerebral – AVC

O acidente vascular cerebral é mais um quadro grave que pode ser causado pela
trombose. Do mesmo jeito que a embolia pulmonar, um coágulo que se formou em
outra parte do corpo se desprende e é levado até as artérias que alimentam o cérebro,
causando a obstrução, e consequentemente prejudica a circulação do sangue e a entrega
de oxigênio.

Um estudo feito em 2020, mostra que em Angola o número de cidadãos diagnosticados


com doenças cardiovasculares aumentou. Dados oficiais indicam que 27 por cento dos
óbitos registados nos hospitais públicos são causados por doenças como Acidente
Vascular Cerebral (AVC), hipertensão, angina de peito, enfarte agudo do miocárdio,
cardiopatia hipertensiva, febre reumática, miocardiopatia, arritmia cardíaca, cardiopatia
congénita, valvulopatias, cardite, aneurisma da aorta, doença arterial periférica e
trombose venosa.

O AVC também é popularmente conhecido como derrame, mas existe uma diferença
entre eles. O derrame, ou AVC hemorrágico, acontece quando o sangue “vaza” das
artérias e atinge o cérebro.
Já o AVC isquêmico é causado pelo entupimento da artéria, resultando na falta de
oxigenação do cérebro.

O acidente vascular cerebral pode causar a morte ou incapacitar a pessoa acometida.


Entre as consequências do AVC estão as alterações de compreensão, alterações ou
perda de movimentos e sensibilidade, alterações na fala e mudanças na maneira como a
pessoa pensa ou sente e interage com o mundo ao seu redor.

4.2.1. Sinais e sintomas


O diagnóstico do AVC é clínico, ou seja, é feito pela história e exame físico do 16
paciente. Os principais sintomas são:

 Fraqueza ou dormência súbitas em um lado do corpo;


 Dificuldade em movimentar os braços adequadamente;
 Confusão, dificuldade para falar ou entender;
 Dificuldade súbita para andar, tontura ou incoordenação de início súbito;
 Dificuldade súbita para enxergar com um ou ambos os olhos;
 Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente;
Durante um exame pode-se pedir ao paciente que sorria, levante os dois braços e repita
uma frase (como "trinta e três"). Diante desses sintomas, quanto mais rápido o socorro,
menor a probabilidade de sequelas, este teste é designado Escala de Cincinnati. Outros
sintomas menos específicos, como queda do estado geral e coma, também elevam o
risco de AVC.

4.2.2. Factores de risco para AVC

Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo o
principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também
aumentam a possibilidade o diabete mellitus, doenças reumatológicas, trombose,
uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, estenose da válvula mitral, entre outras.

4.2.2.1. Principais fatores de risco

 Hipertensão arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor


médio é de "120 por 80" (ou o que popularmente é conhecido como 12 por 8);
porém, cada pessoa tem um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu
médico. Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine
o valor médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, tem-se a
hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são prejudiciais; a
melhor solução é a prevenção. Deve-se entender que qualquer um pode se tornar
hipertenso. Não é porque aferiu (mediu) uma vez, estava boa e nunca mais tem que
se preocupar. Além disso, existem muitas pessoas que tomam corretamente a
medicação determinada porém uma só caixa. A pressão está boa e, então, cessam a
medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque está seguindo o tratamento.
Geralmente, é preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba inesperadamente. A
hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma
ruptura de um vaso sanguíneo ou a uma isquemia.
 Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias,
podem determinar um AVC. "Se o coração não bater direito"; vai ocorrer uma
dificuldade para o sangue alcançar o cérebro, além dos outros órgãos, podendo levar
a uma isquemia. As principais situações em que isto pode ocorrer são arritmias,
infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas, etc.

 Problema de colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso17


corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e
adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a
elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja,
aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração
HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.

 Tabagismo: O hábito é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente


naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco. O fumo acelera o processo de
aterosclerose, diminui a oxigenação do sangue e aumenta o risco de hipertensão
arterial.

 Alcoolismo: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de colesterol se elevam;
além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

 Diabetes: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado.
A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença
tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o
controla.

 Idade avançada: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um
AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.

 Sexo masculino: até aproximadamente 50 anos de idade os homens têm maior


propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.
 Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose;
assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

 Anticoncepcionais hormonais: Atualmente acredita-se que as pílulas com baixo teor


hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não
aumentem, significativamente, a ocorrência de AVC.

 Solteiros: Uma pesquisa sugere que homens solteiros ou infelizes no casamento


correm mais risco de sofrer AVC.
 Malformação arteriovenosa cerebral: Distúrbio congênito dos vasos sanguíneos do
cérebro nos sítios onde exista uma conexão anormal entre as artérias e as veias.

4.2.3. Prevenção

Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é identificar e


tratar os fatores de risco como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes mellitus,
o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e tratar
problemas cardíacos. A essa prática se dá o nome de prevenção primária.
18
Se houver atendimento médico rápido, dentro de um determinado tempo, a área afetada
poderá ser normalizada. A essa prática de prevenção que se baseia no atendimento
médico eficiente se dá o nome de prevenção secundária.

Caso ocorram sequelas, deve ser iniciado um programa de reabilitação e cuidados com o
paciente que inclui equipe multidisciplinar, ou seja, com vários profissionais de
diferentes áreas da saúde - fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, técnicos em
enfermagem, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e médicos. A reabilitação é um tipo
de prevenção terciária do paciente.

5. USO DE ANTICONCEPCIONAIS E TROMBOSE

A relação entre o uso de anticoncepcionais e o aparecimento de trombose é uma das


grandes questões enfrentadas pelas mulheres que optam por esse método contraceptivo.

É verdade sim que o uso de anticoncepcionais pode causar trombose, principalmente as


pílulas que tem estrógeno e que são as mais comercializadas.

Mas, ao observar a taxa de risco absoluto, que é de 5 para 100 mil, a pílula apresenta
baixo risco para o desenvolvimento de trombose.

Lembrando que o principal vilão é o estrógeno, então o ideal é conversar com um


ginecologista, apresentar seu histórico médico e a presença de qualquer um dos fatores
de risco que citamos aqui, e escolher o método contraceptivo mais adequado para as
suas necessidades.
CONCLUSÃO 19

A pesquisa mostra-nos que o desempenho do sistema circulatório que depende de


mecanismos que ajustam a manutenção do sangue no estado fluido dentro da repartição
vascular, liberando a perfusão adequada a todos as regiões do organismo, podendo
ocorrer uma lesão vascular sendo possível verificar os fatores de risco para o
surgimento da trombose.

Como porta de entrada para o Sistema Nacional de Saúde, o papel dos Médicos de
Família na abordagem da trombose é fundamental não só para a correta abordagem da
patologia, como também para a otimização de recursos implicados no processo.

A falta de movimentação dos membros inferiores é uma das principais causas do


aparecimento da trombose, então lembre-se de caminhar e movimentar-se sempre que
possível, principalmente se o seu trabalho consiste em permanecer sentado por muitas
horas.

Preste atenção no seu corpo, e sempre procure um médico antes de iniciar qualquer tipo
de tratamento. Principalmente quanto ao uso de meias de compressão. As meias fazem
parte do tratamento e não devem ser usadas sem prescrição médica, pois elas têm vários
graus de compressão, e utilizar um grau que não seja adequado para o seu caso pode
causar ainda mais problemas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 20

Eliseu, A. C. (2022). Abordagem da Trombose Venosa Profunda nos Cuidados de


Saúde Primários.
SCHROEDER, S. S. (2021). TROMBOFILIA E COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS. Foz
do Iguaçu – PR.
https://www.sanarmed.com/resumo-trombose-venosa-profunda-ligas
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/trombose
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/93/o/folder_trombose.pdf?1542113828
http://www.saudecenterclinica.com.br/blog/index.php/2019/11/11/o-que-e-trombose/
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/trombose
https://labsaad.com.br/o-que-e-trombose-e-suas-causas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_vascular_cerebral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trombose
https://hcimagem.com.br/blog/trombose-causas-e-consequencias-da-doenca/
#Tipos_de_trombose

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