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OBJETIVOS
1. Revisar a fisiologia do ciclo menstrual, identificando as alterações que estão associadas ao padrão
menstrual na adolescência;
2. Estudar sobre métodos contraceptivos, identificando suas classificações, orientações ao uso
adequado, indicações, contraindicações, segurança e efetividade;
3. Estudar aspectos biopsicossociais associados à sexualidade na adolescência e a importância da
educação sexual.
a) Revisar a fisiologia do ciclo menstrual, identificando as alterações que estão associadas ao padrão
menstrual na adolescência;
O ciclo menstrual é regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, que tem como objetivo recrutar,
maturar e liberar um ovulo saudável, além de contribuir para a produção dos hormônios esteroides
femininos.
O ciclo menstrual humano normal pode ser dividido em dois segmentos: o ciclo ovariano e o ciclo
uterino, de acordo com o órgão examinado.
o Ciclo ovariano: fase folicular e fase lútea;
o Ciclo uterino: proliferativa e secretora.
CICLO OVARIANO
FASE FOLICULAR
a) A mulher possui folículos primordiais, que contem um oocito estacionado na prófase da meiose I, que
veio lá do período fetal. Esses oocitos contém uma única camada de células da granulosa;
b) A cada ciclo, uma coorte de oocitos são recrutados para maturação e a maioria sofre atresia, apenas um é
de fato maturado e liberado na ovulação.
c) Folículo primário: quando recrutado, as células da granulosa sofrem transformação morfológica e
passam a ser cuboides, sendo chamado de folículo primário.
d) Folículo secundário: duas camadas de granulosa + células da teca. Passa a ser sensível a ação do FSH;
e) Folículo terciário: três camadas de granulosa (estimulados pelo FSH). É dependente do FSH.
A teca, externa, tem acesso ao colesterol e, por ação do LH, produz progesterona e androgênios que entram
por difusão nas células da granulosa. A células da granulosa, por influência do FSH converte em estradiol
(utilizando a enzima aromatase).
TECA=LH=produção de progesterona e andrógenos.
GRANULOSA=FSH=conversão em estradiol pela aromatase.
Tal interação entre as células da teca e da granulosa para a produção de esteroides sexuais ovarianos é
chamada de “mecanismo das duas células”, em que cada célula tem seu papel bem definido, variável de
acordo com a fase do ciclo.
f) Folículo antral: Quando o folículo atinge a condição multilamelar, as células da granulosa começam a
secretar o fluido folicular, que se acumula entre as células e cria lacunas que se confluem e formam a
cavidade folicular ou antral – define-se o estágio de folículo antral.
Esse estágio permite o crescimento do folículo até o ponto em que uma única camada separa o folículo da
cavidade peritoneal – é o chamado estigma ovulatório –, o que facilita a extrusão do óvulo para a cavidade
pélvica.
A cada ciclo, cerca de mil folículos são recrutados, ou seja, saem do estado de quiescência para tornarem-
se ativos. Esse processo de desenvolvimento inicial do folículo tem duração estimada de cerca de 175 dias,
ou seja, o folículo selecionado para ovulação em um ciclo necessita de três a quatro meses de
desenvolvimento a partir do recrutamento. Todos eles iniciam seu desenvolvimento, porém, ao longo do
processo de foliculogênese, a grande maioria entra em processo de atresia. Essa perda de folículos é mais
significativa na passagem de primordial para primário e de primário para secundário, mas ocorre durante
todas as fases de desenvolvimento folicular, de maneira que apenas alguns, cerca de 8 a 20, chegam ao
estágio antral. São esses os folículos com verdadeiro potencial de completar o seu desenvolvimento e
atingir o estágio de maturidade.
g) A escolha do folículo: os vários folículos recrutados, dependentes do FSH, produzem uma grande
quantidade de estrogênio. Esse estrogênio, inibe o FSH.
o Os folículos desenvolvem uma relação de retroalimentação positiva: quanto mais FSH, mais
receptores para ele surgem. Entre os vários folículos, um deles, por algum motivo, é selecionado e
cresce mais que os outros;
o Como todos estão produzindo estrogênio e inibindo o FSH, há queda dos níveis circulantes desse
hormônio, que acaba influenciando mais os folículos menores ( que tem menos receptores). Assim
eles sofrem atresia, enquanto o grande continua seu crescimento.
h) O duplo papel do estrogênio: estrogênio em pequenas quantidades inibe o LH. No entanto, em grandes
quantidades (nível alto e sustentado de estrogênio (200 pg/ml) por mais de 48 h) passa a estimular o LH.
i) Ao final da fase folicular, já como folículo pré-ovulatório, as células da granulosa passam a expressar
também receptores para o LH, até então presentes apenas na teca. O aumento desses receptores na
superfície das células granulosa, associado à redução dos receptores de FSH pelo mecanismo de
autorregulação, leva à mudança no padrão de dependência do folículo do FSH para uma fase LH-
dependente.
j) A exposição a níveis mais altos de LH causa uma resposta específica pelo folículo dominante – e, como
consequência, a luteinização das células da granulosa, a produção de progesterona e o início da
ovulação. A ovulação se dará no único folículo maduro, folículo de Graaf, em um período de 10 ou 12 h
após o pico de LH, ou de 34 a 36 h após a elevação inicial do LH na metade do ciclo.
Conforme sugerido, os esteroides sexuais não são os únicos reguladores das gonadotrofinas no
desenvolvimento folicular. Dois peptídios relacionados, derivados da célula da camada granulosa, foram
identificados desempenhando funções opostas na retroalimentação da hipófise. O primeiro desses peptídios,
a inibina, é secretada em duas maneiras: inibina A e inibina B.
o A inibina B é secretada sobretudo na fase folicular e estimulada pelo FSH, enquanto a inibina A é
principalmente ativa na fase lútea. Ambos os tipos de inibina agem para inibir a síntese e a liberação
de FSH.
OVULAÇÃO
o O aumento repentino de LH na metade do ciclo é responsável pela elevação expressiva nas
concentrações locais de prostaglandinas e enzimas proteolíticas na parede folicular. Essas substâncias
enfraquecem, de modo progressivo, a parede folicular e, por fim, possibilitam que uma abertura se
forme.
o A ovulação muito provavelmente representa uma vagarosa extrusão do ovócito por meio dessa abertura
no folículo em vez de uma ruptura da estrutura do folículo.
FASE LÚTEA: o período da ovulação até o início da menstruação dura, em média, 14 dias.
Um ciclo menstrual normal dura de 21 a 35 dias, com média de 2 a 6 dias de fluxo e de 20 a 60 ml de perda
sanguínea. Entretanto, estudos em um grande número de mulheres com ciclos menstruais normais
apontaram apenas cerca de dois terços de pacientes adultas com ciclos durando de 21 a 35 dias.
o Além disso, o estrogênio e a inibina A são produzidos em quantidades significativas, inibindo o FSH,
o que impede que um outro folículo continue se desenvolvendo e venha a ovular.
o Ovula. Vira corpo lúteo. Corpo lúteo secreta estradiol e progesterona. Eles dois fazem
retroalimentação central negativa. Redução de LH e FSH.
Secreção de inibina reduz a secreção de FSH. Tudo isso evita a recrutamento e desenvolvimento de novos
folículos.
o A função continuada do corpo lúteo depende da produção continuada de LH. Na ausência desta
estimulação, o corpo lúteo invariavelmente regressará após um período de 12 a 16 dias e formará o
corpo albicans, semelhante a uma cicatriz.
Na ausência de gravidez, o corpo lúteo regride, e os níveis de estrogênio e progesterona diminuem, o que,
por sua vez, elimina a inibição central sobre a secreção das gonadotrofinas e possibilita que os níveis de
FSH e de LH se elevem outra vez e recrutem outra coorte de folículos.
Se a gravidez realmente ocorrer, o HCG placentário mimetizará a ação do LH e estimulará, de modo
contínuo, o corpo lúteo a secretar progesterona. A implantação bem-sucedida resulta em sustentação
hormonal para que se possibilite a manutenção continuada do corpo lúteo e do endométrio. Evidência a
partir de pacientes submetidas a ciclos de doação de oócitos demonstrou que a função lútea continuada é
essencial à manutenção da gravidez até aproximadamente 5 semanas de gestação, quando é produzida
progesterona suficiente pela placenta em desenvolvimento.
CICLO UTERINO
FASE PROLIFERATIVA
O endométrio é composto de 3 partes, sendo que as duas partes superiores proliferam ( decídua funcional) e
descamam em cada ciclo menstrual, enquanto a decídua basal do endométrio, sua parte mais profunda, é a fonte de
regeneração.
o O sangramento menstrual é o primeiro dia do ciclo menstrual. Após a descamação, a decídua basal
possui brotos glandulares e estroma denso, adjacente ao miométrio;
o Um endométrio de 1 a 2mm glândulas endometriais, retas, estreitas e curtas passam a ser
estruturas mais longas e tortuosas. ação do estrogênio
o As células passam de um padrão colunar baixo no início do período proliferativo para um padrão
pseudoestratificado antes da ovulação.
o Estruturas vasculares não são vistas com frequência.
FASE SECRETORA
o Em um ciclo típico de 28 dias, a ovulação ocorre no dia 14. 48 a 72h após a ovulação início da secreção de
progesterona mudança no aspecto histológico do endométrio produtos ricos em proteínas secretados na
luz glandular.
o Os efeitos da progesterona são antagonistas aos do estrogênio nas células endometriais. Com a diminuição
progressiva na concentração de estrogênio, a mitose celular, o desenvolvimento das células é bloqueado.
o No sexto ou no sétimo dia pós-ovulatório, é comum a atividade secretora das glândulas ser máxima e o
endométrio estar plenamente preparado para a implantação do blastocisto.
o descamação.
o Quando não ocorre a implantação, com a retirada dos hormônios sexuais, há profundo espasmo vascular das
artérias espiraladas, que, por fim, leva à isquemia endometrial. De maneira simultânea, há um rompimento de
lisossomos e a liberação de enzimas proteolíticas, que, depois, promovem destruição tecidual local. Essa
camada do endométrio é então descamada, deixando a decídua basal como a fonte subsequente do
crescimento endometrial. As prostaglandinas são produzidas ao longo do ciclo menstrual e estão em sua
concentração máxima durante a menstruação.60 A prostaglandina F2α (PGF2α) é um vasoconstritor potente,
causando vasospasmo arteriolar e isquemia endometrial adicionais. O PGF2α produz contrações miometriais
que diminuem o fluxo sanguíneo da parede uterina local e podem servir para expelir fisicamente o tecido
endometrial descartado do útero.
RESUMINHO
Hipotálamo Hipófise Ovário Endométrio
1. GnrH – hormônio liberador de gonadotrofina (produção pulsátil);
2. Gonadrotofinas, hip anterior – FSH e LH
3. Ovário – estrogênio e progesterona
Feedback do estradiol
Negativo sobre o FSH
Positivo sobre o LH
Ciclo menstrual fisiológico:
( Menstrual) Proliferativa (folicular) e secretora (lútea)
FSH começa o ciclo menstrual alto recruta folículos ovarianos
Folículos ovarianos produz estradiol inibição do FSH proliferação do endométrio
Folículo dominante é o escolhido para ovular e sozinho, não consegue manter a produção, caindo a produção, dando
tudo e tendo um pico. pico de LH rompimento o folículo, saindo o oocito + formação do corpo lúteo
Corpo lúteo libera estradiol (-) progesterona (+). Ele dura 14 dias ( fase secretora é igual para todas!).
Redução de estrogênio e progesterona subida de FSH, alto, começando o próximo ciclo menstrual.
A presença de irregularidade menstrual é comum na adolescência. Cerca de 50% dos ciclos menstruais
são anovulatórios nos primeiros dois anos após a menarca. Uma das explicações para isso seria uma
imaturidade fisiológica do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, representada pela ausência de feedback
positivo do estradiol sobre a secreção de hormônio luteinizante (LH), impedindo assim a formação do pico
do LH necessário à ovulação.
ÍNDICE DE PEARL
Número de mulheres em cada 100 usuárias do método que engravidam dentro de um ano.
COMPORTAMENTAIS
TEMPERATURA
a) O método baseia-se nas alterações de temperatura basal do corpo da mulher, ou seja, da temperatura em repouso.
b) Após a ovulação a temperatura corporal eleva-se alguns décimos de graus centígrados permanecendo neste estado
até a próxima menstruação. A progesterona tem um efeito termogênico.
c) A mulher deve ser treinada a reconhecer o aumento de temperatura basal que persiste por 4 (quatro) dias, o que
indica a mudança da fase ovulatória para a fase pós-ovulatória. Portanto, o período infértil começa na manhã do
dia em que se verificar a quarta temperatura alta, acima da linha base.
d) Se o casal não deseja filhos, não deve manter relações sexuais do primeiro dia de menstruação até o quarto dia de
temperatura alta, o aumento geralmente é de 0,2°C.
Posteriormente, sendo possível predizer a data da ovulação com base nos registros anteriores, a abstinência sexual
pode ficar limitada ao período de 4 a 5 dias antes da data prevista da ovulação e até a manhã do 4° dia da temperatura
alta.
o Necessário avaliar a duração do ciclo durante 6 a 12 meses, anotando o dia da menstruação, até o dia que
antecede a menstruação seguinte.
o Calcular a diferença entre o ciclo mais longe e mais curto. Se for maior que 10 dias, não deve usar esse
método.
Determinar a duração do período fértil:
o Subtrair 18 do ciclo mais curto = inicio
o Subtrair 11 do ciclo mais longo = final
Refazer os cálculos com a usuária a cada 6 meses, sempre com base nos últimos 6 a 12 ciclos.
O muco cervical, no início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozóides pelo canal
cervical.
Características do muco:
o Fase pré-ovulatória: fase seca ou com secreção igual e continua na aparência que dura em geral 2 ou 3 dias.
As vezes essa fase pode estar dentro da própria menstruação. O casal pode ter relações, em dias alternados,
para o sêmen não prejudicar a observação do muco cervical.
o Ovultória: O muco que inicialmente é esbranquiçado, turvo e pegajoso, vai se tornando a cada dia mais
elástico e lubrificante, semelhante à clara de ovo, podendo-se puxá-lo em fio – este é o período favorável para
a penetração dos espermatozóides no canal cervical. O ultimo dia de sensação lubrificante é chamado ápice. O
ápice indica que a a ovulação ocorreu ou vai ocorrer em até 48h. O casal deve se abster de relações nesse
período.
MÉTODO SINTOTÉRMICO
O método combina os cálculos do calendário, da ascensão da temperatura basal na fase lútea e do monitoramento do
muco cervical junto a outros parâmetros.
Os parâmetros subjetivos relacionados com a ovulação podem ser, entre outros:
o Dor abdominal.
o Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas.
o Variações de humor e/ou da libido.
o Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento de apetite, ganho de peso, sensação de distensão
abdominal, sangramento inter-menstrual entre outros).
BARREIRA
Condom: camisinha, proteção de IST ( IP=2, em uso perfeito, IP=18, uso comum)
Espermicidas: rompem a membrana do espermatozoide – nonoxinol9, uso repetitivo pode causar
microerosões na mucosa vaginal ( IP = 18 a 28);
Diafragma: dispositivo de borracha inserido antes de cada relação. Retirar no mínimo 6h após a ejaculação.
( IP = 6 a 12);
PRESERVATIVO MASCULINO
o Existe em diferentes dimensões (47 a 69 mm de largura/178 a 223 mm comprimento), texturas e modelos.
Podem se apresentar sem lubrificantes ou lubrificados com compostos hidrossolúveis (glicerina,
propilenoglicol, parabenos e outros) ou não hidrossolúveis (silicone). Ao lubrificante, pode ser adicionada ou
não substância espermicida, em geral o nonoxinol 9.
o Validade de 2 a 5 anos. Apresenta característica termolábil que requerer cuidados: quando submetido a altas
temperaturas, perde sua elasticidade e pode sofrer fissuras.
o Não são indicados lubrificantes oleosos vegetais e minerais, por risco de fissura. Lubrificantes hidrossolúveis
a base de glicerina e silicone são permitidos.
O uso ideal apresenta 2% de falha, enquanto o uso real ou mal uso 15%.
Deve ser colocado antes da penetração, após obtida a ereção peniana. O receptáculo existente na extremidade do
preservativo deve ser apertado durante a colocação, retirando todo o ar do seu interior. Desenrolar o preservativo pelo
lado correto (face enrolada com a borda para cima).
PRESERVATIVO FEMININO
o Uma extremidade fechada que é colocada dentro da vagina e uma extremidade aberta, que deve ficar externa a
vulva;
o O preservativo feminino pode ser colocado em qualquer momento, desde que seja antes da penetração, e
retirado com tranquilidade (sem pressa) após o término da relação. Para colocá-lo corretamente, a mulher deve
encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, senta da com os joelhos
afastados, agachada ou deitada). O anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina.
o Com o dedo indicador, ele deve ser empurrado o mais profundamente possível para alcançar o colo do útero.
o O anel (externo) deve ficar aproximadamente 3cm para fora da vagina. Durante a penetração, o pênis deve ser
guiado para o centro do anel externo. O preservativo não deve ficar retorcido.
As taxas de falha dos preservativos femininos de primeira geração (FC1®) variam de 5% a 21%.
DIAFRAGMA
o Capuz macio de borracha, côncavo, com borda flexível, que cobre parte da parede vaginal anterior e o colo
uterino;
o Possuem diferentes tamanhos, sendo feito de látex natural ou sintético. São reutilizáveis e o prazo de validade
é de 3 a 5 anos;
o A borda anterior dele se encaixará perfeitamente atrás do púbis e a borda posterior se apoiará no fórnice
vaginal posterior. Dessa forma, o diafragma estará na posição correta: recobrindo o colo uterino e a parede
vaginal anterior. No tamanho correto, não deverá causar desconforto ou se deslocar com a mobilização da
paciente.
Como utilizar?
1. Introduza os dedos indicador e médio na vagina até que se toque o fundo do saco posterior, marcando-se a
distância entre estes e o subpúbis com o polegar da mesma mão
2. Essa distância (ponta do dedo médio ou indicador até o polegar) deve ser aproximadamente o tamanho do
diafragma medidor. Coloque o diafragma medidor na ponta do dedo, sem forçá-lo. Se a medida estiver
correta, a outra extremidade do diafragma medidor corresponderá ao ponto marcado do polegar
3. Após o exame manual, deve-se testar o diafragma medidor. Deverão ser testados dois ou três tamanhos para
se obter a medida adequada, justa e confortável para a mulher. Escolha a medida de maior tamanho entre as
que servirem na mulher. Isso se deve ao fato de que, ao usar o diafragma, a mulher estará mais relaxada,
garantindo que a medida escolhida continuará bem ajustada
4. Para testar o diafragma medidor na mulher, pressione-o entre os dedos indicadores e polegar, de maneira que
sua forma circular se transforme em quase um oito. Introduza-o pelo canal vaginal até que sua borda inferior
atinja o fundo do saco vaginal posterior
Deve ser inserido antes da ejaculação vaginal e ser retirado após 6 horas. Não deve permanecer por mais de 24 horas
para não haver exposição a infecções vaginais. Em variação de peso, 10kg ou mais e parto vaginal, a medida deve ser
reavaliada.
Para reutilização em outras mulheres, tanto os anéis de prova quanto os diafragmas de amostra devem ser lavados com
água e sabão e mergulhados em solução antisséptica por, no mínimo, 30 minutos (por exemplo: glutaraldeído 2%,
hipoclorito de sódio 1% ou álcool 70%). Enxaguar bem.
ESPERMICIDAS
o Devem ser colocados com no máximo 1 hora de antecedência da ejaculação vaginal;
o Nonoxinol 9, na concentração de 2%, é o mais amplamente utilizado no Brasil e no mundo.
A taxa de gravidez é de 18% a 29%
ESPONJAS
São dispositivos pequenos, macios e circulares de poliuretano contendo espermicida (nonoxinol 9), colocados no
fundo da vagina, recobrindo o colo uterino. Funciona como um método anticoncepcional de barreira cervical
impedindo a ascensão do espermatozoide da vagina para a cavidade uterina.
Antes da introdução vaginal, ela deve ser umedecia com água filtrada e espremida para distribuir o espermaticida.
Permanece eficaz por 24 horas após a inserção, independentemente do número de coitos vaginais. Após a última
ejaculação, ela deve permanecer por no mínimo 6 horas, não ultrapassando 24 a 30 horas
HORMONAIS
Podem ser:
o ACOs: etinilestradiol e progesterona;
o Injetável mensal: valerato de estradiol + progesterona
o Adesivo transdérmico: etinilestradiol + progesterona
o Anel vaginal: etinilestradiol + progesterona
Taxa de falha:
Esteroides sintéticos
Estrogênio
o Etinilestradiol: 35ug, 30ug,20ug,15ug baixas doses
o Valerato de estradiol natural
o Estradiol mais parecida com o real
Maior risco de eventos tromboembólicos
Progestogênio
Classificados de acordo com:
2º geração: levonorgestrel
o + seletivo
o Alteração no perfil lipídico;
o Efeito androgênico;
o Redução de eventos tromboembólicos
o 😊perfil lipídico;
o Redução do efeito androgênico;
o Aumento de eventos tromboembólicos
o 😊perfil lipídico
o Redução, quase supressão de efeitos androgênicos;
o Aumento de eventos tromboembólicos
Efeitos adversos
o Ganho de peso: a maioria não altera, pequena parcela ( 5 a 12%) pode ter aumento com qualquer método
hormonal. Pode estar relacionado a fatores externos.
A média de ganho de peso associado aos métodos hormonais é geralmente igual à das usuárias de DIU de cobre, ou
seja, de mulheres que não usam hormônio. Além disso, a interrupção dos contraceptivos combinados devida à
alteração do peso não diferiu entre os grupos em que este foi estudo.
o TVP: Os AHCs aumentam duas a seis vezes o risco de TVP comparados a não usuárias de AHC. O EE induz
alterações no sistema de coagulação ao aumentar a síntese de alguns fatores de coagulação, reduzir alguns
anticoagulantes naturais e, especialmente, promover resistência à proteína C ativada. Em relação ao
progestagenio, o levonogestrel é o mais seguro.
O efeito pró-coagulante do EE sobre os fatores de coagulação é dose-dependente, e doses menores que
50 μg EE reduzem pela metade o risco de TVP se comparadas com a taxa de TVP de AHC com doses
maiores ou iguais a 50 μg de EE.
o EE reduz a sensibilidade a insulina. As formulações com estrogênios naturais induzem menos resistência à
insulina que as formulações com EE. No entanto, as evidências atuais sugerem que não há diferença importante no
metabolismo de carboidratos entre mulheres sem diabetes, em uso de AHC;
o AHC podem aumentar HDL e triglicérides. Esse aumento é provocado pela síntese hepática de TG pelo EE.
Assim, em mulheres com hipertrigliceridemia, devem-se preferir os métodos não hormonais ou aqueles contendo
apenas progestagênio.
o Elevação na PA. O EE, presente na maioria do AHCs, combinados aumenta a síntese hepática de
angiotensinogênio, que, por sua vez, eleva a pressão arterial sistêmica por meio do sistema renina-
angiotensinaaldosterona. Esse efeito é relevante quando a mulher já é hipertensa, e a suspensão do método
combinado é mandatória.
Trocas
Não precisa trocar, o corpo não acostuma;
Aumenta risco tromboembólico, chance de gestação, anemia;
Riscos
Maior risco tromboembólico no primeiro ano
Risco de câncer de mama: aumenta, de forma bem pequena.
Benefícios
O estrogênio aumenta a SHBG ( enzima no fígado) – reduz a testosterona livre, reduzindo espinhas, pele oleosa e
libido.
Problemas comuns
Sangramento de escape – mesma eficácia, pode usar dose maior de estrogênio;
Sangramento de privação ausente – atrofia do endométrio;
2. Injetáveis mensal
IP = 0,1 até 1
Pode ou não entrar em amenorreia.
Realizada a cada 30 dias, preferencialmente nas nádegas.
4. Adesivo transdermico:
o É recomendado pelo fabricante para ser aplicado nos braços, nas costas ou na região abdominopélvica anterior
ou posterior. Cada adesivo permanece colado na pele por sete dias, totalizando 21 dias de uso, seguidos de
sete dias de pausa.
o IP 0,3 a 9, Pacientes com > 90kg tem chance de falha
4. Contracepção de emergência:
*1,5 mg de levo
No Brasil, os métodos liberados para uso de anticoncepção de emergência são os hormonais combinados e os com
progestagênio isolado (levonorgestrel).
Se houver a necessidade de novo uso subsequente de contracepção de emergência, a mulher deve ser orientada a usar
novamente o levonorgestrel em dose única, mas deve ser informada da redução da eficácia.
CONTRAINDICAÇÃO
Preciso lembrar quais tem progesterona e quais tem estrogênio. Observar as contraindicações a uso de estrogênio:
Ao uso de estrogênio:
Risco tromboembólico;
Aumento de PA
Aumento de risco de AVC
Aumenta risco de CA de mama
HAS – progesterona de deposito pode ser utilizada, exceto em pacientes com PA de 160/100 que não devem usar.
DM há mais de 20 anos ou com lesões, estrogênio é contraindicado. Doses muito alta de progesterona também são
contraindicadas (trimestral).
Tabagistas >35 anos. Se fuma menos de 15 cigarros por dia, ela pode utilizar o injetável mensal (o estrogênio é mais
parecido com o fisiológico).
Epilepsia se atentar aos fármacos. Carbamazepina, fenitoina, fenobarbital, topiramato, primidona tem interação
medicamentosa com o etnilestradiol.
Nesse caso, a progesterona oral também tem interferência. Nada por boca, nada por etnilestradiol.
Lamotrigina – não pode usar nenhum tipo de estrogênio.
Ácido valproico – não interage com nada.
Enxaqueca com aura – não pode usar estrogênio. Caso os métodos de progestogenio causem mais crise, devemos
descontinuar. O melhor seria DIU com cobre.
Enxaqueca sem aurea: -35 anos, pode usar método com estrogênio. Maior de 35, não pode mais usar.
CA de mama: contraindica qualquer método que tem hormônio. Usar DIU de cobre.
Outras contraindicações:
Puerpério:
o Com estrogênio, pode bloquear o leite da mama, agindo no receptor de prolactina. Somente método com
progestogênio, somente esperar 6 semanas na progesterona trimestral.
o Depois de 6 meses, pode usar pílula de estrogênio.
o Depois de 3 semanas do parto, caso a paciente não esteja amamentando, pode utilizar o estrogênio. 6 semanas
se tem fenômeno tromboembólicos.
INTRAUTERINOS
A liberação de uma pequena quantidade de metal estimula a produção de prostaglandinas e citocinas no útero. Como
resultado, forma-se uma “espuma” biológica na cavidade uterina, que, por sua vez, possui efeito tóxico sobre
espermatozoides e óvulos, alterando a viabilidade, transporte e capacidade de fertilização deles, além de dificultar a
implantação por meio de uma reação inflamatória crônica endometrial. A presença de cobre no muco cervical também
atua na diminuição da motilidade e viabilidade dos gametas masculinos.
Cobre
o IP=0,6 a 0,8;
o Taxas de expulsão – inversamente proporcional ao tempo de uso ( primeiros 20 dias);
o Melhor momento pra inserção: menstruação / até 48h ou após 4 semanas pós-parto / após aborto
Em pacientes eumenorreicas, pode ser inserido dentro de 12 dias a partir do início da menstruação, ou seja, em dia
conveniente para a mulher, e não apenas durante o período menstrual. Deve-se ter certeza razoável de que não há
gestação. Não há necessidade de proteção contraceptiva adicional.
Contraindicação:
o Gravidez confirmada ou suspeita;
o Cervicite purulenta;
o DIP atual ou suspeita;
o Tuberculose pélvica;
o Sangramento de causa desconhecida;
o CA de colo, endométrio ou ovário;
o Sangramento excessivo;
o Dismenorreia;
o Discrasias sanguíneas;
o Alterações anatômicas do útero – alguma mal formação;
o Trombocitopenia;
o HIV nos estágios 3 e 4 ( se tava usando, mantem);
o Doença de Wilson – dificuldade em eliminar o cobre;
o Antecedente de doença trofoblastica.
USG: não é necessário, na prática, para confirmar que está na posição correta em pacientes assintomáticas.
Em gestantes: enxergo os fios do diu no colo do útero, retiro. Se não enxergo os fios, deixar o DIU. Existe chance de
aborto, mas o risco/benefício não compensa.
Climatério: um ano de amenorreia depois dos 50 anos para retirar o diu. Se ela tem menos de 50 anos, esperar dois
anos de amenorreia para tirar.
O SIU-LNG possui um reservatório com 52 mg de LNG, mede 32 mm de comprimento e libera 20 μg de LNG por
dia. Através da membrana de controle, o sistema consegue liberar o LNG, que em 15 minutos após a inserção já se
encontra circulante no plasma. A taxa de liberação de 20 μg por dia cai ao longo do uso, estabilizando-se em torno de
12 a 14 μg por dia e chega finalmente a 11 μg por dia ao final de cinco anos, que é o tempo preconizado de uso do
SIU-LNG.
Objetivo:
o Deixar a paciente em amenorreia – a partir do 2º ano de uso, até o 5º ano;
o Miomatose – não é indicado.
Contraindicações:
o Antigas, exceto as futuras, +
o Câncer de mama
o Doença hepática
o LES com AF+
Pode usar:
o Sangramento excessivo
o Discrasias
o Dismenorreia
o Wilson
MÉTODOS CIRURGICOS
Quem pode fazer? Homens e mulheres maiores de 21 anos ou 2 filhos vivos. Precisa de termo de consentimento
informado de 60 dias.
o Fora desses critérios, a mulher precisa ter risco de vida materno testemunhado em cartório e assinado por 2
médicos;
o Vedado ao médico fazer LT durante os períodos de parto, cesárea e aborto. Exceto se confirmado a
necessidade por muitas cesarianas anteriores (pelo menos duas previas) – iminência de ruptura.
Além da desobrigatoriedade do consentimento do cônjuge e redução de idade, uma das alterações é acerca da
laqueadura em mulheres durante o período de parto. Na norma antiga, a esterilização não podia ser feita logo após o
nascimento do filho, com exceção dos casos comprovados de que uma próxima gestação poderia colocar em risco a
vida da mulher. Agora, a nova lei permite que a mulher possa fazer o procedimento durante o parto, poupando-a do
desgaste de ter que fazer duas cirurgias. Ainda assim, é necessário que essa vontade de realizar a laqueadura seja
manifestada 60 dias antes do procedimento – período obrigatório para qualquer pessoa que deseja passar por um
processo de esterilização.
Outra característica marcante do período é o desconforto com as mudanças corporais. Nos primeiros anos
desta fase, é comum que o adolescente fique angustiado com seu novo corpo, sentindo-se feio,
desengonçado, alvo de olhares críticos. São necessários alguns anos para que o cérebro se adapte a estas
mudanças, o que explica o desajeitamento típico.
Após a fase da infância, os hormônios sexuais e do crescimento se ativam e o corpo passa por muitas
modificações físicas, alterando, também, sentimentos e sensações. É a chamada puberdade que, embora se
refira a mudanças no corpo, tem implicações psicológicas e sociais na vida do adolescente.
Na puberdade, o corpo entra em crescimento e amadurecimento acelerado e a sexualidade ganha novo
sentido.
Os vínculos afetivos se ampliam das relações familiares e círculo deamigos para os encontros amorosos e
sexuais e, o corpo, já apto para a reprodução, vivencia nossos aprendizados.
Podemos comparar as mudanças que ocorrem no corpo durante a puberdade com as mudanças de um corpo
na gravidez, pois rapidamente há tantas transformações corporais e sentimentais, que não sabemos bem
como lidar com isso. Algumas pessoas vão reagir satisfeitas: vangloriam com o corpo crescendo, os pelos
aparecendo, anseiam pela menstruação etc.
Outras, no entanto, reagem negativamente, com muita insatisfação, vergonha, escondem-se em roupas
largas, mostram-se retraídas. Muitas dessas reações estão relacionadas com nossa infância, o quanto estamos
preparados, com informações e sentimentos de autoestima para lidar com tantas transformações, nem
sempre formando o corpo que “desejamos”.
São muitas as mudanças que ocorrem e elas não são iguais aos dos colegas púberes (aqueles que as pessoas
convivem e comparam diariamente). Nas meninas, essas mudanças chegam uns dois anos antes do que nos
meninos, afastando ainda mais uns dos outros nessa fase da vida. Basicamente, a puberdade significa a
passagem do corpo não reprodutivo para o corpo reprodutivo.
A educação sexual é um processo constante. Ela pode ocorrer de modo não intencional, nas mensagens
cotidianas que cada sociedade e cada cultura, presente nos discursos familiares, religiosos, midiáticos
(músicas, programas de televisão), nos comentários diversos etc.
Outro modo de educação sexual é a intencional, quando, de modo planejado e organizado, pretende-se
informar sobre sexualidade. Também chamada antes de “Orientação Sexual”, nota 2 essa educação sexual
seria um processo sistematizado e formal, e desde 1996 é previsto como um tema transversal proposto na
Lei de Diretrizes e Bases (LDB), publicado no volume 10 dos Parâmetros Curriculares Nacionais,nota 3 que
recomenda ao professor que assuma a tarefa da educação sexual no contexto da escola.