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OBJETIVOS:
1) Entender a estrutura do DNA;
2) Explicar o processo de replicação, transcrição e tradução do DNA;
3) Descrever os processos que levam aos erros de replicação do DNA e os mecanismos de reparo desses erros;
4) Diferenciar os processos de divisão celular (mitose e meiose);
5) Descrever o processo de fecundação até a formação do zigoto.

1. Entender a estrutura do DNA;

Definição
O DNA é o chamado ácido desoxirribonucleico, um ácido nucleico.
A molécula do DNA é formada por duas longas cadeias ou fitas polinucleotídicas que são unidas por
pontes de hidrogênio que se ligam entre as bases dos nucleotídeos.

 No DNA, os nucleotídeos são compostos por um açúcar de cinco carbonos (uma


desoxirribose) ligada a um único grupo fosfato, e uma base contendo nitrogênio que pode
ser: adenina (A), citosina (C), guanina (G) ou timina (T).
 Esses nucleotídeos são unidos covalentemente em uma cadeia por meio dos açúcares e
fosfatos, os quais formam um “esqueleto” com açúcares e fosfatos alternados.
 A forma pela qual as subunidades nucleotídicas são unidas fornece à fita de DNA uma
polaridade química. O fato do açúcar sempre se ligar com o fosfato, acaba fornecendo a
fita de DNA a polaridade indicada como a orientação 3´-5’, na qual a hidroxila da
dessoxiribose representa a 3 que se liga ao fosfato 5’. Uma hora ou outra, o grupo 3’ ou o
5’ acaba ficando na extremidade.

 As duas cadeias polinucleotidicas são unidas por pontes de hidrogênio entre as bases. O que significa que as
bases estão dentro da hélice e o esqueleto açúcar-fosfato voltado para o exterior.
 Essas bases não pareiam ao acaso. Uma base formada por um anel (pirimidina) sempre pareia com uma
formada por dois anéis (purina), são os chamados pares de bases. Assim, A sempre pareia com T, e C
sempre pareia com G.
 Essa compatibilidade de pareamento permite que eles sejam compactados em um arranjo mais favorável
energeticamente no interior da fita dupla. Assim, cada par de base tem largura similar e mantém a mesma
distância entre os esqueletos açúcar fosfato;

A dupla-hélice
 As duas hélices do DNA são antiparalelas, orientadas com polaridades opostas, permitindo que os pares de
base se encaixem perfeitamente;
 Os dois esqueletos açúcar-fosfato antiparalelos torcem ao redor um do outro para formar uma dupla-hélice
contendo 10 bases por volta, o que contribui para a conformação mais favorável energeticamente da dupla-
hélice de DNA.
 Assim, cada molécula de DNA contem uma sequencia de DNA em que uma fita é complementar a outra, o
que é fundamental na manutenção do material genético no processo de replicação.

A estrutura dos cromossomos eucarióticos


 Nas células eucarióticas o DNA é empacotado em cromossomos, já que ele tem um comprimento muito
grande e precisa caber em um núcleo pequeno; O empacotamento permite: se encaixar no núcleo e dividir
com mais facilidade durante a divisão celular;
 O genoma humano, por exemplo, contém aproximadamente 3,2 × 10^9 nucleotídeos distribuídos em 24
cromossomos;
O gene
 Os cromossomos contem longas cadeias de genes: um segmento de DNA que contém as instruções para
produzir um produto funcional, ou seja, uma proteína, uma serie de proteínas ou até mesmo um RNA;
 O genoma das células eucariontes apresenta uma quantidade significativa de sequência de DNA que não é
convertido em produto funcional. Elas estão entre os genes ou dentro do próprio gene: assim, dividimos os
segmentos codificadores ( exons ) e os não codificadores ( introns);
 Quando o gene é transcrito para o RNA, ele passa por um processo chamado splicing, onde os intros são
retirados e os exons unidos.

A estrutura do DNA como cromossomo


 O que está dentro do cromossomo?
A cromatina (DNA + proteínas que compactam e dobram esse) e outras proteínas envolvidas na expressão gênica, na
replicação do DNA e no reparo do DNA.
 Cada célula humana (exceto eritrócitos e as células germinativas) possuem duas copias de cada
cromossomo, uma do pai e uma da mãe, esse par é chamado cromossomo homólogo;
O único par não homologo são os cromossomos sexuais XY;
 A apresentação dos cromossomos humanos (23 pares) é o cariótipo humano;

O nucleosomo:
 São unidades básicas dos cromossomos eucarióticos. São formados por oito proteínas histonas – duas
moléculas de cada histona H2A, H2B, H3 e H4 – e uma fita dupla de DNA com cerca de 147 pares de
nucleotídeos que circundam esse octâmero de histonas. Essa compactação reduz a fita de DNA a 1/3 do seu
tamanho original;
 Para compactar ainda mais, tem a 5 º Histona chamada H1. Ela é dita como histona de ligação e mantém os
nucleossomos unidos em um arranjo repetido regular, que agora passa ser uma fibra de 30nm;
 A partir daí, a cromatina continua sendo compactada por mecanismos não totalmente conhecidos, até
formar o cromossomo mitótico, totalmente condensado, com 1400nm;

No entanto, para que a célula tenha acesso a esse conteúdo, é preciso ser possível fazer o processo reverso. Para
isso, ela utiliza algumas estratégias:
 Complexos de remodelamento da cromatina: uma maquinaria de proteínas que usa a energia da hidrólise do
ATP para mudar a posição do DNA ao redor dos nucleossomos. Ao empurrar o DNA firmemente condensado, à
medida que eles se movem, esses complexos podem afrouxar (descondensar) o DNA subjacente;
 Modificação química reversível das histonas: grupos acetila, fosfato ou metila podem ser adicionados ou
removidos a cauda das histonas, após o nucleossomo ter sido reunido por enzimas localizadas no núcleo. Isso
permite que a cromatina condense ou descondense, de acordo com as necessidades da célula;

Durante a interfase, a cromatina não está totalmente condensada. Os genes que serão expressos estão na forma
mais estendida e são chamados de eucromatina. A forma mais condensada possível da cromatina é denominada
heterocromatina e geralmente, o DNA compactado dessa forma não contem genes.

2. Explicar o processo de replicação, transcrição e tradução do DNA;

REPLICAÇÃO
A replicação do DNA é possível porque ele é formado por uma dupla hélice em que as fitas são complementares.
Logo, durante o processo, ao serem separadas, elas levam a fita molde leva a formação de uma nova fita idêntica
aquela que se separou, possibilitando a manutenção do código genético e o repasse dele para outras células;
 Cada nova dupla-helice de DNA é formado por uma fita original, que atua como molde, e uma fita-filha. Por isso
a replicação é chamada de semiconservativa;
Origens de replicação
 O processo de replicação do DNA começa com proteínas iniciadoras que se ligam ao DNA e provocam a abertura
das fitas, quebrando as pontes de hidrogênio entre as bases. Apesar de formar, juntas uma estrutura muito
estável, separadamente essas ligações são fracas, o que não leva as proteínas a gastarem tanta energia ao
separar os pares de base um por vez;
 Os locais em que ocorre a abertura inicial das fitas de DNA são denominadas origens de replicação e são
geralmente caracterizados por uma sequência específica de nucleotídeos. Nessas sequencias, encontramos mais
ligações AT, já que possuem menos pontes de hidrogênio, do que ligações (CG);
 O genoma humano possui várias origens de replicação, o que acelera o processo.
 Quando uma proteína chega a área da origem de replicação e abre o local, ela atrai outras proteínas que juntas
formam um complexo, passando a desenvolver diferentes atividades.

Como o processo acontece


 Proteínas iniciadoras vão para os locais de origens de replicação e provocam a abertura da fita de DNA;
 A partir daí, são formadas as forquilhas de replicação que tem a frente a proteína helicase, responsável por
desenrolar e abrir a dupla hélice do DNA, utilizando a hidrólise do ATP;
 Em cada origem de replicação são formadas duas forquinhas de replicação, estruturas em forma de Y que
podem ser vistas durante a replicação, onde há abertura das duas fitas da dupla-hélice e usando cada uma das
fitas como um molde para produzir uma nova fita-filha; Por isso, a replicação é bidirecional;

Na fita-líder:
 A partir daí, enzimas chamadas Primase, fazem um primer na fita molde: Um trecho curto de RNA, cerca de 10
nucleotídeos que vão fornecer uma extremidade 3’ para a DNA polimerase trabalhar.
 Com uma extremidade pronta, adicionam nucleotídeos, um por um, à fita crescente de DNA, incorporando
somente aqueles que são complementares à fita molde. Elas adicionam nucleotídeos somente a terminação 3’
da fita, em combinação com a ordem da DNA-polimerase.
 A DNA-polimerase acrescenta um por um nucleotídeo e sintetiza o DNA novo utilizando uma das fitas existentes
como molde.
Essa enzima catalisa a adição de nucleotídeos à extremidade 3’ de uma cadeia crescente de DNA pela formação da
ligação fosfodiéster entre a extremidade 3’ e o grupo 5’-fosfato do nucleotídeo a ser incorporado. Ou seja, ela
catalisa no sentido 5´-3´’.

Os nucleotídeos entram na reação inicialmente como trifosfatos de nucleosídeo que fornecem energia para a
polimerização. A hidrólise de uma ligação de alta energia do trifosfato de nucleosídeo fornece a energia para a
reação que liga um monômero nucleotídico à cadeia e libera pirofosfato. A DNA-polimerase acopla a liberação dessa
energia à reação de polimerização. O pirofosfato é ainda hidrolisado a fosfato inorgânico (Pi), tornando a reação de
polimerização irreversível.

Na fita retardada:
 A DNA polimerase só consegue replicar o DNA na direção 5’-3’, o que abrange apenas a fita 3’-5’. No entando, as
duas fitas possuem polaridades opostas, o que leva a uma das fitas ter necessidade da replicação acontecer no
sentido 3’-5’.
 Assim, a DNA polimerase constrói a 2º fita de modo descontinuo, necessitando de diversos primes durante o
percursos que vão liberar extremidades 3’. Os fragmentos construídos entre esses primers são os fragmentos de
Okazaki.

A fita de DNA sintetizada de modo descontínuo é chamada de fita retardada; a outra fita, sintetizada de modo
contínuo, é chamada de fita-líder. E se diz que a replicação é assimétrica.

Para produzir uma fita nova contínua de DNA a partir dos vários segmentos de ácidos nucleicos produzidos na fita
retardada, três enzimas adicionais são necessárias. Essas atuam rapidamente para remover o iniciador de RNA,
substituí-lo por DNA e unir os fragmentos de DNA. Portanto, uma nucleasse degrada o iniciador de RNA, uma DNA-
polimerase chamada de polimerase de reparo substitui o RNA por DNA (usando as extremidades dos fragmentos de
Okazaki adjacentes como iniciadores), e a enzima DNA-ligase une a extremidade 5’- fosfato de um fragmento novo
de DNA à extremidade 3’–OH do próximo.
Outras proteínas

 Proteína ligadora de fita simples: se liga ao DNA de fita simples exposto pela helicase, evitando
temporariamente o repareamento de bases e mantendo a fita alongada para que possa atuar como molde
para a DNA-polimerase;
 Grampo deslizante: mantém a DNA-polimerase firmemente ligada ao DNA-molde enquanto sintetiza novas
fitas de DNA;
*A maioria das proteínas envolvidas na replicação do DNA é mantida unida em um grande complexo multienzimático
que se desloca sobre o DNA como uma unidade.

TRANSCRIÇÃO
É a cópia da sequência nucleotídica de um gene sob a forma de RNA. O processo é chamado transcrição pois
a informação é transcrita, apesar de em nova formula, por meio dos mesmos nucleotídeos.

O RNA
 O RNA é um polímero linear composto por quatro diferentes tipos de subunidades nucleotídicas unidas
entre si por ligações fosfodiéster.
 Ele se diferencia do DNA, em termos químicos, sob dois aspectos:
(1) os nucleotídeos no RNA são ribonucleotídeos ou seja, eles contêm o açúcar ribose em vez de desoxirribose;
(2) Ele contém uracila (U) em vez da timina (T) encontrada no DNA, o que não altera as propriedades já que U
também faz par com T;
 Além disso, o RNA é uma molécula de fita simples e pode dobrar-se sobre ele de diferentes formas, o que
permite uma maior diversidade de funções como as estruturais ou mesmo capazes de desempenhar funções
catalítica;

A transcrição
 A transcrição tem início com a abertura e o desespiralamento de uma pequena porção da dupla-hélice de
DNA para que sejam expostas as bases de ambas as fitas do DNA;
 A fita de DNA é utilizada como molde; no entanto, em uma região imediatamente além da região onde os
ribonucleotídeos estão sendo inseridos, a cadeia de RNA é deslocada, e a hélice de DNA é reestruturada;
 Ela acontece por meio da enzima RNApolimerase, que catalisam a formação de ligações fosfodiéster que
unem os nucleotídeos e formam o esqueleto açúcar-fosfato de uma cadeia de RNA;
 A RNApolimerase tanto desenrola quanto constrói a fita de RNA, utilizando o sentido 5’-3’; ela não precisa
de um iniciador para iniciar sua função, o que diminui sua capacidade de corrigir erros.
 As fitas de RNA, por serem em menor comprimento, podem ser feitas em maior número ao mesmo tempo.

Como acontece?
 A RNA polimerase precisa dar inicio a transcrição com exatidão para que transcreva o gene certo. Para isso, a
enzima se conectada ao DNA quando apenas quando encontra uma região chamada promotora, que
contém uma sequência específica de nucleotídeos indicadora do ponto de iniciação para a síntese de RNA.
 Associada a ela, estão os fatores de transcrição: Essas proteínas acessórias se ligam ao promotor, onde
posicionam a RNA-polimerase, deslocam e separam a dupla-hélice para expor a fita-molde e direcionam a
RNA-polimerase para dar início ao processo de transcrição;
 Após, há a adição de grupos fosfato à “cauda” da RNA-polimerase e ela é liberada para começar a
transcrição, enquanto os fatores podem se deslocar para outro sitio;
 A enzima abre a fita e utiliza um dos lados como molde para iniciar a transcrição;
 Ela encerra essa transcrição quando encontra o terminador (ou região, sítio de parada), onde ela para e
libera tanto o RNA quanto o DNA molde; A RNA polimerase é defosforilada nessa etapa.
 A fita molde escolhida é de acordo com a orientação, uma vez adequada sob o promotor a RNA polimerase
não tem outra opção a não ser transcrever no sentido 5’-3’;

Os eucariontes possuem 3 tipos de RNA polimerase, as RNA-polimerases I e III transcrevem os genes que codificam
os
RNA transportadores, o RNA ribossomal e a RNA polimerase ll é responsável pelo RNA mensageiro;
Tipos de RNA
 RNA mensageiro: genes que codificam os aminoácidos de proteínas;
O produto de outros genes, no entando, é também um RNA:
 O RNA ribossomal (rRNA) forma a região central dos ribossomos, na qual o mRNA é traduzido em proteínas;
 O RNA transportador (tRNA) forma os adaptadores que selecionam os aminoácidos e os posicionam no local
adequado do ribossomo para que eles sejam incorporados em uma proteína;
 MicroRNAs (miRNAs), atuam como importantes reguladores na expressão gênica em eucariotos.

*Expressão gênica:
Processo pelo qual a informação codificada na sequência de DNA é traduzida em um produto que desencadeia um
efeito determinado sobre uma célula ou organismo.

Processamento de RNA
 Antes de serem liberados do núcleo, onde acontece a transcrição, o RNA é processado durante essa etapa;
as enzimas responsáveis pelo processamento do RNA se associam à “cauda” da RNA-polimerase;
 Etapas de processamento que ocorrem em transcritos que vão se tornar RNAm:
O capeamento do RNA envolve uma modificação da extremidade 5’ do transcrito de mRNA, a extremidade que é
sintetizada em primeiro lugar durante a transcrição. O RNA é capeado pela adição de um nucleotídeo atípico – um
nucleotídeo guanina (G) com um grupo metila associado;
A poliadenilação provê uma estrutura especial, ou cauda, para a extremidade 3’ da maioria dos mRNAs recém-
sintetizados. Uma enzima corta a sequência de nucleotídeos na extremidade 3’ e outra vem e adiciona uma série
repetitiva de nucleotídeos adenina (A) (uma cauda poli-A) sobre a extremidade clivada.
 Aumentam a estabilidade do RNAm e garantem que a mensagem está completa.
Além disso, temos o splicing:
 O RNAm é codificado com éxons ( sequencias codificadores) e íntrons ( sequencias não codificadoras);
 Durante o splicing, as sequências íntron são removidas do RNA recém-sintetizado e as sequências éxon são
unidas umas às outras;
 Ele é realizado por moléculas de RNA: pequenos RNAs nucleares (snRNAs,de small nuclear RNAs) estão
agregadas a proteínas adicionais para formar as pequenas partículas ribonucleoproteicas nucleares (snRNPs,
de small nuclear ribonucleoprotein particles). Esses snRNPs formam o núcleo do spliceossomo, o grande
arranjo de RNA e de moléculas proteicas que realiza o splicing na célula.
 Os transcritos de diversos genes eucarióticos podem ser processados por splicing sob diferentes formas,
cada uma delas levando à produção de uma proteína distinta. Esse tipo de splicing alternativo permite,
portanto, que diferentes proteínas sejam produzidas a partir de um mesmo gene.

Exportação do RNA
 Seleção do RNA processado pelo complexo do poro nuclear, que reconhece e transporta apenas mRNAs
finalizados;
 Para ser selecionado, o RNAm deve estar ligado a um conjunto de proteínas que alertam que ele foi
corretamente processado, entre elas, a cauda poli-A;

TRADUÇÃO
 Código genético: A sequência de nucleotídeos de um gene que, por intermédio do mRNA, é traduzida em
uma sequência de aminoácidos de uma proteína;
 Cada grupo de três nucleotídeos consecutivos sobre o RNA é denominado códon, e cada um desses
especifica um aminoácido; vários códons diferentes podem determinar um mesmo aminoácido.

A tradução
 Para que a tradução aconteça precisamos do RNAtransportador: moléculas adaptadoras que podem
reconhecer e se ligar ao códon por um sítio sobre sua superfície e ao aminoácido por um outro sítio;
 A molécula de RNAtransportador se desdobra e forma, em algumas áreas uma estrutura de dupla hélice, até
que assume o formato de trevo de 4 folhas, onde:
Uma das regiões forma o anticódon, um conjunto de três nucleotídeos consecutivos que sofre pareamento com o
códon complementar sobre a molécula de um mRNA. A outra é uma região curta, de fita simples, que se situa na
extremidade 3’ da molécula; esse é o sítio onde o aminoácido que é codificado pelo códon se liga ao tRNA.

 Existe mais de um tRNA para muitos dos aminoácidos e algumas moléculas de tRNA podem ligar-se por
complementaridade de bases a mais de um códon: eles exigem um pareamento de bases exato apenasàs
duas primeiras posições do códon, podendo tolerar um pareamento inexato (ou oscilação) sobre a terceira
posição.
 O reconhecimento e a ligação do aminoácido correto é dependente de enzimas denominadas aminoacil-
tRNA sintetases, que acoplam covalentemente cada aminoácido ao seu conjunto adequado de moléculas de
tRNA.

O ribossomo
 É um grande complexo composto por mais de 50 diferentes tipos de proteínas (as proteínas ribossomais) e
diversas moléculas de RNA denominadas RNAs ribossomais (rRNAs);
 A subunidade pequena pareia os tRNAs aos códons do mRNA, ao passo que a subunidade grande catalisa a
formação das ligações peptídicas que unem os aminoácidos uns aos outros;
 Ele é formado em sua maior parte por moléculas de RNA; moléculas de RNA que possuem atividade
catalítica são denominadas ribozimas.

*As proteínas são produzidas em polirribossomos: um conjunto de ribossomos que inicia a produção de uma nova
proteína por meio do mesmo RNAm antes mesmo que o anterior termine, otimizando o tempo.

Como acontece?
 A tradução de um mRNA tem início com o códon AUG, e um tRNA especial (diferente de todos os outros) é
necessário para a iniciação da tradução. Esse tRNA iniciador sempre carrega o aminoácido de tal forma que
todas as proteínas recém-sintetizadas possuem metionina como seu primeiro aminoácido, na extremidade
N-terminal. Essa metionina é em geral removida posteriormente pela ação de uma protease específica. Além
disso, proteínas chamadas fatores de iniciação de tradução são acopladas juntos com esse RNA que carrega
a metionina;
 O fim é sinalizado pelos códons de terminação. Esses códons especiais (UAA, UAG e UGA) não são
reconhecidos por um tRNA e não determinam qualquer aminoácido, sinalizando para o ribossomo o término
da tradução. Há ainda a presença do conjunto de proteínas conhecidas como fatores de liberação;

3. Descrever os processos que levam aos erros de replicação do DNA e os mecanismos de reparo desses
erros;

ERROS
A replicação é um processo extremamente eficiente. Somente 1 a cada 10^9 a 10^10 nucleotídeos incorporados
pela polimerase do DNA ocorre de maneira incorreta;
Alguns possíveis erros:
 Desaminação hidrolítica de bases
Desaminação hidrolítica é a perda de um grupo amino (-NH2) que certas bases podem sofrer como resultado de
reações de hidrólise. Esse tipo de alteração química em geral modifica as propriedades de emparelhamento da base
e pode acabar fazendo uma Adenina emparelhar com uma Citosina ao invés de uma Timina, por exemplo. A partir
dai, teremos a troca de um par A-T por um C-G;
O tipo mais frequente de desaminação do DNA é a da citosina. Ao perder um grupo amino, a citosina se transforma
em uracila, fenômeno que ocorre na frequência de 100 transformações por genoma, por dia. Como a uracila é capaz
de se emparelhar com a adenina, a desaminação da citosina ocasiona a troca de um par de bases
C-G por um par T-A.
 Perda de bases
Os nucleotídeos que constituem uma molécula de DNA podem sofrer quebras espontâneas em suas ligações N-
glicosídicas, ou seja, nas ligações que unem a base nitrogenada ao açúcar. O mais comum é a perca de bases
purídicas ( A ou G). Ao perder uma base, uma das fitas vai ficar com a base complementar e a outra sem nenhuma
no local. Caso o essa fita vazia se replique antes da correção, no local sem nenhuma base pode ser introduzido
qualquer um dos quatro tipos de nucleotídeos na cadeia sendo sintetizada, tendo chance de 75% de ser uma base
incorreta;
 Produtos do metabolismo e agentes externos
Alguns subprodutos quimicamente reativos do metabolismo também reagem, ocasionalmente, com as bases do
DNA, alterando-as de forma que suas propriedades de pareamento são modificadas.
A radiação ultravioleta da luz solar também danifica o DNA; ela promove a formação de uma ligação covalente entre
duas bases pirimídicas adjacentes, formando, por exemplo, os dímeros de timina.

REPARO
 Reparo de malpareamento de DNA: sistema de segurança da célula. Sempre que a máquina de replicação
comete um erro de cópia, ela deixa o nucleotídeo malpareado (normalmente chamado de malpareamento)
para trás.
 Se deixado sem correção, o malpareamento irá resultar em uma mutação permanente no próximo ciclo de
replicação. Um conjunto de proteínas de reparo de malpareamento reconhece esses malpareamentos no
DNA, remove uma das duas fitas de DNA envolvidas no malpareamento e sintetiza novamente a fita
perdida.
 Um malpareamento de DNA, formado quando uma base incorreta é incorporada à cadeia de DNA recém-
sintetizada, distorce a geometria da dupla-hélice. Essa distorção é logo reconhecida pelas proteínas de
reparo de malpareamento, que removem o DNA recém-sintetizado. O intervalo nessa fita é preenchido por
uma DNA-polimerase que verifica à medida que sintetiza a fita e é selado pela DNA-ligase;

A DNA-polimerase é autocorretiva
 A enzima monitora cuidadosamente o pareamento de bases entre cada nucleotídeo a ser incorporado e a
fita-molde e catalisa a a reação de adição apenas quando o pareamento está correto.
 Segundo,quando a DNA-polimerase produz um erro raro e adiciona um nucleotídeo incorreto, ela pode
verificar o erro por uma atividade chamada de correção de erros (proofreading): antes de adicionar o
próximo nucleotídeo ela verifica se o anterior está pareado da forma correta, se não estiver, ela retirar e
tenta novamente.
 Assim, ela polimeriza no sentido 5’-3’ e corrige no sentido 3’-5. Essa correção é realizada por uma nuclease
que cliva o esqueleto fosfodiéster.

O mecanismo básico para o reparo do DNA envolve 3 etapas:


O DNA danificado é reconhecido e removido por um de vários mecanismos diferentes.
 Primeiro, as nucleases clivam as ligações covalentes que unem os nucleotídeos danificados ao resto da
molécula de DNA, deixando um pequeno intervalo, ou lacuna, em uma das fitas da dupla-hélice de DNA
nessa região;
 Uma DNA-polimerase de reparo se liga à extremidade 3’-OH da fita de DNA clivada. A seguir, ela preenche a
lacuna, sintetizando uma cópia complementar da informação contida na fita não danificada. A DNA
polimerase de reparo funciona do mesmo modo da DNA polimerase normal;
 Quando a DNA-polimerase de reparo completou a lacuna, uma quebra permanece no esqueleto de açúcar-
fosfato da fita corrigida. Essa quebra na hélice é selada pela DNA-ligase, a mesma enzima que une os
fragmentos de DNA na fita retardada durante a replicação de DNA.

Os casos de quebras na fita dupla


 Ocorre quando as duas fitas da dupla hélice são clivadas, não tem nenhuma fita molde para o reparo; esse
tipo de quebra sem correção pode causar a perca de genes;
 Pode acontecer por: Radiação ionizante, acidentes na forquilha de replicação, agentes oxidantes fortes e
metabólitos produzidos na célula;
 O método de correção é o chamado junção de extremidades não homólogas: um conjunto de enzimas
especializas religa o DNA, no entanto, alguns nucleotídeos se perdem;
 Recombinação homóloga: Para ocorrer é preciso ter outra supla hélice com uma similaridade muito grande
a quebrada, como no caso das cromátides irmãs ou dos cromossomos homólogos. Para iniciar o reparo, uma
nuclease produz extremidades de fita simples com extremidades 5’ no ponto de quebra, pela degradação de
uma das fitas de DNA complementar. Com o auxílio de enzimas especializadas, uma dessas fitas simples
então “invade” a dupla-hélice homóloga estabelecendo pares de bases com sua fita complementar, onde ela
vai ser reparada por uma DNA polimerase de reparo.
4. Diferenciar os processos de divisão celular (mitose e meiose);
Divisão celular é o processo pela qual uma célula se transforma em duas células-filhas. Esta divisão faz parte de um
período denominado de ciclo celular.
 Ciclo celular é um mecanismo de duplicação e divisão, no qual, uma célula se reproduz por uma sequência
ordenada de eventos que duplicam seus componentes e depois a dividem em duas. É didaticamente dividido
em duas fases principais: a interfase, caracterizada pelas fases G1, S e G2 e a mitose ou meiose.

MITOSE
Acontece com células somáticas, cada célula reproduz a si própria. Tanto a célula parental quanto suas células filhas
são diplóides (2n);
Antes do início da divisão celular, ou mitose, cada cromossomo foi replicado e consiste em duas cromátides-imãs
idênticas mantidas unidas ao longo de seu comprimento por proteínas coesivas. A partir daí, durante as fases, essas
cromátides irmãs serão separadas.

Prófase
 Início da condensação da cromatina, dando origem aos cromossomos; regulada pelas proteínas chamadas
condensinas.
 Duplicação dos centrossomos, que serão responsáveis pela organização do fuso mitótico
Os cromossomos duplicados são unidos por estruturas protéicas (complexo de coesão) por meio do centrômero.
As proteínas envolvidas na união das cromátides irmãs (como são chamados os cromossomos após a formação
dos pares) são as coesinas.
Pró-metáfase
 A entrada na pró-metáfase é caracterizada pelo desarranjo do envelope nuclear, os cromossomos passam a
ter contato com os centrossomos;
Metáfase
 A metáfase é marcada pela localização dos centrossomos nos pólos da célula e pelo alinhamento das
cromátides irmãs no plano equatorial da mesma, o que vai garantir a distribuição homogênea das
cromátides irmãs;
Anáfase
 Com a formação da placa equatorial, o Complexo Promotor da Anáfase, será ativado. Este complexo é
responsável pela degradação das coesinas, e conseqüente separação das cromátides irmãs. Logo após, o
encurtamento do microtúbulo, separando o material genético em lados opostos da célula;
Telófase
 O envelope nuclear é reorganizado, o fuso mitótico é desfeito e os cromossomos são descondensados;
 A divisão celular termina, no entanto, com a divisão do citoplasma em um processo conhecido como
citocinese. A citocinese tem início na anáfase, terminando na telófase.

MEIOSE
A meiose é um tipo especial de divisão celular, essencial para a reprodução sexuada, e que ocorre apenas nas células
germinativas.
A meiose é responsável pela formação de gametas haploides, ou seja, com a metade do conteúdo cromossomial das
células somáticas. Ao final da meiose, quatro células filhas haploides são geradas a partir de uma única célula mãe,
em duas divisões celulares sequenciais.

A meiose é dividida em duas fases distintas: meiose I e meiose II.


 A meiose I tem início logo após a duplicação do material genético na fase S da intérfase, e é dividida em quatro
fases: prófase I, metáfase I, anáfase I e telófase I.
 Prófase I
Os cromossomos homólogos são pareados, ocorrendo a permuta de material genético (recombinação ou ‘crossing-
over’) entre estes cromossomos. Essa permuta é responsável pela diversidade genética proporcionada pela
reprodução sexuada
 Anáfase I
As fibras se encurtam e os cromossomos homólogos se separam. (As cromátides-irmãs permanecem unidas);
 Ao fim da meiose I, cada uma das duas células filhas contém um membro de cada par de cromossomos
homólogos, consistindo, estes, de duas cromátides irmãs.
 A entrada na meiose II ocorre sem que as células geradas pela meiose I entrem na intérfase, ou seja, não ocorre
uma nova duplicação do material genético. Ao término da telófase I, as células entram diretamente na prófase II,
seguindo então para a metáfase II, anáfase II, e, finalmente, para a telófase II.
 Na anáfase II
As cromátides irmãs são segregadas para os pólos da célula. Assim, cada célula deverá conter apenas uma cópia de
cada cromossomo homólogo, ou seja, ao término da meiose teremos 4 células haplóides.

5. Descrever o processo de fecundação até a formação do zigoto

 União de um espermatozóide com um ovócito secundário, que ocorre normalmente na ampola da tuba uterina
formando o zigoto;

Como ela ocorre?


 Capacitação do espermatozoide: Espermatozoides recém-ejaculados ainda não são capazes de fertilizar o
ovócito. Eles precisam passar por um período de capacitação que dura cerca de 7 horas após sua permanência
no trato reprodutor feminino.
Nesse processo são retirados, por ação de enzimas secretadas pela mucosa do útero e das tubas uterinas, fatores
inibitórios que suprimem a atividade do espermatozoide: o excesso de colesterol da membrana celular que recobre
o acrossomo é perdido, tornando-a mais fina, e aumenta a permeabilidade da membrana celular ao cálcio, que
intensifica sua propulsão e facilita a liberação das enzimas pelo acrossomo à medida que o espermatozoide penetra
as camadas de células da granulosa.
 Passagem do espermatozoide através da corona radiata do ovócito (reação acrossômica): Auxiliado pela ação da
enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, e também, pelo movimento da cauda do
espermatozoide.
 Penetração na zona pelúcida: Formação de um caminho na zona pelúcida através da ação de enzimas. Logo que
o espermatozoide penetra a zona pelúcida desencadeia o fim da segunda meiose e uma reação zonal, mudanças
das propriedades físicas da zona pelúcida que a torna impermeável a outros espermatozoides.
 Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: A cabeça e a cauda do espermatozóide
entram no citoplasma do ovócito na área de fusão.
 Término da segunda divisão meiótica do ovócito: Formação do ovócito maduro (pronúcleo feminino) e o
segundo corpo polar.
 Formação do pronúcleo masculino: Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozóide aumenta para
formar o pronúcleo masculino, enquanto que a cauda do espermatozóide se degenera. Durante o crescimento,
os pronúcleos replicam seu DNA.

 O ovócito contendo os dois pronúcleos é chamado de oótide. Os pronúcleos se fundem em uma agregação
cromossômica única e diploide (lembrando que cada pronúcleo é haploide – 1n), e a oótide se torna um zigoto.
Os cromossomos vão se organizar em um fuso de clivagem, se preparando para as sucessivas divisões do zigoto.
Cada zigoto é único: metade dos cromossomos vem da mãe e a outra metade do pai.

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