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Técnicas e fundamentos

em banco de sangue

Fracionamento, armazenamento e
transporte de hemocomponentes

Prof. Conceição
Soluções anticoagulantes
e aditivas
● CPDA – solução anticoagulante e conservante
composta por ácido cítrico, citrato de sódio,
fosfato de sódio e dextrose

● SAG-M – solução aditiva com soro fisiológico,


adenina, glicose e manitol
● Bolsa
convencional

● Bolsa top and


bottom
Filtros
Filtros de bancada ou beira de leito
Bolsa convencional com filtro in line (acoplado)
Tempo de infusão
● CH

Geralmente o tempo de
infusão é de 2 horas, não
devendo exceder 4 horas.
Tempo de infusão
● Plasma Fresco Congelado (PFC)
Somente deve ser utilizado se não houver à disposição
produtos industrializados (hemoderivados)
específicos.
● Deve ser descongelado em temperaturas entre 30°C e
37°C
● Transfundido até 4 horas após o descongelamento
● A infusão deve ser rápida.
Tempo de infusão
● Crioprecipitado
Componente plasmático obtido a partir do
descongelamento até 4°C de uma unidade de PFC e
da retirada do plasma sobrenadante. É a fração do
plasma insolúvel a frio.
●Após o descongelamento, deve ser transfundido
dentro de 4 horas.
●A infusão deve ser rápida em aproximadamente 15
minutos
Tempo de infusão
● Concentrado de Plaquetas Randômicas
Preparado a partir de uma unidade de sangue total, por
centrifugação do plasma rico em plaquetas.
O volume final é de aproximadamente 50 a 70ml e
contém, no mínimo 5,5 x 1010 plaquetas.
● É armazenado em temperaturas que variam entre 20 e
24°C, em movimentação constante.
● Tem validade de 5 dias, a partir da coleta.
Tempo de infusão
● Pool de Concentrado de Plaquetas
Obtido a partir de 4 a 5 unidades de sangue total, por
meio de centrifugação e separação da camada
leucoplaquetária (buffy coat).
● Cada bolsa de pool contém aproximadamente 3,0 x 1011
plaquetas em 250 a 300 ml de plasma.
● Deve ser armazenada em temperaturas entre 20 e 24°C e
em movimentação constante.
● Tem validade de 5 dias, a partir da coleta.
Introdução

O processo de fracionamento do sangue divide-


se em:
• Recebimento, registro e pesagem do ST.
• Descanso das bolsas (recomendável pelo menos 1 hora).
• Centrifugação.
• Extração das fases separadas na centrifugação.
• Finalização do processamento e armazenamento dos
hemocomponentes produzidos (estoque de bolsas não
liberadas).
Recebimento, registro e
pesagem do ST
● Avaliação das bolsas (se estão íntegras, identificação
do doador, código de barras estão fixadas no lugar
correto)
● Pesagem (para cálculo de volume)
Descanso das bolsas

● Descanso – 1 h na bancada ou em alguma cesta de


forma que não fiquem empilhadas umas sobre as outras.

● Objetivo: possibilita que agregados de plaquetas que se


formam durante o ato de coleta possam se desfazer e
assim facilitar a sua separação.

Para produção apenas de concentrado de hemácias e plasma fresco


congelado, as bolsas de ST devem ser acondicionadas o mais
brevemente possível, após a coleta, a 4°C ± 2°C
Centrifugação

● As diferentes densidades e tamanhos das células do


sangue permitem sua separação pode meio da
centrifugação diferencial a fim de obter os diversos
hemocomponentes.
● Realizado em centrífugas refrigeradas
● Para realizar a separação dos componentes do
sangue, a centrífuga imprime uma força de rotação
aumentando o campo gravitacional da Terra e, dessa
maneira, diminui o tempo de sedimentação dos
componentes do sangue.
● Centrífuga
Centrifugação

A primeira etapa na preparação dos hemocomponentes


é a centrifugação primária do ST.
● CH e Plasma:
- “centrifugação pesada” (usualmente 5.000 X g por 7
minutos) em temperatura de 4ºC
- serão obtidas uma unidade de CH e uma unidade de
plasma que será fresco ou não
● CH, Plasma e plaquetas:
- São utilizadas duas técnicas de centrifugação: técnica de
PRP (plasma rico em plaquetas) ou a metodologia do buffy
coat.
Centrifugação
Centrifugação
• PRP
− Utiliza bolsas convencionais
− Centrifugação à temp ~ 20ºC em uma “centrifugação leve”
− De forma que haverá a separação do sangue em duas
fases:
• Superior : uma suspensão de plaquetas e plasma (PRP)
• Inferior: hemácias e os leucócitos.
− Após a extração das fases, o concentrado de hemácias
estará pronto e o PRP deverá ser centrifugado novamente
− desta vez, em uma “centrifugação pesada” (plaquetas
sejam sedimentadas e seja possível separar o plasma do
concentrado de plaquetas deixando no CP um volume de
plasma (de 40ml a 70ml)
Possibilita o uso de extratores manuais.
Centrifugação
• buffy coat
− São utilizadas as bolsas Top and Bottom
− Centrifugado em temperatura de 20°C ± 2°C a uma
rotação alta
− Dessa maneira, a estratificação do sangue é feita
em três fases
− No fundo da bolsa, ficam as hemácias.
− Em seguida, é formada uma camada com leucócitos e
plaquetas (buffy coat)
− Superiormente, fica o plasma.
Centrifugação
• buffy coat
− Apresenta uma particularidade
Se a bolsa utilizada for quádrupla, é formado o
concentrado de plaquetas com volume de 40ml a 70ml
será obtido após uma segunda centrifugação (leve).
Se a bolsa for tripla, é formado um pool com 4 ou 5 buffy
coats usando sistemas de conexão estéril para, em
seguida, esse pool ser centrifugado em baixa rotação, ser
retirado o sobrenadante e formado o pool de plaquetas.

pools com o mesmo grupo sanguíneo ABO e que sejam


negativos nos testes sorológicos e moleculares.
Utiliza extratores automáticos
Extração das fases
separadas na centrifugação
• podem ser realizada através de dois tipos de
equipamentos
1. Extrator manual de plasma
Possui placas que funcionam como uma prensa, possibilitando a
transferência do material da bolsa matriz para as satélites.
2. Extrator automático
Equipamento eletrônico.
− realiza todas as selagens necessárias nos segmentos
− possui balanças acopladas para a pesagem dos produtos
− possibilita o registro de várias informações como operador do
equipamento, centrífuga utilizada, caçapa utilizada, entre outras
● Extrator manual de plasma
● Extrator
automático
Finalização do processamento e
armazenamento dos
hemocomponentes produzidos
• CH
− Homogeneização
− Selagens
− Armazenado entre 2°C e 6°C
• PFC
− Inspeção a fim de avaliar se há alguma alteração de cor ou
outras alterações que impeçam o seu uso.
− Pesagem
− Congelamento em o máximo de duas horas e a temperatura
interna deverá atingir -30°C ou mais frio.
Finalização do processamento e
armazenamento dos
hemocomponentes produzidos
• CP
− Descanso sobre uma bancada ~ 1h
− Inspecionar as bolsas para verificar as possíveis mudanças
de coloração
− Armazenado entre 20 °C e 24°C.
Rotulagem e
armazenamento
• Antes de efetuar a rotulagem das bolsas, é importante
fazer uma nova inspeção para avaliar se elas apresentam
algum tipo de problema
− Presença de furos
− se o CH não apresenta coágulos ou hemólise
− se o plasma e o concentrado de plaquetas apresentam alguma
alteração de cor
− se as plaquetas estão agregadas.
− swirling nas bolsas de plaquetas - que consiste em posicionar a
bolsa contra a luz e efetuar movimentos de forma que seja
possível visualizar a formação de nuvens ou ondas no plasma
sobrenadante.
Ausência impede a liberação da bolsa para uso
Rotulagem
• Após realizar a inspeção, os hemocomponentes somente
poderão ser rotulados e liberados se
• Todos os testes de triagem apresentarem resultados negativos
• Terem sido definidos os grupos ABO e Rh do doador
• Realizada a pesquisa de anticorpos irregulares
• Realizada a pesquisa presença ou não de hemoglobina S.

• Os rótulos que identificarão os hemocomponentes liberados


poderão ser impressos pelo sistema no momento da checagem
ou serem previamente montados.
Rotulagem
O prazo de validade dos hemocomponentes deverão ser
definidos e registrados
•CH a validade é de 35 dias quando o anticoagulante é o
CPDA1 e 42 dias quando houver uma associação de CPD +
solução aditiva.
•CP a validade é de 3 a 5 dias (mais comum) dependendo do
plastificante da bolsa.
•PFC, PFC24 e do Crio se forem mantidos entre -20°C e -30°C,
a validade é de um ano; se em -30°C ou mais frio a validade
passa a ser de dois anos.
•PC até 5 anos em temperaturas de -20°C ou inferior.
•PIC 1 ano.
Armazenamento
• CH deverão ser mantidos em geladeiras ou câmaras frias
em temperatura entre 2°C e 6°C.
• com o seu rótulo posicionado para cima
• preferencialmente, na posição horizontal, de forma a permitir uma
mistura mais homogênea entre a solução preservadora, a hemácia e
o plasma.
• O plasma e o Crio deverão ser armazenados em
freezeres ou câmaras com a temperatura de -20ºC ou
mais frio
com exceção do PFC, PIC ou PFC24 que forem destinados
apenas para fins terapêuticos, que poderão ser
armazenados em temperaturas a partir de -18°C.
Armazenamento
• CP devem ser mantidos em homogeneizadores/agitadores
de plaquetas em temperatura entre 20°C e 24°C.
finalidade é permitir que ocorra troca gasosa da
superfície da bolsa da plaqueta com o ambiente.
Distribuição dos
hemocomponentes
Algumas informações devem ser registradas:
• nome e telefone da instituição que está fornecendo o hemocomponente
• data da distribuição
• número das bolsas
• tipo de hemocomponente
• grupo sanguíneo
• resultados dos testes para doenças infecciosas
• nome do hospital/clínica solicitante
• funcionário responsável pela distribuição
• Responsável pelo transporte dos produtos
• horário de entrega do material ao responsável pelo transporte
• temperatura da caixa no momento da retirada no serviço de hemoterapia.
Transporte dos
hemocomponentes
• Para o transporte de hemácias
• É necessário usar gelo reciclável sobre as bolsas para
manter a temperatura entre 1°C e 10°C
• Controlar o tempo do transporte, que não pode exceder 24
horas.
• Concentrados de plaquetas
• O transporte deve ser feito com temperatura entre 20°C e
24°C em até 24 horas
• O uso do gelo reciclável fica restrito aos transportes mais
longos.
Transporte dos
hemocomponentes
• Para transporte de plasma e Crio,
• A temperatura deverá ser a mais adequada para manter o
estado congelado.
• Deve ser utilizado o gelo reciclável ou o gelo seco (mais
adequado)
• Tempo de transporte também não deverá exceder 24 horas.

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