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Retículo endoplasmático
Os ribossomas associados ao RER são locais de síntese de proteínas (algumas das quais
enzimáticas) com funções fora do citossol, i.e. proteínas que serão incorporadas em membranas –
proteínas transmembranares, ou transportadas para outros organelos do sistema endomembranar.
Estas últimas proteínas sintetizadas entram no lúmen do RER e sofrem várias modificações:
conformacionais através da formação de pontes de hidrogénio e dissulfito e enrolamente da hélice
adquirindo uma estrutura terciária e químicas pela adição de carbohidratos tornando-se
glicoproteínas. Posteriormente, as proteínas agora designadas por proteínas secretoras, são
transportadas para zonas da célula onde são necessárias ou então seguem para o complexo de
Golgi, em vesículas de transporte. O RER também sintetiza ainda membrana plasmática e proteínas
lisossómicas. Nas células dos mamíferos, a maioria das proteínas são transportadas para o lúmem
do retículo endoplasmático à medida que são traduzidas nos ribossomas associados à membrana
do RE. As proteínas cujo destino é permanecerem no citossol ou serem incorporadas no núcleo,
mitoncôndrias, cloroplastos ou peroxissomas são sintetizadas nos ribossomas livres no citossol e
libertadas no final do processo de tradução.
Descoberto em 1898, por Camillo Golgi nas células nervosas, e mais tarde, nos finais da década de
1950, com o auxílio da microscopia electrónica conclui-se que existia na maioria das células
eucariotas. A aparência do complexo de Golgi varia de espécie para espécie mas todos possuem o
mesmo tipo de estruturas básicas, os dictiossomas. Cada dictiossoma é composto por grupos de
sáculos ou cisternas membranares achatadas e empilhadas de forma regular, e por pequenas
vesículas. A face convexa – região cis – virada para o RE é a face de formação das cisternas. A
face côncava – face trans – é a face de maturação, onde se formam vesículas, está virada para a
membrana plasmática. O complexo de Golgi está envolvido na síntese de proteoglicanos, presentes
na matriz extracelular das células animais, de carbohidratos, no transporte de lípidos e na produção
de lisossomas.
Algumas das proteínas sintetizadas no RER são transportadas até ao complexo de Golgi em
vesículas de transporte, onde sofrem transformações permitindo que algumas proteínas se tornem
funcionais e/ou algumas enzimas sejam activadas. Após terem sofrido as várias transformações ao
longo das cisternas do complexo de Golgi no sentido cis-trans, as proteínas são envolvidas em
vesículas que se formam na face de maturação do complexo, as vesículas de secreção ou
lisossomas.
Lisossoma
Os lisossomas são organelos esféricos membranares existentes em células animais, que contêm
vários tipos de enzimas – hidrolases – que se formam na face de maturação do complexo de Golgi.
Estas vesículas podem-se fundir com vacúolos ou vesículas endocíticas, formando estruturas de
maiores dimensões, os vacúolos digestivos, onde ocorre a digestão – heterofagia – de muitas
substâncias captadas por endocitose como proteínas. Também participam na digestão de organelos
celulares – autofagia.
Esquema digestão intracelular: 1. Invólucro nuclear, 2. Poro nuclear, 3. RER, 4. REL, 5. Ribossoma,
6. Macromoléculas, 7. Vesículas de transporte, 8. Dictiossoma, 9. Face de formação cis do
complexo de Golgi, 10. Face de maturação trans do complexo de Golgi, 11. Cisternas do complexo
de Golgi, 12. Lisossoma