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Quando o sangue é colhido por punção nervosa e tratado por anticoagulantes como a heparina e
centrifugado, identifica-se várias camadas. O plasma é amarelado e translúcido. A camada inferior
são os eritrócitos, cor vermelha. A camada do meio são os leucócitos com cor acizentada. Por cima
tem as plaquetas. O hematócrito permite estimar o volume de sangue em relação ao sangue total.
- Transporta oxigênio.
- Hormônios
- Papel regulador na distribuição de calor, no equilíbrio do PH e no equilíbrio osmótico dos tecidos.
Composição do Plasma
É uma solução aquosa que contém componentes de pequeno e de elevado peso molecular (10%).
As proteínas plasmáticas – albuminas (alfa, beta e gamaglobulinas), as lipoproteínas e as proteínas
que participam da coagulação do sangue (protrombina e fibrinogênio) - (7%) e os sais orgânicos
(0,9%) e o restante é componentes orgânicos, aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose.
Os componentes de peso molecular estão em equilíbrio no plasma com o líquido intersticial dos
tecidos, devido as paredes dos capilares e das vênulas.
Para o estudo das células do sangue é feito o esfregaço, que são corados com misturas especiais –
Eosina (corante ácido – cor rosa), azul-de-metileno (corante básico – azul) e azures (azurófilas –
cor púrpura).
Eritrócitos
São anucleadas e contém grande quantidade de hemoglobina, proteína transportadora de O2. Não
saem do sistema circulatório, como os leucócitos, permanecem sempre nos vasos. Tem forma de
disco bicôncavo e isso aumenta a superfície de contato que facilita as trocas de gases. São flexíveis
e passam pelas bifurcações dos capilares mais finos, onde sofrem deformações temporárias, mas
não se rompem. A proteína hemoglobina é básica, logo são acidófilos e se coram por eosina. A
forma bicôncava é mantida por proteínas do citoesqueleto e ligadas à membrana da hemácia,
como espectrina, anquirina, actina, proteína 4.1 e banda 3. As anormalidades dessas proteínas
levam a formação de eritrócitos deformados como esferocitose e eliptocitose hereditária.
Eritrócitos usam a energia derivada da glicose, sendo 90% degradados pela via anaeróbica
(lactato) e 10% pela via pentose-fosfato.
Quando saem da medula óssea, saem como eritrócitos imaturos (reticulócitos) com certa
quantidade de ribossomos e quando corados, devido ao RNA, eles ficam basófilos, corados em
azul. A hemoglobina (proteína conjugada com ferro) é formada por 4 subunidades, cada uma
contendo um grupo heme ligado a um polipeptídio. O grupo heme é um derivado porfirínico
contendo Fe². Existem 3 hemoglobinas normais devido a variações nas cadeias polipeptídicas (A1,
A2 e F).
Nos pulmões, onde a pressão de O2 é alta, cada molécula de hemoglobina se combina com 4
moléculas de O2, uma para cada Fe, formando a oxi-hemoglobina. O oxigênio é transferido para
os tecidos e a pressão de O2 baixa.
Durante a maturação na medula óssea, o eritrócito perde o núcleo e as outras organelas, não
podendo renovar suas moléculas. Ao cabo de 120 dias, as enzimas já estão em nível crítico, o
rendimento dos ciclos metabólicos geradores de energia é insuficiente e o corpúsculo é digerido
pelos macrófagos, principalmente no baço.
Leucócitos
São incolores, de forma esférica quando em suspensão no sangue e tem a função de proteger o
organismo contra infecções. São produzidos na medula óssea ou em tecidos linfoides e ficam no
sangue, até irem para os tecidos. Classificados em granulócitos e agranulócitos.
Neutrófilos ou Polimorfonucleares
Têm núcleos formados por 2 ou 5 lóbulos (comum 3), ligados entre si por finas pontes de
cromatina. A célula mais jovem possui núcleo em forma de bastonete curvo e não segmentado. No
sexo feminino, aparece um pequeno apêndice com forma de raquete. Ela contém a cromatina
sexual, constituída por um cromossomo X heterocromático que não transcreve genes. No
citoplasma apresenta grânulos específicos e azurófilos. Os lisossomos contêm proteínas e
peptídeos destinados à digestão e morte de microrganismos e os grânulos específicos (maiores e
eletro densos) além das enzimas, possuem também componentes para reposição de membrana e
auxiliam na proteção da célula contra agentes oxidantes. Elas possuem uma matriz rica em
proteoglicanos sulfatados, importantes para manter o grânulo em estado quiescente.
Célula em estágio final de diferenciação, realizando uma síntese proteica muito limitada. Poucos
perfis do retículo endoplasmático rugoso, raros ribossomos livres, poucas mitocôndrias e aparelho
de Golgi rudimentar.
Eosinófilos
Menores que os neutrófilos, com 1-3% do total de leucócitos. Com o mesmo tamanho dos
neutrófilos. Seu núcleo em geral é bilobulado. Nele, o retículo endoplasmático, as mitocôndrias e
o aparelho de Golgi são pouco desenvolvidos. Principal característica é a presença de granulações
que se coram pela eosina (acidófilas).
Basófilos
Núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular, com aspecto da letra S. Os granulócitos são
mais eletro-densos que acabam obscurecendo o núcleo. Contêm filamentos ou partículas
alongadas. São encontrados em pouca quantidade no sangue. São metacromáticos como os
mastócitos. Contêm histamina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos, e heparina,
que é responsável pela metacromasia do grânulo. Possuem receptores para a imunoglobina E (IgE)
na membrana. Promovem a liberação dos grânulos a partir dos estímulos que promovem a
expulsão dos grânulos dos mastócitos. Mastócitos e Basófilos se originam de precursores
diferentes na medula óssea. Os basófilos também secretam citocinas (IL-4, IL-13) e leucotrienos,
que são mediadores inflamatórios.
Linfócitos
O citoplasma é pequeno e apresenta nos esfregaços como um anel delgado em volta do núcleo.
Pode conter grânulos azurófilos, como nos monócitos e granulócitos. A duração da vida pode
variar de dias até anos. Elas podem ser B e T, com diversos subtipos. Os linfócitos podem voltar
dos tecidos para o sangue, recirculando continuamente.
Monócitos
Tem núcleo ovóide, em forma de rim ou de fechadura. O arranjo da cromatina é pouco denso, o
que leva a ser mais claro o núcleo. Além de conter de dois ou três nucléolos. O citoplasma do
monócito é basófilo e contém grânulos azurófilos (lisossomos) muito finos, que podem preencher
o citoplasma todo e aparentar ser cinzento. Possuem pequena quantidade de ribossomos e RER
pouco desenvolvimentos. Há muitas pequenas mitocôndrias e o aparelho de Golgi é grande,
participando da formação dos grânulos azurófilos. A superfície celular mostra muitas micro
vilosidades e vesículas de pinocitose.
Plaquetas
Eritrócitos normais são chamados macrócitos, enquanto as menores são denominadas micrócitos.
O aumento na concentração de eritrócitos é chamado de eritrocitose ou policitemia.
Neutrófilos
Constituem a primeira linha de defesa do organismo, fagocitando, matando e digerindo bactérias
e fungos. O aumento de neutrófilos é neutrofilia e pode indicar uma infecção bacteriana, pode
estar associada ao estresse, exercício físico intenso ou ingestão de certos medicamentos.
Enquanto estão no sangue circulante são esféricos e não fagocitam, mas se tornam ameboides e
fagocitários tão longo encontrem um substrato sólido sobre o qual possam emitir pseudópodos.
O antígeno é rodeado e ocupa um vacúolo e logo a seguir, os grânulos específicos situados nas
proximidades fundem suas membranas com a dos fagossomos e esvaziam seu conteúdo no
interior destes. Em seguida os grânulos azurófilos descarregam suas enzimas no fagossomo, onde
matam e digerem os microorganismos. O ph ácido gerado pelas bombas de prótons localizados na
membrana matam as bactérias. Durante a fagocitose, há um aumento brusco e acentuado no
consumo de oxigênio, devido a produção de hidrogênio (peróxido de oxigênio) e o superóxido.
Algumas enzimas atacam as paredes das bactérias, a lactoferrina é ávida por ferro e nutre a
bactéria. Quando a bactéria não é morta e nem todos os neutrófilos sobrevivem à ação
bacteriana, pode aparecer um liquido viscoso, com neutrófilos mortos, o pus.
Eusinófilos
Fagocitam e digerem complexos de antígenos com anticorpos que aparecem em casos de alergia,
como a asma. Esses granulócitos são atraídos para as áreas de inflamação alérgica pela histamina,
produzida pelos basófilos e mastócitos. Lá, promovem a desgranulação nestas células e liberam
mediadores inflamatórios. Não são células especializadas para a fagocitose de microrganismos.
Sua atividade defensiva é realizada pela liberação seletiva do conteúdo de seus grânulos para o
meio extracelular e pela fagocitose e destruição de complexos antígeno-anticorpo.
Plaquetas
Quando a parede do vaso é lesada, inicia-se o processo de hemostasia (impedir a perda do
sangue), promovendo a coagulação do sangue. Fases da plaqueta:
- Agregação Primária – Descontinuidades do endotélio produzidas por lesão vascular são seguidas
pela absorção de proteínas do plasma sobre o colágeno adjacente. As plaquetas também aderem
ao colágeno, formando um tampão plaquetário.
- Agregação Secundária – As plaquetas do tampão liberam ADP, que é um potente indutor da
agregação plaquetária, fazendo aumentar o número de plaquetas do tampão.
- Coagulação do Sangue – Fatores do plasma + cerca de 13 proteínas dão origem a fibrina e
formam uma rede fibrosa tridimensional, que aprisiona eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Forma-
se assim o coágulo sanguíneo, mais consistente e firme do que o tampão plaquetário.
- Retração do Coágulo – O coágulo faz grande saliência para o interior dos vasos, mas logo se
contrai.
- Remoção do coágulo –
Hemocitopoese
No segundo mês de vida, a clavícula começa a se ossificar e começa a formação de medula óssea
vermelha, dando início a fase medular da hemocitopoese. Na vida pós natal, os eritrócitos,
granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas se origem de células troncos da medula óssea
vermelha. Cada tipo de glóbulo formado, recebe um nome: eritropoese, granulocitopoese,
linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese. Essas células passam por diversos estágios
de diferenciação e maturação na medula óssea, antes de irem para o sangue.
Os órgãos são classificados como primários (medula óssea e timo) e secundários. Todas as células
provém da medula, mas os linfócitos T migram para o timo e se diferenciam lá, enquanto o B
diferencia-se na medula. Nos órgãos secundários, eles proliferam.
As células-tronco originam células filhas que seguem dois destinos: permanecem na medula para a
auto-renovação ou outras se diferenciam em outros tipos celulares com características
especificas. A decisão pela auto-renovação é aleatória (modelo estocástico), ou necessidade do
organismo (modelo indutivo). Ela ocorre via interações célula-célula ou por meio de fatores
secretados (fatores de crescimento, outras citocinas) e resulta na ampliação ou repressão da
expressão de genes.
- Capacidade de auto-renovação
- Capacidade de gerar uma ampla variedade de tipos celulares
- Capacidade de reconstituir o sistema hemocitopoético
Células pluripotentes
Essas células são as primeiras e surgem outras linhagens a partir dela: Células linfoides (formam
linfócitos) e Células mielóides (origina os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas)
Células progenitoras
Células que produzem as células precursoras (blastos). Nelas, as características diferenciais
aparecem pela primeira vez, pois as células são indistinguíveis. As células-tronco se multiplicam
apenas o suficiente para manter sua população. As células progenitoras podem originar outras
células progenitoras e também células precursoras, mas as precursoras só origem células
sanguíneas maduras.
Medula óssea
É um órgão difuso, porém volumoso e ativo. É encontrada no canal medular dos ossos longos e
nas cavidades dos ossos esponjosos. Possui a medula óssea vermelha (hematógena), deivido aos
inúmeros eritrócitos em fase de maturação e a amarela (rica em células adiposas e que não
produz células sanguíneas). Quando o indivíduo é criança, é todo composto por células vermelhas,
mas vão diminuindo com um tempo. No adulto, é encontrado no esterno, vértebras, costelas e
etc.
Vermelha - É constituída por células reticulares, associadas a fibras reticulares. Elas juntas
formam uma esponja, percorrida por numerosos capilares sinusóides. Entre as células reticulares
existe um número variável de macrófagos, células adiposas e muitas células hemopoéticas. Além
de colágeno, existe fibronectina, laminina e proteoglicanos na matriz extracelular. A hemonectina
e as outras duas grifadas interagem com receptores celulares, fixando as células. Além de produzir
células do sangue, a medula óssea armazena ferro sob a forma de ferritina e de hemossiderina,
no citoplasma dos macrófagos. A ferritina é constituída de ferro + a proteína apoferritina. Outra
função da medula óssea vermelha é a destruição de eritrócitos envelhecidos.
A liberação de células maduras da medula para o sangue é controlada pelos fatores de liberação,
moléculas produzidas em respostas às necessidades dos organismos (conjunto de proteínas do
plasma que atuam em sucessão, como uma cascata, para identificar e destruir invasores),
hormônios e certas toxinas bacterianas.
Maturação dos eritrócitos
Célula madura é a que atingiu um estágio de diferenciação que lhe permite exercer todas suas
funções especializadas. O processo básico de maturação da série eritrocítica ou vermelha é a
síntese de hemoglobina e a formação de um corpúsculo pequeno e bicôncavo, que oferece o
máximo de superfície para as trocas de oxigênio. .
Sequência:
Proeritroblasto é uma célula grande que apresenta todos os elementos característicos de uma
célula que sintetiza intensamente proteínas. As proteínas sintetizadas destinam-se a reconstituir o
tamanho da célula que se divide ativamente e formar a hemogoblina. O ferro é trazido para os pro
e os outros eritroblastos pela transferrina, uma proteína plasmática transportadora de ferro
(endocitose).
Durante a eritropoese, fatores como GM-CSF e IL-3 são muito importantes. O hormônio
eritropoietina produzido e secretado por células intersticiais que previne a apoptose de
precursores e é essencial para a diferenciação, estimulando a síntese de hemoglobina. Ela estimula
a saída precoce de reticulócitos da medula para o sangue. Um estímulo para que as células renais
secretem eritropoietina é a baixa tensão de O² no sangue.
Granulocitopoese –
No processo de maturação dos granulócitos ocorrem modificações citoplasmáticas caracterizadas
pela síntese de muitas proteínas acondicionadas em grânulos azurófilos e específicos. As
proteínas desses grânulos são produzidas no RER e acabam no aparelho de Golgi, em dois estágios
sucessivos: O primeiro na produção de grânulos azurófilos e contêm enzimas do sistema
lisossomal. No segundo, ocorre uma modificação na atividade sintética da célula, com a produção
das proteínas dos grânulos específicos. Lá contêm diferentes proteínas, conforme o tipo de
granulócito.
Mieloblasto é a célula mais imatura já determinada para formar exclusivamente os três tipos de
granulócito. Quando recebem grânulos específicos, se chama promielócito neutrófilo, eosinófilo
ou basófilo, conforme o tipo de granulação presente. Os estágios seguintes são: mielócito, o
metamielócito, o granulócito com núcleo em bastão e o granulócito maduro (neutrófilo,
eosinófilo e basófilo).
Levam 11 dias do mieloblasto até a sua fase de maturação. Ocorrem 5 divisões mitóticas durante o
processo. Fatores de crescimento: Gm-CSF, IL-3 e G-CSF. Passa por diferentes compartimentos
anatômicos e funcionais:
1. Compartimento Medular de formação – dividido em compartimento mitótico (produção de
neutrófilos) e compartimento de amadurecimento
2. Compartimento Medular de Reserva – Contém neutrófilos maduros, mantidos por um período
variável, antes de penetrar no sangue.
3. Compartimento circulante – Formado pelos neutrófilos suspensos no plasma e circulando nos
vasos.
4. Compartimento de Marginação – Contidos nos vasos, mas não circulam. Estão colocados forma
da circulação por vasoconstrição ou ligados a moléculas no endotélio dos vasos.
Compartimento de marginação e circulante tem a mesma quantidade de neutrófilos.
5. Tecido conjuntivo possui uma parte de neutrófilos e morrem após 4 dias por apoptose.
Linfócitos
Se originam no timo e nos órgãos linfoides periféricos trazidas da medula. A célula mais jovem é o
linfoblasto que forma o prolinfócito, que formam linfócitos maduros.
O Linfoblasto é a maior célula da série linfócitica. Com citoplasma basófilo e sem granulações
azurófilas. Apresenta dois ou três nucléolos.
Prolinfócito é menor do que a célula anterior, podendo conter granulações azurófilas. Dá origem
direta ao linfócito circulante. Alguns fatores: IL-1 à 9, menos o 3, 7 e 8.
Monócitos
Os monócitos são células intermediárias destinadas a formar os macrófagos. A célula jovem é o
promonócito, é encontrado na medula, parecida com o mieloblasto. Apresentam RE e Golgi
desenvolvido. Com numerosos grânulos azurófilos finos (lisossomos). Os promonócitos dividem-se
duas vezes e viram monócitos e depois migram para o tecido conjuntivo, atravessando a parede
das vênulas e capilares, e se diferenciam em macrófagos. Alguns fatores: GM-CSF, M-CSF e IL-3.
Megacariócito – Tem núcleo lobulado e cromatina grosseira, sem nucléolos visíveis. Citoplasma
abdundante e levemente basófilos. Contém numerosas granulações que formam os cromômeros
das plaquetas. É rico em RERL e durante a maturação aparecem grânulos que se formam no Golgi
e se distribuem por todo o citoplasma. São percursores do hialômero das plaquetas e contêm
diversas substâncias ativas, como o fator de crescimento derivado das plaquetas, o fator de
crescimento dos fibroblastos, von Willebrand que provoca a adesão das plaquetas a alguns
substratos e o fator IV das plaquetas (que favorece a coagulação do sangue). Surgem membranas
lisas que formam as membranas das plaquetas. Fatores: IL-6, IL-7 e trombopoetina.