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Aterosclerose

A marca registrada desta condição é a constrição e rigidez das paredes de artérias


específicas, nomeadamente a aorta, a artéria cerebral e a artéria coronária. À medida que
a doença progride, surgem sinais visíveis de lesões resultantes da inflamação, bem como
da acumulação de depósitos celulares como lípidos e material fibroso. Esses elementos
se combinam para formar placas que contraem o diâmetro das artérias afetadas e
causam redução na sua flexibilidade.

Lesões de vários tipos, incluindo tabagismo, infecções e diabetes, entre outras, podem
causar inflamação nas paredes das artérias. Assim que a inflamação se instala, os
leucócitos migram para essas áreas e criam um acúmulo de gordura. Esse acúmulo de
lipídios, além do colesterol encontrado no ambiente circundante e no tecido conjuntivo
fibroso, forma uma capa fibrosa conhecida como ateroma. À medida que essa capa
fibrosa aumenta de tamanho, ela exerce pressão na parede da artéria e impede o fluxo
sanguíneo adequado por todo o corpo.

A aterosclerose possui inúmeros fatores de risco. Existem vários fatores que tem a
possibilidade de serem prevenidos ou alterados através de intervenção. Esses fatores
incluem tabagismo, dieta inadequada, estilo de vida sedentário, obesidade, estresse,
hiperlipidemia, diabetes e hipertensão. Certos fatores que não podem ser alterados ou
influenciados, como história familiar, genética, sexo e idade, são considerados não
modificáveis

Epidemiologia

Nos últimos 15 anos, o Brasil testemunhou um aumento substancial nas hospitalizações


devido a uma determinada doença, com um total de 193.246 casos notificados. De 2016
a 2020, esse número subiu para 59,17%, indicando um aumento significativo nas
internações hospitalares. O número total de mortes causadas por esta doença é de 7.493,
sendo a maior taxa de mortalidade registada entre 2018 e 2020, representando 36,46%
de todas as mortes. As taxas de mortalidade foram particularmente elevadas entre
indivíduos com mais de 80 anos de idade. Em termos de género, o sexo masculino foi o
mais afectado, representando 55,47% do total de casos com uma taxa de mortalidade de
3,47.
Segundo a literatura, as mulheres apresentam uma taxa de prevalência de 4,39, enquanto
os homens se mostram mais suscetíveis aos efeitos de fatores biológicos, culturais e de
estilo de vida.

Em contraste, tanto as mulheres como os homens na pós-menopausa beneficiam dos


efeitos protetores do estrogénio.

Com base em dados fornecidos pelo Ministério da Saúde do Brasil, registrou-se que em
2009, um número impressionante de 962.931 pessoas com 30 anos ou mais faleceu no
Brasil. Desse número, 139.309 mortes foram atribuídas à doença cardiovascular
aterosclerótica.

Complicações

A manifestação de sintomas e complicações decorrentes de uma doença sistêmica


depende diretamente da posição da obstrução no organismo.

 Qualquer nível de bloqueio nos vasos sanguíneos do coração pode causar


desconforto no peito e até mesmo um ataque cardíaco grave.
 Uma obstrução cerebral tem o potencial de resultar em um AVC isquêmico.
 Dependendo da gravidade do bloqueio nos membros inferiores pode levar à
diminuição da circulação, resultando em desconforto, perda de cor e até mesmo
desafios de mobilidade, como caminhar ou correr determinadas distâncias.

A obstrução de pequenos vasos sanguíneos pode resultar em:

 O termo "perfusão tecidual" refere-se ao fluxo de sangue através dos tecidos


corporais.
 Quando as placas ateroscleróticas se rompem, pode resultar em trombose vascular
aguda. Isso também pode levar à embolia aguda se o trombo se soltar.
 Quando a parede vascular abaixo é destruída, pode levar a complicações potenciais,
como aneurisma, trombose ou até mesmo ruptura secundária.

Tratamento

Dentre as melhores opções quando se trata do tratamento para a aterosclerose a


prevenção está em primeiro lugar, ações como aderir um estilo de vida saudável e uma
atenção mais detalhada aos fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Logo
após o diagnóstico, muitas vezes o tratamento irá se basear em reestabelecer o fluxo
sanguíneo para o órgão ou tecido que foi afetado com o bloqueio, tal ação pode ser feita
por meio de um tratamento medicamentoso, um ótimo exemplo é quando o coração e
seus vasos sanguíneos são afetados, neste caso o tratamento médico essencial e em
muitos casos é indicado o uso de fármacos da classe de antiplaquetários como a
aspirina, estatinas, ou até mesmo vasodilatadores entre outras medicações. O caso
clinico pode também haver indicação de um procedimento cirúrgico invasivo ou uma
cirurgia de revascularização. Quando necessário, também é possível realizar uma
angioplastia e cirurgia de ponte de safena.

Relação entre a doença e o idoso

A prevalência da aterosclerose tende a ser maior entre os idosos devido à elevada


probabilidade de desenvolver os fatores de risco da doença. Esses fatores incluem níveis
elevados de colesterol, diabetes, idade avançada, sexo masculino (normalmente após
atingir os 50 anos de idade), pressão alta, tabagismo, estilo de vida inativo e colesterol
elevado.

A amputação pode se tornar um resultado infeliz da aterosclerose na população idosa.


Para estes indivíduos, a adaptação às próteses pode ser desafiadora ou mesmo
impossível. Pacientes idosos com aterosclerose avançada muitas vezes ficam acamados,
o que pode agravar sua condição. No que se trata a prevenção da aterosclerose em
idosos, recomenda-se a alteração dos hábitos de vida. Isso inclui parar de fumar, praticar
exercícios moderados, adaptados à idade e à condição física, e melhorar os hábitos
alimentares para controlar o peso e reduzir o estresse. Essa atividade pode melhorar a
circulação, reduzir a pressão arterial e aliviar problemas de diabetes entre os idosos.
OMS. Aterosclerose e arteriosclerose | Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/aterosclerose-e-arteriosclerose/ . Acesso em: 4 nov.
2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Aterosclerose. Disponível em:


https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/glossario/aterosclerose . Acesso
em: 4 nov. 2023.

Resumo de aterosclerose (completo) – Sanarflix - Sanar Medicina. Disponível em:


https://www.sanarmed.com/resumo-de-aterosclerose-completo-sanarflix . Acesso em: 4
nov. 2023.

KRIAKTIV. Arteriosclerose em Idosos. Disponível em:


https://casaderepousobemmecare.com.br/arteriosclerose-em-idosos/ . Acesso em: 5
nov. 2023.

LOPES DIAS, J.; DE, R.; FREITAS, F.; PICONE BORGES DE ARAGÃO, I. . Análise
epidemiológica de infarto agudo do miocárdio e outras doenças isquêmicas do coração
no Brasil nos últimos 10 anos. Revista de Saúde, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 73–77, 2022.
DOI: 10.21727/rs.v13i1.2844. Disponível em:
http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RS/article/view/2844 . Acesso
em: 5 nov. 2023.
Erisipela

Erisipela é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular,
causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos. Pode ocorrer em pessoas de
qualquer idade, mas é mais comum nos diabéticos, obesos e nos portadores de deficiência da
circulação das veias dos membros inferiores. Não é contagiosa.

A erisipela ocorre porque uma bactéria (Estreptococo) penetra na pele; a porta de entrada
quase sempre é uma micose entre os dedos (as famosas “frieiras”), mas qualquer ferimento
pode desencadear o mal. A pele mais favorável é a das pernas inchadas, principalmente nos
pacientes diabéticos, obesos e idosos.

Sintomas:

Os primeiros sintomas podem ser aqueles comuns a qualquer infecção: calafrios, febre alta,
fraqueza, dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos. As alterações da pele podem se
apresentar rapidamente e variam desde uma simples vermelhidão, dor e inchaço até a
formação de bolhas e feridas por necrose (morte das células) da pele.

A localização mais freqüente é nos membros inferiores, na região acima dos tornozelos, mas
pode ocorrer em outras regiões como face e tronco. No início, a pele se apresenta lisa,
brilhosa, vermelha e quente. Com a progressão da infecção, o inchaço aumenta, surgem as
bolhas com conteúdo amarelado ou cor de chocolate e, por fim, a necrose da pele. É comum o
paciente queixar-se de “íngua” (aumento dos gânglios linfáticos na virilha).

Complicações:

Quando o paciente é tratado logo no início da doença, as complicações não são tão evidentes
ou graves. No entanto, os casos não tratados a tempo podem progredir com abscessos,
ulcerações (feridas) superficiais ou profundas e trombose de veias. A seqüela mais comum é o
linfedema, que é o inchaço persistente e duro localizado principalmente na perna e no
tornozelo, resultante dos surtos repetidos de erisipela.

Tratamento:

O tratamento é uma combinação de várias medidas realizadas ao mesmo tempo e só deve ser
administrado pelo médico:

– uso de antibióticos específicos para eliminar a bactéria causadora;


– redução do inchaço, fazendo repouso absoluto com as pernas elevadas, principalmente na
fase inicial. Pode ser necessário o enfaixamento da perna para que desinche mais
rapidamente;
– fechamento da porta de entrada da bactéria, tratando as lesões de pele e as frieiras;
– limpeza adequada da pele, eliminando o ambiente propício para o crescimento das
bactérias;
– uso de medicação de apoio, como antiinflamatórios, antifebris, analgésicos e outras que
atuam na circulação linfática e venosa.

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