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INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE ANA ESTRELA

=Luanda=

TROMBOSE

Curso: Análises Clínicas


Periódo: Manhã
Sala: 15
Turma: 2.19

O Docente
_________________
Genito Mbange

Luanda, 2024
TROMBOSE

Curso: Análises Clínicas


Periódo: Manhã
Sala: 15
Turma: 2.19

O Docente
_________________
Genito Mbange

Luanda, 2024
INTEGRANTES

 Jureuma Felisberto Muquixi

 Lurdes Kaeke

 Marcelina Brandão

 Margarida Mateus
Dedicatória

Aos nossos pais, pelos feitos em prol da nossa educação; que sempre nos apoiam e nos
incentivam a seguir nossos sonhos. Aos nossos irmãos que tanto nos auxiliam para que
esta caminhada seja uma realidade.

Agradecimentos
Agradecemos a Deus por nos ter dado forças e sabedoria para fazermos esta pesquiza.

Agradecemos também aos nossos pais, familiares e amigos por tudo quanto são e fazem
por nós.
RESUMO

Devido à ocorrência do distúrbio vascular, a trombose é a formação de coágulos que


impedem a circulação normal do sangue nas veias ou artérias. No entanto os fatores de
risco podem ser agregados a um histórico familiar de trombose, tabagismo, traumas
graves e alcoolismo, como um bloqueio da circulação por trombos, esse coágulo
desencadeia e se movimenta na corrente sanguínea, em um procedimento chamado de
embolia podendo permanecer presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra
região, levando a anomalias mais graves.
INTRUDUÇÃO

A trombose é uma doença que está relacionada, pela formação de trombo (coagulo
sanguíneo), impossibilitando o fluxo normal de sangue por uma veia ou artéria, podendo
ser nos membros superiores e inferiores, porém é mais comumente nos membros
inferiores, três mecanismos principais são ápice para o desenvolvimento da trombose
conhecidos como tríade de VIRCHOW, que é lesão endotelial, estase sanguínea,
hipercoagulabilidade, esses processos se desencadeiam devido ao repouso prolongado
provocando estase sanguínea, as cirurgias que ocasionam lesão endotelial, neoplasias, uso
de contraceptivos e terapias hormonais (SANTOS, 2017).

No entanto outros fatores de risco podem estar relacionados, histórico familiar de


trombose, IMC alto, tabagismo e traumas graves, a probabilidade de desenvolvimento da
trombose venosa profunda é igual para homens e mulheres, no entanto nas mulheres em
idade fértil tem maior prevalência devido estar associado as condições hormonais, uso de
métodos contraceptivos e também no período gestacional o risco de desenvolver é alto
(MORAES 2017). A trombose é definida como uma obstrução da circulação por trombos
em qualquer local no corpo. Podendo causar isquemia ou necrose, dentro dela existem
dois tipos de trombose venoso ou artéria (BRICOLA 2009). A trombose pode ser do tipo
i) venosa a qual é provocada por um coágulo de sangue que se desenvolve em uma veia
ocorre geralmente nas pernas, devido à lesão ou quebra, ou por manter- se imobilizado
por um prolongado tempo ou ii) arterial que comumente resulta do surgimento de
arteriosclerose (Rigidez das artérias devido ao depósito de cálcio ou gordura com perda
de elasticidade e constrição) dos vasos sanguíneos. No momento que se produz um
coágulo na artéria, o sangue arterial que é carregado com o oxigênio para os tecidos que
deixa de passar, surgindo em uma isquemia. Podendo ocorrer um infarto ou morte
(BRICOLA 2009).

Diversos sintomas podem indicar que o indivíduo está com a doença, podemos citar:
Deformação na cor da pele (vermelhidão); dor na perna ou sensibilidade; abcesso nas
pernas (edema); pele que se sente quente ao toque dentre outros. O tratamento da
trombose é realizado por meio de umdiagnóstico, é hora de começar o tratamento. A
finalidade do tratamento pode ser dividido em três métodos de ação distintas (FAUSTO):

 Inibir o crescimento do coágulo sanguíneo;


• Impossibilitar que o mesmo avance para outras regiões do corpo;
• Diminuir as chances de ressurgimento da trombose;
• São medicamentos utilizados para reduzir a aparência do sangue e diluir o
coágulo (anticoagulantes) que contribuem para diminuir o risco, e evitar a
incidência de novos casos e o surgimento de sequelas, mas que só precisam ser
usados através da prescrição médica depois de uma sensata avaliação.
1. DEFINIÇÃO

Trombose é a formação de um trombo no interior do coração ou de um vaso


sanguíneo num indivíduo vivo. Tromboembolia seria o termo usado para descrever tanto
a trombose quanto sua complicação que seria o embolismo. Já os coágulos sanguíneos
ocorrem, num indivíduo vivo, fora do sistema cardiovascular ou, num indivíduo morto
dentro dos vasos e no coração.

Às vezes pode ocorrer em uma veia situada na superfície do corpo, logo abaixo da pele.
Nesse caso é chamada de tromboflebite superficial ou simplesmente tromboflebite ou
flebite.

Segundo o Dr. André Lorenzon, angiologista e cirurgião vascular, a trombose ocorre,


geralmente, após cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais
frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e
ginecológicos. Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, homens
também podem ter trombose. Em números, quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a
40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição
a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.

1.1. Classificação

Em geral, existem duas formas distintas de trombose:

 Trombose venosa
o Trombose venosa profunda (TVP): quando o coágulo se forma em veias
profundas, ao interior dos músculos.
o Trombose da veia renal
o Trombose da veia hepática (Síndrome de Budd-Chiari)
o Síndrome de Paget-Schroetter (Trombose venosa nos membros superiores)
o Trombose da veia porta renal (Trombose que afeta principalmente a face, devido
a choque térmico, em alguns casos os membros superiores, conhecida com mal
de Tairkan).
o Síndrome do desfiladeiro torácico (a causa da maioria das tromboses venosas nos
membros superiores que não têm relação com um trauma)
 Trombose arterial
o Acidente vascular cerebral (AVC)
o Trombose da artéria aorta Abdominal.
o Infarto do miocárdio (geralmente uma trombose na coronária devida a uma
ruptura em uma placa aterosclerótica)
o Síndrome do desfiladeiro torácico (pode precipitar uma trombose tanto arterial
como venosa)
Em todo caso, o trombo irá causar uma inflamação na veia ou artéria, podendo ficar
apenas no local inicial de formação ou se espalhar ao longo desta, causando a sua
obstrução parcial ou total.

A figuara abaixo mostra o diagrama de um trombo formado na corrente sanguínea.

1.2. Outras classificações

A trombose também pode ser classificada de duas formas:

 aguda;
 crônica.

A trombose aguda, na maioria das vezes, é solucionada naturalmente. O próprio corpo


utiliza de mecanismos para dissolver os coágulos que provocam o entupimento das veias,
sem deixar sequelas e sem evoluir para quadros mais graves. Já a trombose crônica ocorre
quando, durante o processo de dissolução do coágulo natural, ficam sequelas no interior
das veias, destruindo a estrutura das válvulas. Por conta dessas alterações nas válvulas, o
retorno do sangue fica prejudicado e leva ao aparecimento de inchaço, varizes,
escurecimento e endurecimento da pele, além de feridas e outras complicações.
1.3. Causas
A trombose possui várias causas e fatores de risco. A maior parte delas são evitáveis,
então procure sempre um médico e faça exames regularmente, além de manter um estilo
de vida saudável. As principais causas da trombose são:
 uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal;
 tabagismo;
 ficar sentado ou deitado muito tempo;
 hereditariedade;
 gravidez;
 presença de varizes;
 idade avançada;
 pacientes com insuficiência cardíaca;
 tumores malignos;
 obesidade;
 distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos;
 história prévia de trombose venosa.

Além dessas causas o choque térmico pode levar a um tipo de trombose que pode ser
revertido.
A formação do trombo é geralmente causada por um dano nas paredes do vaso, ou ainda
por um trauma ou infecção, e também pela lentidão ou estagnação do fluxo sanguíneo,
ocasionado por alguma anomalia na coagulação sanguínea. Após a coagulação
intravascular, formam-se uma massa deforme de hemácias, leucócitos e fibrina.

1.4. Factores de risco

O risco de desenvolver uma trombose pode ser aumentada por alguns fatores tais como:

 Estase - permanecer em inatividade prolongada (por exemplo viagem de avião ou de


carro);
 Traumatismo na veia - algum traumatismo que provoque lesão nas veias;
 Prática do tabagismo;
 Uso de anticoncepcionais;
 O avanço da idade;
 Predisposição genética.
Quando uma trombose é diagnosticada uma das primeiras suspeitas recaem sobre a
combinação do uso de anticoncepcionais aliado à prática do tabagismo, sobretudo se o
paciente possui 35 anos ou mais. Outras hipóteses como trauma na veia,
por infecção, cateterismo, introdução de medicação venosa também podem estar
desencadeando uma trombose. Alguns fatores genéticos como o Fator V de
Leiden, com prevalência de até 5% na população caucasiana, e a Protrombina fator II,
podem aumentar significativamente a predisposição de desenvolver uma trombose,
sobretudo quando combinada a outros fatores de risco.
1.5. Diagnóstico

Para fazer o diagnóstico da trombose, o médico fará, inicialmente, um exame clínico,


com base nos sintomas que cada paciente apresentar. Para confirmar, podem ser
solicitados alguns exames, como, por exemplo:
 Ultrassonografia.
 Exame de sangue.
 Venografia.
 Eco Color Doppler (Ultrassom Vascular).
 Tomografia e ressonância magnética.

1.6. Tratamento

O tratamento da trombose visa prevenir a formação de coágulos e dissolver os que já se


formaram. Para isso, a principal classe de medicamentos usados são os anticoagulantes.
Alguns representantes são a heparina, enoxaparina, warfarina e rivaroxabana.

É também possível dissolver os trombos formados com o uso de ativador de


plasminogênio tecidual (t-PA), administrado por via intravenosa. Essa medicação requer
monitoramento devido ao seu alto risco de hemorragias.

Alternativas não medicamentosas incluem o uso de massageadores pneumáticos ou meias


de compressão, que ativam a circulação e impedem que o sangue fique estagnado nos
vasos, sobretudo de membros inferiores.

1.7. Prevenção

Pequenos cuidados podem prevenir a trombose tanto pós-cirurgia como no cotidiano.


Por isso, é fundamental manter-se em movimento, se possível, fazer atividades físicas
rotineiramente. Além de ingerir bastante líquido. As principais formas de prevenir a
trombose são:

 praticar exercícios físicos regularmente;


 evitar o consumo de álcool e tabagismo;
 manter uma dieta equilibrada são as principais maneiras de prevenir a trombose.
Caso você tenha que fazer algum tratamento ou tomar algum medicamento, como
prevenção de trombose, não fique com dúvidas e pergunte sempre. Algumas atitudes
também ajudam a diminuir o risco de se desenvolver uma trombose.

 Evitar o aumento do peso corporal.


 Usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa, sempre com orientação médica.
 Movimentar-se ao máximo no dia, respeitando as limitações orientadas pela equipe de
saúde.
 Realizar exercícios recomendados pela equipe de saúde.
 Parar de fumar.
 Ingerir líquidos.

2. TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

2.1. Definição

A trombose venosa profunda (TVP), juntamente com o tromboembolismo pulmonar


(TEP), constitui o tromboembolismo venoso (TEV). É uma doença causada pela
coagulação do sangue no interior das veias.

A TVP ocorre principalmente em membros inferiores, podendo ser dividida em TVP


distal (acomete vasos distais às veias poplíteas) e TVP proximal (acomete veias poplíteas,
femoral ou ilíacas). A TVP proximal tem pior prognóstico pelo risco aumentado de TEP.

2.2. Fisiopatologia e fatores de risco

A fisiopatologia da doença está relacionada a três fatores (Tríade de Virchow): estase


venosa, estados de hipercoagulabilidade e lesão endotelial. Esses fatores levam ao
recrutamento de plaquetas ativadas, as quais liberam mediadores pró-inflamatórios,
desencadeando cascata de reações que resultam em agregação plaquetária e síntese de
trombina dependente de plaquetas. Trombos venosos se formam em ambiente de estase,
baixa tensão de oxigênio e aumento da expressão de genes pró-inflamatórios.

Os fatores de risco podem ser classificados como:

– Hereditários: resistência à proteína C ativada (principalmente fator V de Leiden);


mutação do gene da protrombina G20210A; deficiência de antitrombina; deficiência de
proteína C; deficiência de proteína S; hiperhomocisteinemia; aumento do fator VIII;
aumento do fibrinogênio.

– Adquiridos: síndrome do anticorpo antifosfolipídio; câncer; hemoglobinúria paroxística


noturna; idade > 65 anos (a idade é o maior fator de risco para trombose); obesidade;
gravidez e puerpério; doenças mieloproliferativas (policitemia vera; trombocitemia
essencial etc.); síndrome nefrótica; hiperviscosidade (macroglobulinemia de
Waldenström; mieloma múltiplo); doença de Behçet; trauma; cirurgias (as de maior risco
são as neurocirurgias e as ortopédicas, com enfoque em quadril e joelho); imobilização;
viagens aéreas prolongadas (>6 horas); terapia estrogênica.
2.3. Sintomas

A trombose venosa profunda pode ser absolutamente assintomática. Quando presentes,


os principais sintomas são nessa forma da doença são:
 dor;
 calor;
 vermelhidão;
 rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo.
Os pacientes submetidos a cirurgias de joelho, quadril e trauma (como fraturas) são os
principais grupos de risco. A trombose que pode ocorrer após uma cirurgia ortopédica é
geralmente localizada nas pernas, provocando entupimento da veia, causando dor e
inchaço. Às vezes coágulos podem se soltar, viajando pelo sangue até ‘encalhar’ no
pulmão, o que é chamado de embolia pulmonar. Essa condição, que provoca uma súbita
falta de ar, pode ser bastante grave e exige atendimento imediato.
Sinais claros podem indicar o desenvolvimento de coágulos sanguíneos (trombose);
 Uma dor diferente da dor da cirurgia;
 Vermelhidão ao longo da perna (que aparece de repente ou inchaço que está piorando);
 Inchaço na perna (que apareceu de repente ou inchaço que está piorando);
 Aumento da temperatura (calor) da perna que está doendo;
 Respiração curta e rápida e palpitações, podendo acontecer algum desmaio;
 Tosse com sangue;
 Dor no peito ou nas costas (que não é comum).

2.4. Quadro Clínico

Achados clínicos se relacionam com a doença em apenas 50% dos casos. Quando
presentes, podem consistir de: dor, edema (principalmente unilateral e assimétrico),
eritema, cianose, dilatação do sistema venoso superficial, aumento de temperatura,
empastamento muscular e dor à palpação. O sinal de Homans (dor a dorsiflexão do pé)
pode estar presente, mas tem pouco valor diagnóstico. Quando a diferença de diâmetro
entre as duas panturrilhas é maior do que 3 cm, a probabilidade de TVP aumenta
significativamente.
Os achados clínicos isoladamente apresentam desempenho insatisfatório para o
diagnóstico de TVP, sendo necessário o uso de critérios específicos. Dentre esses
critérios, o escore de Wells para TVP (Tabela 1) é o de melhor validação.

2.5. Diagnóstico

O escore de Wells deve ser usado em combinação com meios diagnósticos adicionais.

 Pacientes com baixa/moderada probabilidade clínica para TVP: realizar


mensuração do D-dímero. Valores normais descartam TVP. Valores altos
requerem exames de imagem diagnóstica.
 Pacientes com alta probabilidade clínica para TVP: realizar exames de imagem
diagnóstica.
 Ultrassonografia com Doppler: exame não invasivo de escolha para o diagnóstico
de TVP. O principal critério ultrassonográfico para diagnóstico de TVP é o teste
de compressão. Nesse caso, com o transdutor vascular se localizam as veias
femorais comum, superficial e poplítea e realiza-se leve compressão venosa. Se
houver compressão completa se exclui TVP, caso não haja compressão o exame
é considerado positivo para presença de trombo.
 A venografia com contraste é o exame considerado padrão-ouro para o
diagnóstico de TVP. Porém, não deve ser realizado como exame inicial para
diagnóstico, reservado apenas quando os outros testes são incapazes de definir o
diagnóstico.

2.6. Tratamento Farmacológico

Não há anticoagulante totalmente seguro no que diz respeito a hemorragias. Assim, na


prática clínica, o risco de hemorragia deve ser avaliado no tratamento. No quesito duração
da anticoagulação, o objetivo em prolongar a duração do tratamento é prevenir a
recorrência de TVP.

Para pacientes com alta suspeita clínica de TVP, recomenda-se iniciar o tratamento com
anticoagulantes enquanto se aguarda a confirmação do diagnóstico, desde que não haja
contraindicação.

– Anticoagulação inicial para TVP aguda de MMII: Recomenda-se o tratamento inicial


com Heparina de baixo peso molecular (HBPM) subcutânea (SC), heparina não
fracionada (HNF) endovenosa (EV) ou subcutânea (SC) monitorizada, dose fixa de HNF
SC, ou fondaparinux SC, seguida de anticoagulantes orais a longo prazo.

Recomenda-se a duração do tratamento inicial (HNF, HBPM ou fondaparinux) por pelo


menos cinco dias, associado aos antagonistas da vitamina K (AVK) desde o primeiro dia
de tratamento, até que a relação de normatização internacional (RNI) esteja no nível
terapêutico, entre 2 e 3, por dois dias consecutivos. A partir deste momento, as drogas
parenterais podem ser suspensas com segurança.

Tratamento com AVK requer mensuração frequente da razão de normatização


internacional(RNI) e de monitorização das interações alimentares e com outras drogas. O
tratamento inicial para TVP somente com AVK não é recomendado em hipótese alguma.

– HBPM: As HBPM têm biodisponibilidade previsível, portanto, não se recomenda a


monitorização dos níveis de anti-fator Xa como rotina. No entanto, devem ser realizados
hemograma com contagem de plaquetas. Pode ser administrada uma ou duas vezes ao
dia, em regime hospitalar ou domiciliar

Nos pacientes com câncer, as HBPM são mais efetivas que varfarina na prevenção
detromboembolismo venoso(TEV) recorrente e sangramento.

Em pacientes com TVP aguda e insuficiência renal grave, sugere-se o tratamento com
HNF em vez de HBPM.

O tratamento domiciliar de TVP com HBPM a curto e a longo prazo parece ser no mínimo
tão efetivo e seguro quanto o tratamento hospitalar com HNF. Apesar de resultados
positivos sobre custo-efetividade do tratamento domiciliar, há a necessidade de um
suporte logístico e de recursos, com uma abordagem multidisciplinar e o estabelecimento
de protocolos para o manejo da TVP, focados na atuação dos profissionais ena educação
em saúde para os pacientes e familiares.

– HNF: Caso a HNF EV seja o tratamento inicial de escolha, recomenda-se que, após o
bolus EV (80 U/Kg ou 5.000 U), deve ser administrada em infusão venosa contínua
(inicialmente na dose de 18 U/Kg/h ou 1.300 U/h) com ajuste de dose para obter e manter
um tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 1,5 e 2,5 acima do basal.

Em caso de HNF SC, se utilizadas doses fixas, recomenda-se uma dose inicial de 333
U/Kg seguida de 250 U/Kg duas vezes ao dia, ao invés de realizar tratamento sem estar
de acordo ao peso do paciente, com ajuste de dose para obter e manter um TTPa entre 1,5
e 2,5 acima do basal.

– Anticoagulação oral: A duração varia de acordo com o perfil de cada paciente.

Em pacientes com TVP causada por fator de risco reversível, recomenda-se a


anticoagulação oral com AVK por, pelo menos, três meses.

Em pacientes com TVP espontânea, recomenda-se o tratamento com AVK por, pelo
menos, três meses e que, após esse período, seja avaliado o risco-benefício do tratamento
estendido.

Para TVP distal idiopática sugere-se o tratamento oral por três meses, ao invés de terapia
por tempo estendido.

O risco absoluto de TVP recorrente diminui com o tempo de tratamento, enquanto que o
risco de sangramento permanece estável durante o tratamento com anticoagulantes orais.

– Varfarina: alcançar o RNI em nível terapêutico (entre 2 e 3) é importante porque reduz


a duração do tempo de uso de anticoagulantes parenterais. Embora a dose de 5mg tenda
a prevenir a anticoagulação excessiva, a dose inicial de 10 mg pode alcançar mais
rapidamente o RNI terapêutico. Não há vantagem na retirada gradual, comparada com a
retirada abrupta da varfarina, em termos de evitar a recorrência de TVP.

– Novos anticoagulantes orais (NOACs): estão sendo desenvolvidos e alguns já foram


aprovados para o tratamento de TEV aguda, com a vantagem de não requererem
monitorização laboratorial, poderem ser administrados em doses fixas por via oral, com
rápido início de ação, meia vida curta e sem grandes interações alimentares ou
medicamentosas. Até o presente momento, estão autorizadas para o uso no tratamento de
TEV a rivaroxabana e dabigatrana.

– Tratamento estendido TVP: Os critérios para anticoagulação por tempo estendido são:
trombose inicial com risco de morte; duas ou mais tromboses espontâneas; evento isolado
de TVP idiopática na presença de trombofilia hereditária homozigótica ou adquirida.
Devem-se ponderar os riscos e benefícios para a anticoagulação estendida por tempo
indefinido, adaptando-a de acordo a situação clínica de cada paciente.

– Para as gestantes com TEV agudo, recomenda-se terapia com doses ajustadas de HBPM
SC ou de HNF, até seis semanas pós-parto (tempo mínimo de anticoagulação: três meses)
ou o tempo necessário para completar o período preconizado de anticoagulação.
Após o parto, a critério médico, pode-se iniciar AVK, mantendo-se concomitantemente a
HBPM até que se atinja o INR alvo, entre 2 e 3, quando então, esta pode ser suspensa.

Para gestantes sob tratamento com HBPM ou HNF, recomenda-se descontinuar a


heparina no mínimo 24 horas antes da indução de parto eletivo.

Em mulheres que engravidam durante o tratamento de anticoagulação para TVP,


recomenda-se a substituição de AVK por HNF ou HBPM durante a gravidez.

2.7. Tratamento não farmacológico

 Meias elásticas medicinais de compressão gradual: Meias compressivas


melhoram a função de bomba da panturrilha, reduzindo o edema e otimizando a
microcirculação cutânea. Recomenda-se que os pacientes com TVP proximal
sintomática ou após procedimento de remoção do trombo, utilizem assim que
possível, meias compressivas (30 a 40 mmHg) por no mínimo dois anos, ou por
mais tempo se persistirem com sintomas de SPT. A utilização de compressão deve
ser iniciada assim que possível.

 Filtro de veia cava (FVC): Não se recomenda a inserção de FVC inferior como
tratamento de rotina de TEV. Os FVC reduzem a ocorrência de EP, mas não são
mais efetivos em reduzir a mortalidade e aumentam o risco de recorrência de TVP
a longo prazo (entre dois e oito anos), se comparados a não utilização ou com
terapia anticoagulante. A decisão para a utilização de FVC necessita ser feita
baseada na situação clínica de cada paciente.

 Deambulação: Em pacientes com TVP aguda, recomenda-se a deambulação


precoce ao invés de repouso no leito, quando possível.

 Remoção Precoce de Trombos: Recomendações para remoção do trombo


requerem uma avaliação cuidadosa com respeito a potenciais riscos e benefícios,
de acordo a cada paciente. As recomendações para remoção de trombos incluem:

 Primeiro episódio de TVP agudo do segmento fêmoro-ilíaco, sintomas


com menos de 14 dias de duração, baixo risco de sangramento, boa
capacidade funcional e expectativa de vida ≥ 1 ano.

 Tratamento de escolha para pacientes com phlegmasiaceruleadolens, que


coloque em risco o membro afetado, devida a TVP fêmoro-ilíaco com ou
sem associação de gangrena venosa.
3. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

Um acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando problemas na irrigação sanguínea


do cérebro causam a morte das células, o que faz com que partes do cérebro deixem de
funcionar devidamente. Existem dois tipos principais de AVC: isquémico, causado pela
interrupção da irrigação sanguínea, e hemorrágico, causado por uma hemorragia. Entre
os sinais e sintomas de um AVC estão a incapacidade de mover ou de sentir um dos lados
do corpo, dificuldades em compreender ou em falar, sensação de que os objetos em volta
se movimentam ou perda de um dos lados da visão. Na maior parte dos casos, os sinais e
sintomas manifestam-se imediatamente após o AVC. Quando a duração dos sintomas é
inferior a uma ou duas horas, o episódio denomina-se acidente isquémico
transitório (AIT), ou mini-derrame. Uma hemorragia subaracnóidea pode também estar
associada a dores de cabeça intensas. Os sintomas de um AVC podem ser
permanentes. Entre as complicações a longo prazo estão a pneumonia ou incontinência
urinária.

O principal fator de risco de um AVC é a hipertensão arterial. Entre outros fatores de


risco estão fumar, a obesidade, colesterol elevado, diabetes, ter tido anteriormente um
acidente isquémico transitório e fibrilação auricular. Um AVC isquémico é geralmente
causado pelo bloqueio de um vaso sanguíneo, embora existam outras causas menos
comuns. Um AVC hemorrágico é causado por um derrame, quer por uma hemorragia
diretamente no cérebro quer por uma Hemorragia subaracnóidea no espaço entre
as meninges. Estas hemorragias podem ocorrer devido à rutura de um aneurisma
cerebral. O diagnóstico é geralmente feito com recurso a imagiologia médica, como
uma TAC ou ressonância magnética, acompanhada por uma avaliação física da pessoa.
Podem ser realizados outros exames, como análises ao sangue ou eletrocardiograma, para
determinar fatores de risco e descartar outras possíveis causas. A hipoglicemia pode
provocar sintomas semelhantes a um AVC.

A prevenção consiste em diminuir os fatores de risco, assim como na possibilidade de ser


administrada aspirina ou estatinas. Em pessoas com estenose da carótida pode ser
considerada uma Endarteriectomia para alargar as artérias do cérebro. Em pessoas
fibrilação auricular pode ser administrada varfarina. Um AVC ou AIT geralmente
necessita de assistência médica urgente. Quando um AVC isquémico é detectado nas
primeiras três horas e meia a quatro horas, é possível ser tratado com medicação
trombolítica que dissolve os coágulos sanguíneos e com aspirina. Em alguns AVC
hemorrágicos pode ser considerada neurocirurgia. Algumas das funções perdidas durante
o AVC podem ser recuperadas com tratamentos de reabilitação e recuperação. No
entanto, em muitas regiões do mundo estes tratamentos não estão disponíveis.

Em 2013 cerca de 6,9 milhões de pessoas sofreram um AVC isquémico e 3,4 milhões um
AVC hemorrágico. Em 2010, encontravam-se vivas cerca de 33 milhões de pessoas que
no passado tinham sofrido um AVC. Entre 1990 e 2010 o número de AVC ocorrido em
cada ano diminuiu cerca de 10% nos países desenvolvidos e aumentou cerca de 10%
nos países em vias de desenvolvimento. Em 2013, os AVC foram a segunda principal
causa de morte, a seguir à doença arterial coronária, tendo sido responsáveis por 6,4
milhões de mortes em todo o mundo, o que corresponde a 12% do total de mortes. Cerca
de 3,3 milhões de mortes foram causadas por AVC isquémico e 3,2 milhões por AVC
hemorrágico. Cerca de metade das pessoas que sofrem um AVC vivem menos de um
ano. Dois terços dos AVC ocorrem em pessoas com mais de 65 anos de idade.
3.1. Classificação e fisiopatologia

Os acidentes vasculares do cérebro podem ser basicamente decorrentes da obstrução de


uma artéria que irriga o cérebro (ou seja, por isquemia) ou podem ser por vazamento de
sangue de um vaso sanguíneo (ou seja, hemorrágico).

3.1.1. AVC isquêmico


É o tipo de AVC mais comum, presente em cerca de 80% dos casos. Ocorre pela falta de
fluxo sanguíneo cerebral, levando ao sofrimento e enfarte do parênquima do sistema
nervoso. Essa queda no fluxo sanguíneo pode ser decorrente de:

 Uma obstrução arterial: um trombo ou, mais comummente, um êmbolo;


 Queda na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque;
 Uma obstrução na drenagem do sangue venoso, como na trombose venosa, causando
dificuldade de entrada do sangue arterial no cérebro.
Nos primeiros momentos do AVC isquêmico não há morte de tecido cerebral, mas a falta
de suprimento sanguíneo provoca a rápida degeneração do tecido cerebral, um tecido
metabolicamente muito ativo e que demanda muito oxigénio e glicose para manter seus
neurónios vivos. A área central do acidente vascular morre em pouco tempo, pois está
praticamente sem nenhum fluxo de sangue. No entanto, existe uma região ao redor do
infarto central que possui um fluxo de sangue reduzido, que se mantém viável por mais
tempo. A essa área dá-se o nome de penumbra. É na penumbra, uma área parcialmente
perfundida, mas ainda viável, que deve-se concentrar os esforços terapêuticos. É por isso
também que o tempo do início do ataque vascular cerebral até a reversão da obstrução de
sangue é importante na evolução do AVC isquêmico.

3.1.1.1. Acidente Isquêmico Transitório (AIT)

O AIT ou ataque isquêmico transitório é um episódio transitório de disfunção


neurológica causado por isquemia focal no cérebro, na medula espinhal ou na retina, sem
infarto agudo. Nova definição substitui a antiga de comprometimento neurológico focal
com duração inferior a 24 horas. A maioria dos AITs é revertida dentro da primeira hora
e o diagnóstico por imagem permite reconhecer que alguns eventos com rápida resolução
clínica estão associados com infarto cerebral permanente.

3.1.2. AVC hemorrágico

É o acidente vascular cerebral menos comum presente em cerca de 20% dos casos, mas
não menos grave. Ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano. O sangue
em contato com o parênquima nervoso tem ação irritativa. Além disso, a inflamação e o
efeito de massa ou pressão exercida pelo coágulo de sangue no tecido nervoso prejudica
e degenera o cérebro e a função cerebral. Pode ser divido em dois tipos, O sangramento
intraparenquimatoso ou a hemorragia subaracnóidea:
 O sangramento intraparenquimatoso ocorre por ruptura dos aneurismas de Charcot-
Bouchard, pequenas formações saculares das artérias cerebrais na transição da
substância branca com o córtex cerebral que se formam pela hipertensão arterial
descontrolada ou não tratada.
 A hemorragia subaracnoide ocorre por sangramento de aneurismas cerebrais (defeito
ou formações saculares das artérias) no espaço licórico ou subaracnóideo. Eles tem
provavelmente origem congênita.

3.2. Sinais e sintomas


O diagnóstico do AVC é clínico, ou seja, é feito pela história e exame físico do
paciente. Os principais sintomas são:

 Fraqueza ou dormência súbitas em um lado do corpo;


 Dificuldade em movimentar os braços adequadamente;
 Confusão, dificuldade para falar ou entender;
 Dificuldade súbita para andar, tontura ou incoordenação de início súbito;
 Dificuldade súbita para enxergar com um ou ambos os olhos;
 Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente;
Durante um exame pode-se pedir ao paciente que sorria, levante os dois braços e repita
uma frase (como "trinta e três"). Diante desses sintomas, quanto mais rápido o socorro,
menor a probabilidade de sequelas, este teste é designado Escala de Cincinnati. Outros
sintomas menos específicos, como queda do estado geral e coma, também elevam o risco
de AVC.

3.3. Exames diagnósticos


Os médicos recomendam que a hipótese seja confirmada por um exame de
imagem, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico
identificar a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.

A tomografia pode ser o exame inicial de escolha por sua disponibilidade e rapidez. Serve
principalmente para diferenciar o AVC por entupimento/isquemia do hemorrágico, o que
muda radicalmente a conduta médica. Uma tomografia normal dentro das primeiras 24
horas de um AVC isquêmico é algo esperado e confirma o diagnóstico, pois a maioria
dos ataques isquêmicos não provoca lesões visíveis tão precoces nesse exame. Apenas
lesões extensas ou mais antigas podem ser vistas na tomografia no AVC isquêmico ou,
ainda, sinais indiretos de AVC como edema cerebral. Já o AVC hemorrágico costuma vir
com imagem na tomografia indicando vazamento de sangue. Pode-se, ainda que menos
comum, usar mão da retirada por punção lombar do líquor para o diagnóstico de AVC
hemorrágico com tomografia normal.

Embora mais precisa que a tomografia, a ressonância magnética não costuma mudar a
conduta médica e pode ainda atrasar o tratamento correto, o que pode ter impacto na
recuperação do paciente. Contudo, é uma opção que pode ser útil em casos selecionados.

3.4. Tratamento de avc isquêmico com trombolítico

Caso o paciente seja atendido em um hospital em até 4h 30 min, e não tenha risco de
sangramentos ou histórico recente de cirurgias, o coágulo pode ser dissolvido com o uso
de um medicamento trombolítico, como o alteplase. Aplicado o medicamento, é alto
índice de sucesso da trombólise, reduzindo ou até eliminando as sequelas.

Apesar do alto índice de sucesso, se a aplicação for feita após 4h e 30 min, a reconstituição
do fluxo sanguíneo depois desse tempo pode piorar o quadro. O coágulo interrompe a
irrigação não só de uma região do cérebro, mas também do segmento do vaso que está
depois da obstrução. A partir do local da interrupção, esse vaso já começa a morrer,
ficando mais frágil. Restabelecer o fluxo sanguíneo nesse momento pode romper a artéria,
causando um AVC hemorrágico.

3.5. Reabilitação e evolução

O processo de reabilitação pode ser longo, dependendo das características do


próprio AVC, da região afetada, da rapidez de atuação para minimizar os riscos e do apoio
que o doente tiver. O sistema nervoso central todo pode ser acometido por esta doença, o
que inclui, além do cérebro, o tronco encefálico, o cerebelo e até a medula espinhal.

Assim o lobo frontal está mais ligado às decisões e movimentos; o lobo parietal com os
movimentos do corpo, parte da fala e com a sensibilidade do pescoço até os pés; e o
lobo occipital com a visão. Já o cerebelo está ligado com o equilíbrio e o tronco cerebral
está ligado à respiração e aos movimentos e sensibilidade da cabeça. Claro que isto é uma
explicação básica e deve-se ter em mente que todo sistema nervoso está interligado
podendo uma lesão em uma mínima parte ter grandes repercussões no todo. A localização
e as implicações da lesão podem ser difíceis de diagnosticar, devendo a pessoa acometida
ser avaliada por um médico e equipe multidisciplinar, ou seja, com vários profissionais
da saúde de diversas áreas.

No caso de um AIT ou acidente isquêmico transitório, não ocorre sequela. No entanto, a


prevenção de outro AVC deve ser instituída devido ao alto risco de novo ataque dessas
pessoas. No caso de um acidente encefálico associado a déficits motores, necessita-se de
acompanhamento da equipe de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais
para potencializar e fortalecer os músculos que ainda possuem a inervação funcionante
para assim diminuir as deficiências que podem ter sido causadas; no caso de problemas
na fala e/ou deglutição um fonoaudiólogo pode ser necessário.

Vale lembrar que o AVC é uma doença que merece muita atenção pela mudança que pode
provocar na dinâmica da vida da vítima, da vida da sua família e das pessoas que dela
cuidam. A vítima, antes totalmente funcional, pode se tornar totalmente dependente física
e financeiramente de seus cuidadores. Pode, uma vez acamada, desencadear outras
complicações, como escaras de decúbito, pneumonia e obstipação. Além disso, existe
descrito o stress do cuidador - que, aliás, também deve ser abordado e ouvido no
tratamento do paciente acamado, minimizando as sequelas familiares.

A melhor maneira de lidar com o AVC é preveni-lo controlando todos os fatores causais
já citados, novamente mencionando que a principal é a hipertensão arterial sistêmica.
3.6. Tratamento psicológico

O AVC geralmente causa um impacto significativo na vida funcional, cognitiva e social


do paciente, sendo comum que o paciente desenvolva transtornos psicológicos após o
derrame. Entre 10 e 34% desenvolvem depressão maior, agravando ainda mais o prejuízo
funcional, cognitivo e social do paciente. Quanto maior o prejuízo na qualidade de vida e
dificuldade de adesão ao tratamento mais importante é o acompanhamento psicológico e
psiquiátrico para a reabilitação da vítima do derrame.

3.7. Tratamento dietoterápico

 Mudanças nos hábitos alimentares durante a recuperação;


 Regularizar os horários das refeições para que se possa aumentar o fracionamento;
 É recomendado realizar refeições pequenas e frequentes, de 6 a 8 refeições por dia,
sendo elas: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia;
 Comer devagar;
 Selecionar uma grande variedade de alimentos;
 Os alimentos devem ser bem cozidos e servidos em consistência pastosa na forma
de papas, purês, cremes e mingaus;
 Usar caldo de carne e molhos para umedecer carnes e legumes.
 Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições, a fim de evitar a sensação de
plenitude gástrica;
 Beber bastante líquido no intervalo das refeições, ao longo do dia;
 Os líquidos devem ser espessados e sorvidos lentamente;
 Espessar os líquidos com cereais infantis, batatas amassadas, flocos de batata, ou
amido de milho;
 Oferecer alimentos em temperatura baixa e nunca alimentos quentes para evitar
náuseas;
 Para aumentar o aporte calórico e evitar a perda de peso, acrescentar: óleos (ricos
em gordura monoinsaturada), azeite, margarinas, queijos cremosos, molhos, açúcar,
mel e farinhas às preparações;
 Aumentar a ingestão de frutas, sendo que estas devem ter suas fibras abrandadas
pelo calor ou devem ser servidas amassadas para facilitar a deglutição;
 Dar preferência ao leite e derivados desnatados;
 Evitar alimentos gordurosos, ingestão de alimentos fonte de gordura saturada e trans
como carne vermelha, frituras e queijos amarelos;
 Moderar o consumo de café, álcool, chá preto, chá mate, chocolate, refrigerante e
alimentos condimentados;
 Evitar esforçar-se após as refeições (20 a 30 minutos após a ingestão de alimentos);
 A última refeição do dia deve ser realizada cerca de 3 horas antes de deitar;
 Evitar roupas apertadas, especialmente após as refeições;

3.8. Factores de risco para AVC

Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo o
principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também aumentam
a possibilidade o diabete mellitus, doenças reumatológicas, trombose,
uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, estenose da válvula mitral, entre outras.
3.8.1. Principais fatores de risco

 Hipertensão arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor


médio é de "120 por 80" (ou o que popularmente é conhecido como 12 por 8); porém,
cada pessoa tem um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu médico.
Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o valor
médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, tem-se a
hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são prejudiciais; a melhor
solução é a prevenção. Deve-se entender que qualquer um pode se tornar hipertenso.
Não é porque aferiu (mediu) uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar.
Além disso, existem muitas pessoas que tomam corretamente a medicação
determinada porém uma só caixa. A pressão está boa e, então, cessam a medicação.
Ora, a pressão está boa justamente porque está seguindo o tratamento. Geralmente, é
preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba inesperadamente. A hipertensão
arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um
vaso sanguíneo ou a uma isquemia.

 Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias,


podem determinar um AVC. "Se o coração não bater direito"; vai ocorrer uma
dificuldade para o sangue alcançar o cérebro, além dos outros órgãos, podendo levar
a uma isquemia. As principais situações em que isto pode ocorrer são arritmias,
infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas, etc.

 Problema de colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso


corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e
adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a
elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja,
aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração
HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.

 Tabagismo: O hábito é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente


naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco. O fumo acelera o processo de
aterosclerose, diminui a oxigenação do sangue e aumenta o risco de hipertensão
arterial.

 Alcoolismo: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de colesterol se elevam;
além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.

 Diabetes: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. A
medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença
tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o
controla.

 Idade avançada: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um
AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.
 Sexo masculino: até aproximadamente 50 anos de idade os homens têm maior
propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.
 Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose;
assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.

 Anticoncepcionais hormonais: Atualmente acredita-se que as pílulas com baixo teor


hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não
aumentem, significativamente, a ocorrência de AVC.

 Solteiros: Uma pesquisa sugere que homens solteiros ou infelizes no casamento


correm mais risco de sofrer AVC.

 Malformação arteriovenosa cerebral: Distúrbio congênito dos vasos sanguíneos do


cérebro nos sítios onde exista uma conexão anormal entre as artérias e as veias.

3.9. Prevenção

Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é identificar e tratar
os fatores de risco como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes mellitus,
o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e tratar
problemas cardíacos. A essa prática se dá o nome de prevenção primária.

Se houver atendimento médico rápido, dentro de um determinado tempo, a área afetada


poderá ser normalizada. A essa prática de prevenção que se baseia no atendimento médico
eficiente se dá o nome de prevenção secundária.

Caso ocorram sequelas, deve ser iniciado um programa de reabilitação e cuidados com o
paciente que inclui equipe multidisciplinar, ou seja, com vários profissionais de diferentes
áreas da saúde - fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, técnicos em enfermagem,
terapeutas ocupacionais, enfermeiros e médicos. A reabilitação é um tipo de prevenção
terciária do paciente.
CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos foi verificado o desempenho do sistema circulatório que
depende de mecanismos que ajustam a manutenção do sangue no estado fluido dentro da
repartição vascular, liberando a perfusão adequada a todos as regiões do organismo,
podendo ocorrer uma lesão vascular sendo possível verificar os fatores de risco para o
surgimento da trombose.
Como porta de entrada para o Sistema Nacional de Saúde, o papel dos Médicos de Família
na abordagem da trombose é fundamental não só para a correta abordagem da patologia,
como também para a otimização de recursos implicados no processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.sanarmed.com/resumo-trombose-venosa-profunda-ligas
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/trombose
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/93/o/folder_trombose.pdf?1542113828
http://www.saudecenterclinica.com.br/blog/index.php/2019/11/11/o-que-e-trombose/
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/trombose
https://labsaad.com.br/o-que-e-trombose-e-suas-causas/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_vascular_cerebral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trombose
Eliseu, A. C. (2022). Abordagem da Trombose Venosa Profunda nos
Cuidados de Saúde Primários.

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