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Tráfeg Intracelular d Vesícula

→ A fisiologia celular depende de um intenso tráfego de vesículas por endocitose e


exocitose
- Por meio do processo de exocitose, a via secretora
distribui proteínas recém-sintetizadas, carboidratos e
lipídeos para a membrana plasmática ou para o espaço
extracelular. Pelo processo inverso de endocitose, as
células removem componentes da membrana plasmática
e os largam em compartimentos internos denominados
endossomos, de onde eles podem ser reciclados para as
mesmas regiões ou para regiões diferentes da membrana
plasmática, ou podem ser entregues aos lisossomos para
degradação. As células também usam a endocitose para capturar nutrientes
importantes, como vitaminas, colesterol e ferro; estes são recolhidos junto com as
macromoléculas às quais se ligam e são, então, movidos para os endossomos e
lisossomos, de onde podem ser transportados para dentro do citoplasma para uso
em vários processos biossintéticos.

→ Vias de transporte
- A via secretora direciona-se para fora, a partir do retículo endoplasmático (RE) na
direção do aparelho de Golgi e da superfície celular, com uma via lateral levando aos
lisossomos, enquanto a via endocítica direciona-se para dentro, a partir da
membrana plasmática (se direciona para o endossoma primário que em seguida irá
decidir o próximo destino dela). Em cada caso, vias de recuperação fazem o balanço
do fluxo de membranas entre os compartimentos na direção oposta, trazendo
membranas e proteínas selecionadas de volta ao compartimento de origem.
- Vias de reciclagem: uma vesícula que sai de uma organela para ajustar seu
tamanho
- Via secretória construtiva: a vesícula é direcionada para a membrana sem um sinal
de endereçamento. Via secretória regulada: possui sinais de endereçamento
→ As vesículas transportadoras brotam a partir de um compartimento doador

→ O complexo de Golgi participa em um processo de redistribuição proteica

→ As vesículas transportadoras brotam dos


compartimentos pela formação de
revestimentos proteicos:
- Clatrina: vias endocíticas e de
comunicação entre endossomos e
Complexo de Golgi
- COP1: brotam de vesículas de
reciclagem
- COP2: do retículo endoplasmático
para o Complexo de Golgi

→ As vesículas revestidas de clatrina foram as primeiras a serem descobertas


- A clatrina se localiza no folheto interno da membrana plasmática para induzir a
invaginação da membrana
- Transportam material originado na membrana plasmática e entre os compartimentos
endossomais e de Golgi.
- O principal componente protéico das vesículas revestidas por clatrina é a própria
clatrina, que forma a camada externa do revestimento. Cada subunidade de clatrina
consiste em três cadeias polipeptídicas grandes e três pequenas que, juntas,
formam uma estrutura de três pernas chamada de tríscele. Os trísceles de clatrina
se arranjam como uma rede de hexágonos e pentágonos em formato de cesta para
formar fossas (brotos) revestidas na superfície citosólica das membranas.

→ Proteínas adaptadoras são responsáveis por montar o revestimento de Clatrina e


selecionar a carga
- As adaptinas concentram a clatrina na região de endocitose e possuem um sítio de
ligação receptor de carga. Desse modo, as proteínas adaptadoras selecionam um
conjunto específico de proteínas transmembranas, junto com as proteínas solúveis
que interagem com elas, e as empacotam dentro de cada vesícula de transporte
revestida por clatrina recém-formada.
- Quando a vesícula se solta da membrana, seu revestimento se desfaz.
→ As proteínas adaptadoras interagem com o fosfolipídio de
inositol na membrana
- A adaptina se ancora na membrana por meio dos
fosfolipídeos do inositol PI(4,5)P² para formar o
revestimento de clatrina, quando a vesícula brota este
fosfolipídio é modificado → a adaptina não consegue
mais se ligar a ele e assim o revestimento de clatrina
também se desfaz

→ Proteínas acessórias auxiliam na formação e liberação da vesícula


- A dinamina também se liga ao PI(4,5)P² → é uma proteína que quebra GTP
↪ A dinamina contém um domínio de ligação ao PI(4,5)P2 que ancora a proteína à
membrana, e um domínio de GTPase que regula a frequência na qual as vesículas
se liberam da membrana.

- Dímero BAR → ajuda no abaloamento da memb.

→ Diferentes proteínas Gs monoméricas são responsáveis pelo brotamento de vesículas


- A ptn G se liga a GTP (ativa) e a GDP (inativa) e funciona como um GPS de modo a
direcionar a vesícula para o compartimento correto.
- A troca do GDP por GTP (ativação de ptn) é catalisada pelo GEF - fator de troca de
nucleotídeos de guanina. Para desativar a ptn é retirado um fosfato do GTP para
que esse se torne GDP → esse é feito pela própria proteína G monomérica junto a
uma enzima chamada de GAP - ptn aceleradora de atividade GTPásica (ajuda a ptn
G a hidrolisar o GTP)
- Essa ptn também é responsável por formar outros revestimentos de COP
↪ ARF - responsáveis pela montagem dos revestimentos de COPI e clatrina nas
membranas de Golgi
↪ SAR1 - responsáveis pela montagem dos revestimentos de COPII na membrana
do R.E.

- As GTPases recrutadoras de revestimento normalmente são encontradas em altas


concentrações no citosol em estado inativo, ligado a GDP. Quando uma vesícula
revestida por COPII está para brotar da membrana do RE, por exemplo, uma GEF
específica para Sar1, incorporada na membrana do RE, liga-se à Sar1 citosólica
levando a Sar1 a liberar o GDP e ligar GTP em seu lugar, iniciando o processo de
brotamento.
→ Vesículas recobertas de COPII brotam do R.E. através da ativação de Sar1
- A SAR1 quando é ativada, sua alça é exposta e ela é anfifílica então se liga
facilmente a membrana. Uma mudança conformacional ativada por GTP na Sar1
expõe a hélice anfifílica que se insere dentro do folheto citoplasmático da membrana
do RE iniciando a curvatura da membrana (que não está mostrada).

→ Proteínas RABS são responsáveis por direcionar as vesículas ao seu destino correto
- Para assegurar um fluxo ordenado no tráfego de vesículas, as vesículas de
transporte devem ser altamente precisas no reconhecimento da membrana-alvo
correta com a qual se fundirão. A especificidade para o alvo é assegurada porque
todas as vesículas de transporte exibem marcadores de superfície que as
identificam de acordo com sua origem e o seu tipo de carga, e as membranas-alvo
exibem receptores complementares que reconhecem os marcadores apropriados.
Esse processo crucial ocorre em duas etapas. Primeiro as proteínas Rab e efetoras
de Rab direcionam a vesícula a locais específicos na membrana-alvo correta.
Segundo, proteínas SNARE e reguladores SNARE intercedem na fusão das
bicamadas lipídicas.
- As proteínas Rab também são GTPases monoméricas. Uma vez no estado ligado a
GTP e ligado a membrana por uma âncora lipídica, agora exposta, as proteínas Rab
se ligam a outras proteínas, chamadas de efetoras de Rab, que são mediadores a
jusante do transporte vesicular, entrelaçamento da membrana e fusão da membrana.

→ O mecanismo de transporte de uma vesícula até o seu destino final


- Algumas efetoras de Rab são proteínas
motoras que propulsionam as vesículas ao
longo de filamentos de actina ou de
microtúbulos para as suas membranas-alvo.
Outros são proteínas de aprisionamento,
algumas das quais têm longos domínios
filamentosos que servem como “linhas de
pesca” que podem se estender para ligar duas
membranas.
- As efetoras de Rab também podem interagir
com SNAREs para acoplar o aprisionamento da
membrana à fusão → aproximando a vesícula
para a fusão que ocorre pelo entrelaçamento da t-snare e v-snare.

→ As ptns SNARE são mediadoras da fusão de membrana


- Uma vez que uma vesícula de transporte tenha sido amarrada à sua
membrana-alvo, ela descarrega a sua carga pela fusão de membranas. A fusão de
membranas requer a aproximação das bicamadas lipídicas de duas membranas a
1,5 nm uma da outra para que possam se juntar. Quando as membranas estão com
tal proximidade, os lipídeos podem fluir de uma bicamada para a outra. Para tal
aproximação estreita, a água deve ser deslocada da superfície hidrofílica da
membrana – um processo que é energeticamente muito desfavorável e requer
proteínas de fusão especializadas que superam essa barreira energética.
- As proteínas SNARE (também chamadas de SNAREs, para abreviar) catalisam as
reações de fusão das membranas no transporte vesicular. Essas proteínas
transmembranas existem como conjuntos complementares, sendo que as
v-SNAREs em geral são encontradas nas membranas das vesículas, e as t-SNAREs
costumam ser encontradas nas membranas-alvo. Quando uma v-SNARE interage
com uma t-SNARE, os domínios helicoidais de uma envolvem os domínios da outra
para formar um feixe estável de quatro hélices. Os complexos trans-SNARE
resultantes prendem as duas membranas juntas, possibilitando a fusão.

OBS: Vesícula que carrega


neurotransmissores: A vesícula chega
na região pré-sináptica e fica ancorada
esperando um sinal para se fusionar,
esse sinal é a liberação de cálcio por
um canal presente na membrana. O
cálcio é reconhecido pela
sinaptobrevina, este é o sinal para as
proteínas SNARE se entrelaçarem e
para que ocorra a liberação dos
neurotransmissores

→ As proteínas SNARE são mediadoras da fusão de membranas


- NSF, circula entre as membranas e o citosol e catalisa o processo de desmontagem.
Trata-se de uma ATPase que utiliza energia da hidrólise de ATP para desemaranhar
a interação entrelaçada dos domínios helicoidais das proteínas SNARE

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