Você está na página 1de 18

RESUMO DE CITOLOGIA/HISTOLOGIA

As organelas, constituintes do sistema de endomembranas, são


formadas por compartimentos membranosos fechados. Possuem duas
porções: parede membranosa e cisterna ou lúmen. Há transporte de
material entre os compartimentos por meio de vesículas.

RETÍCULOS ENDOPLASMÁTICOS
Existem dois tipos de reticulos endoplasmáticos: rugoso e liso. O
retículo endoplasmático rugoso (RER) é formado por um conjunto de
bolsas membranosas de formato cilíndrico, alongadas, que aparecem
paralelas entre si. Além disto, possuem ribossomos aderidos à face
externa de suas bolsas. Já o retículo endoplasmático liso (REL) tem
bolsas tubulares, interconectadas que aparecem como estruturas
globulares ou retorcidas à M.E.
A função do RER é o processamento e a distribuição de proteínas. As
proteínas são transportadas para dentro do retículo durante sua
síntese, nos ribossomos ligados à membrana; este transporte é
simultâneo à tradução das proteínas. Os ribossomos são direcionados
a se ligar à membrana do retículo pela sequência de aminoácidos da
cadeia polipeptídica que está sendo sintetizada, a sequência-sinal.
Assim que esta seqüência-sinal emerge do ribossomo, ela é
reconhecida por uma partícula reconhecedora do sinal (PRS). A PRS
liga-se ao à sequencia-sinal e a síntese é interrompida, recomeçando
quando o ribossomo se liga ao seu receptor no RER e a PRS se
conecta também ao receptor existente na membrana. A seguir a PRS é
liberada e reinicia a tradução com a introdução da proteína para o
lúmen do RER.
Ao passar pelo canal no RER a cadeia polipeptídica da proteína é
glicosilada, ou seja, por meio da enzima glicosiladora
glicosiltransferase são adicionados resíduos de açúcares
(carboidratos). Esta proteína glicosilada entra livre na cisterna do RER e
é recebida pelas proteínas existentes neste local: as chaperonas. Estas
chaperonas fazem o dobramento da molécula de proteína, que saí de
uima conformação primária não funcional para uma conformação
terciária funcional. Agora, as proteínas são acondicinadas em
vesículas e transportadas para o complexo de Golgi, para sofrerem
suas modificações bioquímicas finais.

O REL realiza várias funções:


○ Síntese de lipídios - O REL contém enzimas para a síntese de
lipídios, inclusive dos fosfolipídios da membrana celular e dos
hormônios esteroides, como, por exemplo, testosterona.
○ Neutralização de toxinas lipossolúveis - como no caso de
álcool, os resíduos lipossolúveis são processados pelas
enzimas do REL e podem ser eliminados por veículos aquosos.
○ Glicogenólise - quebra enzimática da molécula de glicogênio
para liberação de glicose.
○ Armazenamento de íons cálcio - nas células musculares
estriadas , o REL é o principal reservatório de Ca2+ no
citoplasma. Este íon é fundamental para desencadeamento do
mecanismo molecular de contração muscular.
COMPLEXO DE GOLGI
Constituído por um conjunto de três a 10 bolsas membranosas
discoides, achatadas e empilhadas e vesículas. As bolsas mais
próximas ao núcleo e ao retículo endoplasmático são designadas face
cis, enquanto a que se localiza na região voltada para a membrana
plasmática é a face trans. Antes da face cis do Golgi, há a rede cis do
Golgi, formada por sáculos e túbulos interconectados que recebem
vesículas do retículo endoplasmático e, após a face trans, há a rede
trans do Golgi, de onde saem as vesículas de secreção.
É uma organela polarizada na estrutura e na função. Proteínas
provenientes do RER entram pela face cis, e são transportadas através
das
cisternas intermediárias e saem pela face trans. Enquanto passam pelo
Golgi, as proteínas são modificadas e separadas para que sejam
transportadas para seus destinos finais.

LISOSSOMOS
São organelas envolvidas por membrana, ricas em uma variedade de
enzimas, capazes de hidrolisar todos os polímeros biológicos, tais
como: proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios. As enzimas
são ativas em pH ácido, e esse pH é mantido por H+ ATPases que
bombeiam H+ para a organela, sendo conhecidas como hidrolases
ácidas. Fazem degradação intracelula

------------------------------------------------------------------------------------------------

CITOESQUELETO

O citoesqueleto estabelece, modifica e mantém a forma das células,


sendo o responsável pelos movimentos celulares e deslocamento de
organelas, cromossomos, vesículas e grânulos diversos.
Seus principais componentes são os microtúbulos, filamentos de
actina e filamentos intermediários

FILAMENTOS DE ACTINA

Os menores filamentos do citoesqueleto são os microfilamentos ou


filamentos de actina, estes possuem função estrutural, de
movimentação celular, de adesão celular, de divisão celular,
sustentação de estruturas especiais, de contração celular e muscular.
Podem estar distribuídos por todo o citossol, porém, muitas vezes se
concentram na periferia celular, próximos à membrana plasmática. São
formados a partir de actinas, que são proteínas globulares, que
possuem um sítio de ligação a uma molécula de ATP.
As proteínas actina encontram-se monoméricas livres no citossol,
chamadas de actina-G. As actinas-G se juntam formando um sítio de
nucleação a partir de três actina G, que irá aumentar a velocidade de
formação das fibras com a adição de outras actinas-G no lado positivo.
Quando as actina-G se ligam no lado positivo ocorre a quebra do ATP
que estimulará a saída das primeiras actinas no lado negativo. As
actinas dispostas em fitas são chamadas de actina F e o filamento é
formado pela associação, a partir do sítio de nucleação, de duas fitas
de actina F entrelaçadas em α hélice.
Quando uma actina se liga a um filamento, a molécula de ATP
rapidamente se hidrolisa a ADP e a subunidade tende a se dissociar do
filamento. Dessa forma, se a adição de moléculas de actina ao
filamento é mais rápida que a hidrólise do ATP, o filamento irá crescer.
No caso contrário, quando a hidrólise do ATP é mais rápida que a
adição de novas moléculas ocorre do encurtamento do filamento.
Nas células que executam movimentos conhecidos como contráteis, os
filamentos de actina ficam associados aos filamentos de miosina.
A miosina é a proteína motora dos microfilamentos, são uma família de
proteínas, têm uma cabeça motora que se liga ao ATP e possui uma
região de filamentos que interage com a membrana plasmática ou com
vesículas. A miosina mais conhecida é a Miosina tipo II (age na
contração muscular). No músculo as miosinas se unem pelas caudas,
com as cabeças para fora, formando um filamento de miosina.
No processo de contração muscular as miosinas e as actinas se
encontram em forma paralela, de modo que, sob estímulo nervoso, as
cabeças das miosinas encostam nos filamentos de actina. Há
dobramento das cabeças e deslizamento dos filamentos. Como estão
presos à membrana plasmática da célula, esta é tracionada, o que
causa encurtamento da célula, conhecido como contração muscular.

MICROTÚBULOS

Os microtúbulos são polímeros proteicos em forma de canudos, não


são maciços e participam de diversas funções celulares como a
formação de cílios e flagelos. São formados por heterodímeros, a partir
do processo de polimerização de duas moléculas de proteínas
globulares chamadas alfa e beta tubulina. Estas duas proteínas se
associam e formam heterodímeros estáveis no citossol, que dificilmente
se dissociam. Estes dímeros são as subunidades dos microtúbulos.
Numa célula, os microtúbulos estão continuamente crescendo
(polimerizando) e encurtando (despolimerizando), essa constante
polimerização/despolimerização é chamada de instabilidade dinâmica.
As sequências lineares de subunidades de tubulina são chamadas de
protofilamentos, que quando unidas lateralmente formam a parede do
tubo. Nas células, os microtúbulos são normalmente formados por 13
protofilamentos.
Os centrossomos são os centros organizadores de microtúbulos, uma
área não membranosa, próxima do núcleo, onde se localizam os
centríolos, de onde se irradiam todos os microtúbulos de uma célula, já
que a polimerização espontânea no citossol é extremamente difícil de
acontecer.
Algumas proteínas associadas aos microtúbulos são capazes de
estabilizar os microtúbulos e previnem a despolimerização Já as
proteínas acessórias que se ligam lateralmente aos microtúbulos
podem estabiliza-los ou intermediar a interação destes com outros
componentes celulares. Essas proteínas são chamadas de proteínas
associadas aos microtúbulos ou MAPs, e possuem um domínio de
ligação ao microtúbulo e outro domínio que pode se ligar a outros
microtúbulos ou a diferentes componentes celulares.
Outras proteínas acessórias são as proteínas motoras, permitem que
os microtúbulos sirvam de via para o tráfego e posicionamento de
vesículas e organelas dentro da célula, portanto, são de extrema
importância. São as cinesinas e dineínas.
A partir da hidrólise de ATP, elas alteram sua conformação e assim são
capazes de se locomover sobre os microtúbulos, carregando seus
ligantes.

FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS

São compostos de proteínas em alfa-hélice, que se agrupam de forma


hierárquica, resultando em filamentos intermediários:

● Duas proteínas associam-se de forma paralela, isto é, com as


extremidades amínica e carboxílica para o mesmo lado.
● Dois dímeros associam-se de forma antiparalela para formar
um tetrâmero.
● Os tetrâmeros associam-se cabeça com cauda para dar
fibras, que por sua vez se associam lateralmente para dar
fibras, que por sua vez se associam lateralmente para dar o
filamento intermédio

A unidade funcional, por sua elevada estabilidade no citosol, é o


tetrâmero. A sua função principal é a de dar rigidez e elasticidade à
célula. A função depende da composição e localização dos filamentos.
Os filamentos intermediários, diferentemente da actina F ou dos
microtúbulos, são muito estáveis. Para a sua dinâmica é requerida a
fosforilação e desfosforilação dos seus componentes por meio de
quinases e fosfatases, respectivamente.

O que são tecidos?


- TECIDOS:Formados pela associação de células e meio
extracelular.
- Esta pode ser escassa ou abundante.
- As células se especializaram para exercer funções específicas em
cada tipo de tecido.

Há 4 tipos de tecidos:
- TECIDO EPITELIAL
- TECIDO CONJUNTIVO
- TECIDO MUSCULAR
- TECIDO NERVOSO

Características histofuncional:
● Tecido Epitelial: células muito próximas com pouca
MEC.Revestimento de superfícies interna e externa;secreção.
● Tecido Conjuntivo: células separadas por abundante
MEC.Sustentação do corpo e de órgãos,preenchimento,nutrição
de outros tecidos,defesa.
● Tecido Muscular: células alongadas,com capacidade
contrátil,com pouca MEC. Geração de movimentos.
● Tecido Nervoso: células com prolongamento,pouca MEC.
-----------------------------------------------------------------------------------------------
Tecido Epitelial
Características histológicas: apresenta justaposição das células e
pouca matriz extracelular.
As células epiteliais são justapostas,poliédricas com muito
citoplasma,citoesqueleto desenvolvido e polaridade.
As células estão apoiadas sobre uma lâmina ou membrana basal.
É avascular.

A lâmina basal é uma camada de glicoproteínas ( laminina,colágeno do


tipo IV e entactina ) e proteoglicanas secretadas pelas células
epiteliais,que,como o nome diz, se situa na base do tecido.
Ela é visível somente ao ME.

Geralmente associada à porção inferior da lâmina basal,há uma


camada de fibras reticulares (colágeno tipo III) a lâmina reticular,que é
secretada pelo tecido conjuntivo subjacente.
A lâmina basal e a lâmina reticular compõem a membrana basal.

A polaridade da célula da diferença na composição química da


membrana plasmática e na posição das organelas.
A região da célula voltada para a superfície livre é o polo
apical,enquanto o lado oposto é o polo basal.
Superfície Apical:
- Microvilos- são projeções da superfície apical da célula que
aumentam a superfície de absorção.

- Estereocílios- são microvilos longos e podem ser ramificados.

são imóveis.
- Cílios- são evaginações da membrana sustentadas por uma
organização especial de microtúbulos(axonema) que promovem
sua movimentação.

- Interdigitações- são invaginações da superfície basal e lateral


das células.

Características,funções e classificações:
● Características histológicas- apresenta justaposição das células
e pouca matriz extracelular.
A justaposição das células epiteliais permite a formação de
camadas contínuas que revestem superfícies internas e externas.
Formam camadas de proteção contra atrito,tração e
tensão,evitam livre trânsito de moléculas entre os meios.
Podem secretar e absorver.
● Classificação- O epitélio de revestimento é classificado segundo a
forma das células e o número de camadas celulares.
○ Quando a largura e o comprimento da célula são maiores
que a altura e a célula é dita pavimentosa.
○ Quando a altura é igual a largura e comprimento,ela é
denominada cúbica.
○ Quando a altura é maior que a largura e o comprimento a
célula é cilíndrica.
O epitélio de revestimento é classificado segundo a forma das células e
o número de camadas celulares.
- Se houver somente uma camada de células,o epitélio é dito
simples.
- Se houver mais de uma, será estratificado.
Tipos especiais: Epitélio Pseudoestratificado- todas as células se
apoiam na lâmina basal mas possuem diferentes tamanhos.
Os núcleos estão,portanto, em diferentes alturas lembrando o epitélio
estratificado.
Epitélio de Transição- a forma das células e o número de camadas
visíveis varia conforme o órgão esteja relaxado ou distendido.

----------------------------------------------------------------------------------------------
Epitélio Glandular

Características Histológicas: apresenta justaposição das células e


pouca matriz extracelular.As células estão adaptadas para produzir e
liberar secreções.
As glândulas originam-se do epitélio de revestimento pela proliferação
de suas células,com invasão do tecido conjuntivo subjacente e
posterior diferenciação.
Qunado as células permanecem conectadas à superfície epitelial,um
ducto é formado e a secreção vai para a superfície através desse
ducto.
Essa glândula é dita exócrina.
Quando as células perdem essa conexão, a secreção é liberada para
os vasos sanguíneos e a glândula è endócrina.

Glândulas exócrinas- Forma da porção secretada em :


- tubular se ela tiver essa forma,podendo ainda ser reta ou
enovelada.
- acinosa se for arredondada
- tubuloacinosa quando há dois tipos de porções secretoras

Ramificação do ducto em:


- simples quando não há ramificação
- composta quando há ramificação

Liberação de secreção em:


- merócrina em que a secreção è exocitose sem dano à célula.
- apócrina em que a secreção e uma parte do citoplasma apical
são perdidas.
- holócrina em que a célula morre e é liberada junto com a
secreção.

Glándulas Endocrinas: São classificadas segundo o arranjo das células


epiteliais em:
- folicular quando as células se arranjam em folículos ou seja
vesículas onde se acumulam a secreção.
- cordonal quando as células se dispõem enfileiradas formando
cordões que se anastomosam ao redor de capilares.

------------------------------------------------------------------------------------------------
Tecido Conjuntivo
Caracterizado pela abundância de matriz extracelular,variedade de
tipos celulares e grande vascularização e inervação.
Funções:
- união de tecidos servindo para conexão,sustentação e
preenchimento.
- absorção de impactos,resistência à tração ou elasticidade.
- armazenamento de gordura,que é utilizada na produção de
energia ou calor.
- defesa do organismo
- cicatrização
- coagulação sanguínea
- transporte de gases,nutrientes e catabólitos.

Matriz extracelular:
● Fluido tecidual- semelhante ao plasma sanguíneo quanto ao seu
conteúdo de íons e substâncias difusíveis além de pequena
porcentagem de proteínas plasmáticas
● Substância fundamental- mistura completa de
glicosaminoglicanas,acoteoglicanas e glicoproteínas
multiadesivas.
● Componentes fibrilares- constituintes protéicos sintetizados e
secretados pelas células conjuntivas,organizados em fibras.

Componentes fibrilares:
● Fibras colágenas- constituição: proteína colágeno. O colágeno é
uma glicoproteína da matriz extracelular,composta de três
cadeias polipeptídicas enroladas em uma configuração
helicoidal.
A variação na sequência de aminoácidos dessa cadeia levou a
descrição de 28 moléculas de colágeno.
Estas podem se apresentar como moléculas individuais ou
associadas em redes,fibrilas ou até fibras.

O tecido conjuntivo é caracterizado pela abundância de matriz


extracelular, variedade de tipos celulares e grande vascularização e
inervação.
MATRIZ EXTRACELULAR
A matriz do tecido conjuntivo possui um componente fibrilar e um
componente formado por substância fundamental. Esta substância
fundamental é um fluido viscoso, amorfo e incolor, altamente
hidrofílico. Possui dentre seus constituintes macromoléculas como
glicosaminoglicanas (GAGs), proteoglicanos e glicoproteínas de adesão
(como a laminina, a fibronectina, entre outras). Estas macromoléculas
se prendem a receptores específicos na superfície celular e também
preenchem os espaços entre as células. Atua também como barreira à
entrada de microorganismos.
As glicosaminoglicanas são polímeros lineares longos, não flexíveis e
com cadeias não ramificadas, e têm como base unidades
dissacarídicas repetidas. Um dos monossacarídeos que compõem os
dissacarídeos é sempre a N-acetilglicosamina ou a N-
acetilgalactosamina. Outro monossacarídeo é, na maioria dos casos,
um ácido urônico. Essa composição confere abundância de grupos
aniônicos às GAGs, o que por sua vez, favorece grande ligação de íons
como sódio que são osmoticamente ativos. Dessa forma, as GAGs
formam um arcabouço altamente hidratado na matriz extracelular, que
regula a passagem de moléculas e gases permitem a formação de
gradientes de moléculas quimiotáticas, e absorvem moléculas-sinal
para uma diversidade de funções celulares, bloqueiam e estimulam ou
guiam a migração e dispersão celular através da MEC.

As proteoglicanas são macromoléculas compostas por um núcleo


protéico, no qual se ligam várias GAGs covalentemente. Aumentam a
área de hidratação.
O componente fibrilar da matriz no tecido conjuntivo é formado por
três tipos de fibras:
1. Fibras Colágenas
Estas fibras são constituídas pela proteína colágeno, que é a proteína
mais abundante no corpo humano. Esta proteína é sintetizada no RER
das células conjuntivas (sob a forma de tropocolágeno) e liberada no
meio extracelular, onde se agrega uma com as outras formando as
fibras. Atualmente a família dos colágenos é composta por mais de
vinte tipos geneticamente diferentes de colágenos. Nos colágenos tipo
I (encontrado nos tendões), II e III as moléculas de tropocolágeno se
agregam em subunidades (microfibrilas). Nos colágenos do tipo III,
estas fibrilas se associam com glicoproteínas para formar as fibras
reticulares. O colágeno do tipo II, presente na cartilagem, forma fibrilas,
mas não forma fibra. O colágeno do IV, presente nas laminas basais,
não forma fibrilas nem fibras. Neste tipo de colágeno as moléculas se
associam de um modo peculiar formando uma trama complexa que
lembra a estrutura de uma “tela de galinheiro”.
2. Fibras Elásticas
São formadas pela associação de uma proteína extremamente
distensível e amorfa, denominada elastina, com uma proteína fibrilar
chamada fibrilina. Formam fibras mais delgadas que as fibras
colágenas e ligam-se umas as outras formando uma malha, a qual
cede facilmente às trações mínimas, porém retomam sua forma inicial
logo que cessam as forças deformantes.
3. Fibras Reticulares
Formadas pela associação de colágeno tipo III com glicoproteínas.
Formam um rede que se estrutura como arcabouço de modelamento
da arquitetura celular em vários órgãos. São mais abundantes em
órgãos que sofrem aumento fisiológico de tamanho para atender uma
demanda de funcionamento. Estas fibras não são visíveis em
preparados corados pela hematoxilina- eosina (HE), mas pode ser
facilmente coradas em cor preta por impregnação com sais de prata.
Por causa de sua afinidade por sais de prata, estas fibras são
chamadas de argirófilas.

CÉLULAS
O tecido conjuntivo possui células chamadas de próprias e células
chamadas de não próprias. As primeiras são os fibroblastos e
fibrócitos,
Os fibroblastos são as células jovens, em plena atividade produtiva. Já
os fibrócitos são as células mais maduras, com baixa capacidade
sintética, originadas a partir dos fibroblastos.. Os fibroblastos são as
células mais comuns do tecido conjuntivo. Caracterizam-se por serem
células grandes, com muitos prolongamentos, contendo um núcleo
oval bem evidente e citoplasma contendo um retículo endoplasmático
e complexo de Golgi bem desenvolvidos, fracamente corados, com
cromatina fina e nucléolos proeminentes. Os fibroblastos têm a função
de sintetizar fibras do tecido conjuntivo e as proteoglicanas e
glicoproteínas da matriz em grande quantidade a ponto de crescer ou
regenerar o tecido.
Os fibrócitos são menores que os fibroblastos e tendem a um aspecto
fusiforme, apresentam poucos prolongamentos citoplasmáticos e o
núcleo é menor, mais escuro e mais alongado do que o fibroblasto. Seu
citoplasma é acidófilo, com pouca quantidade de retículo
endoplasmático rugoso. Havendo um estímulo, como ocorre nos
processos de cicatrização, o fibrócito pode voltar a sintetizar fibras,
assumindo a forma de fibroblasto.
As células não próprias são oriundas de outros tecidos e migram para
o tecido conjuntivo, onde passam a exercer suas funções. São as mais
comuns: macrófagos, mastócitos e plasmócitos.

VARIEDADES DE TECIDO CONJUNTIVO


Existem diversos tipos de tecido conjuntivo, sempre formados pelos
constituintes básicos. A variação dos nomes do tecido conjuntivo está
na diferença do principal componente de cada local.
1. Tecido conjuntivo frouxo
É um tecido delicado, flexível e pouco resistente à tração, tendo todos
os elementos estruturais típicos do conjuntivo. A matriz extracelular
apresenta todos os elementos do conjuntivo na mesma proporção, não
havendo o predomínio de nenhum elemento. Preenche espaços não-
ocupados por outros tecidos, serve de apoio e nutre o tecido epitelial,
estando sob a pele de todo o corpo, envolve nervos, músculos e vasos
sanguíneos linfáticos. Além disso, faz parte da estrutura de muitos
órgãos e desempenha importante papel em processos de cicatrização.
2. Tecido conjuntivo denso
Caracteriza-se por ter predominância de fibras colágenas, formando
feixes espessos. É adaptado para oferecer mais resistência e proteção,
mesmo sendo menos flexível que o tecido conjuntivo frouxo.
Dependendo do modo de organização dessas fibras colágenas, esse
tecido pode ser classificado em:
• Não ordenado: as fibras colágenas ficam dispostas em feixes que se
orientam em vários sentidos, o que dá aspecto "bagunçado" ao tecido.
Resiste a trações multidirecionais.
• Ordenado: formado por fibras colágenas dispostas em feixes com
orientação orientada em apenas um sentido. Ocorre nos tendões, que
ligam os músculos aos ossos e nos ligamentos, que ligam os ossos
entre si.
3. Tecido elástico
Tem predomínio de fibras elásticas grossas. É um tecido pouco
frequente, sendo encontrado nos ligamentos da coluna vertebral e no
ligamento suspensor do pênis.
4. Tecido reticular
É formado por fibras reticulares, em maior proporção, e por células
reticulares (fibroblastos que produzem fibras reticulares).
5. Tecido mucoso
Encontramos neste tecido a predominância de substância
fundamental amorfa e poucas fibras. Tem aspecto gelatinoso, e é o
principal constituinte do cordão umbilical, onde é chamado de
Gelatina de Wharton, é encontrado na polpa dental jovem.
------------------------------------------------------------------------------------------------

Tecido Adiposo

O tecido adiposo é um tipo especial do tecido conjuntivo, onde há a


predominância de células que apresentam depósitos de gordura sob
forma de triglicerídeos - essas células são os adipócitos.
Exerce várias funções:
● Reserva de energia na forma de triglicerídeos;
● Preenchimento;
● Modela superfície corporal;
● Coxins absorventes de choques;
● Isolamento térmico;
● Produção de calor nos recém-nascidos e animais hibernantes;
● Função endócrina.
Pode ser, histologicamente, subdividido em dois tipos:
Tecido Adiposo Unilocular
Tecido Adiposo Multilocular

TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR


É caracterizado por ter células grandes, esféricas (mas que se
apresentam poliédricas pela compressão mútua), com citoplasma
escasso e periférico, visualizado como uma lâmina corada, bem
delgada ao redor da célula. O núcleo dos adipócitos é achatado e fica
periférico. A maior parte da célula é ocupada pelos triglicerídeos, que
se colocam no citoplasma formando uma grande gotícula de gordura,
visualizada como uma área clara dentro da célula.

As células adiposas contêm numerosas vesículas de pinocitose (vistas


ao M.E.), que internalizam os lipídios provenientes da alimentação,
trazidos pela corrente sanguínea. A alimentação, metabolismo
hepático e metabolismo do próprio tecido adiposo são as principais
fontes de triglicerídeos.
Veja só como se dá a chegada destes triglicerídeos, advindos da
alimentação, até o adipócito:
"Nos capilares sanguíneos situados em volta dos adipócitos, ligada à
superfície do endotélio, há a lipase lipoproteica, que hidrolisa os
quilomícrons e as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL de
very low density lipoproteins). Os quilomícrons são partículas
provenientes do intestino, com 90% de triglicerídeos e o restante de
colesterol, fosfolipídios e proteínas. As VLDL são oriundas do fígado e,
quando hidrolisadas, liberam ácidos graxos e glicerol. São esses
elementos
que entram nas células adiposas e são reesterificados no retículo
endoplasmático liso em triglicerídeos para o armazenamento".
(Montanari, Tatiana. Histologia : texto, atlas e roteiro de aulas práticas [recurso
eletrônico] 3. ed. – Porto Alegre: Edição do Autor, 2016. 229 p. : digital)

O jejum prolongado, as atividades físicas intensas e o frio são fatores


que estimulam a liberação dos triglicerídeos armazenados nos
adipócitos para uso corporal. Esse processo envolve a ativação de
uma enzima, lipase sensível a hormônio, que existe dentro do
citoplasma da célula adiposa. Novamente, haverá quebra das
moléculas de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol e transporte
pelas membranas celulares até o sangue. No sangue, estes
componentes serão distribuídos para o corpo.

O tecido adiposo unilocular constitui praticamente todo o tecido


adiposo do adulto. Ocorre subjacente à pele, na hipoderme (tela
subcutânea), onde evita a perda excessiva de calor (isolamento
térmico) e absorve impactos, especialmente na palma das mãos, na
planta dos pés e nas nádegas. Preenche os espaços entre tecidos e
órgãos, contribuindo para mantê-los em suas posições.
TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR
Possui células menores com várias gotículas lipídicas citoplasmáticas,
o núcleo é esférico e excêntrico. O citoplasma concentra muitas
mitocôndrias, responsáveis pela metabolização dos ácidos graxos e
produção de calor, função deste tecido. Formado no embrião e
diminui após o nascimento; não se forma no organismo adulto.
Receptores sensoriais na pele enviam sinais ao centro cerebral de
regulação da temperatura, que, por sua vez, envia impulsos nervosos a
essas células adiposas. O neurotransmissor noradrenalina ativa a
enzima que quebra os triglicerídeos, e a oxidação dos ácidos graxos
ocorre nas mitocôndrias.
Nesse tecido adiposo, a membrana interna das mitocôndrias possui
poros transportadores de prótons, as termogeninas (ou UCP-1 de
uncoupling protein 1, ou seja, proteína não acopladora 1), que permitem
o fluxo dos prótons acumulados no espaço intermembranoso durante
o transporte de elétrons para a matriz, dissipando a energia potencial
como calor. O sangue contido na rede capilar do tecido é aquecido, e o
calor é distribuído pelo corpo (Montanari, Tatiana. Histologia : texto, atlas e
roteiro de aulas práticas [recurso eletrônico] 3. ed. – Porto Alegre: Edição do Autor,
2016. 229 p. : digital).

Veja a estrutura da membrana mitocondrial e seus componentes


envolvidos na produção de calor.
REFERÊNCIAS: https://pucminas.instructure.com/courses/108524

Você também pode gostar