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ESCOLA SUPERIOR DE CIENCIAS DA SAÚDE / ESA

AULA: COMPLEXO DE GOLGI E LISOSSOMOS

COMPLEXO DE GOLGI – ROTA DE SECREÇÃO


O complexo de Golgi está bem desenvolvido nas células secretoras e não se cora pela hematoxilina ou eosina. O complexo
de Golgi foi descrito há mais de 100 anos, pelo histologista Camillo Golgi. Em estudos de células nervosas impregnadas
com ósmio, ele descobriu uma organela que formava redes ao redor do núcleo. Além disso, ele observou que essas estruturas
estavam bem desenvolvidas nas células secretoras. Alterações no formato e na localização do complexo de Golgi em relação
a seu estado secretor foram descritas até mesmo antes de sua observação ao microscópio eletrônico e antes do
estabelecimento de sua relação funcional com o RER. O complexo de Golgi é ativo tanto em células que secretam proteínas
por exocitose quanto em células que sintetizam grandes quantidades de membrana e proteínas associadas à membrana,
como as células nervosas. Na microscopia óptica, as células secretoras que apresentam um grande complexo de Golgi (p.
ex., plasmócitos, osteoblastos e células do epidídimo) exibem, em geral, uma área clara parcialmente circundada por
ergastoplasma. Na ME, o complexo de Golgi aparece como uma série de sacos ou cisternas delimitados por membrana,
planos e empilhados e extensões tubulares inseridas em uma rede de microtúbulos, próximo ao centro organizador de
microtúbulos. Pequenas vesículas envolvidas no transporte vesicular são observadas em associação às cisternas. O
complexo de Golgi é polarizado tanto morfológica quanto funcionalmente. As cisternas planas localizadas mais próximas
do RER representam a face em formação ou rede cis de Golgi (CGN); as cisternas localizadas afastadas do RER representam
a face de amadurecimento ou rede trans de Golgi (TGN; do inglês, transGolgi network);. As cisternas localizadas entre a
TGN e a CGN são comumente designadas como rede de Golgi medial.
A definição das faces da pilha de vesículas que compõem o complexo nem sempre é fácil de ser determinada.
Habitualmente, na face TRANS (de maturação), ou côncava, da pilha de cisternas, além de seus sáculos mostrarem
continuidade com o REL na formação da TGN, possuem conteúdo de maior densidade ao microscópio eletrônico, e são
mais fragmentados, podendo evidenciar a formação de grandes vesículas de secreção. Já sua face CIS (de formação), ou
convexa, apresenta associação com o RER ou carioteca externa, de quem recebe inúmeras vesículas de transferência
cedendo-lhe membranas e substâncias para processamento. O conteúdo das cisternas CIS é, freqüentemente, menos denso
ao microscópio eletrônico e as vesículas associadas a sua face são de pequenas dimensões. Há um intenso trânsito de
vesículas de transferência de substâncias entre as margens de seus sáculos e entre a organela e endossomos tardios (corpos
multivesiculares).

O complexo de Golgi atua na modificação pós-tradução, seleção e empacotamento das proteínas


As pequenas vesículas de transporte revestidas por COPII transportam proteínas recémsintetizadas (tanto secretoras quanto
de membrana) do RER para CGN. A partir daí, seguem o seu trajeto dentro das vesículas de transporte de uma cisterna para
a seguinte. As vesículas brotam de uma cisterna e fundemse com as cisternas adjacentes. À medida que as proteínas e os
lipídios passam através das pilhas de Golgi, elas sofrem uma série de modificações pós-tradução, que envolvem a
remodelagem dos oligossacarídios de ligação N previamente adicionados no RER. Em geral, as glicoproteínas e os
glicolipídios têm os seus oligossacarídios cortados e translocados. A glicosilação das proteínas e dos lipídios utiliza várias
enzimas de processamento de carboidratos que adicionam, removem e modificam os componentes de açúcares das cadeias
de oligossacarídios. A M6P é adicionada às proteínas destinadas a seguir o seu trajeto para endossomos maduros e
lisossomos. Além disso, as glicoproteínas são fosforiladas ou sulfatadas. A clivagem proteolítica de certas proteínas também
é iniciada dentro das cisternas.

Quatro vias principais de secreção de proteínas do complexo de Golgi destinam as proteínas para diversos
compartimentos celulares.

Conforme assinalado, as proteínas saem do complexo de Golgi a partir da TGN. Essa rede e o arranjo tubulovesicular
associado atuam como estação de seleção para transportar vesículas que liberam proteínas nos seguintes locais: Membrana
plasmática apical. Muitas proteínas extracelulares e de membrana são liberadas nesse local. Essa via constitutiva mais
provavelmente utiliza vesículas não revestidas por clatrina. Na maioria das células, as proteínas secretoras destinadas à
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membrana plasmática apical têm sinais de seleção específicos, que orientam seus processos de seleção na TGN. As
proteínas são então liberadas na superfície apical da célula.
Membrana plasmática basolateral. As proteínas direcionadas para o domínio basolateral também têm um sinal de seleção
específico ligado a elas pela TGN. Essa via constitutiva utiliza vesículas revestidas por uma proteína ainda não identificada,
associada a uma proteína adaptadora epitélio específica. As proteínas de membrana transportadas são continuamente
incorporadas na superfície celular basolateral. Esse tipo de direcionamento é observado na maioria das células epiteliais
polarizadas. Contudo, nos hepatócitos, o processo de seleção de proteínas nos domínios basolateral e apical é muito
diferente. Todas as proteínas integrais de membrana plasmática que são destinadas aos domínios tanto apical quanto
basolateral são inicialmente transportadas da TGN para a membrana plasmática basolateral. A partir desse ponto, ambas as
proteínas sofrem endocitose e são selecionadas em compartimentos endossômicos jovens. As proteínas basolaterais são
recicladas de volta à membrana basolateral, enquanto as proteínas apicais são transportadas através do citoplasma para a
membrana celular apical por transcitose.
Endossomos ou lisossomos. As proteínas destinadas a organelas contêm, em sua maioria, sequências sinalespecíficas. São
selecionadas na TGN e entregues a organelas específicas. No entanto, os mecanismos de seleção da TGN nunca são
completamente acurados. Por exemplo, cerca de 10% das proteínas integrais da membrana lisossômica (LIMPs), em vez
de seguirem um percurso direto para dentro dos endossomos jovens ou maduros, seguem uma via extensa, viajando através
da membrana plasmática apical e, a partir daí, retornam para as vias endossômicas. As enzimas destinadas aos lisossomos,
que utilizam marcadores M6P, são liberadas nos endossomos jovens ou maduros, à medida que se desenvolvem em
lisossomos maduros.
Citoplasma apical. As proteínas que foram agregadas ou cristalizadas na TGN em consequência de alterações do pH e da
concentração de Ca2+ são armazenadas em grandes vesículas secretoras. Essas vesículas sofrem um processo de maturação,
no qual as proteínas secretoras são retidas dentro da vesícula. Todas as outras proteínas não secretoras são recicladas no
compartimento endossômico ou na TGN em vesículas revestidas por clatrina. As vesículas secretoras maduras finalmente
se fundem com a membrana plasmática para liberar o produto secretor por exocitose. Esse tipo de secreção é característico
das células secretoras altamente especializadas encontradas nas glândulas exócrinas.

A seleção e o empacotamento de proteínas dentro de vesículas de transporte ocorrem na rede trans de Golgi.
As proteínas que chegam à TGN são distribuídas para diferentes localizações dentro de vesículas de transporte. O destino
intercelular de cada proteína depende dos sinais de seleção que são incorporados dentro da cadeia polipeptídica da proteína.
A seleção e o empacotamento efetivos das proteínas na TGN baseiamse principalmente nos sinais de seleção e nas
propriedades físicas.
Os sinais de seleção são representados pelo arranjo linear das moléculas de aminoácidos ou de carboidratos associados.
Esse tipo de sinal é reconhecido pelo mecanismo de seleção, que direciona a proteína para dentro da vesícula de transporte
adequadamente revestida.
As propriedades físicas são importantes para o empacotamento de complexos proteicos funcionalmente associados. Esses
grupos de proteínas são inicialmente distribuídos em balsas lipídicas separadas, que mais tarde são incorporadas nas
vesículas de transporte destinadas a uma organela alvo.

LISOSSOMOS
Os lisossomos são organelas digestivas que só foram reconhecidas após o uso de procedimentos histoquímicos para
demonstrar as enzimas lisossômicas. Os lisossomos são organelas ricas em enzimas hidrolíticas, como proteases, nucleases,
glicosidases, lipases e fosfolipases. O lisossomo representa um compartimento digestivo principal na célula que degrada
macromoléculas derivadas de vias endocíticas, bem como da própria célula, em um processo conhecido como autofagia
(remoção dos componentes citoplasmáticos, particularmente organelas envolvidas por membrana, por meio de sua digestão
dentro dos lisossomos). Para mais informações sobre autofagia. A primeira hipótese para a biogênese dos lisossomos,
formulada há quase meio século, postulava que os lisossomos surgiam como organelas completas e funcionais a partir de
seu brotamento do complexo de Golgi. Esses lisossomos recém formados eram denominados lisossomos primários, em
contraste com os lisossomos secundários, que já haviam se fundido com endossomos. No entanto, a hipótese dos lisossomos
primários e secundários provou ter pouca validade, à medida que novos dados de pesquisa possibilitaram melhor
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compreensão dos detalhes das vias secretoras de proteínas e do destino das vesículas endocíticas. Atualmente, existe uma
ampla aceitação de que os lisossomos são formados em uma série complexa de vias que convergem para os endossomos
maduros, transformando-os em lisossomos. Essas vias são responsáveis pela liberação direcionada de enzimas lisossômicas
recém sintetizadas e proteínas lisossômicas estruturais de membrana nos endossomos maduros. Conforme assinalado
anteriormente, as enzimas lisossômicas são sintetizadas no RER e selecionadas no complexo de Golgi, com base na sua
capacidade de ligação aos receptores de M6P.

Os lisossomos contêm uma membrana singular, que é resistente à digestão hidrolítica que ocorre em seu lúmen
Os lisossomos contêm uma coleção de enzimas hidrolíticas e são circundados por uma membrana singular, que resiste à
hidrólise pelas suas próprias enzimas. A membrana lisossômica dispõe de uma estrutura fosfolipídica incomum que contém
colesterol e um lipídio peculiar, denominado ácido lisobifosfatídico. As proteínas estruturais da membrana lisossômica são
classificadas, em sua maioria, em proteínas de membrana associadas a lisossomos (LAMPs; do inglês, lysosomeassociated
membrane proteins), glicoproteínas da membrana lisossômica (LGPs; do inglês, lysosomal membrane glycoproteins) e
proteínas integrais da membrana lisossômica (LIMPs; do inglês, lysosomal integral membrane proteins). As LAMPs, LGPs
e LIMPs representam mais de 50% do total das proteínas de membrana nos lisossomos e são altamente glicosiladas na
superfície luminal. As moléculas de açúcar cobrem quase toda a superfície luminal dessas proteínas, protegendoas, assim,
da digestão pelas enzimas hidrolíticas. Os ácidos lisobifosfatídicos dentro da membrana lisossômica podem desempenhar
um importante papel na restrição da atividade das enzimas hidrolíticas dirigidas contra a membrana. A mesma família de
proteínas de membrana também é detectada nos endossomos maduros. Além disso, os lisossomos e os endossomos maduros
contêm bombas de prótons (H+ ), que transportam íons H+ para o lúmen lisossômico, mantendo um pH baixo (em torno de
4,7). A membrana lisossômica também contém proteínas de transporte, que transportam os produtos finais da digestão
(aminoácidos, açúcares, nucleotídios) para o citoplasma, onde são usados nos processos de síntese da célula ou sofrem
exocitose.
As proteínas de membrana lisossômicas são sintetizadas no RER e apresentam um sinal de direcionamento
lisossômico específico.
Conforme assinalado anteriormente, o tráfego intracelular que leva à entrega de muitas enzimas lisossômicas solúveis nos
endossomos maduros e lisossomos envolve o sinal da M6P e seu receptor. Todas as proteínas de membrana destinadas aos
lisossomos (e aos endossomos maduros) são sintetizadas no RER e transportadas para o complexo de Golgi, onde são
selecionadas. No entanto, elas não contêm os sinais da M6P e precisam ser direcionadas para os lisossomos por um
mecanismo diferente. O sinal de direcionamento para as proteínas integrais de membrana é representado por um domínio
C terminal citoplasmático curto, que é reconhecido por complexos da proteína adaptina e empacotado dentro de vesículas
revestidas por clatrina. Essas proteínas alcançam o seu destino por uma de duas vias: Na via secretora constitutiva, as LIMPs
saem do complexo de Golgi em vesículas revestidas e são liberadas na superfície celular. A partir daí, sofrem endocitose e,
por meio dos compartimentos endossômicos jovem e maduro, alcançam finalmente os lisossomos. Na via secretora das
vesículas revestidas derivadas do complexo de Golgi, as LIMPs, após seleção e empacotamento, saem do complexo de
Golgi em vesículas revestidas por clatrina. Essas vesículas de transporte seguem o seu trajeto e sofrem fusão com
endossomos maduros em decorrência da interação de componentes endossômicos específicos das proteínas de ancoragem
vSNARE e tSNARE.
Três vias diferentes entregam material para digestão intracelular nos lisossomos
Dependendo da natureza do material digerido, diferentes vias entregam material para digestão dentro dos lisossomos. No
processo de digestão, a maior parte do material digerido provém de processos de endocitose; no entanto, a célula também
utiliza os lisossomos para digerir suas próprias partes obsoletas, organelas não funcionais e moléculas desnecessárias.
Existem três vias para a digestão:
As partículas grandes extracelulares, tais como bactérias, restos celulares e outros materiais estranhos, são engolfadas
no processo de fagocitose. Um fagossomo, formado quando o material é internalizado no citoplasma, recebe
subsequentemente enzimas hidrolíticas, transformando-se em endossomo maduro, que será amadurecido em lisossomo.
As pequenas partículas extracelulares, tais como proteínas extracelulares, proteínas da membrana plasmática e complexo
ligante receptor, são internalizadas por pinocitose e por endocitose mediada por receptor. Essas partículas seguem a via
endocítica por meio dos compartimentos endossômicos jovem e maduro e, por fim, são degradadas nos lisossomos.
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As partículas intracelulares, tais como organelas inteiras, proteínas citoplasmáticas e outros componentes celulares, são
isoladas da matriz citoplasmática por membranas do retículo endoplasmático, transportadas para os lisossomos e
degradadas. Esse processo é denominado autofagia.
Além disso, algumas células (p. ex., osteoclastos envolvidos na reabsorção óssea e neutrófilos envolvidos na inflamação
aguda) podem liberar enzimas lisossômicas diretamente no espaço extracelular para digerir componentes da matriz
extracelular.
Os lisossomos em algumas células são reconhecíveis ao microscópio óptico, em virtude de seu número, tamanho ou
conteúdo. Os numerosos grânulos azurófilos dos neutrófilos (leucócitos) representam os lisossomos e são reconhecidos
como agregados de coloração específica. Os lisossomos que contêm bactérias e fragmentos de células danificadas
fagocitados frequentemente são reconhecidos nos macrófagos. A degradação hidrolítica do conteúdo dos lisossomos
frequentemente produz um vacúolo repleto de resíduos, denominado corpo residual, que pode permanecer por toda a vida
da célula. Por exemplo, nos neurônios, os corpos residuais são denominados pigmento da idade ou grânulos de lipofuscina.
Os corpos residuais constituem uma característica normal do envelhecimento celular. A ausência de certas enzimas
lisossômicas pode causar acúmulo patológico de substrato não digerido nos corpos residuais. Isso pode levar a vários
distúrbios, coletivamente denominados doenças de armazenamento lisossômico.
AUTOFAGIA
A autofagia representa a principal via celular, na qual várias proteínas citoplasmáticas, organelas e outras estruturas
celulares são degradadas no compartimento lisossômico. Esse importante processo mantém um equilíbrio bem controlado
entre as funções celulares anabólicas e catabólicas e possibilita que a célula elimine organelas indesejadas ou
desnecessárias. Os componentes digeridos das organelas são reciclados e reutilizados para o crescimento e o
desenvolvimento de células normais. As proteínas e as organelas citoplasmáticas são substratos para degradação
lisossômica no processo de autofagia. A autofagia desempenha um papel essencial durante a inanição, a diferenciação
celular, a morte e o envelhecimento das células.

A macroautofagia (ou apenas autofagia) é um processo inespecífico, em que uma parte do citoplasma ou uma organela
inteira são inicialmente circundadas por uma membrana intracelular dupla ou multilamelar de retículo endoplasmático,
denominada membrana de isolamento, para formar um vacúolo designado como autofagossomo. Após a liberação
direcionada das enzimas lisossômicas, o autofagossomo amadurece em lisossomo. A membrana de isolamento desintegrase
dentro do compartimento hidrolítico de um lisossomo.
A microautofagia também é um processo inespecífico, em que ocorre degradação de proteínas citoplasmáticas em um
processo lento e contínuo em condições fisiológicas normais. Na microautofagia, pequenas proteínas citoplasmáticas
solúveis são internalizadas nos lisossomos por invaginação da membrana lisossômica.
A autofagia mediada por chaperonas é o único processo seletivo de degradação proteica que requer o auxílio de
chaperonas citosólicas específicas, como a proteína chaperona do choque térmico, denominada hsc73. Esse processo é
ativado durante a privação de nutrientes e requer a ocorrência de sinais de direcionamento nas proteínas degradadas, bem
como um receptor específico na membrana lisossômica. O transporte direto mediado por chaperonas assemelhase ao
processo de importação de proteínas para várias outras organelas celulares: a hsc73 ligase à proteína e ajuda o seu transporte
através da membrana lisossômica para o lúmen, onde finalmente é degradada. A autofagia mediada por chaperona é
responsável pela degradação de aproximadamente 30% das proteínas citoplasmáticas em órgãos como o fígado e o rim.

ROTA ENDOCÍTICA
A rota endocítica se inicia na membrana plasmática com destino principal os lisossomos. Por serem muito grandes
macromoléculas como: virus, polissacarídeos, proteínas, bactérias, entram na célula por meio endocítico: endocitose.
Existem 2 tipos de endocitose: a fagocitose (partículas de tamanho grande) e a pinocitose (macro e micropinocitose de
fluídos e solutos). O processo de endocitose do material a ser endocitado é envolvido pela membrana plasmática, até colocar
o material para dentro da célula, formando o que nós chamamos de fagossomo. Nos mamíferos a fagocitose ocorre de
maneira notável em macrófagos e neutrófilos. Nem todas as células fazem fagocitose e nem todas as partículas que
entram em contato com os fagócitos vão ser fagocitadas. Para que isso aconteça o fagócito tem que reconhecer a
partícula através de receptores.
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A pinocitose forma um tipo de endossomo chamado pinossoma, que contém líquidos com substâncias em suspensão.
Por outro lado, a fagocitose forma outro tipo de endossoma chamado fagossomo, que contém patógenos como
bactérias e vírus.
Os endossomos podem ser inicial e tardio. Após a a formação da vesícula endocítica ela de funde a um compartimento
levemente ácido, o endossomo inicial ou periféricos. Dentro desses endossomos os receptores se desligam dos seus ligantes.
Parte de endossomo engloga apenas o receptor e o leva até a membrana plasmática. Assim os receptores podem ser
utilizados novamente. Esse endossomo inicial ele “vira” endossomo tardio, um pouco mais ácido que o inicial. Bombas de
protos em sua membrana jogam hidrogênio para o seu interior. O endossomo tardio começa a receber vesículas do complexo
de golgi e se funde momentaneamente (processo discutido ainda por pesquisadores) com os lisossomos formando um
endolisossomo. O ligante então consegue ser digerido nos lisossomos. Os lisossomos são bem diferentes dos endossomos,
é uma organela esférica, com ph mais ácido 5,0, contendo uma única membrana, sendo resistente à digestão, por conter
proteínas glicosiladas em seu interior. Os lisossomos podem sofrer um processo de desgaste com a sua perda digestiva,
formando o corpo residual, pdendo ser uma fator de envelhecimento celular. A célula acaba não exocitando esses corpos
residuais para não haver danos enzimáticos em tecidos sbjacentes.
Os lisossomos também podem se fundir com a membrana plasmática fazendo a digestão extracellular secretando enzimas
como ocorre no processo de remodelação dos ossos e desenvolvimento das cartilagens. Transportadores de protons
nas membrananas adjacentes acidificam o meio extracellular.
A disgetão de materias extracelulares recebe o nome de heterofagia. A autofagia é quando partes da propria célula
são digeridas, como num processo de renovação de organelas, ou em condições de falta de nutrientes a célula entra
nesse estado autofágico ou remodelação de tecidos e orgãos.

As doenças lisossômicas são um grupo de doenças onde há acúmulo progressivo de substâncias não metabolizadas no
interior do lisossomo, importante organela celular, geralmente por deficiência enzimática. Este acúmulo não somente
influencia mecanicamente as células e tecidos, como também prejudica o funcionamento celular habitual.

Visualização em microscopia de células abundantes Complexo de Golgi e Lisossomos

Plasmócitos - Organela: Complexo de Golgi


Os plasmócitos são células produtoras de anticorpos derivadas dos linfócitos B. Os plasmócitos representam um constituinte
proeminente do tecido conjuntivo frouxo, local de entrada mais frequente de antígenos no corpo (p. ex., o sistema digestório
e o sistema respiratório). Além disso, representam um componente normal das glândulas salivares, linfonodos e tecido
hemocitopoético. Uma vez diferenciado a partir de seu precursor, o linfócito B, o plasmócito tem capacidade migratória
limitada e um tempo de sobrevida curto, de 10 a 30 dias apenas. O plasmócito é uma célula ovoide relativamente grande
(20 μm), com uma quantidade considerável de citoplasma. O citoplasma exibe forte basofilia, devido à existência de um
extenso RER. O Complexo de Golgi, embora costume ser proeminente nos plasmócitos, não se cora pelos corantes
rotineiros (H&E). Consequentemente, essa organela aparece nas preparações para microscopia óptica como uma área clara
em contraste com o citoplasma basófilo (costuma-se chamar essa área de imagem negativa do Golgi.)

Células do epidídimo - Organela: Complexo de Golgi

O epidídimo é um órgão do sistema reprodutor masculino que está localizado na parte superior do testículo. Ele é
responsável pelo armazenamento e maturação dos espermatozoides. O epitélio de revestimento interno do epidídimo
contém células secretoras que possuem um complexo de Golgi extremamente desenvolvido Mesmo sem o uso de técnicas
com prata, o complexo de Golgi é tão bem desenvolvido em suas células secretoras que se mostra em evidência no
citoplasma pela ausência de afinidade com as colorações de rotina.
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Célula: macrófagos - Organela: Lisossomos


Os macrófagos são células fagocíticas derivadas de monócitos que contêm uma quantidade abundante de lisossomos. Os
macrófagos do tecido conjuntivo, também conhecidos como histiócitos teciduais, derivam de células sanguíneas
denominadas monócitos. Os monócitos migram da corrente sanguínea para dentro do tecido conjuntivo, onde se diferenciam
em macrófagos. Ao microscópio óptico e com o uso de corantes convencionais, os macrófagos teciduais são difíceis de
identificar, a não ser que exibam evidências óbvias de atividade fagocítica – por exemplo, material ingerido visível dentro
de seu citoplasma. Outra característica que ajuda a identificar os macrófagos consiste em seu núcleo endentado ou
reniforme. Os lisossomos são abundantes no citoplasma e podem ser revelados por meio de coloração para a atividade da
fosfatase ácida (tanto ao microscópio óptico quanto ao MET); uma reação positiva para essa enzima ajuda muito na
identificação do macrófago. Com o MET, a superfície do macrófago exibe numerosas pregas e projeções digitiformes. As
pregas da superfície envolvem as substâncias a serem fagocitadas. Os lisossomos do macrófago, juntamente com as
projeções citoplasmáticas da superfície, constituem as estruturas mais características da capacidade fagocítica especializada
da célula. O macrófago também pode conter vesículas endocíticas, fagolisossomos e outras evidências de fagocitose (p. ex.,
corpos residuais). O RER, o retículo endoplasmático liso (REL) e o complexo de Golgi mantêm a síntese de proteínas
envolvidas nas funções de fagocitose e digestão da célula, bem como em suas funções secretoras. Os produtos de secreção
deixam a célula por vias exocíticas tanto constitutivas quanto reguladas. A secreção regulada pode ser ativada por
fagocitose, imunocomplexos, complemento e sinais provenientes dos linfócitos (incluindo a liberação de linfocinas; isto é,
moléculas biologicamente ativas que influenciam a atividade de outras células). Os produtos de secreção liberados pelo
macrófago incluem uma ampla variedade de substâncias relacionadas com a resposta imune, a anafilaxia e a inflamação. A
liberação de proteases neutras e GAGases (enzimas que degradam os GAGs) facilita a migração dos macrófagos pelo tecido
conjuntivo.

Célula: neutrófilos - Organela: Lisossomos (grânulos azurófilos)


Os neutrófilos contêm três tipos de grânulos. O citoplasma de um neutrófilo contém três tipos de grânulos. Os diferentes
tipos de grânulos refletem a diversidade de funções fagocíticas da célula:
Os grânulos azurófilos (grânulos primários) são maiores e menos numerosos que os grânulos específicos. Originam-se
durante o processo de granulopoese e ocorrem em todos os granulócitos, bem como nos monócitos e linfócitos. Os grânulos
azurófilos são, na realidade, os lisossomos do neutrófilo e contêm mieloperoxidase (MPO) (uma enzima peroxidase), vista
como material finamente pontilhado ao MET. A mieloperoxidase ajuda a produzir hipoclorito bactericida altamente reativo
e cloraminas. Além de conter uma variedade de hidrolases ácidas típicas, os grânulos azurófilos também contêm proteínas
catiônicas, denominadas defensinas (que atuam de modo análogo aos anticorpos), e o peptídio antimicrobiano, catelicidina,
para destruir os patógenos.
Os grânulos específicos (grânulos secundários) são os menores e são pelo menos duas vezes mais numerosos que os
grânulos azurófilos. São pouco visíveis ao microscópio óptico; nas eletromiografias, os grânulos específicos são elipsoides
(ver Figura 10.8). Os grânulos específicos contêm várias enzimas (i. e., colagenase do tipo IV, gelatinase, fosfolipase), bem
como ativadores do complemento e outros peptídios antimicrobianos (i. e., lisozimas, lactoferrinas)
Os grânulos terciários nos neutrófilos são de dois tipos. Um tipo contém fosfatases (enzimas que removem um grupo fosfato
de um substrato), sendo algumas vezes denominado fosfassomo. O outro tipo de grânulo contém metaloproteinases, como
gelatinases e colagenases, cuja função acreditase que seja facilitar a migração do neutrófilo através do tecido conjuntivo.
No processo de fagocitose os neutrófilos procuram bactérias para engolfar por pseudópodes e as internalizam em vacúolos
chamados de fagossomos. Imediatamente após, os grânulos específicos se fundem e descarregam seu conteúdo nos
fagossomos que são então acidificados por bombas de prótons. Os grânulos azurófilos então descarregam suas enzimas
nesta vesícula acidificada, matando e digerindo os microorganismos engolfados.”
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ROTEIRO DE ATIVIDADES PARA AS AULAS PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE BASES BIOLÓGICAS I


Aluno (a):
Assunto: Complexo de Golgi e Lisossomos
Objetivos: Identificação da localização, do complexo de golgi e lisossomos, em microscopia óptica e eletônica.
Compreender o caminho das proteínas nesses compartimentos

1) Observe a lâmina do epidídimo, com aumentos menores em sala de aula. O epidídimo é um tubo enovelado de 4 a
6 cm de comprimento aonde os espermatozoides amadurecem, ou seja, adquirem a sua motilidade. O epitélio é
pseudo-estratificado cilíndrico com longos estereocílios ramificados a seta aponta o lumen do túbulo. Identifique
núcleo, citoplasma e complexo de golgi, e responda como você identificou essa organela?

2) As setas apontam os plasmócitos, com coloração H/E. Identifique núcleo, citoplasma e complexo de golgi. Como
vc identificou o complexo de golgi nessas células? O que explica a intensa basofilia no citoplasma dessas células?

3) Observe o neutrófilo. Como você desenharia os lisossomos na imagem à direita.

4) Como são chamados os lisossomos nessas células?


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5) Os lisossomos não são bem mostrados em células coradas com H&E, mas podem ser
visualizados por microscopia de luz após coloração com azul de toluidina. Usando a
endocitose, essas células absorvem ativamente pequenas proteínas no lúmen do túbulos,
degradam as proteínas nos lisossomos e liberam os aminoácidos resultantes para
reutilização. Circule uma célula, indicando, núcleo, citoplasma e lisossomos. Na imagem
dos túbulos renais como você observa os lisossomos?

5) Em microscopia eletrônica de uma macrófago responda:

a) A que você atribui a grande quantidade de lisossomos nessa célula?

b) Descreva como é possível identificá-los na imagem?

6) Descreva baseado na imagem ao lado o tráfego de proteínas a partir do


Complexo de Golgi.
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7) Explique a origem dos lisossomos baseados nos novos achados. (Referência: Ross Histologia Texto e Atlas 7ª
Ed.pdf)

8) Os lisossomos são organelas cujo conteúdo é ácido com pH 5, 0, e suas enzimas digestivas apresentam atividade
máxima nesse pH. Considerando que a célula necessita gastar energia ( na forma de ATP) para manter esse pH
ácido no interior da organela, aparentemente seria mais fácil que as enzimas lisossômicas fossem ativadas em pH
em torno de 7,0, que é o pH do citosol. Qual seria a vantage evolutiva para a existência dessa diferença de pH entre
o interior dos lisossomos e o citosol?

9) As células apresentam grande variedade de formas e funções, as quais são relacionadas ao seu repertório de
organelas. Nas micrografias eletrônicas abaixo, é possível observar o citoplasma de uma célula da glândula parótida
de um hamster, bem como o detalhamento de algumas organelas nas imagens menores à direita.
Identifique qual seria o complex de golgi. Explique a sua escolha.

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