O envoltório nuclear é composto por duas 2. Principais Funções do Envoltório
membranas que delimitam o espaço conhecido Nuclear como espaço perinuclear. Essas membranas fundem-se em interrupções canaliculares, o Separação dos processos de transcrição denominadas complexos de poros. (processamento de RNA) e de tradução. o Territorialidade Nuclear: o envoltório 1. Componentes do Envoltório Nuclear nuclear pode realizar conexões com a cromatina e com a lâmina nuclear através o Membrana Nuclear Externa: possui grande de proteínas especificas, participando similaridade com a membrana do R.E ativamente da organização espacial dos devido à presença de polirribossomos cromossomos, que ocupam posições aderidos à sua superfície e a continuidade determinadas dentro do núcleo interfásico. entre essas membranas. o O envoltório nuclear proporciona certa proteção mecânica ao conteúdo nuclear. o Membrana Nuclear Interna: apresenta associação com a lâmina nuclear e com a cromatina ou cromossomos. Possui 3. O Complexo de Poros proteínas intrínsecas que reconhecem componentes da lâmina nuclear (como a o O número e a densidade de complexos de p58 que reconhece a lamina B e a emerina) poros são variáveis. Células que possuem e as de interações com a cromatina. muita necessidade em comunicar-se com o meio externo possuem muitos complexos o Espaço Perinuclear: é formado por um de poros. distanciamento uniforme entre as duas o A estrutura do complexo de poros: membranas nucleares. Devido a conexão formada por oito unidades em simetria, entre o espaço perinuclear e o RE, espera- sendo que cada uma delas possui uma se encontrar ali um ambiente oxidante, subunidade colunar e uma subunidade com grande concentração de cálcio e com luminal. Essas subunidades são unidas por enzimas e proteínas envolvidas no um anel citoplasmático e um anel nuclear. processamento de peptídeos nascentes. Há a presença de um anel central.
o Complexo de Poros: a superfície do
envoltório nuclear é marcada pela presença de poros que correspondem a pontos de fusão entre as membranas nucleares interna e externa. Cada complexo de poros é composto por um conjunto de proteínas denominadas nucleoporinas. o A translocação de componentes na direção nuclear ocorre em um processo de duas etapas: a primeira corresponde à ligação com o complexo de poro e a segunda à translocação propriamente dita através do canal. o Cada proteína quando é produzida, possui uma sequência sinal de acordo com a estrutura primária (sequência de o Uma característica comum a proteinas aminoácidos, geralmente básicos), que do complexo de poro é a presença de direciona essa proteína para onde ela deve resíduo de N-acetil-gliosamina. atuar. O envoltório nuclear, através de Algumas delas são: receptores chamados de importinas e - NUP153: localiza-se no anel exportinas, pode reconhecer essa existente na extremidade dos sequência e atuar interpretando dois sinais: filamentos que formam a porção nuclear e é capaz de se ligar ao DNA ativo em transcrição. Sinal de Localização Nuclear (NLS) – - P62: está localizada na região centrar proteínas do citoplasma para o núcleo e parece ser importante na translocação (liga-se a importina) de macromoléculas através do Sinal de Exportação Nuclear (NES) – complexo. proteínas do núcleo para o citoplasma - GP210: é uma proteina (liga-se a exportina) transmembrana que, quando possui o A alteração da sequência que é responsável anticorpos ligados a ela, inibe o pelo sinal não é reconhecida pelas transporte atraves do complexo de importinas e, consequentemente, a proteína poro, sem no entanto, desnaturá-lo. acaba ficando no citosol e não é importada - NUP214: está associada formação de filamentos e interação com o citoesqueleto. o Foi demonstrado que o anel distal da estrutura em cesto voltada para o interior do núcleo é modulado por cálcio, abrindo e fechando à semelhança de um diafragma, na presença e ausência do íon, para o núcleo. respectivamente. o Alguns mecanismos reguladores da o Permeabilidade: moléculas que translocação de proteínas residem na possuem até 60kD passam livremente exposição ou bloqueio dessas sequencias, entre o poro (obedecem ao gradiente de o que pode ocorrer por alterações na concentração). Moléculas maiores que conformação da proteína ou pela isso gastam energia para atravessar associação com fatores específicos. dependem do transporte mediado por o Modificações covalentes por fosforilação proteínas. Quanto maior for a também são importantes na regulação do molécula, mais demora para passar. transporte. Se a fosforilação ocorre em um dos aminoácidos da sequência de localização nuclear, o transporte é reduzido e a proteína acumula-se no 4. Transporte de Moléculas Grandes citoplasma. Se a fosforilação ocorre em sítios adjacentes, mas a uma certa distância promove a ligação da carga à exportina, ao da NLS, o transporte é acelerado. invés de promover a dissociação da carga. o Carionferinas: O reconhecimento das Dessa forma, o receptor leva a carga para o proteínas carreadoras (importina e citosol, o RAN-GTP liga-se ao RAN-GAP e exportina) aos sinais pode ser feito de forma RAN-GDP. forma direta ou através do intermédio realizado pelas proteínas carionferinas.
A translocação através do canal
o A importina reconhece o NLS e permite
que ele atravesse o canal de poros. o Lá no núcleo a RAM GTP liga-se a importina para liberar a proteína, que agora pode seguir exercer sua função. o O conjunto RAM GTP + importina volta para o citoplasma e liga-se a RAN-GAP, formando RAN-GDP e liberando a importina, que agora já está pronta para reiniciar o ciclo. – As células controlam a exportação de RNAs do o A RAN-GDP liga-se à RAN-GEF e volta núcleo de maneira similar. snRNAs, miRNAs e tRNAs ligam-se a mesma família de receptores de ao núcleo, para adquirir energia e tornar-se exportação nuclear e usam os mesmos gradientes novamente RAN-GTP. de RAN-GTP para direcionar o processo de transporte. Por outro lado, a exportação de – A RAN-GEF e a RAN-GAP são proteínas mRNAs para fora do núcleo usa um mecanismo ativadoras de GTPase e, portanto, essenciais diferente. Embora RAN-GTP esteja indiretamente para que ocorra a troca entre os dois estados envolvido na exportação (porque ele importa conformacionais da Ran. A RAN-GAP proteínas que se ligam a moléculas de mRNA), proporciona a hidrólise de GTP, e assim acredita-se que a translocação através do NPC seja converte RAN-GTP em RAN-GDP. A RAN- dirigida pela hidrólise de ATP. Além disso, o GEF promove, através de um fator de troca de processo depende de proteínas associadas que proporcionem modificações em sua conformação guanina, a conversão da RAN-GDP em RAN- para que a molécula consiga sair do núcleo com a GTP. garantia de não voltar mais. – Nas células temos mais RAN-GTP no núcleo e RAN-GDP no citosol. A célula 5. A lâmina nuclear e a reorganização do mantém esse gradiente das duas formas nucléolo ao final da divisão celular conformacionais de RAN porque ele dirige o transporte nuclear na direção apropriada. Como RAN-GDP no citosol não se liga a receptores de importação ou exportação, o descarregamento ocorre apenas no lado nuclear. Dessa maneira, a localização nuclear de RAN-GTP cria a direcionalidade do processo de importação.
– A exportação nuclear ocorre por um
mecanismo similar,.O RAN-GTP no núcleo A lâmina nuclear, localizada no lado nuclear da membrana interna do núcleo, é uma malha de subunidades proteicas interconectadas chamadas de laminas nucleares.
– As laminas são uma classe especial de
proteínas filamentosas intermediárias que polimerizam em uma rede bidimensional. – A lâmina nuclear dá forma e estabilidade ao envelope nuclear, ao qual é ancorada pela ligação, tanto de complexo de poros quanto de proteínas transmembranas, ao interior da membrana nuclear. – A lâmina também interage com a cromatina, que interage com as proteínas transmembrana da membrana nuclear interna. proteínas de membranas não mais ligadas aos Junto com a lâmina, essas proteínas de complexos de poros, lâmina nuclear ou cromatina, membrana interna fornecem ligações difundem-se pela membrana do R.E; estruturais entre o DNA e o envelope nuclear. – Em etapas posteriores da mitose, o envelope nuclear se reagrega. As proteínas da membrana nuclear interna e as laminas desfosforiladas ligam- se à cromatina, reestabelecendo um núcleo em interfase.
A atuação das laminas na divisão
celular
– Durante a mitose, quando o núcleo é
desmontado, a lâmina nuclear e os complexos de poros se desmontam e o envelope celular se fragmenta. Essa consequência tem como uma causa parcial a fosforilação direta de nucleoporinas e laminas pela proteína-cinase. As