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Ácidos nucleicos, síntese proteica e ciclo celular - Biologia 11

Funções dos organelos celulares


1. Membrana celular - regula a passagem de materiais entre a célula e o seu meio;
2. Núcleo - local onde se encontra o DNA e é regulada toda a atividade celular;
3. Citoplasma - meio líquido onde se encontram os outros organelos celulares;
4. Parede celular - proteção e suporte à célula;
5. Ribossomas - síntese de proteínas;
6. Mitocôndrias - central energética da célula (local onde ocorrem as reações da
respiração aeróbia);
7. Cloroplastos - local onde ocorrem as reações químicas da fotossíntese;
8. Vacúolos - armazenamento de água;
9. Retículo endoplasmático: - rugoso: síntese e transporte de proteínas; liso: síntese de
lípidos;
10. Complexo de Golgi - modificação e secreção de substâncias;
11. Lisossomas - digestão intracelular;
12. Centríolos - divisão celular;
13. Citoesqueleto - sustenta os organelos e regula os seus movimentos;

Célula Eucariótica Animal: VS Celúla Eucariótica Vegetal:


- possuem lisossomas - possuem parede celular;
- possuem centríolos - possuem cloroplastos;
- possuem vacúolos;

Crescimento e renovação celular:


Estrutura dos ácidos nucleicos - unidade básica é o nucleotídeo

DNA: ácido desoxirribonucleico:


- pentose (açúcar com 5 carbonos): desoxirribose;
- base azotada: A, T, C, G - A e G - bases azotadas púricas (anel
duplo), T e C- bases pirimídicas (anel simples);
- grupo fosfato;
- cadeia polinucleotídica dupla enrolada em hélice, antiparalelas e
complementares;
- nas células eucarióticas encontra-se no núcleo e nas procarióticas
disperso no citoplasma;
- por complementaridade, A liga-se a T por 2 ligações e C a G com 3
ligações;
- sequência de nucleótidos de DNA - gene; conjunto de todo o
DNA - genoma;
RNA: ácido ribonucléico:
- pentose: ribose;
- base azotada: A, U, C, G - U é pirimidina (anel simples);
- grupo fosfato;
- cadeia polinucleotídica simples;
- localizado no hialoplasma;
- 3 tipos de RNA: - mRNA (levar a informação do DNA do
núcleo ao citoplasma), tRNA (transportar aminoácidos que
serão usados na formação de proteínas até aos ribossomas),
rRNA (constitui os ribossomas);

- As cadeias polinucleotídicas formam-se devido às ligações covalentes que se


estabelecem entre o carbono 3 da pentose e o grupo fosfato do nucleotídeo seguinte;

Replicação do DNA: (Meselson e Stahl)

Replicação semiconservativa:
A molécula filha de DNA terá uma cadeia
polinucleotídica antiga e uma cadeia nova.

Replicação conservativa:
A molécula filha de DNA será constituída
por 2 cadeias inteiramente antigas e a outra
molécula de DNA será formada por duas
novas cadeias

Replicação dispersiva:
Cada molécula filha é formada por
fragmentos da molécula mãe alternados
por fragmentos de neoformação

- A hipótese verificada e comprovada é a da replicação semiconservativa onde cada


uma das cadeias originais serve de molde a uma nova. Esta nova vai se formando
por complementaridade isto é através a ligação de novos nucleótidos com bases
complementares às bases dos nucleótidos originais, tudo isto por ação da enzima
DNA polimerase;
Síntese proteica:
Para que a informação genética contida no DNA possa ser
lida é necessário o envolvimento do RNA;
Para explicar como se processava a expressão da
informação genética, Crick propôs o dogma central da
Biologia Molecular segundo o qual:
- A informação presente no DNA é transcrita para o RNA.
- O RNA é traduzido (descodificado) para formar proteínas;

Linguagem genética é constituída por 3 nucleótidos - tripleto


Cada tripleto de mRNA que codifica um aminoácido é chamado codão

Transcrição:
A transcrição é o processo que permite que a informação genética
do DNA seja copiada para uma molécula de mRNA.
Para que ocorra a transcrição é necessário a enzima RNA
polimerase, nucleótidos e ATP.

A transcrição de um gene inicia-se numa sequência


específica de DNA à qual a RNA polimerase se liga e que é
denominada por promotor.
Uma vez ligada ao promotor, a RNA polimerase desenrola a
dupla hélice e lê a cadeia molde na direção 3' para 5'
produzindo por complementaridade de bases uma cadeia
de mRNA na direção 5 para 3'. O mRNA transcrito é
complementar e antiparalelo em relação à cadeia molde
de DNA de onde foi originado.
A RNA polimerase finaliza a transcrição quando atinge
sequências muito específicas de DNA que indicam o fim de
um gene. O mRNA formado separa-se da cadeia molde de
DNA e as duas cadeias de DNA voltam a ligar-se por restabelecimento das pontes de
hidrogénio entre as bases complementares;
Após isto o mRNA sai do núcleo e vai para o citoplasma instalando-se
nos ribossomas;

Nos seres eucariontes, a molécula resultante do processo de transcrição denomina-se


pré-mRNA uma vez que ainda vai sofrer um processamento até se transformar em
mRNA.
Processamento - saída dos intrões;
Tradução:
Durante a tradução, a informação contida no mRNA maduro vai ser expressa muta
sequência de aminoácidos que constituirão uma determinada proteína.
Nesta etapa, para além do mRNA maduro e dos ribossomas, intervém o tRNA. Por ser
complementar do codão do mRNA, o tripleto de tRNA é chamado de anticodão

A tradução tem 3 fases:


Fase de iniciação: o mRNA liga-se à subunidade menor do ribossoma. De seguida, o
tRNA com o anticodão CAC liga-se ao complementar do mRNA AUG ( codão de
iniciação).
A subunidade maior do ribossoma liga-se à menor e a tradução pode continuar.

Fase de alongamento: o tRNA que tem anticodão complementar do segundo cordão


liga-se-lhe e de seguida, estabelece-se entre os dois aminoácidos uma ligação peptídica.

Fase de finalização: o processo vai ocorrendo sucessivamente


ao longo da molécula de mRNA até que o ribossoma encontra
um dos codões de finalização e a tradução termina.
A cadeia peptídica solta-se do tRNA, a molécula de mRNA
solta-se do ribossoma e as suas duas subunidades
separam-se.

As proteínas podem ser posteriormente encaminhadas para o


complexo de Golgi e podem sofrer alterações após a sua síntese
alternado a sua função;
Código genético: linguagem utilizada pelas células na transferência de informação
genética do DNA para as proteínas;

Características do código genético:


- Todos os aminoácidos são codificados por um codão - tripleto do mRNA;
- Universalidade: a um determinado codão corresponde o mesmo aminoácido na
totalidade de organismos;
- Redundância: vários cordões podem codificar o mesmo aminoácido;
- Não ambiguidade: a um codão corresponde apenas um aminoácido ou seja, não há
aminoácidos diferentes codificados pelo mesmo codão;
- Existem cordões de finalização (UAA, UAG e UGA) quando o complexo de
tradução alcança estes cordões a tradução é interrompida e a proteína é libertada;
- Existe um codão de iniciação AUG responsável pelo início da tradução;
- O terceiro nucleótido de cada codão é menos específico que os dois primeiros;

Mutação génica:
Durante o processo de replicação do DNA podem ocorrer alguns erros, como
substituição de uma base por outra, perda de uma base ou inserção de uma nova
base. Estes erros são quase sempre corrigidos pelo DNA polimerase mas por vezes esta
correção falha, surgindo uma mutação génica que será transmitida às células que
receberem cópias deste DNA alterado.
Qualquer alteração na informação genética poderá ter consequências para a célula e para o
organismo que a possui, uma vez que a proteína que virá a ser formada pode ser
diferente do pressuposto.
Nem todas as mutações provocam alteração nos aminoácidos codificados pois o código
genético é redundante;

A alteração de um nucleótido pode ser suficiente para a síntese de um aminoácido


diferente. Pode ser formado um aminoácido com estrutura e função semelhantes ao
original mas há casos em que o aminoácido formado origina uma proteína com
estrutura diferente e isto compromete completamente a função destinada à proteína
original.

Exemplos de doenças causadas por mutações génicas:


Anemia falciforme - a diferença entre as hemácias normais e as mutantes baseia-se no
facto da hemoglobina apresentar valina em vez de ácido glutâmico. As hemácias
normalmente apresentam uma forma de disco bicôncavo e neste caso adquirem uma forma
de foice. Devido a isto, são menos eficientes a fixar o Oz e deslocam-se com maior
dificuldade pelos capilares sanguíneos originando a anemia falciforme;
Albinismo - estes indivíduos não sintetizam a melanina, substância responsável pela
pigmentação da pele (cabelos, olhos) pelo que são extremamente sensíveis à radiação
solar.

Organização interna do DNA:


Quando uma célula se divide é necessário que a informação
genética seja transmitida às novas células formadas. Por isto,
antes da divisão da célula tem de ocorrer a replicação do
DNA.
Nas células eucarióticas, a nível do núcleo, o DNA
combina-se com proteínas (histonas) formando
nucleossomas. Estes permitem o enrolamento da longa
molécula de DNA, tornando-a mais estável e coesa. A
molécula de DNA e as proteínas compõem a cromatina.
Os filamentos longos e finos da cromatina originam os cromossomas.
Cada espécie tem um número de cromossomas característico - cariótipo.

A cromatina apresenta vários graus de condensação durante o ciclo de vida da


célula.
Na fase de maior condensação dos cromossomas, observa-se que cada um é
constituído por 2 cromatídeos - duas moléculas de DNA iguais resultantes da
replicação unidas pelo centrómero.

Ciclo celular:
Corresponde ao conjunto de transformações que ocorre desde que uma célula é formada
até ao momento em que ela se divide, originando duas células-filhas. Este é um processo
dinâmico e contínuo.
Podem considerar-se, no ciclo celular, duas fases que, por sua vez, se dividem em etapas
diferentes: a interfase e a fase mitótica.

Interfase:
É a fase mais longa do ciclo celular e corresponde a cerca de 90% da duração total do
ciclo. Nesta fase do ciclo celular a atividade metabólica é intensa; a célula cresce e duplica
o seu DNA. As etapas da interfase são:

G1 ou pós-mitótico - Crescimento celular e formação de organelos:


- Decorre entre o fim da mitose e o início da replicação de DNA. A atividade
biossintética é intensa, especialmente de proteínas, enzimas e RNA. Há, também, a
formação de organelos celulares. Após esta etapa, as células podem prosseguir para a
fase S do ciclo ou entrar na fase GO (estádio no qual as células continuam
metabolicamente activas, mas não se dividem).

S ou período de síntese de DNA - Replicação do DNA e duplicação dos cromossomas:


- Ocorre a replicação do DNA da célula. Às novas moléculas de DNA associam-se
proteínas e cada cromossoma passa a ser constituído por dois cromatídeos unidos por
um centrómero.

G2 ou pré-mitótico - Crescimento celular


- Decorre entre o fim da replicação do DNA e o início da mitose. Dá-se a síntese de
moléculas necessárias à divisão celular e também de outros constituintes celulares. O
volume da célula praticamente duplica.

Fase mitótica:
A fase mitótica é constituída pela mitose e pela citocinese, onde ocorrem divisões
nucleares e citoplasmáticas, respetivamente, dando origem a duas células-filhas iguais à
célula-mãe.
A mitose processa-se ao longo de quatro fases: profase, metafase, anafase e telofase,
durante as quais ocorre condensação e separação do material genético por dois núcleos.

Profase: é geralmente, a fase mais longa da mitose. Os cromossomas,


constituídos por dois cromatídeos unidos por um centrómero, condensam
gradualmente.
tornando-se mais curtos e espessos. Os centríolos da célula começam a
deslocar-se para polos opostos e forma-se, entre eles, o fuso acromático -
constituído por feixes de microtúbulos proteicos que se agregam, formando
fibrilas. O invólucro nuclear desagrega-se.

Metafase: os cromossomas atingem o seu estado de condensação máximo e


dispõem-se no plano equatorial com os "braços” para fora, constituindo a placa
equatorial e estando prontos para se dividirem. Os centríolos atingem os polos das
células. O desenvolvimento do fuso acromático completa-se, havendo fibrilas
ligadas aos cromossomas e outras unindo os dois pólos.

Anafase: os dois cromatídeos de cada cromossoma separam-se, passando


a constituir cromossomas independentes. As fibrilas que se encontram
ligadas ao cromossomas encurtam e os cromossomas afastam-se em
direção aos pólos - este processo dá-se o nome de ascensão polar. No final
da anafase, existe, em c pólo, um conjunto idêntico de cromossomas.
Telofase: é o estado final da mitose. A membrana nuclear
reorganiza-se em torno dos cromossomas nos dois pólos da
célula e os nucléolos reaparecem. O fusi acromático degenera.
Os cromossomas descondensam, tornando-se menos visíveis. A
célula passa a ser constituída por dois núcleos.

Citocinese - Divisão do citoplasma:

Durante a anáfase e a telófase, nos animais, forma-se na zona do plano equatorial um


anel contráctil de filamentos proteicos. Estes contraem-se e puxam a membrana para
dentro, causando um sulco de clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se
separarem as duas células filhas.

Nas células vegetais, que se caracterizam por apresentar uma


parede celular rígida, a citocinese não ocorre por estrangulamento.
Devido a rigidez da parede celular, um conjunto de vesículas
derivadas do Complexo de Golgi vai alinhar-se na região central,
após a fusão irá formar a membrana plasmática, que por sua vez
leva à formação da lamela mediana entre as células-filhas.
Posteriormente ocorre a formação das paredes celulares de cada
nova célula, que cresce da parte central para a periferia.

Pontos de checagem:
O ponto de checagem é um estágio no ciclo celular eucarionte em que a célula examina
sinais internos e externos e "decide" se irá continuar ou não a divisão celular.

Existem vários de pontos de checagem, mas os três mais importantes são:


- O ponto de checagem G1, onde a célula checa se as condições internas e externas são
favoráveis para a divisão;
- O ponto de checagem G2, onde irá verificar a integridade e replicação do DNA;
- O ponto de checagem M, verifica se todos os cromossomas estão ligados ao fuso
acromático.

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