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Toda célula deve alimentar-se, comunicar-se com o mundo que a circunda e responder rapidamente às
mudanças em seu ambiente. Para auxiliar na realização dessas tarefas, as células ajustam continuamente a
composição da sua membrana plasmática e de seus compartimentos internos mediante respostas rápidas à
necessidade. Elas utilizam um elaborado sistema interno de membranas para adicionar e remover
proteínas da superfície celular, como receptores, canais iônicos e transportadores.
Marcadores moleculares dispostos na superfície citosólica da membrana servem como sinais de orientação
para o tráfego de entrada para garantir que vesículas transportadoras se fundam somente ao compartimento
correto. É a combinação específica de moléculas marcadoras que atribui a cada compartimento o seu
endereço molecular.
As proteínas recém-sintetizadas atravessam a membrana do RE, a partir do citosol, para entrar na via
secretora. Durante o seu transporte subsequente, do RE para o aparelho de Golgi e do aparelho de Golgi para
a superfície celular ou outro local, essas proteínas são sucessivamente modificadas à medida que passam
através de uma série de compartimentos. A transferência de um compartimento para o próximo envolve um
equilíbrio delicado entre as vias de progressão e de retrocesso (recuperação).
A via de recuperação para trazer de volta ao RE as proteínas que escaparam depende dos sinais de
recuperação do RE. Proteínas de membrana residentes no RE contêm sinais que se ligam diretamente
aos revestimentos de COPI e assim são entregues ao RE. Já as proteínas solúveis devem se ligar a
proteínas receptoras especializadas, como o receptor de KDEL.
As proteínas residentes no aparelho de Golgi são todas ligadas à membrana, já que as reações
enzimáticas parecem ocorrer inteiramente sobre as superfícies de membrana.
Duas classes principais de oligossacarídeos N-ligados são adicionadas as glicoproteínas: o
complexo e os ricos em manose. Os complexos são gerados quando o oligosscarídeo N-ligado
adicionado no RE é aparado e açucares completares são adicionados. Já os ricos em manose são
aparados, mas não recebem adição de novos açucares no Golgi,
Se o oligossacarídeo N-ligado for acessível as proteínas processadoras no Golgi, é provável que ele
seja convertido a uma forma complexa. Se ele estiver inacessível por causa de seus açúcares
estarem presos a superfície proteica, é provável que ele permaneça na forma rica em manose.
Gicosilação de oligossacarídeos O-
ligados (proteoglicanos)
Glicosilação em oligossacarídeos
O-ligados: é catalisada por enzimas
glicosiltransferases que
utilizam nucleotídeos de açúcar
do lúmen do golgi para adicionar açúcares a uma proteína, um de cada vez. A N-acetilglicosamina é
adicionada primeiro, seguida por um número variável de açucares adicionais.
Envolve a polimerização de uma ou mais cadeias de glicosaminoglicanos sobre serinas da proteína-
nucleo. Muito proteoglicanos são secretados e se tornam componentes da matriz extracelular,
enquanto outros permanecem ancorados na face extracelular da membrana plasmática. Outros ainda
formam o componente principal de materiais viscoso, como o muco que reveste os epitélios.
É importante, por exemplo, para promover o enovelamento de proteínas.
A presença de oligossacarídeos tende a tornar-se uma glicoproteína mais resistente a digestão por
enzimas proteolíticas.
A presença de oligossacarídeos pode modificar as propriedades antigênicas e funcionais de uma
proteína, fazendo da glicosilação um importante fator na produção de proteínas com propósitos
farmacêuticos.
O transporte através do aparelho de Golgi pode ocorrer pela maturação das cisternas
Modelo de Maturação de Cisternas: de acordo com essa visão, as cisternas cis se formam
continuamente a medida que agrupamentos tubulares de vesículas chegam do RE e
progressivamente amadurecem para se tornar uma cisterna média e depois uma cisterna trans.
- Quando uma cisterna finalmente se move adiante para formar parte da rede trans de golgi,
vários tipos de vesículas revestidas brotam dela até a rede desaparecer, para ser substituída por
uma cisterna em maturação posicionada logo atrás.
- Ao mesmo tempo, outras vesículas de transporte estão continuamente recuperando membranas
de compartimentos posicionados após o golgi e devolvendo-as à rede trans de golgi.
Modelo de transporte vesicular: de acordo com essa visão, as cisternas de Golgi são estruturas
duradouras que matêm seu conjunto característico de proteínas residentes de Golgi firmemente
no lugar, e as proteínas-carga são transportadas de uma cisterna para a próxima pelo transporte de
vesículas.
- O fluxo retrógrado de vesículas recupera as proteínas que escapam do RE e do Golgi e as
devolve aos compartimentos anteriores no fluxo.
- O deslocamento de vesículas de transporte entre as cisternas de Golgi pode não ser de todo
direcional, transportando cargas aleatoriamente para frente e para trás. O fluxo ocorreria, então,
por causa da entrada continua na cisterna cis e saída na cisterna trans.
Os lisossomos são organelas envoltas por membranas preenchidas com enzimas hidrolíticas
solúveis que digerem macromoléculas. Essas enzimas incluem proteases, nucleases, glicosidases,
lipases, fosfolipases, fosfatases e sulfatases. Todas elas são hidrólises ácidas e precisam ser ativadas
por clivagem proteolítica.
A acidez proporcionada pelo lisossomo, permite que os conteúdos do citosol sejam protegidos contra
o ataque do sistema digestivo da própria célula. A membrana do lisossomo mantém as enzimas
digestivas fora do citosol, mas, mesmo que elas escapem, elas causarão poucos danos com o ph
citosólico mais básico.
A maioria das proteínas de membrana do lisossomo são altamente glicosiladas, o que ajuda protegê-
las das proteases dos lisossomos no lúmen.
Uma H+ ATPase vacuolar na membrana do lisossomo usa a energia da hidrolise de ATP para
bombear H+ para dentro do lisossomo, mantendo, assim, o lúmen em seu pH ácido.
Os lisossomos são locais de encontro para onde várias vias de tráfego intracelular convergem. As cinco
vias fontes de diferentes substâncias que alimentam os lisossomos são:
A autofagia pode remover grandes objetos, com quais outros mecanismos de descarte, como a
degradação proteossômica, não conseguem lidar. Defeitos na autofagia podem impedir que as células
se liberem de micróbios, agregados de proteínas e proteínas anormais e, assim, contribuir para
doenças desde distúrbios infecciosos a neurodegeneração e câncer.
A autofagia está intimamente relacionada com a expressão gênica, que controla quando essa ação
ocorre.
Um receptor de manose-6-fosfato seleciona hidrolases lisossômicas na rede trans de Golgi
As vesículas que deixam a rede trans do Golgi incorporam as proteínas lisossômicas e excluem as
várias outras proteínas que são empacotadas em diferentes vesículas de transporte para destiná-las a
outros locais.
Essas proteínas acidas já chegam glicosiladas do retículo endoplasmático e na cisterna cis ela sofre
fosforilação para que a manose seja reconhecida.
As hidrolases lisossômicas possuem um marcador único na forma de grupos de manose-6-fosfato,
que são adicionados aos oligossacarídeos ligados ao N dessas enzimas à medida que elas passam
através do lumen da rede cis de Golgi.
As proteínas receptoras de M6P transmembrana, que estão presentes na rede trans, reconhecem os
grupos M6P e se ligam às hidrolases lisossômicas na face luminal da membrana e a proteínas
adaptadoras para montar os revestimentos de clatrina na face citosólica. Dessa forma, os receptores
ajudam a empacotar as hidrolases em vesículas revestidas por clatrina que brotam da TGN e entregar
seu conteúdo aos endossomos primários.
O sinal para a adição das unidades de M6P é um agrupamento de nucleotídeos vizinhos em cada
superfície proteica de cada hidrolase, conhecido como região-sinal, que possui alta afinidade para o
receptor M6P
Doença de Inclusão Celular: quase todas as enzimas hidrolíticas estão ausentes nos lisossomos de
muitos tipos celulares, e os seus substratos não digeridos se acumulam nesses lisossomos. A
patologia consequente é complexa, afetando todos os sitemas de órgãos, a integridade esquelética e o
desenvolvimento mental; os indivíduos raramente vivem além de 6 ou 7 anos.
- Essa doença é causada por um único defeito gênico e é recessiva – ocorre apenas em indivíduos que
tem duas copias do gene defeituoso.
- Nesses paciente, todas as hidrolases ausentes nos lisossomos são encontradas no sangue: por elas
não serem selecionadas apropriadamente no aparelho de Golgi, elas são secretadas em vez de
transportadas aos lisossomos.
- O defeito é resultado de uma fosfotransferase GlcNAc ausente ou defeituosa. Por conta disso, as
enzimas lisossômicas não são fosforiladas na rede cis de Golgi, os receptores de M6P não as separam
para dentro das vesículas de transporte corretas na rede trans. Ao invés disso, as hidrolases
lisossômicas são carregadas para a superfície celular e secretadas.
Nessa doença, os lisossomos de alguns tipos celulares possuem todas as enzimas necessárias, o que
indica que a célula possui uma via que utiliza receptores independentes de M6P para transportar o
material aos endossomos tardios.
Uma vez geradas na membrana plasmática, a maioria das vesículas endocíticas se funde com um
compartimento receptor comum, o endossomo primário, onde a carga internalizada é selecionada:
algumas moléculas-carga são devolvidas a membrana plasmática, seja diretamente ou via
endossomo de reciclagem, e outras são designadas para degradação por inclusão em um endossomo
tardio.
Os endossomos tardios se formam a partir de um processo de maturação de um endossomo primário,
na qual há mudança da composição proteica da membrana do endossomo.
A medida que o endossomo amadurece, ele interrompe a reciclagem de material para a membrana
plasmática e envia irreversivelmente seus conteúdos remanescentes para a degradação: os
endossomos tardios se fundem com os lisossomos para formar endolisossomos, que agregam seus
conteúdos.
Cada um dos estágios de maturação do endossomo é conectado por vias de transporte de vesículas
bidirecionais para a rede trans de Golgi.
As células
utilizam
endocitose
mediada por
receptores
para importar macromoléculas extracelulares selecionadas