Há três tipos de lesões associadas à aterosclerose: estrias gordurosas, placa de
ateroma fibroso e lesão complicada. Os últimos dois são responsáveis por manifestações clínicas significativas da doença. As estrias gordurosas são descolorações amareladas da íntima finas e lisas que aumentam progressivamente, tornando-se mais espessas e ligeiramente mais altas à medida que crescem em comprimento. Histologicamente, consistem em macrófagos e células musculares lisas que se distenderam com lipídios para formar células espumosas. As estrias gordurosas estão em crianças, muitas vezes, já no primeiro ano de vida. Isso ocorre independentemente de condição geográfica, sexo ou raça. Elas aumentam em número até aproximadamente 20 anos de idade e então permanecem estáticas ou sofrem regressão. Danos ao endotélio representam um marcador precoce de que mais tarde podem se tornar placas ateroscleróticas. Uma vez que o endotélio é danificado, monócitos e lipídios circulantes começam a aderir à superfície. Esta placa de ateroma fibroso é caracterizada por uma aparência acinzentada ou perolada, devido à existência de macrófagos que ingerem e oxidam as lipoproteínas acumuladas, formando uma faixa visível de gordura. Com o tempo as faixas de gordura crescem e proliferam na musculatura lisa. À medida que as lesões aumentam de tamanho, passam a invadir o lúmen da artéria. Os macrófagos liberam substâncias que provocam inflamação e, por fim, podem ocluir o vaso ou predispor à formação de trombos, causando redução no fluxo sanguíneo. Como o fluxo sanguíneo está relacionado com a quarta potência do raio do vaso, a redução no fluxo sanguíneo se torna cada vez maior à medida que a doença progride. As lesões mais avançadas, ditas complicadas, contêm hemorragia, ulcerações e depósitos de tecido cicatricial. Trombose é a complicação mais importante da aterosclerose. A desaceleração e turbulência do fluxo sanguíneo na região e a ulceração da placa causam a formação do trombo. O trombo pode provocar a obstrução de pequenos vasos do coração e do encéfalo. Além disso, podem se desenvolver aneurismas nas artérias enfraquecidas pela formação de uma grande placa. Macrófagos ativados liberam radicais livres que oxidam as moléculas de LDL. O LDL oxidado é tóxico para o endotélio, causando a perda de células endoteliais e a exposição do tecido subendotelial aos componentes sanguíneos. Isto leva a adesão e agregação plaquetária e deposição de fibrina. As plaquetas e os macrófagos ativados liberam vários fatores que possivelmente promovem os fatores de crescimento capazes de modular a proliferação de células musculares lisas e a deposição de MEC nas lesões. Os macrófagos ativados também fagocitam as moléculas oxidadas de LDL (por captação mediante o receptor scavenger) para se transformar em células espumosas, que estão em todas as fases de formação da placa aterosclerótica. Os lipídios liberados das células espumosas necróticas se acumulam para formar o núcleo lipídico das placas instáveis. As placas instáveis se caracterizam histologicamente por um grande núcleo central lipídico, infiltrado inflamatório e uma cápsula fibrosa fina. Estas placas “vulneráveis” podem se romper (ruptura da placa), muitas vezes, no “ombro” da placa, onde a cápsula fibrosa é mais fina (devido a células inflamatórias locais e mediadores capazes de degradar essa cápsula) e as tensões mecânicas são mais fortes. Manifestações clínicas: A aterosclerose começa como um processo insidioso, e as manifestações clínicas da doença tipicamente não são evidentes por um período de 20 a 40 anos ou mais. As placas fibrosas comumente começam a aparecer nas artérias na terceira década de vida. As manifestações clínicas da aterosclerose dependem dos vasos envolvidos e do grau de obstrução. As placas ateroscleróticas (lesões) produzem seus efeitos por meio de: Estreitamento do vaso e produção de isquemia Obstrução súbita do vaso devido à hemorragia ou ruptura da placa Trombose e formação de êmbolos resultantes dos danos ao endotélio vascular Formação de aneurisma devido ao enfraquecimento das paredes do vaso. Em vasos de maior calibre, como a aorta, as complicações importantes são a formação de trombos e o enfraquecimento da parede vascular. Em artérias de médio porte, como as artérias coronárias e cerebrais, isquemia e infarto devido à oclusão do vaso são mais comuns. A aterosclerose pode afetar qualquer órgão ou tecido; mais frequentemente envolvem as artérias que abastecem o coração, encéfalo, rins, membros inferiores e intestino delgado. Placas estáveis versus instáveis. Existem dois tipos de lesões ateroscleróticas: Placa fixa ou estável, que obstrui o fluxo sanguíneo Placa instável ou vulnerável (ou placa de alto risco), que pode romper e causar adesão de plaquetas e formação de trombos. A placa fixa ou estável está implicada comumente nos casos de angina estável, enquanto a placa instável está associada à angina instável e ao infarto do miocárdio. Na maioria dos casos, as alterações súbitas das placas seguidas de trombose causam isquemia miocárdica associada à angina instável, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico (AVE) e, em muitos casos, morte cardíaca súbita (MCS). Os determinantes principais da suscetibilidade das placas à ruptura são o diâmetro do centro rico em lipídios, a estabilidade e a espessura da cobertura fibrosa, a existência de inflamação e a escassez de células musculares lisas. As placas com cobertura fibrosa fina sobre um centro lipídico volumoso acarretam risco elevado de ruptura. Embora a ruptura da placa possa ocorrer espontaneamente, em geral isso é desencadeado por fatores hemodinâmicos como características do fluxo sanguíneo e tensão do vaso sanguíneo. Por exemplo, um pico repentino de atividade simpática com aumentos da pressão arterial, da frequência cardíaca, da força das contrações cardíacas e do fluxo sanguíneo coronariano parece aumentar o risco de ruptura das placas. Na verdade, muitos pacientes com infartos do miocárdio referem um evento desencadeante, na maioria dos casos estresse emocional ou atividade física. A ruptura da placa também mostra variações diurnas, porque ocorrem mais comumente nas primeiras horas da manhã, sugerindo que fatores fisiológicos (p. ex., aumentos repentinos do tônus e da pressão arteriais) possam predispor à ruptura das placas ateroscleróticas e deposição subsequente de plaquetas. Alguns estudos sugeriram que o sistema nervoso simpático seja ativado nas primeiras horas da manhã, resultando em alterações da agregação plaquetária e da atividade fibrinolítica, que tendem a predispor à trombose. Trombose e obstrução vascular. A trombose localizada que ocorre depois da ruptura de uma placa resulta de uma interação complexa entre seu centro lipídico, as células musculares lisas, os macrófagos e o colágeno. O centro lipídico é um estímulo para a agregação plaquetária e a formação de trombos. As células musculares lisas e as células esponjosas do centro lipídico contribuem para a expressão do fator tissular nas placas instáveis. Quando fica exposto ao sangue, o fator tissular ativa a via extrínseca da coagulação, resultando na formação local de trombina e na deposição de fibrina. As plaquetas desempenham um papel importante na relação entre ruptura das placas e DAC aguda. Como parte da resposta à ruptura das placas, as plaquetas aderem ao endotélio e liberam substâncias (i. e., difosfato de adenosina [ADP], tromboxano A2 e trombina) que promovem mais agregação das plaquetas e formação de trombos. A membrana da plaqueta, que contém receptores glicoproteicos que se ligam ao fibrinogênio e aderem as plaquetas umas às outras, contribui para a formação do trombo. A adesão e a agregação das plaquetas ocorrem em várias etapas. Primeiramente, a liberação de ADP, tromboxano A2 e trombina inicia o processo de agregação. Em segundo lugar, os receptores de glicoproteína IIb/ IIIa da superfície plaquetária são ativados. Por fim, o fibrinogênio ligase aos receptores de glicoproteínas ativados, formando ligações entre plaquetas adjacentes. Existem dois tipos de trombos formados como consequência da ruptura das placas: trombos brancos contendo plaquetas e trombos vermelhos contendo fibrina. Os trombos da angina instável foram caracterizados por sua coloração brancoacinzentada e provavelmente são ricos em plaquetas, enquanto os vermelhos, que se desenvolvem com as obstruções vasculares associadas ao infarto do miocárdio, são ricos em fibrina e hemácias superpostas ao componente plaquetário e obstruem totalmente o fluxo sanguíneo. ANGINA INSTÁVEL Infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST AI/IMSEST é considerada uma síndrome clínica de isquemia miocárdica, que varia de angina estável até infarto do miocárdio. Nos casos típicos, a AI e o IMSEST diferem pelo fato de a isquemia ser suficientemente grave para causar lesão miocárdica suficiente para liberar quantidades detectáveis de marcadores cardíacos no soro. Os pacientes que não apresentam sinais de marcadores séricos de lesão miocárdica são classificados como portadores de AI, enquanto o diagnóstico de IMSEST é estabelecido quando há um marcador sérico de lesão miocárdica detectável. A fisiopatologia de AI/IMSEST pode ser dividida em cinco fases: 1. Formação da placa instável que se rompe, ou erosão da placa com trombose não obstrutiva superposta 2. Obstrução causada por espasmo, constrição, disfunção ou estímulos adrenérgicos 3. Estreitamento grave do diâmetro interno da artéria coronária 4. Inflamação 5. Qualquer condição fisiológica que cause isquemia associada à redução da irrigação sanguínea, inclusive febre ou hipotensão. A inflamação pode desempenhar um papel proeminente na instabilidade da placa, já que as células inflamatórias liberam citocinas que tornam a cobertura fibrosa mais delgada e mais vulnerável à ruptura ou à erosão. A dor associada a AI/ IMSEST é grave e persistente e caracteriza-se por no mínimo um dos três aspectos citados a seguir: 1. Ocorre em repouso (ou com esforço mínimo) e, em geral, persiste por mais de 20 min (se não for suprimida por nitroglicerina) 2. É grave e descrita como dor inquestionável de início recente (i. e., no último mês) 3. É mais grave, persistente ou frequente que a dor que o paciente sentia antes. A estratificação do risco dos pacientes que se apresentam com AI/IMSEST é importante porque o prognóstico pode variar de excelente (com pouca alteração do tratamento usado antes) até IMSEST ou morte (com necessidade de tratamento intensivo). AI/IMSEST é classificada por gravidade com base na história clínica, no padrão do ECG e nos biomarcadores séricos. A classificação dessa síndrome é a seguinte: 1. Classe I (angina grave de início recente) 2. Classe II (angina em repouso no último mês, mas não nas últimas 48 h) 3. Classe III (angina em repouso nas últimas 48 h). O padrão eletrocardiográfico de AI/IMSEST revela depressão do segmento ST (ou elevação transitória do segmento ST) e alterações da onda T. Estudos demonstram que o grau de desvio do segmento ST é um indicador importante da gravidade da isquemia e do prognóstico. CARDIOPATIA ISQUÊMICA CRÔNICA A isquemia miocárdica ocorre quando a capacidade de as artérias coronárias fornecerem sangue não é suficiente para atender às necessidades metabólicas do coração. Na maioria dos casos, as reduções do fluxo sanguíneo coronariano são causadas por aterosclerose, mas vasospasmo pode ser um fator desencadeante ou contribuinte. Existem vários tipos principais de cardiopatia coronariana isquêmica crônica: angina estável crônica, isquemia miocárdica assintomática, angina vasospástica ou variante, dor torácica com angiografia coronariana normal e miocardiopatia isquêmica. ANGINA ESTÁVEL A angina estável crônica está associada a uma obstrução coronariana fixa, que acarreta desproporção entre o fluxo sanguíneo coronariano e as necessidades metabólicas do miocárdio. Angina estável é a primeira manifestação clínica da cardiopatia isquêmica em cerca de 50% dos pacientes com DAC. Embora a maioria dos pacientes com angina estável tenha cardiopatia aterosclerótica, uma parcela expressiva dos pacientes com aterosclerose coronariana avançada não tem angina. Isso provavelmente ocorre em razão de seu estilo de vida sedentário, do desenvolvimento de circulação colateral adequada, ou da incapacidade de sentir dor desses indivíduos. Em muitos casos, ocorrem infartos do miocárdio sem história de angina. Em geral, a angina de peito é desencadeada por condições que aumentam as demandas cardíacas, inclusive esforço físico, exposição ao frio e estresse emocional. Nos casos típicos, a dor é descrita como uma sensação de aperto, esmagamento ou sufocação, é contínua e aumenta em intensidade apenas no início e no final do episódio. A dor da angina geralmente se localiza na área precordial ou subesternal do tórax e é semelhante à dor do infarto do miocárdio, porque pode irradiar para o ombro esquerdo, a mandíbula, o braço ou outras áreas do tórax. Em alguns pacientes, a dor no braço ou no ombro pode ser confundida com artrite; em outros, a dor epigástrica é confundida com indigestão. A angina geralmente é classificada de acordo com sua ocorrência aos esforços ou em repouso, ou se tem início recente ou gravidade crescente. Tipicamente, a angina estável crônica é desencadeada por esforços ou estresse emocional e atenuada depois de alguns minutos em repouso ou com o uso de nitroglicerina. A demora de mais de 5 a 10 min até que ocorra alívio da dor sugere que os sintomas não sejam devidos à isquemia, ou que sejam causados por isquemia grave. A angina que ocorre em repouso tem início recente, ou mostra intensidade ou duração crescente indica risco mais alto de infarto do miocárdio e deve ser avaliada imediatamente com base nos critérios de SCA. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da angina baseia-se na história detalhada da dor, na existência de outros fatores de risco, nos exames conservadores e invasivos, assim como nos exames laboratoriais. As causas não coronarianas de dor torácica, inclusive refluxo esofágico ou distúrbios musculoesqueléticos, devem ser excluídas. Os exames não invasivos para angina estável crônica incluem ECG, ecocardiograma, prova de esforço (teste ergométrico), cintigrafia cardíaca, TC e, possivelmente, RM cardíaca. Como o ECG em repouso geralmente é normal, a prova de esforço frequentemente é realizada para avaliar pacientes com angina. A isquemia assintomática em repouso pode ser detectada por dor torácica típica ou alterações do segmento ST do ECG desencadeadas por esforço. Embora os testes não invasivos sejam úteis ao diagnóstico da angina estável crônica, a cateterização cardíaca e a arteriografia coronariana são necessárias para confirmar o diagnóstico definitivo. Os marcadores bioquímicos séricos de infarto do miocárdio são normais nos pacientes com angina estável crônica. Também é frequente apresentar anormalidades metabólicas, inclusive hipercolesterolemia e outras dislipidemias, intolerância aos carboidratos e resistência à insulina. Segundo a sociedade brasileira de cardiologia a SCA compreende manifestações clinicas compatíveis com isquemia miocárdica -que é a lesão no tecido em resposta a falta de fluxo sanguíneo em segundos- (ponto de partida para a SCA independente de qual tipo seja) e são divididas em dois grandes grupos dependendo dos achados eletrocardiográficos: • Com supradesnivelamento do segmento ST: Tem como exemplo IAM com Supra ST caracterizado por alto risco de insuficiência cardíaca e alta taxa de mortalidade • Sem supradesnivelamento do segmento ST: Tem como exemplo a Angina instável (AI) e IAM sem supra ST Ambos grupos tem alterações eletrocardiográficas semelhantes, mas anatopatologicamente existe diferença distinta (necrose). A SEM supra desnivelamento pode seguir em 2 opções de alterações: • A ST pode se manter isoelétrica, não se modificando • A ST pode realizar um infredesnivelamento A isquemia pode ter lesão tanto reversível como irreversível, que é quando dura por um certo tempo e se evoluciona para necrose. A isquemia ocorre nos 3 processos patológicos (IAMCSST, IAMSSST e AI) nessa fase podem ser revertidos, mas necrose só ocorre nos IAMs que só se pode parar sua evolução, mas nunca reverter. Uma angina não pode evoluir para infarto, a isquemia já surge predisposta para o infarto ou angina. Para diferenciar a AI do IAM, os sintomas (dor) da angina instável duram em média de 5 a 10 min, ela surge independente do estado do paciente (esforço pode desencadear a angina instável, mas ela também pode ocorrer com o paciente em repouso) e o tempo máximo que ela vai estar agudo é de 30 min depois desse tempo o quadro vai regredir, diferente da angina crônica que a dor surge a cada esforço que o paciente fizer. Passou de 30 minutos a dor aguda, então já é IAM. O musculo cardíaco demanda de X de fluxo, normalmente as coronárias fazem perfusão de 2X, ou seja, mais que o necessário, porque o musculo cardíaco mediante a esforço vai necessitar mais fluxo e as coronárias tem que ter capacidade de perfundir mais que a demanda anterior (em repouso). O “protetor” do musculo cardíaco é o musculo esquelético, quando se tem uma grande força/resistência muscular esquelética, o coração faz pouco esforço (pessoa que faz exercício físico e tem uma hipertrofia muscular). Se uma pessoa faz um esforço que supere a força que seu musculo esquelético pode exercer, o musculo cardíaco começa a ser forçado. Caso clinico isquemia por esforço físico: Homens a partir dos 45 anos começam a ter músculos atrofiados pela queda de testosterona, caso esse paciente faça esforço que supere sua capacidade física e tenha comprometimento (ex.: placa aterosclerótica) de suas coronárias que não conseguem atingir o 2X de fluxo para suprir a demanda do musculo cardíaco, causa uma isquemia. Caso de isquemia sem esforço: Paciente já tinha uma obstrução em suas artérias coronárias, mas como é hipertenso, rompe o endotélio da placa aterosclerótica, causando um efeito trombótico/trombo e diminuindo a perfusão, não conseguindo atingir o mínimo da demanda que o musculo cardíaco necessita, gerando uma isquemia. (Essa situação pode ser por rompimento da placa de aterosclerose, trombo e vaso espasmos, mas normalmente nesse último caso o espasmo cessa naturalmente e temos apenas um quadro de angina). A placa ateromatosa que gera mais infarto é a placa instável. A prevenção de novas placas e a estabilidade da placa existente é o que previne o infarto agudo, já que não podemos retirar as placas. Evolução fisiopatológica da SCA Começando com inflamação endotelial da placa de ateroma, desestabilizando a placa e a rompendo. O rompimento causa obstrução do vaso, começando o processo de isquemia e o primeiro sintoma será dor. Passados os 30 minutos já sai do estudo da angina e entra para o estudo do IAM. A necrose começa em um tempo promédio de 15 a 20 minutos, sendo pequenas estrias de necrose dentro da angina, passado uma hora já se estabeleceu a necrose. Em algumas literaturas afirma que a disfunção miocárdica começa após a morte do tecido, mas após o primeiro minuto da lesão (isquemia) já existe uma falha de bomba cardíaca. Começa com estenose, ateroma ou trombose do local lesionado, ou seja, qualquer coisa que gere uma redução da perfusão sanguínea e diminua a oxigenação do tecido e glicose para gerar energia (a diminuição de glicose não é tão grave, pois as células podem tentar outras vias de energia a um prazo, a maior afetação é a diminuição do O2). Automaticamente, dentro das células do miocárdio (miocardiocito) começam a tentar gerar energia a partir de mecanismos anaeróbios gerando acumulação de ácido lático (reduzindo o pH da célula/acidez celular) e parando os canais iônicos, alterando os potenciais de ação. Essa alteração dos potencias que levam a alteração de bomba cardíaca. À medida que aumenta o nível de ácido lático, também começa a formação de espécies reativas de oxigênio/processo de oxidação (ROS) que são elementos de deterioração celular e leva propriamente a lesão celular. Alteração de onda T e do segmento ST são transtornos de repolarização. Essas alterações vão está presente na artéria que foi obstruída. Onda Q anômala é exclusivo do IAMCSST ou necrose de grande tamanho. O surgimento da onda Q significa que o infarto já se estabelecer, descartando totalmente a possibilidade de Angina. Se o eixo elétrico e o vetor de despolarização estiverem na mesma posição, a onda é positiva. (Subepicárdica: lesão no epicárdico): indicação de IAMCSST Se o eixo e o vetor estiverem em direções contrárias, a onda é negativa. (Subendocárdica: lesão no endocárdio): indicação angina instável ou IAM sem supra ST Sempre o vetor elétrico vai em direção a lesão. TRATAMENTO FARMACOLOGICO DA ISQUEMIA O Oxigênio ajuda a oxigenar a hemoglobina Opiaceos para diminuir a dor e demanda funcional cardíaca/ “Acalma o coração” fazendo com o que o pouco de fluxo que está chegando ao musculo seja o suficiente para mantê-lo, porem diminuem também a capacidade respiratória do paciente Nitratos geram vasodilatação Anti-hipertensivos controlam a isquemia e previne que não prejudique outros vasos Beta bloqueadores diminuem a atividade adrenérgica (diminuindo força e frequência cardíaca) Antiplaquetários para inibir a aderência de plaquetas nas paredes dos vasos Anticoagulantes diminuem a cascata de coagulação (inibe o efeito trombótico) Hipolipemiante faz a prevenção a longo prazo e estabilizar a placa de ateroma existente QUAL O OBJETIVO DO PRONTUÁRIO MÉDICO DO PACIENTE? O principal objetivo do prontuário é servir como base para a comunicação entre profissionais de saúde, integrando e garantindo a continuidade do tratamento. As informações também dão maior segurança ao paciente, que tem o direito de ser esclarecido sobre o documento. É importante lembrar que, apesar do nome, documentos que constam no prontuário médico podem ser produzidos por outros profissionais da saúde, como enfermeiros e dentistas. Qual a importância de um bom prontuário do paciente? O prontuário é um suporte essencial para a prestação de cuidados de saúde, sendo protegido pelo sigilo médico.Quando preenchido de maneira completa e correta, esse documento simplifica a identificação de doenças, riscos no tratamento e a escolha da abordagem mais adequada a cada paciente. Isso porque o documento serve como um histórico de saúde, mostrando lesões, cirurgias, internações e outros dados relevantes sobre o indivíduo. Em caso de suspeita de erro médico, autoridades como a polícia, Justiça e o Conselho Federal de Medicina utilizam o prontuário para verificar se houve, de fato, imprudência, imperícia ou negligência. Anamnese Anamnese pode ser definida como uma entrevista com o paciente, na qual o médico ou profissional de saúde se informa sobre queixas, sintomas e fatores que podem influenciar no desenvolvimento de doenças. Essa entrevista é a primeira etapa da avaliação clínica – que inclui exame físico, hipótese diagnóstica e plano terapêutico -, e tem por objetivo auxiliar no diagnóstico e conduta adotada posteriormente. A suspeita clínica para o sintoma falta de ar, por exemplo, pode ser diferente para um fumante ou uma pessoa que não tem esse vício, já que o cigarro tem substâncias tóxicas que irritam as vias aéreas e está fortemente atrelado a patologias como o câncer de pulmão. Durante a entrevista com o paciente, o médico também se informa sobre doenças crônicas e outros eventos de saúde. Plano terapêutico É o trecho do prontuário médico no qual aparecem as hipóteses diagnósticas formuladas após anamnese e exame clínico, bem como o tratamento adotado. Todas essas recomendações e prescrições de medicamentos deverão constar no plano terapêutico. Laudos de exames Dependendo da hipótese e do paciente, o médico pode solicitar exames para confirmar a suspeita clínica. Os resultados do exame são registrados no laudo médico, produzido e assinado por um especialista na área do teste. Pedidos e laudos de cada exame realizado devem ser arquivados no prontuário médico. Prescrição médica Também conhecida como receita, é uma ficha impressa ou digital que serve para oficializar as recomendações médicas. A prescrição faz parte dos registros do tratamento adotado e, portanto, do prontuário. Evolução médica e da enfermagem Nesta parte, profissionais de saúde que prestaram atendimento ao paciente descrevem procedimentos, determinando sua data e hora. Independentemente da formação, cada profissional deve se identificar, anotando nome e registro no devido conselho de classe. Se o prontuário estiver em papel, é obrigatório que a evolução do paciente seja relatada em letra legível, seguida pela assinatura do médico ou enfermeiro responsável.