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Fig.1 Progressão da aterosclerose com deposição de lipídios, cálcio e fibrina na íntima da parede das artérias.
A aterosclerose nas artérias coronárias pode causar pelo repouso); nas artérias cerebrais, acidente vascular
infarto e angina (sensação de desconforto no tórax, ou em cerebral (AVC); na circulação periférica, claudicação
região próxima, tipicamente provocado por esforço ou intermitente (sensação de cãibra nas pernas que se torna
ansiedade, em geral, durando alguns minutos, aliviado presente durante exercícios ou caminhadas e ocorre como
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resultado do suprimento de oxigênio diminuído) e de monócitos no subendotélio. Os monócitos
grangrena (morte tecidual quase sempre em massa transformam-se em macrófagos que captam LDL oxidada,
considerável, geralmente com perda de suprimento formando as células espumosas que darão origem as
vascular (nutritivo) e seguida de invasão bacteriana e estrias gordurosas, que são a primeira lesão da
putrefação) e pode afetar também os rins. aterosclerose.
O depósito de lipídios e outros materiais (produtos de O óxido nítrico (ON) é um vasodilatador chave
eliminação celular, cálcio, fibrina) na camada íntima é produzido pelas células endoteliais a partir do aminoácido
chamado de placa ou ateroma. L-arginina. Ele inibe a agregação plaquetária e a
proliferação de células de músculo liso e diminui a
Segundo a Krause, a aterogênese é dividida em 05 aderência de monócitos. Sem a vasodilatação do ON, a
fases e a presença dos fatores de risco influenciam a vasoconstrição aumenta a probabilidade de ruptura da
progressão para lesão mais complicada: placa.
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tamanho e densidade. As lipoproteínas mais densas são Devido à natureza hidrofóbica das gorduras neutras,
as que têm mais proteína e as menos densas, mais lipídios triglicerídeos e éteres de colesterol, o mecanismo de
transporte e distribuição dos lípides no plasma não seria
O colesterol total (CT) tem uma relação positiva direta com possível sem alguma forma de adaptação hidrofílica. Os
DAC. Ele constitui o colesterol contido em todas as lípides são, então, transportados por estruturas micelares
lipoproteínas: complexas, denominadas lipoproteínas, que consistem de
- 60 a 70% encontra-se na LDL uma camada externa que contém proteína (apolipoproteína
- 20 a 30% na HDL e ou simplesmente apo), lípides polares (fosfolípides e
- 10 a 15% na VLDL colesterol não-esterificado) e um núcleo mais terno de
lípides neutros (triglicerídeos, ésteres de colesterol e
IMPORTANTE o CT já foi recomendado como medida vitaminas lipossolúveis).
para triagem de risco, mas hoje, recomenda-se um perfil
completo de lipoproteínas. Apesar disso, uma redução de
10% no colesterol total pode levar ao decréscimo de cerca Lipoproteínas e Metabolismo
de 30% na incidência de DAC. (Krause, 2010).
As lipoproteínas plasmáticas diferem quanto à origem,
Os níveis de CT são afetados pela idade, dieta de alto à proporção das frações lipídica e protéica e quanto às
teor de gordura, gordura saturada e colesterol, genética, propriedades físicas.
hormônios sexuais, esteróides exógenos (anabolizantes ou
hormônios sexuais), drogas (-bloqueadores, tiazídicos), A porção protéica das lipoproteínas, denominada
peso, intolerância à glicose, atividade física, doenças (DM, apolipoproteína (apo), exerce várias funções fisiológicas no
tireóide, fígado) e estação do ano. metabolismo das lipoproteínas: age como co-fatores de
enzimas, ligantes de receptores de superfície celular, além
As lipoproteínas ricas em triglicerídeos (TG) incluem os de permitir a solubilização da macromolécula em meio
quilomícrons e VLDL e outros remanescentes formados no aquoso.
catabolismo. Os IDL, quilomícrons e VLDL remanescentes
são aterogênicos, uma vez que uma vez que ativam as Transporte exógeno de Lipídios (Fig. 02)
plaquetas e a cascata de coagulação, levando a formação
do coágulo. (Obs. na Krause 2010, no quadro de Os lipídios absorvidos são transportados pelos
lipoproteínas fala que os quilomícrons não são quilomícrons, (que possuem apo B-48 como sua principal
aterogênicos, porém, em vários momentos adiante no lipoproteína) através do sistema linfático para a corrente
capítulo fala que são). sangüínea. Na circulação, interagem com a lipoproteína
HDL e recebem coletsterol, apo CII, apo CIII e apo E. Ao
Pacientes com deficiência de lipoproteína lípase (LPL) adquirir apo CII, sofrem a ação da lípase lipoprotéica (LPL)
terão TG muito alto e necessitam de dieta com 10% de que está presente no endotélio capilar da maioria dos
gordura. (Krause). Pacientes com hiperquilomicronemia, tecidos, que hidrolisa os TG que são enviados como
recomenda-se ingestão de no máximo 15% das calorias ácidos graxos para os tecidos extra-hepáticos para
totais na forma de lipídeos. Os indivíduos com níveis utilização.
elevados de TG geralmente evidenciam altos índices de
apo B, possibilitando a essas partícula um longo período Os quilomícrons remanescentes são, então, captados
para depósito dos lipídios na parede arterial. (Krause, no fígado (a apo E que fará a interação dos quilomícrons
2010) com os hepatócitos, promovendo seu reconhecimento para
captação hepática, segundo a Krause (2010), a apo E
também atua inibindo o apetite)
Transporte endógeno de lipídios (Fig. 03) quilomícrions, os TG/fosfolipídios da VLDL sofrem ação da
LPL que hidrolisa os TG que são enviados como ácidos
A VLDL é sintetizada no fígado para transporte de TG graxos para utilização em tecidos periféricos. Os VLDL
e colesterol endógenos (60% da partícula de VLDL é TG). (ricas em apo C e apo E) remanescentes podem ser
A principal apolipoproteína da VLDL é a apo B100. No captados no fígado ou transformarem-se em IDL (ricas em
sangue, as VLDL incorpora, também as Apo CI, CII, CIII e colesterol e em apo E) e, em seguida, LDL (cerca de 50%),
Apo E provenientes das HDL. De modo semelhante aos que farão o transporte de colesterol para os tecidos
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periféricos. A LDL é rica em apo B-100. Após a sua determinantes do nível de colesterol sérico). Um pouco da
formação, 60% da LDL é capturada pelos receptores de LDL pode ser oxidada e captada pelas células endoteliais
LDL no fígado, adrenais e outros tecidos. O restante é e macrófagos na parede arterial, levando aos primeiros
catabolizado através de receptores não renais (tanto o n.° estágios da aterosclerose.
quanto atividade destes receptores são os maiores
Transporte reverso de colesterol (Fig. 04) colesterol (CETP), no plasma, a HDL tranfere ester de
colesterol para quilomícrons e VLDL em troca de TG. O
O colesterol livre nos tecidos extra-hepáticos é remanescente destas lipoproteínas será também captado
esterificado na circulação e transferido para a HDL. Após, no fígado. A HDL é a lipoproteína de maior conteúdo
o transporte reverso de colesterol ocorre por duas vias: 1) protéico, por isso seu papel em dirigir o metabolismo
após ação da lípase hepática que hidrolisa fosfolipídeos e lipídico. A apo A-I é a principal lipoproteína da HDL, e tem
triglicerídeos, as HDL são captadas pelo fígado por meio papel antiinflamatório e antioxidante. A apo C e a apo E da
de receptores específicos denominados SR-BI, que HDL são transferidas para os quilomícrons e VLDL e a apo
captam seletivamente colesterol esterificado e 2) quando E ajuda o fígado a fazer o reconhecimento dos
por ação da enzima proteína de transferência de éster de quilomícrons/VLDL remanescentes.
Colesterol livre dos tecidos extra- Esterificação sérica pela Lecitina Transporte do colesterol esterificado
hepáticos colesterol Acil transferase para HDL
1
2
Ação de hidrólise pela LPL
(presente endotélio células Ação da Proteína de transferência do
musculares e adiposas) colesterol esterificado para a VLDL
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Avaliação de Lipoproteínas identificação de xantomas (depósitos de LDL colesterol)
identifica a maioria dos pacientes.
O perfil de lipoproteínas engloba o colesterol total,
LDL, HDL e TG após jejum de 8-12 horas. O LDL pode ser HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR POLIGÊNICA –
obtido pela fórmula de Friedewald (LDL= CT – HDL – defeitos de vários alelos, sendo o alelo Apo E-4 o mais
(TG/5)), que pode ser usada com valores de TG<400 comum. Verifica-se LDL acima do percentil 90 em dois ou
mg/dl. mais membros de família, sem qualquer xantoma de
tendão. O tratamento é mudança de estilo de vida
Os valores para avaliação de todas as lipoproteínas, associado a drogas hipocolesterolemiantes.
colesterol total e TG encontram-se na tabela 01.
HIPERLIPIDEMIA COMBINADA FAMILIAR – dois ou mais
O colesterol total e o LDL aumentam com o membros de família possuem TG ou LDL acima do
envelhecimento, em média, entre os 20 e os 65 anos percentil 90. Está associada à hiperprodução hepática de
aumentarão 13% em homens e 21% em mulheres. Apo B-100 ou defeito no gene da lípase hepática.
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principais: HAS; idade (>45 para homens e > 55 para Recomenda-se a observação dos seguintes fatores
mulheres); DM; TFG<60ml/min; microalbuminúria e história nutricionais que afetam o LDL (KRAUSE, 2013):
familiar prematura de DCV (homens <55 anos e mulheres
<65 anos). Nos fatores de estilo de vida inclui-se o sono Aumentam LDL Ácido graxo saturado e trans;
insuficiente. Colesterol dietético;
Excesso de peso.
A AHA sugere que a prevenção primária da Doença Diminuem LDL Ácido graxo poli-insaturado;
Arterial Coronariana (DAC) deve começar aos 2 anos de Fibra viscosa;
idade, sendo a atividade física enfatizada para Estanóis;
manutenção de peso ideal. O rastreio precoce é indicado Perda de peso;
em crianças com história familiar de hipercolesterolemia ou Proteína de soja;
DAC. Proteína de soja contendo isoflavonas
(evidência limitada).
Concentrações Colesterol total (mg/dl) LDL (mg/dl)
Aceitável <170 <110
Limítrofe 170 – 199 110 – 129 Hipertensão (HAS):
Alto ≥200 ≥130
- É definida como pressão sangüínea média de 140/90
Fatores de Risco Modificáveis: mmHg ou pelo uso de medicação anti-hipertensiva.
- A prevalência de HAS aumenta com a idade e é maior
Fumo de Cigarro: em negros do que em brancos.
- A HAS causa lesão vascular e estresse do miocárdio por
- É um fator de risco que se torna muito maior quando isso contribui para o avanço da doença cardiovascular.
associado com outros fatores de risco e influencia Além disso, é um fator que compõe a Síndrome
diretamente eventos coronarianos agudos (inclusive Metabólica.
formação de trombos), instabilidade da placa e arritmias. - Chemin é um dos mais importantes fatores de risco
- Mulheres que fumam e usam anticoncepcionais orais tem para as doenças cardiovasculares. Cerca de 25% das
10 vezes mais chance de desenvolver DAC do que as mortes por DAC são explicadas pela HAS.
mulheres sem estes fatores de risco.
- O risco é maior quanto maior o n.° de cigarros e cigarros Hipertrofia ventricular esquerda:
de baixo teor de alcatrão não diminuem o risco.
- O fumo passivo também é considerado um fator de risco. - Há o aumento do ventrículo esquerdo pela HAS e carga
- O fumo diminui o HDL (6-8 mg/dl), aumenta VLDL e de trabalho. Pode ocorrer secundariamente à obesidade.
glicose.
- Cessar o fumo diminui em 50% o risco e após 15 anos o Diabetes Mellitus (DM):
risco é semelhante ao da população geral.
- Chemin é um fator de risco independente para - Tanto DM tipo I quanto tipo II aumenta o risco de DAC.
aterosclerose. Aumenta em 18% a mortalidade - O fator de risco atribuível ao DM é a presença de outros
cardiovascular em homens e 31% em mulheres, para cada fatores de risco concomitantes como dislipidemia, HAS e
10 cigarros fumados ao dia. obesidade.
- Chemin os diabéticos têm 3 a 5 vezes mais risco de
desenvolver doença cardiovascular do que indivíduos não
LDL-colesterol: diabéticos. Cerca de 80% dos diabéticos tem como causa
de morte as doenças cardiovasculares.
- Conclusivamente ligada à doença cardiovascular e Entre os efeitos da hiperglicemia persistente, está a
eventos agudos. formação de produtos finais de glicosilação avançada
- A LDL com o envelhecimento, genética, dieta, baixos (AGE), classe heterogênea de proteínas e lípides
níveis de estrogênio, progestinas, DM, hipotireoidismo, glicosilados que se acumulam no tecido vascular,
síndrome nefrótica, hepatopatia, obesidade e algumas induzindo proliferação celular e a inflamação e,
drogas esteróides e anti-hipertensivas. consequentemente a progressão acelerada da
aterosclerose. O grau de glicosilação é determinado pela
- Dietas com alto teor de gordura e colesterol o LDL
concentração da glicose e pelo tempo de exposição à
porque diminuem os receptores de LDL no fígado, assim,
hiperglicemia. Além disso, alterações hemostáticas
menos LDL é eliminada do plasma e seus níveis
contribuem para a hipercoagulabilidade e um estado pró-
aumentam.
trombótico.
- Os valores para avaliação da LDL encontram-se na
tabela 01, porém pessoas já com doença cardiovascular
Inatividade física:
ou de, o alvo é sempre LDL < 100 mg/dl, pois quanto
menor, há regressão das lesões e retardo do progresso da
- É um fator de risco independente para DAC e da
aterogênese, bem como menor morbi-mortalidade primária
magnitude da hipercolesterolemia, HAS e do fumo.
e secundária.
- O risco de sedentários é 02 vezes maior que a de
Diferentemente, a Krause (2010) coloca que índice de
fisicamente ativos.
LDL-C < 70mg/dl é apropriado para pacientes de risco
- É o fator de risco modificável mais prevalente.
muito alto. (Incluem-se neste grupo, os pacientes
- Uma atividade física de intensidade moderada por 30
diabéticos e os já portadores de doença cardiovascular) e
minutos é recomendável (caminhar, subir escadas,
mantém a recomendação de níveis < 100mg/dl para
jardinagem, limpar a casa). (Krause)
pacientes de alto risco (aqueles com 2 ou mais fatores de
- A atividade física diminui o risco de DAC por retardar a
risco).
aterogênese, aumentar a vascularidade do miocárdio,
aumentar a fibrinólise e modificar outros fatores de risco
como aumentar o HDL, melhorar a tolerância à glicose e
sensibilidade da insulina, auxiliar o controle do peso e
diminuir a pressão sangüínea.
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- Chemin atividade física também melhora a - TG - dieta (vegetariana, baixo teor de gordura,
hipertrigliceridemia. Para alcançar os benefícios, carboidrato refinado) estrógenos, obesidade, DM não
recomenda-se a execução de 3 a 6 sessões por semana, tratado, nefropatia crônica e hepatopatia.
de exercícios aeróbicos com duração de 40 minutos em - TG – perder peso em pacientes com sobrepeso, dieta
média. com baixo teor de gordura saturada e colesterol, baixa
ingestão de carboidratos refinados, aumentar a atividade
HDL-colesterol: física, cessar o fumo, tratar o DM, se presente e diminuir o
consumo de álcool.
- Fator de risco independente negativo para a incidência de
DAC e mortalidade em homens e mulheres (HDL > Lipoproteína (a):
60mg/dl – protetor e HDL< 40mg/dl – fator de risco).
- O mecanismo anti-aterogêncio é desconhecido, mas - Lipoproteína não envolvida no transporte de lipídeos.
sugere-se que pode alterar positivamente o endotélio, além - Tem semelhança estrutural com o plasminogênio, uma
do seu papel no transporte reverso de colesterol que pró-enzima envolvida na quebra de fibrina, porém não tem
auxilia a prevenir o acúmulo de lípides na parede arterial. sua ação, estimulando assim, a fibrinogênese.
- HDL – estrógeno exógeno, exercício, perda de gordura - Não é recomendada dosagem para triagem de rotina.
corporal em excesso e consumo moderado de álcool. - Os seus níveis diminuem com estrógeno, esteróis e
- HDL – obesidade, fumo, esteróis adrenérgicos e niacina.
relacionados (anabólicos, anticoncepcionais com
predominância de progesterona), bloqueadores -
adrenérgicos, hipertrigliceridemia e fatores genéticos.
Adicionalmente, a Krause (2010) coloca a inflamação. Estresse Oxidativo:
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Fatores de risco emergentes – Marcadores - estar fisicamente ativo
Inflamatórios (Krause, 2010/2013) - evitar o uso e a exposição a produtos que contenham
tabaco.
O papel da inflamação na DCV justifica o uso de
marcadores inflamatórios para indicar a presença de Outra estratégia de prevenção primária é a redução de
aterosclerose em indivíduos assintomáticos ou a sua fatores de risco em pessoas que ainda não tem o
extensão em pacientes com sintomas. diagnóstico da doença, sendo que a hipercolesterolemia,
mais especificamente a LDL, tem sido o alvo principal.
Os marcadores mais amplamente estudados são o (Krause)
Fibrinogênio e a proteína C reativa.
Fibrinogênio Dois cálculos são feitos para avaliar o risco de DAC em
- O Fibrinogênio plasmático é um preditor independente de pessoas sem doença estabelecida. Primeiro são contados
risco para DAC. os fatores de risco, a saber: (Krause 2010)
- Os fatores associados ao índice de fibrinogênio elevado
são: Tabagismo, DM, HAS, obesidade, sedentarismo, - Fumo,
níveis elevados de TG e fatores genéticos. - HAS (> 140/90 mmHg ou em uso de medicação
- O de trombos está relacionado ao fibrinogênio hipertensiva)
plasmático. - Baixo colesterol HDL (<40 mg/dl),
- História familiar de DAC prematura (DAC em parente do
Proteína C –reativa (PCR) sexo masculino de primeiro grau com menos de 55 anos e
- Como a aterogênese é um processo inflamatório, a PCR DAC em parente do sexo feminino de primeiro grau com
mostrou-se elevada (> 3) em indivíduos com angina, menos de 65 anos) e
infarto do miocárdio,AVC e doença vascular periférica. - Idade (homens 45 anos e mulheres 55 anos).
- A PCR foi encontrada no ateroma arterial e, portanto, é
considerada agora tanto um fator de risco como um Depois, estes fatores são pontuados, a partir do
AGENTE CAUSAL para a aterotrombose. estudo de Framinghan, levando em consideração a idade
para se determinar o risco de DAC em 10 anos. Este
Os níveis para risco são: sistema classifica o paciente em uma das 03 categorias:
Baixo (< 1mg/L) (Krause, 2010)
Médio (2-3 mg/L) 1. risco alto (isto é, 20% dos indivíduos desenvolverão
Alto (>3 mg/L) DAC ou terão um evento decorrente dentro de 10 anos);
2. risco moderado (isto é, um risco de 10 a 20% de nova
Homocisteína DAC em 10 anos) e
3. baixo risco (menos de 10% de risco).
- É um metabolito da metionina.
- Como fator de risco é controversa, pois está fortemente Obs.: a Krause de 2010 coloca uma classificação adicional
relacionada com outros fatores de risco como idade, fumo, que sería a de risco muito alto (chance > 30% de
pressão sangüínea, colesterol aumentado e sedentarismo. desenvolver DAC em 10 anos)
- Além disso, a creatinina sérica é um forte preditor de
homocisteína plasmática, pois conforme declina a função Segundo Chemin, usam-se as mesmas categorias de
renal, aumenta a homocisteínae baixos níveis de folato e risco acima (alto, moderado ou baixo risco), porém as
vitamina B12 causam aumento da homocisteína, mas seus categorias de risco são definidas da seguinte forma:
baixos níveis não produzem doença cardiovascular. Risco alto: doença cardiovascular estabelecida;
diabetes mellitus; ou > 3 fatores de risco.
- A homocisteína tem sido mais preditora de risco em Risco intermediário: 2 fatores de risco ou
pacientes com insuficiência renal avançada ou naquele síndrome metabólica.
com aterosclerose, pois ela, nestes pacientes, atua como Risco baixo: 0 – 1 fator de risco.
pró-coagulante ou produzindo lesão endotelial.
Nesta classificação são considerados fatores de risco:
- Aumentar a ingestão de vitaminas B6, B12 e ácido fólico HDL baixo, TG alto, hipertensão arterial, diabetes mellitus,
diminuem a homocisteína, porém não se sabe se as fumo, antecedente familiar de infarto ou AVC e idade
doenças cardiovasculares. avançada (homens > 45 anos e mulheres > 55 anos).
(Chemin). As metas de LDL e lipídios não HDL são
Tratamento diferentes para estes pacientes por conta de seu risco e
encontram-se na tabela 04.
Segundo a Krause, a abordagem de saúde pública para
prevenção primária de DAC consiste de quatro diretrizes Tab. 04 Metas de lipoproteínas (mg/dl) para categorias de
dietéticas maiores: risco do estudo de Framinghan
- padrão alimentar saudável global,
- peso corporal apropriado, Categoria Meta LDL Meta Não-HDL
- perfil de colesterol desejável e 1. Alto risco < 100* < 130
- pressão sangüínea desejável. 2. Risco moderado < 130 < 160
3. Baixo risco < 160 < 190
Segundo a Krause (2010), as metas de dieta e estilo * opcional <70mg/dl – Krause de 2010 e <70mg/dl segundo Dan (2009)
de vida propostos para redução do risco de DCV são da para aterosclerose acentuada
American Heart Association (2006):
- consumir uma dieta saudável em geral O ATP III classifica os outros fatores de risco (além
- obter peso corporal saudável dos já citados acima) em fatores de estilo de vida
- obter níveis recomendados de LDL, HDL e TG (obesidade, inatividade física, dieta aterogênica) e fatores
- obter pressão sangüínea normal de risco emergentes (lipoproteína (a), homocisteína,
- obter nível de glicose normal fatores pró-trombóticos e pró-inflamatórios e glicemia de
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jejum alterada). Os fatores de estilo de vida constituem as
áreas de intervenção e os fatores de risco emergentes
guiam as decisões com relação à intensidade da terapia de
redução do risco. Tab. 02 Ácidos graxos saturados (Krause e Dan)
Segundo a Krause, quando se investigam os efeitos Segundo Cuppari (2005) os ácidos graxos de cadeia
dos ácidos graxos sobre os lipídios séricos, 02 pontos de curta como o ácido cáprico (encontrado na carne bovina,
comparação são feitos: como os ácidos graxos se manteiga e coco) não aumentam o colesterol sérico.
comparam quando substituídos por carboidratos e como se
comparam quando eles substituem os ácidos graxos Segundo Chemin, para se diminuir o consumo de AGS
saturados. aconselha-se restrição na ingestão de gordura animal, leite
e derivados integrais, polpa de coco e de alguns óleos
Ácidos graxos Saturados (AGS) vegetais (dendê e coco).
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- Para aqueles com hipertrigliceridemia: 2 a 4 g de
Uma desvantagem dos AG poliinsaturados (AGPI) é a EPA e DHA/dia (Dan, 2009 e Krause, 2010)
suscetibilidade à peroxidação lipídica, quando são
incorporados a LDL, aumentando a fagocitose destes Conteúdo de AG 3 em animais marinhos (por 100g)
pelos macrófagos. A ingestão habitual de AGP6 é de (Chemin)
07% do VET, quantidades aumentadas aumentam a Alimento AG3
oxidação do LDL e por isso, não são recomendadas.
Cavala 1,8 – 5,1
O W-6 exerce efeito adverso na função do endotélio Arenque 1,2 – 3,1
vascular e estimular a produção de citocinas pró-
inflamatórias. Além disso, recomenda-se baixa razão w- Sardinha 1,7
6/w-3. (Krause, 2010)
Salmão 1,0 – 1,4
Segundo a Krause, na dieta se o carboidrato for Atum 0,5 – 1,6
substituído por ácido linoléico ocorre LDL e HDL e se o
Truta 0,5 – 1,6
ácido linoléico substituir AGS na dieta ocorre LDL e
HDL. Um aumento de 1% no VET com base em AGP6 é Linguado 0,2
previsto uma diminuição no colesterol total de
aproximadamente 1,4 mg/dl. KRAUSE (2013) ÁCIDOS GRAXOS POLI-
INSATURADOS (PUFAS) DA SÉRIE ÔMEGA 3: os W3
estimulam a produção de óxido nítrico, que promoveria
Ácidos Graxos Poliinsaturados 3 (AGP3) vasodilatação e relaxamento de vasculatura.
Outro AGP3 é o ácido -linolênico. Ele também é A principal fonte de AGCM é o azeite de oliva, mas
também é encontrado no óleo de canola, azeitona, abacate
essencial ao ser humano e é encontrado em vegetais,
e oleoginosas (castanhas, nozes e amêndoas).
principalmente soja e linhaça.
Segundo a Krause, substituir ácido oléico por HC não
Os AGP3:
produz efeito nas lipoproteínas, mas substituir AGS por
- não afetam o colesterol total,
AGCM diminui o colesterol total, LDL e TG, de maneira
- diminuem os TG (em 25 a 30% - Krause).
semelhante aos AGP.
- aumentam o HDL (Chemin)
- diminuem ou não alteram o LDL em indivíduos
Segundo Chemin, Dan (2009) e Cuppari (2014) o
normocolesterolêmicos
ácido oléico é considerado neutro por não interferir na
-aumentam o LDL em indivíduos
concentração de CT e LDL.
hipercolesterolêmicos, (de 05 a 10% - Krause)
Populações que vivem no Mediterrâneo possuem
menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares em
A ação dos AGP3 na diminuição dos TG ocorre
virtude da principal fonte de gordura ser o azeite (efeitos
porque eles inibem a síntese de VLDL, apo B100 e
anti-inflamatórios) associado com alto consumo de cereais,
diminuem a lipemia pós prandial. A ação na diminuição dos
vegetais e frutas.
TG depende da dose de AGP3.
KRAUSE (2013) – MUFAS: a substituição de ácido oleico
Os AGP3 também afetam outras etapas da por carboidratos quase não tem efeito significativo sobre
aterogênese, pois são precursores de prostraglandinas os lipídios séricos. A substituição de AGS por MUFAS
que interferem na coagulação sangüínea, ou seja, um diminui CT, LDL e TG no mesmo grau que os ácidos
aumento na ingestão de AGP3 leva a um maior tempo de graxos poli-insaturados (PUFAS). Os efeitos dos
sangramento ( viscosidade do sangue). Além disso, MUFAS no HDL depende do conteúdo gorduroso da dieta.
Chemin coloca que os AGP3 auxiliam no relaxamento Quando a dieta fornece mais de 35% do VET como
das artérias, na redução da pressão arterial e também tem lipídios, sendo >15% de MUFAS a concentração de HDL
efeitos antiarrítmicos e anti-inflamatórios. não se altera ou se eleva ligeralmente, quando comparada
com dietas de baixo teor de lipídios.
As recomendações da quantidade ideal de AGP3 na
dieta ainda não está bem estabelecida.
- FAO (Food and Agriculture Administration) e a OMS Ácidos Graxos Trans (AGT)
(Organização Mundial de Saúde) recomendam a ingestão
de 1 a 2% das calorias totais da dieta. (Chemin e Dan, Os AGT contêm pelo menos uma dupla ligação na
2009) configuração trans, os seja os dois átomos de hidrogênio
- A American Dietetic Association (ADA) recomenda o estão em lados opostos.
consumo semanal de 180g de peixes ricos em ômega 3. A dupla ligação trans é resultado da fermentação
(Chemin e Dan, 2009) bacteriana anaeróbica que ocorre em animais ruminantes
- Ingestão de peixe rico em w-3 pelo menos 2x/sem. (5% da gordura total) e é desta forma introduzida na
(Dan, 2009 e Krause, 2010) cadeia alimentar. Também pode ser formada durante o
- Para aqueles com DCV: 1g de EPA e DHA processo de hidrogenação, que solidifica óleos líquidos
combinados/dia. (Dan, 2009 e Krause, 2010) (60% da gordura total produzida), dando origem as
gorduras hidrogenadas, margarinas e shortenings, que são
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usados na composição de sorvetes cremosos, cookies,
chocolates, pães, cremes e sobremesas aeradas, óleos Dietas com baixo teor de gordura só diminuem o LDL
para fritura industrial e molhos para salada (maionese). quando acompanhadas da diminuição de AGS (Adult
Painel Treatment III (ATPIII) – ingestão total de gordura 25-
O AGT mais comum na dieta é o ácido elaídico, que é o 35% e de AGS <7%).
isômero trans do ácido oléico.
Colesterol Dietético
A ingestão desses AG aumenta o risco de DAC. Eles:
- aumentam o LDL, da mesma forma que os AGS O colesterol é encontrado somente em produtos de
- reduzem o HDL origem animal.
Quantidade de Gordura Dietética Tab.03 Quantidade de fibra solúvel diária necessária para
produzir efeitos na diminuição do colesterol (Krause)
A ingestão total de gordura está relacionada com a
obesidade que afeta outros fatores de risco para Fonte Quantidade (g)
aterosclerose. O aumento da ingestão de gordura aumenta Pectina 6-40
a lipemia pós-prandial e os remanescentes de Gomas 8-36
quilomícrons e ambos estão associados com maior risco Psílio 10-30
de DAC. Farelo de aveia seco 25-100
Farinha de aveia 57-140
Segundo o Dan (2009), o excesso de calorias leva ao
Feijões secos ou leguminosas 100-150
aumento do LDL.
A média de diminuição do colesterol com o uso de
Mecanismo de ação: Excesso de gordura excesso de
fibras solúveis é de 14% para hipercolesterolêmicos e de
calorias aumento do peso sobrecarga do fígado
10% para normocolesterolêmicos. (Krause)
produz mais VLDL o excesso desta é transformada em
LDL.
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Os mecanismos propostos para esta ação são: Dentre os compostos estudados salientamos a
1) a fibra se liga aos sais biliares no intestino favorecendo vitamina E, flavonóides, vitamina C e betacaroteno.
a sua excreção e aumentando a necessidade de colesterol
para síntese de novos sais biliares; A vitamina E é o antioxidante mais concentrado
2) as bactérias colônicas fermentam a fibra e produzem carreado na LDL, sendo a sua quantidade 20 a 300 vezes
ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e maior que qualquer outro antioxidante. A função mais
butirato) que inibem a síntese de colesterol. (limitando a importante da vitamina E é prevenir a oxidação de AGP na
ação da HMG-CoA redutase) membrana celular. Parece que a vitamina E e os
carotenóides estão inversamente relacionados com a
Segundo Chemin, o farelo de aveia é o alimento mais doença cardiovascular mas estudos ainda não são
rico em fibras solúveis e com maior capacidade de diminuir conclusivos.
o colesterol sanguíneo, reduzindo a absorção de colesterol
e retardando a digestão das gorduras. A American Heart Association não recomenda a
suplementação de carotenóides ou vitamina E para
A American Heart Association não recomenda a prevenção de DAC.
suplementação de fibras para prevenção de DAC, ainda
que muitas pessoas o façam. Além disso, alimentos com quantidades concentradas
dos fitonutrientes catequinas (uvas vermelhas, vinho tinto,
O Dan (2009), relata ainda algumas funções adicinais das chá verde, chocolate e óleo de oliva) melhoram a
fibras: reatividade vascular. (Krause, 2010)
Redução do colesterol (fibras solúveis)
Redução do triglicerídeo (principalmente fibras Cálcio
solúveis)
Redução da HAS ( solúveis e insolúveis) Parece produzir pequenas diminuições de colesterol
Redução da Glicemia pós- prandial (solúveis e LDL em homens hipercolesterolêmicos, pois
insolúveis) provavelmente este mineral aumenta a formação de
sabões insolúveis com os ácidos graxos disponíveis, mas
Frutooligossacarídeos (FOS) – reduzem o LDL. Segundo maiores pesquisa ainda estão em desenvolvimento.
Chemin também reduzem os TG. O uso de FOS com
alimentos que contêm certos tipos de lactobacilos parece Proteína da soja
potencializar o efeito redutor do perfil lipídico.
Substituir a fonte protéica por soja diminui o colesterol
Álcool total (9%), LDL (13%) e TG (11%) não possuindo efeito
nos níveis de HDL.
O álcool aumenta os TG dependendo da dose e tem
um efeito maior em pessoas com TG > 150 mg/dl. O álcool Os efeitos são adicionais aos da dieta passo I e
também aumenta o HDL, mas seu uso com este objetivo parecem ocorrer somente em pessoas com
não é recomendado. hipercolesterolemia. Há uma resposta dose-dependente de
ingestão de soja e os efeitos são independentes de outros
O resveratrol do vinho (componente antifúngico da fatores de risco.
casca da uva) aumenta o HDL e inibe a oxidação do LDL,
além de reduzir o fibrinogênio. Ingestão de 25g de proteína de soja ao dia com, pelo
menos, 50mg de isoflavonas intactas diminui o LDL em 4 a
Café 8% em pessoas hipercolesterolêmicas e assim, a
incidência de DAC.
Os grãos de café possuem duas substâncias lipídicas,
denominadas cafestol e kahweol, que aumentam o Segundo o Dan (2009), um produto deverá conter
colesterol sérico. 6,25g de proteína da soja ou mais, pouca quantidade de
gordura total (<3g) e gordura saturada (<1g) e possuir
A água quente, utilizada para o preparo do café, baixo teor de colesterol (<20mg) para efetivamente
remove algumas substâncias gordurosas dos grãos e melhorar o perfil lipídico. (Não mencionam o peso total do
estas ficam presentes no líquido que não é coado, produto!!!)
segundo Cuppari (2005), o coador de pano também tem a
capacidade de reter estas substâncias). Portanto a Acredita-se que as isoflavonas possam estar
recomendação é sempre usar o filtro de papel, pois estes relacionadas à prevenção da aterosclerose pelas ações
têm a capacidade de reter as substâncias citadas. que exercem sobre concentração dos lípides plasmáticos,
efeitos antioxidantes, efeitos antiproliferativos e
O consumo de 720 ml de café ao dia aumenta o antimigratórios sobre as células musculares lisas, efeitos
colesterol total (9mg/dl), o LDL (6 mg/dl) e o HDL (4 mg/dl) sobre a formação do trombo e na manutenção da
com efeito maior para o café fervido (método europeu, reatividade vascular normal. (Chemin e Dan, 2009)
expresso ou árabe) do que do café filtrado (método
americano). Porém, os estudos não demonstram relação Porém, segundo a Krause (2010), Somente grandes
entre consumo de café e aumento da incidência e quantidades de ingestão de proteína de soja (pelo menos
mortalidade por DAC. metade da ingestão de proteína diária) podem diminuir o
LDL em pequeno % quando a soja é substituída pela
Antioxidantes proteína animal.
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Estanóis e Esteróis Flavonóides (Cuppari, 2005 e Dan, 2009)
Os esteróis vegetais também são conhecidos como São oxidantes polifenólicos encontrados nos
fitosteróis e são em extrato vegetal de sementes de alimentos, principalmente em verduras, frutas, grãos,
girassol e soja. sementes, castanhas, condimentos e ervas, e também em
bebidas como vinho tinto, suco de uva e chá verde.
Os fitosteróis mais comuns são: sitosterol,
campesterol e estigmasterol. Eles reduzem o colesterol Os flavonóides mais importantes são quercetina
LDL por reduzir a absorção intestinal do colesterol (frutas, grãos, batata, berinjela, feijão marrom e cebola),
exógeno (dietético) e do colesterol endógeno (produzido campferol (rabanete, couve, escarola e nabo), miricetina
pelo fígado e liberado no intestino junto com a bile). (vinhos e suco de uva) e crisina.
Para que o colesterol seja absorvido na luz intestinal, Estudos demonstram relação inversa entre o consumo
ele precisa se tornar solúvel através da sua interação com de alimentos ricos em flavonóides e mortalidade por DAC
a bile e formação de micelas, caso contrário permanecerá em virtude de sua ação na inibição da oxidação da LDL-
insolúvel e será eliminado nas fezes. colesterol e na redução da agregação plaquetária.
Oleuropeína e hidroxitirosol são poderosos
Quando os fitosteróis estão presentes na dieta eles
antioxidantes presentes no azeite de oliva, principalmente
são introduzidos nas micelas, impedindo a entrada ou
no extra virgem.
deslocando o colesterol destas micelas.
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Dislipidemia mista (aumento de CT, LDL e TG)
Na terceira visita (após mais 06 semanas) o tratamento Obs.: segundo a Krause de 2010, a recomendação de fibras
da síndrome metabólica começa se o LDL-alvo for atingido. é de 25-30g/dia. Além disso, a Krause coloca que a perda do
Aumentar a atividade física e diminuir a ingestão de energia excesso de peso é primordial para a redução do LDL,
para facilitar a perda de peso são peças chave para juntamente com as demais medidas dietéticas.
normalizar os fatores de risco da síndrome metabólica.
Segundo a Krause (2010), junto ao padrão dietético de
AEVT, o padrão DASH também é bastante apropriado para
a prevenção e o tratamento de DCV.
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Recomendações dietéticas para hipercolesterolemia – V Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose
Dieta de Alteração do Estilo de Vida (AEVT) (Krause) 3. reduzir o colesterol LDL para menos de 100 mg/dl e
os níveis de não HDL para menos de 130 mg/dl;
O ATP III recomenda a dieta AEVT para a prevenção 4. atividade física moderada por 30 minutos por dia três
primária e secundária da DCV. a quatro vezes por semana;
5. controle de peso para atingir IMC abaixo de 25;
Para atingir os objetivos acima, esta dieta enfatiza os 6. hemoglobina glicosilada abaixo de 7%;
grãos, cereais, leguminosas, vegetais, frutas, carnes 7. uso indefinido de duas drogas anti-hipertensivas após
magras, aves, peixes e produtos lácteos sem gordura. IM, a menos que contra-indicado.
Nenhum grupo alimentar deve ser restringido, é uma
questão de escolha. Normalmente para atingir níveis menores de colesterol
LDL, a terapia de dieta agressiva é necessária.
Nesta dieta, o uso de fibras e ésteres de esterol/estanol
é encorajado. Atualmente os ésteres de estanol/esterol
estão amplamente disponpiveis apenas na margarina. É Tratamento Farmacológico
recomendado também limitar o consumo de sódio a 2400mg
ao dia. A terapia farmacológica segue é dependente da
categoria de risco e do alcance da meta de colesterol
Dietas Agressivas (Krause) conforme a tabela 08.
Para alguns pacientes que consigam seguir e queiram Independente da droga, as alterações do estilo de vida
evitar a terapia com drogas podes ser utilizadas dietas de sustentam todo o tratamento. Uma dieta AEVT com drogas
teor de gordura muito baixo que são eficazes para atingir as pode reduzir os lipídios em até 40%.
metas de lipídio sangüíneo. estas dietas também podem ser
usadas como adjuvante para a terapia de drogas, para As drogas de diminuição dos lipídios uma vez iniciadas são
prevenção secundária e possível regressão das lesões. tais necessárias por toda a vida.
dietas contém:
- quantidade mínima de produtos de origem animal, As classes de drogas englobam:
- AGS (< 3% VET), 1. Seqüestrantes de ácidos biliares (colestiramina)
- colesterol (< 5mg/dia) e 2. Ácido nicotínico
- gordura total (< 10% VET). 3. Inibidores da redutase da HMG-Coa (lovastatina,
provastatina)
4. derivados do ácido fíbrico (clofibrato, genfibrozil),
5. probucol
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Têm-se também as resinas seqüestrantes de sais Os fibratos são drogas que tem maior efeito na redução
biliares (colestiramina) que atuam ligando-se aos ácidos dos TG, pois estimulam a atividade da enzima lípase
biliares no intestino, diminuindo sua absorção e forçando, lipoprotéica, aumentando a retirada de ácidos graxos da
assim, sua maior produção a partir de colesterol hepático, circulação, aumentando a oxidação hepática de sais biliares
precursor de ácidos biliares. e reduzindo a exportação hepática de TG em VLDL.
Categorias de risco Meta de LDL Nível de LDL no qual iniciar Nível de LDL no qual
as aletrações de estilo de considerar farmacoterapia
vida
ICC ou equivalente de risco <100mg/dL ≥100mg/dL ≥130mg/dL
( risco de 10 anos >20%) (100 – 129mg/dL é opcional)
Mais de 2 fatores de risco <130mg/dL ≥130mg/dL Risco de 10 anos: 10 a 20%:
≥130mg/dL
0 a 1 fator de risco <160mg/dL ≥160mg/dL ≥190mg/dL
(160 – 189mg/dL é opcional)
Obs.: O Dan (2009) coloca que o nível de LDL-colesterol ideal para indivíduos com aterosclerose acentuada <70mg/dl e o HDL
deve ser (>40mg/dl para homens e > 50mg/dl para mulheres e diabéticos.
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Tab. 10 Níveis séricos de TG e HDL-colesterol em mg/dl em recomendações de macro e micronutrientes devem
crianças e adolescentes estar de acordo com o quadro clínico e exames
Lipídeos Idade Desejável Risco laboratoriais;
séricos necessidade hídrica do indivíduo adulto em torno de
HDL-c Abaixo 10 > 40 1500 ml ao dia (30 ml/kg/dia) e em idosos mínimo de
anos 1700 ml ao dia (30 kcal/kg/dia).
10-19 anos >30 contra-indica-se o uso de alimentos que dificultem o
TG Abaixo 10 < 100 > 100 funcionamento intestinal, bem como alimentos
anos flatulentos que possam causar desconforto
10-19 anos < 130 > 130 digestório;
considerando a boa evolução do quadro, pacientes
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) infartados podem voltar à alimentação com consistência
normal após o 4° ou 5° dia pós-IAM, desde que já
(CUPPARI, CHEMIN E DAN, 2009)
estejam deambulando.
seguir recomendações do NCEP para prevenir
A principal causa do IAM é a privação de fluxo complicações secundárias.
sangüíneo para o miocárdio. O trombo ocorre sobre uma
placa aterosclerótica complexa e irregular, geralmente
fissurada e ulcerada.
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