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SP 2.

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Identificar as fases do ciclo menstrual

Definição
Variações rítmicas mensais, com duração de 28 dias, em média, da
secreção dos hormônios femininos, que configuram os anos
reprodutivos normais da mulher.
Em condições normais, há a liberação de um só óvulo para a fecundação
de um só embrião.
Regulação através dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH secretados
pela hipófise anterior.

Puberdade
Quando uma criança do sexo feminino nasce, cada óvulo é circundado
Por camada única de células da granulosa (célula que rodeia o oócito no
folículo), o óvulo com esse revestimento de células da granulosa, é
denominado folículo primordial ou primário.
Durante a infância, acredita-se que as células da granulosa ofereçam
nutrição para o óvulo e secretem um fator inibidor da maturação do
óvulo. Quase nenhum hormônio gonadotrópico é secretado.
Depois da puberdade o FSH e o LH da hipófise anterior começam a ser
secretados em quantidades significativas. Os ovários em conjunto com
alguns folículos em seu interior, começam a crescer.

Fases do ciclo menstrual


Fase folicular
O primeiro estágio de crescimento folicular é o aumento moderado do
próprio óvulo, cujo diâmetro aumenta por duas a três vezes. Então
segue-se o crescimento da granulosa dos folículos primordiais.
Nos primeiros dias de cada ciclo, as concentrações de FSH e LH
aumentam e o aumento de FSH é levemente maior do que o de LH e o

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precede em alguns dias.
Esses hormônios, principalmente o FSH, causam crescimento
acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês. O efeito inicial é a
proliferação das células da granulosa, levando ao aparecimento de
muitas outras camadas dessas células.
Além disso, as células fusiformes derivadas do interstício ovariano,
agrupam-se em diversas camadas em volta da granulosa, gerando
uma segunda massa de células, denominadas teca, que se dividem
em duas camadas.
Na teca interna, as células adquirem características epitelioides
semelhantes às das células da granulosa e desenvolvem a
capacidade de secretar mais hormônios sexuais esteroides
(estrogênio e progesterona).
A teca externa se desenvolve formando a cápsula de tecido
conjuntivo muitos vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em
desenvolvimento.
Depois da fase proliferativa inicial do crescimento que dura alguns
dias, a massa de células da granulosa secreta o líquido folicular que
contém concentração elevada de estrogênio. O acúmulo desse
líquido leva ao aparecimento do antro dentro da massa da granulosa.

O crescimento inicial do folículo primário até o estágio antral só


estimulado, principalmente, pelo FSH. Então, ocorre o crescimento
muito acelerado, levando a folículos ainda maiores, denominados
folículos vesiculares.

Esse crescimento acelerado é gerado pelos seguintes fatores:


1 - o estrogênio é secretado no folículo e faz com que as células da
granulosa formem quantidades cada vez maiores de receptores de
FSH, oque leva a efeito de feedback positivo, já que torna as células
da granulosa ainda mais sensíveis ao FSH. 2
- o FSH hipofisário e os estrogênios se combinam para promover
receptores de LH nas células originais da granulosa, permitindo
assim, que ocorra a estimulação pelo LH além da estimulação do FSH
e provocando o aumento ainda mais rápido na secreção folicular.
3 - maior quantidade de estrogênio e grande quantidade de LH da
hipófise anterior agem em conjunto, causando a proliferação das
células teçais foliculares e aumentando também a sua secreção.

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Quando os folículos antrais começam a crescer, seu crescimento
ocorre de modo quase explosivo. O próprio diâmetro do óvulo
aumenta também por mais de três a quatro vezes. Enquanto o folículo
aumenta, o óvulo permanece incrustado na massa de células da
granulosa.
Apenas um folículo amadurece por mês e os restantes passam por
atresia

Após 1 semana ou mais de crescimento — mas antes de ocorrer a


ovulação — um dos folículos começa a crescer mais do que os
outros; os outros cinco a 11 folículos em desenvolvimento involuem
(processo denominado atresia) e diz-se então que esses folículos
ficam atrésicos.
Não se sabe qual a causa da atresia, mas já foi sugerida a seguinte
hipótese: as grandes quantidades de estrogênio do folículo em
crescimento mais rápido agem no hipotálamo, deprimindo a
secreção mais intensa de FSH pela hipófise anterior, bloqueando,
dessa forma, o crescimento posterior dos folículos menos bem
desenvolvidos. Portanto, o folículo maior continua a crescer por
causa de seus efeitos de feedback positivo intrínsecos, enquanto
todos os outros folículos param de crescer e, efetivamente,
involuem.
Esse processo de atresia é importante, pois normalmente permite
que apenas um dos folículos cresça o suficiente todos os meses
para ovular o que, em termos gerais, evita que mais de uma
criança se desenvolva em cada gravidez. O folículo único atinge
diâmetro de 1 a 1,5 centímetro na época da ovulação, quando é
denominado folículo maduro.

Ovulação

A ovulação em um ciclo menstrual de 28 dias ocorre


aproximadamente 14 dias após o início da menstruação. Antes da
ovulação, o folículo ovariano se desenvolve, e o estigma, uma
pequena área no centro do folículo, se projeta para fora. Após cerca
de 30 minutos, o líquido começa a vazar pelo estigma, que se rompe,
liberando o óvulo envolto por células da granulosa, formando a coroa
radiada.

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O Pico de LH É Necessário para a Ovulação.
Sem o pico de LH, mesmo com altos níveis de FSH, o folículo
não avança para a ovulação. Cerca de 2 dias antes da
ovulação, tanto LH quanto FSH aumentam, causando a rápida
dilatação do folículo. O LH também converte células da
granulosa em células secretoras de progesterona, levando à
queda do estrogênio e ao início da secreção de progesterona.
Portanto, a secreção de estrogênio começa a cair cerca de 1
dia antes da ovulação, enquanto quantidades cada vez maiores
de progesterona começam a ser secretadas. Esse ambiente de
crescimento rápido do folículo, diminuição do estrogênio e
aumento da progesterona é crucial para a ovulação. Sem o pico
pré-ovulatório de LH, a ovulação não ocorreria.
Início da ovulação

O LH causa rápida secreção dos hormônios esteroides


foliculares, contendo progesterona. Dentro de algumas horas
ocorrem dois eventos, ambos necessários para a ovulação:
1 - a teca externa começa a liberar enzimas proteolíticas dos
lisossomos, o que causa a dissolução da parede capsular do
folículo e o consequente enfraquecimento da parede,
resultando em mais dilatação do folículo e degeneração do
estigma.
2 - simultaneamente, ocorre rápido crescimento de novos
vasos sanguíneos na parede folicular e, ao mesmo tempo, são
secretadas prostaglandinas (hormônios locais que causam
vasodilatação) nos tecidos foliculares. Esses dois efeitos
promovem transudação de plasma para o folículo, contribuindo
para sua dilatação. Por fim, a combinação da dilatação folicular
e da degeneração simultânea do estigma faz com que o
folículo se rompa, liberando o óvulo.

Fase lútea

Durante as primeiras horas depois da expulsão do óvulo do folículo,


as células da granulosa e teçais internas remanescentes se
transformam rapidamente, para células luteínicas. Elas aumentam em
diâmetro por duas a três vezes e ficam repletas de inclusões lipídicas

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que lhes dão aparência amarelada. Esse processo é chamado de
luteinização, e a massa total de células é denominada corpo lúteo.
Suprimento vascular bem desenvolvido também cresce no corpo
lúteo.
As células da granulosa no corpo lúteo desenvolvem vastos retículos
endoplasmáticos lisos intracelulares, que formam grandes
quantidades dos hormônios sexuais femininos progesterona e
estrogênio (mais progesterona do que estrogênio durante a fase
lútea). As células teçais formam basicamente os androgênios
androstenediona e testosterona, em vez dos hormônios sexuais
femininos.
Entretanto, a maioria desses hormônios também é convertida pela
enzima aromatase nas células da granulosa em estrogênios, os
hormônios femininos.
O corpo lúteo cresce normalmente até cerca de 1,5 centímetro em
diâmetro, atingindo esse estágio de desenvolvimento 7 a 8 dias após
a ovulação. Então ele começa a involuir e efetivamente, perde suas
funções secretórias, bem como sua característica lipídica amarelada,
cerca de 12 dias depois da ovulação, passando a ser o corpus
albicans que, durante as semanas subsequentes, é
substituído por tecido conjuntivo e absorvido ao longo de
meses.
Função Luteinizante do LH

A alteração das células da granulosa e teçais internas em


células luteínicas depende essencialmente do LH secretado
pela hipófise anterior. Na verdade, é a função que dá nome ao
LH — “luteinizante”, significado de “amarelado”. A luteinização
também depende da saída do óvulo do folículo. Um hormônio
local, ainda não caracterizado no líquido folicular, denominado
fator inibidor da luteinização, parece controlar o processo de
luteinização até depois da ovulação.

Secreção pelo Corpo Lúteo

A Função Adicional do LH. O corpo lúteo é órgão muito


secretor, produzindo grande quantidade de progesterona e
estrogênio. Uma vez que o LH (principalmente o secretado
durante o pico ovulatório) tenha agido nas células da granulosa
e teçais, causando a luteinização, as células luteínicas recém-

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formadas parecem estar programadas para seguir a sequência
pré-ordenada de (1) proliferação, (2) aumento e (3) secreção
seguida por (4) degeneração. Tudo isso ocorre em
aproximadamente 12 dias. Outro hormônio com quase as
mesmas propriedades do LH, a gonado-tropina coriônica
secretada pela placenta, pode agir no corpo lúteo prolongando
sua vida — geralmente durante, pelo menos, os primeiros 2 a 4
meses de gestação.

Involução do Corpo Lúteo e Início do Próximo Ciclo Ovariano


O estrogênio, em especial, e a progesterona, em menor
extensão, secretados pelo corpo lúteo durante a fase luteínica
do ciclo ovariano, têm potentes efeitos de feedback negativo
na hipófise anterior, mantendo intensidades secretórias
reduzidas de FSH e de LH.
Além disso, as células luteínicas secretam pequenas
quantidades do hormônio inibina, a mesma inibina secretada
pelas células de Sertoli nos testículos masculinos.
Esse hormônio inibe a secreção pela hipófise anterior,
especialmente a secreção de FSH. O resultado são
concentrações sanguíneas reduzidas de FSH e de LH, e a
perda desses hormônios, por fim, faz com que o corpo lúteo se
degenere completamente, processo denominado involução do
corpo lúteo.
A involução final normalmente se dá ao final de quase 12 dias
exatos da vida do corpo lúteo, em torno do 26º dia do ciclo
sexual feminino normal, 2 dias antes de começar a
menstruação. Nessa época, a parada súbita de secreção de
estrogênio, progesterona e inibina pelo corpo lúteo remove a
inibição por feedback da hipófise anterior, permitindo que ela
comece a secretar novamente quantidades cada vez maiores
de FSH e LH. O FSH e o LH dão início ao crescimento de novos
folículos, começando novo ciclo ovariano. A escassez de
progesterona e estrogênio, nesse momento, também leva à
menstruação uterina.

Ciclo Endometrial Mensal e Menstruação

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Associado à produção mensal de estrogênios e progesterona pelos
ovários, temos um ciclo endometrial no revestimento do útero.

Estágios
Fase proliferativa ou estrogênica
No início de cada ciclo mensal, há poucas células epiteliais do
estroma, remanescentes da descamação devida à última
menstruação, localizadas nas porções profundas das glândulas
e criptas do endométrio.

Estrogênios secretados pelo ovário auxiliam a rápida


proliferação celular do estroma, reepitelização ocorre 4 a 7 dias
após o início da menstruação.

Uma semana e meia antes da ovulação, a espessura do


endométrio aumenta bastante, devido ao crescente número de
células estromais e ao crescimento progressivo das glândulas
endometriais e novos vasos sanguíneos no endométrio.

As glândulas endometriais, principalmente as cervicais


secretam um muco fino e pegajoso. Os filamentos de muco
efetivamente se alinham ao longo da extensão do canal
cervical, formando canais que ajudam a guiar o
espermatozoide na direção correta da vagina até o útero.
Fase secretora ou progestacional

Durante grande parte da última metade do ciclo mensal, pós


ovulação, progesterona e estrogênio são secretados em
grande quantidade pelo corpo lúteo.

Os estrogênios causam leve proliferação celular adicional do


endométrio durante essa fase do ciclo, enquanto a
progesterona causa inchaço e desenvolvimento secretório
acentuados do endométrio.

Durante a fase secretora do ciclo menstrual, as glândulas


endometriais se tornam mais tortuosas e acumulam
substâncias secretórias, enquanto as células estromais
aumentam em volume, armazenando lipídios e glicogênio. O
aumento do fluxo sanguíneo contribui para essa atividade
secretora, resultando em um endométrio com espessura de 5 a
6 milímetros cerca de uma semana após a ovulação. Essas

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mudanças visam preparar o endométrio para a possível
implantação do óvulo fertilizado, fornecendo nutrientes
armazenados. O "leite uterino" secretado durante esse período
fornece nutrição ao óvulo fertilizado até sua implantação,
quando as células trofoblásticas do blastocisto começam a
digerir e absorver as substâncias endometriais armazenadas,
provendo nutrientes essenciais para o embrião em
desenvolvimento.
Menstruação

Menstruação. Se o óvulo não for fertilizado, cerca de 2 dias


antes do final do ciclo mensal, o corpo lúteo no ovário
subitamente involui e a secreção dos hormônios ovarianos
(estrogênio e progesterona) diminui. Segue-se a menstruação.
A menstruação é causada pela redução de estrogênio e
progesterona, especialmente da progesterona, no final do ciclo
ovariano mensal. O primeiro efeito é a menor estimulação das
células endometriais por esses dois hormônios, seguida
rapidamente pela involução do próprio endométrio, para cerca
de 65% da sua espessura prévia. Em seguida, durante as 24
horas que precedem o surgimento da menstruação, os vasos
sanguíneos tortuosos que levam às camadas mucosas do
endométrio ficam vasoespásticos, supostamente devido a
algum efeito da involução, como a liberação de material
vasoconstritor — possivelmente um dos tipos vasoconstritores
das prostaglandinas, presentes em abundância nessa época.
O vasoespasmo, a diminuição dos nutrientes ao endométrio e a
perda de estimulação hormonal desencadeiam necrose no
endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos.
Consequentemente, o sangue primeiro penetra a camada
vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem
rapidamente durante período de 24 a 36 horas.
Gradativamente, as camadas externas necróticas
do endométrio se separam do útero em locais de hemorragia,
até que cerca de 48 horas depois de surgir a menstruação
todas as camadas superficiais do endométrio tenham
descarnado. A massa de tecido descarnado e de sangue na
cavidade uterina mais os efeitos contráteis das prostaglandinas

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ou de outras substâncias no descarnado em degeneração
agem em conjunto, dando início a contrações que expelem os
conteúdos uterinos.
Durante a menstruação normal, aproximadamente 40 mililitros
de sangue e mais 35 mililitros de líquido seroso são eliminados.
O líquido menstruai normalmente não se coagula porque uma
fibrinolisina é liberada em conjunto com o material endometrial
necrótico. Se houver sangramento excessivo da superfície
uterina, a quantidade de fibrinolisina pode não ser suficiente
para evitar a coagulação. A presença de coágulos durante a
menstruação, muitas vezes representa evidência clínica de
patologia uterina.

Quatro a 7 dias após o início da menstruação, a perda de


sangue para, porque nesse momento, o endométrio já se
reepitalizou.

Leucorreia Durante a Menstruação


Durante a menstruação, enorme quantidade de leucócitos é
liberada
em conjunto com o material necrótico e o sangue. É
provável que alguma substância liberada pela necrose
endometrial cause tal eliminação de leucócitos. Como
resultado desses leucócitos e possivelmente, de outros
fatores, o útero é muito resistente a infecções durante a
menstruação, muito embora as superfícies endometriais
estejam desprotegidas. Trata-se de evento extremamente
protetor.

Caracterizar a anatomia, fisiologia e histologia do sistema reprodutor


feminino.

Anatomia
Ovários

Localizados na pelve, um de cada lado do útero

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Produção, armazenamento e liberação dos óvulos

Produção dos principais hormônios femininos (estrogênio e


progesterona)

Tubas uterinas

Um de cada lado do útero, compostas por istmo, ampola e


infundíbulo

Contribuem para o movimento dos espermatozoides, auxiliando a


fecundação e movimento do zigoto para a implantação e
desenvolvimento do feto no útero → funções auxiliadas por
contrações rítmicas involuntárias das paredes musculares lisas

Útero

Alojamento para o óvulo fecundado e desenvolvimento do bebê

Constituído por três camadas:


perimétrio → revestimento seroso externo
Miométrio → camada média de músculo liso (contrações de parto
e cólica)
Endométrio → camada mucosa interna (implantação do
blastocisto; descamação)

Vagina

Órgão da cópula; canal de parto

Vulva

Órgãos genitais externos, como os lábios, clitóris e abertura


vaginal

Fisiologia

Histologia

Ovários
○ Compostos por folículos ovarianos em diferentes estágios de
maturação, contendo os ovócitos em desenvolvimento.

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Tubas uterinas
○ Revestidas por células ciliadas e secretoras que ajudam no
transporte do óvulo e do embrião.
Útero
○ Composto por três camadas: endométrio (camada interna),
miométrio
(camada muscular) e perimétrio (camada externa).
Vagina

○ Revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado,


com glândulas mucosas para lubrificação.

Explicar o processo de maturação sexual feminina de acordo com o


estagiamento de Tanner.

Mamas

M1 - mama infantil.

M2 (8-13 anos) - fase de broto mamário, com elevação da mama e


aréola como pequeno montículo.

M3 (10-14 anos) - maior aumento da mama, sem separação dos


contornos.

M4 (11-15 anos) - projeção da aréola e das papilas para formar


montículo secundário por cima da mama.

M5 (13-18 anos) - fase adulta, com saliência somente nas papilas.

Pelugem

P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem).

P2 (9-14 anos) - presença de pêlos longos, macios e ligeiramente


pigmentados ao longo dos grandes lábios.

P3 (10-14,5 anos) - pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis.

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Esquematizar o metabolismo na síntese dos hormônios do sistema
reprodutor feminino

A síntese ovariana dos hormônios esteroides (progesterona, estrogênio e


testosterona) e dos hormônios peptídicos (inibinas) varia durante o ciclo
ovariano.

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Estrogênio
A produção de estrógeno envolve a coordenação das atividades
enzimáticas entre as células da granulosa e da teca do folículo ovariano.
As células da teca produzem andrógenos, que são convertidos em
estradiol pelas células da granulosa. A maior parte do estradiol circulante
é secretada diretamente pelos ovários, com uma contribuição menor da
conversão periférica da estrona em estradiol em mulheres pré-
menopáusicas.

Adrogênios
Os androgênios femininos derivam das glândulas suprarrenais
(desidroepiandrosterona e androstenediona), dos ovários
(androstenediona e testosterona) e da conversão peri- férica da
androstenediona e da desidroepiandrosterona em testosterona.
A secreção de androgênios pelos ovários ocorre paralelamente à do
estrogênio durante todo o ciclo menstrual, enquanto a produção
suprarrenal de androgênios não flutua durante esse ciclo.
A maior parte da testosterona circulante na mulher provém da conversão
periférica da androstenediona pela 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase.
A conversão da testosterona em di-hidrotestosterona nos tecidos
periféricos é limitada nas mulheres, devido aos níveis mais elevados da
globulina de ligação dos hormônios sexuais em comparação com os

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homens, bem como à conversão periférica em estrogênio pela
aromatase, protegendo a mulher da virilização pela di-hidrotestosterona.

Progesterona
O surto pré-ovulatório do LH resulta na luteinização das células da
granulosa e da teca, alterando a via de esteroidogênese, de modo que a
progesterona constitui o principal hormônio esteroide sintetizado por
cada um desses tipos celulares após a luteinização.
As alterações que levam à capacidade de produzir progesterona incluem
aumento da expressão das enzimas envolvidas na conversão do
colesterol em progesterona (complexo do citocromo P450 de clivagem
da cadeia lateral do colesterol e 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase) e
expressão diminuída das enzimas que convertem a progesterona em
estrogênios (17α-hidroxilase do citocromo P450 e aromatase do
citocromo P450).

Inibinas, ativinas e folistatina


A produção de inibina pelas células da granulosa dos folículos maduros é
regulada por FSH e LH e por fatores locais, como fatores do crescimento
(epidérmico, transformador e semelhante à insulina) e hormônios
(androstenediona, ativina e folistatina) de modo autócrino e parácrino.
Na prática clínica, a inibina B é um bom marcador de função das células
da granulosa sob o controle do FSH, enquanto a inibina A é um marcador
da função do corpo lúteo sob o controle do LH. As inibinas contribuem
para a regulação da liberação de LH e FSH por meio de regulação
endócrina por retroalimentação na adeno-hipófise.
A produção de ativina pelas células da granulosa modifica-se durante a
foliculo-gênese, e seus efeitos provavelmente limitem-se a uma ação
parácrina sobre as células da granulosa. A ativina promove a proliferação
das células da granulosa, upregulates a expressão dos receptores de
FSH sobre as células da granulosa e modula a esteroidogê- nese nas
células da granulosa e da teca. No eixo hipofisário-ovariano, a ativina é
um antagonista fisiológico da inibina e estimula especificamente a
síntese e a secreção do FSH pela hipófise.
A proteína de ligação da ativina, a folistatina, é um produto das células
da granulosa, e sua expressão basal aumenta com a diferenciação

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dessas células. Sua função consiste em neutralizar o efeito da ativina
sobre a produção de esteroides. O papel endócrino fisiológico da
folistatina não está totalmente elucidado, porém é provável que seus
efeitos sejam autócrinos ou parácrinos sobre a esteroidogênese
ovariana.

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Explicar o funcionamento do eixo HHG no sistema reprodutor feminino.

Hipotálamo
O hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH),
que estimula a hipófise a secretar hormônios gonadotrópicos, como o
hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).
A liberação pulsátil de GnRH é essencial para a regulação dos ciclos
menstruais e da ovulação.

Hipófise
A hipófise anterior responde ao GnRH liberando FSH e LH.
O FSH atua nos ovários estimulando o crescimento dos folículos
ovarianos e a produção de estradiol.
O LH desencadeia a ovulação e promove a formação do corpo lúteo
após a liberação do óvulo.

Ovulação:
A ovulação é o processo no qual o folículo maduro se rompe e libera o
óvulo na trompa uterina, permitindo a fertilização.

A liberação de LH é fundamental para desencadear a ovulação e garantir


a liberação do óvulo maduro.

Ciclo menstrual
Durante o ciclo menstrual, os níveis de estradiol e progesterona variam
de acordo com as fases folicular e lútea, controlando a proliferação do
endométrio e sua preparação para a possível gravidez.

Gravidez

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Em caso de gravidez, o corpo lúteo é mantido funcional pela
gonadotrofina coriônica humana (HCG) produzida pelo embrião até que
a placenta assuma a produção de hormônios.

Definir a ovulogênese e relacionar ao eixo HHG.

Definição
Processo de formação e desenvolvimento dos óvulos nos ovários, que
culmina na liberação de um óvulo maduro durante a ovulação.

Ovulogênese e eixo HHG


Hipotálamo:
O hipotálamo secreta o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH),
que estimula a hipófise a secretar hormônios gonadotrópicos, como o
hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).
Hipófise:

A hipófise anterior responde ao GnRH liberando FSH e LH.


O FSH atua nos ovários estimulando o crescimento dos folículos
ovarianos e a produção de estradiol.
O estradiol, por sua vez, retroalimenta positivamente a hipófise,
levando ao aumento da secreção de LH.
Ovulação:

Quando os níveis de estradiol atingem um limiar crítico, ocorre um


pico de LH que desencadeia a ovulação.
O LH promove a maturação final do folículo e a liberação do óvulo
maduro a partir do ovário.
Corpo lúteo:

Após a ovulação, o folículo rompido se transforma no corpo lúteo,


que é responsável pela produção de progesterona.
A progesterona mantém o endométrio preparado para a possível
implantação do embrião.

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Feedback negativo
Em pequenas quantidades, o estrogênio tem forte efeito de inibir a
produção de LH e de FSH.
Além disso, quando existe progesterona disponível, o efeito inibidor
do estrogênio é multiplicado, muito embora a progesterona, por si só,
tenha pouco efeito.
Esses efeitos de feedback parecem operar basicamente na hipófise
anterior de modo direto, mas também operam em menor extensão no
hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH em especial, alterando a
frequência dos pulsos de GnRH.

Inibina do Corpo Lúteo Inibe a Secreção de FSH e LH

Além dos efeitos de feedback do estrogênio e da progesterona,


outros hormônios parecem estar envolvidos, especialmente a
inibina, que é secretada em conjunto com os hormônios esteroides
sexuais pelas células da granulosa do corpo lúteo ovariano, da
mesma maneira que as células de Sertoli secretam inibina nos
testículos masculinos. Esse hormônio tem o mesmo efeito em
mulheres e homens — inibe a secreção de FSH e, em menor
extensão, de LH pela hipófise anterior. Portanto, acredita-se que a
inibina seria especialmente importante ao diminuir a secreção de
FSH e LH, no final do ciclo sexual mensal feminino.
Efeito de Feedback Positivo do Estrogênio Antes da Ovulação — O Pico
Pré-ovulatório de LH
Por motivos ainda não inteiramente compreendidos, a hipófise
anterior secreta grande quantidade de LH por 1 ou 2 dias, começando
24 a 48 horas da ovulação.
Esse efeito é mostra um pico pré-ovulatório bem menor do FSH.
Experimentos mostraram que a infusão de estrogênio em mulher
acima do valor crítico por 2 a 3 dias, durante a última parte da
primeira metade do ciclo ovariano, causará rapidamente o
crescimento acelerado dos folículos ovarianos, bem como com
grande rapidez também secreção acelerada de estrogênios
ovarianos.
Durante esse período, as secreções de FSH e de LH pela hipófise são
primeiro ligeiramente suprimidas. Em seguida, a secreção de LH

SP 2.2 19
aumenta abruptamente por seis a oito vezes, e a secreção de FSH
aumenta por cerca de duas vezes.
A maior secreção de LH faz com que ocorra a ovulação. Não se sabe
qual a causa desse pico abrupto na secreção de LH. Entretanto,
diversas possíveis explicações são: (1) já se sugeriu que o estrogênio,
nesse ponto do ciclo, tem efeito de feedback positivo peculiar de
estimular a secreção hipofisária de LH e, em menor extensão, de
FSH; trata-se de algo em forte contraste com seu efeito de feedback
negativo normal, que ocorre durante o restante do ciclo feminino
mensal. (2) As células da granulosa dos folículos começam a secretar
quantidade pequena, mas cada vez maiores, de progesterona mais ou
menos 1 dia antes do pico pré-ovulatório de LH,

Descrever as alterações emocionais; físicas (fases da puberdade) e


hormonais geradas na puberdade feminina.

SP 2.2 20
Considera-se que a puberdade é caracterizada, fundamentalmente, pelos
seguintes eventos:

Crescimento esquelético linear


Fase de crescimento rápido, com aceleração e posterior desaceleração,
até, finalmente, o término do processo de crescimento.

Alteração da forma e composição corporal,


A idade da menarca ( primeira menstruação) representa o início da
desaceleração do crescimento que ocorre no final do estirão puberal, e
o maior acúmulo de tecido adiposo, o que permite a diferenciação
masculino/ feminino, aspecto que se torna nítido durante a puberdade.
Já que o depósito de gordura nas meninas ocorre principalmente na
região das mamas e dos quadris.

Desenvolvimento dos órgãos e sistemas;


Com exceção do tecido linfóide, que apresenta involução progressiva a
partir da adolescência, e do tecido nervoso (praticamente com todo o
seu crescimento já estabelecido), todos os órgãos e sistemas se
desenvolvem durante a puberdade, sobretudo os sistemas
cardiocirculatório e respiratório.
*Desenvolvimento das gônadas e dos caracteres sexuais secundários.
Nota-se a influência de fatores hereditários nos eventos puberais,a
exemplo das características de pilosidade, tamanho das mamas e idade
de ocorrência da primeira menstruação.
Os eventos puberais no sexo feminino iniciam-se mais precocemente
quando comparados ao sexo masculino, cerca de um a dois anos antes.
A primeira manifestação puberal nas meninas é o desenvolvimento do
broto ou botão mamário, fenômeno denominado de telarca.

Descrever os métodos contraceptivos e consequências de não usá-los.

Contracepção
Ato de evitar a gravidez. Alguns métodos contraceptivos previnem,
também, a infecção de IST.

SP 2.2 21
Métodos masculinos

Camisinha: método mais conhecido, além de evitar gestações,


previne IST

Vasectomia: é feito cortes e selamentos dos ductos deferentes,


impedindo a passagem de espermatozóides. Em alguns casos pode
ser revertido. O homem não sai do centro cirúrgico 100% apto a não
fazer filhos, é recomendado o uso de outros métodos por pelo
menos 60 dias após o procedimento

Métodos femininos

Camisinha: funciona exatamente como o masculino mas o uso


consiste na mulher fazer

Diafragma: pequeno disco de plástico inserido no canal vaginal para


bloquear a passagem de espermatozoides, deve ser colocado
minutos antes da relação e retirado 12 horas depois

Diu: colocado do útero, impede a passagem de espermatozoides

Pílula anticoncepcional: combinação de estrogênio e progestina


impede liberação de óvulos pelos ovários

Adesivo: liberação de hormônios que impedem a liberação dos


óvulos

Laqueadura: interrupção entre o útero e os ovários

Sinais, sintomas, prevenções e tratamentos de IST's.

HIV/AIDS
○ Consequências: comprometimento do sistema imunológico, levando a
infecções oportunistas graves e cânceres. O estágio avançado da
infecção pelo HIV é conhecido como AIDS.
Sífilis
○ Consequências: se não tratada, pode levar a complicações graves,
como danos neurológicos, problemas cardíacos, cegueira e até mesmo
morte.

SP 2.2 22
Gonorréia
○ Consequências: pode causar infecções nos órgãos reprodutivos,
complicações na gravidez, dor pélvica crônica e, em casos raros,
disseminação para outras partes do corpo.
Clamídia

○ Consequências: em mulheres, pode levar a doença inflamatória


pélvica, infertilidade e gravidez ectópica. Nos homens, pode causar
epididimite.
Herpesgenital
○ Consequências: episódios recorrentes de feridas genitais dolorosas,
além do impacto psicológico e emocional associado ao diagnóstico.

HPV(PapilomavírusHumano)
○ Consequências: pode causar verrugas genitais e aumentar o risco de
câncer cervical, vulvar, vaginal, peniano, anal e orofaríngeo.
HepatiteBeC
○ Consequências: inflamação do fígado, podendo levar a cirrose
hepática e câncer de fígado.

É importante ressaltar que muitas DSTs podem ser assintomáticas ou


apresentar sintomas leves, o que ressalta a importância da realização de
exames de rotina e uso de medidas preventivas, como o uso de
preservativos.

SP 2.2 23

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