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Funções
O sangue circula nos vasos sanguíneos (sejam eles artérias, arteríolas, veias ou vênulas); é
bombeado pelo coração; tem funções como nutrição e oxigenação dos tecidos, participa na
regulação da temperatura do corpo; recebe produtos metabólicos e os conduzem para os órgãos de
metabolização e excreção (rins, pulmões e fígado).
Transporte de:
- nutrientes: proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídios;
- hormônios;
- oxigênio e gás carbônico.
O volume sanguíneo total, ou volemia, equivale a 7,5% do peso corporal, variando segundo espécie,
idade, ingestão ou perda de água.
Hipovolemia
- Redução do volume sanguíneo;
- Quando há hemorragia, problemas renais ou desidratação, pode ocorrer hipovolemia (redução do
volume sanguíneo);
Hipervolemia
- Aumento dos fluidos sanguíneo;
- A hipervolemia ocorre em situações de ingestão, administração ou retenção de líquidos e sódio em
excesso;
As células sanguíneas têm período de vida curto e delimitado, e a quantidade dessas células na
circulação se mantém estável pela ação de tecidos e órgãos, que formam o sistema hematopoiético-
lítico, descrito abaixo:
- a. medula óssea: função na hematopoiese e no estoque de ferro para síntese de hemoglobina;
- b. baço: produção de linfócitos B e anticorpos, reservatório de hemácias e plaquetas, destruição de
hemácias, estoque de ferro;
- c. fígado: estoque de vitamina B12 e ferro, produção de proteínas e fatores de coagulação;
- d. rins: produção de eritropoetina e trombopoetina, degradação de hemoglobina excessivamente
filtrada;
- e. timo: diferenciação dos linfócitos T;
- f. Sistema Monocítico Fagocitário (SMF): destruição de células sanguíneas alteradas e degradação
de hemoglobina;
- g. estômago e intestino: produz HCl (ácido clorídrico) e facilita absorção de ferro, produz fator
intrínseco e facilita assim absorção de vitamina B12.
Na vida intrauterina, o saco vitelínico é o primeiro local de produção das células sanguíneas, e
depois essa função passa para o fígado, o baço e a medula óssea
À medida que o animal vai crescendo e chega à fase adulta, a produção de células do sangue ocorre
apenas na medula óssea
Em algumas situações, o fígado e o baço podem retomar seu potencial hematopoiético, sendo essa
função chamada de hematopoiese extramedular, que geralmente está associada a:
- hemoglobinopatias congênitas;
- anemias graves;
- desordens de substituição medular adquiridas como leucemias, linfomas, mielofibrose.
OBS: Como curiosidade, em camundongos o baço continua sua atividade hematopoiética após o
nascimento, ou seja, não se torna apenas um local de depósito e destruição de hemácias e plaquetas,
como nas outras espécies animais (SILVA; MONTEIRO, 2017).
Normalmente, em animais jovens, a atividade hematopoiética é mais intensa, com maiores valores
de hemácias, plaquetas e leucócitos quando comparados a valores observados em animais mais
velhos.
Uma célula-tronco pluripotente (Stem Cell) pode se autorrenovar como também dar origem às
distintas linhagens celulares. Uma célula-tronco, depois de 20 divisões celulares, pode produzir em
torno de 106 células sanguíneas maduras.
Eritrócitos
As hemácias podem facilmente sofrer deformações para se movimentarem por pequenos capilares
sanguíneos do sistema circulatório. A função primordial dos eritrócitos é transportar oxigênio, e
essa função é desempenhada pela hemoglobina (PUGLIESE, 2012).
A hemoglobina (Hb) contida no interior dos eritrócitos é essencial para a vida, uma vez que é
responsável pelo transporte de oxigênio (O2) dos pulmões para os tecidos e do dióxido de carbono
(CO2) recolhido dos capilares teciduais para os pulmões.
A sua estrutura é de uma proteína esferoide, quaternária, formada por quatro subunidades,
compostas de dois pares de cadeias globínicas, polipeptídicas, sendo um par denominado de cadeias
do tipo alfa (alfa e zeta) e outro de cadeias do tipo não alfa (beta, delta, gama e épsilon), compondo
um tetrâmero com formato globular
Cada cadeia (alfa e não alfa) é quimicamente unida a um núcleo prostético de ferro (heme) que
detém a propriedade de receber, ligar e/ou liberar o oxigênio nos tecidos. Em relação aos grupos
heme, cada um possui em sua composição ferro na forma ferrosa (Fe2+), para que a ligação com o
oxigênio seja possível.
A oxidação do ferro (Fe3+) leva à formação de meta-hemoglobina, sem função respiratória (ASSIS;
PUGLIESE, 2012).
Estudos mostram que as hemácias também participam da resposta imune por meio da ação
antimicrobiana da hemoglobina, modulação da proliferação de linfócitos T e produção de citocinas,
mas sua principal função ainda é o transporte de gases e, por isso, em mamíferos, o núcleo e as
estruturas citoplasmáticas foram substituídos por uma solução concentrada de hemoglobina
(PUGLIESE, 2012).
Eritropoiese
A produção de hemácias é chamada de eritropoiese, sendo iniciada ainda na vida uterina, e, nos
animais adultos, o principal tecido hematopoiético é a medula óssea.
As hemácias iniciam suas vidas na medula óssea, por meio de tipo único de células referido como
célula-tronco hematopoiética pluripotente, da qual derivam todas as células do sangue circulante
(GUYTON; HALL, 2011).
A correta produção e maturação das hemácias se dá em um ambiente medular íntegro, com presença
de precursores, fatores estimulantes nutricionais e hormonais. São fatores estimulantes:
- Interleucinas (IL);
- Eritropoetina (EPO);
- hormônios da tireoide;
- fatores de crescimento;
- andrógenos;
- hipóxia tecidual.
A EPO é um hormônio produzido nos rins (90%) e no fígado (10%) e ajuda na proliferação e
diferenciação das células precursoras, e na síntese de hemoglobina.
Nos cães, os rins são os únicos locais de produção da EPO. Em outras espécies, o fígado também a
produz a forma de um precursor inativo.
Os eritroblastos ortocromáticos perdem os núcleos, e o que sobra das células sem núcleo é o
eritrócito jovem recém-formado no sangue periférico, rico em hemoglobina, também chamado de
reticulócito. Este vive cerca de três dias na circulação, transformando-se em eritrócito maduro.
A maturação dos reticulócitos acontece na circulação, porque eles contêm restos de ácido
ribonucleico, além de excesso de membrana citoplasmática e agregados de organelas (ribossomos,
mitocôndrias e complexo de Golgi).
Com a perda das organelas, os reticulócitos passam a ser denominados eritrócitos maduros.
A transformação de reticulócitos em hemácias maduras ocorre por ação da enzima pirimidina 5’-
nucleotidase (P5N), que degrada as organelas ainda existentes nos reticulócitos.
OBS:
A primeira observação microscópica de uma hemácia foi feita por Leeuwenhoek, que analisou o
próprio sangue. No reino animal, as hemácias variam em número, tamanho, morfologia, tempo de
vida, metabolismo e em resposta à anemia.
Morfologia
Algumas espécies apresentam hemácias menores, como os felinos, ovinos, caprinos, bovinos e
equinos, além de apresentarem pouca concavidade e pouca ou nenhuma palidez central.
Leucócitos
- Os leucócitos (glóbulos brancos) formam um grupo heterogêneo de células sanguíneas tanto pela
sua morfologia como pela sua fisiologia.
- Fazem parte do sistema imunológico, participando da resposta imune inata e específica, e estão
presentes no sangue, na linfa, em órgãos linfoides e em vários tecidos conjuntivos.
- São originados a partir de células precursoras da medula óssea.
Os leucócitos são de suma importância para a defesa do nosso organismo contra doenças, e cada
tipo leucocitário desempenha funções bastante específicas e distintas entre si, sendo que, em
conjunto, estruturam o sistema imunológico.
São responsáveis pela resposta imune que protege contra microrganismos causadores de doenças,
identificam e destroem as células cancerosas, participam da resposta inflamatória e na cura de
feridas (PUGLIESE, 2012).
Os leucócitos são produzidos na medula óssea e liberados no sangue periférico, de onde migram
para os tecidos. Assim, as células brancas são distribuídas no organismo em três grandes
compartimentos: medular, sanguíneo e tecidual.
» Medular:
é dividido em compartimento mitótico (proliferação ou multiplicação) e de maturação
(armazenamento ou estoque).
» Sanguíneo:
parte aderida ao endotélio vascular (compartimento marginal) e outra fração no leite vascular
(compartimento circulante). Na coleta de sangue, são obtidas células do compartimento circulante.
» Tecidual:
corresponde ao total de leucócitos que migram, por diapedese, para os tecidos, onde desempenham
funções de defesa orgânica.
Leucopoiese
- Os neutrófilos são os mais abundantes em todas as espécies e participam como primeira linha de
defesa do organismo diante de processos infecciosos e inflamatórios.
- São estimulantes para a produção de neutrófilos os fatores quimiotáticos, as interleucinas, os
fatores estimuladores de colônia de granulócitos e monócitos, as linfocinas e as citocinas.
- Os neutrófilos, uma vez que saem do sangue para os tecidos, não retornam mais para a corrente
sanguínea; são destruídos nos tecidos ou perdidos por meio de secreções e excreções.
Monocitopoiese
- Os monócitos sanguíneos, ao migrarem para os tecidos, recebem o nome de macrófagos
- Incluem vários tipos celulares: células de Kupffer, histiócitos, macrófagos alveolares e macrófagos
do baço, medula óssea e linfonodos
- A produção de maturação dos monócitos dura em média três dias e é estimulada por citocinas e
fatores de crescimento, como o fator estimulante de colônia de granulócitos e monócitos.
- Esses mononucleares, depois que saem da corrente sanguínea, não retornam mais.
Linfocitopoiese
- A linfocitopoiese ou linfopoiese ocorre na medula óssea e em órgãos linfoides, como timo,
linfonodos, baço, Bursa de Fabricius, placas de Peyer e tonsilas.
- Os linfócitos T e B são derivados da medula óssea e maturam no timo e na medula óssea,
respectivamente.
- Nas aves, a maturação do linfócito B ocorre na Bursa de Fabricius.
- Em um esfregaço sanguíneo, não é possível diferenciar linfócitos B e T a partir de características
morfológicas, sendo necessário usar anticorpos monoclonais que reconhecem marcadores celulares
expressos na membrana citoplasmática.
Os linfócitos apresentam um longo tempo de vida e são os únicos que recirculam, ou seja, podem
retornar à corrente sanguínea. Isso é muito importante visto que essas células podem ser expostas a
um antígeno depositado em um local e serem transportadas a vários lugares no corpo para propagar
e montar uma vigorosa resposta imune.
Neutrófilos
- Participam de resposta inflamatória aguda,
- defesa contra agentes bacterianos, fungos, leveduras, algas, parasitas e vírus.
- São os leucócitos mais abundantes de cães e gatos.
Eosinófilos
- Ação fagocítica e bactericida, mas são menos eficazes nesses processos que os neutrófilos.
- São importantes na ação contra parasitas multicelulares e participam das reações alérgicas e
anafiláticas.
- Os eosinófilos de equinos são bem característicos e apresentam grandes grânulos citoplasmáticos.
Basófilos
- Funções ainda não totalmente estabelecidas, porém especula-se que participem de processos
alérgicos, juntamente com os eosinófilos.
Linfócitos
- Desempenham papel na defesa orgânica: linfócitos T na imunidade celular e linfócitos B na
imunidade humoral, dando origem aos plasmócitos que sintetizam anticorpos.
- Em ruminantes, os linfócitos são os leucócitos mais abundantes do sangue.
Monócitos
- Colaboram na fagocitose e eliminam tecidos mortos ou lesados, materiais estranhos, debris
celulares, destroem células cancerosas e contribuem para a regulação da imunidade do organismo.
- A medula óssea libera os monócitos no sangue periférico na ausência de inflamação ou em
resposta à inflamação.
- Após sua distribuição nos tecidos adjacentes, transformam-se em macrófagos.
- Estes raramente são encontrados no sangue, porém podem ser observados em esfregaço sanguíneo
de animais com erliquiose, histoplasmose e leishmaniose.
Esse exame é muito utilizado na prática clínica e é de grande importância para o auxílio no
diagnóstico de doenças inflamatórias, parasitárias, bacterianas, neoplásicas, alérgicas, entre outras.
Além de doenças sistêmicas, situações de estresse agudo ou crônico também podem levar a
alterações na contagem global (leucócitos totais) e diferencial/específica (resultado expresso para
cada tipo celular) de leucócitos.
Na leucometria específica, o valor encontrado para cada leucócito é expresso como valor percentual
(contagem relativa) e valores absolutos.
A interpretação do leucograma deve ser realizada levando em conta os valores absolutos, pois são
mais confiáveis.
As alterações quantitativas dos leucócitos são identificadas quando os valores excedem ou estão
abaixo dos intervalos de referência para a espécie.
As alterações numéricas do leucograma são designadas por termos técnicos. Os sufixos “filia” e
“citose” indicam aumento, e o sufixo “penia” indica redução.
Leucocitose
É mais comum que aconteça leucocitose devido a um linfocitose (aumento dos linfócitos) ou
neutrofilia (aumento dos neutrófilos), mas também pode ocorrer por aumento de eosinófilos
(eosinofilia) ou por aumento de monócitos (monocitose); basofilia (aumento nas contagens de
basófilos) é incomum.
A leucocitose pode ser patológica (em resposta a doenças infecciosas, inflamatórias, autoimunes,
parasitárias, alérgicas ou neoplásicas) ou fisiológica (situações de estresse agudo ou crônico).
O aumento dos níveis de corticoides endógenos e exógenos pode resultar em leucocitose, neutrofilia
madura (sem células imaturas), eosinopenia e linfopenia, caracterizando o chamado hemograma de
estresse.
Leucopenia
Redução do número de leucócitos, indicando que as defesas orgânicas estão diminuídas ou que a
medula óssea pode estar com sua atividade suprimida.
Em doenças neoplásicas com metástase na medula óssea, o tecido hematopoiético é substituído por
células neoplásicas, podendo resultar em leucopenia, anemia e trombocitopenia.
OBS
Em doenças virais como cinomose, parvovirose e leucemia felina, pode-se observar leucopenia,
neutropenia e linfopenia.
Neutrofilia
- Aumento dos neutrófilos no sangue, devido ao aumento da produção ou liberação da medula óssea
em decorrência de um estresse, ou em resposta à inflamação ou infecção moderada a grave.
- São possíveis causas da neutrofilia: excitação, medo, exercícios, convulsões, gestação, parto,
processos inflamatórios, intoxicação por chumbo, mercúrio, adrenalina e venenos.
Desvio à esquerda
- Resposta inicial da medula óssea aos processos infecciosos ou inflamatórios.
- É um aumento na produção de leucócitos, principalmente neutrófilo.
- O termo desvio à esquerda ou desvio nuclear de neutrófilos à esquerda (DNNE) ocorre quando há
aumento no número de neutrófilos em bastão ou precursores mais jovens no hemograma.
Desvio à direita
- É a observação de neutrófilos hipersegmentados (com mais de cinco lóbulos) em quantidade
aumentada no sangue periférico, indicando que a diapedese dos neutrófilos pode estar diminuída e
que essas células estão envelhecendo na corrente sanguínea.
Neutropenia
- Diminuição do número de neutrófilos no sangue em decorrência de grave infecção em pequenos
animais (cães e gatos).
- São causas da neutropenia: septicemia por agentes bacterianos, infecções pulmonares, torácicas,
peritoneais, intestinais e uterinas.
Eosinofilia
- Aumento do número absoluto de eosinófilos no sangue que pode ocorrer em casos de parasitismo,
hipersensibilidade (pneumonia, alergia a picada de pulga, atopia, hipersensibilidade alimentar),
granuloma eosinofílico felino e gastroenterites eosinofílicas.
Eosinopenia
- Diminuição da contagem absoluta de eosinófilos no sangue em decorrência de uma resposta aos
glicocorticoides (leucograma de estresse).
- Pode também ocorrer em fase aguda de inflamação, estresse emocional, parto e atividade física
intensa.
Linfocitose
- Aumento absoluto no número de linfócitos no sangue, principalmente devido a questões
fisiológicas em que se observa uma resposta à epinefrina, particularmente em gatos, cavalos e
animais jovens.
- Também pode ocorrer após vacinação, nas doenças infecciosas, em casos de medo e ansiedade em
felinos, na fase crônica da inflamação, em protozoonoses, em fase de convalescença, e em casos de
linfoma e leucemia linfocítica.
Linfopenia
- Diminuição do número de linfócitos no sangue devido a administração de corticosteroides, fase
aguda das infecções virais, processos infecciosos graves, drogas imunossupressoras ou radiação e
perda de líquidos ricos em linfócitos (efusão quilosa).
Monocitose
- Aumento de monócitos no sangue em decorrência da fase de recuperação das inflamações, efeito
de esteroides (no cão), desnutrição, caquexia, inflamações crônicas inespecíficas, leucemia
monocítica, necrose tecidual e doenças causadas por protozoários.
- Resposta a estresse pode causar monocitose, em especial nos cães.
Monocitopenia
- Diminuição de monócitos no sangue.
- Os intervalos de referência podem baixar a zero, não apresentando significado clínico.
Basofilia
- Aumento do número absoluto de basófilos no sangue, sendo um achado raro, normalmente
associado à eosinofilia ou observado em doença mieloproliferativa crônica.
- Pode ocorrer basofilia em casos de dirofilária, lipemia e tuberculose.
Basopenia
- Não tem relevância devido à maioria dos animais saudáveis não apresentar basófilos, e o intervalo
de referência geralmente é zero; não tem significado clínico.
Plaquetas
A função das plaquetas consiste em formar o tampão plaquetário (coágulo) para ajudar a controlar o
sangramento após uma lesão da parede vascular, participando da hemostasia primária,
interrompendo momentaneamente a hemorragia antes da estabilização do coágulo.
Em répteis e aves, os trombócitos são células típicas que possuem núcleo e citoplasma. Nessas
espécies, além de participarem do processo hemostático, as plaquetas também apresentam função
fagocítica.
Os trombócitos ou plaquetas possuem uma membrana, mas, por não possuírem núcleo, não têm a
capacidade de sofrer replicação e, se não forem utilizados, permanecem cerca de 8 a 9 dias na
circulação antes de serem removidos pelas células fagocíticas do baço (PUGLIESE, 2012).
- As plaquetas são células pequenas, na verdade incompletas, pois não apresentam material nuclear.
- Elas têm forma bastante variável e, quando são coradas e examinadas ao microscópio óptico, têm
aspecto pouco preciso.
- Observa-se uma coloração de fundo, praticamente homogênea, sobre a qual são reconhecidas
pequenas granulações.
- Porém, ao microscópio eletrônico, são elementos de constituição muito complexa, o que
corresponde à função desempenhada pelas plaquetas, que é também variada e muito importante.
- Possuem uma superfície externa de limites imprecisos, rica em mucopolissacarídeos e
glicoproteínas, que têm papel essencial nas funções de adesão e agregação plaquetária (PUGLIESE,
2012).
Ocorre redução na trombocitopoiese em situações como mieloptise (infiltração da medula óssea por
células tumorais), radiações e destruição imunomediada dos megacariócitos. Algumas drogas
podem causar redução na produção de plaquetas, como:
» fenilbutazona;
» estrógeno sintético;
» antibióticos;
» quimioterápicos.
As plaquetas também podem ser destruídas em doenças autoimunes, como na anemia hemolítica
autoimune. Na esplenomegalia (aumento do tamanho do baço), pode ocorrer trombocitopenia.
» Primária:
doença hematológica rara na qual ocorre proliferação neoplásica dos precursores plaquetários
resultando em aumento no número de plaquetas.
Acidentes ofídicos, uremia, doença hepática, neoplasias e algumas doenças infecciosas também
podem alterar a função plaquetária.
O hemograma é um exame laboratorial que avalia as células sanguíneas, ou seja, as hemácias (série
vermelha), os leucócitos (série branca), a contagem de plaquetas, os reticulócitos e os índices
hematológicos.
Uma das limitações desse exame é que suas alterações indicam ou sugerem uma doença, mas não
nos dão certezas sobre as causas exatas daquelas alterações.Por exemplo, revelam anemia, mas não
a causa da anemia. Por isso, é considerado um exame de triagem, sendo necessários, muitas vezes,
outros exames complementares para esclarecer as causas (ROCHA, 2011).
Se o número de hemácias estiver diminuído, teremos um caso de anemia, mas se, ao contrário,
houver um maior número de hemácias do que o esperado para a idade e o gênero, teremos outro
problema, o inverso da anemia: a policitemia.
Tanto nesta quanto na anemia, o excesso de hemácias também caracteriza problema de saúde.
Hemoglobina (Hb)
OBS
A determinação da concentração de hemoglobina (Hb) é obtida por método espectrofotométrico da
cianometaemoglobina e expresso em g/dL. A cianometaemoglobina é o resultado da conversão da
hemoglobina pelo reativo de Drabkin.
Hematócrito (Ht)
Índices hematimétricos
- Nos índices hematimétricos, são analisados Volume Globular Médio (VGM), Hemoglobina
Globular Média (HGM) e Concentração de Hemoglobina Globular Média (CHGM), que oferecem
informação sobre tamanho, conteúdo e concentração de hemoglobina, respectivamente.
O VGM, CHGM e HGM são calculados a partir de fórmulas matemáticas que usam os valores
obtidos para hemácias (He), hematócrito (Ht) e hemoglobina (Hb).
pg = pictogramas;
Leucograma
É a parte do hemograma usada para avaliar a série branca, ou seja, os leucócitos. O leucograma é
composto pela contagem global e diferencial de leucócitos.
Plaquetograma
As plaquetas são computadas, e seu tamanho médio e variações de volume são determinados (PDW
– Amplitude de Distribuição de Plaquetas; e VPM – Volume Plaquetário Médio).
Essas análises são seguidas por microscopia após coloração para avaliar as características e/ou
alterações morfológicas.
» direta:
a amostra diluída é contada em câmara conta-glóbulos ou aparelho eletrônico;
» indireta:
plaquetas são contadas em uma extensão sanguínea e relacionadas com o número de hemácias por
mm³ de sangue.