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A doença arterial coronariana é caracterizada pela presença de placas Basicamente, a Síndrome Coronariana Aguda ocorre devido à obstrução
ateroscleróticas ou ateromas nos vasos da circulação arterial do coração. A coronariana e à interação entre fenômenos de trombose e vasoespasmo,
aterosclerose coronária pode ser assintomática quando o grau de obstrução resultando em vários sinais e sintomas clínicos, que são semelhantes à isquemia
causado pelo ateroma é insuficiente para prejudicar o fluxo de sangue ao do miocárdio, englobando angina instável e IAM, com ou sem supra
miocárdio. No entanto, a placa pode ter carácter obstrutivo, desencadeando o desnivelamento do segmento ST.
aparecimento de sintomas.
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Há duas formas principais de manifestação da DAC. Pode se apresentar de forma EPIDEMIOLOGIA
estável, que é o desencadeamento de sintomas anginosos a esforços regulares. E
A síndrome coronariana aguda é a principal causa de morte entre homens e
a forma instável, que está relacionada a manifestações que surgem a mínimos
mulheres no Brasil e no mundo. Ocupando a segunda posição na mortalidade
esforços ou em repouso.
global e no Brasil e são a principal causa de óbito entre as doenças do coração.
As formas estáveis ou crônicas apresentam um caráter benigno, enquanto as
Em 2011, foi responsável por mais de 104 mil óbitos no Brasil em decorrência de
formas instáveis ou agudas tem caráter maligno, e são conhecidas como
comorbidades relacionadas ao aparelho circulatório, o que equivale a 31,2% do
síndromes coronarianas agudas (SCA).
total das mortes naquele ano.
A SCA são o resultado de um processo agudo de instabilização da placa
Estima-se que cerca de 1,7 milhões de portadores de SCA sejam hospitalizados
aterosclerótica com a formação de um trombo intracoronário que promove
anualmente. Em 2012, um total de 12,5% das hospitalizações e 27,4% das
agravamento súbito da obstrução vascular. Dependendo do grau de obstrução
internações de indivíduos ≥ 60 anos foram causadas por doenças
coronária e da severidade da isquemia miocárdica resultante, podem surgir
cardiovasculares.
diferentes síndromes clínicas. A presença de um trombo parcialmente oclusivo
com fluxo sanguíneo residual ou de uma oclusão transitória da luz vascular está As doenças cardiovasculares, segundo estimativas da Organização Mundial de
associada a formas mais brandas da doença aguda, como a angina instável (AI) e o saúde serão responsáveis por 23,6 milhões de óbitos em 2030. No Brasil, eles se
infarto sem supradesnível do segmento STA. Em condições extremas de oclusão constituem a principal causa de morte, sendo o infarto agudo do miocárdio
total da luz arterial e privação completa do fluxo miocárdico, se desenvolve um responsável por 36,&% da mortalidade no período de 2002 a 2008, sobretudo nas
infarto com supradesnível do segmento ST. pessoas acima de 65 anos.
Além disso, a SCA pode ser classificada de acordo com as regiões do tecido Entre 12-14% dos homens com idade entre 65-84 anos são portadores de angina
miocárdico atingidas pela isquemia ou pelas modificações tardias no ECG. Assim, estável. Em relação às mulheres de mesma faixa etária o percentual é menor,
os IMSST costumam provocar necrose do tecido miocárdio restrita à região entre 10-12%.
subendocárdica, sendo chamados de infartos subendocárdicos, e como eles não
produzem cicatrizes no ECG, também são chamados de infartos sem onda Q ou
O IAM constitui a apresentação clínica de cerca de 50% das síndromes isquêmicas VLDL, gerando a lipoproteína LDL. A LDL se adere ao endotélio arterial devido à
miocárdicas instáveis. Nestas de 25 a 40% dos pacientes apresentam-se com menor densidade, podendo evoluir para aterosclerose. Associada a deposição de
supradesnível do segmento ST, LDL no endotélio, ocorre a agregação plaquetária, célula de defesa, tecido fibroso,
produto da inflamação da parede do vaso. Assim, citocinas inflamatórias são
Atualmente, IAM é responsável por 8,8% dos óbitos no Brasil, sendo a
liberadas pelo tecido adiposo, aumentando a formação de placas de ateroma, um
mortalidade mais alta no SUS do que no privado, decorrente da dificuldade de
fator de predisposição à trombose. Com o aumento da lipólise, há a diminuição
acesso ao serviço de terapia intensiva precocemente.
da enzima lipaselipossensível, responsável pela regulação de lipoproteínas,
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FATORES DE RISCO
® Dislipidemia;
® Idade avançada; O nível de colesterol total elevado aumenta o risco de claudicação intermitente
A prevalência da SCA aumenta com a idade. Principalmente, acima dos 70 anos. em até 2 x. Os níveis elevados de colesterol, lipoproteínas de baixa densidade e
Os grupos de pacientes entre 50 e 69 estão mais associados ao tabagismo e a triglicerídeos são fatores de riscos independentes para a doença, sendo que as
diabetes. O envelhecimento produz alterações nas paredes dos vasos sanguíneos, proteínas de alta densidade são fatores de proteção.
afetando o transporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos. Essas alterações ® Hipertensão arterial Sistêmica;
fazem com que tais vasos enrijeçam, resultando em resistência periférica
aumentada, além do fluxo sanguíneo comprometido e sobrecarga ventricular A HAS é o principal fatores de risco para o desenvolvimento de DAC. Isso ocorre
esquerda. devido à sobrecarga no miocárdio, além de promover lesões devido ao
turbilhonamento de sangue nas artérias. Favorecem também a formação de
® Tabagismo; ateromas.
O tabagismo é o mais importante fator de risco para a síndrome coronariana, ___________________________________________________________________
bem como para o aparecimento de suas manifestações uma vez que interfere nos ETIOLOGIA
mecanismos regulatórios do vaso, inibe a produção de óxido nítrico, promovendo
maior vasoconstrição. As SCA na maioria dos casos é provocado a partir da instabilização de uma placa
aterosclerótica com formação de trombose oclusiva.
® Diabetes Mellitus;
Porém, existe outras etiologias não-aterosclerótica, que é provocado por
O diabetes pode contribuir para o desenvolvimento da síndrome coronariana por
processos patológicos que promovem desequilíbrio entre a oferta de O2 ao
várias razões, principalmente se estiver associada com o tabagismo, HAS e
miocárdio e o consumo. Entre essas etiologias, pode-se citar o vasoespamos
dislipidemia, pois todos esses fatores podem favorecer mecanismos de
coronário, que na sua causa primária, é geralmente formando em áreas
inflamação vascular, disfunção da célula endotelial e das células musculares lisas,
aterosclerótica no início, e resulta de uma alteração da função vasodilatadora do
aumentando a agregação plaquetária e do fibrinogênio, favorecendo o processo
endotélio com aumento do tônus vascular. Ele costuma acometer mais jovens
aterosclerótico.
mulheres e provoca quadros de angina instável O espasmo coronário também
A hiperglicemia aumenta os produtos de glicação avançada, elevando o nível da pode ser secundário ao uso de agentes simpaticomiméticos, como a cocaína.
apolipoprotéina B no fluxo sanguíneo. Esta apoproteína se liga à lipoproteína Nesse caso, o espasmo é mais prolongado e promove maior consumo de O2,
desencadeando quadros mais graves, como IM ou morte súbita.
Outra etiologia não-aterosclerótica, que costuma afetar mais portadores de ® Hemorragia intraplaca;
próteses mecânicas ou endocardite bacteriana, é a embolização coronária.
Rotura da placa:
Hemorragia da placa:
Ateroma instável
® Rotura da placa;
® Erosão superficial;
Ao interferir com a formação do colágeno que compõe o arcabouço da placa
aterosclerótica, as células T promovem o afinamento da capa fibrosa do ateroma,
reduzindo sua resistência e predispondo-o à rotura.
Dessa forma, surge a placa suscetível que pode se romper ou erodir em condições
de sobrecarga hemodinâmica, principalmente em suas margens, onde a capa
fibrosa é mais fina e a tensão circunferencial mecânica mais intensa. Por esse
motivo, a SCA pode ser desencadeada por atividade física intensa ou estresse
emocional. A hiperatividade simpática nessas circunstâncias provoca elevação da
PA, FC e força contrátil do coração, impondo intensa sobrecarga mecânica sobre a
placa aterosclerótica.
Estímulos externos, como processos infecciosos agudos ou fatores que estimulam A rotura ou erosão da placa aterosclerótica permite contato direto de substâncias
uma resposta oxidativa sistêmica, desenvolve-se um processo inflamatório que trombogênicas em seu interior com plaquetas circulantes e proteínas da
envolve a circulação e o próprio ateroma. coagulação, desencadeando o processo de trombose sanguínea, que é
estabelecida através da adesão, ativação e agregação plaquetária (hemostasia
No interior do ateroma essa inflamação se caracteriza pela ativação de células da
primária), e, pela cascata de coagulação (hemostasia secundária).
resposta imune celular, principalmente linfócitos T, concentrados nas bordas das
placas. Assim, linfócitos T ativados sintetizam quantidades aumentadas de ® Hemostasia primária:
Interferon-y, citocina capaz de bloquear a síntese de colágeno pelas células
musculares lisas que migram para a região subendotelial a partir da camada Adesão:
média vascular. Inicialmente, a lesão vascular da placa instável com exposição da matriz
subendotelial promove a adesão de plaquetas circulantes ao colágeno, que pode
ocorrer por via direta, através das glicoproteínas de superfície, ou indireta,
através do fator de Von Willebrand, que atua como uma ponte para a adesão
plaquetária.
Ativação:
Agregação:
Vasodilatadores e antiplaquetários:
Prostaciclina (PGI2);
Óxido nítrico (NO);
® Trombo oclusivo:
® Produção insuficiente de substâncias antitrombóticas.
Está normalmente associada à rotura da placa com exposição do núcleo lipídico
O endotélio vascular é responsável por produzir uma série de substâncias ou erosões mais amplas do ateroma, a obstrução pode ser crítica ou completa,
antitrombóticas (como substâncias anticoagulantes, antiplaquetárias, ocorrendo o aparecimento dos sintomas.
fibrinolíticas e vasodilatadoras), que são importantes para interromper a
progressão de trombos formados no vaso, e assim, permitir a manutenção do Oclusão completa:
fluxo sanguíneo. Temporária:
Em condições de disfunção endotelial provocadas por exemplo, DM, dislipidemia, Promove necrose miocárdica restrita às áreas subendocárdicas do músculo
hipertensão ou tabagismo, o endotélio é incapaz de produzir essas substâncias cardíaco. Miocárdio subendocárdico é mais suscetível à isquemia por estar
em quantidades adequadas, predispondo as formas mais graves de SCA. submetido à sobrecarga hemodinâmica mais intensa gerada no interior da
Agentes anticoagulantes: câmara cardíaca, durante a sístole. A pressão sobre a parede subendocárdica
aumenta o seu consumo de O2. Além disso, o subendocárdio é a última porção do
Antitrombina III; miocárdio a receber suprimento sanguíneo pelas artérias perfurantes que
Trombomodulina; atravessam a espessura do músculo cardíaco. Nesses casos, desenvolve-se IM
Proteínas C e S; subendocárdio, que não produz supradesnível do segmento ST na fase aguda,
Inibidor da via do fator tecidual;
IMSST, também pode ser chamado de IM- não Q, por não apresentar cicatriz no
ECG.
Persistente:
® Trombo suboclusivo:
Exame físico:
Eletrocardiograma
Paciente com dor torácica deve realizar um ECG em, no máximo, 10 minutos a
partir de seu contato com a equipe de saúde. É importante realiza-lo durante a
presença de sintomas.
O ECG é o exame central que dividirá a SCA em IMSST ou IMST. Nele, buscam-se
principalmente as seguintes alterações:
SCA com supra de ST ® Desvios significativos do segmento ST em relação ao espaço PR;
O diagnóstico e tratamento da SCA com supra ST andam juntos, devido à ® Ondas T invertidas;
gravidade do quadro. ® Presença de ondas Q patológicas;
® Dor precordial típica que se prolonga por mais de 20 minutos, que não Qualquer alteração deve estar presente em duas ou mais derivações contíguas,
cede com o repouso e nem com o uso de nitratos. de modo a caracterizar uma parede ventricular. As ondas Q não sugerem
® 30% dos pacientes, principalmente idosos, mulheres e diabéticos, isquemia aguda, mas indicam IAM prévio.
apresentam manifestações atípicas. Considera-se IMSST: elevação de 1 mm nas derivações periféricas ou 2 mm nas
® Antecedentes pessoais tem importância, mas na ausência não exclui a derivações precordiais, em duas ou mais derivações contíguas. Lembrando que
possibilidade de SCA. em 1 /3 dos pacientes pode estar normal. Assim, deve-se pensar em IMSST
® ECG alterado; quando o paciente não apresenta supra ST e não apresente BRE novo ou
® Exame físico: é normal, mas ajuda na identificação das complicações e supostamente novo. A existência de um ECG prévio pode ser útil, especialmente
nos diagnósticos diferenciais. nos casos de pseudonormalização do supra ST e onda T e nos casos de BRE
prévio. Além disso, é necessário repetir o ECG com frequência para flagrar o
momento de alteração eletrocardiográfica isquêmica, principalmente quando a ® Relação CK-MB atividade/CPK entre 4 a 25%: IAM;
dor recorrente.
A atividade CK-MB é menos específica que a troponina, uma vez que pode estar
Considera-se IMST: bloqueio completo de ramo esquerdo novo ou supostamente elevada em pessoas sadias e também em casos de lesões musculares
novo. esqueléticas. Porém, a CK-MB massa tem maior acurácia, assim com as troponina.
Sempre que for flagrado um supra de parede inferior (D2, aVF e D3), faz-se As disponíveis na clínica são as troponinas I e T cardioespecíficas e não são
necessário realizar um ECG com as derivações precordiais (V3R e V4R) para detectadas em pessoas sadias. Critério universal para IAM:
identificar um possível IAM de VD.
® Elevação e /ou queda de concentração de troponina, com pelo menor um
Pode ser útil também realizar as derivações V7, V8 e V9, com intuito de identificar valor acima do percentil 99 de uma população de referência normal, na
IAM de parede posterior, principalmente se o supra ST de parede inferior estiver presença de características clínicas de SCA.
acompanhado de infra de parede septal. ® As troponinas elevam-se a partir de 4 a 6 horas após a IAM, com pico em
torno de 14 a 24 horas e com normalização em 5 a 10 dias para troponina
I e 10 a 14 dias para troponina T.
RX de tórax
Ecocardiograma
Por ser um exame portátil disponível tem sido útil para auxiliar o diagnóstico de
IAM quando existem dúvidas.
Quando houver dúvidas entre o dissecação de aorta e IAM, o ECO é muito útil.
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ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NA ADMISSÃO
IMST IMSST
Para a estratificação de risco para pacientes com IMST na emergência é As classificações e escores mais usados são: critérios de Braunwald, escore TIMI
necessário uma classificação mais ágil, já que o tratamento é mais agressivo. para IMSST e escore GRACE (é o melhor para estratificar, porém não é prático).
Assim, tem-se a classificação de Killip (mais antiga) e o escore TIMI (mais recente)
Entre os critérios de Braunwald, a presença de um único fator de alto risco
e consiste em uma soma ponderada de vários critérios.
caracteriza o paciente nesse grupo, mesmo que vários outros fatores
caracterizados de risco intermediário estejam presentes. O paciente só é
considerado de risco intermediário na ausência de qualquer das características de
alto risco e na presença de pelo menos uma característica de risco intermediário.
TRATAMENTO
Medidas gerais
Nitratos
Morfina
É recomendada a sedação leve para pacientes com SCA que estejam tensos ou ® Potente analgésico, com ação vasodilatadora no leito venoso.
inquietos, se não houver contraindicações, preferencialmente com ® A utilização é recomendada quando há persistência de dor após o uso de
benzodiazepínicos em dose baixa (ex.: diazepam, 5 mg, a cada 8 horas). nitrato sublingual, devido ao risco de mortalidade.
® Ação: promove redução da PA, da pré-carga, do consumo de O2
Oxigênio
miocárdico e dos sintomas congestivos (importantes nos casos de
® Todos os pacientes sintomáticos na fase inicial da terapia deve receber congestão pulmonar associada). Além disso, tem efeito ansiolítico.
oxigênio para obter saturação acima de 90%. ® Posologia: 2 a 4 mcg, adm e repetidas conforme necessário.
® Pacientes normoxêmicos: uso de oxigênio por cateter nasal em fluxo ® Contraindicações: pacientes hipotensos e bradicárdicos;
baixo durante as primeira horas. ® Efeitos colaterais: depressão respiratória, rebaixamento do nível de
consciência, hipotensão e bradicardia.
® Antagonista: naloxone. AAS
® Em caso de paciente em uso de AINES, deve ser interrompido o uso
® Ação: inibição irreversível da COX-1, reduzindo a síntese de tromboxano
imediatamente.
A2.
Betabloqueadores ® É considerada a terapia mais importante na redução de morbidade e
mortalidade na IMSSA e IMSA. A adm deve ser imediata, logo na suspeita
® Ação: Os betabloqueadores aumenta o período diastólico e,
de SCA, mesmo antes do diagnóstico.
consequentemente, a perfusão coronariana. Uma vez que a perfusão
® Posologia: dose inicial de ataque 200 a 325 mg, mastigados, para
coronariana ocorre principalmente na diástole, pois na sístole, a
absorção mais rápida, seguido de manutenção diária de 75 a 100 mg, VO,
contração miocárdica impede o fluxo sanguíneo adequado. Além disso,
DU, mantido indefinidamente.
diminuem o consumo miocárdico e os sintomas isquêmicos, facilita o
® Contraindicação absoluta: alergia aos salicilatos.
controle da hipertensão e das taquiarritmias associadas à isquemia aguda
® Contraindicação relativa: úlcera gastrointestinal com ou sem hemorragia,
do miocárdio.
sangramentos ativos.
® É importante não reduzir muito rapidamente a FC e deve-se evitar o uso
em pacientes com congestão pulmonar ou sinais de IC. Outros antiagregantes plaquetários
® Indicação: pacientes com sintomas isquêmicos persistentes após uso de
O clopidogrel e prasugrel são tienopiridínicos oferecidos como pró-drogas, que
nitrato e morfina, importante elevação pressórica ou arritmias
após, sua ativação pelo citocromo P450 no fígado, inibem irreversivelmente o
ventriculares recorrentes.
receptor P2y12.
® Adm VO ou VE, preferência VE, com fármacos de curta duração (ex.:
emolol EV contínuo, 50 a 300 mcg /kg /min, ou metoprolol em bolo de 5 ® Clopidogrel: dose de ataque de 300 mg, VO, manutenção subsequente
mg, seguido de doses suplementares a cada 5 min, até o máximo de 15 com 75 mg ao dia, por um tempo a ser definido conforme o tipo de
mg, se necessário). Nos demais pacientes, pode ser VO (ex: propranolol, tratamento. Se o paciente realizar cateterismo e for identificada
VO, 20 a 80 mg, 6 a 8 horas) necessidade de angioplastia de urgência, deve-se adm novo ataque de
® Contraindicações: broncoespasmo, bradicardia, congestão pulmonar, 300 mg. Deve ser interrompido 5 dias antes de procedimento cirúrgicos
bloqueio atrioventricular, PAS < 90 mmHg ou redução de 30 mmHg em de grande porte.
relação a PA basal. ® Ticagrelor: tem meia vida mais curta, sendo útil em casos de
® Betabloqueadores de canas de Ca+ podem substituir betabloqueadores sangramento. Efeitos colaterais: maior chance de pausas ventriculares na
quando estes forem contraindicados por broncoespasmo ou em casos de fase aguda da SCA, dispneia sem associação com disfunção ventricular.
angina de Prinzmetal. Podem ser úteis como adjuvantes no controle Dose de ataque: 280 mg, seguido de 90 mg a cada 12 h.
pressórico ou em raros casos de isquemia refratária. Não devem ser ® Prasugrel: indicação para pacientes com anatomia coronariana conhecida
utilizados em pacientes hipotensos. e serão submetidos à reperfusão coronariana percutânea. Adm de
® Os não di-hidropriridínicos agem inibindo inotropismo e cronotropismo ataque: 60 mg, seguido de 10 mg para manutenção. É contraindicado
cardíacos e, por isso, são priorizados na SCA, mas devem ser evitados em para pacientes idosos ou com passado de AVE, e sua dose deve ser
pacientes com bradicardia ou bloqueio atrioventricular. corrigida para pacientes com peso < 60 kg. Não é indicado sua uso
juntamente em pacientes submetidos à trombólise química.
Tratamento antiplaquetário
® Inibidores da glicoproteína IIbIIIa: bloqueiam a glicoproteína IIbIIa da ® Inibidor direto do fator Xa.
superfície plaquetária, inibindo a vida final do processo de agregação. O ® Para IMST, quando a opção dor trombólise, a dose é de 2,5mg, VE,
abciximabe é um anticorpo que age diretamente contra os receptores seguida da mesma dose, via subcutânea, ao dia durante a hospitalização
IIbIIIa, enquanto o tirofban é um peptídeo que compete seletivamente (a dose terapêutica é a mesma dose profilática de trombose venosa
com o fibrinogênio por esse mesmo receptor. A dose do tirofiban é 0,4 profunda).
mcg /kg /minutos durantes 30 minutos, seguido de 0,1 mcg/kg/minuto ® Em IMSST não é necessária adm VE.
nas 18 a 24 horas seguintes após angioplastia. ® Não deve ser usada na angioplastia primária.
Tratamento anticoagulante Terapia de reperfusão (exclusivo para IMST)
Heparina não fracionada (HNF) ® Quanto mais precoce dor a restauração do fluxo sanguíneo coronariano
no IMAST, menor será o grau de disfunção ventricular e instabilidade
® Age ativando a antitrombina circulante, uma enzima proteolítica que
elétrica, minimizando o desenvolvimento de IC e o risco de morte.
inativa os fatores IIa (trombina), IXa e Xa. Sua ação principal é de evitar a
® O limite para a reperfusão é de 12 horas após o início dos sintomas,
propagação do trombo, porém, não é capaz de dissolver trombos pré-
porém é preciso cautela (há pacientes que apresentam ciclos repetidos
formados.
de reperfusão espontânea e reoclusão – dor precordial reentrante. E
® Acompanhamento periódico, a cada 6 horas, utilizando o tempo de
também pode haver indicação em pacientes com sintomas entre 12 a 24
tromboplastina parcial ativado (TTPa) e ajustar a dose de acordo com a
horas após o início).
relação dos tempos.
® Escolha da estratégia: para pacientes com tempo de sintomas menor que
® Posologia: inicialmente bolo de 60U /kg /hora (máx. 4.000 UI) seguido de
3 horas e sem atraso para a intervenção, qualquer estratégia pode ser
12 U /kg /hora (máximo 1.000 U /hora), titulada para alcançar a relação
benéfica. Em caso de apresentações tardias, a estratégia invasiva é
de TTPa entre 1,5 e 2,5 ( ou 50 a 70 s). Manter por pelo menos 2 dias ou
superior a farmacológica, pois a fibrinólise é menos eficaz em trombos
até o momento da revascularização
coronarianos mais maduros.
® A contagem de plaquetas também é monitorada.
REFERÊNCIAS
Inicialmente é necessário estabilizar o paciente, deve-se oxigenar em caso de hipoxemia, realizar o acesso venoso central e proceder com monitorização contínua (os sinais
vitais, oximetria, pressão arterial, gasometria, débito urinário), sendo importante manter o paciente em repouso. Logo em seguida, dentro dos primeiros 10 minutos,
solicitar ECG e os marcadores de necrose miocárdica e realizar exame clínico seriado (colhendo mais informações sobre a história e exame físico, e avaliação do nível de
consciência). Simultaneamente administrar AAS, antiagregante plaquetário, inibidor da COX-1 e tromboxano A2; aplicar o nitrato, caso não haja contraindicação, é um
vasodilatador coronário, responsável pela redução do consumo de O2 do miocárdio, e também é usado para controle da dor isquêmica; morfina, para dor caso o nitrato
não tenha obtido esse efeito; se ainda tiver sintomas isquêmicos persistentes, administrar betabloqueador; introduzir clopidrogel, antiagregante plaquetário, inibidor do
receptor P2Y12, e realizar a anticoagulação plena do paciente, fazendo uso da Heparina. Se o resultado do ECG for sem supra, o resultado da troponina irá diferenciar o
IAMSST da AI, se a troponina for positiva confirma IAM, se negativa, é possível que seja AI (ainda assim, é importante continuar realizando o exame a cada 3 horas). Logo
em seguida, iniciar a estratificação de risco, TIMI, se o risco for alto ou intermediário, realizar cateterismo, se o risco for baixo, tratamento conservador mantendo a terapia
farmacológica. Se o resultado do ECG for com supra, independente do resultado da troponina, já confirma IAMCST, deve-se então prosseguir com terapia de reperfusão
imediatamente, para o reestabelecimento o fluxo e reduzir o dano miocárdico, principalmente se o paciente tiver com menos de 12 h do aparecimento dos sintomas. Deve-
se realizar a angioplastia primária em até 90 minutos da admissão hospitalar. Caso o serviço não disponha de laboratório de hemodinâmica e não haja possibilidade de
transferência para angioplastia primária para intervalo de até 120min, deve-se realizar terapia trombolítica. Iniciar uso de beta bloqueador, IECA e estatina precocemente,
nas primeiras 24h da internação, com objetivo de reduzir eventos futuros e melhorar prognóstico do paciente.
Obs.: paciente com hipotensão, bradicardia, não administrar morfina e nitrato. Se o paciente faz uso de medicação para disfunção erétil, e estiver com Infarto do VD, não
administrar Nitrato.